A Conttmaf se reuniu com as demais entidades do Fórum Pela Retomada da Indústria Naval e Offshore nesta terça-feira (6), na sede do Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Rio de Janeiro, na capital fluminense, com o objetivo de traçar estratégias para a recuperação do setor.

Uma delas é buscar, junto à Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Naval Brasileira – capitaneada pelo deputado federal Alexandre Lindenmeyer –, ampliar o debate no Congresso Nacional e conseguir o apoio necessário para a implementação das medidas propostas pelo Fórum para a retomada da construção naval do Brasil.

Além disso, eles pretendem alertar senadores sobre os riscos que a inviabilização do Registro Especial Brasileiro (REB), condição estabelecida na proposta de reforma tributária (PLP 68/2024) aprovada em 10 de julho na Câmara dos Deputados, representa para a Marinha Mercante, para o setor naval e para a economia brasileira como um todo.

O diretor para Assuntos de Gente do Mar da Conttmaf, José Válido Azevêdo da Conceição, destacou que o fim de incentivos fiscais oferecidos a empresas de navegação por meio do REB para embarcações nacionais pode provocar um esvaziamento na frota operada em bandeira brasileira.

“Ninguém acordou numa manhã de segunda-feira com isso na cabeça. Isso foi programado. Foi planejado para destruir a Marinha Mercante brasileira. Quem vai ficar aqui para ter prejuízo? Se as empresas não tiverem como ter lucro, vão embora. (…) Indo embora, não vai ter indústria naval e, não tendo indústria naval, não tem metalúrgico empregado, não tem técnico empregado”, avaliou.

O dirigente sindical ressaltou, ainda, a importância de as entidades sindicais laborais e patronais se unirem e lutarem coletivamente para pressionar parlamentares para que o texto do projeto de lei não passe no Senado.

“Apoiamos as propostas de emenda sugeridas pelo Sinaval e pelo Syndarma. Vamos estar de mãos dadas com as demais entidades para mudar esse projeto de lei que já passou na Câmara dos Deputados. A nossa chance é reformular isso no Senado”, disse Válido.

IMAGEM: GOVERNO DE S.PAULO/REPRODUÇÃO

Ao todo, foram movimentadas cerca de 974 mil toneladas de carga neste primeiro semestre; soja e açúcar são os destaques

Balanço semestral realizado pelo Governo de São Paulo, por meio do DH (Departamento Hidroviário) da Semil (Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística), aponta um aumento na quantidade de carga transportada na Hidrovia Tietê-Paraná no 1º semestre deste ano. Ao todo, foram movimentadas 974 mil toneladas de carga, 5,8% mais que no mesmo período de 2023.

Entre os principais produtos transportados estão soja, farelo de soja, milho e cana-de-açúcar. No 1º semestre deste ano, as cargas foram predominantemente soja, com 786.927 toneladas (81%), e cana-de-açúcar, com 186.327 toneladas (19%). Esses dados referem-se ao trecho paulista da Hidrovia Tietê-Paraná, administrado pelo Departamento Hidroviário.

Cerca de um terço (800 km) dos 2.400 km de extensão da hidrovia passam por São Paulo. Os demais 1.600 km dividem-se entre Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. “A Hidrovia Tietê-Paraná é o principal sistema de transporte hidroviário de carga do Estado e um importante corredor de exportação multimodal do país. Por consumir menos combustível e emitir menos poluentes por volume de carga transportada, é considerada um meio logístico mais econômico e sustentável, quando comparamos ao transporte rodoviário”, diz a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende “Vale destacar que a hidrovia é um eixo importante de escoamento de cargas da região Centro-Oeste, que têm como destino o Porto de Santos”.

AMPLIAÇÃO DO CANAL DE NOVA AVANHANDAVA

A Semil, por meio do DH, iniciou, no 1º semestre de 2023, as obras de ampliação da profundidade do canal de Nova Avanhandava, que visa estimular o transporte aquaviário, desenvolvendo a logística no Estado de São Paulo.

O investimento do Governo do Estado de São Paulo ultrapassa R$ 300 milhões e o projeto visa melhorar a navegabilidade durante os períodos de estiagem, reduzindo o risco de interrupção da navegação devido à diminuição do nível de água do reservatório.

O método escolhido é o de derrocamento especial, com o uso de explosivo encartuchado, com o qual serão retirados 552 mil m³ de material rochoso. A conclusão está prevista para o 1º semestre de 2026. Em 2023, a hidrovia movimentou cerca de 2,5 milhões de toneladas de diversas cargas. Depois da conclusão da ampliação da profundidade do leito do Rio Tietê entre os reservatórios Ilha Solteira e Três Irmãos, espera-se que esse volume aumente significativamente, podendo chegar a 7 milhões de toneladas, quase 3 vezes mais do que a capacidade atual.

VANTAGENS DO TRANSPORTE HIDROVIÁRIO

A modalidade de transporte é reconhecida mundialmente por sua eficiência econômica, social e ambiental. Entre suas vantagens em comparação aos modais rodoviário e ferroviário estão a maior eficiência energética, a capacidade de concentração de cargas e a longevidade da infraestrutura e dos equipamentos. Além disso, o transporte hidroviário contribui para reduzir as mudanças climáticas e o efeito estufa. Outras vantagens incluem menor consumo de espaço, menos congestionamento de tráfego, menores custos de infraestrutura e operação, menos acidentes e menorimpacto ambiental, tornando o modal hidroviário uma alternativa sustentável e vantajosa para o transporte de cargas.


FONTE: PODER360

IMAGEM: Foto aérea de um barco de mineração em águas profundas durante um teste da Universidade Jiao Tong de Xangai - Shanghai Jiao Tong University - 9.jul.2024/via Xinhua

Pequim quer dominar cadeias de suprimento de minerais críticos; prática ainda depende de regulamentação de órgão da ONU

Espalhados pelo fundo do oceano estão trilhões de nódulos de níquel, cobre, cobalto e manganês. Empresas há muito tempo desejam minerá-los. Esses "minerais críticos" são necessários em grandes quantidades para eletrificar a economia global e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

No entanto, a ISA (Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos), um órgão da ONU (Organização das Nações Unidas), ainda está decidindo como a mineração deve ser regulamentada. Alguns grupos ambientais querem uma proibição total. Apoiadores e críticos da mineração em águas profundas debateram essas questões em uma reunião da ISA, entre 29 de julho e 2 de agosto, na Jamaica.

A demanda por minerais críticos pode mais que dobrar até 2040 em comparação com 2020, de acordo com a Agência Internacional de Energia. A China é uma grande razão para isso. Ela fabrica a maioria dos painéis solares, carros elétricos e baterias do mundo, itens que requerem esses minerais. 

No ano passado, as indústrias de energia limpa representaram 40% do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) chinês, segundo o Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo, um think-tank na Finlândia. Mas a China precisa importar muitos dos minerais críticos que utiliza. O manganês vem da África do SulGabão e Austrália. A maior parte do cobalto vem da República Democrática do Congo. O níquel vem principalmente das Filipinas e da Indonésia.

Essas dependências preocupam os líderes chineses. Eles temem que os suprimentos possam ser interrompidos por turbulências políticas ou pressão de rivais como os Estados Unidos. A corrida por minerais críticos é "uma nova frente para a competição estratégica entre potências globais", diz a agência de inteligência nacional da China.

Funcionários classificam a importância dos metais críticos para o futuro da China ao lado do petróleo e gás. A mineração em águas profundas promete um suprimento seguro e ocorreria em águas internacionais, além da autoridade soberana de outros países. Em 2016, Xi Jinping, líder da China, disse que seu país deve colocar as mãos nos "tesouros escondidos" do oceano.

Para esse fim, a China passou anos construindo influência na ISA, que tem autoridade sobre o fundo do mar em águas internacionais sob a Unclos (Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar). A ISA é amplamente financiada por seus países-membros, e a China dá mais dinheiro a ela do que qualquer outro doador. Em 2020, também deu ao órgão uma instalação de treinamento em Qingdao, cidade portuária no leste da China.

Em reuniões da ISA no ano passado, alguns países tentaram introduzir uma moratória na mineração em águas profundas. Eles falharam, em grande parte devido à pressão da China. Seu objetivo é criar um regime de mineração permissivo que não tolere interferência de outros países, diz Isaac Kardon, da Carnegie Endowment for International Peace, um think-tank em Washington.

No total, a ISA emitiu 31 licenças permitindo que os detentores explorem minerais em preparação para operações comerciais. Três mineradoras chinesas —China Ocean Mineral R&D Association, China Minmetals e Beijing Pioneer Hi-Tech Development— detêm cinco dessas licenças, mais do que qualquer outro país. Elas estão ansiosas para começar as operações. Três das licenças chinesas cobrem áreas do fundo do mar na Zona Clarion-Clipperton, uma enorme região no leste do Oceano Pacífico que contém quantidades de minerais críticos aproximadamente equivalentes a todas as reservas terrestres. As outras duas estão no oeste do Pacífico e no Oceano Índico.

As empresas geralmente mineram para ganhar dinheiro, mas as chinesas também têm preocupações maiores, como a China Minmetals, gigante estatal que possui uma licença de exploração para cerca de 7,3 milhões de hectares de fundo do mar (uma área maior que o Sri Lanka). Em março, seu presidente prometeu garantir suprimentos minerais para ajudar a "rejuvenescer a nação chinesa". As empresas chinesas devem expandir operações até que "não possam ser desalojadas" das cadeias de suprimento globais, disse ele.

A mineração em águas profundas envolve enviar um grande robô ao fundo do mar para aspirar nódulos de metal, conhecidos como nódulos polimetálicos. Um navio de apoio então suga os nódulos através de um tubo. Tudo isso é complicado devido à baixa visibilidade e alta pressão no fundo do mar. A tecnologia da China não é exatamente de ponta, mas está chegando lá.

Em julho, uma equipe da Universidade Jiao Tong de Xangai enviou um robô de teste a profundidades abaixo de 4.000 metros para coletar 200 kg de material. O robô foi amplamente construído com componentes fabricados na China, "quebrando monopólios internacionais", disse a mídia estatal chinesa. 

Se a mineração comercial começar, as empresas chinesas podem muito bem acabar liderando a indústria, diz Cory Combs da consultoria Trivium. A China pode construir navios e robôs mais rápido do que qualquer outro país, membros do regime têm um histórico de conceder subsídios generosos a indústrias emergentes e mineradores em águas profundas têm um enorme mercado doméstico para as riquezas que trazem à superfície.

Tudo isso preocupa os grupos ambientais. O fundo do oceano profundo abriga milhares de espécies únicas, de micróbios a esponjas. Mesmo com regulamentação rigorosa e operadores responsáveis, os robôs de mineração provavelmente causarão danos. Eles podem matar os organismos sobre os quais passam e as plumas de sedimentos que criam podem matar mais. Além disso, os mineradores chineses não têm um histórico de serem responsáveis nem mesmo em terra, onde suas atividades são mais fáceis de monitorar.

Os rivais da China também estão inquietos, e não apenas por causa das esponjas. Uma preocupação é que a mineração em águas profundas possa servir de cobertura para atividades menos pacíficas. Pesquisas no oceano profundo ajudariam os submarinos navais da China a navegar.

Em 2021, um navio de pesquisa enviado pela China Minmetals fez um desvio inexplicável de sua zona de exploração. Passou cinco dias nas águas perto do Havaí, onde os EUA têm grandes bases militares.

A maior preocupação dos países ocidentais, no entanto, é sobre quem controla as cadeias de suprimento das indústrias de energia limpa. A China já tem uma vantagem substancial. A mineração em águas profundas pode consolidá-la. Enquanto isso, os EUA estão excluídos das discussões da ISA, pois não ratificaram a Unclos. Em março, um grupo de ex-funcionários americanos escreveu ao Senado exigindo que ratificasse o tratado. Mineradores chineses "aproveitaram nossa ausência", disseram eles.

Essas preocupações são um benefício, no entanto, para as empresas ocidentais que argumentam a favor da mineração em águas profundas. Uma delas é a The Metals Company, empresa canadense que espera solicitar uma licença de mineração comercial da ISA ainda este ano. Ela recebe uma recepção calorosa em Washington atualmente, diz Gerard Barron, seu fundador. "As pessoas perceberam que a China pode potencialmente dominar essa indústria", diz ele. "É um motivador muito forte."

FONTE: THE ECONOMIST

IMAGEM: CANVA
 
Esta semana, a Capitania dos Portos realizou inspeção a bordo do navio Astro Tupi (IMO 9630705), no Porto do Rio de Janeiro, durante a qual foram constatadas irregularidades que resultaram na detenção da embarcação.
Em ofício enviado à Autoridade Marítima na última sexta-feira (26), o Sindmar relatou o abandono da tripulação pelo armador, já que há cerca de cinco meses tripulantes se recusam a embarcar por não terem recebido salários e benefícios.
De acordo com relatos de representados do Sindicato, o Astro Tupi encontrava-se fundeado na Baía de Guanabara com apenas três marítimos a bordo, quantitativo insuficiente para manter a embarcação em condição segura e atender a situações de emergência.
Conforme a representação sindical informou à Diretoria de Portos e Costas (DPC), além de estar com salários atrasados e não cumprir com a tripulação mínima de segurança, o Astro Tupi apresenta problemas graves na praça de máquinas, na automação e no convés.
Esta situação exigiria, no mínimo, o embarque de tripulantes extras, uma vez que o Cartão de Tripulação de Segurança (CTS) foi emitido para uma embarcação no estado da arte e não com todas as deficiências que agora se apresentam.
O Sindmar ressalta que deixar de pagar salários e benefícios contratuais por mais de 60 dias a marítimos que se encontram a bordo ou que faziam parte da tripulação regular do navio caracteriza abandono de tripulação pelo armador, conforme entendimento dos acordos internacionais de Port State Control (PSC) e Flag State Control (FSC) ratificados pelo Brasil.
“Além da denúncia feita à Autoridade Marítima, também denunciamos a Astromarítima à fiscalização do trabalho, que solicitou a verificação de possível ocorrência de trabalho análogo à escravidão. Os relatos que temos recebido de nossos representados são estarrecedores e inaceitáveis como relação de trabalho. Se essas condições forem confirmadas, é mandatório que a empresa seja interditada, sob pena de o Estado brasileiro ser considerado conivente com tal situação”, destacou o presidente da Conttmaf e do Sindmar, Carlos Augusto Müller.

IMAGEM: Felipe Sant'Ana/TCP

Movimentação de cargas conteinerizadas bate recorde no primeiro semestre do ano

Movimentação de contêineres cresceu 22,72% em comparação com os primeiros seis meses de 2023. Granéis sólidos e líquidos também tiveram aumento histórico para o semestre

O setor aquaviário apresentou um crescimento de 4,28% no primeiro semestre de 2024, movimentando 644,76 milhões de toneladas de cargas, segundo os dados do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), que foram apresentados nesta quarta-feira (07). 

Esse aumento foi puxado principalmente por cargas conteinerizadas, com destaques também para os crescimentos de granéis sólidos e líquidos. Os três perfis de cargas apresentaram a maior movimentação da série histórica para o primeiro semestre do ano, desde 2010.

Durante o mês de junho, foram movimentados 119,2 milhões de toneladas de cargas. No mesmo período de 2023 a movimentação havia atingido 113,8 milhões de toneladas. Entre os destaques do mês estão os fertilizantes (+17,33%), o açúcar (+17,22%) e a bauxita (+11,79%).

Em relação às cargas conteinerizadas, a movimentação foi recorde e atingiu 73,3 milhões de toneladas no primeiro semestre do ano, um aumento de 22,72% em comparação com o mesmo período do ano passado. Desse total, 49,3 milhões de toneladas foram movimentadas em longo curso, 23,2 milhões por cabotagem e 0,7 milhão por navegação interior e apoio portuário. Nestes primeiros seis meses do ano, observa-se um crescimento de 30,22% na cabotagem de contêiner, comparado a 2023.

Retomada de contêiner

Com base no histórico da movimentação de contêineres dos últimos quatro anos, sinaliza-se uma retomada da atividade em diversos portos do país, o que demonstra um crescimento contínuo.

Após dois anos de queda e estagnação, a movimentação recorde de contêineres retoma e supera a performance observada em 2021, ano de pandemia em que o transporte de mercadorias via contêiner foi significativo. 

Esse crescimento recorde acontece no mesmo momento em que há uma sinalização de reindustrialização no país. Em junho, os dados do IBGE mostraram que houve um aumento de 4,1% na produção industrial, maior alta desde julho de 2020 (+9.1%).

Formular política públicas

“O Painel Estatístico é uma forma de entregar dados para todos aqueles que precisam dessas informações para formular políticas públicas e corrigir os rumos e fomentar ainda mais o setor”, destacou o diretor-geral da ANTAQ, Eduardo Nery, durante o evento de divulgação dos dados.

O Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, ressaltou a importância dos complexos portuários brasileiros para o crescimento da economia do país. “O Brasil voltou a crescer e precisamos investir cada vez mais nos nossos portos públicos, melhorar a governança, a infraestrutura operacional, investindo em nas dragagens, melhorar a inteligência dos nossos portos, porque isso vai gerar competitividade e mais operações para nós.”

Movimentação por região

A movimentação da região Sudeste atingiu 322,5 milhões de toneladas no primeiro semestre, um crescimento de 6,1%. O destaque foram as movimentações de petróleo e derivados - sem óleo bruto (+19,62%) e o minério de ferro (+10%).

A região Nordeste, por sua vez, que representa 23,1% de tudo que é movimentado, apresentou um aumento de 4,1% na movimentação de cargas no primeiro semestre, o que totalizou 149,2 milhões de toneladas. Os destaques da região foram minério de ferro (+6,16%) e petróleo e derivados (+2,38%).

A região Sul cresceu 4,6% e movimentou 90,8 milhões de toneladas de cargas nos primeiros seis meses do ano. Os dois principais destaques foram açúcar (+77,60%) e soja (+18,31%).

A região Centro-Oeste, que representa 0,4% de tudo que é movimentado no Brasil, movimentou 2,7 milhões de toneladas (-46,4%). Na localidade existem cinco instações portuárias.

Para a região Norte foram movimentados 79,5 milhões de toneladas de cargas, um acréscimo de 0,6% no semestre. Os dois destaques foram milho (+17,92%) e bauxita (+3,16%).

Perfis de carga

Os granéis sólidos, que representam 59,4% do total de tudo que é movimentado pelos portos, apresentaram crescimento de 3,65% frente ao primeiro semestre de 2023. Foram registradas 383 milhões de toneladas de cargas movimentadas.

Granéis líquidos se manteve no mesmo patamar, com leve crescimento de 0,02%, em comparação com o mesmo período de 2023. Por sua vez, as cargas gerais apresentaram um recuo de 2,02% durante os primeiros seis meses do ano frente a 2023.

Navegação

A movimentação de cargas de longo curso foi de 452,9 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024, apresentando crescimento de 5,69% em comparação com o mesmo período do ano passado, principalmente pelas exportações, que cresceram 5,78%, enquanto as importações cresceram 5,30%.

A cabotagem apresentou uma alta de 3,94% em comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo uma movimentação de 147,7 milhões de toneladas. Além disso, o apoio marítimo também teve crescimento de 10,61%, com movimentação de 0,6 milhões de toneladas.

A navegação interior, no entanto, decresceu 7,47% nos primeiros seis meses do ano, atingindo uma movimentação de 42,6 milhões de toneladas. Do mesmo modo, houve recuo nas operações de carga feitas em apoio portuário (-12,67%).

Terminais Privados

Os Terminais de Uso Privado (TUPs) registraram 413,2 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024. O número representa um aumento de 2,12% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Já o destaque, entre os cinco TUPs que mais movimentaram no semestre, fica para o terminal Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (MA), que registrou crescimento de 6,47%, com 74,7 milhões de toneladas movimentadas.

Portos Públicos

Os portos públicos movimentaram 231,6 milhões de toneladas nos primeiros seis meses do ano. O número representa aumento de 8,37% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

O porto de maior movimentação no semestre foi o de Santos, com 68,6 milhões de toneladas, registrando um aumento de 8,42% frente ao mesmo período de 2023. O porto foi responsável por 10,6% de toda a movimentação portuária dos primeiros seis meses do ano.

FONTE: ANTAQ

IMAGEM: PORTAL CNN

Silvio Costa Filho assina acordo de cooperação para estudos e concessões de hidrovias dos rios Tocantins e Tapajós

Iniciativa firmada com Antaq e BNDES faz parte do planejamento setorial hidroviário, para superar os gargalos da infraestrutura do setor
 

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, assinou, nesta terça-feira (30), um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) que viabiliza estudos e concessões das hidrovias dos rios Tocantins e Tapajós. A parceria foi firmada com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A iniciativa faz parte do planejamento setorial hidroviário, para identificação, desenvolvimento e acompanhamento de projetos público-privados, visando superar os gargalos de infraestrutura existentes no setor hidroviário do país.

Iniciativa inédita no país, a concessão de hidrovias tem sido estruturada com o apoio de instituições e do setor produtivo. O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), ao lado da Antaq, tem priorizado a agenda hidroviária, modal capaz de escoar milhões de toneladas de grãos ao eixo norte brasileiro. Atualmente, o país tem mais de 20 mil quilômetros de hidrovias navegáveis. Com a concessão dos rios, a estimativa é que a capacidade de navegação seja duplicada nos próximos anos.

Costa Filho destacou que os dois projetos assinados nesta manhã se juntam a outros quatro, são eles: Lagoa Mirim, no Rio Grande do Sul, Barra do Norte, na foz do Rio Amazonas, Madeira e o Paraguai. Para ele, a iniciativa vai gerar "mais investimentos sobretudo no desenvolvimento e geração de emprego e renda para o país. A gente está celebrando hoje não apenas o tempo de cooperação, que a gente vai organizar o projeto, vai organizar a modelagem, vai ouvir a sociedade e alavancar o nosso setor", apontou.

Os projetos anunciados fazem parte do trabalho de concessão de hidrovias desenhado pelo Governo Federal, que estão inseridos no Plano de Geral de Outorgas Hidroviário, publicado no final do ano passado pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor). O plano hidroviário tem como principal objetivo aumentar a competitividade e o desenvolvimento do Brasil.

O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery, ressaltou a importância da parceria com as instituições envolvidas para formulação de um projeto eficiente e que atenda às necessidades do setor. "Junto com o BNDES, a gente vai tentar encontrar aquela modelagem econômica que vai trazer o melhor retorno que temos junto com a instituição no setor regulatório para atender às necessidades da sociedade. Hoje estamos terminando um acordo de cooperação, mas a contratação desses dois projetos já está na fase final. o BNDES, inclusive, já está selecionando a empresa para iniciar o projeto", indicou.

Os trechos do rio Tocantins que poderão ser desenvolvidos se estendem por 1.282 quilômetros, entre o município de Belém, no Pará, e Peixe, no Tocantins. No Rio Tapajós, a avaliação preliminar do BNDES indicou que 700 quilômetros poderão ser desenvolvidos em dois trechos principais, de Barcarena a Melgaço e de Santarém a Tapajós, ambos no estado do Pará. Para o diretor de Planejamento do BNDES, Nelson Barbosa, "com o desenvolvimento desses projetos, as hidrovias terão melhores condições para transportes de grãos, minérios de ferro, granéis líquidos, cargas conteinerizadas e outras cargas", ressaltou.

Os projetos têm o potencial de alavancar a economia dos estados e beneficiar toda a cadeia logística, desde os grandes operadores até pescadores e população ribeirinha. "A gente espera que, com esses projetos de concessão, trazer a iniciativa privada para que a gente possa ter maior eficiência na prestação do serviço e que a gente possa levar para o usuário outras opções de transportes, sem que haja custos para a sociedade", explicou Dino Antunes, secretário Nacional de Hidrovias e Navegação do MPor.

A hidrovia do Tapajós é um corredor crucial entre o Centro-Oeste e o Norte do Brasil. O baixo Tapajós, entre Itaituba (PA) e Santarém (PA), possui 280 km de extensão navegável durante todo o ano, e foi responsável pela movimentação de mais de 14 milhões de toneladas de cargas em 2023, principalmente soja e outros produtos agrícolas, além de facilitar o transporte de grãos e combustível.

FONTE: MINISTÉRIO DE PORTOS E AEROPORTOS

IMAGEM: TVFOCO

Número representa um aumento de R$ 7 em relação à estimativa anterior, feita em abril, e pode pressionar o arcabouço fiscal

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou sua projeção para o salário mínimo em 2025 para R$ 1.509, segundo documento obtido pela Folha.

O dado representa um aumento de R$ 7 em relação à estimativa anterior, de R$ 1.502, enviada pelo Executivo junto com o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2025, em 15 de abril deste ano.

O novo número serve de baliza para as estimativas de gastos do governo na elaboração da proposta de Orçamento de 2025, que será enviada até 31 de agosto deste ano.

O salário mínimo segue a fórmula de correção da política de valorização, que inclui reajuste pela inflação de 12 meses até novembro do ano anterior mais a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes (neste caso, a alta de 2,9% observada em 2023). 

Se confirmado, o novo piso será 6,87% maior que os R$ 1.412 pagos atualmente.

O valor consta em uma nota técnica elaborada para subsidiar o relatório de reavaliação do Orçamento do 3º bimestre, divulgado em 22 de julho.

O documento também indica que o governo reviu para cima suas estimativas para o salário mínimo nos anos seguintes.

Em 2026, o piso deve ser de R$ 1.595 (contra R$ 1.582 na projeção anterior).

Para 2027, o valor projetado passou de R$ 1.676 para 1.687. Em 2028, a estimativa aponta salário mínimo de 1.783 (contra R$ 1.772 anteriormente).

Desde 1º de janeiro de 2024, o salário mínimo é R$ 1.412. A cifra foi atualizada por meio de um decreto de Lula, que aplicou a regra prevista na nova lei de valorização do salário mínimo, aprovada no ano passado.

A previsão para 2025 ainda pode mudar ao longo do ano, conforme variações na estimativa para a inflação e eventuais revisões do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no desempenho do PIB de 2023. O valor definitivo vale a partir da edição do decreto presidencial. 

O índice de preços usado para corrigir o salário mínimo é o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação percebida por famílias com renda de até cinco salários mínimos. Na previsão do governo, ele deve avançar 3,65% no acumulado deste ano.

O percentual é maior que os 3,25% estimados anteriormente, no momento do envio do PLDO, o que ajuda a explicar o aumento na projeção.

Embora seja favorável aos trabalhadores, a política de valorização do mínimo pode pressionar o novo arcabouço fiscal desenhado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) nos próximos anos.

A garantia de aumento real pode fazer com que o piso avance num ritmo mais célere do que a regra geral das despesas, que tem um crescimento limitado a 2,5% acima da inflação ao ano.

Como os benefícios da Previdência são, em sua maioria, indexados ao piso, isso tende a gerar pressão sob o limite, levando ao achatamento de outros gastos. O salário mínimo também é referência para alguns benefícios assistenciais e para o seguro-desemprego. 

No ano que vem, o governo Lula terá um espaço extra de R$ 138,3 bilhões para despesas do Poder Executivo no Orçamento de 2025, segundo cálculo do Tesouro com base nas regras do novo arcabouço fiscal.

É neste espaço que o governo precisará acomodar a expansão de benefícios obrigatórios, bem como a demanda por gastos discricionários, como custeio e investimentos, além de emendas parlamentares e os pisos de Saúde e Educação.

Só o aumento de R$ 97 projetado para o salário mínimo deve custar R$ 38 bilhões —cada R$ 1 a mais no piso tem impacto de R$ 391,8 milhões. Já a correção dos benefícios acima do piso pode adicionar outros R$ 19,5 bilhões (cada 1 ponto percentual no INPC amplia o gasto em R$ 5,34 bilhões).

Economistas avaliam que, do espaço extra, cerca de R$ 127 bilhões (quase 92%) podem ser consumidos por despesas obrigatórias.

Nos anos seguintes, os ganhos reais do salário mínimo também vão pressionar a regra fiscal. 

Como mostrou a Folha, a Previdência Social terá um aumento de ao menos R$ 100 bilhões em suas despesas nos próximos quatro anos devido à política de valorização.

Em dez anos, o impacto será ainda maior e chegará a R$ 550 bilhões, segundo cálculos do economista Fabio Giambiagi, pesquisador associado do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas). Para ele, o efeito prático da regra anula boa parte do ganho conquistado com a reforma da Previdência de 2019.

A Previdência é hoje um dos alvos preferenciais da revisão de gastos defendida pela equipe econômica. Os benefícios previdenciários devem passar por um pente-fino, assim como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. O governo promete cortar R$ 25,9 bilhões em despesas para conseguir fechar o Orçamento de 2025.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

IMAGEM: DIEESE

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) informou, que 87,8% das negociações de reajustes salariais referentes à data-base em junho ficaram acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 8,8% dos casos, não houve perdas inflacionárias, enquanto 3,3% ficaram abaixo do INPC ainda segundo os dados do Dieese.

De acordo com o Dieese, a data-base de junho é a sétima seguida em que mais de 80% das categorias apresentaram ganhos salariais acima da inflação.

“Esse quadro de relativa estabilidade em níveis elevados contrasta com o observado no segundo semestre de 2023, de piora crescente nos resultados das negociações entre agosto e novembro”, avalia a entidade.

A entidade aponta que a variação média dos reajustes de junho foi de 1,67%. O valor é superior ao registrado nos demais meses do ano, com exceção de maio e janeiro, em que as variações foram, respectivamente, de 1,74% e 1,71%. Isto, em razão do aumento do salário mínimo.

Desse modo, os reajustes salariais seguem tendência de alta repetindo o mês de maio, quando mais de 87% dos acordos tiveram aumento acima da inflação.

Prévia do primeiro semestre de 2024

O boletim da entidade destaca que, com a inclusão dos reajustes salariais de junho, é possível ter prévia do cenário do primeiro semestre deste ano.

Durante o período, foi verificado que em cerca de 86% das 6.728 negociações, o aumento do reajuste salarial foi acima do INPC, ao passo que 11% se equipararam à inflação e 3% ficaram abaixo do indicador de preços.

No momento, a variação real média no primeiro semestre de 2024 é de 1,59%.

Setores

Na indústria e no setor de serviços — os quais apresentaram, respectivamente, 2.055 e 3.449 reajustes.

Os ganhos salariais reais ocorreram em 87% dos casos. No comércio, foram 827 negociações de ajustes nas remunerações, sendo que 76,5% superaram a inflação.

Nos reajustes sem perdas inflacionárias, o comércio aparece em primeiro, com 21,4%, seguido da indústria (9,6%) e dos serviços (9,2%).

Em relação ao porcentual de salários ajustados abaixo do INPC, 3,3% ocorreu na indústria, 3,2%, nos serviços, e o menor valor foi observado no comércio (2,1%).

FONTE: DIAP

IMAGEM: DNIT

Kajuru questiona licenciamento da Hidrovia Araguaia-Tocantins

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) criticou, em pronunciamento nesta segunda-feira (5), o andamento do projeto da Hidrovia Araguaia-Tocantins, que tem o objetivo de transportar grãos do Centro-Oeste ao Pará. O parlamentar questionou a licença prévia concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) autorizando a definição e execução do projeto. Segundo Kajuru, a implantação da hidrovia vai exigir a realização de obras de engenharia de grande envergadura, afetando todo o regime hidrológico do Rio Araguaia.

— Ao contrário do que determina a legislação, o licenciamento da Hidrovia Araguaia-Tocantins está sendo conduzido pelo DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] de forma fatiada, segmentada, sem considerar as obras necessárias em toda a extensão do rio para garantir a sua navegabilidade. O que se está licenciando atualmente não é a hidrovia Araguaia-Tocantins como um todo, mas apenas o projeto de dragagem e deslocamento da via navegável na região sudeste do estado do Pará, com três trechos, totalizando 212 quilômetros. Assim, o que se tem na verdade é a velha prática de consumar um megaprojeto através da realização de partes de sua obra, de modo que o conjunto se torne mais tarde irreversível.

Segundo Kajuru, a fragmentação do licenciamento das obras é uma forma de afastar os estudos necessários à compreensão dos impactos ambientais. O senador citou resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que determina que o estudo de impacto ambiental deve abranger a área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza.

— O estudo global de um projeto, evidentemente, deve conter o estudo de suas partes. Porém, com o licenciamento parcelado, não se tem a real dimensão da obra ou do projeto. Além de ineficiente e impreciso, ele desfigura a realidade do que se quer aprovar. A meu ver, enseja uma licença nula e também imoral, porque esconde da sociedade o real impacto que as obras poderão ter na vida das pessoas, em particular da população goiana.

Kajuru também afirmou ter encaminhado uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) para que seja instaurado um inquérito civil que apure eventuais ilegalidades relacionadas ao licenciamento ambiental.

FONTE: Agência Senado

IMAGEM: REUTERS/Pilar Olivares

Petrobras produziu média de 2,16 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no segundo trimestre, versus 2,1 milhões de bpd nos mesmos três meses de 2023

A produção de petróleo da Petrobras no Brasil cresceu 2,6% entre abril e junho ante igual período do ano passado, principalmente devido ao avanço operacional de plataformas que entraram em operação ao longo de 2023, informou a companhia nesta segunda-feira.

A Petrobras produziu média de 2,16 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no país no segundo trimestre, versus 2,1 milhões de bpd nos mesmos três meses de 2023, informou a empresa em seu relatório de produção e vendas.

Dentre os principais fatores para essa variação, a Petrobras destacou o crescimento da produção ("ramp-up", no jargão do setor) das plataformas do tipo FPSO Almirante Barroso, Anna Nery, Anita Garibaldi e Sepetiba -- que entraram em operação no ano passado--, além da P-71.

Além disso, a companhia destacou a entrada em produção de 12 novos poços de projetos complementares, sendo oito na Bacia de Campos e quatro na Bacia de Santos.

Para este ano, a companhia prevê a entrada em operação de duas plataformas, dentre elas a chamada Marechal Duque de Caxias, que chegou ao Brasil em maio e já concluiu a ancoragem no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos.

A companhia também adiantou para este ano a entrada em operação do FPSO Maria Quitéria, que saiu do estaleiro na China em maio de 2024 e irá produzir no campo de Jubarte, localizado no pré-sal da Bacia de Campos.

"A unidade (Maria Quitéria) tem início de operação previsto para o último trimestre de 2024, antecipando assim o cronograma do PE (Plano Estratégico) 2024-2028+, que era de entrada em operação em 2025", disse no relatório a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

Na comparação com o primeiro trimestre, porém, houve uma queda na produção de 3,6%, devido principalmente ao maior volume de perdas por paradas para manutenções, dentro do previsto no planejamento, e ao declínio natural de campos maduros.

As exportações de petróleo somaram 651 mil bpd no segundo trimestre, alta de 58,4% ante o mesmo período do ano passado e avanço de 0,2% na comparação com o primeiro trimestre.

PRODUÇÃO E VENDAS TOTAIS - Considerando a produção total de óleo e gás no Brasil e no exterior, a Petrobras bombeou uma média diária de 2,7 milhões de barris de óleo equivalente (boed) entre abril e junho, alta de 2,4% ante o mesmo período de 2023 e queda de 2,8% ante o primeiro trimestre deste ano.

No primeiro semestre, "a Petrobras entregou a produção planejada de 2.737 milhões de boed, em linha com seu PE 2024-2028+", afirmou a companhia em seu relatório de produção.

Como operadora, a companhia produziu 3,74 milhões de boed no segundo trimestre, alta de 1,2% ante igual período do ano passado e queda de 3,1% na comparação com o trimestre anterior, considerando o volume total produzido pelos campos operados pela empresa, incluindo parcelas que pertencem a eventuais parceiros nos ativos.

A Petrobras também informou que suas vendas totais de petróleo, gás e derivados cresceram 4% no segundo trimestre ante o mesmo período do ano passado, para 2,94 milhões de boed, com vendas domésticas respondendo por 2,04 milhões de boed.

DERIVADOS - O fator de utilização (FUT) das unidades de refino da Petrobras atingiu 91% no segundo trimestre, ante 93% no mesmo período de 2023 e 92% no trimestre anterior, mesmo considerando as paradas programadas realizadas nas refinarias REPLAN, REDUC, RECAP, REVAP e REGAP.

A produção de derivados do petróleo da Petrobras somou média de 1,74 milhão de bpd no segundo trimestre, recuo de 3,5% ante o mesmo período de 2023 e queda de 0,5% em relação ao primeiro trimestre.

As importações de diesel no primeiro trimestre somaram 37 mil bpd, queda de 60,2% ante o mesmo período do ano passado e recuo de 57,5% na comparação com o primeiro trimestre.

FONTE: REUTERS

IMAGEM: EPA/BBC NEWS

Canal de Suez perde R$ 3,1 bi por mês

Navio porta-contêineres foi atacado por míssil no sábado, a sudeste de Aden, sem causar maiores danos ou vítimas; Egito contabiliza fortes perdas comerciais com interrupção da rota

Após duas semanas sem anúncios de incidentes, um navio porta-contêineres foi atacado neste final de semana no Mar Vermelho, supostamente por um míssil disparado pela milícia houthi no Iêmen.

Segundo a AP, o ataque aconteceu a cerca de 225 quilômetros a sudeste de Aden e atingiu o cargueiro Groton logo acima de sua linha d’água, causando poucos danos e sem ferir a tripulação, conforme o Centro Conjunto de Informações Marítimas, uma coalizão multinacional supervisionada pela Marinha dos EUA.

A volta dos ataques aconteceu poucos dias depois de o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly, confirmar que o Canal de Suez está relatando perdas de até US$ 550 milhões (cerca de R$ 3,1 bilhões) por mês devido às tensões regionais. O canal, que liga o Mediterrâneo ao Mar Vermelho, é uma artéria vital para o comércio global e um componente crítico da economia egípcia.

Este mês, o CEO da gigante de logística Maersk, Vincent Clerc, estimou que a interrupção do Mar Vermelho para o transporte de cargas deve se estender até o terceiro trimestre de 2024, tornando a situação desafiadora para transportadoras e empresas.

Em maio, a Maersk havia calculado que decisão de não utilizar a rota por temores quanto à segurança dos navios resultou em uma perda de capacidade de 15% a 20% em todo o setor nas rotas da Ásia para o norte da Europa e Mediterrâneo. Isso apenas no segundo trimestre de 2024.

O site The National News, do Egito, informou que o Canal de Suez teve uma queda de 23% em sua receita para o ano fiscal de 2023-24, principalmente devido ao impacto dos ataques dos houthis desde o Iêmen.

Os houthis, alinhados com o Irã, têm como alvo navios no Mar Vermelho como parte de sua campanha para apoiar seu aliado, o Hamas, em sua guerra com Israel em Gaza.

Os rebeldes já alvejaram mais de 70 embarcações com mísseis e drones desde que começaram seus ataques em novembro, que até agora mataram quatro marinheiros, de acordo com a Associated Press.

A Maersk e outras empresas de navegação têm desde dezembro desviado seus navios para o Cabo da Boa Esperança, na África, o que eleva o tempo de viagem e as taxas de frete.

FONTE: INFOMONEY

IMAGEM: Aerial photograph of Aitutaki

Adições à frota negra fazem com que as Ilhas Cook se tornem uma das 30 principais bandeiras

Uma bandeira com a Union Jack do Reino Unido tornou-se um registro obrigatório para navios ligados à Rússia.

O Gabão foi ultrapassado pelas Ilhas Cook no ranking das 30 principais bandeiras compiladas pela Clarksons Research, tornando-se um lar significativo para a chamada frota negra de petroleiros que comercializam petróleo russo, iraniano e venezuelano.

Splash relatou repetidamente este ano sobre a ascensão de uma série de bandeiras africanas contra muitos petroleiros paralelos. Até agora, os registros do Gabão, das Ilhas Comores e da Guiné-Bissau mais do que duplicaram de tamanho em 2024.

A milhares de quilómetros de distância, noutro continente, as Ilhas Cook estão agora a emergir como outra via para o registro dos petroleiros paralelos.

A nação polinésia tem agora 259 navios, o que equivale a 6,9 milhões de toneladas brutas, nos seus livros, tendo crescido 143,4% este ano, de acordo com dados da Clarksons, com a maior parte deste crescimento a vir de petroleiros antigos.

A bandeira das Ilhas Cook, oficialmente conhecida como Bandeira das Ilhas Cook, é baseada no desenho tradicional das ex-colônias britânicas na região do Pacífico. É uma insígnia azul contendo no canto superior esquerdo a Bandeira da União, e à direita, quinze estrelas num anel representando as 15 ilhas que compõem o arquipélago.

A frota obscura cresceu para cerca de 700 petroleiros nos dois anos e meio desde que a Rússia iniciou a invasão em grande escala da Ucrânia.

Ultimamente, a Rússia também começou a estabelecer uma frota paralela de transporte de gás. Uma série de entidades foram estabelecidas no Dubai para movimentar os carregamentos de gás russo por todo o mundo, numa medida que reflete a forma como Moscou tentou evitar sanções às suas exportações de petróleo.

Nur Global Shipping, White Fox Ship Management e New Transshipment são alguns dos novos nomes que se estabeleceram em Dubai.

O Financial Times, citando dados da consultoria de risco Windward, observou na semana passada que desde o segundo trimestre de 2023, mais de 50 navios de GNL mudaram de propriedade para empresas localizadas nos Emirados Árabes Unidos.

Noutra semelhança impressionante com a criação pela Rússia das frotas escuras de petróleo e produtos há mais de dois anos, a construção de uma frota de gás no Dubai fez com que os preços dos antigos transportadores de turbinas a vapor saltassem este ano.

FONTE: SPLASH247.COM