IMAGEM: DIAP

A semana pode contar com apresentação do parecer do relator sobre o trabalho em aplicativo, e subcomissão do fim da escala 6x1 pode ter parecer sobre o tema na quarta-feira.

A Comissão Especial que analisa o PLP 152/2025, que trata dos trabalhadores em aplicativos, pode ter seu relatório nesta semana. O relator, deputado Augusto Coutinho (REPUBLICANOS-PE), assim como o presidente do colegiado, deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), haviam declarado a possibilidade de apreciar a matéria ainda em novembro.

A comissão já realizou uma série de audiências públicas com dirigentes sindicais e de associações que representam os trabalhadores e as empresas de aplicativos. Também contaram com a colaboração de especialistas e pesquisadores que atuam no setor e colaboraram para o debate da regulamentação. A comissão não oficializou a agenda desta semana, mas há possibilidade de apresentação e possível análise do parecer para está semana.

Segurança

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (REPUBLICANOS-PB), convocou o relator da PEC 18/2025, deputado Mendonça Filho (UNIÃO-PE), para apresentar os principais pontos do seu relatório para os líderes da Casa nesta terça-feira (02).

A matéria ainda está em tramitação no colegiado e aguarda deliberação na Comissão Especial. Havendo consenso dos líderes com o texto apresentado pelo relator, a comissão pode deliberar a matéria na quinta e ficar pendente apenas a votação no plenário da Casa.

Para aprovação da proposta de Emenda à Constituição em plenário são necessários 308 votos em dois turnos. Havendo consenso de acordo pode-se votar nos dois turnos no mesmo dia, se aprovado a matéria vai ao Senado Federal.     

Senado

Os senadores podem votar nesta semana o PL 1791/2019, que altera a Lei nº 12.783, de 11 de janeiro de 2013, para dispor sobre o aproveitamento de empregados das empresas públicas do setor elétrico federal desestatizadas pelo Programa Nacional de Desestatização.

O objetivo da proposta é garantir que os funcionários concursados que foram demitidos sem justa causa com a privatização da empresa possam ser reaproveitados em outras empresas públicas ou de economia mista federais. A matéria pretende corrigir uma injustiça social e aproveitar um corpo técnico qualificado para o setor elétrico nacional. 

COMISSÕES CÂMARA DOS DEPUTADOS

TRABALHO

Jornada de trabalho

Subcomissão Especial da Escala de Trabalho 6 X 1 (CTRAB/SUBJORNA), realiza nesta segunda-feira (01), às 14h, na Universidade Católica de Pernambuco. Entre os convidados o Padre Pedro Rubens Ferreira Oliveira, reitor da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP; Rinaldo Júnior, vereador de Recife; Luiz Gustavo de Pádua Walfrido, presidente da UGT/PE - União Geral dos Trabalhadores; Aldo Amaral de Araújo, presidente do SINTEPAV/PE (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado de Pernambuco e construção pesada; Maurício Laranjeira, representante da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco – FIEP e Jullyane Vasconcelos das Chagas, representante da FECOMÉRCIO/PE.

Apresentação de relatório

Na quarta-feira (03), o relator, deputado Luiz Gastão (PSD-CE) pode apresentar seu parecer sobre a proposta para ser apreciado na Subcomissão da Escala 6x1. A reunião para apresentação do parecer está agendada para às 9h no plenário 12 do anexo II da Câmara. 

Precarização de trabalho no Banco do Brasil

A Comissão de Trabalho realiza nesta segunda-feira (01), audiência pública para debater sobre a precarização das condições de trabalho no Banco do Brasil. De iniciativa da deputada Erika Kokay (PT-DF), entre os convidados estão Rodrigo Lopes Britto, presidente da Federação das Trabalhadoras e dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte - Fetec-CUT/CN; Eduardo Araújo de Souza, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília e Juvândia Moreira; presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT - Contraf – CUT. A reunião será no plenário 12 do anexo II da Câmara dos Deputados.

SAÚDE

Saúde mental dos trabalhadores da saúde

A Comissão de Saúde realiza nesta segunda-feira (01), seminário para debater a “Saúde Mental de Trabalhadores da Saúde de Santa Catarina”.  A atividade será na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC) com início às 8h.

De iniciativa da deputada Ana Paula Lima (PT-SC), o evento tem como objetivo debater sobre a saúde mental das trabalhadoras e dos trabalhadores da saúde de Santa Catarina, fomentando políticas públicas eficazes e garantindo-lhes ambientes de trabalho mais humanos e saudáveis.

A primeira palestra será sobre “Cuidar de quem cuida” estratégias de prevenção, acolhimento e promoção da saúde mental das trabalhadoras e dos trabalhadores da saúde com Fernanda Magano, presidenta do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO

Reforma Administrativa

A Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados realiza nesta segunda-feira (01), dois seminários sobre reforma administrativa. Primeiro será na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul (RS), de iniciativa da deputada Denise Pessoa (PT-RS). O outro evento será na sede do Sindserv de Santo André, localizada na Rua Catequese, 756 e de iniciativa da deputada Professora Luciane Cavalcante (Psol-SP). Os dois eventos terão início às 19h.

Teletrabalho no Serviço Público

Na terça-feira (02), o colegiado realiza audiência para debater a “Regulamentação do Teletrabalho no Serviço Público”. A iniciativa é da deputada Erika Kokay (PT-DF).  Entre os convidados Gabriela Perfeito, presidente do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sindtamaraty); Epitácio da Silva Ribeiro, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (SINAL); João Domingos, presidente da Confederação dos Servidores do Brasil (CSPB); Pedro Armengol, Secretário Adjunto de Relações de Trabalho Central Única dos Trabalhadores (CUT) entre outros. O evento será no plenário 8 do anexo II da Casa às 10h. 

FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO

Criação de cargos no TST

A Comissão de Finanças e Tributação pode votar nesta semana o PL 7927/2014, que dispõe sobre a criação de cargos de provimento efetivo no Quadro de Pessoal da Secretaria do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. O relator, deputado Florentino Neto (PT-PI) apresentou seu parecer pela compatibilidade financeira da matéria.

Programa de Alimentação para trabalhador da construção Civil

Outra matéria em pauta é o PL 2134/2003 que institui o Programa de Alimentação para os trabalhadores da Construção Civil. De autoria do deputado Vicentinho (PT-SP), a matéria tem como relator a deputada Ana Pimentel (PT-MG) e seu parecer é pela não implicação da matéria em aumento ou diminuição da receita ou da despesa pública. O colegiado se reúne no plenário 4 às 10h.

CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

Trabalhador essencial de limpeza urbana

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados pode votar o PL 4146/2020, que regulamenta a profissão de Trabalhador essencial de limpeza urbana. A matéria tem como relator o deputado Leur Lomanto Júnior (UNIÃO-BA) e seu parecer é pela constitucionalidade da matéria.

Técnico de imobilizações ortopédicas

A comissão pode votar também o PL 2194/2019 que regulamenta o exercício da profissão de técnico de imobilizações ortopédicas. De autoria do deputado André de Paula (PSD-PE) , o projeto conta com o parecer pela constitucionalidade do deputado Fausto Pinato (PP-SP). A comissão se reúne nesta quarta-feira (03), às 11h no plenário 1 do anexo II da Casa.

Piso salarial da educação básica

Nesta quinta-feira (04) a comissão realiza audiência para debater sobre PL 2531/21 e 3817/20 que tratam do Piso salarial da educação básica. A reunião está prevista para às 10h no plenário 1 do anexo II da Casa e tem como convidados o ministro da Educação Camilo Santana, Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE; Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios – CNM. Entre outros.

COMISSÃO DE CULTURA

Construindo uma regulamentação para os trabalhadores da cultura

Nesta quarta-feira (03), às 13h30, a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados realiza reunião deliberativa no anexo II do plenário 10 da Casa. O objetivo é avançar na construção de diretrizes que garantam melhores condições de trabalho, proteção social e segurança jurídica para artistas, técnicos e demais profissionais da cultura em todo o país.

Trabalhadores em cultura

Já na pauta deliberativa da comissão, os deputados podem votar o requerimento 57/2025, que solicita a realização de audiência pública para discutir a regulamentação das atividades dos trabalhadores da cultura, visando assegurar maior proteção social ao setor.

Ainda na pauta, o PL 443/2025, que propõe o “Programa Desenrola Cultura”, destinado à renegociação de dívidas de profissionais e trabalhadores culturais.

COMISSÕES SENADO FEDERAL

CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA

Acumulação remunerada de cargo de professor

A comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania do Senado Federal pode votar a PEC 169/ 2019 que altera o art. 37 da Constituição Federal para permitir a acumulação remunerada de um cargo de professor com outro de qualquer natureza. A proposta tem parecer favorável do relator, senador Zequinha Marinho (PODEMOS-PA). O colegiado se reúne no anexo II da ala senador Alexandre Costa no plenário 3 da Casa às 9h.

ASSUNTOS SOCIAIS

Licença paternidade

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado pode apreciar o PL 5811/2025, que dispõe sobre a licença-paternidade; institui o salário-paternidade no âmbito da Previdência Social; e altera a Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis nºs 8.212, de 24 de julho de 1991 (Lei Orgânica da Seguridade Social), 8.213, de 24 de julho de 1991, e 11.770, de 9 de setembro de 2008. A relatora é a senadora Ana Paula Lobato (PDT-MA) que ainda não apresentou parecer sobre a matéria. O colegiado se reúne nesta quarta-feira (03), às 9h no anexo II da ala senador Alexandre Costa no plenário 9.

DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA DO SENADO FEDERAL

Prorrogação do seguro-desemprego entra em análise na CDH

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa realiza reunião deliberativa e na pauta, a Sugestão Legislativa 17/2020, que propõe a prorrogação do pagamento de parcelas do seguro-desemprego para trabalhadores em situação de vulnerabilidade econômica.

A proposta tem como finalidade ampliar a proteção social diante de cenários de desemprego prolongado, garantindo suporte financeiro adicional aos beneficiários do programa. A análise da SUG 17/2020 também busca contribuir para a construção de estratégias de enfrentamento ao desemprego e para o fortalecimento de políticas públicas de amparo ao trabalhador. A reunião será nesta quarta-feira (03) às 11h, no anexo II da ala Senador Nilo Coelho no plenário 2 da Casa.

FONTE: DIAP

IMAGEM: Semadesc/Governo do MS

Hidrovia do Paraguai bate recorde e Brasil amplia testes para lançamento espacial

Recorde na hidrovia

A hidrovia do Rio Paraguai registrou um volume recorde de 7,6 milhões de toneladas de mercadorias transportadas no acumulado de janeiro a setembro deste ano. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), esse volume representa um aumento de 173% em comparação com o mesmo período de 2024, quando o rio enfrentou problemas de baixo nível. O desempenho superior ocorreu devido às condições favoráveis de navegação, com níveis acima de 1,5 metro em Ladário (MS).

Carga principal

A maior parte da carga transportada — cerca de 7 milhões de toneladas — é composta por minério de ferro, proveniente das minas de Corumbá e Ladário. O balanço também teve contribuição de soja, ferro e aço, terras e pedras, e carvão vegetal.

Terminais

A dependência da hidrovia pelo minério de ferro é evidenciada pela movimentação dos principais terminais. O porto Gregório Curvo (exclusivo da LHG Mining), na região de Porto Esperança, movimentou 4,2 milhões de toneladas. O terminal Vetorial Logística, em Corumbá, ficou em segundo, com 1,8 milhão de toneladas, seguido pelo terminal da Granel Química, em Ladário, com 1,2 milhão de toneladas. Toda essa carga teve como principal destino o mercado internacional, especialmente a China.

Integração na América do Sul

A importância da hidrovia também é evidenciada pelos planos do Ministério do Planejamento e Orçamento, de inseri-la ao projeto Rotas de Integração Sul-Americana. A Hidrovia Paraguai-Paraná é um componente da Rota Bioceânica de Capricórnio (Rota 4), que busca integrar o Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai, encurtando trajetos para a Ásia. Essa rota  sairá de São Paulo, passará por Mato Grosso do Sul, entrará no Chaco Paraguaio, no norte da Argentina, e cruzará a Cordilheira até o Chile. O projeto incorpora ferrovias e hidrovias.

FONTE: BE NEWS

 

 

Em reunião do Fórum pela Retomada da Indústria Naval e Offshore, realizada nesta quarta-feira (26/11), no Centro do Rio de Janeiro, o presidente da Conttmaf e do Sindmar, Carlos Augusto Müller, criticou a falta de interesse de sucessivos governos estaduais do Rio de Janeiro no tema e destacou a importância de o fórum identificar e propor um plano estratégico voltado para o desenvolvimento da indústria naval no estado.

Para Müller, todos aqueles que se beneficiam da economia do setor deveriam se comprometer com a busca por soluções que promovam a retomada da construção de navios no Rio de Janeiro, como já vem ocorrendo em Pernambuco, na Bahia e nos estados do Sul do Brasil.

O dirigente sindical defendeu, ainda, que a Marinha Mercante e a Construção Naval do País precisam fazer parte dos planos governamentais nas esferas federal, estadual e municipal para alavancar a economia, principalmente em locais que já contam com estrutura para atender a demandas futuras.

O encontro contou com a participação do diretor do Conselho Regional dos Técnicos Industriais (CRT-RJ), Luiz Sérgio de Oliveira, o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Joacir Pedro, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis, Weliton Terra, e o CEO do Estaleiro Mauá, Miro Arantes, além de dirigentes de sindicatos laborais do setor.

IMAGEM: (Foto Ricardo Stuckert/PR)

Com foco está em barcos de apoio e de cabotagem, nas contratações preveem uso de tecnologias para reduzir as emissões de carbono

Petrobras e a Transpetro vêm firmando desde 2023 uma série de contratos voltados à retomada da indústria naval brasileira, com foco em barcos de apoio à produção offshore e de cabotagem, e uso de novas tecnologias para reduzir as emissões de carbono.

Os acordos consolidam a política de conteúdo local e a reativação de estaleiros que estavam ociosos há quase uma década. As contratações na indústria naval são um tema caro ao presidente Lula (PT), já que esse setor foi um forte motor de geração de empregos nos governos anteriores do petista.

Segundo a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, a estatal já contratou 44 de 48 navios planejados para estaleiros brasileiros até o final de 2026.

Quais foram os estaleiros contratados até agora?

Estaleiro Enseada — Bahia

A Petrobras retomou os investimentos na indústria naval na Bahia com o anúncio da construção de seis embarcações de apoio offshore no estaleiro Enseada, em Maragogipe, em parceria com a Compagnie Maritime Monegasque (CMM).

O investimento total é de R$ 2,58 bilhões, com previsão de gerar mais de 5,4 mil empregos diretos e indiretos.

O anúncio ocorreu em outubro com a presença do presidente Lula, do governador Jerônimo Rodrigues (PT), da presidente da Petrobras, e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), além de centenas de trabalhadores do estaleiro.

“Estou aqui para recuperar a indústria naval brasileira, mas os caras que deixaram um estaleiro dessa magnitude parado deveriam ser presos por causarem prejuízos à população brasileira”, afirmou Lula.

As embarcações do tipo ORSV terão propulsão híbrida e possibilidade de conversão futura para etanol, reduzindo até 25% das emissões de CO2.

“Aqui, no Estaleiro Enseada, renascem quase 7 mil empregos diretos de qualidade. Salários dignos para melhorar a vida das famílias. Mais de 90% dos postos de trabalho estão sendo ocupados por gente daqui, do Recôncavo Baiano. Mão de obra local, benefício local”, disse Silveira.

Paralelamente, o conselho gestor do Fundo da Marinha Mercante (FMM), administrado pelo Ministério de Portos e Aeroportos, destinou R$ 611,7 milhões ao estaleiro baiano para a construção de 80 embarcações.

Entre os subsídios que o Brasil utiliza para fortalecer a indústria naval, o FMM é a principal ferramenta, financiando a renovação da frota e a reparação de embarcações.

Na ocasião, a Petrobras assinou, ainda, um protocolo de intenções com o governo da Bahia para levar plataformas a serem descomissionadas para o canteiro de São Roque do Paraguaçu.

Ecovix e Mac Laren — Rio Grande (RS) e Niterói (RJ)

Em fevereiro de 2025, a Transpetro contratou o consórcio formado pelos estaleiros Ecovix, de Rio Grande (RS), e Mac Laren, de Niterói (RJ), para a aquisição de quatro navios da classe Handy, com valor de US$ 69,5 milhões por embarcação.

As unidades terão entre 15 mil e 18 mil toneladas de porte bruto, aptas a operar com bunker ou biocombustíveis, e contarão com soluções de eficiência energética que devem reduzir em 30% as emissões em relação aos atuais navios da frota.

O conselho diretor do Fundo da Marinha Mercante aprovou R$ 1,6 bilhão em créditos para as embarcações.

Bram Offshore e Starnav — Navegantes e Itajaí (SC)

Estaleiros nacionais em Navegantes e Itajaí, em Santa Catarina, foram contratados pela Petrobras em dezembro de 2024 para a construção de 12 embarcações do tipo Platform Supply Vessel (PSV), usadas no transporte de equipamentos e apoio a plataformas offshore.

O investimento totaliza R$ 16,5 bilhões, e os contratos incluem um período de até quatro anos para mobilização e 12 anos de operação, com exigência de 40% de conteúdo local.

As empresas Bram Offshore e Starnav Serviços Marítimos serão responsáveis, cada uma, por seis embarcações. Do valor total, R$ 5,2 bilhões serão destinados a investimentos em construção naval no Brasil.

As embarcações serão construídas nos estaleiros próprios das empresas vencedoras — em Navegantes (Bram) e Itajaí (Starnav) — e devem ser incorporadas às operações logísticas de E&P da Petrobras até 2028.

Além disso, a estatal também afretou quatro barcos do tipo ROV Support Vessel (RSV), de apoio a operações submarinas à Bram Offshore, em contratos que somam mais R$ 10,2 bilhões.

Os navios também serão construídos no estaleiro Navship em Navegantes (SC), com previsão de entrega entre 2029 e 2030. O projeto requer no mínimo 40% de conteúdo local na fase de construção e 60% na operação.

As unidades terão tecnologia de geração híbrida e soluções inovadoras nos sistemas de propulsão, além da possibilidade de operar com etanol.

Samsung Heavy Industries — Coreia do Sul

A Transpetro contratou em março deste ano nove navios de posicionamento dinâmico da classe Suezmax DP2, que vão dobrar a capacidade de alívio de plataformas da companhia de 700 mil para 1,35 milhão de toneladas de porte bruto (TPB).

As embarcações, com 150 mil TPB cada, serão construídas no estaleiro Samsung, na Coreia do Sul, com entregas previstas para 2027 e 2028. O contrato de US$ 2 bilhões terá duração de 15 anos.

Segundo a companhia, a expansão visa atender ao crescimento da produção de petróleo da Petrobras. Os novos navios incluem tecnologias como motores de baixa emissão de enxofre, preparação para combustíveis alternativos (metanol e etanol) e conexão com energia em terra (shore-power).

De acordo com a empresa, as inovações devem reduzir em até 30% as emissões de gases, alinhando-se às normas da Organização Marítima Internacional (IMO).O que foi prometido?

Transpetro

O Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras (TP 25) foi anunciado pelo presidente da Transpetro, Sergio Bacci, em maio de 2023, e teve a primeira licitação lançada em julho de 2014, para quatro embarcações.

Segundo Sérgio Bacci, o programa vai ampliar em pelo menos 25% a capacidade logística de cabotagem da companhia até 2030.

“As futuras licitações previstas no TP 25 vão garantir uma demanda perene, que irá incentivar a retomada da indústria naval no país. Essa é uma determinação do governo e estamos cumprindo de maneira efetiva e atendendo todos os interesses de negócio do sistema Petrobras”, disse em nota.

Bacci lembrou que a retomada dos investimentos no setor foi uma promessa de mandato de Lula.

“Desde que Lula assumiu o 3º mandato, começamos a retomada da indústria naval. As encomendas da Transpetro superam R$ 23 bilhões, aquecendo a indústria naval”.

Em fevereiro de 2025, a Transpetro lançou licitação para oito gaseiros, com capacidades de 7 mil, 10 mil e 14 mil m³, passando a carregar amônia, e permitindo triplicar o transporte de GLP e derivados.

FONTE: Eixos – Moksha de Castro

IMAGEM: THE MARITIME EXECUTIVE

Uma década após o naufrágio de um navio de transporte de gado no cais da Amazônia brasileira, o Ministério Público Federal entrou com uma ação judicial exigindo a remoção imediata do casco, ações de remediação e indenização pelos danos causados. O naufrágio da embarcação Haidar, em outubro de 2015, é considerado um dos piores desastres ambientais da história do Brasil, e os promotores alegam que a remediação e a recuperação foram mal conduzidas.

O Ministério Público Federal do Pará entrou com a ação em 25 de novembro, solicitando uma decisão urgente da Justiça. Eles pedem que o tribunal ordene aos réus a apresentação, em 30 dias, de um plano preventivo para a remoção do óleo ainda presente a bordo do navio. Também solicitam que o tribunal ordene, em 60 dias, a remoção do casco, incluindo os resíduos de óleo ainda presentes e os restos mortais de até 5.000 cabeças de gado que estavam a bordo no momento do naufrágio

Uma década após o naufrágio de um navio de transporte de gado no cais da Amazônia brasileira, o Ministério Público Federal entrou com uma ação judicial exigindo a remoção imediata do casco, ações de remediação e indenização pelos danos causados. O naufrágio da embarcação Haidar, em outubro de 2015, é considerado um dos piores desastres ambientais da história do Brasil, e os promotores alegam que a remediação e a recuperação foram mal conduzidas.

O Ministério Público Federal do Pará entrou com a ação em 25 de novembro, solicitando uma decisão urgente da Justiça. Eles pedem que o tribunal ordene aos réus a apresentação, em 30 dias, de um plano preventivo para a remoção do óleo ainda presente a bordo do navio. Também solicitam que o tribunal ordene, em 60 dias, a remoção do casco, incluindo os resíduos de óleo ainda presentes e os restos mortais de até 5.000 cabeças de gado que estavam a bordo no momento do naufrágio.

O processo também exige uma avaliação ambiental atualizada das águas e sedimentos do Rio Pará, próximo ao Porto de Vila do Conde, onde a embarcação afundou. Acredita-se ainda que um novo plano de remediação ambiental seja necessário. Os promotores pedem ao tribunal uma indenização de quase US$ 1 milhão devido aos danos à qualidade de vida, ao turismo e à pesca. Solicitam também uma indenização de US$ 17.000 para um novo fundo para a região.

O Haidar estava atracado carregando gado para exportação quando começou a adernar no início da manhã de 6 de outubro de 2015. Segundo relatos, o capitão suspendeu o carregamento, mas os animais se assustaram e se deslocaram para a lateral do navio, aumentando a inclinação. Relatórios posteriores atribuíram o naufrágio às condições da maré no rio e constataram que as escotilhas laterais ficaram presas em duas defensas do cais. Preso, o navio não conseguiu acompanhar a maré e tombou para um dos lados.

Alguns bovinos conseguiram escapar da embarcação e alguns foram salvos, mas muitos se afogaram. As carcaças de até 1.000 cabeças de gado foram retiradas do rio ou levadas pelas ondas até praias a cerca de 4 quilômetros do naufrágio. Acredita-se que os restos mortais de até 3.900 cabeças de gado estejam presos no navio.

O navio Haidar, construído em 1994, tinha quase 6.500 toneladas de porte bruto e era operado por uma empresa de navegação com sede no Líbano. A empresa, juntamente com seus agentes locais, é ré no processo, assim como o governo federal e o governo estadual do Brasil.

O processo alega que há aproximadamente 700.000 litros de óleo e resíduos presos a bordo do navio. Uma estimativa do pior cenário possível, prevista no plano de controle ambiental, aponta para 215.000 litros de diesel, combustível e lubrificantes a bordo. Após o naufrágio inicial, houve um novo vazamento em 2018 e uma nova denúncia em 2022.

O processo aponta falhas em tentativas anteriores de remediação. Em 2019, um contrato foi concedido para a remoção da estrutura submersa, mas foi posteriormente rescindido sem que o trabalho tivesse sido iniciado. O processo alega que os esforços resultaram em “medidas técnicas inadequadas” que não conseguiram remover completamente o combustível da estrutura.

Isso fazia parte do resultado de um acordo de fevereiro de 2018, que também destinou US$ 1,4 milhão às famílias afetadas na região e US$ 560 mil para um fundo comunitário.

O processo relata que o banho continua proibido na área e que bares, restaurantes e pousadas foram fechados. O local já foi um destino turístico popular e, além disso, os moradores estão impedidos de pescar.

No início deste ano, a BNAmericas noticiou que a Norsk Hydro também estava ansiosa para limpar o cais a fim de aumentar a capacidade de movimentação de minério. A empresa estaria investigando o custo da remoção da estrutura submersa, que permanece submersa no cais.

FONTE: THE MARITIME EXECUTIVE

IMAGEM: SCCG/THE SUPPLY CHAIN

Continua sendo uma das queixas mais comuns entre os marinheiros do mundo todo: por que eles não são mais envolvidos no projeto dos navios, os próprios lugares onde vivem, respiram e trabalham por meses a fio?

Carl Martin Faannessen, CEO da empresa de gestão de tripulação Noatun Maritime, não hesita. "Continua sendo um mistério por que isso não faz parte integrante de todos os programas de projeto de um novo tipo de embarcação ou de construção naval", afirma. "Muitos armadores incluem a tripulação nos projetos, mas há espaço para melhorias em toda a indústria."

O apelo por uma melhor integração da experiência dos marinheiros na arquitetura naval ressoa com mais força do que nunca em toda a indústria.

Da ponte de comando à casa de máquinas, aqueles que melhor conhecem os navios argumentam que deveriam ter voz ativa no processo de projeto — não como uma reflexão tardia, mas como parte essencial da concepção naval.

Para Steven Jones, fundador do Índice de Felicidade dos Marinheiros, a lógica é óbvia. “Do desempenho às condições de vida, a ideia de que os navios são projetados e construídos sem a participação dos usuários parece totalmente ridícula”, afirma. “Da ergonomia à funcionalidade, passando pelas condições de teste da tripulação vivendo e trabalhando em conjunto — podemos fazer melhor. Devemos fazer melhor, e isso exigirá percepções empíricas. O tipo de percepção que só pode vir de quem navega.”

O Capitão Tanuj Balani, diretor da Stag Marine, empresa indiana especializada em conformidade, concorda. “Os projetistas, sentados em seus escritórios, muitas vezes negligenciam a ergonomia, o fluxo de trabalho e a consciência situacional que somente os marinheiros vivenciam”, diz. “Uma coisa é ver a planta de uma ponte no papel; outra é conviver com ela durante uma tempestade.”

Essa crescente frustração decorre de uma verdade simples: muitos navios ainda são construídos priorizando a carga, a conformidade ou o custo — e não os seres humanos que os operam.

Na V.Group, uma das maiores empresas de gestão naval do mundo, Allan Falkenberg, diretor de operações da área de Recursos Humanos Marítimos, afirma que os benefícios de envolver os marítimos são tangíveis. "A tripulação vivencia cada detalhe de uma embarcação e possui conhecimentos valiosos sobre como os navios podem ser melhor projetados, tanto em termos de conforto quanto de desempenho", diz ele.

Ele lista os fatores que podem fazer uma grande diferença na vida no mar — "considerações operacionais relacionadas aos níveis de ruído e vibração que afetam o sono, tamanho da cabine, layout e disponibilidade de espaços compartilhados para socialização".

“Alguns armadores visionários já reconhecem isso e estão investindo em espaços que realmente aprimoram a segurança e o bem-estar”, continua Falkenberg. “Exemplos de design de navios centrados no ser humano incluem minimizar a exposição da tripulação a áreas perigosas ao operar com combustíveis do futuro, por meio de monitoramento remoto e sistemas automatizados. Academias, instalações esportivas, cafés e salas de recreação a bordo também podem criar ambientes confortáveis ​​onde a tripulação pode relaxar e se conectar com os colegas, ajudando a aliviar o estresse e a construir camaradagem.”

Ele acrescenta que, à medida que o debate sobre o design de navios se torna dominado pela descarbonização e digitalização, muitas vezes são “as coisas mais simples que fazem a maior diferença”.

“Com o lançamento do nosso programa de cadetes femininas junto a um cliente importante, garantimos que a opinião dos nossos marinheiros seja levada em consideração no projeto de espaços específicos para as cadetes”, observa Falkenberg. “Quando a tripulação passa meses a bordo no mesmo ambiente, essas experiências vividas fazem toda a diferença.”

Poucos armadores levaram essa questão tão a sério quanto a Eastern Pacific Shipping (EPS). A gigante sediada em Singapura tem repensado a vida a bordo por meio do seu Programa Vida no Mar, que, segundo o CEO Cyril Ducau, foi “projetado para diminuir a distância entre o mar e a terra”.

“Já estamos estabelecendo novos padrões em condições de vida a bordo”, afirma Ducau, apontando para academias de última geração, quadras de padel, mesas de bilhar, áreas de tênis de mesa, saunas e sistemas hidropônicos projetados para promover bem-estar, recreação e conexão. As acomodações da EPS são mostradas nesta matéria.

“À medida que nossa força de trabalho de 7.000 pessoas cresce, aprimoramos continuamente todos os aspectos de bem-estar e conectividade no mar — bem-estar abrangendo tanto a saúde física quanto a mental, e conectividade abrangendo as conexões digitais e humanas”, explica ele.

A EPS chegou ao ponto de redesenhar acomodações, academias, espaços comuns e cozinhas com a contribuição direta de ex-marinheiros. “Nossas equipes de design são guiadas pelas percepções da tripulação, praticidade e funcionalidade para aprimorar a vida a bordo”, afirma Ducau.

Ele observa que a conectividade confiável à internet tornou-se tão importante quanto o espaço da academia. “Todas as embarcações da EPS são equipadas com internet via satélite de alta velocidade, e os pacotes de dados e conectividade são revisados ​​regularmente para garantir que nossos marinheiros permaneçam conectados com suas famílias, colegas em terra, plataformas de aprendizado e o mundo em geral.

“Esses esforços refletem nossa crença de que uma vida plena no mar vai além da segurança e da remuneração — trata-se de dignidade, conforto e comunidade”, enfatiza Ducau. “Ao reimaginar a vida a bordo por meio do bem-estar físico, mental e digital, buscamos tornar cada embarcação EPS um verdadeiro lar no mar.”

A armadora holandesa Karin Orsel, CEO do MF Shipping Group, concorda plenamente. “Aqueles que operam as embarcações diariamente têm conhecimentos valiosos sobre usabilidade, ergonomia, segurança e eficiência”, afirma. “Incorporar o feedback deles resulta em navios mais seguros, práticos e com melhor desempenho.”

Na Stella Maris, uma importante instituição de caridade voltada para o bem-estar marítimo, o CEO Tim Hill considera a opinião dos marítimos uma necessidade tanto moral quanto operacional. “Ouvir aqueles que usam os navios todos os dias deveria ser prática padrão”, diz ele. “A contribuição da tripulação pode melhorar a ergonomia, a segurança, o conforto e os espaços sociais. Esses são fatores que afetam diretamente o bem-estar e o moral. Levar essas perspectivas em consideração beneficia tanto a empresa quanto a tripulação.”

Do ponto de vista da gestão naval, Manpreet Gandhi, diretor marítimo da Ishima, gestora interna do Grupo d’Amico, afirma que suas equipes já estão implementando essa prática. “Coletar o feedback dos marítimos é parte integrante da nossa abordagem, principalmente no que diz respeito ao projeto e layout das salas de máquinas e outras áreas operacionais essenciais”, explica. “Priorizar o design centrado no ser humano não só aumenta a eficiência, como também desempenha um papel crucial na redução do risco de acidentes e na melhoria da segurança geral a bordo.”

Na NSB Crewing Solutions, o vice-presidente de operações de tripulação, Simon Frank, descreveu os marítimos como os “superusuários” dos navios. “Eles fornecem as experiências mais completas e detalhadas sobre o funcionamento, a acessibilidade das escotilhas, válvulas, layout da ponte de comando, etc.”

Das Filipinas, Marlon Roño, presidente da Magsaysay People Resources Corporation, reforça a mesma ideia. “A opinião dos marítimos deve ser incorporada ao projeto dos navios”, afirma. “Eles podem fornecer imediatamente insights práticos que podem resolver desafios ergonômicos comuns e aumentar a segurança e a eficiência a bordo. Os marítimos são os usuários finais e os operadores da linha de frente, e como o navio serve como seu segundo lar, suas opiniões são vitais para a criação de um ambiente mais seguro e habitável.”

Na RINA, a sociedade classificadora italiana, Brian Yam, diretor, afirma que o valor dessa colaboração é mensurável. “Os insights operacionais dos marítimos são inestimáveis”, diz ele. “O feedback dos marítimos influenciou o design ergonômico dos consoles da ponte de comando e a integração de sistemas inteligentes de monitoramento. Ao conectar padrões técnicos com a experiência prática, ajudamos os armadores a construir navios mais seguros, inteligentes e comercialmente resilientes.”

Para Wiebke Schuett, vice-presidente de pessoal marítimo da Wilhelmsen Ship Management, a lógica é igualmente clara. “É sempre valioso obter a perspectiva do usuário final”, afirma. “Os navios são projetados principalmente para terminais, portos e cargas, mas incorporar as percepções e necessidades dos marítimos — as pessoas que operam essas embarcações diariamente — pode melhorar significativamente a segurança, a eficiência e o bem-estar geral da tripulação.”

Eva Rodriguez, diretora de RH marítimo da Bernhard Schulte Shipmanagement, acredita que esse envolvimento constrói mais do que apenas navios melhores. “Incorporar a opinião dos marítimos no projeto dos navios é fundamental para garantir a relevância prática e refletir a realidade da vida diária a bordo”, diz ela. “Isso não só resulta em embarcações mais funcionais e eficientes, como também promove um senso de pertencimento e reconhecimento entre aqueles que trabalham no mar.

Simona Toma, chefe de RH marítimo da Columbia Shipmanagement, acrescenta que o design baseado na experiência dos marítimos também contribui para a retenção de pessoal. "Recursos como espaços recreativos aprimorados, instalações de ginástica e áreas sociais podem melhorar muito a vida a bordo", afirma. "Essa abordagem contribui para o moral, a retenção e o desempenho operacional, ao mesmo tempo que alinha o projeto do navio com a experiência real da vida marítima."

Olhando para o futuro, Andrew Airey, diretor administrativo da Highland Maritime, oferece um caminho tecnológico. "Agora é muito mais fácil fazer isso com o uso de modelagem digital 3D e realidade virtual – imersão, observação e teste em realidade virtual do projeto da embarcação, desde que se utilize a tripulação marítima atual no processo", explica ele à Splash.

Esse último ponto – o uso efetivo dos marítimos – pode ser o princípio de design mais simples e poderoso de todos. Por décadas, a indústria aprimorou as formas dos cascos, os sistemas de propulsão e o controle de emissões, mas o elemento humano muitas vezes foi negligenciado.

Agora, com ferramentas digitais, maior conscientização sobre bem-estar e uma geração mais jovem e participativa de marítimos, esse desequilíbrio finalmente poderá ser corrigido.

FONTE: SPLASH247.COM

IMAGEM: POLITIZE

Nos três meses até setembro, a taxa estava em 5,6%

A taxa de desemprego do Brasil foi de 5,4% no trimestre encerrado em outubro, o menor patamar registrado em toda a série histórica, que começou em 2012. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A população desocupada caiu para o menor contingente desde o início da pesquisa. Nos três meses até setembro, o Brasil registrou 5,91 milhões de pessoas nessa condição. O resultado representa uma queda de 3,4% na comparação com o trimestre anterior (menos 207 mil pessoas) e de 11,8% em um ano (menos 788 mil pessoas).

Anteriormente, nos três meses até setembro, a taxa estava em 5,6%, resultado que repetia o índice verificado nos trimestres até julho e agosto de 2025.

A população desempregada é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem trabalho e que seguem em busca de oportunidades.

No período, o total de trabalhadores do país foi de 102,5 milhões, patamar recorde, segundo o instituto. O número ficou estável em relação ao trimestre imediatamente anterior, encerrado em setembro, quando o instituto registrou 102,43 milhões de pessoas ocupadas.

Já o nível da ocupação, que representa o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, ficou em 58,8%.

Os dados do IBGE integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento investiga tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

IMAGEM: UFSC

CNPq e MCTI destinam R$ 8,6 milhões para pesquisas em infraestrutura marítima, tecnologias digitais e segurança da navegação na Amazônia

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) financiarão projetos de pesquisa voltados ao avanço tecnológico do transporte aquaviário e da construção naval no Brasil.

Com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), a chamada pública Transporte Aquaviário e Construção Naval incentiva soluções que vão da modernização da infraestrutura portuária à segurança da navegação em regiões críticas, como a Amazônia. As propostas podem ser submetidas até 29 de dezembro de 2025.

O investimento total previsto é de R$ 8,6 milhões, destinados a iniciativas que aproximem instituições científicas e tecnológicas do setor produtivo. Cada projeto poderá solicitar até R$ 500 mil em apoio, na forma de bolsas de fomento tecnológico.

A chamada abrange desde estudos de base até o desenvolvimento de aplicações que contribuam para a modernização da indústria naval brasileira e para a implementação de soluções sustentáveis e de baixo custo em embarcações fluviais.

As propostas devem se enquadrar em uma das seis linhas de pesquisa estabelecidas no edital:

  1. Construção, montagem e logística em atividades offshore, incluindo adequação da infraestrutura portuária e plataformas marítimas;
  2. Tecnologias de Informação e Comunicação aplicadas ao setor aquaviário, como IoT, sensores, 5G/6G, inteligência artificial, automação e robótica naval;
  3. Veículos de superfície ou submersíveis, autônomos ou remotamente operados, para atividades offshore e monitoramento ambiental;
  4. Digitalização da navegação e e-navigation;
  5. Segurança da navegação na região amazônica;
  6. Prevenção do escalpelamento no transporte aquaviário, com foco em estudos e soluções de baixo custo para embarcações amazônicas.

Podem participar grupos de pesquisa vinculados a Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs), em parceria obrigatória com empresas ou entes do setor produtivo.

Para promover a descentralização regional, a chamada prevê que no mínimo 30% dos recursos sejam destinados a projetos de instituições sediadas nas regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste. Os projetos terão prazo máximo de execução de 12 meses.

As propostas devem ser apresentadas exclusivamente pela Plataforma Carlos Chagas.

Acessa a página da Chamada Pública CNPq/MCTI/FNDCT Nº 25/2025 – Transporte Aquaviário e Construção Naval

Fonte: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

IMAGEM: IMO

O Brasil concorre à reeleição no Conselho da Organização Marítima Internacional (IMO), para o biênio 2026-2027.

Membro da IMO desde 1963, o Brasil disputa o pleito na categoria destinada a Estados com maior interesse no comércio marítimo internacional. O resultado será anunciado pelo presidente da 34ª assembleia da entidade, ao final da sessão eleitoral, que ocorrerá na próxima sexta-feira (28).

O Brasil ocupa o assento no Conselho de forma ininterrupta desde 1967. A votação dos 40 membros que vão compô-lo ocorrerá ao longo da assembléia, da qual participam os 176 membros.

A Marinha destaca que, desde o ano 2000, é responsável pela atuação da representação permanente do Brasil junto à IMO, participando dos debates em defesa dos interesses nacionais, particularmente relacionados à segurança da navegação, à proteção do meio ambiente marinho e à sustentabilidade e eficiência do setor marítimo.

FONTE: PORTOSeNAVIOS

IMAGEM: MARCELLO CASAL/AGÊNCIA BRASIL

Marcos Verlaine*

O fim da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) como código protetivo do trabalho é vendido como sinônimo de modernidade. Os defensores dessa premissa neoliberal afirmam que a “liberdade de contratar” e a “flexibilização das regras” trariam prosperidade e mais empregos.

Mas o que se chama de liberdade é, na verdade, desproteção. Entre o grande e o pequeno, entre o rico e o pobre, a liberdade não é campo nivelado. Nem tampouco corda esticada: o lado mais fraco sempre cede primeiro.

A CLT não oprime — protege. O que oprime é a ausência de limites, é o poder absoluto do capital sobre o trabalho.

Mito da negociação individual

O discurso da “livre negociação” ignora a realidade do mercado de trabalho brasileiro. Segundo o IBGE, mais de 36 milhões de pessoas vivem hoje na informalidade — quase 40% da força de trabalho.

Esses trabalhadores aceitam qualquer condição, não por vontade, mas por necessidade. Em país onde impera desigualdades estruturais, falar em “negociação individual” é pura ficção: o empregador e o empresário podem esperar, o trabalhador não.

Sem sindicatos fortes e sem a CLT, o diálogo se torna monólogo — e quem fala mais alto é quem paga o salário.

Sem direitos, a liberdade vira exploração

A CLT é fruto de lutas históricas. Sem essa baliza, o retrocesso seria — como de fato foi — brutal.

Uma mulher grávida poderia ser demitida às vésperas do parto, sem licença nem estabilidade. O trabalhador poderia cumprir jornadas de 12 ou 14 horas sem direito a hora extra. As férias poderiam ser suprimidas. O 13º salário viraria lembrança.

Esses não são exageros, são fatos históricos. Antes de 1943, quando a CLT foi criada, era assim que o Brasil tratava quem vivia do próprio trabalho. O que se chama hoje de “flexibilização” é, na prática, volta à exploração legalizada.

Números da precarização

A Reforma Trabalhista de 2017 foi o primeiro ensaio desse modelo. Prometeu milhões de empregos e mercado “dinâmico”. O resultado, segundo o IBGE e o Dieese, foi o oposto:

  • O emprego informal cresceu mais de 20% desde 2017;
  • O emprego formal com carteira subiu apenas 5%;
  • O salário médio real caiu cerca de 10% nos últimos anos; e
  • O contrato intermitente, símbolo da “modernização”, não chega a 1% dos vínculos, com rendimentos 45% menores que os contratos tradicionais.

A reforma precarizou o trabalho, enfraqueceu os sindicatos e aprofundou a insegurança. A “liberdade” virou sinônimo de incerteza.

Retrocesso travestido de modernidade

Os defensores do fim da CLT argumentam que a legislação trabalhista é “antiga”, “engessada”, “incompatível” com o século 21. Mas o que chamam de atraso é, na verdade, civilização.

A CLT foi criada para conter a lógica brutal do mercado, que trata o trabalhador como custo. Sem essa barreira, voltamos à era em que o lucro justificava qualquer abuso.

Modernidade não é voltar ao passado. É atualizar a proteção social para novo tempo — com trabalho digno, tecnologia a serviço das pessoas e valorização da renda.

O direito que liberta

Direito não é obstáculo à liberdade — é sua condição. A CLT é o instrumento que torna a liberdade possível também para o mais fraco.

Sem leis que equilibrem as relações de poder, a liberdade é privilégio de poucos.

É o direito que liberta, e não a ausência deste.

Em nome da “eficiência”, o neoliberalismo tenta apagar essa verdade: sociedade sem garantias trabalhistas é sociedade que normaliza a exploração e destrói a dignidade de quem produz.

Liberdade que escraviza

O fim da CLT seria o triunfo da liberdade que oprime — a vitória da força sobre a justiça. O progresso real não virá com o desmonte dos direitos, mas com sua ampliação.

Sem o direito, o trabalhador perde a voz. Sem proteção, a liberdade se torna servidão.

E uma sociedade que chama isso de modernidade está, na verdade, voltando para trás.

(*) Jornalista, analista político e assessor parlamentar do Diap

FONTE: DIAP

IMAGEM:  BUREAU VERITAS

O esforço global para desenvolver corredores de navegação verde ganhou impulso em 2025, com o lançamento de 25 novas rotas comerciais com emissão zero neste ano e a adesão mais firme das principais economias emergentes a esse esforço, de acordo com o mais recente Relatório Anual de Progresso sobre Corredores de Navegação Verde da Getting to Zero Coalition e do Global Maritime Forum.

A quarta edição do relatório, intitulada "Em uma Encruzilhada", eleva o número mundial para 84 iniciativas de corredores ativas — um aumento em relação às 59 do ano anterior — e mostra uma mudança significativa na atividade em direção à China (+4), Índia (+4), Brasil (+2), Chile (+2), Gana e Quênia. Os autores afirmaram que esses países estão se posicionando antecipadamente para aproveitar as vantagens industriais e do mercado de energia associadas aos novos combustíveis com emissão zero e aos centros de abastecimento de navios.

A atualização foi divulgada poucas semanas depois de a Organização Marítima Internacional adiar a adoção de sua estrutura Net-Zero planejada para pelo menos outubro do próximo ano, atrasando um sistema destinado a ajudar a reduzir a diferença de custo entre os combustíveis fósseis e as alternativas mais limpas. O relatório alertou que o revés corre o risco de alimentar uma atitude de "esperar para ver" que poderia paralisar o progresso.

"A entrada de grandes países como China, Índia e Brasil em corredores verdes é extremamente promissora", disse Jesse Fahnestock, diretor de descarbonização do Global Maritime Forum. "Mas esses corredores não são apenas projetos climáticos — são infraestrutura econômica estratégica. Os pioneiros têm a ganhar em energia, comércio e tecnologia."

Pela primeira vez, quatro projetos de corredores verdes chegaram à fase de "realização", onde a construção de embarcações, a produção de combustível ou a expansão da infraestrutura portuária estão em andamento. Mesmo assim, muitas iniciativas permanecem estagnadas na fase de viabilidade, onde os altos custos de combustível e o apoio político incerto continuam a retardar as decisões de investimento.

Em comparação com o relatório do ano passado, a composição dos segmentos de transporte marítimo mudou pouco. A principal exceção é um aumento na atividade de navios-tanque, impulsionado principalmente pela adição de seis corredores para navios-tanque de amônia. Também houve um aumento notável nas iniciativas listadas como "a serem definidas", refletindo a onda de corredores recém-anunciados que ainda precisam finalizar detalhes importantes, como o segmento de embarcação.

O relatório instou governos e a indústria a utilizarem os próximos 12 meses para avançar com projetos, em vez de aguardarem a definição da OMI. Destacou programas nacionais — incluindo o Global Gateway da UE, o H2Global e o Hydrogen Headstart da Austrália — como ferramentas imediatas que poderiam impulsionar os corredores para estágios avançados e ajudar a garantir o status de pioneiro assim que a OMI finalizar sua política.

“Temos pelo menos 12 meses antes da adoção da Estrutura de Emissões Líquidas Zero da IMO”, disse Fahnestock. “Esse tempo pode ser gasto esperando ou usado para desenvolver projetos que criem vantagens estratégicas e posicionem os participantes para futuras recompensas globais. Aqueles que agirem agora estarão em melhor posição quando a regulamentação entrar em vigor.”

Para manter o ritmo, o relatório recomendou que os parceiros do corredor avancem com os esforços para reduzir a diferença de custo do combustível, garantam a preparação para os futuros incentivos da IMO, se engajem mais ativamente com os proprietários de carga dispostos a pagar um valor adicional por um transporte mais limpo e se apoiem nas políticas nacionais para acelerar as primeiras implementações.

Desde que o conceito surgiu com a Declaração de Clydebank na COP26 em 2021, os corredores verdes têm sido vistos como um campo de provas para novos combustíveis e tecnologias que podem ditar o ritmo para uma descarbonização mais ampla no transporte marítimo. Os autores observaram que seu impacto vai além de equipamentos e investimentos — muitas das maiores mudanças estão acontecendo nos bastidores, por meio da colaboração entre portos, armadores, fornecedores de combustível e órgãos reguladores. Com o setor se aproximando de importantes metas climáticas para 2030, o relatório destacou que os próximos anos determinarão se os corredores verdes deixarão de ser projetos-piloto para se tornarem uma rede global em larga escala, capaz de impulsionar o setor rumo à neutralidade de carbono.

FONTE: SPLASH247.COM

IMAGEM: Wenjin Chen/Getty Images

O governo Trump suspendeu uma investigação sobre a indústria naval chinesa, levando Pequim a retaliar, arquivando sua própria investigação e adiando as taxas portuárias especiais para navios americanos.

O Escritório do Representante Comercial dos EUA informou que a investigação foi suspensa por um ano, a partir da meia-noite de segunda-feira, horário local. Minutos depois, o Ministério dos Transportes da China divulgou um comunicado informando que suas ações também estavam sendo adiadas para implementar o consenso alcançado nas recentes negociações comerciais com os EUA.

Os EUA continuarão negociando com a China sobre as questões levantadas na investigação, afirmou o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) em comunicado.

As suspensões eliminam alguns custos e incertezas para um setor que vinha enfrentando taxas para entregar mercadorias aos EUA. Elas cumprem um dos acordos firmados pelos presidentes Donald Trump e Xi Jinping durante as negociações na Coreia do Sul no final do mês passado.

A imposição de taxas portuárias às embarcações de ambos os países ameaçava desestabilizar o transporte marítimo global, aumentar os fretes e prejudicar o fluxo de mercadorias, incluindo commodities essenciais como o petróleo. A investigação chinesa foi uma das medidas retaliatórias anunciadas em meados de outubro e visava avaliar o impacto da investigação americana sobre o setor marítimo do país.

De acordo com um documento informativo divulgado na semana passada, os EUA suspenderão as tarifas sobre as importações de guindastes portuários e chassis da China, além de suspender as taxas cobradas de navios mercantes construídos e operados pela China que atracam em portos americanos.

A concessão americana foi criticada por grupos industriais e trabalhistas dos EUA na semana passada, que argumentaram que ela prejudicará os esforços do governo Trump para fortalecer o setor naval americano.

Trump buscava contrabalançar a crescente influência da China no setor naval com a investigação agora suspensa, bem como com acordos com o Japão e a Coreia do Sul para ajudar os EUA a revitalizar uma indústria naval doméstica em declínio.

FONTE: BLOOMBERG NEWS