Vacina coronavirus moderna

IMAGEM: Dado Ruvic/Reuters

 

Diretoria Colegiada irá realizar para autorizar ou não o uso emergencial das vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta terça-feira, 12, que sua Diretoria Colegiada irá realizar reunião no próximo domingo para autorizar ou não o uso emergencial das vacinas contra a Covid-19, a partir dos pedidos feitos na última sexta-feira.

 

A reguladora tem até a próxima segunda-feira para dar uma resposta à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), parceira da britânica AstraZeneca no Brasil para a produção da vacina de Oxford; e ao Instituto Butantan, responsável pelo imunizante desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac, a Coronavac.

Se a autorização de uso emergencial for liberada, os imunizantes serão liberados para serem aplicados nos grupos de risco da doença. Mas, para que a campanha de imunização em massa ocorra, as vacinas ainda precisam do registro definitivo, ainda sem solicitação.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não garantiu quando se dará o início da vacinação nacional. Segundo ele, “a vacina começará no dia D, na hora H”, afirmou durante discurso em Manaus.

FONTE: Jornal GGN

 

Ford

IMAGEM: FORD/DIVULGAÇÃO

 

O anúncio do fechamento das fábricas da Ford em Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE) pegou de surpresa os sindicatos que representam os trabalhadores afetados.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim, se pronunciou em vídeo no Facebook, na tarde de ontem. “É muito difícil. Foi algo que bateu agora nas nossas costas de forma muito forte, estamos tentando ainda absorver essa porrada, algo que a gente nunca imaginaria que aconteceria no Brasil”, disse.

Segundo Bonfim, 12 mil empregos, diretos e relacionados ao setor de autopeças, serão afetados pelo fechamento na região metropolitana de Salvador. Entre as unidades a ser encerradas, a baiana é a que concentrava o maior número de trabalhadores.

A mensagem foi gravada por ele após uma reunião com a presidência da Ford na América do Sul, a chefia de recursos humanos e representantes e dirigentes sindicais da fábrica.

Bonfim não deu detalhes sobre a conversa, mas anunciou uma assembleia para as 5h30 desta terça-feira, 12, na porta da Ford, em Camaçari, para dar direcionamentos, tirar dúvidas e repassar informações da reunião para os trabalhadores. “É pedir a Deus que a gente consiga construir soluções, por mais que a empresa bata aqui na mesa e diga que é um encerramento sem nenhum tipo de intervenção.”

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté realizou uma assembleia geral ainda no fim da tarde desta segunda, 11, para discutir o assunto. A reportagem não conseguiu ainda contato com os representantes dos trabalhadores da fábrica de Horizonte.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, considerou absurda a decisão da Ford de fechar suas operações no Brasil e cobrou reação de diferentes esferas de governo. Para a entidade, a companhia agiu sem dialogar com os sindicatos e demonstrou “total falta de sensibilidade social”.

“É um absurdo a Ford encerrar sua produção no Brasil, fechando mais de 7 mil postos de trabalho, diretos e indiretos, e aumentando ainda mais a tragédia social no País causada pelas persistentes crise econômica e pandemia do coronavírus”, afirmou Torres. “Esperamos que o governo federal e os governos estaduais de São Paulo, da Bahia e do Ceará intervenham para cobrar da Ford o compromisso produtivo com o País e um recuo diante de um anúncio tão grave como este.”

Bahia

O governo da Bahia emitiu um comunicado na tarde de ontem em que diz já trabalhar em busca de “alternativas” para assumir a fábrica da Ford em Camaçari. Uma das tentativas seria atrair um investidor chinês. De acordo com o texto, o governador Rui Costa (PT) entrou em contato com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) para discutir a criação de um grupo de trabalho onde serão avaliadas as possibilidades. O governo estadual, segue a nota, também entrou em contato com a embaixada chinesa para sondar possíveis investidores com interesse em assumir o negócio na Bahia.

 

Investidores chineses já chegaram a ser apontados como prováveis compradores da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP), em negócios que nunca foram concretizados. A área acabou sendo comprada por uma construtora e uma gestora de recursos.

Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB), sem citar demissões na fábrica de Taubaté, onde a montadora emprega 740 funcionários, afirmou que a empresa manterá 700 trabalhadores em atividades no município de Tatuí (SP), onde fica o campo de provas da empresa, e na capital do Estado, onde está a sede administrativa. “A medida afeta o fechamento de fábricas no Ceará, Bahia e SP. Foi decisão global da Ford Motors”, escreveu Doria em sua conta no Twitter.

FONTE: Estadão Conteúdo

 

GETTY IMAGES

 

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta quarta-feira (13) que a retomada de lockdowns no continente para conter o avanço da covid-19 devem durar até o fim do primeiro trimestre. Segundo ela, o cenário já estava previsto e, por isso, não altera as projeções econômicas da autoridade monetária. “Nossas projeções ainda são muito plausíveis”, disse em evento virtual promovido pela agência Reuters, quando questionada sobre a retomada de medidas restritivas rígidas em países como a Alemanha.

 Lagarde defendeu que 2021 começa em uma perspectiva melhor em relação ao ano passado, diante do processo de vacinação contra o novo coronavírus no bloco. A União Europeia já faz uso dos profiláticos da Pfizer/BioNTech e da Moderna e deve autorizar, até o fim do mês, o uso emergencial das doses da AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

“Algumas incertezas de 2020 já foram resolvidas, como o Brexit e as eleições nos Estados Unidos”, apontou a presidente do BCE. Para ela, mais do que a certificação do presidente americano eleito, Joe Biden, a definição do controle do Congresso – conquistada pelos democratas – foi um ponto fundamental para a definição das possibilidades econômicas do mundo nos próximos quatro anos.

Ainda assim, Lagarde reiterou que é preciso cautela neste momento de pandemia persistente e que muita incerteza continua no radar do BCE. “Temos grande preocupação com uma eventual ineficiência do programa de vacinação contra a covid-19”, alertou, durante o evento.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

 

Há ainda 1.642 casos sendo investigados - Diego Herculano/NurPhoto/Getty Images

Imagem: Diego Herculano/NurPhoto/Getty Images

 

A contaminação por covid-19 nas plataformas da Petrobras fez mais uma vítima, subindo para quatro o número de óbitos declarados pela estatal. A informação sobre a morte de mais um petroleiro ocorre uma semana após a companhia ultrapassar a marca de 4 mil casos de contaminação.

Segundo o Boletim de Monitoramento da covid-19, divulgado semanalmente pelo Ministério de Minas e Energia (MME), dos 46.416 empregados efetivos da empresa, 4.158 já tiveram a doença – 148 a mais do que há uma semana -, sendo que 3.906 já estão recuperados, 252 confirmados e em quarentena, e 17 hospitalizados.

Na sexta-feira, 16 trabalhadores desembarcaram da plataforma P-35, na bacia de Campos, com a confirmação de dois casos positivos e cinco negativos, e nove ainda aguardavam o resultado. Outros cinco trabalhadores com suspeita de covid-19 desembarcaram da plataforma P-61, também na bacia de Campos.

A Petrobras confirmou as informações do sindicato, mas destacou que diante do aumento no número de casos de covid-19 em várias regiões do Brasil, a companhia está reforçando as ações de prevenção ao coronavírus.

Segundo o Boletim do MME, até agora o maior número de mortes pelo vírus foi registrado na Eletrobras, ao todo 15, seguido pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), com seis vítimas fatais.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

 

 

INSS prorroga atendimento remoto até 10 de julho

IMAGEM: Arquivo/Agência Brasil

 

Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que recebem acima de um salário mínimo terão reajuste de 5,45% neste ano. O aumento corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação oficial do País e cujos dados de 2020 foram divulgados nesta terça-feira, 12, pelo IBGE. A confirmação do reajuste consta de portaria da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia publicada no Diário Oficial da União (DOU). De acordo com o documento, a correção tem efeito a partir de 1º de janeiro deste ano e permite que o teto do INSS passe de R$ 6.101,06 para R$ 6.433,57.

A portaria ainda mantém o salário mínimo em R$ 1.100,00, que não cobre a inflação do ano passado. O valor representa um aumento de apenas 5,26%. Isso significa que a alta no piso não repõe o poder de compra, como assegurado pela Constituição. Para isso, o piso deveria subir para R$ 1.101,95 ou R$ 1.102, após arredondamento. A reportagem procurou o Ministério da Economia para saber se o governo definirá um novo valor para o salário mínimo, como foi feito em 2020, mas ainda não obteve resposta.

A norma da Economia dispõe também sobre valores de auxílio-reclusão, pensão por morte e salário-família, além de benefícios pagos a aeronautas, pescadores, seringueiros, entre outros; e divulga a tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

 

IMAGEM: ANDRÉ MOTTA/AGÊNCIA PETROBRAS

 

A Petrobrás reabriu neste início de ano um plano de demissão voluntária que havia encerrado há seis meses, o PDV 2019. Com isso, empregados com direito a receber aposentadoria pelo INSS desde novembro de 2019 vão, mais uma vez, poder optar por deixar a empresa. Num primeiro momento, 9,4 mil trabalhadores se inscreveram neste programa, o que representou um índice de adesão de 94%, considerado o total de funcionários elegíveis.

Dos três planos de incentivo à demissão lançados pela atual gestão da petrolífera estatal, o PDV 2019 é o que abrange o maior número de pessoal apto, por isso é também o que mais atraiu interessados até agora. Pelo último balanço divulgado pela empresa, de julho do ano passado, 10.082 pessoas manifestaram interesse em deixar a companhia, 93% deles por meio deste plano.

A empresa, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que reabriu o programa a pedido de trabalhadores e que as inscrições podem ser feitas até o dia 31 deste mês. A prorrogação do PDV, porém, não é bem vista pelas entidades sindicais, que enxergam nesse movimento uma tentativa de enxugar a empresa, sobretudo com a venda de ativos.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP), em texto divulgado em sua página na internet, acusa a companhia de manter um efetivo de trabalhadores inferior à sua necessidade, o que comprometeria a segurança e a qualidade da operação. Diz também que a estatal não tem treinado devidamente os substitutos do pessoal que vem aderindo aos programas de demissão voluntária.

Segundo a entidade sindical, para suprir lacunas em algumas funções, a Petrobrás implementou um novo plano de carreiras e remuneração, batizado de 'Mobiliza Contínuo', com foco em mudanças de funções e transferências de unidades de trabalho.

"A empresa não explica como vai suprir essa falta de efetivo e, na prática, não está conseguindo dar conta dos prazos para qualificar os trabalhadores que mudaram de função", afirma o coordenador da regional Campinas do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo (Unificado-SP), Gustavo Marsaioli.

A Petrobrás argumenta que oferece programas estruturados de qualificação, que contam com partes teóricas e práticas, avaliações de aprendizagem constantes e carga horária determinada por grupos de especialistas.

"Os cursos são ministrados por um corpo docente altamente qualificado e experientes buscando excelência técnica, garantia da segurança das pessoas e eficiência das nossas operações", diz.

Com os três PDVs lançados até agora, a Petrobrás espera evitar um custo com pessoal de R$ 4 bilhões ao ano até 2025. Excluídos os gastos com indenizações, o ganho seria de R$ 18 bilhões em cinco anos. As demissões vão acontecer gradativamente, em até 24 meses.

Fonte: Estadão

Plataforma de petróleo - Petrobras

IMAGEM: Rich Press/Bloomberg

Exploração em terra será responsável pela perfuração de 20 poços, investindo R$ 163 milhões, e pela realização das sísmicas 2D, ou R$ 120 milhões; enquanto a exploração no mar programa 18 poços, ao custo de R$ 5,1 bilhões, e sísmicas 3D ao valor de R$ 44 milhões

 

Em 2021, mesmo com a pandemia, 38 novos poços deverão ser abertos em campos de petróleo e gás no Brasil, investimento que pode chegar a R$ 5,2 bilhões, segundo informações declaradas pelos operadores à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). As petroleiras preveem ainda a realização de 450 quilômetros de sísmicas 2D e 2.475 quilômetros quadrados de sísmica 3D, que vão demandar mais R$ 164 milhões.

A exploração em terra será responsável pela perfuração de 20 poços, investindo R$ 163 milhões, e pela realização das sísmicas 2D, ou R$ 120 milhões; enquanto a exploração no mar programa 18 poços, ao custo de R$ 5,1 bilhões, e sísmicas 3D ao valor de R$ 44 milhões.

Os dados foram divulgados nesta manhã pela ANP, que atualizou as previsões anuais sobre atividades de exploração de petróleo e gás natural com dados relativos a 2021.

Para este ano, as operadoras declaram a entrada de mais três plataformas de produção, uma a mais do que em 2020. Está prevista também a desativação de 133 campos de petróleo (arrasamento e abandono de poços) e 338 novas perfurações, quase o dobro do verificado no ano passado.

A produção de petróleo em 2021 deverá atingir 463,9 milhões de metros cúbicos por dia, subindo para 571,5 milhões de m3 em 2025. Já o gás natural deve registrar este ano 121,9 milhões de m3, atingindo 173,2 milhões de metros cúbicos em 2025.

"Em função das incertezas inerentes às variáveis consideradas, bem como à possibilidade de apresentação de atualizações e revisões destas estimativas pelos operadores, não há garantia de efetivação das estimativas ao longo do período simulado", informou a ANP.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

 

(Foto: Ejército Bolivariano)

 

O Irã tem enviado seus navios-tanque com combustível à Venezuela, pago com ouro, transportando em seguida o petróleo venezuelano para outros países

Sputnik Brasil - Um navio iraniano chegou ao porto venezuelano de La Guaira, segundo a agência de notícias Reuters, que cita dados da Refinitiv Eikon.

 

A mídia britânica observa que a aliança comercial entre os dois países continua, após a chegada do navio de carga Golsan, de bandeira iraniana, propriedade da empresa Mosakhar Darya Shipping Co, que saiu do Irã no final de novembro, chegando à Venezuela no dia 7 de janeiro.

"Parece ser uma continuação da aliança comercial entre os dois países que são alvo das sanções norte-americanas", comenta a mídia.

Em julho, o navio Golsan atracou neste mesmo porto com um carregamento de alimentos , e posteriormente, retornou ao Irã com pó de alumínio, substância usada na produção de alumínio.

O Irã tem enviado seus navios-tanque com combustível à Venezuela, pago com ouro, transportando em seguida petróleo venezuelano para outros países.

Tanto o Irã quanto a Venezuela são alvos de sanções dos EUA. Em janeiro de 2019, Washington proibiu as empresas norte-americanas de realizar transações com a empresa Petróleos da Venezuela.

Em 2020, Washington puniu a Rosneft, da Rússia, e outras quatro empresas estrangeiras por realizarem negócios com a companhia Petróleos da Venezuela. Contudo, o Irã, que há muito tempo é alvo da pressão econômica norte-americana e do embargo de armas, intensificou seus laços com os venezuelanos, desafiando as sanções dos EUA.

FONTE: BRASIL 247

 

Golfo da Guiné já registou 78 ações de pirataria no primeiro semestre

IMAGEM: REUTERS

 

O Golfo da Guiné tornou-se em 2020 a zona marítima mais perigosa do mundo.

Os ataques de piratas contra navios petroleiros aumentaram de forma exponencial ao longo dos últimos meses.

 

O golfo da Guiné conta com reservas consideráveis de petróleo. Cinco dos onze países da região são produtores de combustível.

Cerca de uma dezena de grupos fortemente armados opera na região. A região mais afeta é o delta do Níger

As principais atividades dos piratas são a venda de armas, o contrabando de petróleo e os raptos.

Os piratas procuram principalmente petroleiros de média dimensão.

A maior parte dos ataques tem lugar em águas territoriais nigerianas e da Guiné Equatorial.

A França faz parte de uma força internacional formada para combater esta ameaça.

FONTE: EURO NEWS

 

carteira de trabalho

IMAGEM: MARCELLO CASAL/AGÊNCIA BRASIL

 

Nível de emprego ficou estável. Estado teve crescimento na agropecuária e na construção e queda em comércio e serviços

 Os acordos de suspensão do contrato e redução de jornada/salário ajudaram a manter estável o nível de emprego formal no estado de São Paulo, segundo análise da Fundação Seade. De janeiro a novembro, o total de vagas com carteira cresceu em 41 mil (exatos 40.856), ou 0,3%. O número corresponde a 18% do país (227 mil). O ritmo de expansão nacional foi duas vezes maior (0,6%).

Os setores de comércio e serviços fecharam postos de trabalho: menos 42.373 e 11.938, respectivamente. Mas a agropecuária cresceu (54.399), assim como a construção (35.315), enquanto a indústria ficou próxima da estabilidade (5.453). O Seade usa dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o “novo” Caged, do Ministério da Economia.

“A utilização do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda é importante fator explicativo desses resultados”, aponta a fundação. Assim, de abril a dezembro, acrescenta, foram registrados 6,4 milhões de acordos, alcançando 3,2 milhões de trabalhadores (27% dos celetistas). “Note-se que 2,7 milhões dos acordos (41,4%) corresponderam à suspensão do contrato de trabalho e para 1,2 milhão houve redução de 70% da jornada de trabalho”, diz ainda o Seade.

 

Entre as áreas do estado, destaque para a região metropolitana de São Paulo (sem a capital, com pequena queda), que teve saldo de 13 mil vagas com carteira assinada. Em seguida, as regiões de Campinas (12 mil) e Bauru (9 mil). Já as maiores reduções foram registradas nas regiões que incluem Santos (-11 mil) e São José dos Campos (-10 mil).

Apenas de outubro para novembro, o emprego formal cresceu 1,2% no estado (1,1% no país), com saldo de 138.411 vagas. Desse total, 77.312 foram no setor de serviços e 49.315, no comércio. A indústria abriu 9.294 e a construção, 9.153. Por outro lado, a agropecuária fechou 6.633 postos de trabalho no penúltimo mês de 2020.

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

Getty Images

IMAGEM: GETTY IMAGES

 

Acompanhando o anúncio do fechamento das fábricas remanescentes da Ford no Brasil, nesta segunda-feira (11), já vão se acumulando, mal 2021 teve início, indicações de que a economia brasileira terá mais um ano de crescimento insuficiente. Um longo período, no qual a atividade tem sido incapaz de ocupar a capacidade produtiva instalada, tem provocado um círculo vicioso em que o desemprego - de mão de obra e de outros fatores de produção - tem resultado em contração da demanda, causando novos desinvestimentos que a reduzem ainda mais.

Com a paralisação das atividades com a pandemia, o mergulho foi ainda mais profundo. A retomada intermitente não tem conseguido mudar o quadro de sensação recessiva vigente desde que a economia saiu oficialmente da recessão, iniciada em 2014, em fins de 2016. Essa sensação parece apontar para uma continuidade em 2021, com números mais tímidos do que os recentemente projetados.

Em relatório desta semana a clientes de sua consultoria, o economista Affonso Celso Pastore, professor que formou gerações de profissionais, na USP e na FGV, já alerta para a perspectiva de frustração das projeções para o comportamento da economia em 2021. É bom levar em consideração as conclusões de Pastore, um dos mais conceituados analistas da conjuntura econômica brasileira, com sólida experiência acumulada.

Pastore concluiu que: 1) assistiremos a uma nova desaceleração da economia; e 2) as projeções de crescimento em 2021 serão revistas para baixo. No momento, de acordo com o Boletim Focus, publicação do Banco Central que divulga projeções dos economistas de bancos e consultorias, as previsões para a evolução do PIB (Produto Interno Bruto), neste ano, é de uma expansão de 3,41%, num recuo dos 3,5% previstos há quatro semanas.

Há pelo menos dois fatores que se movem na direção de frear algum tipo de esboço de recuperação da economia brasileira, em um ambiente de incertezas como raramente se tem notícia. O primeiro é a o recrudescimento dos casos de Covid-19, inclusive com mutações mais contagiosas do coronavírus. O outro é a perda de tração da atividade econômica no fim do ano passado.

A pandemia tem avançado numa segunda onda e levado países da Europa a decretar lockdowns mais severos. Nos Estados Unidos, os casos de infecção e mortes, antes da posse do no presidente, o democrata Joe Biden, avançam em números inéditos. Mesmo com o início da vacinação em quase 50 países, o processo de contenção do contágio é naturalmente lenta. O impacto negativo sobre as economias será inevitável.

No Brasil, a descoordenação reinante no governo federal, além de seu envolvimento em disputas políticas com governadores em torno de vacinas e da vacinação, tende a provocar pelo menos dois efeitos indesejáveis. Um aumento dos casos de infecção e morte por Covid-19, pela ausência de ações consistentes de distanciamento social, e atrasos nas campanhas de vacinação. A combinação dos dois elementos tende a resultar em barreiras para a recuperação da economia, com aumento do desemprego e consequentes restrições da demanda.

Como na primeira onda, agora na segunda, e com maior intensidade, Manaus, a capital do Amazonas, tem sido uma amostra antecipada do que pode ocorrer no resto do país. Depois de um movimento de comerciantes que impediu o fechamento do comércio, a ocupação hospitalar por casos de Covid-19 explodiu na cidade. Falta de oxigênio e de leitos, inclusive para outras enfermidades, potencializou as mortes. No começo do ano, a Justiça decretou o fechamento de atividades não essenciais por 15 dias. Dificilmente situações semelhantes não acontecerão em outras regiões do país. O outro elemento que pode levar a revisões baixistas nas previsões para o crescimento da economia é o conjunto de sinais de desaceleração na atividade, no fim de 2020. Ainda não foram divulgadas informações do movimento concreto da economia no último trimestre do ano passado, mas se acumulam indicações no sentido de que a retomada, depois do mergulho no primeiro semestre do ano passado, perdeu tração, no terço final de 2020.

Informações preliminares sobre as vendas de Natal, por exemplo, apontam essa desaceleração. As vendas físicas, no período natalino, de acordo com levantamentos da Serasa Experian, recuaram mais de 10%, em relação ao mesmo período de 2019, no pior desempenho desde 2003. O mesmo mostrou o Índice Cielo de Varejo, que capta movimentação de vendas do varejo e de serviços. Depois de uma alta em setembro sobre setembro de 2019, o índice recuou também mais de 10%, em outubro e novembro, na comparação com os mesmos meses do ano anterior.

Pastore, em seu relatório, menciona uma série de indicadores de confiança com perda de força no terço final de 2021. Um destaque foi o índice de confiança do consumidor que, já em dezembro, antes mesmo do fim do auxílio emergencial, caiu 3,2 pontos, descendo para 78,5 pontos e se afastando dos 87,8 pontos pré-pandemia. O retrocesso na confiança do consumidor alcançou não só as faixas de renda que perderiam o auxílio, mas em todas abaixo de R$ 9.600.

É de se notar que as projeções para o crescimento da economia em 2021 se apoiam no carregamento estatístico derivado de uma aceleração na recuperação econômica, no fim do ano, depois de reverter o mergulho provocado pela pandemia. Essa transmissão de um ano para o ano produziria, de acordo com a mediana das estimativas, uma base de expansão equivalente a 2,5%.

Assim, a expectativa de expansão econômica autônoma para 2021 não passaria de 1%, totalização, em números redondos, 3,5%, no ano. Possíveis perdas começam a ser esperadas tanto na parcela do carregamento do ano anterior, pela desaceleração já captada no fim do ano, quanto no crescimento independente imaginado para 2021 - um recuo resultante do agravamento da pandemia e do atraso na imunização da população.

Uma reversão parcial desse quadro menos promissor, que já começa a ser projetado, poderia vir de adoção de algum tipo de renda básica, a exemplo do auxílio emergencial de 2020, ainda que em valor unitário mais baixo, e alcançando menor número de beneficiados. Para isso seria necessário alguma manobra legal que liberasse gastos públicos dos limites da regra do teto de gastos. As duas possibilidades - um novo auxílio e a flexibilização da regra do teto de gastos - estão na mesa do xadrez político, neste começo de ano, mas ainda não é certo que sejam concretizadas.


JOSÉ PAULO KUPFER

FONTE: UOL ECONOMIA

IMAGEM: CTB

Para Guedes, tributo geraria fuga de investidores; cobrança é defendida por especialistas para reduzir desigualdades

A Receita Federal apresentou à Câmara críticas à proposta de criar um imposto sobre grandes fortunas. A ideia é defendida por parlamentares, mas sofre a rejeição do ministro Paulo Guedes (Economia).

Em documento, a Receita não descarta eventual debate sobre o tributo para reduzir a desigualdade social no país, mas afirma que há medidas mais eficientes, como acabar com programas de Refis (parcelamento de dívidas com a União com descontos), taxar a distribuição de lucros e dividendos e mudar tributação sobre o mercado de capitais.

O fisco afirma que há dificuldades sobre como estabelecer o critério para as fortunas —como mensurar a riqueza, o patrimônio de cada um. Como exemplos, citou obras de arte e direitos autorais

Para a Receita, o sistema poderia ser burlado facilmente. Se transferir parte do patrimônio para outros países ou dividir com outras pessoas, um contribuinte poderia escapar da taxação, argumenta o órgão.

 

Além disso, o fisco cita que o imposto sobre grandes fortunas chegou a ser adotado por alguns países e, depois, foi abandonado.

A avaliação de Guedes é na mesma linha: esse tributo poderia gerar fuga de investidores. Isso forçaria o capital a ir para países onde não há a taxação, reduzindo a oportunidade de novos negócios e empregos.

No fim do ano passado, o Congresso da Argentina aprovou a criação de um mecanismo que ficou conhecido como imposto sobre grandes fortunas. O novo tributo é uma taxa extraordinária, de recolhimento único, que será paga por 12 mil argentinos com patrimônio acima de um patamar equivalente a R$ 12 milhões.

A medida gerou críticas de empresários do país vizinho e foi usada como argumento por Guedes para se posicionar contra o imposto.

Pressionado por partidos de esquerda, o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) já indicou que pode incluir essa discussão em sua proposta. A Câmara discute desde 2019 um projeto para reformular o sistema tributário nacional.

O governo tem participado de reuniões técnicas com a equipe de Ribeiro, mas as negociações políticas têm se sobressaído para a elaboração do relatório da reforma tributária, que só deve ser apresentado quando houver amplo apoio de partidos.

Para o economista Bráulio Borges, pesquisador associado do FGV/Ibre, a Receita Federal não deveria apresentar propostas, como taxação sobre lucros e dividendos, como uma alternativa ao imposto sobre grandes fortunas, pois “uma coisa não afasta a outra”. “Taxar dividendos é taxar renda [fluxo contínuo de rendimentos], e não a riqueza [patrimônio já conquistado]”.

NEWSLETTER FOLHAMERCADO

  • De 2ª a 6ª pela manhã, receba o boletim gratuito com notícias e análises de economia

Borges cita como exemplo uma comissão técnica do Reino Unido que, embora contrária anteriormente ao tributo sobre fortunas, recomendou a criação do imposto de forma temporária diante da crise da Covid-19. A ideia, segundo ele, também deveria ser aplicada no Brasil, onde a desigualdade se agravou por causa da pandemia.

“Se o imposto é permanente, a tendência é, sim, de fuga de investimentos. Mas se é cobrado de por um período limitado, como cinco anos, a medida pode ajudar na recuperação da crise, além de ser uma questão de justiça”, afirmou Borges.

 

A gerente sênior da área tributária na Mazars Brasil, Sirlene Chaves, avalia que taxar as fortunas pode não ter o resultado esperado, pois os grandes contribuintes acabariam se esquivando da cobrança, adotando medidas para repartir a riqueza ou mesmo usar laranjas para escapar do fisco.

“A pergunta a ser feita é: quanto o país crescerá com isso? O imposto assustaria investidores”, disse.

Para Chaves, a reforma tributária deveria focar em mudanças no sistema que já existe, como criar alíquotas mais altas de IR (imposto de renda) para os mais ricos, taxar os imóveis com base no valor atual de mercado e criar um cobrança sobre distribuição de lucros e dividendos.

Ribeiro e deputados também discutem essas medidas. Mas, na Câmara, esse debate não é visto como uma barreira à proposta de criação de um imposto sobre fortunas.

Partidos da oposição apresentaram uma proposta de tributação sobre renda e patrimônio para substituir o texto de reforma tributária que é discutido no Congresso. O documento, de deputados do PSB, Rede, PCdoB, PT, PDT e PSOL, se baseou em uma iniciativa de economistas e sindicatos de auditores fiscais da Receita chamada “Tributar os super-ricos para reconstruir o país”.

O grupo produziu estudos e elaborou o texto da proposta. Além de ações como novas faixas do Imposto de Renda, aumento da tributação sobre lucro e mudança na cobrança sobre heranças, a medida propõe a regulamentação do imposto sobre grandes fortunas.

A Constituição já estabelece que cabe à União instituir o imposto sobre grandes fortunas, mas ressalta que os termos da cobrança devem ser aprovados por meio de uma lei complementar. Isso nunca foi feito pelo Legislativo e, na prática, o tributo não existe no país.

A proposta da oposição prevê duas fases de incidência. Nos primeiros cinco anos, as alíquotas seriam mais altas, com objetivo de suprir demandas criadas no país após a pandemia do novo coronavírus.

Inicialmente, a cobrança seria de 1% ao ano para contribuintes com patrimônio entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões, 2% para valores acima de R$ 40 milhões até R$ 80 milhões, e 3% para fortunas superiores a R$ 80 milhões. O imposto incidiria apenas sobre os valores que ultrapassam esses patamares, e não sobre o patrimônio total.

A partir do sexto ano, incidiria sobre as mesmas faixas de riqueza, mas com alíquotas menores, respectivamente, de 0,5%, 1,0% e 1,5% ao ano.

Coordenador dos estudos, o professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Eduardo Fagnani afirma que a calibragem da proposta prevê que 59 mil pessoas passariam a pagar o tributo, o que corresponde a 0,028% da população brasileira.

A arrecadação estimada do novo imposto seria de R$ 40 bilhões ao ano, valor superior ao orçamento do Bolsa Família.

Na avaliação de Fagnani, o argumento de que as pessoas tentariam burlar o sistema para fugir da Receita não é uma crítica ao imposto, mas sim à fiscalização, que poderia ter novos mecanismos de controle.

Para o professor, a medida seria uma forma de reduzir a desigualdade social do Brasil e minimizar injustiças do sistema tributário, que atualmente pesa mais sobre os ombros das famílias de menor renda.

“Em função da gravidade desta crise, com uma grande parcela da população sem trabalho e renda, será que não é adequado que 59 mil pessoas contribuam para que 40 milhões possam ter uma renda básica?”, afirmou.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO