As equipes de resgate do Corpo de Bombeiros de Santarém e de Belém, além de militares da Marinha do Brasil, continuam as buscas pelos nove desaparecidos do rebocador da empresa Bertolini que afundou no rio Amazonas na madrugada de quarta-feira (2), depois de bater com um navio da Mercosul Line, próximo ao município de Óbidos, região oeste do Pará.

Já são mais de 90 horas sem notícias sobre o paradeiro do rebocador. As buscas, que já duram quatro dias, foram retomadas na manhã deste domingo (6). O trabalho das equipes de resgate tem sido intenso. Segundo o Corpo de Bombeiros, a água escura, a forte correnteza e a profundidade do rio têm dificultado o trabalho de mergulhadores.

Força tarefa

Uma força tarefa está sendo feita para localizar o rebocador e os desaparecidos o quanto antes. Dois navios especializados chegaram ao local do acidente neste domingo e estão realizando sondagens. Será utilizado um scanner fixo e outro portátil para fazer a varredura no fundo do rio. Segundo a Bertolini, uma empresa também foi contratada para fazer a remoção do rebocador.

Um dos navios é o Hidroceanográfico Fluvial Rio Branco, utilizado em levantamentos oceanográficos, meteorológicos e pesquisas. Outro é o Patrulha Bocaína, que tem a missão de fazer a inspeção naval, a patrulha naval, a salvaguarda da vida humana no mar e a fiscalização das águas territoriais brasileiras.

As buscas se concentram no entorno do navio e em áreas próximas, onde o rebocador foi avistado pela última vez. O Corpo de Bombeiros informou ainda que o trecho do rio Amazonas, onde aconteceu o acidente, possui profundidade que varia entre 60 e 70 metros, com correnteza de 9 km/h. A preocupação também é com a segurança dos mergulhadores.

O acidente

O rebocador com nove balsas carregadas com grãos colidiu com o navio cargueiro na madrugada de quarta-feira (2), por volta de 4h30. De acordo com a Capitania Fluvial de Santarém, no empurrador havia 11 pessoas, sendo 9 tripulantes e dois passageiros. Duas pessoas conseguiram se salvar. Elas foram resgatadas e levadas de lancha para Santarém.

Investigações

A Polícia Cívil de Óbidos já abriu um inquérito para apurar as responsabilidades pelo acidente. Em entrevista à TV Tapajós, o delegado Tiago Mendes disse que o acidente é complexo e de grandes proporções que demandam uma instrução detalhada. A Capitania Fluvial também vai investigar as causas do acidente.

Sobrevivente relata cena

Euclinger Costa, um dos sobreviventes do naufrágio do rebocador esteve na Capitania Fluvial de Santarém e relatou o desespero vivido momentos antes do rebocador afundar. Ele foi resgatado por uma embarcação que estava próximo ao local. Euclinger contou ao comandante da Capitania, Ricardo Barbosa, que ao perceber que a embarcação estava afundando, se lançou ao rio.

Lista de envolvidos

A Bertolini Transportes divulgou ainda na quarta-feira (2), uma lista com o nome dos nove tripulantes envolvidos no acidente. A Capitania Fluvial divulgou na quinta-feira (3) o nome das outras duas pessoas que também estavam no rebocador da Bertolini. Familiares dos desaparecidos seguiram para o local e acompanham as buscas.

Fonte: Adonias Silva / G1