Durante o lançamento do Mapa de Estaleiros do Brasil, em evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) nesta quinta-feira (18), no Centro do Rio de Janeiro, a diretoria de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras fez uma apresentação com informações aquém do esperado.
Nada de novo foi abordado além daquilo já veiculado pela mídia e contestado pela representação sindical: a contratação de embarcações que, na visão da empresa, geraria oportunidades para a indústria naval brasileira, o que não é verdade.
Conforme ressaltado pelo presidente do Sindmar e da Conttmaf, Carlos Müller, em artigo publicado recentemente, a maioria dessas embarcações não representa novos negócios, mas sim uma mera renovação de contratos já existentes que estão por vencer nos próximos meses.
O dirigente sindical defende uma mudança na política de afretamentos sem limites de navios estrangeiros na Petrobras. “(…) lamentavelmente, o discurso do presidente da empresa, Jean Paul Prates, que acena na direção da construção de navios petroleiros brasileiros, não encontra efetivo suporte nos planos apresentados por seu diretor Travassos”, critica Müller.
Atualmente, a empresa tem contratados mais de 100 navios de outros países para transportar a sua produção em nossa cabotagem. Mais de 70% de tudo o que se transporta em águas brasileiras é petróleo e gás, mas a Petrobras utiliza apenas 4% das embarcações em bandeira brasileira em nosso País.
Nos outros tipos de carga, como contêineres, ou no apoio marítimo, mais de 90% dos navios arvoram a bandeira do Brasil.
“Seguiremos cobrando. Em águas brasileiras, defendemos que os navios sejam nacionais e o emprego destinado à gente do mar do próprio País, como ocorre em nações que se destacam no comércio mundial”, declarou.