A primeira em favor da vítima, igual a dez vezes a remuneração a que a trabalhadora teria direito (Andres Victorero/ iStock/Getty Images)

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A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) aprecia, nesta quarta-feira (31), às 14h30, o projeto que assegura igualdade salarial e remuneratória entre mulheres e homens na mesma função.

O PL 1.085/23, do Poder Executivo, que seria votado na comissão nesta terça-feira (30), acabou gerando discussão entre os senadores, o que motivou apresentação de pedido de vista e a retirada da matéria da pauta de votações.

Durante a reunião, a senadora Augusta Brito (PT-CE) leu o relatório favorável da senadora Teresa Leitão (PT-PE), que rejeitou todas as emendas apresentadas ao texto, o que motivou o pedido de vistas e série de DVS (destaques de votação em separado).

Parlamentares críticos ao projeto disseram concordar com a equiparação salarial entre homens e mulheres, mas afirmaram que a isonomia das remunerações pode provocar distorções.

O projeto da Presidência da República foi aprovado neste mês pela Câmara dos Deputados e tramita no Senado em regime de urgência. Além da CAE, analisam a proposta, simultaneamente, as comissões de Direitos Humanos (CDH) e de Assuntos Sociais (CAS).

 

FONTE: DIAP

 

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Desenho do governo em grande parte depende da superação de entraves no parlamento

Parcial em dois sentidos: porque ainda irá ao Senado; e principalmente pelo conteúdo da matéria.

A proposta de novo “arcabouço”, como se convencionou chamar, interessa ao mercado – ou seja, ao capital financeiro, hegemônico nas classes dominantes – porque mantém um conjunto de regras de controle das contas do governo e garantia de pagamento da remuneração de titulos sobre a dívida pública.

O arcabouço substitui o teto de gastos adotado em 2016, no governo Temer, que limitava o crescimento das despesas ao ano anterior, com correção pela inflação e que congelou investimentos em educação e saúde por 20 anos!

Agora se estabelece um limite para o crescimento dos gastos de 70% do aumento da arrecadação anual do governo. Assim, se a arrecadação aumentar 1%, as despesas poderão aumentar até 0,7%.

Entretanto, investimentos governamentais em políticas públicas básicas, como educação, saúde, programas de redução das desigualdades, ainda estarão sob controle rígido. Daí os protestos da UNE, UBES, centrais sindicais e de entidades de funcionários públicos federais, por exemplo.

O mesmo no que se refere a investimentos em infraestrutura, necessários à reativação das atividades econômicas.

Segundo o ministro Fernando Haddad, a meta é zerar o déficit fiscal até 2024. Se essa meta não for alcançada, o governo sofrerá impedimentos quanto às despesas obrigatórias, concessão de incentivos fiscais, assim como a realização de concursos públicos para recompor o funcionalismo.

Menos mal, é possível dizer, considerando-se a real correlação de forças na qual trafega o governo Lula – no conjunto da sociedade e no parlamento. 

Dado de realidade que muitos críticos, particularmente da área econômica, que se colocam à esquerda, teimam em desconhecer.

O desenho do governo em grande parte depende da superação desse entrave no parlamento, que se vier a acontecer será fruto não apenas de negociações e acordos minimamente razoáveis, mas de poderosa pressão popular ainda inexistente.

LUCIANO SIQUEIRA - Médico, membro do Comitê Central do PCdoB e secretário nacional de Relações Institucionais, Gestão e Políticas Públicas do partido,

FONTE: PORTAL VERMELHO

 (Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles)

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Dados do IBGE são relativos ao trimestre até abril; analistas projetavam taxa de 8,8%

A taxa de desemprego do Brasil foi estimada em 8,5% no trimestre até abril, o menor nível para o período desde 2015, informou nesta quarta-feira (31) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O resultado sinaliza relativa estabilidade do indicador frente aos três meses imediatamente anteriores. Na ocasião, a taxa estava em 8,4%.

O dado do trimestre até abril ficou abaixo da mediana das expectativas do mercado. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 8,8% para o trimestre até abril. 

Com o novo resultado, o número de desempregados foi estimado em 9,1 milhões no país, disse o IBGE. O contingente era de 9 milhões nos três meses anteriores. Também houve relativa estabilidade.

Os números integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). No trimestre até março, que integra outra série da Pnad, a taxa de desocupação já estava em 8,8%. 

"Essa estabilidade é diferente do que costumamos ver para este período. O padrão sazonal do trimestre móvel fevereiro-março-abril é de aumento da taxa de desocupação, por meio de uma maior população desocupada, o que não ocorreu desta vez", afirmou Alessandra Brito, analista da pesquisa do IBGE.

A Pnad contempla o mercado de trabalho formal e o informal. Ou seja, abrange desde os empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

Historicamente, o início de ano registra aumento do desemprego porque, segundo economistas, a busca por trabalho costuma ser impulsionada pelo término dos contratos temporários de final de ano.

A população desempregada, conforme as estatísticas oficiais, é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de vagas. Quem não está buscando oportunidades, mesmo sem ter um emprego, não entra nesse número.

Após os estragos causados pela pandemia, a geração de vagas de trabalho foi beneficiada por fatores como a vacinação contra a Covid-19. A imunização permitiu o retorno da circulação das pessoas e a reabertura das empresas.

A recuperação do mercado de trabalho, contudo, tende a perder velocidade em 2023, segundo analistas. A projeção está associada ao cenário de desaceleração da atividade econômica em meio ao contexto de juros elevados.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

 

Mercosul e União Europeia

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Novos itens ambientais podem desequilibrar negociação, diz chanceler

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (24) que o Brasil deve assinar, até o fim do ano, o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Segundo o chanceler, o governo brasileiro está examinando um documento enviado pelos europeus com novos itens ambientais, que desequilibrariam as negociações.

“Desejamos um instrumento equilibrado, com ganhos concretos para ambos os lados, tanto em matéria de comércio como de investimentos. Ao mesmo tempo, não aceitamos que o meio ambiente – preocupação legítima e que compartilhamos – seja utilizado como pretexto para exigências despropositadas, para a adoção de medidas de viés protecionista ou, no limite, para retaliações descabidas”, afirmou durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

O chanceler Mauro Vieira lembrou que o país já se reintegrou à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e defendeu a Unasul, dizendo que muitas crises foram resolvidas no âmbito do grupo. Ele lembrou o compromisso de Lula – durante a campanha eleitoral – de revalorizar a integração regional.

“Estamos cientes de que há diferentes expectativas e visões na região em relação à integração, mas estamos também convencidos de que há denominadores comuns, a começar pelo reconhecimento da necessidade de trabalhar conjuntamente com nossos vizinhos imediatos para fazer frente aos múltiplos desafios que compartilhamos”, disse Vieira.

Conflito Rússia e Ucrânia

Viera destacou ainda que o país adota um “equilíbrio construtivo” na posição sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, ao mesmo tempo condenando a invasão do território ucraniano e criticando o que chamou de “cancelamento” da Rússia pela comunidade internacional, o que dificultaria o diálogo pelo fim da guerra.

Durante a cúpula do G7, realizada no último fim de semana em Hiroshima, no Japão, havia previsão de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrasse com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O encontro não ocorreu. A organização de uma reuniãoentre Brasil e Ucrânia foi inicialmente um pedido do país europeu.

Balanço

O ministro das Relações Exteriores disse que já se encontrou com 90 interlocutores estrangeiros e que o presidente Lula manteve conversas com representantes de 30 países. O chanceler citou ainda negociações com os países sul-americanos sobre segurança das fronteiras e com os Estados Unidos sobre mudanças climáticas.  

FONTE: Agência Brasil 

Supremo Tribunal Federal (STF) e estátua da Justiça

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Julgamento está suspenso desde outubro de 2021, por pedido de vista do ministro Nunes Marques.

Presidente do STF, ministra Rosa Weber, incluiu na pauta de quinta-feira, 1º, processo que analisa a constitucionalidade do tabelamento de valores de danos morais trabalhistas. O julgamento será retomado com o voto-vista do ministro Nunes Marques.

Entenda

Os dispositivos impugnados, inseridos na CLT pela Reforma Trabalhista (lei 13.467/17), tratam da reparação do dano extrapatrimonial ou danos morais trabalhistas. Ao estabelecer os parâmetros das indenizações, o art. 223-G da CLT classifica as ofensas, com base na gravidade do dano causado, em leve (até três vezes o último salário), média (até cinco vezes), grave (até 20 vezes) ou gravíssima (até 50 vezes). 

Tarifação

Até o momento, ministro Gilmar Mendes, relator, votou pela procedência parcial das ações. Para S. Exa., os critérios de quantificação da reparação previstos no art. 223-G da CLT poderão orientar o magistrado trabalhista na fundamentação de sua decisão. Por isso, o dispositivo não deve ser considerado totalmente inconstitucional.

No mais, em seu entendimento, o tabelamento deve ser utilizado como parâmetro, e não como teto. Consideradas as circunstâncias do caso concreto e os princípios da razoabilidade, da proporcionalidade e da igualdade, é constitucional o arbitramento judicial do dano em valores superiores aos limites máximos previstos nos incisos do parágrafo 1º do art. 223-G da CLT.

Assim, votou no sentido de interpretar o dispositivo para assentar que os critérios contidos nele não impedem que a decisão judicial, devidamente motivada, fixe condenação em quantia superior.

Dano em ricochete

Ao analisar os arts. 223-A e 223-B da CLT, este último que define que as pessoas físicas ou jurídicas são titulares exclusivas do direito à reparação, o ministro votou para estabelecer que, nas relações de trabalho, pode haver direito à reparação por dano moral indireto ou dano em ricochete, isto é, dano reflexo, que está relacionado a terceiros (como ocorre, por exemplo, na perda de parentes), a ser apreciado nos termos da legislação civil.

https://www.migalhas.com.br/quentes/387330/stf-pode-julgar-tabelamento-de-danos-morais-trabalhistas-nesta-quinta

FONTE: MIGALHAS

Rota Bioceânica avança e pode mudar a realidade do Mato Grosso do Sul

IMAGEM: EDEMIR RODRIGUES/GOVERNO MS

Criação de uma rota bioceânica, que atravessará Argentina, Paraguai e Chile, está entre as principais propostas levadas pelo país a encontro anual de ministros dos Transportes na Alemanha

A partir desta quarta-feira (23), o Brasil vai defender a criação de uma rota bioceânica que faça a ligação rodoviária entre o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico para facilitar a integração regional e propiciar maior agilidade no transporte de cargas. O projeto será apresentado pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, durante a Cúpula Anual 2023 do Fórum Internacional de Transportes (ITF – Transport Enabling Sustainable Economies), na Alemanha.

Acordos presidenciais chancelados em 2015 entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile prevêem um traçado de 2.396 quilômetros que começa em São Paulo, passa pela cidade sul-mato-grossense de Porto Murtinho, na fronteira paraguaia, depois segue por Misión La Paz (ARG) e termina em quatro cidades do litoral norte chileno, próximo ao trópico de Capricórnio.

Agilidade

Produtos brasileiros que saem do Porto de Santos precisam atravessar mais de 24 mil quilômetros, subir em direção ao Canal do Panamá e só então pegar a rota do Oceano Pacífico para chegar aos mercados asiático e da Oceania. Como consequência, é prevista uma série de vantagens para a região, como uma dinamização do comércio, dos investimentos, da atividade empresarial e até mesmo do turismo.

Estrategicamente, um novo corredor logístico reduziria custos logísticos e tempo de viagem em aproximadamente 12 dias, além de oferecer acesso a grandes mercados consumidores da Ásia, Oceania e Costa Oeste das Américas, o que permitiria um aumento na capacidade de exportação e importação do país como um todo.

“Vamos tratar do fortalecimento da logística, da melhoria da mobilidade urbana e de projetos com sustentabilidade ambiental e com segurança para o cidadão”, ressaltou o ministro Renan Filho, que viajou acompanhado pelo secretário nacional de Trânsito, Adrualdo Catão. A participação do Brasil no Fórum também atende aos esforços do Governo Federal na reinserção do país à comunidade internacional, retirando-o do estado de isolamento em que se encontrava.

Trânsito

Por se tratar de um fórum de discussão de políticas de Transporte, o ministro brasileiro também levará para discussão questões de descarbonização, que envolvem desde carros flex e biodiesel, assuntos no qual o Brasil é pioneiro, até a inclusão de carros elétricos e o desafio do sobrepeso em caminhões elétricos. A regulamentação de motocicletas elétricas e como garantir que o ciclismo e a micro mobilidade se tornem modos de transportes urbanos preferidos e incentivados também fazem parte da programação brasileira.

Desde 2020, o Brasil participa do ITF como membro observador. Atualmente composto por 64 países membros, o ITF é uma organização intergovernamental autônoma. Trata-se de um órgão internacional que atua como um think tank para questões relacionadas à política de transportes de todos os modais e que realiza anualmente um encontro entre ministros de Transportes dos países membros, no qual são apresentadas as últimas novidades e políticas do setor.

FONTE: PORTOSeNAVIOS

IMAGEM: PAC Divulgação/DNIT via Flickr-CC

O orçamento para transporte hidroviário tem sido subutilizado no Brasil, com a falta de planejamento coerente e de gestão eficaz impedindo o avanço de projetos. Por meio de entrevistas e análises documentais, pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) avaliaram as relações entre orçamento, política e gerenciamento de 109 projetos de infraestrutura hidroviária realizados entre 2014 e 2020. Os autores identificaram que, neste período, R$ 238,15 milhões destinados a melhorias no setor não foram utilizados, o que corresponde a 111% de um orçamento anual inteiro que deixou de ser investido. Os dados estão publicados na edição de segunda (29) da revista “Cadernos EBAPE.BR”.

O transporte hidroviário é uma alternativa mais barata e menos prejudicial ao meio ambiente, com investimentos na área representando parte do compromisso brasileiro assumido no Acordo de Paris. Apesar disso, apenas 5% da carga transportada no Brasil é levada por hidrovias, número que se manteve estável nas últimas décadas. “Os recursos estão, ano após ano, sobrando e sendo realocados para investimentos em outros modos de transporte”, aponta Bruna Renata Cavalcante de Barros, coautora do estudo. “Curiosamente, boa parte dos gestores que atuam há anos no setor insiste em culpar a falta de recursos pelo baixo desempenho do transporte por hidrovias no Brasil”, acrescenta.

Além da análise documental de 109 projetos, foram aplicadas entrevistas semiestruturadas junto a agentes com tempos de experiência no setor hidroviário que variam entre 10 e 40 anos. São representantes das seguintes organizações: Ministério da Infraestrutura; Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT); Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ); Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Marinha do Brasil; Senado Federal; empresas de navegação e representantes de portos privados, além de representantes do setor produtor de grãos.

Os dados apontam que 74% dos entrevistados citaram o déficit orçamentário como obstáculo para os projetos, apesar de o equivalente a mais do que o orçamento médio de um ano inteiro não ter sido utilizado no período entre 2014 e 2020. Por outro lado, todos citaram a falta de planejamento. “Mais do que elevar a disponibilidade de recursos, para aumentar o investimento em transporte hidroviário é necessário dotar o setor de governança adequada para executar as obras e os serviços necessários”, aponta Barros.

A pesquisadora pontua que a ausência de participação dos atores interessados, insuficiência quantitativa e qualitativa de pessoal e monitoramento frágil do desempenho contribuem para este cenário, e sugere melhorias no processo de gestão: “Por exemplo, ao observarmos que houve anos em que o desempenho orçamentário melhorou, podemos investigar o que foi feito, do ponto de vista da gestão, naquele período, a fim de aprimorar. Da mesma forma, o que ocorreu nos anos em que houve mau desempenho deve ser corrigido, e a gestão deve se manter vigilante, para não repetir erros”

Dentre as áreas subutilizadas para transporte hidroviário, a que mais se destaca é a amazônica. Grande parte dos rios economicamente navegáveis se encontram na região, onde há fortes questões sociais e ambientais. “Incluir os povos ribeirinhos, diretamente afetados e, portanto, interessados no desenvolvimento da região, é indispensável para um crescimento mais justo do Brasil”, lembra Barros.

FONTE: JORNAL OPÇÃO/Com informações de Agência Bori.

Tribunal Superior do Trabalho

IMAGEM: PODER360

Na decisão, ministro citou o Tema 1.046, com repercussão geral, do STF.

Ministro Douglas Alencar Rodrigues, da 5ª turma do TST, reformou decisão e validou norma coletiva destinada a fixar jornada de trabalho de oito horas diárias em turnos de revezamento em ambiente insalubre, sem prévia licença do ministério do Trabalho e Emprego.

No caso, o relator deu provimento ao agravo de instrumento patronal, por vislumbrar possível afronta ao artigo 7º, XXVI, da CF.

Ao exame do recurso de revista, ressaltou o entendimento da Corte Superior, anterior à vigência da lei 13.467/17, no sentido de considerar inválida a norma coletiva em atividade insalubre sem prévia autorização ministerial (art. 60, caput da CLT).

No entanto, reconheceu que tal posicionamento se mostra dissonante diante da tese de repercussão geral firmada pelo STF no julgamento do ARE 1.121.633 (Tema 1.046 da repercussão geral do STF), que reconheceu a prevalência do negociado sobre o legislado.

Ministro pontuou na decisão que segundo o entendimento consagrado pelo STF no referido julgamento, alçada a autonomia negocial coletiva ao patamar constitucional (art. 7º, XXVI, da CF), as cláusulas dos acordos e convenções coletivas de trabalho, em que previsto o afastamento ou limitação de direitos, devem ser integralmente cumpridas e respeitadas, salvo quando, segundo a teoria da adequação setorial negociada, afrontem direitos revestidos com a nota da indisponibilidade absoluta.

Diante disso, reformou a decisão para prover o apelo patronal reconhecendo a validade do regime em turno ininterrupto de revezamento em atividade insalubre, previsto em norma coletiva, excluindo da condenação o pagamento de horas extras excedentes da 6ª diária e horas extras com adicional para aquelas laboradas além da 36ª hora semanal e respectivos reflexos.

https://www.migalhas.com.br/quentes/387044/tst-valida-jornada-de-8h-em-turno-de-revezamento-em-ambiente-insalubre

FONTE: MIGALHAS

IMAGEM: SÉRGIO LIMA/PODER360

O governo tentará reverter no plenário os esvaziamentos das pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas que perderam atribuições

O Congresso Nacional tem uma pauta movimentada durante esta semana. O Senado começa a avaliar a proposta, aprovada na Câmara na última quarta-feira (24), sobre as novas regras fiscais, o chamado arcabouço fiscal.

Em substituição ao teto de gastos, o novo regime vai limitar o crescimento das despesas a 70% da alta na receita. A expectativa é zerar déficit já no próximo ano e deixar as contas no azul a partir de 2025.

Contudo, o texto da Câmara é muito criticado por ter incluído nas regras de gastos o complemento do piso da enfermagem e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Nesta terça-feira (30), os deputados também apreciam duas matérias polêmicas. A primeira delas é a medida provisória sobre a reestruturação dos ministérios da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governo tentará reverter no plenário os esvaziamentos das pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas que perderam atribuições com o texto aprovado na comissão especial.

Na nova versão, o Ministério da Justiça e Segurança Pública voltará a responder pela demarcação de terras indígenas, retirando atribuições do Ministério dos Povos Indígenas.

Já o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas deixará de ser responsável pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR), que estará vinculado ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos; e pelos sistemas de saneamento básico, resíduos sólidos e recursos hídricos, que vão para o Ministério das Cidades.

A medida, junto com mais seis, perderá a validade caso não seja aprovada até quinta-feira (1º).

Marco temporal

A segunda, é o projeto do marco temporal (PL 490/07), que teve o regime de urgência aprovada na semana passada. Trata-se de um avanço da bancada ruralista contra a demarcação de terras indígenas.   

De acordo com o projeto, só serão demarcadas as terras tradicionalmente ocupadas por esses povos em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.

Ou seja, os ruralistas querem se antecipar a uma possível decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contrário a esse entendimento, uma vez que aos indígenas está garantido o “direito originário” sobre as suas terras ancestrais.

A urgência para a votação do texto foi aprovada sob protesto das bancadas do PCdoB, PT, PSOL, Rede e PV.

“A urgência da votação do PL do Marco Temporal entrou de maneira totalmente descabida na pauta da Câmara, e pode trazer gravíssimos retrocessos conquistados pelos povos indígenas”, criticou a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ).

A deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) afirmou que a Câmara não deveria analisar a questão antes da decisão do STF sobre o tema.

FONTE: PORTAL VERMELHO

Você realmente sabe a que corresponde 1 tonelada de CO2?

IMAGEM: consoGlobe

Em resposta à crescente demanda por transporte de CO2 resultante do crescimento dos projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS), um grupo de construtores navais do Japão anunciou um novo projeto para desenvolver um navio-tanque oceânico de dióxido de carbono liquefeito (LCO2).

O grupo consiste na Mitsubishi Shipbuilding, uma subsidiária do Mitsubishi Heavy Industries (MHI) Group, e na Nihon Shipyard Co., Ltd., uma joint venture sediada em Tóquio entre a Imabari Shipbuilding Co., Ltd. e a Japan Marine United Corporation. Juntos, eles embarcarão em um estudo colaborativo para o desenvolvimento do projeto.

Espera-se que a demanda por transporte de LCO2 cresça junto com o surgimento de projetos de CCS, que envolvem o armazenamento seguro de CO2. O número de projetos CCS em desenvolvimento está aumentando com o crescente apoio dos governos nacionais, particularmente na Ásia, seguindo o exemplo da UE. Como resultado, os parceiros do projeto acreditam que é crucial estabelecer uma infraestrutura robusta de construção naval no Japão para atender à demanda por navios LCO2.

A construção de um navio de teste está projetada para ocorrer no Estaleiro Nihon, com entrega estimada para 2027. O projeto capitalizará a experiência da Mitsubishi Shipbuilding e a tecnologia avançada de manuseio de gás do projeto e construção de transportadores de gás liquefeito, como gás liquefeito de petróleo (GLP) e transportadores de gás natural liquefeito (GNL). O Nihon Shipyard, por outro lado, contribuirá com sua vasta experiência em construção naval em vários tipos de embarcações e capacidades tecnológicas avançadas.
FONTE: PORTOSeNAVIOS

 

 (Imagem: Davi Corrêa/Futura Press/Folhapress)

IMAGEM: Davi Corrêa/Futura Press/Folhapress

 

Ministros validaram de decreto de FHC que retirou Brasil da Convenção 158 da OIT, mas fixaram que a denúncia, pelo presidente da República, de tratados internacionais aprovados pelo Congresso, exige a aprovação da Casa Legislativa.

STF finalizou julgamento e validou o decreto 2.100/96, de FHC, pelo qual o então presidente da República excluiu o Brasil da Convenção 158 da OIT, o que, na prática, permite que o empregador dispense seu funcionário sem apresentar justificativa. 

O julgamento se arrastou por 26 anos e teve sucessivos pedidos de vista. Agora, análise foi finalizada em plenário virtual.

Apesar de manter o decreto, a maioria dos ministros decidiu que a denúncia, pelo presidente da República, de tratados internacionais aprovados pelo Congresso, exige a sua aprovação para a produção de efeitos no ordenamento jurídico interno. No entanto, essa decisão só possui efeitos prospectivos a partir da publicação da ata de julgamento desta ação, preservada a eficácia das denúncias em período anterior a tal data.

O decreto

Em 20 de dezembro de 1996, o então presidente Fernando Henrique Cardoso tornou público que a Convenção 158 da OIT deixaria de ser cumprida no Brasil por ter sido denunciada por nota do governo brasileiro à Organização Internacional do Trabalho. A denúncia foi registrada em 20 de novembro de 1996.

A convenção trata da demissão sem justa causa no mercado de trabalho. Quando um tratado internacional é firmado, como no caso da Convenção 158 da OIT, os países signatários têm um prazo para ratificar o acordo, e também para contestá-lo. 

Ao apresentar uma denúncia, o país denunciante informa e torna público que a partir de uma determinada data aquele tratado deixará de vigorar internamente, ou seja, que houve rompimento.

No STF

Após o decreto, em fevereiro de 1997, a Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, acionou o STF buscando obter a declaração de inconstitucionalidade do decreto.

A Contag alegou que a Convenção 158 da OIT foi aprovada e promulgada pelo Congresso e que o governo não poderia processar e deliberar a respeito da denúncia sem que fosse efetivamente discutida.

Além disso, a Confederação argumentou que o ato do governo feriu a Constituição, pois o Poder competente para aprovar tratados normativos é o Congresso, e igualmente competente para aprovar ou referendar a denúncia. 

A CUT também entrou com ação questionando o decreto.

Votos

No julgamento, houve três vertentes diferentes de votos. A vertente ganhadora foi a improcedente.

Improcedente
Os ministros Nelson Jobim e Teori Zavaski votaram pela improcedência da ação.

Jobim entendeu que "no sistema constitucional brasileiro, a denúncia de tratado internacional é feita unilateralmente pelo presidente da República, que é o órgão que representa o país na ação". 

Teori considerou imprescindível a anuência do Congresso, mas reconheceu a existência de um "senso comum institucional" que justificaria o voto pela improcedência no caso concreto. Em seu voto, incluiu a condição de que futuros tratados que forem denunciados sejam submetidos à análise do Congresso, e que seja discutida possível modulação.

No mesmo sentido votou Dias Toffoli.

Para Toffoli, a denúncia pelo presidente da República de tratados internacionais aprovados pelo Congresso não prescinde de aprovação do Congresso para que produza seus efeitos no ordenamento jurídico. Em seu voto, o ministro formulou apelo ao legislador para que elabore disciplina acerca da denúncia de tratados internacionais, a qual preveja a chancela do Congresso como condição para produção dos efeitos.

Gilmar Mendes, André Mendonça e Nunes Marques aderiram à proposta de "voto conciliador" de Teori, e à tese de Toffoli. 

Parcialmente procedente

O relator da matéria, ministro Maurício Corrêa, e o ministro Carlos Ayres Britto votaram no sentido de que a ação é procedente em parte. Eles defendem que, assim como o Congresso Nacional ratifica os tratados internacionais, deve ser ele o responsável a questioná-lo. Portanto, a revogação definitiva da eficácia do decreto depende de referendo do Congresso.

Para eles, o decreto presidencial em questão deve ter interpretação conforme o artigo 49, inciso I da Constituição, de forma a condicionar a denúncia da Convenção 158 da OIT ao referendo do Congresso.

Procedente
O ministro Joaquim Barbosa e a ministra Rosa Weber votaram pela procedência da ação.

Na avaliação de Joaquim Barbosa, da mesma forma que um acordo internacional, para vigorar no Brasil, precisa ser assinado pelo presidente da República e submetido à ratificação do Congresso Nacional, a extinção desse tratado deve passar pelo mesmo processo. Caso contrário, há violação do texto constitucional, uma vez que o processo legislativo não foi respeitado.

Sucessora de Ellen, a ministra Rosa Weber apresentou voto pela inconstitucionalidade formal do decreto. Seu voto partiu da premissa de que, nos termos da Constituição, leis ordinárias não podem ser revogadas pelo presidente da República, e o decreto que formaliza a adesão do Brasil a um tratado internacional, aprovado e ratificado pelo Congresso, equivale a lei ordinária.

Ministro Ricardo Lewandowski, antes de se aposentar, adiantou o voto e acompanhou integralmente a ministra Rosa Weber.

Pedidos de vista

A ação começou a ser julgada em 2003, com o voto do relator, ministro Maurício Corrêa, ocasião em que o ministro Nelson Jobim pediu vista.

Em 2006, Jobim proferiu voto-vista e o ministro Joaquim Barbosa pediu vista.

Em 2009, Barbosa deu voto-vista e a ministra Ellen Gracie pediu vista.

Em 2015, a ministra Rosa Weber, sucessora de Ellen, apresentou voto-vista e o ministro Teori Zavascki pediu vista.

Em 2016, quando Teori proferiu seu voto-vista, o ministro Dias Toffoli pediu vista.

Em 2022, a vista foi devolvida por Toffoli e o pedido veio de Gilmar Mendes.

Em 2023, GIlmar Mendes devolveu o caso para julgamento.

https://www.migalhas.com.br/quentes/387303/stf-valida-saida-da-convencao-de-oit-e-mantem-demissao-sem-justa-causa

FONTE: MIGALHAS

entenda arcabouço fiscal

IMAGEM: Diogo Zacarias/MF

 

Há uma semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não escondeu o objetivo de viabilizar o novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados com uma votação contundente. Segundo Haddad, era preciso buscar “não apenas os 257 votos para aprovar uma lei complementar – mas um espaço ainda maior, de 300, 350 votos”.

Pois até as previsões mais otimistas do governo Lula foram superadas. Na noite desta terça-feira (23), o texto-base do Projeto de Lei Complementar (PLP) 93/2023 – que institui o Regime Fiscal Sustentável – foi aprovado por 372 votos a 108. O parecer, de autoria do deputado Cláudio Cajado (PP-BA), não acatou nenhuma das 40 emendas apresentadas na Câmara e segue agora para o Senado. Antes, nesta quarta-feira (24), a partir das 13h55, os deputados votam os destaques ao texto.

O placar dilatado – e, em alguma medida, surpreendente – representa uma vitória de Lula e Haddad. Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o novo arcabouço “calibra as regras fiscais, garantindo mais transparência com os gastos públicos e melhorias no campo social ao longo dos próximos anos”.

A proposta do novo arcabouço fiscal é limitar o crescimento da despesa a 70% da variação da receita dos 12 meses anteriores. Em anos de crescimento econômico, a despesa poderá crescer até 2,5% ao ano acima da inflação. Já em anos de recessão, o gasto poderá se expandir em até 0,6% ao ano acima da inflação.

Nos últimos dias, o relatório de Cláudio Cajado foi duramente criticado por deputados da base do governo. Tudo por causa da inclusão do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e do piso nacional da Enfermagem no limite dos gastos. Apenas o salário mínimo foi poupado, em consonância com a retomada de sua política de valorização.

Ao justificar seu parecer antes da votação, Cajado acenou para esses deputados ao dizer que não haverá impactos nem para a Educação, nem para a Saúde. “O futuro demonstrará a correção da medida que estamos votando aqui. Ao votarmos esse regime fiscal sustentável, vamos contribuir para o sucesso do atual governo e dos que o sucederão”, disse.

Segundo Cajado, “o substitutivo melhorou muito o texto original. Todas as excepcionalidades foram fruto de muita discussão”. Seu discurso foi compartilhado por Padilha: “O parecer é calibrado. Aprimora o trabalho do governo e equilibra responsabilidade social e fiscal”.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) – que também sai fortalecido do processo –, parabenizou os deputados pela grande unidade em torno do PLP 93/2023: “Com todo o rigor do texto, com as modificações que ocorreram por parte da Câmara, a gente dá a exata noção de que o Brasil não abriu mão da responsabilidade fiscal, mas vai olhar também para as desigualdades sociais, econômicas”.

Na visão de Lira, “se confirmou o que era importante –um texto equilibrado, um texto ‘do meio’, que dá previsibilidade, segurança jurídica, aperta quando necessário”. Um dos ajustes de última hora no relatório, acordado entre Haddad, Cajado e Lira, foi o que permitiu ao governo gastar mais do que o previsto quando também arrecadar além da previsão.

FONTE: PORTAL VERMELHO