Na guerra contra a recessão, as empresas estão dando algum alento para o mercado de trabalho brasileiro. Em julho, foram criadas 35.900 vagas formais no país, ou seja, empregos com carteira assinada. Foi o quarto mês seguido de geração modesta de postos de trabalho e o quinto mês do ano positivo (em fevereiro também houve melhora) , segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho divulgado nesta quarta-feira. O presidente Michel Temer comemorou o resultado positivo e afirmou, pelo Twitter, que os novos postos de empregos formais mostram que o Brasil já está "vencendo o fantasma do desemprego".
A batalha para virar o jogo, no entanto, é voraz. O país conta hoje com 13,5 milhões de pessoas sem trabalho, segundo o IBGE. Enquanto isso, foram abertos 103.258 postos formais nos sete primeiros meses de 2017. Ainda assim, é uma luz no fim do túnel, se comparado ao mesmo período do ano passado, quando houve fechamento de 623.520 vagas.
Em julho foram criadas postos de trabalho no setor da indústria da transformação (12.594 vagas), no comércio (10.156 vagas) e no setor de serviços (7.714). Até mesmo a construção civil, que não gerava postos em 33 meses, apresentou um pequeno resultado positivo: 724 empregos.
“São empregos que não decorrem de uma sazonalidade e têm muito a ver com o poder de compra do consumidor”, comentou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira na coletiva de imprensa segundo a Agência Brasil. Para Nogueira, a liberação para saque do saldo das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) contribuiu com o resultado positivo.
Otimista, o ministro prevê, ainda, resultados melhores nos próximos meses."O Brasil não vai ter mais números negativos em emprego. No mês que vem, teremos números bem melhores", disse Ronaldo Nogueira.
O dia foi de boas notícias para o Governo, que também comemorou o resultado da inflação. O acumulado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 12 meses ficou em 2,71%, o patamar mais baixo desde fevereiro de 1999 e abaixo do piso da meta. "Sabe o que significa? Que os preços já não sobem mais a cada semana e seu dinheiro está mais forte", escreveu Temer em sua conta de twitter.
Aumento do mínimo e distribuição do lucro
À caça de uma agenda positiva, o presidente deve anunciar nesta quinta-feira outra medida que vai agradar os brasileiros. O Governo vai distribuir metade do lucro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) - que corresponde a 7 bilhões de reais - entre as cerca de 240 milhões de contas do FGTS. O dinheiro vai ser depositado até o dia 31 deste mês, mas não poderá ser sacado sem justificativa. O valor só poderá ser retirado em situações específicas como já ocorre. A distribuição do lucro será proporcional ao saldo em cada conta do FGTS no fim de 2016, segundo o governo, que dará mais detalhes na tarde desta quinta-feira.
Nesta quarta-feira, o Governo também sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO) para 2018 que traz uma estimativa de salário mínimo de 979 reais para o próximo o ano, um aumento de 4,4% em relação ao salário mínimo de 2017, que é de 937 reais.
Fonte: EL PAÍS