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As pessoas estão sentindo na pele (e na cabeça) as dificuldades de permanecerem tanto tempo em trabalho remoto em um ano pressionado pelas incertezas trazidas pela pandemia. Para algumas, o home office completou sete meses – e sem previsão de retorno ao trabalho presencial.

Pesquisa realizada pela Oracle e Workplace Intelligence com 12 mil funcionários de 11 países mostra que as pessoas nunca estiveram tão estressadas e ansiosas. Para 70% dos brasileiros, 2020 foi o ano mais estressante de suas vidas.

Vantagens trazidas pelo home office, como redução do tempo no trânsito, foram consumidas por jornadas extras de trabalho. Entre os brasileiros, 42% disseram que estão trabalhando ao menos 40 horas a mais por mês – percentual acima da média global (35%). O Brasil também sai na frente entre os que fazem 5 horas adicionais ou mais por semana: 60%, contra a média de 52%.

A pesquisa trouxe outros dados preocupantes: 90% dos brasileiros disseram que problemas de saúde mental no trabalho afetaram sua vida doméstica. E 21% relataram casos da síndrome de Burnout.

Comparados aos trabalhadores de outros países, os brasileiros são os que mais perderam o sono devido ao estresse e ansiedade relacionados ao trabalho (53%).

Por que esse quadro tão sombrio? 

Maicon Rocha, gerente de soluções de recursos humanos na Oracle Brasil, diz que os dados de estresse no trabalho permitem fazer um paralelo com o cenário político, econômico e social do país.

“A pandemia trouxe um cenário de várias incertezas. Incerteza sobre o emprego, sobre a renda, sobre o futuro do país. O momento político e econômico também ficou muito delicado. Tudo isso contribuiu para deixar o trabalhador brasileiro em estado de alerta, fazendo com que ficasse entre os mais estressados do mundo”, diz Maicon.

Mas como tudo isso se reverteu para o trabalho e saúde mental? 

Todas essas preocupações agravaram, segundo Maicon, outros fatores de estresse diário no trabalho, como pressão para atender a padrões de desempenho (44%), lidar com tarefas rotineiras e tediosas (46%) e com cargas de trabalho imprevisíveis (39%). Esses fatores já existiam, mas pioraram na pandemia.

“As pessoas estão trabalhando cada vez mais horas. Quando você menos percebe, marcou reuniões para o horário do almoço ou tarde da noite Está em casa mesmo”, afirma o executivo da Oracle.

A pressão por produzir mais, segundo ele, às vezes parte do próprio funcionário. “A pessoa pensa que precisa se colocar em uma posição essencial, por isso se pressiona a performar de casa da mesma forma que era no escritório. Aumentam o trabalho e a pressão.”

Luana Castro, gerente de TI da Michael Page, diz que muitas empresas já perceberam que trabalhar horas a mais não melhora o desempenho do funcionário. “A performance não está ligada à quantidade de tempo, mas em estar focado em produzir mais.”

E como ficou a vida pessoal? 

Foi muito prejudicada, óbvio. Para 87% os brasileiros, uma das principais dificuldades do trabalho remoto é equilibrar a vida pessoal com a profissional. Mais de 40% disseram que não conseguiram separar uma coisa da outra.

“Primeiro, as pessoas passaram por muitas incertezas. Não sabiam se seriam demitidas, se o salário seria reduzido, não havia uma legislação específica para isso. Isso gerou muita ansiedade, preocupação. Depois, entrou a questão da jornada tripla de trabalho, pais e mães tentando equilibrar a vida profissional com a pessoal, cuidar dos filhos e de todas as outras tarefas”, afirma Luana Castro, gerente de TI da Michael Page.

Maicon diz que a combinação de todos esses fatores gerou uma tempestade perfeita. “De uma hora para outra, todos entraram em estado de alerta, precisando trabalhar de casa e gerir o lado pessoal, os relacionamentos, a família, os problemas da casa com um mundo profissional repleto de anseios, obrigações, responsabilidades.”

Que sintomas as pessoas relataram? 

De acordo com a pesquisa, 87% dos brasileiros enfrentaram desafios enquanto trabalhavam remotamente, com destaque para a falta de distinção entre vida pessoal e profissional (43%) e lidar com desafios crescentes de saúde mental, como estresse e ansiedade (45%).

Por que esse quadro não é bom para o trabalho? 

Porque tudo isso prejudica o desempenho do funcionário, além de comprometer o ambiente de trabalho. De acordo com a pesquisa, 66% dos brasileiros disseram que o estresse, ansiedade ou depressão no local de trabalho reduziram a produtividade e aumentaram a falta de tomada de decisão (61%).

O que as empresas devem fazer? 

Ajudar seus funcionários, pois é isso que os colaboradores esperam de seus empregadores. “As pessoas estão pedindo ajuda, levantando a mão, pedindo ajuda para seus empregadores enxergarem o problema e oferecerem algum tipo de ajuda” afirma Maicon.

O lado bom, segundo Luana, é que várias companhias já abriram os olhos para a necessidade de promover a saúde mental dos colaboradores. “Houve um momento em que as empresas se preocuparam em colocar a atividade física na lista de benefícios. Agora, houve um aumento de oferta de terapias online.”

Tudo isso indica que as pessoas odeiam o home office? 

Não, não é isso. É a combinação dos fatores estressantes do trabalho com a sobrecarga de trabalho em um ambiente de muitas incertezas. De acordo com a pesquisa, 62% dos brasileiros consideram o trabalho remoto mais atraente agora do que antes da pandemia.

Fonte: UOL 6Minutos

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A automação acelerou sua presença nas empresas com o coronavírus, segundo o último estudo do Fórum Econômico Mundial

Que a chegada da pandemia do coronavírus tenha virado de cabeça para baixo as economias mundiais, estrangulando seu tecido empresarial e com ela, deixando milhões de trabalhadores em sérios apuros, é um fato de tal magnitude, que tem causado, da mesma forma , que as fórmulas para se adaptar a esta nova situação sofrem uma aceleração forçada no tempo. A robotização, paradigma do desenvolvimento tecnológico e fruto do progresso industrial, estará a partir de agora muito mais presente nas empresas, resultando numa equalização da força de trabalho entre homens e máquinas. É o que aponta o último estudo do Fórum Econômico Mundial (WEF na sigla em inglês), onde alerta que, em decorrência da irrupção abrupta do covid-19 e a conseqüente recessão geral dos países, até 2025 “em apenas cinco anos”, a distribuição das tarefas será da 50% entre humanos e robôs, o que pode resultar em maior desigualdade.

No relatório intitulado The Future of Jobs 2020(The Future of Jobs 2020), o WEF toma como referência para tirar suas conclusões as pesquisas realizadas com líderes empresariais seniores - principalmente diretores de RH e diretores de estratégia -, que representam quase 300 empresas globais e, juntos, empregam oito milhões de trabalhadores. Segundo suas estimativas, em 2025 o índice de automação da força de trabalho será de 47%, ante os atuais 33%, enquanto os empregos executados por seres humanos representarão 53%, bem abaixo dos atuais 67%. “A automação e uma nova divisão de trabalho entre humanos e máquinas irão deslocar 85 milhões de empregos em todo o mundo em empresas de médio e grande porte em 15 setores e 26 economias”, diz a análise, que em vez disso,da Quarta Revolução Industrial , como a inteligência artificial, e nos campos da criação de conteúdo ”.

“A integração dos robôs nas empresas está ligada ao advento da Quarta Revolução Industrial ou também chamada de Indústria 4.0. Seu objetivo é combinar os processos automáticos atuais e as tecnologias inteligentes que existem hoje para criar novas linhas automatizadas que permitem o acesso a todos os dados necessários em tempo real ”, afirma Ander San Vicente, engenheiro industrial.

Essa mudança na distribuição do trabalho preocupa os sindicatos, que concentram seus temores naquele grupo de trabalhadores que poderia ficar à margem desse novo avanço. “O que o futuro da implementação tecnológica nos leva é a uma redução drástica do emprego como a conhecemos. Muito se fala em treinamento para que esses novos nichos de trabalho sejam preenchidos. Mas por mais que queiramos correr, já existe uma parte da população que não terá possibilidade de acessá-los ”, avisa Gonzalo Pino, secretário de Política Sindical da UGT.“ A necessidade de adequação das capacidades dos trabalhadores às a incorporação de novas tecnologias nos processos produtivos é algo que vem ocorrendo historicamente.

“Com a integração de novas tecnologias como robótica, nanotecnologia ou inteligência artificial, não se pretende deixar o trabalhador sem emprego, mas sim permitir-lhe realizar tarefas com maior valor acrescentado e que as máquinas façam esse trabalho mais monótono ”, acrescenta San Vicente.

O predomínio da tecnologia na melhoria contínua da eficiência e da produtividade implica também, na opinião dos representantes dos trabalhadores, a necessidade de alteração do quadro regulamentar da concepção de trabalho. “A ruptura tecnológica que está ocorrendo na esfera produtiva tem que ser governada. Aspiramos governar a partir da negociação coletiva e do diálogo social com um objetivo, acreditamos que os benefícios que isso acarreta são distribuídos de forma equitativa. Que toda a sociedade seja beneficiada por essa transformação tecnológica ”, afirma Gutiérrez. “Devemos ir na direção de que todos os processos que estão sendo introduzidos a partir da tecnologia sejam revertidos para a sociedade. O robô paga ou não paga impostos? Deve remunerá-los na medida em que a massa de trabalhadores for reduzida ”, diz Pino.

"A Covid-19 acelerou a chegada do futuro do trabalho", disse Saadia Zahidi, diretora-gerente do Fórum Econômico Mundial. “A aceleração da automação e as consequências da recessão provocada pela pandemia acentuaram as desigualdades existentes nos mercados de trabalho e reverteram os avanços no emprego que se materializaram desde a crise financeira global de 2007-2008. É um duplo cenário de dificuldades que representa mais um entrave para os trabalhadores em um momento tão difícil ”, completa.

Interrupção do teletrabalho

Conforme reconhecido por 43% das empresas pesquisadas no relatório, elas vão reduzir sua força de trabalho devido à integração da tecnologia, enquanto 41% planejam expandir o uso de terceirizados para trabalhos especializados e 34% planejam expandir sua força de trabalho devido a integração tecnológica. Como tem acontecido nos últimos anos, o túnel de entrada da robotização está focado principalmente no processamento de informações e dados, tarefas administrativas e trabalhos manuais de rotina para trabalhos administrativos e produtivos. O relatório do Fórum Econômico Mundial adverte que metade dos trabalhadores que manterem seus empregos nos próximos cinco anos devem “fazer cursos para fortalecer suas habilidades básicas”.

Para fundamentar a previsão de agravamento da desigualdade, o WEF conta com estudo realizado pelo ADP Research Institute em que, após analisar as consequências do impacto do coronavírus no mercado dos Estados Unidos, resolveu que “as repercussões do Crise financeira global de 2008 em pessoas com níveis educacionais mais baixos, em comparação com a covid-19, as atuais são muito mais importantes e têm maior probabilidade de exacerbar as desigualdades existentes ”.

Outra das fórmulas de trabalho que a presente votação resolveu, e parece que também o fará, pelo menos no futuro imediato, é o teletrabalho. De acordo com o relatório, 84% dos empregadores estão preparados para digitalizar processos de trabalho e afirmam que “existe a possibilidade de que 44% de sua força de trabalho vá trabalhar remotamente”. No entanto, 78% dos empregadores acreditam que este novo formato de trabalho terá um impacto negativo na produtividade dos seus trabalhadores, por isso procuram conceber um sistema viável que mantenha a eficácia das tarefas realizadas à distância.

FONTE: EL PAÍS

 

Alta foi de 33,1% no período, elevando taxa de desemprego de 10,7% para 14%.

Dados divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em cinco meses, aumentou em cerca de 3,4 milhões o número de desempregados diante da pandemia do novo coronavírus, uma alta de 33,1% no período.

Em maio, a população desempregada no Brasil somava 10,1 milhões de pessoas. Ao final de setembro, esse contingente era de 13,5 milhões.

Brasil registrou alta de 33,1% no número de desempregados diante da pandemia — Foto: Economia/G1

Brasil registrou alta de 33,1% no número de desempregados diante da pandemia — Foto: Economia/G1

Já a população ocupada no mercado de trabalho diminuiu em 1,5 milhão no mesmo período. Segundo a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, a alta no desemprego é explicada pelo maior número de pessoas voltando a procurar emprego diante da flexibilização do isolamento social pelo país.

“Há um aumento da população desocupada ao longo de todos esses meses. Esse crescimento se dá em função tanto das pessoas que perderam suas ocupações até o mês de julho quanto das pessoas que começam a sair do distanciamento social e voltam a pressionar o mercado de trabalho”, explicou Maria Lúcia.

Com o aumento do número de desempregados, a taxa de desemprego ficou em 14%.

Na comparação com a quarta semana de setembro, terminada no dia 26, houve um pequeno recuo tanto do número de desocupados quanto da taxa de desemprego - eram, respectivamente, 14 milhões de pessoas e 14,4%, recordes de toda a série. No entanto, o IBGE classifica a diferença como estabilidade estatística.

O levantamento foi feito por meio da Pnad Covid19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil. Esta foi a última edição da pesquisa semanal.

Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas.

Os dados da Pnad Contínua mais atuais são referentes a julho, quando o país atingiu taxa de desemprego recorde, de 13,8%, com mais de 13,1 milhões de brasileiros em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho.

14 estados têm taxa de desemprego superior à média nacional

De acordo com o levantamento, das 27 Unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal, 14 tiveram taxa de desemprego superior à média nacional.

A menor taxa foi observada em Santa Catarina (7,8%), enquanto a maior foi registrada na Bahia (19,6%).

Em 14 estados, taxa de desemprego em setembro superou a média nacional.  — Foto: Economia/G1

Em 14 estados, taxa de desemprego em setembro superou a média nacional. 

Somente dois estados registram redução do número de desempregados entre maio e setembro: Santa Catarina, com uma queda de 1,5%, e Mato Grosso, com um recuo de 3,4%.

Dentre os estados que tiveram alta no contingente de desempregados, Sergipe foi o que apresentou a maior variação, de 126,2%, seguido pelo Maranhão, com avanço de 93,7%, e Ceará, com aumento de 83,5%.

FONTE: G1

 

 

Busca por "salários" - Jornal Estado de Minas | Notícias Online

(foto: Getty Images)

O ex-presidente do Banco Central (BC) e do BNDES Pérsio Arida defendeu, na noite desta quarta-feira, 21, que é possível gastar mais para dar condições mínimas de vida para as pessoas menos favorecidas. Ele fez esta afirmação durante uma “live” organizada pela FEA-USP, ao discorrer sobre sua visão em relação ao programa Renda Cidadã.

Para isso, de acordo com o ex-banqueiro central, o governo deveria agir para cortar gastos, incluindo os elevadíssimos salários públicos e despesas. “Dá para gastar mais e dar condições mínimas para as pessoas”, afirmou. O mesmo, segundo ele, vale para os investimentos em educação e saneamento. “Cortar gastos e investir em educação não é uma escolha econômica, mas moral”, disse.
 

Hiperinflação

Ao ser instado a falar sobre sua participação na equipe econômica que criou o Plano Real e debelou a hiperinflação no País, Arida lembrou do paper que escreveu a quatro mãos com o economista André Lara Resende, o embrião do Plano Real chamada de “proposta Larida” de estabilização econômica.

“Eu e o André (Lara Resende) escrevemos o paper que ficou conhecido como a proposta Arida de anos antes. O documento repercutiu muito mal, não foi bem aceito pela academia”, disse.
 

A proposta Arida tinha como fio condutor a indexação e contemplou o entendimento do impacto que o congelamento de preços teria no imaginário popular. Mas de acordo com o ex-BC, à época, o Brasil tinha um líder que tinha um projeto para o País e com capacidade para galvanizar as ideias e as pessoas. Hoje, de acordo com Arida, não faltam boas ideias nem pessoas capacitadas, mas sim um líder para coordenar tudo isso.

“Temos boas ideias e pessoas capacitadas, mas infelizmente temos o Bolsonaro, que não tem visão de futuro”, criticou.

FONTE: Estadão Conteúdo

 

Reprodução: Pixabay.com

Embora não se possa admitir, em abstrato, a penhora de remuneração com base no parágrafo 2º do artigo 833 do Código de Processo Civil, é possível determinar a constrição, à luz da interpretação dada ao inciso IV da mesma norma quando, concretamente, ficar demonstrado nos autos que tal medida não compromete a subsistência digna do devedor e sua família.

Com esse entendimento, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça admitiu a possibilidade de penhorar o salário de uma devedora para arcar com o pagamento de honorários advocatícios. O acórdão deu interpretação à decisão recente da Corte Especial, que fixou entendimento diverso por maioria apertada. Nos dois casos, a relatora é a ministra Nancy Andrighi.

O artigo 833 do CPC é o que define o que é impenhorável. O inciso IV, no que interessa, coloca como impenhorável os vencimentos, os subsídios, os salários, as remunerações destinadas ao sustento do devedor e de sua família.

Depois, o parágrafo 2º diz que a impenhorabilidade o inciso IV "não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem".

O que Corte Especial decidiu

Em 3 de agosto, a Corte Especial encerrou o julgamento de recurso no qual definiu que, ao abrir exceção à regra da impenhorabilidade de verba alimentar para pagamento de "prestação alimentícia", o parágrafo 2º do artigo 833 do Código de Processo Civil abarca somente alimentos familiares, indenizatórios ou voluntários.

No voto da ministra Nancy, que foi acompanhada por outros seis ministros, ela esclareceu que o termo "prestação alimentícia" não se aplica às demais verbas de natureza alimentar, como os honorários advocatícios.

"Logo, não é possível a penhora de verbas remuneratórias para o pagamento de honorários advocatícios", concluiu.

Ficaram vencidos seis ministros, dentre os quais o ministro Raul Araújo, que apontou que o legislador do CPC 2015 conferiu ao intérprete certa margem de liberdade para mitigar a regra da impenhorabilidade, o que deve ocorrer de acordo com o caso concreto.

Como interpretou a 3ª Turma

Em 13 de outubro, a 3ª Turma do STJ aplicou o precedente e não permitiu a penhora do salário da devedora para o pagamento de honorários advocatícios. Mas o voto da ministra Nancy abriu a expressa possibilidade de isso ocorrer.

"Há de ser reconhecida a possibilidade de que nova penhora de parte da remuneração da recorrida seja posteriormente determinada, com base na interpretação dada por esta Corte ao artigo 833, IV, do CPC/15, desde que demonstrado, concretamente, que tal medida não compromete a sua subsistência digna e de sua família", apontou a relatora

A posição foi ressaltada no voto levando em consideração que, no caso concreto em julgamento, o valor dos honorários cobrados é de R$ 800, enquanto que a renda mensal da devedora é de R$ 6,5 mil. O percentual da dívida em relação ao salário é de 12%. No julgamento da Corte Especial, o pedido de penhora era de 15% dos vencimentos.

Segundo a ministra Nancy, "decidiu-se que, embora não se possa admitir, em abstrato, a penhora de remuneração com base no parágrafo 2º do artigo 833 do CPC/15, é possível determinar a constrição, à luz da interpretação dada ao artigo 833, IV, do CPC/15, quando, concretamente, ficar demonstrado nos autos que tal medida não compromete a subsistência digna do devedor e sua família".

FONTE: DIREITO NEWS

Reprodução/Instituto Butantan

Segundo o ministério, o processo de aquisição ocorreria somente após o imunizante ser aprovado e obter o registro junto à Anvisa.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje (21) que o governo federal não comprará a vacina CoronaVac, que está sendo desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. De acordo com ele, antes de ser disponibilizada para a população, a vacina deverá ser “comprovada cientificamente” pelo Ministério da Saúde e certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem”, escreveu Bolsonaro em publicação nas redes sociais.

Ontem (21), após reunião virtual com governadores, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, assinou um protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da CoronaVac, com o objetivo de ampliar a oferta de vacinação para os brasileiros. O ministério já tinha acordo com a AstraZeneca/Oxford, que previa 100 milhões de doses da vacina, e outro acordo com a iniciativa Covax, da Organização Mundial da Saúde, com mais 40 milhões de doses.

Segundo o ministério, o processo de aquisição ocorreria somente após o imunizante ser aprovado e obter o registro junto à Anvisa. Para auxiliar na produção da vacina, a pasta já havia anunciado o investimento de R$ 80 milhões para ampliação da estrutura do Butantan.

A CoronaVac já está na Fase 3 de testes em humanos e, segundo Instituto Butantan, ela é uma vacina segura, ou seja, não apresenta efeitos colaterais graves. Ao todo, os testes serão realizados em 13 mil voluntários e a expectativa é que sejam finalizados até dezembro.

Caso a última etapa de testes comprove a eficácia da vacina, ou seja, comprove que ela realmente protege contra o novo coronavírus, o acordo entre a Sinovac e o Butantan prevê a transferência de tecnologia para produção do imunizante no Brasil. A CoronaVac prevê a administração de duas doses por pessoa.

Fonte: Agência Brasil

 

Banco Central do Brasil

Banco Central do Brasil - Imagem: Shutterstock

O Senado trava um embate para estabelecer novas metas ao Banco Central no projeto de autonomia do órgão. A votação da proposta, que chegou a ser prevista para quarta-feira foi adiada para o dia 3 de novembro. Senadores ainda se dividem sobre a inclusão de um novo mandato à instituição: fomentar o pleno emprego.

 A redação atual do projeto estabelece dois novos objetivos a serem perseguidos pela instituição: suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego no País. Historicamente, o BC sempre foi contrário a propostas como essas, por entender que o foco deve estar voltado para o controle da inflação e a estabilidade do sistema financeiro. Senadores têm insistido, porém, na ideia de que a autarquia também precisa se responsabilizar pelo crescimento econômico.
 

Os novos objetivos fazem parte do Projeto de Lei Complementar nº 19, de 2019, apresentado pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM) e relatado pelo senador Telmário Mota (PROS-RR). No mais recente relatório, o texto estabelece que “o Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar a estabilidade de preços”. Na sequência, traz que “sem prejuízo de seu objetivo fundamental, o Banco Central do Brasil também tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”.

O foco na atividade econômica e no emprego sempre foi criticado pelo BC, embora tenha forte apelo entre parlamentares. A visão dos congressistas é de que o BC não pode se limitar a controlar a inflação por meio da Selic (a taxa básica de juros), mas também atuar para que o País cresça. Seria uma espécie de “duplo mandato” – controle da inflação e crescimento -, em formato semelhante ao do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

 O BC brasileiro, no entanto, sempre enxergou de outra forma. Tanto o atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, quanto seus antecessores defendem que, ao controlar a inflação, o BC contribui para o crescimento do País no longo prazo. Além disso, a questão do crescimento e da geração de emprego já são consideradas nas decisões sobre a Selic. Existe ainda o entendimento de que, mesmo no Fed, o controle da inflação é o objetivo que se sobrepõe na calibragem dos juros básicos.
 

Na prática, ao se estabelecer objetivos adicionais – como o pleno emprego – o BC estaria sujeito a mais críticas e, tecnicamente, também poderia ter mais dificuldades para atuar. Como subir juros (para controlar a inflação) sem prejudicar o emprego no curto prazo?

Em um primeiro momento, Mota defendeu que “atribuir mandato duplo abriria espaço para o Banco Central ser afetado pelo ciclo político, sendo potencialmente mais pressionado a estimular a atividade econômica e o emprego no curto prazo”. No relatório mais recente, porém, o parlamentar afirmou que “é possível contemplar na atuação do Banco Central as legítimas preocupações com o pleno emprego, sem dar azo aos riscos cogitados na minha última manifestação”.

Alterações

Com o projeto na pauta, parlamentares ainda se dividem sobre as metas da instituição na proposta. Um dos principais defensores de mais objetivos para o BC é o líder do MDB na Casa, Eduardo Braga (AM). Na terça-feira, ele apresentou uma emenda (sugestão de mudança ao texto) que estabelece o pleno emprego como objetivo a ser perseguido pelo BC, por meio de uma redação mais enfática que o projeto atual – este, por sua vez traz, o emprego como objetivo acessório, e não principal.

Contrário a essa proposta, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) tenta retomar o conteúdo do projeto aprovado em fevereiro pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O tucano apresentou ontem emenda para suavizar o mandato do BC no projeto, mantendo a estabilidade de preços como objetivo central. Como meta acessória, sugere Tasso, o banco “também tem por objetivos suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e zelar pela solidez e eficiência do Sistema Financeiro Nacional”.
 

No início da pandemia de covid-19, o governo apontou o projeto de autonomia do BC como prioridade no Senado, apesar de uma proposta de autoria do próprio Executivo tramitar na Câmara. Nesta semana, quando o Senado fez sessões presenciais para votar indicações do presidente Jair Bolsonaro, o governo tentou desengavetar o projeto de autonomia e aproveitar a agenda para a votação.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

Fachada do prédio da Petrobras no Rio de Janeiro
23/09/2020 REUTERS/Sergio Moraes

REUTERS/Sergio Moraes

Petrobras mostrou em sua prévia operacional do terceiro trimestre do ano que se saiu bem frente aos desafios criados pela pandemia de covid-19.

A produção de petróleo gás da companhia totalizou 2,9 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (boed), superando as estimativas do UBS em 10%.

De acordo com a Petrobras, o aumento do volume produzido pode ser explicado pela maior eficiência operacional das plataformas instaladas no Campo de Búzios, pelo crescimento da produção da P-70 no Campo de Atapu e pela redução das perdas por indisponibilidade de linhas submarinas.

A taxa de uso das refinarias atingiu 83% no período e superou o percentual projetado pelo UBS, de 80%.

 “Os números do terceiro trimestre do ano dão suporte à nossa visão de que uma retomada deve acontecer mais cedo”, afirmaram Luiz Carvalho e Gabriel Barra, analistas do banco. A notícia é positiva para as distribuidoras de combustíveis.

Raio de sol durante a tempestade

O UBS reiterou a compra da ação da Petrobras, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 27.

Os analistas continuam com uma perspectiva positiva para a empresa, que, apesar dos impactos causados pelo coronavírus, tem focado na sua estratégia de desinvestimentos e está em ritmo acelerado de desalavancagem.

A decisão de dar atenção aos negócios principais deve aumentar a lucratividade da companhia e diminuir a interferência do governo, o acionista controlador.

Nova meta

A Petrobras aproveitou a divulgação do relatório para revisar sua meta anual de produção.

Em 2020, a estatal espera atingir a produção média de 2,8 milhões de boed, dos quais 2,2 milhões correspondem à produção diária de barris de óleo, com variação de 1,5% para cima ou para baixo.

O volume ultrapassa o limite superior das metas divulgadas inicialmente pela empresa para o ano, de 2,7 milhões de boed.

FONTE: MONEY TIMES

 

Bandeiras da campanha do Brexit diante do Parlamento britânico, em Londres, em outubro de 2019.

REUTERS/Henry Nicholls

Com janeiro a aproximar-se a passos largos, e a consequente saída do Reino Unido da União Europeia, os portos britânicos preparam-se para o Brexit, com ou sem acordo comercial.

Depois de quase quatro décadas com as mercadorias a circular livremente, os portos da Grã-Bretanha enfrentam agora o desafio de levantar fronteiras aduaneiras com os 27 Estados-membros do bloco europeu, o seu maior parceiro comercial.

 Laurence Dettman é inspetor de saúde no Porto de Hull, no norte de Inglaterra e explica que estavam preparados para o Brexit se ocorresse sem problemas, "mas as coisas avançaram, como avançaram, politicamente. Este ano tem sido uma preocupação, até agora, com as questões da Covid-19. Não se pode dizer que estejam confiantes de que tudo vai correr bem, longe disso."
 

O Porto de Hull não enfrenta, para já, as perturbações esperadas no condado de Kent. O Porto de Dover está a construir um depósito de desalfandegamento com espaço para até 2.000 camiões.

Mais de 80% das mercadorias que passam pelos dois portos do rio Humber são provenientes da União Europeia, segundo o porta-voz da Associated British Ports, Dafydd Williams:

"Todos os consumidores notariam se algo acontecesse nos portos de Humber. O maior exemplo disso seria no setor da energia. Assim, cerca de 10% de toda a energia do Reino Unido é fornecida por materiais que atravessam os portos Humber. Para além disso, todos os alimentos e os fornecimentos médicos em proporções significativas passam também por aqui. Se algo acontecesse aqui ou não se conseguisse manter os portos abertos, seria apenas uma questão de duas ou três semanas até que a nação ficasse realmente em dificuldades".

Caso o Reino Unido e a União Europeia não consigam chegar a um acordo de comércio livre antes do final do ano, serão aplicadas tarifas a muitas mercadorias, trazendo mais perturbação, burocracia e despesas.

De acordo com um estudo da Universidade London School of Economics, o custo de um Brexit sem acordo, para a economia do Reino Unido, será três vezes superior ao da pandemia da Covid-19.

FONTE: EURONEWS

Mapa de restrições de covid-19

 

Na contramão do restante do mundo, o Brasil continua sendo o único país sul-americano e um dos poucos sem restrições à entrada de estrangeiros por aeroportos a nível federal, não adotando medidas comuns a visitantes que chegam do exterior por esse meio, como apresentação de diagnóstico negativo para covid-19 ou quarentena obrigatória de 14 dias, segundo dados atualizados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

Meses após o início da pandemia, a imensa maioria dos países, inclusive os que fazem fronteira com o Brasil, afetados em diferentes graus pelo novo coronavírus, ainda mantêm algum tipo de restrição parcial ou total a viajantes internacionais por ar, terra e mar.

Mas, no fim de setembro, o governo brasileiro, por sua vez, autorizou a entrada de estrangeiros, de qualquer nacionalidade, em todos os aeroportos do território nacional. Permanece em vigor o veto à entrada de estrangeiros "por rodovias, por outros meios terrestres ou por transporte aquaviário". O único pré-requisito é o seguro saúde obrigatório.

Dois meses antes, a entrada de estrangeiros por via aérea já havia sido liberada parcialmente, com restrição em aeroportos de alguns Estados.

A Bolívia, por exemplo, exige que visitantes apresentem um resultado negativo de teste molecular (RT-PCR) para covid-19 obtido com pelo menos sete dias antes da viagem. Já o Paraguai voltou a permitir voos internacionais nesta quarta-feira (21/10), mas também mediante apresentação de teste negativo para coronavírus e quarentena de sete dias — apenas para estadias superiores a uma semana.

Argentina, Chile, Uruguai e Venezuela mantêm veto à entrada de estrangeiros não residentes no país por qualquer meio. No caso uruguaio, há uma exceção específica para cidadãos brasileiros que, "demonstrando sua condição de fronteiriços, entrem na República pela fronteira Uruguai-Brasil e permaneçam na cidade fronteiriça", diz o Ministério de Saúde daquele país.

No Peru, que tem a mais alta taxa de mortalidade entre os 20 países afetados pelo coronavírus — seguido pelo Brasil, de acordo dados da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, voos comerciais internacionais foram retomados no último dia 5 de outubro, mas somente para a América Latina. Além disso, o governo peruano exige resultado negativo de teste molecular (PCR) realizado pelo menos 72 horas antes do voo. Caso o viajante apresente sintomas de covid-19 quando chegar ao Peru, é solicitado a se isolar por 14 dias.

Na Colômbia, o visitante estrangeiro tem de cumprir uma série de requisitos, entre os quais apresentar resultado negativo de teste molecular (CPR) para covid-19 realizado com 96 horas de antecedência ao embarque. Além disso, entre 24h e 1h antes do voo, é preciso preencher um formulário disponível no site do governo colombiano. O viajante, então, receberá um email de confirmação que terá que apresentar na chegada à Colômbia. O preenchimento do mesmo formulário 24 horas antes da partida do país também é obrigatório.

Já no Equador, outro país duramente afetado pela pandemia, os passageiros devem assinar um formulário de declaração com seu itinerário e dados de contato locais. Também devem apresentar teste de PCR negativo para covid-19, feito até 10 dias antes da chegada ao país. Caso esse teste não esteja disponível no país de origem do embarque, o visitante tem que concordar em se submeter a um teste para covid-19 no aeroporto do Equador na chegada.

Na América Latina (excluindo o Caribe), além do Brasil, apenas o México permite a entrada de viajantes sem restrições, apesar de solicitar o preenchimento de um fórmulário intitulado "Questionário de identificação de fatores de risco em viajantes".

Nos Estados Unidos, que têm o maior número de mortos por covid-19, restrições permanecem em vigor. Há cerca de um mês, o governo de Donald Trump anunciou a suspensão da restrição dos voos saídos de alguns países, incluindo do Brasil.

Mas, na prática, brasileiros continuam proibidos de entrar em território americano, exceto se forem cidadãos do país, residentes permanentes legais (portadores de green card), familiares imediatos de cidadãos norte-americanos e categorias específicas.

Ainda assim, os Estados Unidos recomendam "que os viajantes internacionais entrem em quarentena por 14 dias quando viajam de áreas de alto risco", diz nota da embaixada americana no Brasil.

No mundo, são poucos os países sem qualquer restrição a viajantes chegando em seus aeroportos. Além do Brasil e do México, Sérvia, Albânia e Macedônia do Norte são alguns deles. No caso da Sérvia, no entanto, cidadãos da Bulgária, Croácia, Macedônia do Norte e Romênia precisam estar munidos de um teste de PCR negativo para covid-19 emitido 48 horas antes do embarque.

A Turquia também suspendeu suas restrições à entrada de turistas estrangeiros por via aérea, mas continua a realizar triagem médica em seus aeroportos. Caso apresentem sintomas, eles serão submetidos a testes. E se testarem positivo, receberão tratamento médico.

FONTE: BBC

 

 

FAQ eSocial

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta quinta-feira (22) uma nova rodada de flexibilização de normas trabalhistas.

Um dos pontos do pacote trata da revisão das normas de segurança no trabalho para o setor de agricultura, pecuária, silvicultura e aquicultura. Com isso, o governo diz que as empresas economizarão cerca de R$ 4 bilhões por ano, com redução de multas e despesas.

Além disso, o Descomplica Trabalhista, nome dado ao programa de revisão de regras e redução de burocracia, revogou 48 atos portarias do antigo Ministério do Trabalho.

O governo também anunciou uma simplificação do eSocial – sistema de envio de dados trabalhistas. Segundo o Ministério da Economia, o formulário foi enxugado. Por exemplo, o CPF passa a ser o único número de identificação do trabalhador, dispensando a necessidade de outros dados como PIS.

“Uma redução da burocracia para a geração de oportunidades”, disse o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, ressaltando que os direitos do trabalhadores estão preservados.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou ao evento ladeado pelos generais Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, e Walter Braga Netto, ministro da Casa Civil.

Ao discursar, disse que o governo retomará a agenda de reformas –as tributária e administrativa estão paradas no Congresso– e disse que as medidas de desburocratização anunciadas no evento vão na linha do objetivo inicial do governo de facilitar a vida de investidores.

"Queríamos tirar o Estado ou o governo do cangote das pessoas. Em algumas semanas, vamos apresentar 2 mil simplificações para tirar o estado do cangote da população", afirmou.

As NRs são um conjunto de normas de segurança e medicina do trabalho que devem ser seguidas obrigatoriamente pelas empresas que tenham empregados regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Desde o ano passado, o governo iniciou o processo de corte de 90% dessas regras. São 37 normas regulamentadoras, conhecidas como NRs, que reúnem 6,8 mil regras distintas.

Para o governo, esse arcabouço regulatório representa um grande potencial de multas a empresas por fiscais do trabalho e uma carga que impacta diretamente a competitividade dos produtos brasileiros.

A flexibilização da NR 31, do setor agropecuário, foi anunciada pelo presidente em cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença do ministro Paulo Guedes (Economia) e Tereza Cristina (Agricultura).

Segundo Bianco, as 48 portarias revogadas eram “inúteis” e o ato teve apoio dos representantes dos patrões, empregados e do governo numa comissão de revisão das normas trabalhistas.

Ele citou, por exemplo, que as regras determinavam que pequenos produtores de vacas tivessem que fazer um plano de prevenção de riscos ambientais todos os anos.

O processo de flexibilização das normas começou em agosto de 2019, com a publicação da nova NR 12, que trata de segurança no trabalho com máquinas e equipamentos, e da nova NR 1, que dá disposições gerais sobre saúde e segurança. Na ocasião, o governo revogou a NR 2, sobre inspeção prévia.

Em setembro do ano passado, foram enxugadas mais três normas regulamentadoras: NR 3, sobre embargo e interdição; a NR 24, que trata das condições de higiene e conforto nos locais de trabalho; e a NR 28, de fiscalização e penalidades.

O Ministério da Economia informou, na época, que, com a revisão da NR 28, caiu para 4 mil o número de possibilidades de multa para todo o setor produtivo. Isso não significa, porém, que uma mesma empresa está submetida todas essas linhas de fiscalização, pois cada setor tem regras específicas.

Para a construção civil, são 600 itens de fiscalização, enquanto que para o seto de mineração são 534, por exemplo.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

 

 

Nabarima flutua inclinado; não se sabe a extensão dos danos da embarcação

Nabarima flutua inclinado; não se sabe a extensão dos danos da embarcação - Fishermen and Friends of the Sea - 16.out.20/Reuters

Grupos ambientais expressaram preocupação nas últimas semanas com um possível vazamento de 1,4 milhão de barris de petróleo que estão a bordo do navio venezuelano Nabarima.

Fotos recentes mostram a embarcação inclinada para o lado e progressivamente afundando nas águas do Golfo de Paria, localizado entre a costa da Venezuela e a ilha de Trinidad e Tobago.

Embora a dimensão do mau estado de conservação do Nabarima seja desconhecida, se a embarcação não for reparada logo pode afundar e desencadear um gigantesco desastre ambiental, poluindo as águas venezuelanas e de várias nações vizinhas no Caribe, relatou o jornal argentino El Clarín.

O Nabarima tem 264 metros de comprimento e acredita-se que ele esteja em sua capacidade máxima —o equivalente a 1,4 milhão de barris de petróleo, uma quantidade quase cinco vezes maior do que a derramada pela Exxon Valdez em 1989, de acordo com a emissora americana NBC.

O navio foi ancorado no Golfo de Paria com o objetivo de atuar na exportação de petróleo venezuelano, mas ficou inativo após o recente colapso na demanda mundial da commodity devido à pandemia do novo coronavírus e às sanções da Casa Branca contra o governo de Nicolás Maduro que assustaram os compradores em potencial.

A PDVSA planeja transferir parte do petróleo bruto do Nabarima para o petroleiro Icaro por meio de uma operação de navio para navio chamada de STS (sigla em inglês para "ship-to-ship"), disse uma pessoa familiarizada com o assunto à Reuters na segunda-feira (19).

Em dezembro de 2019, os Estados Unidos impuseram sanções adicionais ao próprio Icaro por entregar produtos petrolíferos venezuelanos a Cuba, um dos principais aliados do ditador Nicolás Maduro no exterior.

A PDVSA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Autoridades da vizinha Trinidad e Tobago disseram que planejam inspecionar o Nabarima.

A Marinha brasileira afirmou em comunicado que o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), formado pela própria Marinha, Ibama e ANP (Agência Nacional do Petróleo) está acompanhando a situação do petroleiro, que está a 1.300 km das águas brasileiras.

FONTES: FOLHA DE S.PAULO/REUTERS