A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou proposta que permite a demissão por justa causa do empregado contratado com carteira assinada que faltar ao serviço por 30 dias consecutivos sem justificativa.
A proposta define esse prazo para caracterizar o abandono de emprego, previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT - Decreto-Lei 5.452/43).
A lei também estabelece justa causa para demissão por indisciplina, improbidade e condenação criminal.
Jurisprudência
Atualmente, a legislação trabalhista não especifica o prazo de ausência injustificada para caracterizar abandono. A jurisprudência trabalhista tem adotado a Súmula 32 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que estabelece os 30 dias.
O texto aprovado é um substitutivo da deputada Flávia Morais (PDT-GO) ao Projeto de Lei 4001/12, do senador Valdir Raupp (PMDB-RO). O texto inicial previa a demissão por justa causa, mas sem incluir o prazo no item de abandono de emprego.
Conforme o texto, o empregador deverá encaminhar notificação ao empregado, pessoalmente ou por via postal, com aviso de recebimento, da demissão por justa causa por abandono de emprego. O texto original previa que a notificação fosse enviada, o que poderia dificultar encontrar o emprego e efetivar a demissão.
Morais retirou da proposta a possibilidade de publicar em edital a decisão da demissão, caso o empregado não seja encontrado em seu endereço. "O texto atual da CLT diz apenas que o abandono de emprego constitui justa causa, mas não diz depois de quanto tempo isso se dará", explica.
Segurança nacional
O substitutivo também retirou a dispensa por justa causa de empregado por praticar atos contra a segurança nacional. Segundo Morais, o item foi incluído na época do regime militar e não foi corroborado pela Constituição.
Tramitação
De caráter conclusivo, a proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

O Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) aprovou R$ 3,6 bilhões para financiamento de projetos da indústria naval com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM). A aprovação ocorreu na 34ª Reunião Ordinária do Conselho, realizada na última quinta-feira (04/05), no Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.

Desse montante, R$ 2,06 bilhões foram concedidos em prioridades apresentadas na reunião ordinária e R$ 1,57 bilhão foram destinados às prioridades concedidas Ad Referendum. Do valor total aprovado, R$ 1.265,5 milhões foram para projetos relacionados a apoio marítimo, R$ 411,2 milhões para apoio portuário, R$ 1.437,6 milhões para cabotagem, R$ 303,5 milhões para estaleiros e R$ 213,4 milhões para navegação interior.

O FMM pode financiar até 90% do valor dos projetos pleiteados. O percentual de financiamento dependerá do conteúdo nacional de cada projeto e do tipo de embarcação, conforme a Resolução do Conselho Monetário Nacional nº 3828/2009.

Imagem: Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil

Nos próximos dias, será publicada a Resolução do CDFMM no Diário Oficial da União com os projetos que obtiveram prioridade, conforme decisão do CDFMM. Com isso, as empresas estarão aptas a contratar o financiamento junto aos agentes financeiros conveniados (BNDES, BB, CEF, BNB e BASA).

O FMM é administrado pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, por intermédio do CDFMM. O Fundo constitui a principal fonte de financiamento de longo prazo do setor naval e possui a finalidade de promover o investimento privado para o desenvolvimento da marinha mercante e da indústria de construção e reparação naval no país.

A próxima Reunião Ordinária do CDFMM está agendada para 24 de agosto de 2017. O prazo para os postulantes apresentarem projetos para obtenção de prioridade para financiamento com recursos do FMM na referida reunião é até 23 de junho de 2017, conforme estabelece a Portaria GM nº 253/2009.

Fonte: Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil

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O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), recebeu nesta terça-feira (9) os representantes das centrais sindicais para começar a negociação a respeito da tramitação da reforma trabalhista na Casa. Jucá, que é relator da reforma na Comissão de Constituição e Justiça, disse que a reunião foi a primeira de uma série de encontros e negociações que vão ocorrer com os sindicalistas antes da votação da reforma.
Segundo ele, o diálogo estará aberto e a equipe técnica de seu gabinete ficará em contatocom as representações dos trabalhadores para ouvir as demandas e avaliar possíveis modificações ao texto.
“Dependendo do mérito e do tipo de proposta, ela pode ser discutida numa outra redação, pode ser discutida com uma emenda de mérito, pode ser discutida com uma possibilidade de veto ou mesmo com uma complementação de legislação em uma medida provisória, por exemplo. Então, existem vários caminhos que podem fazer o texto ser melhorado. Vai depender do debate técnico”, afirmou.
De acordo com o líder e relator, o governo tem interesse de que o texto da reforma seja votado com rapidez, mas também tem consciência da necessidade de negociação e do debate. Por isso, segundo ele, a princípio não haverá pedido de tramitação em regime de urgência para o texto que será analisado e votado nas três comissões previstas – Constituição e Justiça, Assuntos Econômicos e Assuntos Sociais – antes de ir a plenário.
“Vai depender dos relatores, dos presidentes das comissões e do próprio ritmo que o Senado der. Nada impede que a qualquer momento, se apresente ao relatório um pedido de urgência para ir ao plenário. Agora, nós entendemos que não é necessário, tendo em vista que é possível fazer um debate inteligente num prazo razoável”, afirmou. Mais cedo, Jucá tinha falado na possibilidade de apresentar requerimento para o pedido de urgência, mas apenas quando a matéria chegasse ao plenário.
Centrais
De acordo com o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, os sindicalistas saíram do encontro satisfeitos com a abertura das negociações. “A nossa ideia é ter tempo de negociação. O que o senador está nos garantindo como líder do governo é a negociação. Se houver negociação, para nós está bom”, afirmou.
De acordo com ele, um dos principais pontos que as representações dos trabalhadores querem ver modificados é o que trata da possibilidade de que as negociações de acordos coletivos possam ter força maior do que o que está previsto na legislação.
“Tem uma série de questões que nós não concordamos com a proposta que veio da Câmara. Mas a principal é que nós estamos tratando de uma legislação em que o negociado vale mais do que legislado. Nós estamos mudando a estrutura sindical que é o negociado valer mais que o legislado”, afirmou.
Para ele, como a reforma prevê o fim do imposto sindical, as negociações dos empregados ficarão fragilizadas. “Acabando com o imposto sindical, mantém intacta a estrutura patronal, na medida em que mantém o Sistema S, e quebra a estrutura financeira dos sindicatos. Então nós não teremos força de negociação. Essa é uma negociação que precisa ser refeita, porque nós não podemos acabar com o imposto sindical dos trabalhadores e manter o empresariado porque isso significa perda de direitos no futuro”, afirmou.
De acordo com o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, o projeto original previa a valorização dos acordos coletivos, mas com a manutenção de pontos que fortaleciam os sindicatos. O texto da Câmara, segundo ele, desfigurou a reforma nesse ponto, o que deixou a estrutura de negociação desequilibrada.
“É uma desestruturação num momento grave que nós estamos vivenciando. O movimento sindical sempre trabalhou acabando com a ditadura, acabando com a inflação, e o nosso trabalho é a inclusão social e o crescimento econômico. Não dessa forma que está sendo estruturada, tirando, na realidade, um dos elementos protagonistas da estrutura brasileira, que é o movimento sindical”, afirmou.
Ele citou como exemplo o fato de que as demissões não precisarão mais ser homologadas por representações sindicais, assim como as negociações em empresas com mais de 200 funcionários, além do fim do imposto sindical obrigatório.

Fonte: Agência Brasil

O Brasil é um país fora da curva quando se olha as milhões de ações trabalhistas que são impetradas todos os anos nos 24 tribunais e 1.570 varas do trabalho. Foram 3,9 milhões em 2016, de acordo com as estatísticas do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Na Alemanha, são 400 mil por ano. Nos Estados Unidos, país altamente desregulamentado nas relações de trabalho, são mais de 140 mil por ano, a grande maioria relacionada a discriminação por raça, cor, sexo, deficiência, de acordo com estudo em andamento do sociólogo e professor da USP José Pastore:
— Em muitos desses países, há ações trabalhistas fora da Justiça. Há comitê de conciliação, câmara de mediação, de arbitragem, comissões nas empresas, que analisam e resolvem os conflitos ali mesmo. Aqui no Brasil, tudo é resolvido na Justiça.
Lelio Bentes Corrêa, ministro do TST, ressalta o valor alto das indenizações em comparação com o Brasil. Nos casos de discriminação, afirma, as indenizações em um ano chegam a US$ 480 milhões nos Estados Unidos, apesar do número baixo de ações em relação à população, de cerca de 320 milhões:
— Nos Estados Unidos, há muito litígio. Eles resolvem tudo na Justiça — diz Bentes.
E houve aumento dos processos no Brasil. Em 2015, foram 3,7 milhões de ações, mesmo com o aumento da produtividade dos juízes, que subiu 5%. Segundo Pastore, o número de novas ações subiu 6%.


 
Para a desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) e professora da UFRJ, Sayonara Grillo, o aumento das ações na Justiça foi causado por uma série de fatores. Em 2004, foram repassados para a Justiça do Trabalho os casos de indenização por acidentes de trabalho. Naquele ano, o número de ações novas foi de 2,2 milhões:
— Como o Brasil tem um número alto de acidentes de trabalho, de modo diverso de outros países, houve esse aumento. O avanço da terceirização, principalmente na própria administração pública, que é grande litigante na Justiça por não fiscalizar as condições de trabalho, faz com que haja ações sobre não pagamento de salário e de verbas trabalhistas. É um fenômeno que não existe em outros países. E grande parte das ações vem do descumprimento do não pagamento de salários, de horas extras e do depósito do FGTS.
Ela também cita o aumento do emprego formal até 2014 como um dos motivos do aumento das ações trabalhistas:
— Houve crescimento do assalariamento no Brasil, no número de relações protegidas.
No Japão, as ações são residuais. Segundo Pastore, chegam a 5 mil por ano. Mas Estêvão Mallet, professor de Direito da USP, faz uma ressalva:
— Há pouquíssimas ações no Japão. Há uma lealdade forte à empresa. É um vínculo mais longo e próximo. É um país onde o litígio em si não é bem visto.
Juliana Bracks, advogada e professora da FGV Direito, diz que existe preconceito com a Justiça do Trabalho no Brasil:
— Há um preconceito generalizado. Dizem que é inoperante, mas arrecada muito INSS e outros impostos.
No ano passado, a Justiça trabalhista recolheu R$ 3,148 bilhões em custas, recuperação de verbas de Previdência Social, Imposto de Renda e multas aplicadas. Só de INSS, foram R$ 2,385 bilhões.
No ano anterior, em 2015, a arrecadação fora de R$ 2,8 bilhões no total. E as despesas da Justiça do Trabalho foram de R$ 17,1 bilhões, ligeiramente abaixo dos valores pagos aos reclamantes, de R$ 17,4 bilhões no mesmo ano, de acordo com relatório do TST.
Mais negociação
Luiz Marcelo Góis, sócio da área Trabalhista do BMA — Barbosa, Müssnich, Aragão, diz que a maior diferença que observou em relação às demandas trabalhistas de outros países foi a negociação entre patrão e empregado ser válida judicialmente.
— Aqui, até se obtém acordos extrajudiciais, mas não se tem segurança de que, ainda assim, as pessoas não vão entrar com ação trabalhista para reclamar de algum direito que deixou de ser resolvido. O interessante é que uma grande quantidade de ações termina em acordo. O litígio poderia ter sido evitado.
Em 2015, 38,9% dos casos foram resolvidos por meio de conciliações.
Para o economista Gustavo Gonzaga, professor da PUC, a cultura da mediação, da negociação, tem de crescer no Brasil:
— Quanto mais se trouxer as questões que são discutidas na Justiça para dentro do ambiente de trabalho, melhor. A Argentina está mais desenvolvida que o Brasil nesse campo.
Gonzaga afirma que o poder normativo da Justiça do Trabalho no país é fora da curva em relação ao resto do mundo:
— Não poder haver essa incerteza jurídica toda.
 
Fonte: O Globo

 

Na tarde/noite da terça-feira (9), a comissão especial que examina a reforma da Previdência (PEC 287/16) aprovou um destaque e rejeitou os demais e manteve praticamente intacto o substitutivo do relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). Ao todo, o colegiado apreciou dez destaques apresentados ao texto. Mas o governo só conseguiu aprovar o texto-base, porque trocou cinco membros do colegiado. Do contrário teria sido derrotado.

Assim, a proposta está apta para votação em plenário em dois turnos, que requer, para aprovação, pelo menos 308 votos favoráveis. Pela agenda do governo, que ainda não conta com os votos necessários para aprovação, a matéria poderá entrar na pauta da semana do dia 22.

Não houve novidades nas votações. Já se esperava que a maioria governista do colegiado rejeitasse os destaques apresentados ao substitutivo. Veja o que foi destacado e qual partido o fez:

- Bloco PTB, Pros, PSL e PRP para manter na Justiça estadual as ações contra o INSS (o relator propôs remeter esses casos para Justiça federal);

- PSB para manter a aposentadoria rural nos moldes atuais;

- PHS para manter isenções e reduções de contribuições previdenciárias para situações fixadas em legislação anterior à emenda;

- PCdoB que retira o tempo de contribuição mínimo de 25 anos para aposentadoria no regime geral (atualmente são 15);

- PT que elimina as novas regras de cálculo dos benefícios, que preveem no mínimo 70% da média dos salários desde julho de 1994 no caso de 25 anos de contribuição;

- PT que elimina as mudanças no cálculo da pensão por morte, que prevê no mínimo 50% da aposentadoria do cônjuge mais 10% por dependente;

- PT que elimina as mudanças nos benefícios assistenciais (BPC), como elevação da idade mínima de 65 para 68 anos;

- PSB que retira a necessidade de idade mínima (65 para homens e 62 para mulheres) para que os servidores que ingressaram no serviço público antes de 2003 obtenham integralidade dos benefícios;

- PDT que também suprime as idades mínimas para os servidores mais antigos; e

- PSol que submete a reforma a um referendo popular.

Texto-base
A comissão especial aprovou na última quarta-feira (3), por 23 a 14, o texto-base do relator, deputado Arthur Oliveira Maia. Leia mais

Veja os destaques que foram votados e o placar de cada votação:

Ajuizamento das ações contra o INSS
Por unanimidade, a comissão especial aprovou o destaque do bloco PTB, Pros, PSL e PRP que mantém na Justiça estadual o ajuizamento das ações contra o INSS.

O parecer do relator deslocava as ações contra o INSS para a Justiça federal, argumentando que isso facilitaria a defesa da autarquia. Mas os deputados afirmaram que a eventual mudança poderia dificultar a ação do segurado.

Aposentadoria rural
Por 23 a 14, o destaque da bancada do PSB sobre a aposentadoria rural foi rejeitado. Mantido trecho do texto-base do relator aprovado na semana passada.

De acordo com a proposta, para ter acesso ao benefício, o trabalhador rural, aquele que vive de sua produção, precisará contribuir por 15 anos para a Previdência. Não será necessário buscar uma declaração dos sindicatos da categoria que comprove a condição de trabalhador rural. A idade mínima para aposentadoria será de 57 anos para as mulheres e 60 anos para os homens.

Novas isenções
O colegiado rejeitou (23 a 14) destaque do PHS que buscava retirar artigo que proíbe novas isenções ou reduções de alíquotas de contribuições previdenciárias após a promulgação da emenda constitucional. Mantido o texto do relator.

Tempo de contribuição
Destaque do PCdoB para retirar da proposta o tempo mínimo de contribuição de 25 anos foi rejeitado por 22 a 14. Atualmente, na aposentadoria por idade, são exigidos 15 anos. Mantido o texto do relator.

Cálculo das aposentadorias
Destaque do PT pretendia alterar a regra, mas foi mantido o texto do relator. Foi rejeitado por 23 a 14. Mantido o texto do relator.

O destaque, defendido pelo deputado Assis Carvalho (PT-PI), buscava eliminar a regra que fixa em 70% da média salarial desde julho de 1994 o benefício de aposentadoria aos 25 anos de contribuição. Pela proposta do relator, após 25 anos o percentual vai aumentando até chegar a 100% com 40 anos de contribuição.

Pela regra atual, o benefício só é reduzido pelo fator previdenciário se o trabalhador não se enquadrar na chamada “fórmula 85/95”. Esse cálculo combina idade e tempo de contribuição. Se a mulher tem 55 anos de idade e 30 de contribuição, não há redução porque a soma dá 85. No caso dos homens, essa soma deve ser de 95.

Pensão
Por 23 a 14, destaque do PT que pretendia eliminar as novas regras de cálculo da pensão por morte foi rejeitado. Com isso, fica mantido trecho do texto-base do relator, aprovado na semana passada. O parecer proíbe o acúmulo de aposentadoria e pensão, exceto para o valor de até dois salários mínimos (R$ 1.874) em valores de hoje.

Regra nova
A regra proposta por Arthur Maia prevê como pensão 50% da aposentadoria do cônjuge que faleceu mais 10% por dependente, até 100%. Assim, se um casal tiver um filho, por exemplo, a pensão será equivalente a 70% da aposentadoria, mas somente até a maioridade do filho.

Acesso a benefícios assistenciais
O destaque do PT que buscava eliminar as mudanças no acesso aos benefícios assistenciais foi rejeitado por 22 a 14. Segundo o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), o governo quer elevar a idade do Benefício de Prestação Continuada (BPC) de 65 para 68 anos para não desestimular as contribuições para a Previdência.

O BPC, no valor de um salário mínimo, é pago a idosos e pessoas com deficiência carentes que não precisam comprovar um tempo mínimo de contribuição. Segundo ele, há muita judicialização no setor e isso será eliminado com a reforma. Pela regra atual, o acesso ao BPC é permitido a partir dos 65 anos. O governo propôs passar para 70, com valor inferior ao mínimo, depois recuou.

Paridade
Por 22 a 14, o destaque do PDT que buscava manter a paridade e a integralidade dos novos benefícios de aposentadoria dos servidores públicos que entraram antes de 2003 foi rejeitado. Mantido o texto do relator.

De acordo com o substitutivo aprovado na semana passada, os servidores que entraram antes de 2003 terão que cumprir imediatamente as idades mínimas de 62 anos para as mulheres e de 65 anos para os homens para manter a integralidade dos seus benefícios.

Referendo popular
Por 21 a 14, o destaque do PSol que condiciona a vigência da reforma à realização de um referendo popular foi rejeitado. Para o deputado Ivan Valente (PSol-SP), as pesquisas mostram que a grande maioria da população é contra a reforma. O deputado afirmou que o governo está apostando tudo em um ajuste fiscal que vai aprofundar a recessão.

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Os resultados obtidos pelos sindicatos brasileiros na tentativa de preservar empregos e manter o poder de compra dos trabalhadores na atual recessão indicam que as entidades têm força para negociar acordos vantajosos para quem representam.
Se a reforma trabalhista em debate no Congresso for aprovada, o que for definido nesses acordos em relação a jornada, banco de horas e intervalo para almoço, entre outros questões, poderá divergir ou se sobrepor à legislação.
A mudança tem o apoio da Força Sindical e da UGT (União Geral dos Trabalhadores), segunda e terceira maiores centrais do país. A maior delas, a CUT (Central Única dos Trabalhadores), defende o fortalecimento das negociações, mas não nos termos previstos no projeto em debate.
Críticos da proposta dizem que esses acordos trarão mais perdas do que ganhos aos trabalhadores, diante da fraqueza dos sindicatos –agravada pelo fim do imposto sindical, também previsto na reforma.
Mas as negociações salariais feitas em 2016, em meio à recessão mais profunda da história, indicam que a maior parte dos sindicatos conseguiu reajustes que ao menos repusessem a inflação.
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a proporção de acordos que resultaram em perdas reais no ano passado ficou pouco cima de um terço do total (36,7%).
Categorias mais organizadas, como os metalúrgicos, evitaram demissões em massa. Após protestos e ameaça de greve pelo sindicato, a Mercedes-Benz concordou em oferecer R$ 100 mil como indenização em um programa de demissão voluntária, em vez de cortar 2.000 funcionários.
"Nossa capacidade de resistir a essa onda é razoável", diz Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ligado à CUT. "A depender do resultado final da reforma, acho que os sindicatos precisam criar um método, uma estrutura que dê condição de dialogar com o mesmo discurso e a mesma pauta no Brasil inteiro."
Para Miguel Torres, vice-presidente da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, a reforma como está afeta principalmente os sindicatos menores, cujo poder de barganha seria menor. "Não somos contra negociação, mas precisa ter equilíbrio", afirma.
DESEQUILÍBRIO
O Brasil tem cerca de 18 mil trabalhadores filiados a 11 mil sindicatos. Na média, cada entidade tem 1.600 filiados, número que equivale a um sétimo do total de trabalhadores da categoria que representam, de acordo com estudo do sociólogo André Gambier Campos, do Ipea.
"Mesmo considerando que tal sindicato representa e age em nome de todos os trabalhadores de sua base e não apenas daqueles que são filiados, há preocupações óbvias sobre a representação e a ação que pode ser assegurada", escreve o pesquisador.
Um maneira de garantir maior simetria seria permitir que pontos mais sensíveis, como jornada, pudessem ser negociados apenas em um contrato a nível nacional por categoria, sugere Torres. Já questões mais simples
–transporte, por exemplo– poderiam ser definidas por entidades de menor porte.
ACORDOS COLETIVOS
Pode negociar
> Organização da jornada de trabalho
> Banco de horas individual
> Intervalo intrajornada
> Plano de cargos, salários e funções
> Regulamento empresarial
> Representante dos trabalhadores no local de trabalho
> Teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente
> Remuneração por produtividade, gorjetas e remuneração por desempenho individual
> Modalidade de registro de jornada de trabalho
> Troca do dia de feriado
> Enquadramento do grau de insalubridade
> Prorrogação de jornada em ambientes insalubres sem licença prévia do Ministério do Trabalho
> Prêmios de incentivo em bens ou serviços
> Participação nos lucros ou resultados da empresa
Não pode negociar
> Normas de identificação profissional e anotações na Carteira de Trabalho
> Direito a seguro-desemprego
> Salário-mínimo
> Remuneração adicional do trabalho noturno
> Valor nominal do décimo terceiro salário
> Repouso semanal remunerado
> Remuneração do serviço extraordinário superior à do normal em no mínimo 50%
> Número de dias de férias devido ao empregado
> Gozo de férias anuais remuneradas
> Licença-maternidade com a duração mínima de 120 dias e licença-paternidade
> Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, com mínimo de 30 dias
> Normas de saúde, higiene e segurança do trabalho
> Adicional de remuneração para atividades insalubres, penosas ou perigosas
> Seguro contra acidentes de trabalho
> Restrições ao trabalho de crianças e adolescentes
> Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso
> Liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador

> Direito de greve

Fonte: Folha de S. Paulo

Protesto contra a reforma trabalhista

Para Conselho Nacional dos Direitos Humanos, as reformas trabalhista e previdenciária são uma ameaça de retrocesso social

Os direitos humanos, como um conjunto de garantias universais centradas na dignidade humana, estendem-se também ao mundo do trabalho.

Trabalhadores e trabalhadoras estão sujeitos às mais variadas formas de violações de direitos humanos: jornadas exaustivas em condições precárias e tratamento degradante são exemplos, assim como a negação do direito humano à seguridade social. 

Isso porque a base dos direitos humanos é também a defesa dos direitos econômicos e sociais e sua progressividade em aplicação, como prevê o Pacto Internacional de Direitos Econômico e Sociais.

Criado há 50 anos para promover e defender os direitos humanos no Brasil, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos é um órgão de caráter autônomo e de composição paritária, formado por 11 representantes do poder público (quatro do Legislativo, quatro do Executivo e três do sistema de justiça) e outros 11 da sociedade civil. Em sintonia com essa perspectiva, foi criada a Comissão Permanente Direito ao Trabalho, à Educação e à Seguridade Social. 

Seu objetivo é receber e examinar denúncias de violações dos direitos humanos no mundo do trabalho e propor aperfeiçoamento das políticas públicas relacionadas a esses direitos, tendo em vista a garantia de direitos sociais trabalhistas previstos na Constituição Federal e em diversos tratados e convenções internacionais dos quais o Brasil é signatário.

O CNDH compreende a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, a chamada reforma da Previdência, como uma ameaça de violação dos direitos humanos.

Assim, reforça a recomendação direcionada ao presidente da República, Michel Temer, para que retire a referida proposta, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para que suspenda a tramitação da proposta no Congresso Nacional até que haja uma escuta ampla e democrática da sociedade.

A partir de entendimento semelhante, o CNDH também aprovou recomendação sobre a reforma trabalhista (PL 6787/2016), que promove mais de 100 alterações na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

A recomendação é direcionada ao presidente da República, para que retire o projeto, e aos presidentes da Câmara, do Senado, da Comissão Especial da Reforma Trabalhista e ao Relator do PL, para que o projeto tramite em rito ordinário, passando pelas diversas comissões relacionadas à temática, garantindo o debate público diante das profundas alterações propostas no âmbito da CLT.

Como órgão que zela pelo cumprimento das normas constitucionais e infraconstitucionais relacionadas à promoção e defesa dos direitos humanos no Brasil, bem como dos tratados internacionais sobre o tema ratificados pelo Brasil, o CNDH possui não apenas a prerrogativa, como também o dever de se manifestar sobre as reformas trabalhista e previdenciária.

Em nosso entendimento, as duas propostas constituem um conjunto de medidas que violam direitos humanos dos trabalhadores brasileiros e consubstanciam atroz retrocesso social, ao dificultar o acesso ao pleno exercício da seguridade social e ao retirar e/ou enfraquecer inúmeros direitos fundamentais trabalhistas.

As medidas de responsabilidade fiscal do Estado devem ser tomadas, desde que esteja resguardado o custeio constitucionalmente previsto dos direitos humanos fundamentais. Não há dúvidas de que as medidas em questão atingem frontalmente o princípio do não retrocesso social.

Registre-se que a posição do CNDH está dentro do contexto de extrema preocupação, de outras instituições, nacionais e internacionais, com os retrocessos em andamento em matéria de conquistas de direitos, seja na esfera previdenciária, trabalhista, ou no âmbito dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais.

É o caso da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), ligada ao Ministério Público Federal, que emitiu nota técnica que revela a incoerência normativa e o retrocesso social presentes na referida reforma, e da Organização das Nações Unidas (ONU) que, por meio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) na América do Sul, alertou que as discussões sobre alterações da legislação brasileira têm desconsiderado os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, signatário da maioria dos acordos de direitos humanos.

A preocupação manifestada pelo CNDH e pelas demais instituições prova ser alarmante quando, em março, o governo brasileiro votou contra resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU que renovava mandato para monitoramento dos impactos das políticas fiscais sobre os direitos humanos.

Trata-se de uma sinalização clara de que as reformas pretendidas são, de fato, violadoras dos direitos humanos. Caso contrário, não haveria motivos para ser contra o monitoramento.

*Presidente do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, advogado, e integrante da Coordenação da Plataforma de Direitos Humanos - Dhesca Brasil.

Reunidas em São Paulo, nesta segunda-feira (8), as centrais sindicais decidiram que no próximo dia 24 vai haver uma grande marcha da classe trabalhadora em Brasília contra as propostas de reforma trabalhista (PLC 38/17) e previdenciária (PEC 287/16). Veja o calendário:

1) Dia 9 - terça-feira, às 10h, sede da CUT-DF, reunião das centrais sindicais para organizar visitas aos deputados e sensores no Congresso Nacional e participação na reunião com o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), às 18. Ferraço é relator do PLC 38/17, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

2) Dia 9 - terça-feira, às 14h30, no Dieese, em São Paulo, reunião do setor de organização e de imprensa para preparar a Marcha de Brasília, do dia 24.

3) Dia 15 - segunda-feira, corpo a corpo nos aeroportos e reuniões com os deputados e senadores nos estados.

4) Dia 17 - quarta-feira, “Ocupa Congresso”, lideranças das centrais sindicais visitam parlamentares e líderes partidários no Congresso Nacional.

Com apenas quatro dias de tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a reforma trabalhista já recebeu dez emendas, anuncia a Agência Senado. O PLC 38/17 foi recebido na última quinta-feira (4) pela CAE e, se aprovado, ainda passará pela análise das comissões de Constituição e Justiça (CCJ); e de Assuntos Sociais (CAS), respectivamente.

Autora de nove das dez emendas apresentadas na CAE, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) destacou como a emenda mais importante a que suprime a prevalência dos acordos coletivos sobre o que está na legislação, a chamada prevalência do negociado sobre o legislado. Pelo projeto, o acordo coletivo vai prevalecer para 13 pontos específicos, entre eles, plano de cargos e salários, participação nos lucros e resultados e o parcelamento de férias anuais em até três vezes.

Grazziotin explicou que, no Brasil, a Justiça do Trabalho já prevê a prevalência do negociado sobre o legislado, desde que o acordo coletivo traga condições mais benéficas aos trabalhadores do que o disposto na legislação. Segundo ela, o PLC 38, ao permitir que o negociado prevaleça sobre o legislado em 13 pontos específicos, independente do seu conteúdo, pretende, na verdade, excluir direitos trabalhistas pela via negocial.

“É temerária qualquer proposta de fazer prevalecer o negociado sobre o legislado, para permitir a fixação de condições de trabalho e remuneração inferiores às asseguradas por lei, sem realizar previamente uma ampla reforma sindical. Isso significaria enorme incentivo ao avanço da corrupção nas relações coletivas de trabalho”, afirmou a senadora.

As outras emendas tratam, entre outros temas, de suprimir a possibilidade de flexibilização do pagamento das horas in itinere, da terceirização em atividade-fim da empresa, do trabalho intermitente de forma descontínua e da instituição da prescrição intercorrente no Direito do Trabalho.

Relatores
Na CAS, ainda não foi definido um relator para o projeto, o que deve ocorrer nos próximos dias, segundo a presidente Marta Suplicy (PMDB-SP). Os outros dois relatores estão escolhidos. Na CAE, a tarefa ficará por conta de Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Na CCJ, o relator será Romero Jucá (PMDB-RR).

Audiência pública
CAE e CAS vão se reunir, nesta quarta-feira (10), a partir das 9h para tratar da reforma trabalhista. Inicialmente, os senadores ouvirão o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra da Silva Martins Filho. Após a participação do ministro, haverá uma audiência pública sobre contrato de trabalho.

Fonte: DIAP

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O deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, disse que irá reescrever seu projeto trazia propostas de alterações nas leis trabalhistas específicas para trabalhadores rurais. Ele também pediu ao comando da Câmara dos Deputados que não instale a comissão especial para discutir a proposta.

Na semana passada, o texto recebeu diversas críticas por estabelecer que o salário do trabalhador rural poderia ter desconto de até 20% por “ocupação da morada” e de até 25% por fornecimento de alimentação “sadia e farta”.

Outro ponto criticado foi a possibilidade de se trabalhar até 18 dias seguidos e a permissão para o trabalhador vender integralmente suas férias.Para representantes dos trabalhadores rurais, o projeto trazia regras que eram similares à escravidão.

O deputado afirma que foi mal interpretado. "Conversei com algumas pessoas sobre essa interpretação distorcida, equivocada que tem sido colocada. A intenção do projeto não é jamais trocar salário por comida", afirmou.

De acordo com a Folha de S. Paulo, Leitão também afirmou que se reunirá com técnicos nesta semana para "tirar essa interpretação equivocada".

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Casa, foi informado de que Leitão vai solicitar a suspensão da tramitação da proposta nesta semana.

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O segmento da navegação amazonense amargou, nos últimos dois anos, uma média de R$100 milhões em prejuízos, a cada ano, decorrentes de assaltos às embarcações nos trechos das rotas Manaus/Belém (PA) e Belém/Manaus, no Alto Solimões. Do total de cargas roubadas, 70% é relacionado aos combustíveis transportados. Além das perdas materiais, as tripulações ainda sofrem violência física que em alguns casos resultam em morte. 

O aumento no índice de criminalidade inibe trabalhadores do segmento, com risco de interrupção na operacionalização do transporte fluvial no trecho do Alto Solimões. O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma) e a Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega) buscam parcerias com as Secretarias de Estado Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e do Pará (Segup) para o reforço das guarnições policiais nos rios.

O vice-presidente do Sindarma e representante de hidrovias da Fenavega, Claudomiro Carvalho, relata que nos últimos três anos a média de prejuízos se mantém com perdas estimadas em torno de R$100 milhões ao ano. Ele ressalta que as perdas são agravadas pelo aumento expressivo no índice de violência física, o que piorou no último ano. Recentemente, um tripulante que atuava em uma embarcação em um município no Estado do Pará foi assassinado durante um assalto. 

No Amazonas, os municípios com maior registro de roubos são: Codajás, Coari e Tefé. Enquanto no território paraense as cidades com maior índice de roubos são: Prainha e Almerim. As ocorrências acontecem em todos os tipos de embarcações como balsas, empurradores e barcos que transportam passageiros.

“Antes, os assaltantes levavam as cargas e os pertences da tripulação. Agora, a situação agravou porque os bandidos agridem os trabalhadores e chegam até a matar, como aconteceu há um mês no Pará. Agora, as tripulações temem fazer o trajeto do Alto Solimões e não querem mais operar nesse trecho”, informou Carvalho.
 
Durante os assaltos, o maior volume de perdas é de cargas de combustíveis, seguido dos produtos eletroeletrônicos e demais insumos transportados entre o Amazonas e a região Centro-Sul do país. “Os prejuízos são expressivos a cada ano. Pela imensidão territorial de rios sentimos a necessidade de termos mais segurança, principalmente nos rios federais, como é o caso dos rios Madeira e Amazonas, que ligam o Estado ao Pará e Amapá”, disse.

Segundo Carvalho nas regiões de fronteira há a atuação de equipes da polícia federal, porém, é necessário haver maior reforço policial nas rotas fluviais. “A polícia federal atua nos municípios do Alto Solimões como Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte e São Paulo de Olivença. Porém, é a única guarnição policial em toda a Amazônia. É necessário o reforço de pelo menos outras cinco guarnições distribuídas entre o rio Madeira e na região do Médio Amazonas”, avaliou.

O empresário afirma que boa parte das ocorrências acontecem durante a noite, período em que segundo ele, não há presença de policiais no rio. Os piratas abordam as embarcações por meio de barcos velozes e saqueiam as cargas e os pertences da tripulação. “O último assalto aconteceu entre às 19h de um dia às 5h do outro dia. Os piratas fogem e não há como rastrear. Os trabalhadores ficam sem comunicação porque os celulares também são roubados”.

Luta por reforço policial

Atualmente, o Sindarma e a Fenavega pleiteiam um plano de reforço de segurança junto às secretarias de segurança estaduais do Amazonas e do Pará. A proposta é intensificar a atuação policial no trajeto fluvial. 

No âmbito federal, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº52/2012 de autoria do senador Vicentinho Alves (PR-TO), tramita com o intuito de alterar o artigo 144 da Constituição Federal para identificar a Polícia Hidroviária Federal como órgão do sistema de segurança pública. A proposta aguarda tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ). A última movimentação da proposta aconteceu em março de 2016.

Conforme o líder do PSD no Senado Federal, senador Omar Aziz, os trabalhos são constantes para fortalecer a segurança nos rios do Amazonas, principalmente os que fazem ligação com as fronteiras. O senador frisou que, quando governador do Amazonas, aplicou recursos estaduais para reativar a Base Anzol da Polícia Federal, na cidade de Tabatinga. A base funciona até hoje e o parlamentar a destaca como de extrema importância para o combate ao crime organizado na região. 

“Um exemplo importante é a divisa na cidade de Tabatinga com a colombiana Letícia, onde apenas 20 agentes da polícia federal trabalham para combater crimes e irregularidades, um número irrisório perto da necessidade demandada pela região”, disse.  

O senador destacou que trabalha constantemente para fortalecer a Polícia Federal, buscando o aumento do efetivo de agentes na região, bem como dando condições de exercer suas funções. O parlamentar também disse ser necessária a participação constante, rígida e efetiva das Forças Armadas para garantir a segurança das famílias amazonenses. Aziz alertou ao governo federal quanto à necessidade de aumento nos investimentos e disse que o atual orçamento para esse setor é irrisório.

Fonte: Portal Amazônia

O governo Temer alega um suposto rombo na Previdência, para impor uma reforma no sistema de seguridade que agride direitos dos trabalhadores da ativa e aposentados. Porém, se os 500 maiores devedores do INSS fossem efetivamente cobrados, eventuais problemas de caixa estariam definitivamente resolvidos.

A lista foi divulgada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Procuradoria-Geral Adjunta de Gestão da Dívida Ativa da União e pela Coordenação-Geral de Grandes Devedores.

Top 10 - Os dez maiores devedores são: a JBF, dona de diversas marcas no setor de alimentação como Friboi, Doriana e Seara, está em 2º lugar (R$ 2.378.212.794,30); Marfrig Global Foods, outra empresa no ramo de alimentação, em 7º lugar (R$ 1.154.919.886,71); a Associação Educacional Luterana do Brasil (Ulbra), 4º lugar (R$ 1.865.382.913,28); dois bancos públicos Caixa Econômica Federal (6º lugar, com dívida de R$ 1.235.518.122,47); Banco do Brasil (8º lugar, com R$ 1.138.224.149,37) e prefeitura de Guarulhos (9º lugar, com R$ 857.277.917,26) se destacam entre entes públicos; o Instituto Candango de Solidariedade está em 10º lugar (R$ 847.837.303,67).

Três empresas aéreas extintas completam a lista. São elas a Varig - 1º lugar (R$ 4.017.836.087,77), Vasp - 3º lugar (R$ 1.915.952.309,85) e Transbrasil - 5º lugar (R$ 1.315.606.876,11).

Também figuram na lista diversas estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, com suas respectivas capitais, diversas autarquias como a SPTrans e outros bancos públicos e privados.

Somadas as quantias devidas pelos 500 maiores devedores, o valor ultrapassa os R$ 104 trilhões – dinheiro suficiente para cobrir o suposto rombo de pouco mais de R$ 145 bi, que o governo alega como motivo para a reforma.