ACORDO COLETIVO DE TRABALHO 2022/2023IMAGEM: SINTAEMA

Sob a presidência da procuradora Júnia Bonfante Raymundo, o Sindmar e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Afins (FNTTAA) participaram de audiência realizada na última quarta-feira (14) na sede da Procuradoria do Trabalho da 1ª Região, no Rio de Janeiro, na tentativa de buscar um entendimento sobre a relação laboral com a Prosafe Serviços Marítimos.

Na ocasião, a procuradora destacou a importância dos acordos coletivos para os trabalhadores e afirmou que a mediação é um espaço no qual o Ministério Público do Trabalho (MPT) representa um agente facilitador do diálogo para a busca de um consenso entre as partes.

Após esclarecimento de dúvidas, tanto a representação sindical quanto a empresa se colocaram à disposição do MPT para participar das discussões no sentido de alcançar um acordo coletivo de trabalho (ACT) justo para os marítimos.

As partes se comprometeram a fornecer, em um prazo de 30 dias, informações sobre o andamento da negociação entre elas. A procuradora alertou que caso não haja avanços, a mediação poderá ser encerrada para a abertura de procedimentos específicos.

As entidades sindicais deixaram claro que vêm tentando negociar, sem sucesso, acordos para oficiais e para a guarnição, e lembraram, ainda, que muitos dos marítimos que prestam serviço para a Prosafe se encontram sob contratos de outras duas empresas: Atlas e OSM.

Durante a mediação, os representantes da Prosafe informaram que as minutas de ACT enviadas pelos sindicatos se encontram em análise e que a empresa está disposta a negociar com as entidades.

Quanto à contratação de mão de obra, a empresa informou que está em processo de conclusão da primarização – reversão da terceirização – e avaliou que apenas 10% do quadro de marítimos, entre oficiais e outros profissionais embarcados, ainda não estariam sob contrato direto com ela.

O Sindmar faz um alerta aos seus representados para que permaneçam dispostos à luta coletiva na forma aprovada na última consulta e esclarece que, em razão da indisposição que a empresa vinha demonstrando para negociar, frustrando as expectativas coletivas, a mediação é uma possibilidade de resolução do ACT antes de se recorrer à mobilização efetiva a bordo.

Unidade e Luta!

Juntos somos mais fortes!

 

Homem puxa juros para cima | Movimento afeta a bolsa

IMAGEM: Shutterstock

Marcha no ABC Paulista deu início a jornada de protestos contra altas taxas de juros no Brasil, exigindo ação imediata do Banco Central. #JurosBaixosJá

Na manhã da última sexta-feira (16), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), centrais sindicais e movimentos populares, deram início à “Jornada Contra os Juros Altos”, uma mobilização contínua em luta pela redução da taxa básica de juros, conhecida como Taxa Selic, aplicada no Brasil. Atualmente, a taxa está em 13,75%, sendo a mais alta do mundo e gerando consequências negativas para o país.

Umas marcha pelas ruas de São Bernardo do Campo (SP) levou centenas de trabalhadores e trabalhadoras para a frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. As entidades envolvidas afirmam que o movimento será permanente até que o Banco Central, comandado pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, deixe de boicotar o país e reduza a taxa de juros básica, a fim de impulsionar o desenvolvimento nacional.

A taxa de juros elevada no Brasil tem impactos significativos, como a queda no consumo e entraves para o crescimento econômico. Após descontar a inflação acumulada em 12 meses, que atualmente é de 5,79%, a taxa real de juros no país é de 7,52% ao ano, a mais alta do mundo.

Essa taxa prejudica o investimento, a produção das empresas e a geração de emprego e renda, favorecendo apenas o rentismo. Para impulsionar a economia e promover o crescimento, o Banco Central precisa revisar sua política de juros e reduzir a Selic de forma urgente.

Ubiraci Dantas, vice-presidente nacional da Central dos Trabalhadores do Brasil, conhecido como Bira, destaca a importância de reduzir as taxas de juros a níveis internacionais. “Nós estamos trabalhando no sentido de montar e constituir a Frente Ampla em defesa da redução drástica das taxas de juros, chamando trabalhadores, empresários, parlamentares, partidos, juristas pra que a gente possa, a exemplo do que foi a frente em defesa da democracia, fazer uma frente em defesa da redução das taxas de juros pra acabar com a sabotagem que o Banco Central está fazendo com o nosso país e com o governo Lula.”, disse ao Portal Vermelho.

Bira enfatiza que a atual taxa de juros de 13,75% retirou “500 bilhões de reais do país” no ano passado, por meio de “capital especulativo”. “E se deixar assim esse ano vai ser R$ 800 bilhões. Aí não vai sobrar nada para o nosso povo.”, alertou o vice-presidente.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também acompanhou a marcha de lançamento da campanha. Durante discurso ela destacou os avanços do país no governo Lula; citou o primeiro reajuste da tabela do imposto de renda, o aumento real do salário mínimo e programas sociais que foram retomados pelo presidente como o Mais Médicos, o novo Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida.

Porém, salientou Gleisi, o BC sabota os resultados dessas ações. “Se a taxa de juros continuar como está, não vamos ter investimento no país e, se não houver investimento, não vamos gerar emprego. Sem emprego, não tem renda, a economia fica ruim e a vida do povo piora. Por isso, essa luta. O Banco Central tem sido hoje o grande empecilho pra gente retomar o crescimento da economia”, disse.

A pressão contra a política monetária do Banco Central continuará nos próximos dias. Nesta segunda-feira (19), os movimentos sociais realizarão um grande tuitaço nas redes sociais, compartilhando materiais gráficos e vídeos para conscientizar a população sobre os impactos negativos da política de juros altos impostos pelo BC. As hashtags #JurosBaixosJá e #ForaCamposNeto darão o tom nas redes.

Já na terça-feira (20), atos serão realizados em todo o país, em frente às unidades do Banco Central em cada estado que possua uma sede. Em São Paulo, o ato está marcado para as 10 horas, em frente ao BC da Avenida Paulista.

Com a mobilização em curso, com previsão de término no dia 2 de julho, os movimentos populares buscam chamar a atenção para a necessidade de uma política de juros mais favorável ao desenvolvimento do país e esperam obter resultados concretos por meio de suas ações de protesto e conscientização.

FONTE: PORTAL VERMELHO

IMAGEM: SÉRGIO LIMA/PODER360
 
Em palestra recente sobre a conjuntura política, com foco na relação do governo com o Congresso Nacional, tive a oportunidade de apresentar pequeno histórico das dificuldades do Poder Executivo na condução da agenda governamental, reflexão que compartilho com os leitores. 

Antônio Augusto de Queiroz*
 
Na oportunidade, chamei à atenção para o fato de que “vivemos conjuntura políticas das mais complexas, com combinação complicada, marcada por disputa de agenda entre o presidente da República, que foi eleito para reconstruir o País, reativar os espaços de diálogos e incluir novamente os pobres no orçamento público, e Congresso empoderado e majoritariamente responsável pelo desmonte promovido pelas políticas neoliberais dos 2 governos anteriores.

Antes de tratar especificamente dessa difícil relação do Poder Executivo com o Congresso, que tem dificultado o avanço da agenda governamental, é importante contextualizar o ambiente político pós-eleição, especialmente a herança legada e a recusa do então presidente em aceitar o resultado da eleição.

O desafio do presidente Lula desde a eleição não tem sido trivial. Ele herdou País em situação de terra arrasada, com demandas reprimidas, a máquina pública destruída e o Estado sem capacidade de resposta, pelo engessamento decorrente do teto de gasto e outras restrições fiscais criadas nos governos anteriores.

A crise era de tal ordem que o presidente eleito precisou governar antes mesmo da posse, tendo que articular a elaboração e aprovação de Emenda à Constituição de transição, sem a qual haveria paralisação da máquina pública e atraso no pagamento de programas sociais.

Questionamento do resultado eleitoral
A situação política no País não era menos preocupante, com o então presidente questionando o resultado da eleição e os aliados dele articulando golpe de Estado, a partir de acampamento em frente ao QG (Quartel-General) do Exército, em Brasília, para impedir a posse do presidente eleito.

Como consequência da recusa de Bolsonaro em aceitar o resultado da eleição houve quebra-quebra em Brasília em 12 de dezembro de 2022, data da diplomação do presidente eleito e o vice, e destruição dos Palácios do Planalto, do Supremo e do Congresso Nacional, 8 dias após a posse do presidente eleito.

O novo governo, para impor a ordem, teve que intervir na Segurança Pública do Distrito Federal, afastar o comandante do Exército, ambos por omissão na invasão e destruição dos palácios dos poderes, e requerer à Justiça a prisão de todos os envolvidos nos atos terroristas do dia 8 de janeiro.

Governo de inclusão e pacificação
O novo governo,  em tudo contrário ao antecessor, já no ato de posse deixou evidente o compromisso com a democracia, com a ciência, com a diversidade, com a justiça e com os excluídos socialmente e fez questão de reafirmar isso  para o Brasil e o mundo ao subir a rampa acompanhado de 8 pessoas do povo (1 mulher negra, 1 menino pobre da periferia do DF, 1 cacique indígena, 1 trabalhador metalúrgico, 1 professor, 1 cozinheira, 1 artesão e 1 pessoa com deficiência e ativista desta agenda social) e receber a faixa presidencial das mãos de 1 mulher negra e catadora de material reciclável.

Esse, abreviadamente, foi o ambiente do pós-eleição, da posse presidencial. 

Relação conflituosa
Agora vamos tratar das razões da dificuldade de relacionamento com o novo Congresso, cuja composição pode ser classificada como neoliberal, do ponto de vista econômico, fiscalista, do ponto de vista de gestão, à direita, do ponto de visto do espectro político, conservador, do ponto de vista dos valores, e refratário aos direitos humanos e ao meio ambiente.

O novo Congresso — renovado em menos de 50% — é a continuidade piorada do Congresso anterior, inclusive manteve os presidentes das 2 casas e de boa parte dos líderes da legislatura passada.
 
Para compreender melhor o papel e o poder desse novo Congresso, é preciso contextualizar as circunstâncias que fizeram dele 1 Congresso empoderado, especialmente nas 2 legislaturas anteriores.

Apetites fisiológicos
Na Legislatura 2015-2019, no embalo das manifestações populares e em razão da recusa em ceder aos apetites fisiológicos, o Congresso destituiu a presidente Dilma e empossou e efetivou o vice-presidente Michel Temer, fazendo dele refém em função dos 2 processos movidos contra ele pelo Ministério Público.

Na Legislatura 2019-2023, com Bolsonaro na Presidência da República, em grande medida eleito no embalo do desgaste causado pelo impeachment de Dilma e as denúncias contra Michel Temer (MDB), o Congresso ampliou ainda mais os poderes sobre o Executivo.

Assim, nos governos Temer e Bolsonaro, ambos temerosos de processos de impeachment, o Poder Executivo fez suas as pautas do mercado e do Congresso Nacional, entregando para os líderes dos partidos da base e os presidentes das casas legislativas o domínio pleno da agenda e até do Orçamento Público, por intermédio das emendas impositivas e de relator.

Agenda do mercado
Para o mercado, foram feitas concessões como a desregulamentação de direitos, a desativação das fiscalizações do trabalho e do meio ambiente.  As principais mudanças foram a Reforma Trabalhista, a Terceirização generalizada, o Teto de Gasto, a autonomia do Banco Central, o Marco do Saneamento, a Reforma da Previdência, a mudança no voto de qualidade no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), as restrições de atuação e a privatização ou venda de ativos, a preço vil, de estatais estratégicas, dentre outras.

Para os parlamentares, em troca do apoio no Congresso, foram dados aumentos generosos nos fundos eleitoral e partidário, voltou o horário eleitoral gratuito, foi dado caráter impositivo às emendas de bancada, houve a instituição das emendas de relator, o famoso orçamento secreto, e, principalmente, eles indicaram e assumiram a coordenação política do governo, assim como as Pastas ministeriais com maior orçamento e capacidade de gasto.

Maioria parlamentar é de direita
Na eleição de 2022, a maioria dos deputados renovou os respectivos mandatos e as vagas decorrentes dos que perderam o mandato ou desistiram da disputa foram ocupadas por candidatos vinculados à direita e extrema-direita, beneficiada pela candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

Entretanto, a eleição de Lula no segundo turno, candidato cujo perfil e visão de mundo diferem completamente dos antecessores, incomodou profundamente, tanto a parcela do mercado que se beneficiou dos governos Temer e Bolsonaro, quanto os partidos conservadores e fisiológicos que temiam a perda do controle sobre a agenda governamental.

Porém, como o presidente Lula foi eleito em segundo turno com margem pequena de votos e não elegeu base consistente, em número suficiente, para aprovar a agenda dele, passou a depender da formação de coalizão de apoio, que inclui partidos que apoiaram os governos anteriores e que nem sempre irão comungar com todas as iniciativas governamentais, especialmente àquelas que revejam temas aprovados nos governos Temer e Bolsonaro.

Num contexto desses, era natural que a composição conservadora e fisiológica do novo Congresso reagisse à perda de poder e tentasse, a todo custo, preservar ao menos parte da influência que exerceu no governo federal durante os mandatos dos 2 presidentes anteriores.

Contexto das derrotas de Lula
É nesse contexto que devem ser lidas as derrotas do governo em relação à não aprovação da MP (medida provisória) que promovia a retomada do voto de qualidade no Carf, à aprovação de projeto de decreto legislativo para anular decreto que alterou o marco do saneamento, a retirada de pauta do Projeto de Lei das Fake News, a aprovação de emendas para permitir a devastação da mata atlântica e aprovação do substitutivo ao projeto de lei do marco temporal para demarcação das terras indígenas, além do susto na MP de reorganização da administração pública — MP dos Ministérios.

Nesses temas, o recado do Congresso foi absolutamente claro. Se não houver diálogo e calibragem nas propostas, haverá dificuldades para o governo. Além disto, existe o problema do Banco Central, cujo presidente, opositor claro do atual presidente da República, continua insistindo em manter os juros nas alturas, dificultando enormemente o retorno do crédito e, em consequência, a volta dos investimentos da geração de emprego e renda.

Isso demonstra que a montagem ministerial, fortemente influenciada por disputas regionais, não foi capaz de dar maioria ao governo para aprovar os temas centrais da agenda vitoriosa, seja porque partidos não se sentiram contemplados com os nomes indicados, caso do União Brasil, seja porque o governo não abriu espaço para partidos como o PP e Republicanos, que historicamente fizeram parte dos governos anteriores do PT. 

Por outro lado, setores do PT consideram que o governo já fez concessões demais, e não está promovendo a substituição de aliados do governo Bolsonaro, que ainda ocupam posições de destaque no atual mandato.

Mais articulação
O governo já entendeu que a relação com esse novo Congresso vai requerer da coordenação política do Palácio do Planalto muita paciência, humildade, disposição para o diálogo, calibragem no conteúdo das políticas públicas e capacidade de articulação e negociação, especialmente quando se tratar da revisão de marcos regulatórios aprovados nos últimos 6 anos. Além disso, o presidente e o partido são de esquerda, mas o governo como um todo, não. A composição governista revela a influência de partidos que não apoiam as mesmas causas, notadamente políticas identitárias e no campo do dos costumes e uma atuação mais ativa do Estado na economia.

Nunca é demais lembrar que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, absolutamente político e sem base material, foi mais resultado de pressão do mercado, da mídia e de parcela expressiva do Congresso, inconformado com a pouca atenção dada aos parlamentares e com postura mais intervencionista da presidente na economia, do que por supostos desvios de conduta.

É verdade que o governo, apesar das dificuldades, conseguiu avançar com algumas pautas, como a que reorganizou a máquina pública, restaurando pastas ministeriais importantes,  recriou os espaços de diálogo com a sociedade, entre os quais o Conselhão,  recriou programas sociais, como o Bolsa-Família, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos, Farmácia Popular, concretizou o programa Desensola e aprovou a lei da igualdade salarial entre homens e mulheres, além de dar aumento real para o salário mínimo, reajustar o piso salarial dos professores, o salário dos servidores públicos, as bolsa da Capes do CNPq, e implementou o piso salarial dos enfermeiros. Contudo, terá que ter muito cuidado com os temas que revejam marcos regulatórios de interesse do mercado aprovados nos governos anteriores.

Marcos regulatórios
Não é que deva desistir de rever esses marcos.  Deve buscar revê-los inclusive porque alguns desses são condições para que o País retome os investimentos e avance na geração de emprego e renda, mas terá que dialogar e buscar os mecanismos adequados, porque não é nada confortável para os parlamentares que aprovaram esses mesmos marcos em governos anteriores. 

Esse é o retrato das dificuldades de relacionamento com o Congresso. É nesse ambiente que os temas regulatórios, como o previdenciário, especialmente aqueles aprovados no âmbito da EC (Emenda à Constituição) 103, o trabalhista, ambiental e tributário, serão debatidos.

É preciso considerar esta realidade. Os pontos que não dependerem do Congresso, o Poder Executivo poderá tocar com relativa facilidade, especialmente por meio de decretos, portarias ou resoluções de órgãos colegiados, mas no que depender do Congresso terá que ter muita negociação e calibragem, sob pena de não passar.

Fonte de financiamento da folha
Uma das urgências em matéria previdenciária, por exemplo, será a mudança da fonte de financiamento da folha para a receita ou o faturamento. Com a automação, a digitalização e “uberização” do mundo do trabalho, a folha de salário não dará mais conta de financiar a Previdência Pública e o governo deve agir logo, antes que essa migração represente aumento real de despesa para as empresas.

Finalmente, a pauta mais robusta do governo será a aprovação do arcabouço fiscal no Senado e da reforma tributária nas 2 casas do Congresso, e ambas são vistas pela mídia e pelo mercado como indispensáveis para a estabilidade econômica e a retomada do crescimento econômico.

Como vimos, o desafio do governo em geral, e do presidente Lula, em particular, será superar esses obstáculos de relacionamento com o Congresso e criar os meios para retomar o crédito e incentivar a atividade econômica. Para tanto, é necessário organização e criatividade.

Aprovação da agenda eleita
O sucesso do governo depende da aprovação da agenda eleita no Congresso Nacional e da volta do crédito e dos investimentos, sem os quais dificilmente o terceiro mandato repetirá o sucesso dos 2 primeiros, que combinaram crescimento econômico, redução das desigualdades e o controle das contas públicas. 

Embora haja alguns sinais positivos na área econômica, como o aumento da produção agrícola, a queda do dólar, a melhoria da avaliação de risco do Brasil, rumo ao grau de investimento, a redução dos índices de inflação, em maio e a melhoria das estimativas de crescimento da economia, ainda é cedo para fazer projeções mais otimistas.  

A situação pode e certamente será equacionada, porém depende da melhoria da comunicação e da coordenação política do governo. E, em última instância, o governo dispõe de ativo inigualável na arte de dialogar e convencer: o presidente Lula, homem com enorme poder de persuasão e negociação, que tem inigualável representatividade nas camadas mais pobres da sociedade, e que consegue expressar, melhor do que ninguém, as angústias e necessidades do povo. 
(*) Jornalista, analista e consultor político, mestre em Políticas Públicas e Governo pela FGV. 
 
FONTE: DIAP

article-img

IMAGEM: GARD

Obrigado, presidente e colegas, pela oportunidade de estar aqui com vocês hoje. Meu nome é Stephen Cotton e sou Secretário Geral da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF).

Em primeiro lugar, em nome dos quase 18,5 milhões de trabalhadores em transportes do mundo, gostaria de parabenizá-los por mais uma Conferência Internacional do Trabalho (CIT) bem-sucedida e agradecer a todos que trabalharam com afinco nos bastidores para garantir o sucesso desta conferência.

Também gostaria de agradecer a Gilbert Houngbo, Diretor Geral da OIT, por sua visão e liderança desde que assumiu o cargo em outubro.

O mundo está em crise no momento e precisamos nos unir para superá-la. A recuperação da pandemia da Covid-19 foi seguida por alta inflação, crise de custo de vida, conflitos políticos e desastres naturais.

Apesar de tudo, os trabalhadores em transportes mantêm o mundo em movimento, transportando milhões de passageiros todos os dias e garantindo que nossa comunidade internacional receba suprimentos vitais e produtos necessários.

Mas estamos observando uma carência de trabalho decente no transporte e em toda a economia global - os locais de trabalho estão cada vez mais perigosos, o emprego cada vez mais precário, os padrões de vida estão em queda e os direitos laborais - incluindo o direito fundamental à greve - estão sendo atacados.

Temos a responsabilidade coletiva de construir um local de trabalho melhor, garantindo proteções trabalhistas inclusivas e eficazes para todos os trabalhadores.

A discussão geral sobre uma transição justa, com base nas diretrizes da OIT para uma transição justa, ocorre em um momento crítico. Não é possível separar a justiça climática do progresso social.

A descarbonização de todos os meios de transporte deve se dar de forma rápida, segura e justa para os trabalhadores e as comunidades, e devemos proteger os trabalhadores contra o agravamento da realidade climática - deve ser feita uma transição justa.

Uma transição justa está relacionada ao poder dos trabalhadores. Os trabalhadores devem ter voz ativa em todas as questões e decisões relacionadas aos impactos das mudanças climáticas e à proteção das normas trabalhistas.

Governos, empregadores e trabalhadores devem planejar de forma ativa o enfrentamento do desafio climático com programas de transição justa para todo o setor de transportes.

Na COP27, a ITF, a Câmara Internacional de Navegação (ICS), a Organização Marítima Internacional (OMI) e a Força-Tarefa Conjunta para Transição Justa Marítima da OIT lançaram um relatório mostrando que mais de 800.000 marítimos precisarão de requalificação até meados de 2030 para cumprir a meta de temperatura do Acordo de Paris.

plano de ação de 10 pontos para o treinamento de marítimos garante que nenhum ônus adicional seja imposto a eles.

Em relação ao transporte de passageiros, precisamos de investimentos significativos no transporte público e em sua mudança modal como forma de reduzir as emissões, impulsionar o crescimento econômico, gerar novos empregos verdes e superar a desigualdade.

Somente com o trabalho conjunto, governos, empregadores e trabalhadores poderão realizar mudanças na escala e na velocidade que o nosso planeta precisa. Precisamos continuar construindo de forma coletiva o progresso que fizemos até agora para tornar a transição justa uma realidade.

As discussões sobre o estabelecimento de padrões para aprendizados de qualidade também são bem-vindas. Estima-se que os trabalhadores jovens sejam cerca de 10% da força de trabalho global no setor de transportes.

O setor de transportes não está recrutando nem mantendo trabalhadores jovens na velocidade necessária. Os jovens trabalhadores precisam ser capazes de enxergar caminhos claros que levem ao desenvolvimento de uma carreira gratificante, com empregos seguros, de alta qualidade e extremamente qualificados. Para tanto, é necessário estimular o emprego de jovens, os aprendizados de qualidade, a transição da escola para o trabalho, o treinamento e a melhoria das habilidades e a transição do trabalho informal para o formal.

Também parabenizamos a Conferência por tomar medidas decisivas em relação às repetidas e flagrantes violações das normas trabalhistas internacionais por parte dos Estados.

Não podemos esquecer a importância fundamental do sistema de supervisão da OIT, incluindo a Comissão da Conferência de Aplicação de Normas, para garantir que os Estados implementem as Convenções que ratificam.

Agora que um ambiente de trabalho seguro e saudável é um princípio e um direito fundamental dos trabalhadores, devemos aproveitar esse impulso para tornar a segurança e a saúde uma realidade para todos os trabalhadores do setor de transportes, com a responsabilização dos empregadores negligentes.

Mesmo em meio a crises globais, construímos parcerias poderosas. As recomendações da OIT, da OMS e do Grupo de Ação Conjunta da ITF, adotadas em janeiro de 2023, estabelecem um forte precedente sobre as medidas de proteção para os trabalhadores em transportes em caso de futuras emergências de saúde.

Por fim, reafirmamos nosso compromisso com a implementação da C190 e, embora vários governos já tenham ratificado a convenção, ainda há muito trabalho a ser feito com governos e empregadores.

FONTE: ITF

IMAGEM: TRANSPETRO

Expectativa do presidente da empresa é concluir formatação em dezembro e disponibilizar regras no começo de 2024. GT concluirá em julho relatório sobre quantidade e perfil de embarcações a serem demandadas pela Petrobras.

A Transpetro espera formatar até dezembro o edital com as regras de participação em um processo para contratação de novos navios para sua frota. O grupo de trabalho criado no começo de maio deve concluir, no início de julho, o relatório com a quantidade e o perfil de embarcações a serem demandadas pela Petrobras. O GT foi criado para apresentar um projeto de construção e reparo de navios em estaleiros brasileiros. Entre os construtores existe uma expectativa sobre quais empresas poderão participar desse processo.

O presidente da companhia, Sérgio Bacci, disse que a ideia é lançar o edital no começo do ano que vem. “Em janeiro botamos este edital na rua. Espero que em 6 meses tenhamos os contratantes estabelecidos para que efetivamente, a partir do meio de 2024, iniciemos o carro-chefe dessa gestão, que é a retomada construção de navios para a Transpetro”, projetou Bacci, em entrevista ao movimento ‘SOS Brasil Soberano’, ligado ao Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), que foi veiculada na tarde desta quinta-feira (15).

Bacci ressaltou que a intenção da Transpetro de voltar a contratar navios construídos no Brasil segue diretriz do governo e que a geração de empregos e embarcações contribuirão com a Petrobras na questão dos afretamentos, já que a maior parte dos navios da frota é afretada em bandeiras estrangeiras. A Petrobras é a maior cliente de sua subsidiária, que tem 80% da receita vinculada à controladora. Bacci ponderou que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, vem orientando a diretoria da Transpetro a buscar expandir para atender a outros mercados, não somente a controladora.

O presidente da Transpetro acredita que conseguir ampliar market share junto à Petrobras ajudará a companhia a reduzir os custos com pagamento de afretamentos. “A Transpetro pode entrar nesse mercado para ajudar a Petrobras a baixar os preços dela de afretamento. A decisão rápida é porque entendemos que a Transpetro tem que ser a empresa que ajudará a Petrobras a regular seu próprio mercado”, analisou.

A idade média da frota da Transpetro atualmente é de oito anos, sendo que um petroleiro costuma operar, em média, entre 20 e 25 anos. Além dos 26 navios de cabotagem e longo curso próprios, a Transpetro conta com 10 navios aliviadores (shuttle tankers) afretados do exterior.

FONTE: Portos e Navios – Danilo Oliveira

IMAGEM: BLUEBERRIES

 
Consolidado de janeiro a abril mantém crescimento de movimentação com aumento de 1,91% em comparação aos quatro primeiros meses de 2022

 

O setor portuário movimentou 98,6 milhões de toneladas em abril deste ano. Os dados são do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).

O crescimento de 1,2% em comparação ao mesmo período de 2022 foi impulsionado pelo aumento na movimentação de Minério de Ferro e de Soja com 27,4 milhões e 18 milhões de toneladas movimentadas, respectivamente. Em termos percentuais, o aumento respectivo foi de 3,28% e 20,92%.

Petróleo (óleo bruto) fecha o pódio das mercadorias que movimentaram mais de 10 milhões de toneladas no mês com 15,6 milhões de toneladas movimentadas, o que representa um aumento de 1,5% em comparação ao mesmo período do ano passado.  

Terminais privados

Os Terminais de Uso Privado (TUPs) registraram 64,4 milhões de toneladas movimentadas em abril de 2023. O número representa um aumento de 3,13% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O destaque positivo dos portos privados pelo segundo mês seguido foi o Terminal de Tubarão com 6 milhões de toneladas movimentadas, o que mostra uma variação positiva de 12,9% quando comparado a abril de 2022.

Terminal de Petróleo Tpet/Toil, localizado no Porto do Açu no Rio de Janeiro também foi destaque entre os cinco TUPs que mais movimentaram no mês. Ao todo, foram 3,62 milhões de toneladas registrando um crescimento de 43,56%.

Portos Públicos

Já os portos organizados movimentaram pouco mais de 34,2 milhões de toneladas durante o mês de abril, o que representa um decréscimo de 2,25% em comparação ao mesmo período do ano passado.

O porto de destaque foi o de Santos com movimentação de 10,9 milhões de toneladas, superando o Terminal de Ponta da Madeira e se tornando a instalação com maior movimentação no mês, após uma variação positiva de 2,44%. Vale lembrar que o Porto Organizado foi responsável por 32% de toda a movimentação portuária pública ao longo do mês. 

Consolidado

Entre janeiro e abril o setor portuário movimentou 379,5 milhões de toneladas. Isso representa um acréscimo de 1,91% em comparação com o mesmo período de 2022, sendo que a exportação cresceu 4,16% na comparação com o ano anterior.

Os principais destaques positivos para esse ano foram as movimentações do Terminal de Tubarão (+22,18%) e do Terminal de Petróleo Tpet/Toil - Açu (+55,67%), dos perfis de carga granel sólido (+3,56%) e granel líquido (+3,38%) e das mercadorias milho (+93,70%) e petróleo - óleo bruto (+8,62%). 

Painel Estatístico

O Painel Estatístico da ANTAQ pode ser acessado via smartphones e tablets, disponível no site da Agência. Na consulta eletrônica podem ser checados dados de transporte de longo curso, cabotagem, vias interiores, além da movimentação portuária de contêineres.

FONTE: ANTAQ

Pontos-chave para a conservação do alto-mar

IMAGEM: PIXABAY

Compromisso estende proteção ambiental até as águas internacionais, que constituem mais de 60% dos oceanos do mundo

Os Estados-membros da ONU aprovaram nesta segunda-feira (19) o primeiro tratado para proteger o alto-mar, um acordo essencial para preservar a vida e a saúde dos oceanos, vitais para a humanidade.

"O acordo foi adotado", declarou a presidente da conferência, Rena Lee, sob aplausos.

"O oceano é a força vital do nosso planeta. Hoje ganhou vida nova e uma nova esperança para ter uma chance de lutar", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, que o saudou uma "conquista histórica", mas lembrou que o trabalho "ainda não acabou". 

"Peço que não poupem esforços para que o acordo entre em vigor", acrescentou. 

Apesar da adoção, a Rússia se "distanciou" do consenso ao classificar algumas partes do texto como "totalmente inaceitáveis".

Para o chanceler chileno, Alberto van Klaveren, o texto aprovado é "essencial para a governança dos oceanos, baseada na justiça e na inclusão", enquanto para a Venezuela é uma "vitória dos países e dos povos do sul".

Para o México, significa um "compromisso pelo Estado de direito internacional".

O diplomata cubano Yuri Gala López, que falou em nome do Grupo dos 77 e da China, ressaltou a "batalha" travada pelos países do sul para incluir alguns aspectos-chaves do acordo, concluído em março após mais de 15 anos de negociações.

O acordo cria um marco legal para estender as faixas de proteção ambiental até as águas internacionais, que constituem mais de 60% dos oceanos do mundo.

PLANO DE AÇÃO

Para Liz Karan, da ONG Pew Charitable Trusts, a adoção do tratado "estabelece um plano de ação para os próximos passos".

Os oceanos produzem muito do oxigênio que respiramos, limitam as mudanças climáticas ao absorver CO2 e abrigam áreas ricas em biodiversidade, inclusive em níveis microscópicos.

"Oceanos saudáveis, das águas costeiras ao fundo do mar e alto-mar são parte integral da saúde, do bem-estar e da sobrevivência humana", defendeu recentemente um grupo de cientistas na revista científica The Lancet.

Porém, com boa parte dos oceanos do mundo fora das ZEE (zonas econômicas exclusivas) dos países e, portanto, da jurisdição de cada Estado, criar uma proteção para o alto-mar exigia cooperação internacional.

RESERVAS MARINHAS

Apesar de o alto-mar representar cerca da metade do planeta, foi ignorado por muito tempo nas lutas ambientais, que se concentraram nas áreas costeiras e em algumas espécies emblemáticas.

Uma ferramenta-chave do tratado será a capacidade de criar áreas marinhas protegidas em águas internacionais. Atualmente, apenas cerca de 1% do alto-mar está sob alguma medida de conservação.

O tratado é considerado essencial para que os países protejam 30% das terras e dos oceanos do mundo até 2030, como acordaram os governos do mundo em um pacto firmado em dezembro em Montreal.

Oficialmente conhecido como tratado de "Biodiversidade além da Jurisdição Nacional", o pacto também introduz requisitos para a realização de estudos sobre os impactos ambientais de atividades planejadas em águas internacionais.

Apesar de estas atividades não estarem detalhadas no texto, estas incluiriam pesca, transporte marítimo e objetivos mais polêmicos com a mineração em áreas profundas ou inclusive programas de geoengenharia para combater o aquecimento global.

O tratado estabelece também princípios para compartilhar os benefícios dos recursos genéticos marinhos procedentes do alto-mar, obtidos em expedições e pesquisas em águas internacionais, um ponto que quase fez fracassar as negociações em março.

Os países em desenvolvimento, que em geral não têm recursos para financiar pesquisas caras, lutaram para não serem privados destes benefícios que muitos veem como um grande mercado futuro, em especial na busca por "moléculas milagrosas" para a indústria farmacêutica e cosmética.

Após sua adoção formal, agora a bola está com os países que poderão assiná-lo e ratificá-lo a partir de 20 de setembro. Serão necessárias 60 ratificações para sua entrada em vigor.

As ONGs estão confiantes, já que a coalizão para este tratado soma 50 países, incluindo União Europeia, Chile, México, Índia e Japão.

FONTE: AFP

IMAGEM: OIT

Os primeiros dias da 111ª Conferência Internacional do Trabalho (CIT), promovida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, na Suíça, já apresentaram algumas tendências do debate em torno da regulação das relações trabalhistas.

Um dos documentos apresentados para discussão propõe criar regras que resguardem os direitos dos trabalhadores em tempos de transição para novas formas de trabalho, influenciadas pela inovação tecnológica.

"Esse debate parte do pressuposto de que na transição de um tipo de relação laboral para outro, sejam preservados elementos de garantia de renda, segurança e saúde", explicou o ministro Alberto Balazeiro, do Tribunal Superior do Trabalho.

A proposta de transição justa prevê o fomento aos chamados "trabalhos verdes", o que abarca a ideia de extensão social do conceito de sustentabilidade. O documento de 71 páginas defende, entre outros pontos, o papel dos governos para facilitar essa transição por meio da criação de fundos de financiamento de empresas sustentáveis e de impostos sobre a emissão de carbono. 

Preocupação social

O diretor-geral da OIT, Gilbert Houngbo, classificou o atual momento como um dos mais complexos para a legislação que regula o trabalho, já que reúne as mudanças promovidas pelo avanço tecnológico e o pós-pandemia da Covid-19. 

"É a primeira conferência com o novo diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Gilbert Houngbo, e a marca dessa gestão deve ser a defesa da justiça social considerando os avanços tecnológicos", disse Balazeiro.

A preocupação social é amplamente justificada, já que a própria OIT divulgou relatório em janeiro deste ano que aponta que a precarização do trabalho vai aumentar em 2023. Balazeiro e Luciana Conforti trataram do tema em artigo publicado pela revista eletrônica Consultor Jurídico

Outro tópico importante discutido na conferência é a aprendizagem. "O Brasil tem uma legislação bem avançada sobre o tema, mas a ideia aqui é usar a aprendizagem como ferramenta de inclusão no mercado de trabalho e combate a informalidade", afirmou Balazeiro. 

A ideia da OIT é produzir uma recomendação sobre a aprendizagem, e o texto vem sendo no evento votado artigo por artigo. Essa definição é importante para orientar países que não possuem legislação específica sobre o tema. Também foi decidido que todas as recomendações da OIT vão passar a incluir orientações sobre saúde e segurança como pressuposto. 

FONTE: REVISTA CONSULTOR JURÍDICO/CONJUR

Vista do Porto do Rio (Foto: Acervo CDRJ)

IMAGEM: ACERVO CDRJ

Descontos consideram tipo de produto transportado, escalas da embarcação e Índice Ambiental de Navios

O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, anunciou que o governo Lula (PT) vai reduzir as tarifas de embarque e desembarque dos portos do Rio de Janeiro e de Santos (SP) para baixar os custos de produção.

Os descontos serão de até 65% em Santos e 95,5% no Rio de Janeiro. O percentual será definido com base no número de escalas que a embarcação fará, a pontuação no Índice Ambiental de Navios e o tipo de produto transportado.

O anúncio foi feito por França e Lula em vídeo publicado no sábado (17) nas redes sociais. "Nós, em seis meses, estamos fazendo a redução das tarifas dos portos do Rio de Janeiro e de São Paulo, de Santos, que é muito importante para reduzir a inflação porque os portos que foram privados aumentaram os impostos", disse o ministro.

O presidente disse que o caso mostra a importância de o Estado ter "ascendência" sobre alguns serviços e produtos. 

"Veja o que o Márcio falou: os portos privados aumentaram os impostos e os portos que são administrados pelo Estado baixaram os impostos. Por que isso? Porque nós queremos baratear o custo da produção nesse país. Nós queremos facilitar com que aqueles que produzem, aqueles que plantam, aqueles que colhem, aqueles que exportam, possam ganhar um pouco mais", completou Lula.

O Ministério de Portos e Aeroportos elaborou uma apresentação para detalhar como serão estipulados os descontos para as embarcações. O texto diz que o objetivo da proposta é "aumentar a eficiência portuária, por meio da modernização e inovação, tornando os terminais públicos mais competitivos".

As regras são diferentes nos portos do Rio de Janeiro e de Santos.

Em Santos, os descontos poderão chegar a até 65%. O cálculo terá como base o tipo de navegação e a frequência do uso do terminal pela embarcação.

Se a embarcação faz trajetos de longo curso, o desconto varia de 0% a 65%, com uma variação com base no número de escalas que o navio fará. Para os casos de transporte por cabotagem, a base de desconto será de 30%, e o teto, 65%.

Haverá ainda um adicional no desconto, a depender da pontuação ESI (sigla em inglês para Índice Ambiental de Navios). O percentual varia de 0% a 12% de acordo com o escore da embarcação.

Na PortosRio, autoridade portuária responsável pela gestão dos portos públicos do Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói e Angra dos Reis, os descontos podem chegar a até 95,5%.

Nesses portos, são considerados dois critérios para definir a taxa de desconto: a tonelagem e o produto transportado.

Em operações de longo curso, os descontos são para granéis sólidos (52,2%), granéis líquidos (44%), petróleo (61%), outros combustíveis (40,2%) e com outros fins (69,6%). O percentual varia ainda de acordo com a tonelagem de porte bruto da embarcação, com o desconto máximo (95,5%) para navios com mais de 80.001 toneladas.

Os descontos sofrem pequena variação para os casos de operação de cabotagem ou navegação interior.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

IMAGEM: EDUCATION SUPPORT

 

Em virtude de as pessoas tomarem consciência e realmente se incomodarem com determinados tipos de comportamentos, o tema assédio passou a ser objeto de normatização e aplicação de penalidades, porém o tema exige permanente atenção e compreensão dos seus conceitos, para que estas práticas sejam minimizadas e por que não eliminadas no ambiente de trabalho e na sociedade.

Cobrar metas de maneira inadequada, fazer gestos de desprezo, vigilância incisiva e constante sobre o trabalho que está sendo feito, induzir ao descrédito da capacidade laboral de alguém, dar às pessoas apelidos depreciativos, enfraquecer a autoestima do colaborador diminuindo a importância do que ele faz sem qualquer motivo etc. são comportamentos aceitáveis ou não aceitáveis?

Foram trazidos acima alguns exemplos comportamentais, porém existem muitos outros para que possamos refletir sobre qual o nosso papel em tudo isso? 

Será que nós nos reconhecemos em tudo isso, seja por ação ou omissão? Esta última situação no sentido de ver que determinada situação ocorre na nossa frente e nada fazemos?

Pesquisa realizada sobre casos de assédio moral ou sexual pela Mindsight com 11.263 pessoas (47,8% se identificaram como homens, 51,5% como mulheres e 0,7% como não-binário) apontou que 34% desses participantes relataram já ter sofrido assédio moral e 10,5% assédio sexual em seu ambiente de trabalho e a maioria não denunciou os assédios sofridos (apenas 6,5% e 2,1%, respectivamente).

Outro dado importante é que 65% das empresas não possuem um ponto de acolhimento para os seus funcionários - apenas 25% dos participantes afirmaram ter suporte e 9,6% declaram que apesar de suas companhias disponibilizarem um atendimento, ele não é eficaz.

Já o Tribunal Superior do Trabalho (TST) divulgou dados que apontam que, somente em 2021, foram ajuizados, na Justiça do Trabalho, mais de 52 mil casos relacionados a assédio moral e mais de três mil relativos a assédio sexual em todo o país, provando que tais violências são numerosas no mundo do trabalho.

Mas o que é assédio moral? É caracterizado pela exposição intencional do empregado a situações humilhantes, praticada, em regra, por um superior hierárquico em face do seu subordinado. Ela se manifesta a partir de comportamentos, gestos, escritos e palavras que ferem a dignidade e a integridade física e psíquica do trabalhador (colaborador), degradando o ambiente do trabalho.

Constata-se que o assédio em muitos casos desencadeia um cenário de estresse, depressão e ansiedade com consequências também no corpo físico.

Observe-se aqui que as empresas também são responsáveis pela conduta de assédio moral dos seus funcionários, assim o agressor e a empresa poderão arcar pelo dano causado, por isso a importância do trabalho proativo e preventivo por parte das empresas, neste sentido.

É dever das empresas promoverem um ambiente saudável para seus funcionários, bem como, realizar práticas de conscientização contra o assédio.

Por isso é muito importante todos estarmos atentos para condutas abusivas, do tipo que busca desestabilizar a autoconfiança e a autoestima das pessoas por meio de ações que procuram diminuir o outro como humilhação, desqualificação, desrespeito, acusação, manipulação etc.

Temos que ter cuidado com a crença de que esse tipo de desconforto, desrespeito é algo normal, uma espécie de brincadeira que deve ser tolerada, ou por medo de perder o emprego, ou por dificuldade de provar o assédio em si; levando ao entendimento que expor a situação poderia ser um exagero ou sinal de fraqueza.

Segundo psicólogos, as consequências do assédio podem acarretar complicações na autoestima, no humor e até na má qualidade do sono, dentre outros sintomas.

Em virtude de as pessoas tomarem consciência e realmente se incomodarem com determinados tipos de comportamentos, o tema assédio passou a ser objeto de normatização e aplicação de penalidades, porém o tema exige permanente atenção e compreensão dos seus conceitos, para que estas práticas sejam minimizadas e por que não eliminadas no ambiente de trabalho e na sociedade.

Inclusive desde o dia 21 de setembro de 2022 está em vigor uma lei de 14.457/22 que coloca na pauta das empresas a necessidade de promoverem treinamentos de combate ao assédio, bem como implementar canais para o recebimento de denúncias.

Referida lei instituiu o Programa Emprega mais Mulheres, trouxe um capítulo dedicado às medidas de prevenção do assédio sexual e outras formas de violência do ambiente de trabalho, o que significa que o assédio moral também deve ser prevenido.

Vale reforçar que para melhorar o ambiente de trabalho com comportamentos saudáveis, identificar soluções para suas questões, é importante que você as veja a partir de um outro patamar. Como dizia Einstein "Nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que o criou".

Espero que as pessoas tenham mais consciência em relação a este tema, trabalhem a ampliação de conhecimento a respeito, tenham senso de protagonismo para inibir tais práticas, valoração de empatia e respeito a si e ao próximo.

Isso acontece no seu trabalho? Como a organização gerencia esse assunto? Pense nisso.

Viviane Gago, Facilitadora em Desenvolvimento Humano, Autora: Biografia de uma pessoa comum, Olhares para os sistemas, Advocacia Corporativa e outros. Advogada e Mestre em Direito das Relações Sociais

https://www.migalhas.com.br/depeso/387841/assedio-moral-no-trabalho-o-que-este-tema-tem-a-ver-com-voce

FONTE: MIGALHAS

Plataforma de petróleo

IMAGEM: AGÊNCIA BRASIL

Além da Petrobras e outras empresas nacionais, gigantes do petróleo e gás se preparam para a exploração da Margem Equatorial. Nas Guianas a extração já ocorre.

Chamada de o “novo pré-sal” brasileiro, a margem equatorial já é objeto de interesse de petroleiras de sete países. Levantamento da BBC News Brasil revela quais empresas nacionais e internacionais com contratos já operam nos blocos da região.

A Margem Equatorial é uma região localizada entre a costa do Rio Grande do Norte e o litoral do Amapá e, segundo a Petrobras, possui potencial para exploração de petróleo, uma vez que foram feitas “descobertas recentes em regiões próximas a essa fronteira (Guiana, Guiana Francesa e Suriname)”.

Segundo estimativas da Agência de Proteção Ambiental da Guiana, as reservas recuperáveis de petróleo só na região do país podem chegar a mais de 11 bilhões de barris (cerca de R$4 trilhões, de acordo com a cotação do brent de hoje).

Até agora, não existe confirmação sobre o volume exato das reservas localizadas nas bacias que compõem a Margem Equatorial no Brasil.

Cálculos feitos pelo Ministério de Minas e Energia (MME), no entanto, trabalham com estimativas de 10 bilhões de barris de petróleo, volume próximo aos 13,2 bilhões de barris em todo o Brasil em reservas provadas até 2022.

Segundo a BBC, o interesse das petroleiras na região é grande por conta da perspectiva de que essa região possa concentrar reservas de grandes proporções como as que foram encontradas nas costas da Guiana e Suriname, em 2015.

De acordo com Agência Nacional do Petróleo (ANP), existem 41 blocos exploratórios na região. São nove nas Bacias da Foz do Amazonas, cinco na região Pará-Maranhão, 18 em Barreirinhas e nove em Potiguar Mar. Desses, 20 estão com os contratos suspensos por conta da demora na obtenção de licenciamento ambiental.

Ainda de acordo com a agência, a produção de petróleo em poços da margem equatorial é baixa. Em março deste ano, a produção do Brasil foi de 3,9 milhões de barris diários.

Confira quais países e empresas.

Brasil

Cinco empresas brasileiras operam ou, ao menos, investem em blocos na Margem Equatorial, Petrobras, Enauta, Aquamarine, 3R Petroleum e Prio.

A Petrobras é a principal operadora do país na região, com 16 blocos no total. Além disso, a estatal aparece como parceira de outras empresas em outros quatro blocos na bacia de Barreirinhas, na costa do Maranhão.

A Enauta opera em três blocos: dois na bacia Pará-Maranhão e um na bacia da Foz do Amazonas. Como parceira da Shell, a Aquamarine atua em quatro blocos na bacia de Barreirinha. Já a 3R Petroleum é operadora de um bloco na bacia de Barreirinha.

Por fim, a Prio trabalha em dois blocos na Margem Equatorial, ambos na bacia da Foz do Amazonas.

Reino Unido

O Reino Unido é o segundo país com mais investimentos por bloco na região. São três empresas atuando como operadoras ou parceiras na Margem Equatorial: Shell (empresa anglo-holandesa), BP e Chariot.

Operando em 11 blocos, a Shell atua nas bacias da Potiguar e Barreirinhas. Ela também aparece como parceira em pelo menos um bloco, ao lado da Petrobras, na bacia Potiguar.

A outra empresa britânica com interesses na Margem Equatorial é a BP, que aparece como operadora em um bloco e como parceira da Petrobras em outro, ambos na bacia de Barreirinhas. A empresa chegou a ter participação em blocos localizados na bacia da Foz do Amazonas, mas cedeu sua participação para a Petrobras, em 2021.

Já a Chariot é operadora de três blocos, todos localizados na bacia de Barreirinhas.

Estados Unidos

Apesar de serem o maior produtor de petróleo do mundo, até o momento, os Estados Unidos têm presença reduzida na exploração da Margem Equatorial. Segundo a ANP, somente uma empresa operana região. A Murphy do Brasil, vinculada à Murphy Oil Corporation, opera em três blocos da bacia Potiguar.

China

Assim como os EUA, a China também tem presença reduzida na exploração do óleo. Apenas a Sinopec, uma das principais estatais do país no setor de petróleo e gás, atua na Margem Equatorial. A estatal chinesa opera em dois blocos na bacia Pará-Maranhão.

Japão

O Japão tem apenas uma empresa com atuação na Margem Equatorial. A Mitsui, gigante global no setor de energia, é parceira da Shell em quatro blocos localizados na bacia de Barreirinhas.

Portugal

A portuguesa Galp também tem operações na Margem Equatorial. Segundo a ANP, a empresa participa das operações em quatro blocos situados na bacia de Barreirinhas. Em todos, ela é sócia da Shell ou da Petrobras.

França

A única empresa francesa atualmente vinculada à Margem Equatorial é a Total Energies. Hoje, ela aparece como parceira da BP em um bloco na bacia de Barreirinhas.

No passado, porém, a empresa tentou, sem sucesso, obter a liberação para perfurar um poço exploratório em um bloco na bacia da Foz do Amazonas, a mesma região onde a Petrobras também tenta atuar. O Ibama, no entanto, negou a licença e, em 2020, a empresa abriu mão de sua participação nos blocos que tinha na região em nome da Petrobras. Ela tentou durante sete anos obter as licenças ambientais para fazer as pesquisas exploratórias na região.

FONTE: BBC NEWS BRASIL

 

IMAGEM: ILO

O diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo, enfatizou a necessidade de construir uma Coalizão pela Justiça Social para combater as crescentes desigualdades, na sessão de abertura da 111ª Conferência Internacional do Trabalho.

O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Gilbert F. Houngbo, enfatizou a necessidade de “integrar sistematicamente a agenda social em todas as principais políticas e ações internacionais, regionais e nacionais” para combater as crescentes disparidades econômicas, ao discursar na abertura da 111ª sessão da Conferência Internacional do Trabalho  (CIT).

“Minha mensagem é simples. Ninguém deve enterrar a cabeça na areia” quando se trata de enfrentar os desafios que abalam o mundo do trabalho, disse Houngbo.

“ A quarta revolução industrial que promete uma transformação radical dos métodos de produção, as convulsões demográficas e a necessidade imperiosa de descarbonizar a economia são oportunidades para um futuro melhor para todos nós”, disse o diretor-geral. “Mas, ao mesmo tempo… 4 bilhões de nossos concidadãos não têm proteção social e 214 milhões de trabalhadores ganham menos do que a linha da pobreza…. Um grande número de micro e pequenas empresas geradoras de empregos faliu. E como podemos explicar o fato de as mulheres ganharem em média 20% menos que seus colegas do sexo masculino?” ele disse.

Para posicionar a justiça social como a pedra angular da recuperação global e garantir que o futuro seja centrado nas pessoa, o diretor-geral enfatizou a necessidade de lançar uma Coalizão Global que reunirá uma ampla gama de organismos internacionais e partes interessadas.

A Coalizão Global pela Justiça Social teria como objetivo “equilibrar as considerações ambientais, econômicas e sociais na conversa global, inclusive na reforma da arquitetura financeira internacional” e “defender a coerência das políticas e o investimento em proteção social e trabalho decente”, disse Houngbo.

Ao apresentar o seu relatório à CIT, intitulado Promoção da justiça social , o diretor-geral da OIT disse que "diante dos riscos de divisão, dos riscos de entrincheiramento e dos riscos de polarização de opiniões diferentes, temos o dever e a obrigação moral de maximizar o uso da diplomacia para aproximar os pontos de vista de diferentes grupos".

Ao falar sobre seu relatório sobre a situação dos trabalhadores dos territórios árabes ocupados , Houngbo enfatizou que a taxa de pobreza aumentou de 59% para 65% em Gaza.

A conferência, que reúne representantes de trabalhadores, empregadores e governos dos 187 Estados membros da OIT, realizada totalmente de forma presencial pela primeira vez desde 2019, acontecerá até 16 de junho. Os delegados e as delegadas abordarão uma ampla gama de questões que têm um impacto de longo prazo no mundo do trabalho. A agenda inclui:

  • Um segundo debate normativo sobre a aprendizagem de qualidade .
  • Uma discussão recorrente sobre o objetivo estratégico da proteção social  (proteção do trabalho).
  • Uma discussão geral sobre uma transição justa, incluindo a consideração de políticas industriais e tecnologia, rumo a economias e sociedades ambientalmente sustentáveis para todos.
  • Uma proposta de Convenção e Recomendação relativa à revisão parcial de 15 instrumentos internacionais do trabalho, após a inclusão de um ambiente de trabalho seguro e saudável no quadro dos princípios e direitos fundamentais no trabalho da OIT.
  • A conquista da igualdade entre mulheres e homens no trabalho, tema central do Estudo Geral da Comissão para a Aplicação das Normas.

Nos dias 14 e 15 de junho também será realizada uma Cúpula do Mundo do Trabalho , cujo tema será "Justiça Social para Todos". A Cúpula incluirá palestras e painéis de discussão reunindo chefes de Estado e de Governo, o diretor-geral da OIT e representantes de alto nível das Nações Unidas, outras organizações internacionais e organizações de empregadores e trabalhadores.

No primeiro dia da Conferência , Ali Bin Samikh Al-Marri, Ministro do Trabalho do Catar, foi eleito Presidente da Conferência para o período de 5 a 16 de junho. A Conferência também elegeu Corina Ajder (Governos), ministra do Trabalho da Moldávia, Henrik Munthe (Empregadores) da Noruega e Zahoor Awan (Trabalho) do Paquistão como vice-presidentes.

"À medida que avançamos nas próximas duas semanas, devemos lembrar que alcançar o consenso tripartite é a base tanto de resultados justos e equitativos como de uma implementação eficaz, pois cria um senso de propriedade para todas as partes interessadas envolvidas. Portanto, deve guiar nossas discussões. Diversidade e as divergências resultantes podem e devem ser superadas com boa vontade e em um espírito de consenso baseado no respeito a todos os componentes desta organização", disse Renate Hornung-Draus, porta-voz do Grupo de Empregadores.

"Podemos esperar muitas discussões duras durante esta conferência, mas nunca devemos perder de vista os desafios fora destes muros que os trabalhadores enfrentam na vida cotidiana, bem como os desafios enfrentados pelos empregadores e governos para alcançar transições justas em direção a um futuro pacífico e próspero que às vezes ainda nos escapa", acrescentou Catelene Passchier, porta-voz do Grupo de Trabalhadores.

FONTE: OIT