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Segundo o Dieese, das categorias com data-base em junho, analisadas até 9 de julho, 85,9% conquistaram aumentos reais nos salários, na comparação com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Outras 12,3% alcançaram reajustes iguais a esse índice de preços, e apenas 1,8% não conseguiram recompor as perdas inflacionárias.

Estes e outros dados foram divulgados no boletim “De Olho nas Negociações”, do Dieese, de julho.

Tendência positiva

É possível, segundo o boletim do Dieese, que “o novo reajuste do salário mínimo, concedido em maio, tenha influenciado positivamente o resultado das negociações nas últimas 2 datas-bases, acentuando tendência positiva que vem desde o final do ano passado.”

Queda na inflação

O Dieese também aponta que “além da valorização do salário mínimo”, “a queda nos índices de inflação também pode ter contribuído para os bons resultados das negociações coletivas dos últimos meses.”

Para as categorias com data-base em julho, o valor necessário para recomposição das perdas salariais nos 12 meses anteriores é de 3,0%, segundo o INPC. Esse reajuste necessário para recuperar as perdas desde a data-base anterior vem caindo há 12 meses, desde agosto de 2022.

Para mais informações, acesse o boletim do Dieese # 34, de julho de 2023.

FONTE: DIAP

Digitalização ajuda a conectar os milhares de agentes globais envolvidos com o setor

IMAGEM: SAP/DIVULGAÇÃO/JORNAL DO COMÉRCIO

Navalshore 2023 reunirá os principais players do setor naval e offshore em agosto de 2023, o evento terá novidades em tecnologia, equipamentos e serviços. Sustentabilidade e meio ambiente estão entre os principais focos de investimento da produção naval.

Falta pouco menos de um mês para começar o principal encontro com os stakeholders que compõem a indústria marítima brasileira e internacional. A 17ª edição da Navalshore – Feira e Conferência Marítima, acontece de 22 a 24 de agosto (terça a quinta-feira), no Expomag, Rio de Janeiro, reunirá armadores, estaleiros, fabricantes e fornecedores do mercado para fomentar negócios e o debate sobre a retomada do setor naval e offshore.

Entre as mais de 90 empresas expositoras da cadeia da indústria naval que participam da Navalshore estão companhias do porte da Wartsila, Rolls Royce, Akzonobel, Kongsberg, Cummins, Mitsubishi Marine, Yanmar, Sotreq, entre outras. Entre os estaleiros expositores estão Atlântico Sul, Rio Maguari, Belov, Mauá e estaleiro São Miguel, que levam ao pavilhão soluções em novas tecnologias, equipamentos e serviços para o desenvolvimento da produção naval, considerando as mudanças que o setor de transporte marítimo vem enfrentando, com a iminência dos prazos definidos para as adaptações em prol da redução da emissão de gases de efeito estufa e da minimização do impacto ambiental.

Motores de propulsão — É o caso da Mitsubishi Marine, que leva para o evento motores de propulsão de seis cilindros em linha de 14,6 litros e 429 hp, até soluções V-16 de 79.9 litros e 2.526 hp, adequados às demandas do mercado de navegação marítima.

Os motores mecânicos da marca atendem às regulamentações de emissões da EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos) e da IMO (Organização Marítima Internacional). —O mercado brasileiro naval é potencial para os nossos negócios, com infraestrutura consolidada e alta produtividade no óleo e gás, na área portuária e na energia eólica offshore, uma vez que a nossa indústria também demanda por transição energética —afirma o líder da divisão marítima da Mitsubishi para as Américas, Rodrigo Teixeira.

A Yanmar, também presente entre os expositores da 17a Navalshore, vai mostrar motores dedicados às embarcações de trabalho, como o modelo 6HYM-WET com reversor YXH-160, que possui 368kW (500mhp) a 515kW (700mhp) de potência, 13.73L de volume de cilindros, além de turbocompressor e injeção mecânica. O modelo é ideal para embarcações de pequeno porte e também é usado para pequenos empurradores, barcos de pesca e ferryboats.

—Participar de uma feira como a Navalshore é de extrema importância para a Yanmar, para estreitar o relacionamento com os clientes. São em momentos como este que temos esta oportunidade de mostrar, de perto, as vantagens e benefícios dos nossos produtos —afirmou o supervisor de vendas de motores marítimos da Yanmar South America, Igor Cabral.

Tecnologia de mãos dadas com o meio ambiente — Uma novidade que será apresentada na Navalshore 2023 pela empresa norueguesa Kongsberg Maritime são as soluções integradas de sistemas elétricos, e sistema de instrumentação e monitoramento da eficiência de propulsão para embarcações mercantes e offshore. A mesma oferece uma gama vasta de equipamento de ponte de comando, equipamentos de convés, automação até a propulsão principal. A empresa mostrará também os recentes lançamentos em thrusters movidos com motores de ímãs permanentes e eletrificação feita por baterias. —A Kongsberg Maritime é pioneira em tecnologia, permitindo um futuro mais sustentável para os oceanos. As tecnologias integradas de emissão zero avançam à indústria marítima —comenta o global sales & marketing da Kongsberg Maritime, Marcelo Gouvea.

Outra empresa que participa da Navalshore é a TideWise. A empresa marcou sua entrada no segmento de defesa com o USV Suppressor (modelo de embarcação não tripulada), projeto desenvolvido em parceria com a Emgepron (Empresa Gerencial de Projetos Navais) da Marinha do Brasil, que consiste em uma embarcação autônoma multimissão, projetada para executar serviços de vigilância e monitoramento das águas brasileiras, além da neutralização de minas marítimas e identificação submarina. —O USV Suppressor marca a entrada da TideWise no segmento de defesa offshore. Essa é uma grande oportunidade para desenvolvermos mais uma vez uma tecnologia pioneira no Brasil que irá mudar a perspectiva de atuação da indústria marítima. Essa solução irá reduzir a exposição humana a riscos e permitirá um aumento na eficiência e na otimização da área de atuação por operação —explica o cofundador e CEO da TideWise, Rafael Coelho.

A empresa tem, ainda, outro projeto em andamento, desta vez em parceria com a Repsol Sinopec Brasil. O USIS (em português, sistema não tripulado para inspeção submarina) deve integrar um robô submarino (ROV) a uma embarcação não tripulada (USV), com o objetivo de inspecionar cabos de amarração, dutos de fluxo de óleo, cascos de FPSO, estruturas submersas de fazendas eólicas offshore e shore approach de dutos, ou cabos submarinos.

Estaleiro São Miguel estreia na Navalshore — Estreando na Navalshore 2023, o Estaleiro São Miguel, responsável pela construção da primeira embarcação OSRV (Oil Spill Response Vessel) – dedicada a derramamentos de óleo offshore (em alto mar) no Brasil, participa do evento para estreitar relações com a indústria.

Fundada em 1978, a empresa faz parte do Grupo Bravante, conglomerado 100% brasileiro com mais de 50 anos, que oferece serviços para a indústria de óleo e gás, atuando nas áreas de apoio marítimo, apoio portuário, construção e reparo naval, além de proteção ambiental. Nos últimos dez anos foram entregues: oito OSRVS, duas PSVS 4500 (Platform Supply Vessels), dois Salineiros, dois Batelões e quatro Rebocadores.

Expectativa de público — Segundo os organizadores, a expectativa de público visitante para os três dias de evento é de 10 mil profissionais do setor. Além da feira, a Navalshore 2023 prepara a Conferência que debaterá com renomados do setor sobre os caminhos para o fortalecimento da indústria naval e offshore, e a transição energética na indústria marítima. Todo o conteúdo e a programação podem ser conferidos pelo site do evento: www.navalshore.com.br

17ª edição da Navalshore – Feira e Conferência da Indústria Marítima, de 22 a 24 de agosto de 2023 (terça a quinta-feira), das 13 às 20 horas, na Expomag – Rua Beatriz Larragoiti Lucas, s/n – Cidade Nova, Rio de Janeiro (RJ).

O evento e a Organizadora — A Navalshore é realizada desde 2004 no Rio de Janeiro. Um público total superior a 137 mil pessoas já passou pela feira, reunindo profissionais, empresários e representantes do poder público. Paralelamente à feira, a cada edição são promovidos cursos, workshops e conferências, tendo sido realizados mais de 450 destes eventos. A mais importante feira do setor na América do Sul é ponto de encontro obrigatório para empresas e profissionais que atuam no setor.

A Navalshore Organização de Eventos —A Navalshore Organização de Eventos, em 16 edições, é responsável pela exibição de mais de 3.400 marcas de fornecedores de produtos e serviços para a indústria naval do mundo inteiro, promovendo negócios e desenvolvendo parcerias. Tem como principal parceira a revista Portos e Navios, provedora do conteúdo e referência editorial da indústria marítima no Brasil, fundada em 1958.

FONTE: Portal Fator Brasil

IMAGEM: INSTITUTO BRASIL LOGÍSTICA

O trecho hidroviário da Barra Norte na foz do rio Amazonas é o que tem a melhor classificação para investimentos entre 15 selecionadas no país, considerando critérios de utilização atual, projeção futura de demanda e valor, e entraves aos investimentos. É o que aponta estudo da ANTAQ, aprovado pela diretoria da agência em reunião na última quinta-feira (27).

A primeira proposta do PGO (Plano Geral de Outorgas) das Hidrovias foi encaminhado ao Ministério da Infraestrutura no ano passado, mas devolvida à ANTAQ com pedido de priorização de 15 trechos que haviam sido selecionados. Técnicos de quatro setores da agência criaram então um modelo multicritério para fazer a priorização utilizando oito premissas.

Entre elas está o atual volume transportado, as projeções futuras, nível de licenciamento dos projetos, entre outros. Com essa classificação, a agência criou três níveis de hidrovias no país: estratégico, navegação consolidada e navegação potencial.

No primeiro nível, estão as hidrovias com maior pontuação no modelo, todas elas hoje já utilizadas totalmente ou em parte. No segundo nível, estão hidrovias hoje baixamente utilizadas, mas que tem potencial. E no terceiro estão hidrovias praticamente sem transporte que têm baixo volume previsto ou elevadas necessidades de investimentos.

Triplicar o volume

No caso da Barra Norte, as necessidades de investimento em cerca de 42 quilomêtros de hidrovias e considerada prioritária devido ao fato de ela já estar com o maior carregamento de carga no país e as projeções indicarem que ela terá um aumento significativo do volume nos próximos anos, mais do que triplicar o volume até 2035. 

Segundo o trabalho, o trecho não precisa de expansão, mas há necessidade de correção dos canais, e isso pode se transformar num limitador para a expansão de outros sistemas hidroviários.

"A variação da profundidade desse trecho é um limitador para que embarcações marítimas de maior calado adentres pelas águas dos rios que contemplam a hidrovia. Esse, indubitavelmente, é o maior risco à não concretização das projeções", informa o estudo.

Isso, porque, na prática, outros três grandes projetos hidroviários levam cargas que, ao fim, vão passar por esse canal para ganhar as águas internacionais. São eles as hidrovias do Tapajós, do Madeira e do Tocantins. Os dados de aumento de volume são baseados no PNL (PLano Nacional de Logística) 2035, produzidos pela Infra S.A.

Longo Curso no Tapajós

A do Tapajós é classificada como a segunda com maior indicativo de necessidade e investimentos pela análise multicritério da agência. Ela hoje opera barcaças de Itaituba a Santarém (PA), mas com investimentos poderia até mesmo suportar navegação de cabotagem e marítima de longo curso, segundo o trabalho.

No caso do Madeira, a indicação é que a navegação atual poderia se estender pelos rios Mamoré e Guaporé com investimentos, alcançando cargas agrícolas no Centro-Oeste e na Bolívia. Mas a prioridade apontada é na manutenção da navegação já realizada hoje, que leva cargas de Rondônia para o Amazonas.

No caso do Tocantins, o principal entrave apontado é o derrocamento do Pedral do Lourenço, no Pará. Ela é considerada uma hidrovia de alto potencial, mas somente se esse investimento for concluído. As projeções apontam aumento de volume em mais de 20 vezes em relação ao atual. Essa obra hoje depende de cumprimento de condicionantes ambientais.

Projeções alcançadas no Norte

O estudo fez um detalhado mapeamento entre as projeções de levantamentos passados sobre o carregamento das hidrovias no Brasil e os volumes efetivamente transportados nos últimos anos. O dado mostra que, nas hidrovias operacionais na região Norte, as projeções ficaram abaixo do volume real.

O mesmo comportamento não se deu nas hidrovias do Sudeste e do Sul do país, onde as projeções ficaram muito acima dos volumes efetivamente transportados. O relatório aponta que esse efeito se dá em parte porque as cargas no Norte do país são destinadas à navegação de longo curso, o que não acontece nas outras regiões.

Aprofundamento dos estudos

Mesmo assim, o trabalho indica prioridade para investimentos em duas hidrovias nessa região, a do Paraguai (MS) e a da Lagoa dos Patos (RS), indicando forte potencial de crescimento no volume transportado em caso de realização de investimentos.

O diretor-geral da agência, Eduardo Nery, afirmou durante a votação que otrabalho será encaminhado agora ao Ministério de Portos e Aeroportos. 

FONTE: AGÊNCIA INFRA

 

  

 

 

 

As hidrovias são um importante modal de transporte de mercadorias.

IMAGEM: MUNDO EDUCAÇÃO

A rede de hidrovias brasileiras registrou movimentação de 51,2 milhões de toneladas de mercadorias nos cinco primeiros meses do ano. É o melhor resultado da série histórica para os cinco primeiros meses do ano e equivale a uma alta de 6,53%, na comparação com 2022.

Os dados são do painel estatístico da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que faz a coleta desde 2018.

O principal destaque é a região amazônica, responsável pelo escoamento de 32,1 milhões de toneladas entre janeiro e maio de 2023, o que equivale a uma alta de cerca de 10% na comparação com o mesmo período de 2022.

A região hidrográfica do Paraguai foi o principal destaque porcentual ao longo do período, com crescimento de 52,9%, o que equivale a mais de 3,3 milhões de toneladas transportadas. 

Pelos rios da região do Tocantins-Araguaia passaram 18,6 milhões de toneladas, um aumento de 0,8%, se comparado aos cinco primeiros meses de 2022. Na região do Atlântico Sul, o total de cargas escoadas chegou a 2,2 milhões de toneladas.

FONTE: ANTAQ



Estaleiro BrasFels em Angra dos Reis com obras da Sete Brasil

IMAGEM: EPBR

O Conselho de Administração da Petrobras analisa, na manhã desta quinta-feira (3), se fecha um acordo milionário com a Vara que cuida da recuperação judicial da Sete Brasil.

Fontes da estatal dizem que o valor beira os US$ 190 milhões, valor equivalente a cerca de R$ 910 milhões.

Pelo acordo, a Petrobras aceita pagar esse valor aos credores em troca de se livrar de qualquer responsabilização jurídica e financeira futura.

O conselho, segundo relatos, está dividido.

  • Os integrantes ligados ao governo defendem o pagamento, mesmo entendimento da cúpula da estatal.
  • Mas os acionistas minoritários são contrários. Como para fechar o acordo é necessário que haja maioria qualificada dos votos dos onze conselheiros, a tendência é de que ele seja rejeitado.

A empresa foi criada pela Petrobras em 2010 dentro de uma proposta para estruturar um polo naval brasileiro destinado à exploração de petróleo do pré-sal.

A Sete seria responsável pela construção de navios-sonda. O projeto, porém, naufragou em meio a denúncias de corrupção investigadas pela Lava Jato. Nenhuma das 28 sondas idealizadas foram entregues.

FONTE: CNN

 

IMAGEM: CUSTOMER STRATEGIST

Critérios ainda não foram definidos, mas devem incluir código de ética e canais de denúncia, por exemplo

CGU (Controladoria-Geral da União) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) devem assinar nesta semana um acordo para que a instituição financeira passe a fazer uma avaliação de integridade sobre os clientes para decidir se concede ou não o crédito solicitado.

A assinatura da medida está prevista para esta terça-feira (1º) em um evento para celebrar os dez anos da entrada em vigor da Lei Anticorrupção, aprovada na esteira de escândalos.

Os critérios e os parâmetros serão estabelecidos pelas duas instituições, de acordo com o trabalho das equipes técnicas, levando em consideração a capacidade operacional do banco e possíveis empresas avaliadas. O público-alvo serão companhias de grande porte, de acordo com o governo.

Devem ser incluídos entre os critérios de avaliação sobre a empresa a existência, por exemplo, de códigos de ética, políticas e procedimentos de integridade, canais de denúncia, além de unidades responsáveis pelo acompanhamento do programa de integridade, que deverá ter monitoramento contínuo e planejado com base em análise de riscos específicos. 

O acordo já terá efeito para o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que deve ser relançado em 11 de agosto pelo governo federal, em cerimônia no Rio de Janeiro.

"Tenho certeza de que essa preocupação vai contaminar o PAC e qualquer política que envolva contratações públicas e interação Estado-empresa, seja em termos de financiamento, seja em termos de obras", afirmou o ministro da CGU, Vinicius de Carvalho, à Folha.

novo PAC deve envolver projetos em sete eixos e terá uma participação intensa do BNDES. A primeira previsão é de que ele seria relançado em abril, mas o anúncio foi adiado diversas vezes pela Casa Civil até a data atual.

A CGU deve anunciar outras medidas para fortalecer o combate à corrupção no Brasil. Nenhuma das mudanças envolverá alteração na Lei Anticorrupção.

"Ainda tem um espaço razoável para melhorar a nossa capacidade de detecção e de coordenação. Primeiro, temos que fazer a nossa lição de casa para depois a gente ter um debate legislativo", ponderou o ministro.

Uma das medidas é a regulamentação de um ponto da lei que não foi feito até hoje, o de exigir programas de integridade para empresas que participem de licitações acima de R$ 200 milhões.

Outra regulamentação será a dos termos de compromisso que a CGU poderá assinar com empresas. A medida segue os moldes do que já é feito no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que foi presidido por Carvalho entre 2012 e 2016.

Nesses acordos, a empresa paga uma multa, se compromete a cessar a conduta dolosa e fornece informações para auxiliar nas investigações.

Outro ponto importante no qual é necessário avançar, prosseguiu Carvalho, é a coordenação da CGU com outros órgãos que atuam na pauta anticorrupção, como TCU (Tribunal de Contas da União), Ministério Público Federal e a PF (Polícia Federal).

Para caminhar em direção a esse objetivo, a CGU planeja ainda lançar um guia do programa de leniência do órgão. Nele, será mostrado um passo a passo de como funciona um acordo, o que é necessário para realizá-lo e qual seu objetivo.

"Fica mais fácil a coordenação dos nossos trabalhos se eu consigo com o Ministério Público e com o TCU, de maneira pactuada, uma certa harmonia de interpretação sobre esses parâmetros de negociação de acordo de leniência e de dosimetria", explicou.

A CGU também pretende tornar público um painel de monitoramento dos programas de integridade para ser acompanhado pela sociedade.

Para o ministro, o balanço dos dez anos de aplicação da lei anticorrupção é positivo. "Hoje praticamente todas as empresas de grande porte no Brasil têm programas de integridade com sistemas de monitoramento com regras para avaliação de eventuais riscos internos e gestão de consequências", avaliou.

"Hoje existe uma profissão que há dez anos não existia, voltada ao compliance [cumprimento de normas]", exemplificou.

Carvalho apontou ainda que R$ 1,3 bilhão em multas foram aplicadas no período. "Tudo isso demonstra que a lei vem em uma evolução interessante", analisou.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

 

Trabalho Portuário e Aquaviário — Ministério do Trabalho e Emprego

IMAGEM: MTE

A atuação diligente da Fiscalização do Trabalho do Ceará (Unidade Regional de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário – SEGUR/SRTE-CE) em conjunto com a Marinha do Brasil levou à interdição, neste fim de semana, do serviço prestado por uma balsa que representava risco para as pessoas as quais transportava e que poderia causar um acidente grave no Maranhão.

Na última sexta-feira (28), um vídeo publicado pela página @informativo_maritimo no Instagram mostrava a embarcação do tipo “Ferry Boat” com uma grande trinca que se propagava por sua estrutura transversal enquanto operava na travessia da Baía de São Marcos (MA).

Assim que recebeu a denúncia, a Fiscalização do Trabalho do Ceará acionou a Capitania dos Portos da região e acompanhou os desdobramentos da ação que contou, ainda, com a participação das autoridades portuárias do Maranhão e do Pará.

Constatada a irregularidade e confirmado o risco para a segurança da navegação, dos tripulantes e dos passageiros, foram tomadas as devidas providências para a detenção da embarcação, informou um fiscal que atuou no caso.

Acesse o vídeo publicado pelo Informativo Marítimo: https://www.instagram.com/reel/CvNiNpuPhnJ/?igshid=NjFhOGMzYTE3ZQ%3D%3D

 

Parte do novo governo brasileiro vê na sinalização da UE a possibilidade de abrir diálogo sobre outros termos de acordo

IMAGEM: REPRODUÇÃO

Tudo indica que não será desta vez que o Acordo de Livre-Comércio Mercosul-União Europeia vai sair do papel. Negociado por 20 anos, entre os governos de Itamar Franco e Jair Bolsonaro, o acordo que criaria um grande mercado de 700 milhões de pessoas está esbarrando em novos obstáculos que podem inviabilizar sua assinatura. Pelo Brasil há a resistência por parte do governo Lula de abrir o mercado brasileiro de compras governamentais para as empresas europeias. Aparentemente a resistência maior está no setor de saúde.

Nunca é demais lembrar que com a aprovação da nova lei de patentes, em 1994, muitos laboratórios farmacêuticos europeus que tinham fábricas no Brasil descontinuaram a produção local dos chamados princípios ativos que é onde está o maior valor do medicamento e mantiveram localmente apenas atividades menos nobres de mistura, encapsulamento e embalagem dos remédios.

Com a abertura total do mercado, nem isso precisaria ser mantido aqui, com o agravante de que a margem de preferência dos laboratórios nacionais para as compras do governo também deixaria de existir. É uma preocupação relevante. Precisar depender totalmente de importações para abastecer o mercado local de medicamentos é um risco enorme, como vimos agora na pandemia da Covid-19. O atraso de alguns meses para obter as vacinas certamente custou milhares de vidas.

Por parte dos europeus é o velho protecionismo agrícola travestido de preocupações ambientais que está jogando areia na engrenagem. Aproveitando-se da gestão ambiental complicada do governo Bolsonaro, os europeus enviaram uma “side letter” fazendo novas exigências e estipulando sanções por seu descumprimento. A expectativa era de que com a eleição de Lula, com uma política ambiental mais alinhada com as exigências da União Europeia, isso fosse deixado de lado. Mas não foi. Pior ainda, a Comissão Europeia aprovou, neste mês, uma legislação que impõe restrições unilaterais às importações de sete commodities se produzidas em áreas derrubadas de florestas tropicais, cujo foco evidentemente é o Brasil.

Para complicar ainda mais as coisas, no mesmo dia em que o presidente Lula se reunia com a presidente da Comissão Europeia, em Paris, para discutir o assunto, a Assembleia Nacional da França aprovou uma resolução contrária ao acordo entre a União Europeia e Mercosul. Embora a resolução aprovada não tenha força de lei é preciso lembrar que para o acordo entrar em funcionamento precisa ser ratificado pelos respectivos parlamentos de todos os países membros da União Europeia.

Apesar das dificuldades para a concretização do acordo, sobretudo em um momento em que o protecionismo volta com força nas relações internacionais de comércio pelas mãos dos próprios Estados Unidos, o Brasil não deve jogar a toalha.  É preciso levar em conta que, apesar de todas as imposições feitas aos países em desenvolvimento por ocasião da criação da OMC, a maré crescente do comércio global facilitada pela sua criação elevou as exportações dos países em desenvolvimento, permitindo a alguns escapar do subdesenvolvimento econômico.

Embora a história de sucesso da China seja bem conhecida, a notável transformação da Índia, do Brasil e de outros grandes países em desenvolvimento oferece um exemplo igualmente relevante do poder transformador da globalização desde que utilizada com sabedoria.

LUÍS ANTONIO PAULINO

FONTE: PORTAL VERMELHO

Balsa no rio Paraguai, município de Corumbá-MS | Foto: acervo PCA-Pantanal

IMAGEM: ACERVO PCA-PANTANAL

Em Mato Grosso do Sul, somente na BR-262, o fluxo diário é de cerca de 800 caminhões

O transporte hidroviário registrou aumento de 52% no volume de escoamento da produção neste ano, conforme aponta boletim da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para os primeiros cinco meses. Foram transportadas 3,3 milhões de toneladas, o equivalente a 661 mil toneladas por mês.

Volume, inclusive, considerado recorde. Anteriormente, em 2014, o registro foi de 596 mil mensais, quando aquele ano fechou com 7,15 milhões de toneladas. Mesmo com os números apontados pelo boletim, 
a sobrecarga nas rodovias continua intensa.

A BR-262 é a principal rota para saída de produtos como minério de ferro e manganês. Por conta da carga pesada e do fluxo diário de caminhões ser intenso, a rodovia acaba sendo castigada.

“Esse volume disparou nos últimos anos na BR-262, passando de cerca de 300 para uma média diária de 800 [caminhões]”, explica a superintendente estadual do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Joanice Lube Battilani.

Em maio, foram despachadas 920,1 mil toneladas da produção sul-mato-grossense pela hidrovia, volume recorde para um único mês desde quando a agência começou a disponibilizar os dados, em 2010.

Esses números foram justificados pelo retorno do calado do Rio Paraguai, que amargava escassez hídrica nos últimos anos. Conforme medição da régua de monitoramento da Marinha de Ladário, em junho, o rio atingiu o maior nível em cinco anos, com registro de 4,02 metros de altura.

Até então, o maior nível de água ocorreu em 2019, quando chegou a 3,92 metros em julho daquele ano, segundo dados da Marinha. Em oposição aos anos seguintes, a principal bacia hidrográfica do Pantanal registrou níveis abaixo do esperado: em 2020 não passou nem sequer de 2,10 metros.

Já neste ano, porém, o Rio Paraguai voltou a subir, com destaque para abril, quando a régua de marcação ultrapassou 3 metros de altura. No primeiro semestre, o rio acumulou 3,70 metros, com as cheias influenciadas pelos volumes chuvosos deste ano.

PRODUTOS

Os principais produtos escoados por meio da navegação fluvial são o minério de ferro e a soja. Conforme dados da Antaq, somente em maio foram 611 mil toneladas de minério de ferro, o que possibilitou a retirada de cerca de 12 mil carretas das estradas estaduais.

Também foram transportadas naquele mês 293 mil toneladas de soja, saindo principalmente de Porto Murtinho. Levando em conta essa quantidade, seriam necessárias 5,8 mil carretas bitrem, as quais deixaram de sobrecarregar as rodovias por conta do uso do modal aquaviário.

O aumento do envio da produção estadual também foi registrado nas exportações. Mato Grosso do sul mais que dobrou o volume de exportação de minério de ferro, conforme aponta a Carta de Conjuntura da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

Foram exportados um total de 2,321 milhões de toneladas entre janeiro e junho, totalizando US$ 102,25 milhões. No mesmo período do ano passado, o volume identificado foi de 1,396 milhão de toneladas, garantindo um recebimento de US$ 63,07 milhões.

“A grande operação da hidrovia mostra que o projeto que o Estado desenvolveu no passado, que é o Proex [Programa de Estímulo à Exportação], tem funcionado”, destaca Jaime Verruck, titular da Semadesc.

REESTRUTURAÇÃO

O transporte rodoviário é responsável por 80% do escoamento de tudo que é produzido no Estado, segundo estudo da Empresa de Planejamento e Logística S.A. (EPL) do governo federal.

A alternativa para diminuir a sobrecarga nas BRs seria a reestruturação das características do transporte de mercadorias e produtos. O estudo aponta um investimento de R$ 49,42 bilhões até 2035 para solucionar o gargalo logístico.

Ainda, o processo inicial de reorganização das rodovias demandaria cerca de R$ 18,10 bilhões em 103 projetos rodoviários, totalizando 5.800 km.

“O aumento expressivo no fluxo de caminhões na BR é o principal gargalo. Nós temos um elevado nível de acidentes e deterioração da pista”, analisa Verruck.

Outro ponto crucial para melhorar a logística estadual é a reativação e remodelação da malha ferroviária. O projeto mais avançado é a recomposição da Malha Oeste, que corta MS de leste a oeste. Para tanto, uma das possibilidades é de que grandes players ajudem a reconstruir trechos em uma espécie de consórcio.

Ainda segundo o secretário, com a retomada do transporte ferroviário, a meta é mudar o perfil logístico estadual, saindo de 80% da rodovia para 50%. Já os 50% restantes ficariam entre ferrovia e hidrovia.
Os recursos a serem investidos na ferrovia, por exemplo, devem superar R$ 30 bilhões, segundo cálculos da EPL.

FONTE: CORREIO DO ESTADO

Manufacturing Industry

IMAGEM: ANALYTICS INSIGHT

A industrialização proporciona aumento da produtividade, enseja criação de empregos em todos os setores da economia, em face de seu poder multiplicador, promove o desenvolvimento de novas tecnologias e inovação, além de maior diversificação econômica

A história da humanidade desconhece exemplo de país que se tenha desenvolvido e aspirado à categoria de potência (sob qualquer título) sem antes haver investido, sistemática e pesadamente, em educação, ciência e tecnologia e desenvolvimento industrial, exatamente nesta ordem, porque sem ciência e tecnologia não há indústria nem desenvolvimento, qualquer, a começar pelo desenvolvimento social, que exige pleno emprego e distribuição de renda. E sem desenvolvimento industrial nenhum país pode aspirar à soberania, e seu povo a algum grau de liberdade. A industrialização proporciona aumento da produtividade, enseja criação de empregos em todos os setores da economia, em face de seu poder multiplicador, promove o desenvolvimento de novas tecnologias e inovação, além de maior diversificação econômica. E quem não domina a tecnologia e a inovação, e não tem indústria, tampouco tem forças armadas dignas desse nome, ou seja, capazes de garantir a defesa do país, eis que terminam condenadas a fabricar o inimigo interno (a população que as sustenta) para construir o autoengano de que têm alguma razão de ser. A experiência brasileira é exemplar nesse triste sentido.   

É notório o papel da Escola de Sagres para o ciclo das conquistas marítimas portuguesas. De igual modo é impensável a revolução industrial inglesa sem a invenção da máquina a vapor, que, por seu turno, mudou as regras do guerrear até então conhecido, regras que variam a cada conflito – e os conflitos, afora o mais, servem para o teste e aperfeiçoamento dos novos inventos.

A preeminência da tecnologia como condição para o desenvolvimento econômico e a soberania, que passa pelo desenvolvimento industrial, é o testemunho dos EUA desde o século 18, e da União Europeia de hoje, que sobrevive, mesmo politicamente subalternizada, graças aos frutos acumulados de seu passado de desenvolvimento científico, tecnológico e industrial. É de igual sorte a lição da Índia e dos “Tigres asiáticos”. Mas o modelo paradigmático de desenvolvimento acelerado e contínuo é oferecido pela China.

Os países asiáticos se desenvolveram na contramão do atraso brasileiro, persistente, porque é persistente, entre nós, a ditadura de uma mesma classe dominante, aquela que vem do engenho e da casa-grande e hoje se instala na Faria Lima para, dali, conectada com Wall Street, comandar o grande capital, o centro do poder real, desapartado da produção que gera bens e serviços.

Nos fins do século 18, quando ainda vegetávamos na colônia, avessa ao desenvolvimento, os EUA optaram pela integração na revolução industrial inglesa de 1780. O Report onManufactures, de Alexander Hamilton, data de 1791. Naquele então continuávamos exportadores de açúcar e das matérias-primas demandadas pela Europa, proibida, pela corte de Lisboa, qualquer iniciativa visando à produção de manufaturas. Bem depois, já em 1864, em mais uma vitória da terra, os empreendimentos do Barão de Mauá, empresário pioneiro na industrialização nacional, conheceram a bancarrota, apressada pela má vontade de um imperador autoritário e incuravelmente reacionário, velho de senilidade precoce. Hoje somos tão só uma expectativa de desenvolvimento na periferia do capitalismo; uma sociedade obscenamente injusta, pois arrimada na desigualdade  mais profunda – que se manifesta nos planos econômico, social, racial e de gênero – e gritantes desníveis regionais.

Enquanto os EUA caminhavam para a industrialização, o Brasil, ao se apartar de Portugal, erguia um império arcaico dominado pelos senhores da terra, usufrutuários de uma agricultura predatória, explorada como latifúndio, sustentada na escravidão de negros africanos e índígenas apresados e na exploração do branco pobre. O latifúndio, terras a perder de vista, que, pela vastidão de suas extensões dispensava cuidados, é consagrado em 1850, com a Lei das Terras, o estatuto da propriedade privada sacralizada e da agricultura de exportação, fechando o acesso à terra aos que nela queriam e precisavam trabalhar. 

Como lecionava o Conselheiro Acácio, tudo tem suas consequências e elas sempre vêm depois, principalmente quando são daninhas. Uma delas é a incômoda distância do desenvolvimento de dois países nascidos na mesma época: Brasil e EUA. O PIB do Brasil, apurado em 2022, somava US$ 1,92 trilhão em 2022; o dos EUA, US$ 26,13 trilhões. O outro lado desses números: enquanto nos EUA a indústria participa com 25% da formação do PIB, no Brasil seu peso, em queda, está em 10%. Por fim, enquanto no Brasil a produção agrícola responde por algo próximo de 40% da balança comercial, no Grande Irmão do Norte seu peso varia entre 10 e 15%.

Neste século, tardiamente libertada do imperialismo inglês (1947), a Índia, devassada por lutas fraticidas e movimentos autonomistas, dividida em castas, dialetos e crenças religiosas, parecia mais uma civilização inviável. Hoje está no topo do desenvolvimento industrial. É uma potência nuclear e um exemplo de desenvolvimento industrial em curto prazo. E não há “milagres” a registrar – pois eles não existem na história –, senão investimentos maciços e continuados em ciência e tecnologia, a que o país se dedicou no último decênio. A qualidade de sua classe dominante, vis a vis a nossa, faz diferença e também vai explicar o desenvolvimento da Coreia do Sul.

O tigre asiático é hoje um país altamente industrializado, e seu povo desfruta, de modo geral, de boas condições de vida. Mas há poucas décadas, ao fim da guerra de 1950-53 que o partiu ao meio, era um país devastado, contando milhões de vítimas do conflito fratricida. Atualmente, é o maior exportador de chips do mundo. 

Na história não há “milagres econômicos”. Mas igualmente não há acaso, nem fenômeno sem causa. Anualmente, a Coreia do Sul forma 80 mil engenheiros (em uma população de cerca de 52 milhões), a Índia forma 200 mil e a China, aquele antigo país de camponeses até a segunda metade do século passado, forma 300 mil engenheiros. O Brasil, que nos anos 1940-50, na tradição do varguismo, investia em seu processo de industrialização, e que nos anos 1960 festejaria uma indústria automobilística que nunca veio a lume, forma apenas 20 mil engenheiros, em uma população de 203 milhões.

E, mercê dos governos que se seguiram ao golpe de 2016, padece a inexistência de estratégia tecnológica, de inteligência artificial, de biotecnologia e cibernética; no governo do capitão, que impôs dieta de recursos à universidade pública, cerrou as portas do único embrião que possuíamos para a fabricação de chips, também a única iniciativa conhecida na América do Sul.

As experiências de nossos países se encontraram nos idos de 1970. Quando a ditadura castrense cantava loas ao “milagre” dos números delfinianos, o então presidente da Finep, José Pelúcio Ferreira, um homem honrado, recebeu uma comissão de altos dirigentes do governo e executivos sul-coreanos, que, projetando sua entrada na indústria automobilística, queriam conhecer a experiência brasileira. Após competente exposição de Pelúcio, os coreanos revelaram sua frustração, pois o projeto que os animava era, realmente, o de uma indústria automotiva nacional, e não, como se revelava o caso brasileiro, de um conjunto de montadoras estrangeiras de máquinas projetadas e produzidas no exterior. Este relato me foi passado pelo professor Wanderley de Souza, presente à citada reunião. Ao final, passados cerca de 50 anos, o Brasil conhece apenas um número elevadíssimo de montadoras estrangeiras, inclusive sul-coreanas, e nenhuma marca nacional.
Em pouco mais de meio século a China, subdesenvolvida, país de camponeses, meio ambiente ingrato, entre geleiras e terras áridas, desindustrializada, devastada por guerras e invasões seculares, realizou, em ritmo de maratona, o percurso da pobreza aguda para a disputa da hegemonia política mundial, graças ao alto desenvolvimento científico. Essa China tampouco é fruto do desígnio de Deus, senão da perseverança de um projeto nacional, que, deitando raízes em 1949, seria formulado em 1975, por Deng Xiaoping: “A chave para conquistar a modernização é o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. E a menos que prestemos especial atenção na educação, será impossível desenvolver a ciência e a tecnologia”. Nenhum membro da classe dominante brasileira seria capaz dessa formulação, mas o projeto nela implícito fez com que a China superasse o que, naquela ocasião, o mesmo Xiaoping identificava como vinte anos de atraso em relação aos países desenvolvidos em ciência, tecnologia e educação. Hoje, a China é o maior centro científico-tecnológico do mundo e o maior exportador de manufaturados. Do Brasil importa grãos, carne e minério de ferro in natura que devolve como trilhos. Dela importamos quase tudo, mas principalmente produtos tecnológicos e automóveis, bem como fábricas de automóveis e caminhões. Os chineses prometem nos ceder a tecnologia dos motores elétricos, a país que não teve a competência de registrar uma só patente de motor a explosão, essa próxima relíquia tecnológica. É de suas bases, e com seus foguetes,  que o Brasil, que não tem foguete nem base, esta cedida aos EUA, lança os poucos satélites da linha CBERS, fabricados com cessão de tecnologia chinesa, e sofrendo embargos do Departamento de Estado dos EUA.

Nosso atraso, porém, pode tornar-se irreversível. O Brasil pode, no futuro muito próximo, passar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação às mãos do Centrão, a choldra que exige o governo (e nele as verbas públicas) para permitir que o presidente eleito pela vontade popular possa governar.

ROBERTO AMARAL - Escritor e ex-ministro de Ciência e Tecnologia

FONTE: PORTAL VERMELHO

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IMAGEM: PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

País produziu 4,324 milhões de barris de óleo equivalente por dia

O Brasil produziu em junho 4,324 milhões de barris de óleo equivalente por dia (Mmboe/d). Desse total, 3,367 milhões de barris por dia (MMbbl/d) são de petróleo e 152,258 milhões de metros cúbicos por dia (MMm³/d), de gás natural. Essa foi a maior produção total já registrada. Antes tinha sido, a de fevereiro, quando atingiu 4,183 MMboe/d. Os dados estão no Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural de junho de 2023, divulgado nesta terça-feira (1º) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A produção de petróleo subiu 5,2% em relação a maio e de 19% se comparada a junho de 2022. “É o maior volume de produção de petróleo já registrado, superando o de janeiro de 2023, quando foram produzidos 3,274 Mmbbl/d”, informou a ANP. No caso do gás natural, houve aumento de 5,4% na produção em relação ao mês anterior e de 14,6% na comparação com junho de 2022. “Também foi o maior volume já registrado, superando o de outubro de 2022, quando foram produzidos 149 MMm3/d”, completou.

Conforme a agência reguladora, variações na produção são esperadas e podem ocorrer em decorrência de situações como “paradas programadas de unidades de produção em função de manutenção, entrada em operação de poços, parada de poços para manutenção ou limpeza, início de comissionamento de novas unidades de produção, dentre outros. Tais ações são típicas da produção de petróleo e gás natural e buscam a operação estável e contínua, bem como o aumento da produção ao longo do tempo”.

Pré-sal

Na área do pré-sal, a produção de junho alcançou 3,243 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). O volume corresponde a 75% da produção brasileira. Nesse total, 2,553 milhões de barris diários (bbl/d) são de petróleo e 109,8 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) de gás natural, por meio de 142 poços. Na comparação com o mês anterior, foram registrados avanços de 1,5% e de 17,5%, respectivamente, em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Gás natural

Também em junho, o aproveitamento do gás natural atingiu 97%. “Foram disponibilizados ao mercado 55,40 milhões de m³/d e a queima foi de 4,58 milhões de m³/d. Houve aumento na queima de 10,7% em relação ao mês anterior e de 5,4% na comparação com junho de 2022”, revelou a ANP.

Origem da produção

Os campos marítimos foram responsáveis pela produção de 97,6% do petróleo em junho, e de 83,2% do gás natural. Os campos operados pela Petrobras, sozinha ou em consórcio com outras empresas, foram responsáveis por 88,3% do total produzido. A produção teve origem em 6.305 poços, sendo 514 marítimos e 5.791 terrestres.

Campos e instalações

Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural de junho de 2023 mostrou ainda que o maior produtor de petróleo e gás foi o Campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos. Lá foram 790 mil bbl/d de petróleo e 37,78 milhões de m³/d de gás natural. “A instalação com maior produção de petróleo e gás natural foi a FPSO Guanabara na jazida compartilhada de Mero, com 177,029 mil bbl/d de petróleo e 11,35 milhões de m³/d de gás”, completou a ANP.

FONTE: AGÊNCIA BRASIL

 

A Conttmaf prestigiou o encontro promovido pelas federações de trabalhadores do setor portuário nesta quinta-feira (27), em Brasília. O evento, que terá continuidade nesta sexta, tem por objetivo debater temas de interesse das categorias que atuam nos portos e buscar soluções para questões que impactam a atividade e o trabalhador.

Os ministros Márcio França, de Portos e Aeroportos (MPor), e Alexandre Padilha, de Relações Institucionais (SRI), deram peso à mesa de abertura indicando disposição do governo para o diálogo, considerando a pauta oferecida pelas entidades sindicais.

Na programação para os dois dias de reuniões, estão temas como o direito no trabalho portuário e as alterações feitas na legislação do setor sem a necessária discussão com todos os interessados, já que os trabalhadores não foram consultados.

Outras questões, como as consequências negativas da privatização de Autoridades Portuárias, a organização da gestão de mão de obra e o esvaziamento do mercado de trabalho nos portos públicos fazem parte das preocupações dos dirigentes sindicais.

Também à mesa, o presidente da Conttmaf, Carlos Augusto Müller, defendeu uma atuação mais efetiva do governo em relação à legislação protetiva para os trabalhadores.

O sindicalista destacou o terrível exemplo de dumping laboral no porto público de Itajaí, que é boicotado pelas grandes empresas que dominam o setor e desejam controlar todas as etapas do transporte. Ele ressaltou que este não é um problema exclusivo do Brasil, mas avalia que há maneiras de se garantir postos de trabalho para profissionais brasileiros.

“Aqui no Brasil, no setor de contêiner, nós temos apenas três grupos formados por megatransportadoras globais que controlam 99% das cargas. Isso, tecnicamente, é o que a OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – chama de oligopólio. Com tamanha concentração de poder econômico, o Estado tem que assegurar a exclusividade dos trabalhadores portuários, como definido na C.137 da OIT, para gerar algum equilíbrio na relação laboral”, declarou Müller.

As federações nacionais dos Estivadores (FNE), dos Portuários (FNP) e dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios nas Atividades Portuárias (Fenccovib) organizaram o evento e esperam avançar nas pautas elencadas.

A Conttmaf apoia e estimula a unidade de ação das entidades sindicais em defesa dos interesses dos trabalhadores.