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Dia 30, Centrais Sindicais e Fiesp entregam documento ao presidente Temer e aos presidentes do Senado e Câmara

Trabalhadores e empresários aprovaram nesta terça-feira (dia 22) medidas para fomentar a retomada da economia e o emprego. Documento nesse sentido foi elaborado por representantes da Força Sindical, da UGT, CTB, CSB e Nova Central com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de S. Paulo), Abimaq (Máquinas) e Fecomércio(Federação do Comércio) e será entregue no dia 30, para o presidente Michel Temer,para o presidente do Senado, Eunício Oliveira e para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
Na reunião, a Força Sindical foi representada pelo secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, Juruna, pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos SP e da CNTM, Miguel Torres, e pelo presidente do Sindicato dos Químicos da Baixada Santista, Hebert Passos.
Empregos
A prioridade é gerar empregos, disse João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical, e para isso é fundamental o crescimento da economia. As medidas para a retomada são baixar os juros, diminuir a dívida pública e adotar medidas que facilitem o crédito, entre outros.
O secretário-geral da Força disse que é prioritária a retomada das obras públicas que estão paralisadas, a abertura de mercados para o produto brasileiro, garantir o conteúdo nacional nos equipamentos para produção de petróleo e gás e renovação de frota de veículos.
Juruna defendeu ainda o aumento de 5 para 7 o número de parcelas do seguro-desemprego porque aumentou o período de recolocação dos trabalhadores no mercado de trabalho.
Paulo Skaf, presidente da Fiesp, destacou a importância do consenso entre empresários e trabalhadores na busca da retomada do crescimento.

Confira documento unitário

Trabalhadores e empresários assinaram documento de consenso apresentado na tarde desta terça-feira, 22, durante encontro na FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

Confira a íntegra do documento:

Uma Pauta para Retomada do Desenvolvimento Econômico e da Geração de Emprego

O grande objetivo nacional da atualidade é tirar a economia brasileira da maior crise econômica de sua história. O PIB teve queda próxima a 8%, gerando um saldo de 14 milhões de brasileiros desempregados, provocando o fechamento de milhares de empresas, deixando famílias e empresas endividadas, mergulhando o país numa grave crise fiscal e provocando um forte recuo nos investimentos.

Mas o Brasil é maior que tudo isso. Vamos, sim, superar a crise e sairemos mais fortes, como já ocorreu tantas vezes no passado.

Temos pressa na retomada do desenvolvimento econômico e na criação de empregos, e é por isso que nós, do setor produtivo, reunimos representantes dos trabalhadores e das empresas e construímos um conjunto de propostas de curto prazo para acelerar a retomada do crescimento, e um outro conjunto, mais estrutural, para tornar sustentável o processo de retomada da atividade econômica e geração de empregos que a sociedade brasileira tanto deseja.

Propostas de curto prazo:

1. Retomada do crédito:

• BNDES: é preciso retomar um patamar mais adequado das concessões de operações de financiamento, utilizando o FGI e contando com a parceria dos bancos federais (BB, Caixa, BNB e Basa). Não à adoção precipitada da TLP. Elevar as concessões, sobretudo para capital de giro. Retomar patamares anteriores de participação dos recursos à TJLP nas operações.

• Crédito às micro e pequenas empresas (MPEs.): os bancos públicos federais devem retomar as operações com as MPEs., tanto da carteira comercial como das linhas com funding do FAT.

• Crédito ao microempreendedor individual (MEI): linha de crédito a custo zero, atrelada a treinamento técnico e de gestão e à adimplência.

• Aceleração da queda da SELIC: a redução da SELIC tem sido insuficiente e deve ser acelerada.

2. Retomada das obras públicas paralisadas: priorizando aquelas com maior potencial de impacto na produtividade, na economia local e no emprego, além daquelas que têm como fonte de financiamento recursos de fundos não sujeitos a contingenciamento.

3. Revisão de normas do Seguro-Desemprego: rever as regras de acesso ao recebimento do seguro-desemprego, aumentar de 5 para 7 o número de parcelas, dado o aumento do período médio de recolocação dos trabalhadores desempregados no mercado de trabalho. Rever a Desvinculação das Receitas da União (DRU) para os recursos do FAT, que foi elevada a 30%.

4. Desburocratização: adoção de medidas simples que sejam capazes de facilitar a relação do cidadão e das empresas com os órgãos públicos, contemplando:

• Data fixa: a adoção de novas obrigações aos cidadãos e empresas apenas entrarão entrar em vigor duas vezes por ano, 1o de janeiro e 1o de julho, por exemplo.

• Duas medidas por uma: para se adotar uma nova obrigação, deve-se anular duas existentes, de forma a reduzir paulatinamente o estoque de exigências burocráticas.

• Documento único para pessoas físicas: substituindo CPF, RG, PIS, CTPS etc.

• Documento único para pessoas jurídicas: substituindo todos os demais registros.

5. Refis equilibrado: adoção de programa de refinanciamento de impostos atrasados que não seja tão seletivo como a proposta do governo (MP 766) nem tão benéfico aos devedores, como a proposta do relator da Comissão Mista do Congresso Nacional.

6. Abertura de mercados: abertura de novos mercados para o produto brasileiro por meio de promoção comercial, finalização de acordos cujas negociações vêm se arrastando por vários anos, como, por exemplo, o acordo Mercosul - União Europeia.

7. Petróleo e gás: promoção do entendimento entre os agentes da cadeia de petróleo e gás, visando o cumprimento das normas de conteúdo local de forma a destravar os investimentos do setor e gerar demanda para os segmentos que têm capacidade de atendimento com custos e prazos adequados.

Propostas de médio prazo

 É vital a criação de um ambiente macroeconômico mais favorável ao investimento produtivo e geração de empregos composto por:

• Juros básicos da economia em padrões internacionais, em torno de 2% a 3% real ao ano;

• Redução da carga tributária, simplificação do sistema tributário, com desoneração do investimento produtivo e da exportação;

• Câmbio competitivo, operando em nível que não retire artificialmente a competitividade do produto brasileiro tanto no mercado interno quanto na exportação.

No longo prazo, incentivar o investimento em setores de alto valor agregado e forte potencial de crescimento e geração de empregos tanto na indústria como serviços, na agricultura, em novas tecnologias digitais e na infraestrutura:

• Indústria de transformação: implantar programa de renovação da frota de veículos (automóveis, comerciais leves e caminhões) e de máquinas, instrumentos, ferramentas e equipamentos utilizados na indústria.

• Agregação de valor aos produtos básicos: adensar cadeia produtiva/industrial para ampliar a participação da indústria do PIB e reduzir a exportação de produtos básicos sem qualquer processamento industrial e com baixo valor agregado.

• Petróleo e gás e indústria naval: uma sólida indústria petroleira e naval, alicerçada numa extensa cadeia produtiva nacional é fundamental para gerar empregos de qualidade, para o avanço tecnológico e desenvolvendo nacional.

• Serviços financeiros: a reforma do sistema financeiro, especialmente o privado, é vital para ampliar a oferta de crédito com menores custos às empresas e pessoas físicas e dinamizar o mercado interno.

• Educação e saúde: são infraestruturas sociais extremamente sensíveis que permitem melhoria na produtividade e concorrem, decisivamente, para o desenvolvimento nacional e o bem-estar do povo. A educação pública e programas como SUS devem ser prioridades dos governos em seus diferentes níveis.

• Novas tecnologias e economia digital: Apoiar as políticas de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico articuladas a uma política industrial que dê ênfase a esses aspectos na retomada do crescimento industrial.

• Infraestrutura: não é possível desenvolver as potencialidades empreendedoras e criativas da economia sem que se tenha infraestrutura energética (hidro, termo, eólica e solar), urbana (habitação, saneamento e mobilidade) e logística (rodovias, ferrovias, portos, aeroportos) adequada para isso, tarefa urgente que pode ser atendida por empresas estatais, privadas e pelo estabelecimento de parcerias público-privadas. 

São Paulo, 22 de agosto de 2017

Fonte: AssCom Força Sindical

 

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A AP Moller-Maersk assinou com a francesa Total um acordo para vender a Maersk Oil por US$ 7,45 bilhões e planeja também dar um destino a suas empresas relacionadas com o setor de energia.

A empresa informa que esta é a continuação do plano adotada no ano passado, que de forma estratégica separou as atividades da empresa em setores específicos, dividindo-os entre transporte/logística e energia e ficando seus talentos em cada um.

A saída definitiva do ramo de energia e a consequente capitalização da empresa vem para fortalecer o grande core business da empresa que é a área de transporte e logística, afastando-se um pouco da indústria petrolífera e acompanhando a evolução do mercado de transporte marítimo e logística intermodal.

Porém, ainda há outras três empresas subsidiárias do Grupo que são profundamente ligadas ao setor de energia, que são a Maersk Drilling, Maersk Supply Service e Maersk Tankers, que terão suas estratégias definidas até o final de 2018.

A Total assumirá toda a organização, portfólio, obrigações e direitos adquiridos pela Maersk Oil com pré-condições mínimas, que estão sendo negociadas detalhadamente pelas duas organizações, mas o que já se sabe é que os planos de desenvolvimento de negócios e os investimentos em projetos estratégicos já feitos serão todos mantidos.

Segundo Søren Skou, CEO do Grupo AP Moller-Maersk, uma das exigências da Maersk no fehcamento do negócio foi a de manter os compromissos já assumidos pela empresa, principalmente aqueles que envolvem o setor dinamarquês do Mar do Norte.

A preocupação da empresa em não tirar negócios do país é visível e plenamente evidenciada no fato de que a Toital ficará com suas operações ligadas à Dinamarca, Noruega e Holanda toda baseada no país, aproveitando-se também na estrutura da Maersk Oil, já desenvolvida no local e a posição estratégica em relação ao Mar do Norte.

E a Total também já informou de sua parte que vai focar na otimização e ampliação da produção de petróleo na Dinamarca, tendo como meta tornar-se um dos grandes operadores internacionais líderes na região, fortalecendo o nome da empresa e realizando bons negócios.

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A Lava Jato está prejudicando o país e causando desemprego, sem propor solução para as empresas de construção civil. A afirmação é de João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, que nesta segunda-feira (21) reuniu-se com outros representantes de centrais sindicais e de empresários paulistas na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para discutir uma agenda conjunta a ser levada ao governo para destravar a economia e reduzir o desemprego.
Juruna defendeu inclusive um acordo de leniência aos empresários investigados pela Lava Jato para que as obras sejam retomadas.
- A Lava Jato está prejudicando o país, causando desemprego, sem propor soluções para as empresas. Muitas companhias da construção pesada fecharam ou as obras foram paralisadas e milhares de trabalhadores estão desempregados. É preciso um debate no Congresso e no Judiciário para um acordo de leniência que possa retomar as obras e o emprego - defendeu Juruna à saída do encontro, que durou cerca de duas horas.
O sindicalista disse que em outros países, como os Estados Unidos, os acordos de leniência são feitos e evitam que as empresas sejam fechadas. Para Juruna, com a leniência, as empresas poderiam assumir suas dívidas e seus erros, e demitir diretores que tivessem feito falcatruas, afirmou ele, referindo-se a empresas como Odebrecht e outras que tiveram obras paralisadas para Lava Jato. .
- Isso não é uma jogadinha brasileira. Isso acontece no mundo - disse Juruna.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, também defendeu a retomada de obras, mas não concordou com a avaliação do sindicalista de que a Lava Jato seja prejudicial ao país. Para Skaf, está é uma opinião pessoal de Juruna e a possibilidade de acordos de leniência aos empresários investigados pela Lava Jato nem foi discutida na reunião.
- Nós não fizemos análise, e nem caberia a nos fazer análise sobre a Lava Jato. O fato é que onde tiver obra parada tem que reiniciar. A economia brasileira está dando sinais positivos, o momento agora é de jogar um catalisador para retomar o crescimento e combater verdadeiramente o desemprego - disse Skaf.
O presidente da Fiesp disse que uma obra pública parada se deteriora e quando é retomada é preciso gastar quase tudo de novo para recuperá-la. Skaf defendeu que, em caso de impossibilidade de uma empresa tocar uma obra ou uma concessão, que ela seja repassada a outro grupo, brasileiro ou estrangeiro.
- Hoje nós estamos com centenas, milhares de obras paralisadas em todo o país. E isso não interessa. O importante é que a gente reative a construção civil e reative as obras que estão paralisadas - afirmou.
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), que também participou do encontro, disse que a retomada das obras paralisadas pode voltar a gerar empregos, consumo e movimentar a economia. Ele considerou importante a discussão entre representantes de trabalhadores e empresários para buscar alternativas para superar o desemprego no país.
- As questões estão sendo resolvidas, a Reforma Trabalhista já foi aprovada, a da Previdência está sendo discutida e a Tributária entrou na pauta. A reforma do estado está sendo debatida, mas nada disso até agora tem como consequência a geração de emprego - afirmou.
Entre outras reivindicações discutidas no encontro estão aumento da oferta de crédito, continuidade da redução dos juros, aumento do número das parcelas do seguro desemprego (de cinco para sete parcelas) e discussões sobre a reforma tributária.
O grupo de sindicalistas e representantes da indústria paulista pretende se encontrar com o presidente Michel Temer no próximo dia 12 de setembro, em Brasília. Paulo Skaf afirmou que não se trata de sinalizar apoio político ao presidente, mas sim apoiar o país.
- A nação brasileira precisa retomar crescimento e emprego, sair deste atoleiro. Temos que fazer essas faíscas de retomada virarem um incêndio positivo de geração de emprego - afirmou Skaf.

Fonte: Extra

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O movimento sindical, por meio de seus sindicatos, suas federações, confederações e centrais sindicais, vêm, ao longo dos anos, erguendo bandeiras de lutas que dizem respeito aos trabalhadores de todo o País, e de todas as categorias, contra a retirada de direitos, por uma queda expressiva da taxa básica de juros, pela manutenção dos postos de trabalho existentes e sua ampliação, por ambientes de trabalho saudáveis, por máquinas protegidas, pela valorização dos salários, aposentadorias e pensões, e pelo estrito cumprimento dos textos das Convenções Coletivas de Trabalho, entre outras demandas.
 
Apesar de, nos dias de hoje, as entidades sindicais estarem melhor preparadas se comparadas às de um passado não muito distante, mais organizadas, mais coesas e atuantes, isto de nada valeria sem a efetiva participação do conjunto de trabalhadores nas lutas que encampam visando o bem de todos. Só uma entidade forte e atuante alcança as conquistas almejadas. E essa entidade só se torna efetivamente forte se tiver ao seu lado a categoria que representa. Um sindicato forte é a certeza de novas e importantes conquistas, e de que nossos direitos serão respeitados. Com um sindicato fortalecido, as campanhas salariais têm tudo para saírem, sempre, vitoriosas.
 
Valorizar seu sindicato é valorizar a si próprio e ao seu emprego. Quem torna um sindicato, uma federação, confederação ou central sindical forte é o conjunto dos trabalhadores. É a participação de cada trabalhador(a) visando o bem estar e o denominador comum de todo um grupo. E esclarecer, organizar, mobilizar esses trabalhadores é papel de cada entidade sindical, além de tomar a frente das negociações – sempre com a anuência do grupo – para que esses objetivos sejam alcançados.
 
É importante que todos(as) os(as) trabalhadores(as) se sindicalizem, valorizem seu representante sindical e participem ativamente das lutas em defesa das bandeiras da classe trabalhadora brasileira. Ser sindicalizado é um direito de cada trabalhador(a). Por isto a importância da sindicalizar-se! 
 
Paulo Pereira da Silva – Paulinho
Presidente da Força Sindical e deputado federal

Paulo Pereira da Silva – Paulinho da Força

 

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O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) registrou, no ano passado, lucro de R$ 14,55 bilhões, o melhor resultado da sua história. Com isso, o patrimônio líquido do fundo chegou a R$ 98,17 bilhões. Os números constam do Relatório de Gestão do FGTS, apresentado nesta terça-feira (22) na reunião do Conselho Curador, em Brasília.

O documento mostra também dados da repartição do lucro de 2016, que designou R$ 7,27 bilhões, que corresponde à metade do rendimento, para quem tinha contas com saldo em 31 de dezembro. A medida é resultado da Lei nº 13.446, de 25 de maio deste ano, que fez com que a remuneração dos trabalhadores ficasse acima da inflação anual pela primeira vez em nove anos. A última vez que isso ocorreu foi em 2007.

Para o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que preside o Conselho Curador, o resultado é consequência da “gestão responsável” do conselho e dos demais órgãos e entidades que gerem o fundo. “O resultado de 2016 mostra que estamos administrando com seriedade os recursos do FGTS, o que permite remunerar devidamente os trabalhadores e também disponibilizar crédito para habitação, saneamento e infraestrutura do nosso país”, disse.

“O Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) também bateu recorde em 2016, com lucro de R$ 2,63 bilhões. O dinheiro aplicado no FI, que financia grandes obras de infraestrutura como geração de energia, saneamento, ferrovias, rodovias e portos, cresceu 8,3% no ano. Foi o maior rendimento desde a criação da operação, em 2007”, diz a nota do Ministério do Trabalho.

O FGTS é a maior fonte de financiamento em saneamento, habitação e infraestrutura do país. Em 2016, foram contratados R$ 81,48 bilhões, sendo R$ 80,86 bilhões para habitação, principalmente para habitação popular. Em saneamento foram contratados R$ 226,64 milhões e em infraestrutura R$ 386,32 milhões.

Fonte: Agência Brasil

Governo quer passar a incluir todas as verbas recebidas por servidores no cálculo do teto, que equivale aos R$ 33,7 mil recebidos pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Levantamento feito pelo G1 mostra que, se a nova regra proposta pelo governo para o teto salarial no serviço público, mais rígida, já estivesse em vigor, seis dos 28 ministros do presidente Michel Temer teriam rendimentos cortados.

Depois de procurado pelo G1, um dos ministros cuja renda total superaria o novo teto, o titular da pasta do Planejamento, Dyogo Oliveira, informou que vai se antecipar e abrir mão de uma gratificação de R$ 18 mil para se enquadrar ao limite (veja mais abaixo nesta reportagem).

Para baixar o rombo bilionário das contas públicas, a equipe econômica propôs nesta semana uma série de medidas, entre elas a "implantação efetiva" do teto salarial, que equivale ao salário bruto dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje em R$ 33,7 mil mensais.

A proposta prevê que o teto vai valer para todos os poderes e também para estados e municípios. Além disso, passarão a ser incluídas no cálculo "todas as verbas recebidas pelos servidores", incluindo verbas indenizatórias e jetons (gratificações).

Hoje o entendimento do Supremo é que verbas indenizatórias, como auxílio moradia e creche, por exemplo, não entram no cálculo do teto. Os jetons, gratificações por participação em reuniões, também não são incluídos na conta.

Para começar a valer, a nova regra para o teto do funcionalismo, proposta pela equipe econômica, precisa ser aprovada pelo Congresso. A estimativa é de que ela gere uma economia anual de R$ 725 milhões apenas com verbas que deixarão de ser pagas a servidores do Poder Executivo.

Quem estaria acima do teto?

O levantamento, realizado pelo G1 no Portal da Transparência, da Controladoria Geral da União (CGU), mostra que a renda de seis dos 28 ministros de Temer ultrapassaria o teto salarial de R$ 33,7 mil, se a nova regra estivesse em vigor hoje.


O levantamento considerou os valores recebidos por eles no mês de maio. O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, não estava no cargo à época e, por isso, não foi considerado na lista.

Na época, o ministro da Cultura era Roberto Freire, que recebeu em maio acima do novo teto, mas, como já saiu do governo, também foi desconsiderado.

O rendimento de cinco dos seis ministros destacados (o presidente do BC e a chefe da AGU também têm status de ministro) ultrapassaria o teto porque eles recebem verbas indenizatórias, que podem ser auxílio alimentação, bolsa de estudos, indenização de férias e aviso prévio, auxílio acidente de trabalho, entre outros. Um deles recebe jeton atualmente.

O Portal da Transparência não detalha quais benefícios cada um deles recebe dentro das verbas indenizatórias.

De acordo Portal, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, principal formulador das medidas de ajuste fiscal para os servidores anunciadas nas últimas semanas, tem atualmente a maior renda bruta entre todos os ministros.

O salário bruto dele em maio foi de R$ 42,7 mil, valor que sofreu corte para se enquadrar na atual regra do teto e caiu para R$ 33,7 mil.

Entretanto, Oliveira recebe também um jeton (gratificação) de R$ 18 mil pela participação em reuniões do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) - que ele informou que abrirá mão - e R$ 458 de ticket alimentação. Como essa renda extra não entra hoje na regra do teto, seu rendimento bruto chega atualmente a R$ 52,2 mil.

Se a nova regra já estivesse em vigor, o ministro do Planejamento teria cortada a renda do jeton e do ticket, e seu rendimento voltaria aos R$ 33,7 mil. Hoje o salário liquido de Oliveira, ou seja, após abatimento de impostos, é de R$ 40,9 mil.

Veja as informações sobre os rendimentos dos outros cinco ministros:

• Henrique Meirelles: salário de R$ 30,9 mil em maio, mais R$ 8,1 mil em verbas indenizatórias. Total de R$ 39,12 mil. Salário líquido: R$ 31 mil por mês.

• Ilan Goldfajn: salário de R$ 30,9 mil em maio, mais R$ 5,59 mil em verbas indenizatórias. Total de R$ 36,52 mil. Salário líquido: R$ 28,65 mil.

• Eliseu Padilha: salário de R$ 30,9 mil em maio, mais R$ 7,95 mil em verbas indenizatórias. Total de R$ 38,89 mil. Salário líquido: R$ 16,9 mil.

• Helder Barbalho: salário de R$ 30,9 mil em maio, mais R$ 8,1 mil em verbas indenizatórias. Total de R$ 39,12 mil. Salário líquido: R$ 31 mil.

• Grace Mendonça: salário de R$ 33,7 mil em maio, mais R$ 458 em verbas indenizatórias. Total de R$ 34,22 mil. Salário líquido: R$ 23,54 mil.

Outro lado

Questionado pelo G1, o Ministério do Planejamento informou inicialmente que as empresas estatais e as entidades do sistema S, dentre as quais o Senac do qual o ministro Dyogo Oliveira recebe jeton, são pessoas jurídicas de direito privado e, portanto, as verbas decorrentes da participação nesses conselhos não são consideradas, na atual legislação brasileira, como parte da remuneração de servidores públicos.

Depois, porém, entrou em contato com a reportagem para informar que o ministro desistirá do benefício para se enquadrar na nova regra proposta para o teto do funcionalismo.

"Vou enfrentar essa agenda [das mudanças para o funcionalismo] e vou dar uma ênfase muito grande. Isso melhora a imagem do serviço público. Não há nada ilegal [no jeton]. Apesar disso, vale a pena entrar nesse debate de peito aberto. É um sacrifício que eu faço", declarou o ministro Dyogo Oliveira, do Planejamento, ao G1.

A Casa Civil afirmou que "o ministro Eliseu Padilha recebe dentro do teto salarial."

O Banco Central, presidido por Ilan Goldfajn, informou que não comentaria o assunto.

O Ministério da Fazenda informou que o titular da pasta, Henrique Meirelles, além do subsídio de ministro de Estado, recebe auxílio-alimentação e auxílio-moradia para custeio do imóvel onde reside, uma vez que não possui imóvel funcional ou próprio em Brasília. "As verbas indenizatórias seguem a legislação vigente e atendem rigorosamente as normas legais do teto remuneratório", acrescentou.

A AGU informou que a indenização a qual se refere a reportagem é, na verdade, o auxílio alimentação, recebido automaticamente por todos os servidores públicos do Poder Executivo. "Por sua natureza indenizatória (Art. 22 da Lei n.º 8.460/1992), não constitui, portanto, a remuneração do servidor, o que, por lei, a exclui da regra do teto remuneratório", informou.

Procurado, o Ministério da Integração Nacional não respondeu até a última atualização desta reportagem.

Fonte: G1
 

A superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) declarou "complexa" a aquisição da alemã Hamburg Südamerikanische Dampfschifffahrts-Gesellschaft (HSDG) pela gigante dinamarquesa Maersk Line, segundo publicação no Diário Oficial da União desta terça-feira.

A autarquia exige a realização de diligências para aprofundar a investigação sobre as condições de rivalidade nos mercados afetados pela operação, bem como informa que poderá prorrogar posteriormente o prazo de análise, se julgar necessário.

Em junho, a Maersk concordou em vender a Mercosul Line, sua unidade brasileira, para a empresa de transporte de contêineres CMA CGM, a fim de obter autorização no país para a aquisição da alemã Hamburg Sud.

Na ocasião, os detalhes do acordo financeiro não foram divulgados.

Conforme parecer técnico no site do Cade, o ato de concentração resulta em elevadas participações de mercado em algumas das rotas do mercado de transporte marítimo regular de contêineres operadas pelas empresas.

"A concentração é mais preocupante quando é levada em consideração a participação dos consórcios dos quais as Requerentes fazem parte", diz o documento.

Fonte: Reuters

Pessoas que não encontravam vagas decidiram aceitar postos com jornadas mais curtas, o que fez a taxa de desemprego recuar no trimestre; após seguidas quedas, a situação dos jovens melhorou
 
número de pessoas que trabalham menos horas do que gostariam chegou a 5,829 milhões no segundo trimestre, um aumento de 10,9% na comparação com os três primeiros meses deste ano.
Divulgados na última quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) mostraram que a queda do desemprego, que passou de 13,7% para 13% durante o primeiro semestre deste ano, está atrelada a um aumento da subocupação. Ou seja, muitos trabalhadores estão voltando ao mercado, mas para jornadas mais curtas do que desejam.
De acordo com especialista consultado pelo DCI, essa forma de emprego deve avançar ainda mais com a entrada em vigor da reforma trabalhista, que dá força aos contratos com menos horas e pagamento proporcional.
"As pessoas que estiverem desempregadas vão aceitar os trabalhos parciais", diz Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE. "E a tendência é que esse número de subocupados ganhe força com a reforma [na CLT]", acrescenta ele.
Para Fernando de Holanda Barbosa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV), essa trajetória é natural. "Estamos começando uma recuperação econômica lenta, as empresas ainda não vão entrar de cabeça nas contratações."
Na opinião dele, a reforma será positiva para os subocupados. "Hoje, esses funcionários parciais ficam na ilegalidade. Mas, com as alterações [na CLT], eles poderão ser contratados legalmente e terão mais direitos trabalhistas", explica.
O especialista acredita que essa situação deve mudar quando a economia do País alcançar uma "condição saudável". "Não acho que as pessoas continuarão trabalhando menos do que querem quando voltarmos ao ritmo normal."
A visão do entrevistado é diferente da apresentada por órgãos do setor, como a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e o Ministério Público do Trabalho (MPT), que têm criticado as alterações na lei.
"É indiscutível que são necessários direitos para os trabalhadores que têm jornadas parciais, mas o que essa reforma traz é uma flexibilização dos direitos das pessoas que hoje fazem parte do mercado formal", diz Guilherme Feliciano, presidente da Anamatra.
"No começo do século, o também México fez mudanças na legislação trabalhista", continua ele, "e o número de vagas criadas nas novas modalidades de emprego, como a parcial, foi quase igual ao de vagas do modelo antigo que foram destruídas. Ou seja, foi vista uma migração para formas mais baratas de contratação e a perda de direitos trabalhistas."
Subutilização
No segundo trimestre, a taxa de subutilização, que soma desempregados, subocupados e aqueles que não estão procurando emprego, caiu para 23,8%, depois de chegar a 24,1% entre janeiro e março. Esse grupo foi composto por 26,3 milhões de trabalhadores. A maioria deles (13,5 milhões) estava desempregado.
As piores taxas de subutilização foram vistas no Piauí (38,6%) e na Bahia (37,9%), enquanto que Santa Catarina (10,7%) e, Mato Grosso (13,5%) tiveram os melhores dados.
Queda generalizada
A Pnad mostrou uma redução generalizada do desemprego. No recorte por faixa etária, a situação dos jovens voltou a melhorar, depois de quedas consecutivas nos últimos três anos. A taxa de desemprego para as pessoas com idade entre 18 e 24 anos caiu para 27,3%, após chegar a 28,8% no primeiro trimestre do ano.
Também houve recuperação do trabalho na análise por nível de instrução. Destaque para a taxa de desemprego entre aqueles que não completaram o ensino médio, que caiu para 21,8%, depois de atingir os 24,2% entre janeiro e março.
Os dados territoriais, entretanto, trouxeram notícias ruins. Apesar de que a maioria dos estados viu uma queda no número de pessoas sem trabalho, o desemprego cresceu no Rio de Janeiro e em parte do Nordeste, que teve os piores números no recorte por região.
"O caso do Rio é bastante crítico, porque vimos um aumento da desocupação e da informalidade", diz Azeredo. No estado, a taxa chegou a 15,6% no segundo trimestre, ante 14,5% no período anterior. A situação ficou ainda pior no Pernambuco, onde a parcela de desocupados passou de 17,1% para 18,8%.
Por outro lado, o mercado de trabalho ganhou força em outros estados nordestinos. Na Bahia, por exemplo, a taxa de desemprego chegou a 17,5%, após marcar 18,6% nos primeiros três meses do ano.
Ainda que o quadro geral tenha melhorado, Azeredo chama atenção para as distorções sociais do mercado brasileiro. Segundo ele, entre os desempregados, 63,8% são negros ou pardos e 51,1% não completaram o ensino médio.
Fonte: DCI

supermercados

Os empresários do setor de supermercados comemoraram na semana passada a conquista de uma demanda de duas décadas, com a assinatura do Decreto 9.127, por Michel Temer, que inclui a atividade como essencial. Mais de 400 representantes do setor foram ao Palácio do Planalto para a cerimônia. Do outro lado, os trabalhadores veem a medida com preocupação, como uma possível porta de entrada para o trabalho em domingos e feriados sem negociação prévia. A medida, publicada no dia 17 no Diário Oficial da União, altera outro decreto, o 27.048, de 1949, "para incluir o comércio varejista de supermercados e de hipermercados no rol de atividades autorizadas a funcionar permanentemente aos domingos e aos feriados civis e religiosos".

Assim que o decreto foi publicado, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC) divulgou nota para afirmar que a medida "em nada altera" a Lei 11.603, de 2007. Em seu artigo 6º-A, essa lei autoriza o trabalho em feriados no comércio em geral, "desde que autorizado em convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal". A entidade cita ainda a Lei 12.790, de 2013, que estipula em 44 horas semanais e oito horas diárias a jornada normal dos trabalhadores no setor.

Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs-CUT), o decreto representa mais uma ofensiva contra os direitos sociais. "Nesse momento conjuntural, aprovar a essencialidade de um serviço prestado a toda sociedade considerando apenas a opinião do empresariado e das multinacionais é um ataque à democracia e mais um duro golpe contra a classe trabalhadora", afirma, em nota.

A Contracs acrescenta que os trabalhadores vêm brigando desde 2000 contra a abertura do comércio aos domingos. Naquele ano, o governo Fernando Henrique Cardoso sancionou a Lei 10.101, incluindo, por "má-fé", a liberação da atividade.

A UGT soma-se às críticas. "Essa é uma situação constrangedora, primeiro porque nós, do setor trabalhista, fomos pegos de surpresa e segundo, porque o próprio Ministro do Trabalho não estava sabendo”, afirma o presidente da central, Ricardo Patah, que comanda também o Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Para ele, o governo foi "seduzido" pelo setor patronal. "Vimos pela televisão que no auditório só tinha empresário e aplaudindo de pé um governo tão mal avaliado."

Segundo ele, a UGT irá avaliar um pedido de inconstitucionalidade do decreto, que o sindicalista chama de "impertinente". "Já existe uma legislação especifica que, inclusive com a regulamentação da profissão dos comerciários, nos deu garantias importantes", diz Patah. Em sua visão, um decreto não pode se sobrepor à lei.

Ainda segundo o dirigente, a medida estimulará uma concorrência ilegal entre os comerciantes, já que os supermercados poderão funcionar em domingos e feriados vendendo produtos que fogem à atividade-fim do setor. "Essencialidade é para os hospitais, mas tornar essencial redes de supermercados onde vendem geladeira, fogão, roupas e uma série de outros produtos é absolutamente impertinente e com certeza interessa somente ao setor empresarial dos supermercados."

Além do ataque a direitos, a Contracs-CUT fala ainda em cerceamento ao direito de greve, já que a chamada Lei de Greve (7.783/1989) trata de manutenção de efetivo mínimo para manter atividades essenciais. "Mas afinal, esse serviço é realmente essencial?", questiona. "É premente fazermos ainda uma sólida discussão sobre a essencialidade deste serviço, uma vez que o Comitê de Liberdade Sindical da Organização Internacional do Trabalho (OIT) caracteriza as atividades essenciais como aquelas que refletem diretamente na sociedade e cuja a interrupção pode pôr em perigo a vida, a segurança ou a saúde da pessoa, em toda ou parte da população."

A confederação também questiona o compromisso do setor empresarial com a sociedade. "Como ficarão os filhos das trabalhadoras nos caixas de supermercados com a obrigatoriedade do trabalho nos domingos e feriados? Pagar um lanche e R$ 30 substitui a falta da mãe no almoço do Natal e em todos os demais feriados e domingos?" Por isso, repudia o decreto, afirmando que os trabalhadores na atividade "possuem baixos salários, não tem garantido a organização das escalas de trabalho com antecedência, são obrigados a trabalhar sobre o regime de bancos de horas os quais os trabalhadores nunca conseguem folga quando desejam e, com a nova legislação trabalhista, teremos um exército de trabalhadores escravos do trabalho".

Para o diretor da CNTC Guiomar Vidar, também presidente da Federação dos Comerciários do Rio Grande do Sul, trata-se de mais "sofrimento" imposto pelo governo Temer. "Tudo isto amparado no falso manto da geração de mais empregos, que não serão criados. Não podemos aceitar que um decreto, ainda mais vindo de um presidente ilegítimo, sobreponha-se a uma lei federal", afirma.

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo, disse que a medida é justa. "O decreto está fazendo justiça para os consumidores que precisam se abastecer nos feriados e domingos e tínhamos muitos obstáculos para satisfazer a demanda em alguns lugares do país", declarou. De acordo com a entidade, há aproximadamente 89 mil estabelecimentos no Brasil, com 1,8 milhão de empregados.

FONTE:Rede Brasil Atual

 
Fórum reúne mais de 50 corporações em prol da inclusão. No Brasil, 61% dos funcionários LGBT temem se assumir
 
Formado em Engenharia e funcionário da área de TI, Marcos Sato, 28 anos, sabe o que é não poder ser ele mesmo no ambiente de trabalho. Aos 21 anos, assumiu para si ser gay, mas passou alguns anos dentro do armário corporativo, por não saber como seus chefes e colegas reagiriam.
“Quando você está dentro do armário, tem medo de ser julgado e de não conseguir promoções. As pessoas precisam olhar para isso, porque o profissional deixa de entregar tudo o que poderia, já que tem essas preocupações na cabeça”, diz ele, relatando que deixava de agir naturalmente e pulava os convites de happy hour por receio de represálias caso descobrissem sua orientação sexual. 
“Eu namorava, mas sempre chamava ele de ela. Também cortava um pouco da intimidade com os meus pares por medo de descobrirem”, conta Sato.
Renato Lantin, hoje diretor de supply chain para a América do Sul na BASF, relata uma situação similar. “Eu tinha medo das consequências que sair do armário poderia ter no crescimento da minha carreira. Por isso, não falava da minha vida pessoal, ficava estritamente no profissional e falava de minha vida de forma genérica. É muito ruim não poder ser verdadeiro com você mesmo e com as outras pessoas”, conta.  
Hoje, felizmente, a situação para ambos melhorou. Os dois trabalham em companhias que se comprometeram com discussões sobre o respeito e acolhimento da diversidade LGBT no mundo corporativo. Tanto a Ambev, onde trabalha Sato, quanto a BASF integram o Fórum de Empresas e Direitos LGBTs, ao lado de 57 outras empresas.
Entre as signatárias, estão gigantes multinacionais como Google, IBM, Carrefour e a Pfizer. Há também escritórios de advocacia, empresas de consultoria como a PWC e a EY. O que chama a atenção, porém, é a baixa adesão de empresas brasileiras ao Fórum. Entre os exemplos nacionais, estão a Ambev, a Avon e a Braskem. 
“É uma preocupação a baixa adesão”, admite Reinaldo Bulgarelli, secretário executivo do Fórum e sócio-diretor da Txai Consultoria e Educação. “O que podemos supor é que as empresas estão distraídas sobre o tema, que não se conectam com temas emergentes ou agendas internacionais”, afirma.
Apesar da recente abertura de algumas empresas à diversidade, uma pesquisa do Center for Talent Innovation revelou que 61% dos profissionais LGBT no Brasil não se sentem confortáveis para se assumirem no trabalho. Isso acontece a despeito de 75% das empresas apoiarem, ao menos em tese, políticas que proíbem discriminação por identidade de gênero e orientação sexual.
Outros 49% afirmaram que não escondem, mas deixam de falar abertamente sobre o tema e alteram o próprio comportamento no ambiente de trabalho, como uma forma de se integrarem com os colegas.
O Fórum de Direitos e Empresas LGBT nasceu em 2013, a partir do gancho da decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de obrigar cartórios a celebrar o casamento civil e converter a união estável homoafetiva em casamento. A ideia, na época, era atualizar as empresas a respeito desse direito.
Ao se tornarem signatárias, as companhias precisam se comprometer com 10 pontos, como a promoção de igualdade de oportunidades e tratamento justo às pessoas LGBT, a criação de um ambiente respeitoso, ensinar sobre direitos e estimular a criação de grupos de afinidade, entre outros. 
Gerente de inteligência de mercado na Ambev, Bruno Rigonatti promove e faz parte de um desses grupos de afinidade, o Lager.
A sigla significa Lesbian and Gay and Everyone Respected ("Lésbicas, gays e todo mundo sendo respeitado") e é também um trocadilho com um tipo de cerveja.
O grupo nasceu informalmente entre funcionários LGBTs no Whatsapp, em outubro de 2015, e foi institucionalizado na empresa em 2016. Hoje, há cerca de 80 integrantes. "Lá, pudemos nos conhecer, com objetivo de garantir um ambiente de trabalho diverso na empresa", diz Rigonatti.
Também participante do Lager, Sato diz que o grupo o faz se sentir representado. "Você começa a ver pares na empresa que são igual a você. O grupo fez com que eu me sentisse mais confortável, hoje o assunto é discutido abertamente na empresa", relata.
O básico da promoção da diversidade no mundo corporativo continua, porém, a ser o mesmo: deixar de varrer a discriminação para debaixo do tapete e colocar o assunto na mesa.
"É muito simples. As lideranças das empresas estão envolvidas no Fórum, são elas que assinam. E uma das tarefas é falar do assunto dentro e fora das empresas", diz Bulgarelli. "Isso faz diferença. Se os executivos e presidentes estão questionando, estimula que o tema [da diversidade] seja tratado na empresa como um todo".  
Para a gerente sênior de RH da BASF, Juliana Justi, além da questão óbvia de respeito aos direitos humanos, a diversidade também pode trazer resultados financeiros para as empresas.
“Falamos de diversidade como uma responsabilidade e como uma forma verdadeira de ganhar dinheiro. Pessoas diversas geram resultados”, conclui. Segundo ela, as ações práticas também deixam claro que o ambiente corporativo não aceita mais a discriminação.
"No dia do Orgulho LGBT tiramos uma foto com a bandeira, dizendo que tínhamos orgulho. São pequenas ações que dizem para as pessoas: você pode até ser preconceituoso, mas a companhia não tem espaço para isso. Aqui dentro, você tem que respeitar". 
Renato Landin conta ter sido "tirado do armário" de forma positiva pelo chefe, que perguntou sobre seu marido de maneira natural. Ele diz que hoje todos sabem de sua orientação sexual e que não tem mais problemas com isso. "Me assumir no trabalho foi um divisor de águas na minha vida."
 
Fonte: Carta Capital

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Se a economia brasileira se comportar como a de outras 37 nações que passaram por recessão nas últimas décadas, o desemprego deve levar cinco anos para voltar ao nível pré-crise (6,5%, em 2014).

Além disso, a taxa natural de desemprego (aquela que não acelera a inflação) subirá dois pontos percentuais, para perto de 10%. No segundo trimestre deste ano, a taxa de desemprego brasileira ficou em 13% (de cada 100 brasileiros interessados em trabalhar, 13 não conseguiram se ocupar), segundo a Pnad contínua, medida pelo IBGE.

O estudo sobre o impacto da crise no mercado de trabalho foi feito com 123 episódios recessivos de 1961 a 2017 e publicado nesta terça (22) pelo banco Credit Suisse.

Os 34 trimestres necessários para que a taxa de desemprego volta aos níveis de 2014 têm por hipótese um crescimento da economia de 2% a partir de 2018.

Num cenário otimista, de 4% ao ano, o recuo da taxa de desemprego levaria 26 trimestres, se a economia brasileira seguisse o padrão dos episódios estudados pelo banco.

PIB PRIMEIRO

A história das últimas décadas mostra que a taxa de desemprego só volta aos níveis pré-recessão depois que o crescimento do PIB retoma seu vigor anterior.

Foi essa a ordem nos 50 casos, dos 123 analisados, em que tanto atividade econômica quanto taxa de desemprego já haviam se recuperado, segundo dados da OCDE.

Em outros 59, o PIB já havia voltado à velocidade pré-crise, mas a taxa de desemprego não. Há outros 12 episódios em que nenhum dos indicadores se recuperou até o primeiro trimestre de 2017.

O estudo do Credit Suisse avaliou o tempo de retomada de PIB e emprego nos 50 casos de recuperação total.

Na média, a retomada do PIB levou 7 trimestres e a da taxa de desemprego, 9.

Quando se avaliam, porém, os países cuja profundidade da recessão foi semelhante à do Brasil —em que a economia já encolheu sete pontos percentuais desde 2014—, os prazos crescem.

Nesses casos, a mediana da recuperação do PIB foi de 15 trimestres e a da taxa de desemprego, de 17 trimestres.

"São patamares mínimos", diz o economista Leonardo Fonseca, da equipe do Credit Suisse, porque nesses 50 países o crescimento foi forte o suficiente para permitir a queda da taxa de desemprego.

No caso do Brasil, a estimativa é que o PIB precise crescer acima de 1,7% ao ano para que a taxa de desemprego comece a recuar.

"Se a economia do país crescer muito perto desse número, a queda do desemprego pode demorar muito. Para que ele caia mais rápido, seria preciso crescer perto de 3% ou 4% ao ano."

NOVO PATAMAR

Outra questão importante, segundo Fonseca, é o desequilíbrio duradouro provocado pela recessão no mercado de trabalho.

Numa amostra de 53 países cujas recessões se encerraram antes da crise global de 2008, a taxa natural de desemprego não voltou aos níveis que tinha antes. Na mediana, ficou 1,5 ponto acima, 30 trimestres depois do início da crise.

Já nas crises mais profundas, semelhantes à brasileira, a alta foi de 1,9 ponto percentual.

O economista ressalva que analisar o caso específico do Brasil tem limitadores, como o fato de que a Pnad contínua começa apenas em 2012, o que dificulta observar como o desemprego se comportou em outros períodos recessivos da história.

Na comparação internacional, é preciso considerar fatores como o grau de flexibilização do mercado de trabalho —regras e encargos sobre contratações podem adiar a retomada.

"Num país com flexibilidade grande, como os Estados Unidos, a queda do desemprego depois da crise de 2008 foi muito mais rápida que em outros países."

Outro fator que poderia mitigar o impacto sobre o desemprego, diz Fonseca, é o investimento em educação, principalmente dos mais jovens.

Isso compensaria a perda de experiência que eles vão sofrer pelo desemprego mais alto, que dificulta a entrada no mercado de trabalho.

FONTE:FOLHA DE S.PAULO



 

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Segundo André Roston, ministério tem apenas R$ 6.630 de orçamento

Sem a liberação de R$ 10 milhões que haviam sido prometidos, as fiscalizações contra o trabalho escravo no país pararam, segundo André Roston, chefe da Divisão para Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho. Ele afirmou que não há mais recursos para viabilizar uma saída sequer do grupo móvel que atende as denúncias.

A declaração foi dada durante audiência pública nesta segunda-feira na Comissão de Direitos Humanos do Senado e contrasta com a informação recente do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, de que não faltaria dinheiro para a área, após ser cobrado pelo Ministério Público do Trabalho.

Roston explicou que, sem a recomposição do orçamento, a divisão de combate ao trabalho escravo já usou praticamente toda a verba de R$ 1,7 milhão disponível para este ano, restando apenas R$ 6.630. O valor médio de uma única ação do grupo móvel gira entre R$ 60 e R$ 70 mil.

— Hoje, com o atual cenário, a gente não tem condições de fazer nenhuma operação — concluiu Roston.

Ele explicou que, segundo memorando de 9 de agosto do gabinete do ministro, haveria um repasse de R$ 10 milhões para a Secretaria de Inspeção do Trabalho, o que viabilizaria as atividades até o fim do ano. Mas, segundo informações repassadas pela área financeira da pasta do Trabalho, o Ministério do Planejamento determinou que o valor fosse destinado a outro órgão: a Dataprev.

— Em relação a esses R$ 10 milhões que seriam aportados para complementação do orçamento, hoje a orientação é de que nenhum centavo será recebido — afirmou Roston, durante a audiência.

O chefe da Divisão para Erradicação do Trabalho Escravo afirmou que o setor já fez todos os remanejamentos possíveis de recursos para priorizar a área-fim, que são as fiscalizações de campo. No entanto, sem a complementação do orçamento, o grupo móvel está fadado à paralisia:

— Não conseguiremos mais remanejar dinheiro suficiente para viabilizar uma saída do grupo móvel. Hoje, não consigo assumir o compromisso do nosso cronograma de ter as próximas operações.

Fonte: Extra