Barcaça Papoula teve vazamento de combustível no Porto de Santos — Foto: André Ramalho/Marine Traffic

Foto: André Ramalho/Marine Traffic

Vazamento aconteceu no terminal da Transpetro, na Margem Direita do cais santista. Local foi isolado e equipes trabalham na limpeza.

 

Equipes de emergência tentam conter um vazamento de óleo bunker, destinado ao abastecimento de navios de grande porte, no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, nesta terça-feira (24). De acordo com a Santos Port Authority (SPA), autoridade responsável pelo cais santista, não há feridos e vários órgãos estão no local para conter o combustível e limpar a área.

O vazamento ocorreu no Píer da Alemoa, na Margem Direita do Porto, durante a transferência de óleo da embarcação Papoula, de bandeira brasileira, atracada no terminal da Transpetro. As causas do acidente seguem sendo apuradas. Após a identificação do vazamento, a área foi isolada, a operação de carga foi interrompida e as equipes iniciaram o trabalho de limpeza do produto.

Equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), especialistas da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e militares da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) acompanham a situação.

Segundo a Transpetro, o produto ficou contido no convés da embarcação, e a menor parte, que atingiu o mar, foi totalmente contida nas barreiras preventivas que ficam ao redor da embarcação atracada.

A SPA também mobilizou a empresa contratada para ações desta natureza a fim de monitorar locais mais distantes da ocorrência, verificar e conter possíveis manchas fugitivas.

De acordo com a Cetesb, após o vazamento, foi acionado o Centro de Resposta a Emergência (CRE) do Terminal e o reforço no cerco de barreiras existentes. Por enquanto, não foi identificado óleo fora do local da ocorrência e a quantidade de quanto óleo que havia vazado.

De acordo com a Capitania dos Portos, todas as medidas de contenção e coleta do óleo previstas foram adotadas pela empresa e pelo terminal, a fim de prevenir maiores danos ao meio ambiente. Uma equipe de Inspeção Naval deslocou-se até o local para verificar se os procedimentos de contenção estão sendo adequadamente realizados. A Capitania continua realizando os procedimentos administrativos necessários incluindo a notificação da empresa.

A barcaça está atracada no costado do terminal para movimentar combustível e abastecer outras embarcações no cais santista. Segundo a SPA, a empresa responsável pela operação da barcaça está tomando as medidas cabíveis para conter a expansão do produto no estuário e viabilizar seu recolhimento.

FONTE: G1

 

Plano de previdência privada: guia COMPLETO para simular e iniciar o investimento

IMAGEM: Reprodução Google

 

Uma minoria se aposenta com a previdência privada vendida pelos bancos, porque a maioria a usa mais como aplicação e para reduzir o imposto na declaração

Estudo comparativo divulgado recentemente pelo Ministério da Economia mostra que, enquanto os fundos fechados (EFPC), patrocinados pelas empresas para seus funcionários, pagaram R$ 56 bilhões em benefícios de aposentadoria e pensão para 858 mil participantes em 2019. Já os fundos abertos de previdência privada vendidos pelos bancos e seguradoras a seus clientes, pagaram no mesmo ano R$ 3 bilhões a somente 64 mil pessoas que conseguiram se aposentar pela previdência privada. Os fundos fechados tinham 3,2 milhões de participantes e os abertos, 13 milhões.

Essa discrepância de valores, número de aposentados e de participantes entre os dois segmentos é ainda mais grave quando comparamos o patrimônio acumulado no final de 2019: R$ 958 bilhões pelos quase 300 fundos fechados contra R$ 1,04 trilhão pela previdência privada aberta, 90% concentrada nos cinco bancos gigantes que dominam o sistema financeiro nacional.

Estes dados mostram que a previdência vendida pelos bancos tem muito pouco de previdência. Uma ínfima minoria se aposenta neste sistema. Grande parte dos clientes usam as contribuições à previdência privada como mecanismo para reduzir o Imposto de Renda devido em sua declaração anual, já que podem deduzir as contribuições previdenciárias da margem tributável, até o limite de 12% dos rendimentos anuais.

 Na previdência privada, é muito comum as pessoas contribuírem durante o ano para resgatar pouco tempo depois. Os dados do Ministério da Economia confirmam este procedimento. Em 2019 a previdência privada dos bancos captou R$ 129 bilhões. No mesmo ano, os clientes resgataram R$ 71 bilhões, mostrando que boa parte desta montanha de dinheiro mal chega a esquentar o cofre dos poupadores.

Previdência privada ou aplicação de curto prazo?

Enquanto isso, nos fundos fechados, os participantes resgataram somente R$ 4,3 bilhões no ano. Ou seja, nos fundos fechados de fato se guarda dinheiro para a aposentadoria, enquanto nos bancos os fundos de previdência são quase uma simples aplicação financeira de curto prazo.

Para deixar seu rico dinheirinho na previdência privada, os clientes pagam altas taxas de administração, muitas vezes maiores do que as cobradas pelos fundos de renda fixa, aumentando o escandaloso lucro dos bancos. Mas este é tema de outro artigo.

Se você, que me leu até aqui, pensa em fazer um plano de previdência privada em qualquer banco, reflita melhor. É preferível, antes, contribuir para a previdência pública, o INSS garantido pelo Estado, regulado pela Constituição Federal e pela legislação, e você pode estar certo de que sua aposentadoria será paga em qualquer circunstância. Já a previdência privada sempre corre riscos. Se o banco quebrar, adeus poupança, mas o lucro do banco já foi embolsado anteriormente, sem piedade.

José Ricardo Sasseron foi presidente da Associação Nacional de Participantes de Fundos de Pensão e de Beneficiários de Planos de Saúde de Autogestão (Anapar), diretor de Seguridade da Previ e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

No Brasil, como resultado das eleições municipais, a maioria das câmaras de vereadores vai ter um número menor de partidos políticos, a partir de 2021.

O Brasil tem 33 partidos políticos, entre direita e esquerda, situação e oposição, grandes e nanicos.

As câmaras municipais refletem essa variedade. As coligações com partidos grandes ajudavam os pequenos a conquistar cadeiras de vereador. Mas essas coligações não são mais permitidas. A mudança começou a valer agora, nesta eleição de 2020, e isso já está redesenhando o mapa partidário no Brasil.

O pesquisador Guilherme Russo, do Centro de Política e Economia do Setor Público da Fundação Getúlio Vargas (Cepesp), calculou como o número de partidos nas câmaras municipais mudou.

Nas cidades com até cinco mil habitantes, as câmaras tinham, em média mais de 5 partidos após a eleição de 2016. Em 2020, essas cidades elegeram vereadores de menos de 4 partidos, em média.

Nos municípios que têm população entre cinco mil e dez mil habitantes, o número médio de partidos representados no Legislativo caiu de 6 para 4. O mesmo movimento de queda aconteceu nas cidades que têm entre dez mil e 20 mil e entre 20 mil e 50 mil habitantes.

Já nas cidades maiores, onde vivem 70% dos brasileiros, o número de partidos representados nas câmaras não variou muito.

“A gente está vendo uma redução no número de partidos nas cidades menores, enquanto nas cidades maiores esse efeito não existiu justamente porque não existiram tantas coligações para vereador nas cidades grandes. A gente tem um Legislativo muito fragmentado e um eleitorado que tem muita dificuldade de entender quais são os partidos e, depois, elencar esses partidos e representam quais ideias. Então, a diminuição é positiva”, disse Guilherme Russo.

O fim das coligações foi estabelecido pela Emenda Constitucional 97, aprovada pelo Congresso em 2017. A emenda também restringiu a distribuição do fundo partidário - dinheiro público usado para financiar campanhas eleitorais e pagar despesas dos partidos como viagens e aluguel. O texto também limitou os partidos aptos a participar da propaganda gratuita no rádio e na televisão.

Para ter acesso ao fundo e à propaganda, as legendas precisaram atingir um desempenho mínimo na eleição para Câmara dos Deputados em 2018. Por exemplo: conseguir, ao menos, 1,5% dos votos válidos.

Nove partidos não atingiram esse mínimo e perderam força na eleição municipal: Rede, PCB, PSTU, PCO, PMB, PMN, PRTB, PTC e DC.

A diminuição de partidos nas câmaras municipais produziu um efeito colateral: segundo levantamento do G1, em 14 cidades haverá vereadores de um único partido. Em 12 delas, eles serão do mesmo partido do prefeito.

“A gente se esquece que Poder Legislativo não tem a função só de legislar, tem uma função de fiscalização do Executivo. No momento em que a Câmara tem o mesmo partido do prefeito municipal corre um grande risco de ter um julgamento puramente político, visando aí interesses políticos, deixando de lado questões essenciais de fiscalização, sem ter esse contraponto da oposição que, muitas vezes, é necessário para fiscalizar”, explicou Maria Fernanda Pessatti de Toledo, professora de direito eleitoral.

FONTE: DIAP

Reprodução/YouTube @WHO - 9.jun.2020

 

Órgão quer evitar aglomerações

Celebra testes com vacina de Oxford

A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que a “opção mais segura” no momento é renunciar às festas de Natal e Ano Novo. A declaração foi feita em entrevista on-line nessa 2ª feira (23.nov.2020) para discutir a situação mundial em relação à pandemia da covid-19.

A líder técnica da OMS para a covid-19, Maria Van Kerkhove, afirmou que “em algumas situações, a difícil decisão de não ter uma reunião familiar é a aposta mais segura”. Ela ainda pediu que se evitem aglomerações.

Os casos de covid-19 estão perto de atingir os 60 milhões em todo o mundo. Eram 1.402.312 mortes pela doença até as 4h30 desta 3ª feira (24.nov), segundo dados do medidor Worldometer. A Europa enfrenta uma 2ª onda da doença e diversos países, como Espanha e França, apertaram as restrições.

Brasil contabilizava 169.485 mortes por covid-19 e 6.087.608 casos da doença até as 18h dessa 2ª feira (23.nov). Os dados são do Ministério da Saúde.

Durante a entrevista, representantes da OMS comemoraram os resultados da vacina da AstraZeneca/Oxford. Mais cedo, a farmacêutica e a universidade anunciaram que o imunizante tem eficácia de 62% a 90%, dependendo da dosagem aplicada.

A organização saudou os esforços “para tornar a vacina acessível”. Em comunicado (íntegra – 149 KB), a AstraZeneca informou que vai pedir autorização de uso emergencial para poder distribuir o imunizante em países de baixa renda.

A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, disse que os resultados apresentados são “encorajadores”. “Esperamos ver os dados, como fazemos com outros resultados promissores das últimas semanas”.

Na última semana, a Pfizer divulgou estudos que mostram que sua vacina contra a covid-19, desenvolvida com a BioNTech, tem 95% de eficácia. O imunizante da Moderna tem 94,5%.

FONTE: PODER 360 

 

www.asemananews.com.br

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

A indústria de petróleo e gás quer garantir uma rede privada de tecnologia 5G para acelerar a transição digital e garantir a segurança das suas operações, cada vez mais ameaçadas por ataques cibernéticos. Pensando nisso, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural (IBP) tem se reunido com outras entidades para garantir que a regulamentação que está sendo elaborada para o leilão da nova banda, no ano que vem, já traga uma frequência específica para o setor de petróleo e gás.

Há duas semanas, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) assinaram acordo de cooperação técnica para a realização de testes do uso empresarial de redes privadas de tecnologia 5G.

FONTE: ESTADÃO

Sede do Supremo Tribunal Federal, em Brasília Foto: Divulgação/ STF

FOTO: DIVULGAÇÃO/STF

Ministros decidiram também que o governo não pode utilizar nova metodologia para contar os casos e óbitos da covid-19.

Em julgamento no plenário virtual do STF, os ministros do STF decidiram que o governo não pode utilizar nova metodologia para contar casos e óbitos da covid-19 e o ministério da Saúde deve divulgar dados da pandemia integralmente. A decisão foi unânime.

Em voto condutor, o ministro Alexandre de Moraes ressaltou que a Constituição consagrou expressamente o princípio da publicidade como um dos vetores imprescindíveis à Administração Pública.

Os partidos Rede Sustentabilidade, PCdoB e Psol ajuizaram a ADPF 690, contestando atos do governo que restringiram a publicidade dos dados relacionados à covid-19. A pretensão é que o ministério da Saúde seja compelido a dar publicidade, diariamente, aos dados sobre casos confirmados, óbitos, recuperados, hospitalizados e outros.

"A plenitude de acesso é necessária para a detecção de falhas na assistência à saúde da população nas unidades da rede espalhadas pelo país", sustentam. A imposição de um "verdadeiro sigilo" sobre informações e a intenção de reavaliar os dados estaduais da doença escondem, segundo os partidos, a ineficiência e o descaso do governo diante da pandemia.

Os partidos alegam que as medidas violam preceitos fundamentais da Constituição Federal que tratam do direito à vida e à saúde, do dever de transparência da administração pública e do interesse público.

O tema também é objeto das ADPFs 691 e 692. Na primeira, o partido PDT requereu que o governo se abstenha de retirar os dados completos dos canais de informação do ministério da Saúde. Na segunda, o Conselho Federal da OAB pediu a divulgação completa dos dados.

As ações tramitam em conjunto no plenário virtual e está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Em setembro, o relator concedeu liminar para que o governo se abstivesse de utilizar nova metodologia de contabilidade dos casos e óbitos, retomando, imediatamente, a divulgação dos dados na forma como veiculada até o dia 18 de agosto.

Publicidade e transparência

Em seu voto no plenário, Moraes destacou que a Constituição, em diversos dispositivos, prevê princípios informadores e regras de competência para proteção da saúde pública, destacando a necessidade de o Estado Democrático assegurar o bem-estar da sociedade.

Para o ministro, dentro da ideia de bem-estar, deve ser salientada como uma das principais finalidades do Estado a efetividade de políticas públicas destinadas à saúde, inclusive a obrigação constitucional do sistema único de saúde (SUS) de executar as ações de vigilância epidemiológica.

"A Constituição consagrou expressamente o princípio da publicidade como um dos vetores imprescindíveis à Administração Pública, conferindo-lhe absoluta prioridade na gestão administrativa e garantindo pleno acesso às informações a toda a Sociedade."

Diante disso, o ministro votou para referendar as medidas cautelares concedidas para determinar que:

(a) o ministério da Saúde mantenha, em sua integralidade, a divulgação diária dos dados epidemiológicos relativos à pandemia (covid-19), inclusive no sítio do ministério da Saúde e com os números acumulados de ocorrências, exatamente conforme realizado até o último dia 04 de junho; e

(b) o governo do Distrito Federal se abstenha de utilizar nova metodologia de contabilidade dos casos e óbitos decorrentes da pandemia da covid-19, retomando, imediatamente, a divulgação dos dados na forma como veiculada até o dia 18 de agosto.

FONTE: MIGALHAS

 

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

 

"Do ponto de vista do governo não existe a prorrogação do auxílio emergencial. Evidente que há muita pressão política para isso acontecer. É evidente que tem muita gente falando em segunda onda, etc"

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que se depender do governo, “não existe prorrogação” do auxílio emergencial. Em ano de pandemia, o desemprego no Brasil atingiu um recorde de 14,4%, o maior índice desde 2012.

Mas os resultados da falta de emprego que abalou a população este ano não mobilizaram o governo Bolsonaro. Porque, como o ministro da Economia afirmou, o auxílio criado para barrar o aumento da pobreza durante a epidemia terá fim.
 

A justificativa dada por Guedes é que o benefício concedido desde maio para desempregados e trabalhadores informais não se faz mais necessário. Porque, segundo ele, a economia “está voltando forte” e “a doença [Covid-19] cedeu bastante”.

 “A ideia é que o auxílio emergencial se extingue no final do ano. A economia está voltando forte, a doença está descendo. Eu não estou dizendo duas ou três semanas. Eu estou dizendo, de 1,3 mil, 1,4 mil mortes diárias, a coisa caiu para 300, 250. Agora, parece que voltou para 350”, disse.
 

“Contra evidência empírica, não há muito argumento. Os fatos são que a doença cedeu bastante e a economia voltou com muita força”, insistiu.

Na mesma linha defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, as “constatações” de Paulo Guedes sobre o cenário de coronavírus no Brasil vão na contramão do que revelam os dados. A média de mortes diárias por Covid-19 está atualmente em 484, não 250, 300 ou 350 como afirmou Guedes. Além disso, em 10 estados do país os números de óbitos voltaram a crescer, prenunciando a chamada segunda onda da epidemia no país.

 “Do ponto de vista do governo não existe a prorrogação do auxílio emergencial. Evidente que há muita pressão política para isso acontecer. É evidente que tem muita gente falando em segunda onda, etc. e nós estamos preparados para reagir a qualquer evidência empírica. Se houver uma evidência empírica, o Brasil tiver de novo mil mortes, tiver uma segunda onda efetivamente, nós já sabemos como reagir”, disse o ministro.
 

FONTE: JORNAL GGN

 

 

Carteira de Trabalho

Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta segunda-feira (23) que o ritmo de geração de empregos observado nos últimos meses deve desacelerar. Ele prevê uma perda aproximada de 300 mil vagas formais de trabalho em 2020.

Até setembro, o país registrou uma perda líquida (admissões menos demissões) de 558 mil empregos formais. Os saldos negativos foram registrados de março a junho, com o fechamento das atividades pelo país devido à pandemia.

De julho a setembro, no entanto, houve geração de vagas (139 mil, 244 mil e 313 mil, respectivamente). "O Brasil criou empregos. Eu nem acredito que vá continuar nesse ritmo tão acelerado. É provável que dê uma desacelerada", afirmou Guedes em seminário virtual promovido pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

Apesar disso, Guedes diz que a perda de empregos neste ano representará cerca de 20% do resultado negativo observado em 2015 e 2016. "Nós possivelmente vamos chegar ao fim deste ano perdendo 300 mil empregos", afirmou.

Em 2015 e 2016, houve perda de 1,5 milhão e 1,3 milhão de empregos com a crise econômica vivida pelo país, respectivamente.

A pouco mais de um mês para o fim do ano, Guedes defendeu calma na observação dos números da Covid-19 para se analisar se o coronavírus está voltando em uma nova onda, o que poderia ter como consequência o fechamento de atividades. "Alguns dizem que a doença está voltando. Espera aí. Agora parece que está havendo um repique, mas vamos observar", disse.

 "Os dados são que a doença desceu substancialmente e a economia se recuperou extraordinariamente bem. Brasil e China foram as economias que se recuperaram com mais velocidade. Vamos continuar recuperando empregos daqui até o fim do ano", disse.
 

Para o ministro, estaria contribuindo com a indústria nacional o patamar atual do câmbio. "O juro bem mais baixo e o câmbio la em cima. Isso está estimulando as exportações, protegendo os mercados locais contra exportações externas no meio dessa crise", disse.

Guedes afirmou que o principal desafio do ano que vem será transformar o que chamou de "recuperação cíclica baseada em consumo" em uma retomada sustentável baseada em investimentos para ampliação da capacidade produtiva e aumento da produtividade e salário dos trabalhadores.

 

Para isso, diz, serão necessárias as reformas como a PEC (proposta de emenda à Constituição) do Pacto Federativo, que limita despesas, e outras como a reforma tributária. "Vamos reduzir os impostos sobre as empresas, vamos simplificar os impostos, vamos para o imposto de valor adicionado. Então estamos no caminho certo, temos que perseverar, ter disciplina, e voltar às reformas estruturantes", disse.

O governo tenta há meses avançar em diferentes pontos da agenda econômica, mas problemas na articulação política do governo, a pandemia e as eleições travaram o avanço das pautas.

Guedes reconheceu erros do governo em um item da agenda econômica, as privatizações."O programa de privatização não andou direito. Houve obstáculos políticos e equívocos nossos dentro do próprio governo. Temos que admitir o que está errado, porque, se não, não conseguimos consertar", disse.

Em outro seminário da manhã desta segunda, ele afirmou que outros ministros não querem as privatizações. Mas não citou nomes.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

CMA CGM Benjamin Franklin - CMA CGM - Long Beach, NY (Estados Unidos da América)

FOTO:CMA CGM

A CMA CGM alcançou no terceiro trimestre uma margem operacional de 24,5% no negócio do shipping. E a situação ainda pode melhorar até ao final do ano.

Depois da Maersk, a CMA CGM anunciou uma melhoria significativa da rendibilidade do negócio de transporte marítimo de contentores para níveis até agora inéditos.

Entre Julho e Setembro, a CMA CGM aumentou os volumes transportados em 1%, para 5,59 milhões de TEU, enquanto as receitas cresceram 6,3%, para 6,2 mil milhões de dólares, com a ajuda da subida de 5,2% dos fretes para 1 120 dólares/TEU, em média.

Com as receitas em alta, os navios a navegarem cheios, a redução dos custos do combustível e o plano de poupanças em curso, a CMA CGM aumentou em 76,1% o EBITDA, para 1,5 mil milhões de dólares. E daí a margem de EBITDA de 24,5%, 7.9 pontos percentuais acima do realizado no trimestre homólogo do ano passado.

Para o final do ano as perspectivas são ainda mais optimistas, com a procura em alta, particularmente nos mercados dos EUA e América Latina, admitindo a empresa um aumento da margem operacional.

FONTE: TRANSPORTES&NEGÓCIOS

 

 

Vacina

FOTO:REUTERS

 

A vacina contra o coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca tem eficácia que varia de 62% a 90% contra a covid-19, apontam estudos feitos com mais de 20 mil pessoas. Em média, a proteção oferecida é de 70%.

O anúncio é, ao mesmo tempo, uma boa notícia e uma relativa decepção depois que as vacinas desenvolvidas pela Pfizer/BioNTech e pela Moderna mostraram um nível de proteção de 95%.

No entanto, a vacina de Oxford é muito mais barata e mais fácil de armazenar e chegar a todos os cantos do mundo do que esses dois imunizantes.

Dessa forma, caso seja aprovada por órgãos reguladores, a vacina de Oxford/AstraZeneca terá um papel fundamental no combate à pandemia. Especialistas avaliam que nenhum imunizante terá sozinho a capacidade de conter a doença, algo que seria possível apenas com a distribuição dos vários imunizantes eficazes, seguros e disponíveis.

"O anúncio de hoje nos leva mais perto do momento em que poderemos usar vacinas para acabar com a devastação causada (pelo coronavírus)", disse a cientista que projetou a vacina, Sarah Gilbert.

Num espaço de dez meses, os pesquisadores da universidade britânica realizaram um processo de desenvolvimento de vacina que tradicionalmente leva uma década.

O governo do Reino Unido encomendou 100 milhões de doses da chamada "vacina de Oxford", o suficiente para imunizar 50 milhões de pessoas. O governo brasileiro, por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), também planeja distribuir 100 milhões de doses.

O que os estudos mostraram?

Mais de 20 mil voluntários estiveram envolvidos, metade no Reino Unido e o restante no Brasil.

Eles foram divididos em diversos grupos. Foram registrados 30 casos de covid-19 em pessoas que receberam as duas doses da vacina e 101 casos da doença em pessoas que receberam um placebo.

Por isso, os pesquisadores afirmaram que o imunizante oferece 70% de proteção em média.

Quando os voluntários receberam duas doses "altas", a proteção foi de 62%, mas aumentou para 90% quando as pessoas receberam uma dose baixa seguida por uma alta. Não está claro ainda por que há essa diferença.

"Estamos muito satisfeitos com esses resultados", disse o professor Andrew Pollard, o principal pesquisador do estudo, em entrevista à BBC.

Ele disse que os dados de eficácia de 90% eram "intrigantes" e significavam que "teríamos muito mais doses para distribuir".

Além disso, fases anteriores da pesquisa apontaram que a vacina funcionava de forma eficaz para todas as faixas etárias.

Quando as vacinas serão distribuídas?

No Reino Unido, há 4 milhões de doses prontas para uso, e outras 96 milhões para serem entregues.

No Brasil, a Fiocruz negociou um acordo com a AstraZeneca para a compra de lotes e transferência de tecnologia, o que permitiria a produção da vacina no Brasil no início de 2021.

O acordo prevê a entrega de 15 milhões de doses até dezembro de 2020 e outros 15 milhões até janeiro de 2021. Esse montante seria suficiente para imunizar 15% da população brasileira. Em seguida, seriam produzidas mais de 70 milhões de doses, com custo unitário em torno de R$ 12.

Mas isso depende ainda de uma análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até poder ser distribuída no Brasil. Não há prazo determinado para esse aval.

Ambos os países estão concluindo o planejamento de distribuição da vacina na população. Idosos e profissionais de saúde devem estar nos primeiros lugares da fila.

Os resultados são decepcionantes?

Depois que a Pfizer e a Moderna produziram vacinas com 95% de proteção da Covid-19, um patamar de eficácia média de 70% parece relativamente decepcionante.

Mas não é bem assim. Primeiro, autoridades de saúde ao redor do mundo, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), consideram um triunfo qualquer imunizante que esteja acima do patamar de 50% de eficácia.

Depois há as vantagens de armazenamento, preço final, capacidade de produção e logística de distribuição.

No cenário mundial, os responsáveis pela vacina Oxford/AstraZeneca garantem que terão a capacidade de entregar 3 bilhões de doses ao longo de 2021. Além disso, esse imunizante pode ser armazenada em geladeiras comuns, o que significa que pode ser distribuída em todos os cantos do mundo. Além disso, o custo no Brasil giraria em torno de R$ 12 por dose.

Por outro lado, as fabricantes das vacinas Pfizer / BioNTech e Moderna afirmam que terão capacidade de produção de 1,3 bilhão e de 1 bilhão de doses em 2021, respectivamente, mas demandam temperaturas muito mais baixas.

A princípio, o imunizante Pfizer/BioNTech precisa de temperatura de menos 70 °C para evitar que a substância perca seu efeito. Isso pode se tornar um grande empecilho em regiões remotas ou muito quentes.

Outro problema seria a disponibilidade desse imunizante no Brasil. Por ora, não há nenhum acerto para compra ou transferência de tecnologia ao país. Mesmo se o governo brasileiro e as duas empresas fecharem um acordo, as primeiras doses só chegariam aqui a partir do primeiro trimestre de 2021, uma vez que outras nações já garantiram os primeiros lotes.

Em comparação, o produto da Moderna tem a vantagem de um armazenamento a menos 20 °C. Essa é uma temperatura muito mais fácil de garantir com os congeladores e freezers de que o Brasil dispõe atualmente.

Não há muitas informações sobre a possível chegada dessa vacina ao Brasil. Um caminho para obter o produto pode ser o Fundo de Acesso Global à Vacina para a Covid-19 (Covax), criado pela OMS com o objetivo de distribuir doses aos países menos desenvolvidos. O Brasil faz parte da iniciativa, mas não está claro quantas doses seriam repassadas ao país.

Estimativas recentes da Moderna apontaram que o preço por dose deve ficar em torno de R$ 170. A da Pfizer/BioNTech, em quase R$ 110. Mas os valores finais ainda devem ser definidos oficialmente. Ambas demandam a aplicação de duas doses para garantir a eficácia.

Como a vacina Oxford/AstraZeneca funciona?

A vacina utiliza um vírus de resfriado comum geneticamente modificado que costumava infectar chimpanzés, um adenovírus.

Ele foi alterado para impedir que cause uma infecção em pessoas e para carregar partes do gene do coronavírus, entre elas a proteína spike (ou "de pico").

Uma vez que essas moléculas estão dentro do corpo, começam a produzir a proteína spike do coronavírus que o sistema imunológico reconhece como ameaça e aprende a destruir.

Quando o sistema imunológico entra em contato com o vírus de verdade, agora ele sabe o que fazer.

FONTE: BBC

 

Pandemia aumentou muito a quantidade de pessoas com 60 anos ou mais que deixaram a força de trabalho — Foto: Getty Images/ BBC

Foto: Getty Images/ BBC

 

A pandemia da Covid-19 aniquilou o mercado de trabalho brasileiro em 2020, a ponto de fazer o nível da ocupação —taxa que calcula a proporção de pessoas ocupadas dentro da população em idade de trabalhar— despencar e alcançar o menor patamar em 28 anos, de 46,8%.

O nível de ocupação é o pior desde 1992, quando tem início a série histórica organizada pela IDados. A consultoria traçou uma linha do tempo retroagindo dados da atual Pnad Contínua, da antiga Pnad e também da extinta Pesquisa Mensal de Emprego, todas do IBGE.

A compilação coube aos economistas Bruno Ottoni e Tiago Barreira.

Segundo Ottoni, fica bem claro que a pandemia teve uma influência na queda abrupta do índice, que caiu rapidamente nos últimos meses.

"Uma das consequências da pandemia foi derrubar a população ocupada, pois perdemos muitos empregos no período", disse o economista. Em um ano, foram 12 milhões de postos de trabalho a menos, segundo dados mais recentes da Pnad, do trimestre encerrado em agosto. O dado contempla os mercados formal e informal, e considera tanto empregados quanto empregadores, além daqueles que atuam por conta própria.

Com a queima de empregos, o nível de ocupação ficou em 46,8%, bem longe do pico da série, em novembro de 1992, quando o indicador marcou 60,1%.

Ou seja, hoje, de cada 100 brasileiros em idade de trabalhar (14 anos ou mais, pela metodologia do IBGE), apenas cerca de 47 estão de fato trabalhando, contra 60 há 28 anos.
 

Além disso, o país já vinha enfrentando uma tendência de queda no número de pessoas ocupadas por uma questão demográfica, com aumento das pessoas em idade de trabalhar, já que a população foi envelhecendo e o Brasil não gerou empregos no mesmo ritmo.

"O tamanho da população em idade de trabalhar mudou com o tempo", explicou Ottoni. Ele ponderou também preocupação com o atual nível de ocupação. "A situação é grave".

Rodolpho Tobler, do FGV-Ibre, lembrou que o país ainda sequer havia recuperado as perdas causadas pela recessão de 2015/16. Em dezembro de 2014, antes da crise econômica, o Brasil tinha nível de ocupação de 56,9%, chegando a 53,1% em março de 2017, o mínimo até então.

Influenciado pela alta da informalidade a partir daí, o país foi recuperando o mercado de trabalho, mesmo que com empregos mais precários. Em novembro e dezembro do ano passado, atingiu o maior patamar de ocupação pós-recessão, de 55,1%.

A partir daí, a pandemia começou pelo mundo o índice só despencou, mais uma vez puxado pela informalidade, setor mais prejudicado por ser muito ligado a serviços, que foram afetados pelas medidas de isolamento social.

Em maio, pela primeira vez na história o nível de ocupação ficou abaixo dos 50%.

"Isso significa que menos da metade da população em idade de trabalhar está trabalhando. Isso nunca havia ocorrido na Pnad Contínua”, disse Adriana Beringuy, analista da pesquisa do IBGE.

Na ocasião, Beringuy destacou que a redução inédita na pesquisa foi puxada principalmente pelos trabalhadores informais, que eram 5,8 milhões dos 7,8 milhões de pessoas que perderam o emprego no trimestre encerrado em maio. Por causa desse corte a taxa de informalidade despencou de 40,6% para 37,6%, a menor desde que o indicador passou a ser produzido, em 2016.

E a crise do coronavírus não atingiu apenas os informais. Na análise por gênero, cor ou raça, é possível ver que populações de mulheres, pessoas pretas ou pardas foram proporcionalmente mais afetadas.

Entre os homens, a redução no nível de ocupação foi de 6,7 pontos percentuais, de 64,3% para 57,6% entre os segundos trimestres de 2019 e 2020. No mesmo período, as mulheres, que já eram bem menos representadas no mercado de trabalho, sofreram queda de 45,9% para 39,4%, ou 6,5 p.p..

Entre os brancos, a retração no mesmo período foi de 6,2 pontos percentuais, caindo de 57% para 50,8%. Para a população preta a redução foi de 7,8 p.p., caindo de 55,7% para 47,9%, enquanto os pardos perderam 7,1 p.p., reduzindo de 52,2% a 45,1%.

Tobler explicou que a pandemia atingiu especialmente os informais, que são trabalhadores com produtividade e salário mais baixos, onde se encontram mais pretos e pardos por um caráter estrutural, que acabaram sendo os que mais sofreram com a redução de empregos.

"Isso é preocupante, porque a gente vinha em um caminho lento de redução de desigualdade, que a pandemia acabou acentuando. Vemos uma desigualdade maior ainda entre as pessoas de cargos mais altos", analisou o economista.

Otto Nogami, economista do Insper, lembrou que a pandemia alterou nossa percepção de ambiente de trabalho, o que aniquilou empregos. "As empresas descobriram que não precisam de espaços físicos e podem controlar as operações remotamente", analisou.

Ele citou o exemplo de bancos e algumas instituições financeiras que planejam fechar agências em 2021, o que vai reduzir milhares de empregos. Essa percepção também favorece os empregados mais qualificados.

"O trabalho remoto exige pessoas que tenham capacidade de trabalhar sem ter supervisão presencial, e normalmente pessoas com esse perfil são mais qualificados", afirmou.

Nogami diz que o problema pode se agravar no futuro, pois entende que o país pouco investiu em educação nas últimas décadas. "Vamos chegar a desempregos relativamente altos", apostou.

O professor disse que uma solução seria investir desde agora em educação fundamental, especialmente em novas tecnologias, para que a mão de obra possa estar qualificada já na próxima geração.

Bruno Ottoni apontou que, em curto prazo, o país tende a esboçar uma recuperação nos próximos meses, com a abertura gradual da economia e mais pessoas procurando emprego, mas ainda deve demorar para o país atingir o patamar pré-pandemia.

"Perdemos muitos empregos e não temos projeção de crescimento econômico intenso para o ano que vem", disse o economista. A expectativa é de crescimento de 3,34% em 2021, segundo o último boletim Focus, com queda esperada de 4,81% neste ano.

Além disso, ainda existe muita incerteza, principalmente pela evolução da pandemia. A ausência de uma vacina e uma alta nos índices de contaminados no Brasil, cenário que vai se desenhando com o recente aumento de casos e óbitos, pode agravar a situação. Isso poderia levar a novos fechamentos do comércio, prejudicando o ritmo de retomada.

"O que mais preocupa é que não deslumbramos uma recuperação robusta. Não consigo imaginar uma melhora forte a ponto de retomar ao patamar pré-pandemia", disse Rodolpho Tobler.

"Enquanto não tiver clareza de como a pandemia será resolvida e também o ritmo da recuperação da pandemia, não podemos imaginar a volta àquele patamar", finalizou.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

 

(Foto: Advocacia-Geral da União)

Vencedor da licitação cobrará pela distribuição da água e poderá gerar energia solar

Marca das gestões do PT na área de infraestrutura, a transposição do rio São Francisco deve ser entregue à iniciativa privada pela gestão Jair Bolsonaro no próximo ano. O governo planeja fazer o leilão de concessão em julho de 2021.

A empresa vencedora cuidará da operação dos reservatórios, estações de bombeamento e 477 quilômetros de canais, que alcançam quatro estados do Nordeste —Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

O governo tem feito sondagens com investidores e busca empresas de grande porte que poderiam operar um sistema de complexidade alta.

No radar da equipe econômica, estão companhias como a brasileira Weg, que já atua em sistemas de distribuição de água e irrigação em outros países.

"O nosso objetivo é garantir o suprimento hídrico. Nas secas que ocorreram no Nordeste de 2013 a 2016, os quatro estados e o governo federal gastaram de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões em medidas emergenciais para garantir o acesso da população à água", disse à Folha o diretor de programa da secretaria do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), André Arantes.

transposição do São Francisco é a maior intervenção hídrica do Brasil. As obras começaram em 2007, no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O objetivo é interligar as águas do São Francisco a rios dos quatro estados beneficiados.

 

A obra está 97% concluída, segundo o governo. O eixo leste do empreendimento foi inaugurado em 2017 e está em fase de pré-operação. O eixo norte tem previsão para início das operações no primeiro semestre de 2021.

Entre as justificativas para a privatização, o governo argumenta que o empreendimento, de alto custo, é dependente do Orçamento da União, limitado por causa da crise fiscal.

O plano da concessão é uma parceria entre o PPI, do Ministério da Economia, e o Ministério do Desenvolvimento Regional.

Membros do Executivo argumentam que o governo não deveria atuar diretamente na operação de sistemas desse tipo, mas sim se preocupar com a regulação da atividade, assim como faz no setor elétrico.

Os investimentos da União na obra já alcançam R$ 10,8 bilhões e o valor total para a conclusão é estimado em R$ 12 bilhões.

Além disso, o custo anual de operação e manutenção do sistema gira em torno de R$ 280 milhões, valor integralmente bancado pelo Tesouro Nacional.

Os contratos da concessão devem ter duração de 25 a 30 anos. Para fazer a modelagem, o governo contratou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Ainda não há definição do modelo, e a conclusão dos estudos deve ser apresentada no primeiro trimestre do próximo ano.

Para atrair interessados, o governo permitirá que eventuais investidores gerem energia solar junto ao sistema da transposição, já que a região recebe alto nível de incidência do sol.

"Nós temos uma demanda bastante firme de energia, que é algo equivalente a 70% do custo de operação e manutenção do sistema. Então, tem um potencial atrativo para uma empresa interessada em prover a autoprodução para o projeto", afirmou Arantes.

A ideia é que a empresa ou o consórcio vencedor possa usar a energia para alimentar a operação e eventualmente vender o excedente de energia produzida.

Além disso, o empreendimento vai gerar receita por meio da distribuição da água que flui pelos canais. Cada estado beneficiado pagará pelo volume que entrar em seu sistema. A forma de pagamento ainda está em discussão entre os entes e a União.

Os técnicos do governo afirmam que uma das premissas da concessão será a obrigação de que o operador preste o serviço cobrando valores baixos, possíveis de serem pagos pelos usuários.

"A gente tem buscado primordialmente a redução de custo. A ideia é perseguir a modicidade tarifária com a garantia da prestação do serviço pelo setor privado", disse o diretor de programa do PPI.

A estimativa do governo é que a transposição beneficiará até 12 milhões de pessoas em 390 municípios quando a operação estiver em pleno funcionamento.

Embora parte do empreendimento tenha sido inaugurada em 2017, a obra apresentou falhas. No mesmo mês da inauguração, houve um rompimento que fez com que a operação fosse interrompida por 15 dias.

Como mostrou reportagem da Folha em 2019, a construção passou a apresentar sinais visíveis de deterioração: paredes de concreto rachadas, estações de bombeamento paralisadas, barreiras de proteção rompidas, sistema de drenagem obstruído e assoreamento do canal em alguns trechos.

Em agosto deste ano, cerca de 2.000 pessoas tiveram de ser evacuadas nas proximidades de uma barragem no município de Jati, na região sul do Ceará (cerca de 530 quilômetros de Fortaleza).

Na ocasião, uma tubulação se rompeu e gerou um vazamento na obra, que faz parte do eixo norte do projeto. O trecho havia sido inaugurado dois meses antes pelo presidente Jair Bolsonaro.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO