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No dia seguinte à polêmica instalação da Assembleia Constituinte em Caracas, chanceleres dos países fundadores do Mercosul decidiram por unanimidade suspender a Venezuela do bloco em reunião neste sábado, em São Paulo. Essa é a sanção máxima a um país que deixa de respeitar a ordem democrática.

Reunidos na sede da prefeitura paulistana, os líderes do bloco lembraram que a decisão é uma medida extrema tomada depois do fracasso de tentativas de diálogo com a ditadura de Nicolás Maduro.

Essa é a segunda suspensão a Caracas tomada pelo bloco. O país comandado pelo ditador havia sido suspenso em dezembro do ano passado e acumula agora, portanto, dois bloqueios, permanecendo de fora de todos os órgãos de atuação do grupo.

"É uma sanção grave, de natureza política", disse o chanceler brasileiro, Aloysio Nunes Ferreira. "O objetivo é ter uma transição pacífica e a libertação dos presos políticos. Queremos que a Venezuela reencontre a democracia."

Mais enfático, o chefe da diplomacia argentina Jorge Faurie disse que "na Venezuela não há democracia e sem democracia não se faz parte do Mercosul". "É ruim pôr para fora da porta um país irmão, mas fizemos isso com firmeza, algo que nos causa grande dor. Basta de ditadura."

Embora uma escalada no tom contra Caracas tenha marcado os últimos dias, em especial por parte da Argentina, a decisão tomada no Brasil, país que ocupa agora a presidência rotativa do bloco, não pode ser considerada um passo anterior à expulsão do país caribenho dos quadros do Mercosul, já que o regimento do grupo não prevê a exclusão de um membro.

Aloysio esclareceu ainda que, ao contrário da suspensão a Caracas do ano passado, baseada em questões técnicas, o atual processo tem como alicerce a cláusula democrática do Protocolo de Ushuaia, que obriga integrantes do bloco a fazer uma consulta ao país onde a ordem institucional está ameaçada.

Na visão dele, a violação da democracia na Venezuela se tornou incontestável quando Maduro destituiu os poderes da Assembleia Nacional em abril deste ano, abrindo o processo para a eleição de uma Constituinte.

Confrontos em manifestações contra o ditador já deixaram mais de cem mortos na Venezuela desde então, sendo pelo menos 14 em protestos contra a Constituinte.

Empossado na última sexta, num processo denunciado por fraudes, o grupo deverá reescrever a Constituição venezuelana e reger Caracas por tempo indefinido.

Os Estados Unidos, a União Europeia e nações sul-americanas, entre elas o Brasil, indicaram que não reconheceriam mais essa manobra de Maduro para tentar se manter no poder. Em nota, o Itamaraty afirmou que o país caribenho passa por uma "ruptura da ordem constitucional".

Mesmo o Uruguai, que no início tentou evitar aplicar sanções, endureceu o discurso. "Esta é uma ação tomada a favor do povo venezuelano", disse Rodolfo Nin Novoa, o chanceler uruguaio.

REAÇÃO
Enquanto isso, a ex-chanceler venezuelana Delcy Rodríguez foi eleita a presidente da Constituinte e destituiu neste sábado a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz, que havia dado início a uma investigação contra fraudes na eleição da nova assembleia.

Na saída da reunião em São Paulo, um grupo de imigrantes venezuelanos, levantando cruzes de papelão com nomes de mortos nos protestos contra Maduro, manifestou apoio à decisão do Mercosul. Houve ainda gritos de "fora, Temer" e também protestos de alguns brasileiros a favor do ditador venezuelano, que gritavam "Maduro, amigo, o Brasil está contigo".

Quando soube da decisão do bloco de suspender Caracas, Maduro disse a uma rádio argentina que "jamais vão tirar a Venezuela do Mercosul". "Somos Mercosul de alma, coração e vida", afirmou o líder. "Algumas oligarquias golpistas, como a do Brasil, ou miseráveis, como a que governa a Argentina, poderão tentar mil vezes, mas sempre estaremos aí."

*

Leia a íntegra da decisão dos chanceleres do Mercosul:

Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete

Nota nº 255

5 de agosto de 2017

DECISÃO SOBRE A SUSPENSÃO DA REPÚBLICA BOLIVARIANA DA VENEZUELA DO MERCOSUL EM APLICAÇÃO DO PROTOCOLO DE USHUAIA SOBRE COMPROMISSO DEMOCRÁTICO

_A República Argentina, a República Federativa do Brasil, a República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai,_

CONSIDERANDO

_Que, de acordo com o estabelecido no Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no MERCOSUL, subscrito em 24 de julho de 1998, a plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o desenvolvimento do processo de integração;_

_Que toda ruptura da ordem democrática constitui obstáculo inaceitável para a continuidade do processo de integração;_

_Que, nas consultas realizadas entre os Chanceleres dos Estados Partes do MERCOSUL, constatou-se a ruptura da ordem democrática na República Bolivariana da Venezuela, consignada na "Declaração dos Estados Partes do MERCOSUL sobre a República Bolivariana da Venezuela", de 1o de abril de 2017, e, desde então, celebraram consultas entre si e solicitaram ao Estado afetado a realização de consultas;_

_Que as consultas com a República Bolivariana da Venezuela resultaram infrutíferas devido à recusa desse Governo de celebrá-las no marco do Protocolo de Ushuaia;_

_Que não foram registradas medidas eficazes e oportunas para a restauração da ordem democrática por parte da República Bolivariana da Venezuela;_

_Que o espírito do Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático é o restabelecimento da institucionalidade democrática no Estado afetado;_

_Que a aplicação do Protocolo de Ushuaia não deve interferir no funcionamento do MERCOSUL e de seus órgãos, nem produzir qualquer prejuízo ao povo venezuelano;_

Que os Estados Partes do MERCOSUL se comprometem a trabalhar em favor do restabelecimento da ordem democrática na República Bolivariana da Venezuela e da busca de uma solução negociada e duradoura em prol do bem-estar e do desenvolvimento do povo venezuelano.

DECIDEM:

1) Suspender a República Bolivariana da Venezuela de todos os direitos e obrigações inerentes à sua condição de Estado Parte do MERCOSUL, em conformidade com o disposto no segundo parágrafo do artigo 5º do Protocolo de Ushuaia.

A suspensão a que se refere o parágrafo anterior terá efeito a partir da data da comunicação da presente Decisão à República Bolivariana da Venezuela, de acordo com o disposto no artigo 6º do Protocolo de Ushuaia.

2) Os Estados Partes definirão medidas com vistas a minimizar os impactos negativos desta suspensão para o povo venezuelano.

3) A suspensão cessará quando, de acordo com o estabelecido no artigo 7º do Protocolo de Ushuaia, se verifique o pleno restabelecimento da ordem democrática na República Bolivariana da Venezuela.

4) Enquanto durar a suspensão, o disposto no inciso III do artigo 40 do Protocolo de Ouro Preto dar-se-á com a incorporação realizada por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, nos termos do inciso II do referido artigo.

São Paulo, 5 de agosto de 2017.

Fonte: FOLHA

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Os brasileiros continuam com muito medo de serem afetados pelo desemprego e com baixa satisfação com a vida, informou hoje a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice do medo do desemprego subiu para 66,1 pontos em julho deste ano. O valor é 1,8 ponto superior ao registrado em março e está 17,3 pontos acima da média histórica que é de 48,8 pontos. Em comparação com junho de 2016, o índice caiu 1,8 ponto.

Segundo a CNI, com o agravamento da crise política entre março e julho, pioraram as expectativas da população sobre o desempenho da economia e a percepção é que a recuperação vai demorar ainda mais. "Os brasileiros continuam com muito medo de serem afetados pelo desemprego", informou a entidade.

O medo do desemprego é maior na região Nordeste, onde o índice alcançou 68,3 pontos. Mas foi no Norte/Centro-Oeste que a preocupação aumentou mais nos últimos três meses. Naquela região, o indicador subiu para 66,9 pontos em julho e está 9,7 pontos acima do verificado em março. No Sudeste o índice é de 67,9 pontos e no Sul, de 56,7.

Satisfação com a vida

O índice de satisfação permanece como um dos menores valores da série histórica, segundo a CNI. Ele teve um leve aumento de 0,3 ponto em julho, frente a março, e ficou em 65,9 pontos. O valor é inferior à média histórica de 66,9 pontos. Em relação a junho de 2016, o índice satisfação com a vida subiu 1,4 ponto.

A satisfação com a vida é maior na Região Sul, onde o indicador é de 68,9 pontos. Em seguida, vem o Nordeste com 66,5 pontos. Entretanto, na comparação com o junho de 2016, esta é a única região que apresenta queda na satisfação com a vida. Na Região Norte/Centro-Oeste, o índice é de 65,6 e no Sudeste, de 64,7 pontos.

Esta edição da pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 125 municípios entre os dias 13 e 16 de julho.

Fonte: Agência Brasil

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O navio Mercosul Manaus, em que um tripulante teve 70% do corpo queimado, deixou o Porto de Santos na tarde de ontem.


A partida foi autorizada pela Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), após vistorias realizadas na última quinta-feira na embarcação.

De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), o Mercosul Manaus veio ao Porto de Santos para a descarga de 1.800 toneladas de mercadorias. Em seguida, realizou o embarque de 2.400 toneladas de produtos em contêineres.

Mas, antes da chegada no cais santista, um tripulante brasileiro de 64 anos sofreu um acidente a bordo da embarcação, na noite de terça-feira. O homem realizava serviços de manutenção na tubulação de vapor da cozinha do navio quando se queimou após ser atingido por uma forte rajada. A possibilidade é de que o acidente tenha sido causado pelo rompimento do duto.

O tripulante foi socorrido, ainda dentro da embarcação. Homens da Polícia Ambiental o levaram até a Ponte Edgard Perdigão, de onde foi levado para a Santa Casa de Santos.

De acordo o hospital, o tripulante permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado regular. No entanto, ontem, sofreu piora na função renal e não há previsão de alta.

Mesmo com a partida do navio, a Marinha do Brasil mantém as investigações sobre o acidente. A CPSP abriu um Inquérito Administrativo dos Fatos da Navegação (IAFN), que deve ser concluído em até 90 dias.

Em nota, a Mercosul Line confirma que um dos tripulantes da embarcação Mercosul Manaus se envolveu em um acidente de trabalho e que, conforme procedimento padrão, uma investigação será realizada.

Fonte: A TRIBUNA

No fim da tarde de quinta-feira, o marítimo Diogo Grobério, de 33 anos, era uma das dezenas de pessoas em busca do auxílio-desemprego no edifício da superintendência regional do Ministério do Trabalho e Emprego, no Centro do Rio de Janeiro. Três meses atrás, ele e mais cerca de 200 funcionários de uma empresa de apoio offshore receberam a fatídica notícia: com a redução de contratos com a Petrobras, a empresa fecharia as portas e eles seriam demitidos. Formado em engenharia, segundo oficial de náutica, Diego engrossou as estatísticas de desemprego da capital fluminense. De acordo com dados do Cadastro Nacional do Empregados e Desempregados (Caged), uma pessoa perde o emprego com carteira assinada na cidade a cada seis minutos. No primeiro semestre, o município registrou perda líquida (abertura menos fechamento) de 42.343 postos. Foi, de longe, o pior desempenho no país.

Segundo especialistas, o mercado de trabalho carioca sofre mais porque, além dos efeitos gerais da recessão, sofre os efeitos da crise fiscal do governo estadual, os cortes nos investimentos do setor de petróleo e o fim do ciclo dos grandes eventos esportivos - além da Olimpíada, o Rio recebeu jogos da Copa do Mundo de 2014 e da Copa das Confederações (2013). Assim como os demais trabalhadores da capital fluminense, Diego deparou-se com um mercado de trabalho saturado de oferta de mão de obra e escasso de vagas. A saída deve ser pela informalidade e a mudança de cidade. Ele sustentava a si e sua família com o salário de R$ 17.300 pilotando barcos de apoio offshore. Sua esposa, geóloga, está desempregada há um ano, depois de ser demitida ao fim da licença maternidade. "O dinheiro que economizei vai nos sustentar até o início de 2018. Se não conseguir emprego até lá, vou me mudar para perto da minha sogra em Ubatuba [litoral norte de São Paulo] e viver de bicos pilotando traineiras para turistas", disse o engenheiro. "Acho que mantendo um custo de vida baixo, é possível." Desde 2015, o Rio de Janeiro perdeu 263.651 postos de trabalho, o equivalente a 9,9% do estoque de 2014.

Além de intensa, essa crise é disseminada. Levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com base no Caged, mostra que 17 de 24 segmentos econômicos na capital fecharam vagas no semestre. O setor de comércio e serviços foi pior, com perda de 30.839 mil postos, seguido da construção civil (fechamento de 5.512 vagas) e da indústria de transformação (redução de 5.109 postos). Willian Figueiredo, coordenador de Estudos Econômicos da Firjan, diz que comércio e serviços são afetados pela queda da renda real da população. Além da recessão e da inflação que achataram salários pelo país, o rendimento no Estado do Rio foi prejudicado pelos atrasos nos pagamentos do governo estadual aos seus servidores. "Os servidores estaduais formam uma categoria com renda acima da média e são grandes consumidores. Se os salários deles atrasam, a capital sofre", disse o economista, acrescentando que o emprego na construção civil foi afetado pelo fim do ciclo de obras metrô e BRT, além das construções residenciais.

Evelyn Calcino, de 27 anos, foi uma das cariocas a perder emprego no ramo de serviços. Ela trabalhava numa agência de aluguel de carro no aeroporto Santos Dumont, no Centro. Passada a euforia dos grandes eventos e com a queda do número de turistas, a locadora reduziu o quadro de funcionários - dispensou Evelyn e mais alguns.

"A agência de locação era um plano B para mim, que sou comissária de voo e não estava conseguindo emprego na área", disse Evelyn, que deve partir para um "plano C" até nova oportunidade. "Devo ajudar a minha mãe a fazer e vender salgados, ajudar nesse sustento."

O trabalho informal também foi a válvula de escape do massoterapeuta Gabriel Tavares Coelho, 34 anos, morador da Tijuca, zona norte do Rio. Há dois anos ele circula por agências de emprego em busca de colocação com carteira assinada - o que lhe garantiria benefícios como FGTS, 13º salário, auxílio desemprego. Ele ainda não encontrou essa sonhada estabilidade. "Imaginei que a Olimpíada incentivaria o emprego e me traria essa oportunidade, mas não trouxe. E agora, na crise, as pessoas cortam gastos relacionados ao bem estar, como a massagem. Minha renda caiu assim de R$ 3.200 para R$ 1.200", disse Gabriel, que oferece seu trabalho em praças públicas.

Os primeiros sinais de estabilidade do mercado de trabalho seguem distantes da capital fluminense. Bruno Ottoni, pesquisador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), diz que a crise fiscal enfrentada pelo governo estadual torna difícil inclusive a tarefa de projetar uma inversão do mercado de trabalho do Rio. Para o especialista, a tendência é que a capital - assim como o Estado do Rio - demore mais do que outras cidades para sair da crise. "Setores como construção civil e naval ainda passam por muitas dificuldades. E não existe solução em vista para a situação fiscal fluminense. Sem a retomada de contratação de obras e serviços, a recuperação tenderá a ser mais lenta", disse Ottoni. A crise fiscal limita, por exemplo, a capacidade de atrair investimentos. Em abril, a cervejaria Ambev desistiu de construir uma fábrica de latas de alumínio e garrafas de vidro em Santa Cruz, no Rio, por causa das incertezas sobre a possibilidade de concessão de benefícios pelo Estado.

Uma das preocupações agora é que a crise fiscal se intensifique na prefeitura e piore o quadro geral da cidade. A concessionária Porto Novo, responsável pelo Parceria Público-Privada (PPP) da zona portuária do Rio, o Porto Maravilha, dispensou cerca de mil funcionários próprios e terceirizados por causa da falta de repasses de recursos previstas em contrato. Todos foram demitidos em julho.

Fonte: VALOR

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Animadora a pesquisa divulgada pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas –, no último dia 28, que nos dá conta de que a taxa de desemprego cedeu para 13% no segundo trimestre deste ano. Apesar de discreta, uma queda de 0,7% ante o trimestre anterior é um alento para a nossa economia, que sofreu por meses a fio uma sequência de quedas vertiginosas no número de postos formais de trabalho.
E por que discreta? Porque a taxa de desemprego, apesar dos sinais de recuperação, estava, há pouquíssimo tempo, na casa dos 14 milhões de desempregados, e, principalmente, pelo fato de o crescimento do emprego ter ocorrido para o lado da informalidade – mais pessoas trabalhando por conta própria, sem carteira assinada, sem quaisquer garantias trabalhistas, instáveis e sem direito ao seguro-desemprego em caso de demissão, e ganhando menos do que recebem os trabalhadores formais. Ou seja: o desemprego parou de piorar, mas o quadro que vivenciamos ainda é bastante caótico, além de muitos dos novos empregos não serem, nem de longe, aquilo que podemos classificar como ideais!
E enquanto isto os juros, apesar de também estarem recuando, continuam nas alturas. Os investimentos no setor produtivo não ressurgiram. A produção e o consumo continuam em baixa. E a maioria dos desempregados, cerca de 70% do total, é constituída por jovens, que ainda não têm plenamente construídas suas habilidades profissionais e prática.
E, é claro, por trás do negro cenário de desemprego, naturalmente expressivo para escancarar toda a angústia da classe trabalhadora ante a crise econômica que nosso País vivencia, há a revelação do quanto a falta de trabalho e a ausência de renda para as despesas mais básicas afetam e penalizam a parcela mais pobre da população, justamente aquela onde se enquadram os trabalhadores.  
O desemprego é o mal que precisa ser debelado. A economia não pode mais esperar. O País não pode mais esperar e os trabalhadores, os mais penalizados, não suportam mais esperar!
João Carlos Gonçalves – Juruna
Secretário-geral da Força Sindical e vice-presidente dos Metalúrgicos de São Paulo

Fonte: Força Sindical

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PMDB

Alceu Moreira (PMDB-RS)

Altineu Côrtes (PMDB-RJ)

André Amaral (PMDB-PB)

Aníbal Gomes (PMDB-CE)

Baleia Rossi (PMDB-SP)

Cabuçu Borges (PMDB-AP)

Carlos Bezerra (PMDB-MT)

Carlos Marun (PMDB-MS)

Celso Jacob (PMDB-RJ)

Celso Maldaner (PMDB-SC)

Cícero Almeida (PMDB-AL)

Daniel Vilela (PMDB-GO)

Darcísio Perondi (PMDB-RS)

Dulce Miranda (PMDB-TO)

Elcione Barbalho (PMDB-PA)

Fábio Ramalho (PMDB-MG)

Fabio Reis (PMDB-SE)

Flaviano Melo (PMDB-AC)

Hermes Parcianello (PMDB-PR)

Hildo Rocha (PMDB-MA)

Hugo Motta (PMDB-PB)

Jéssica Sales (PMDB-AC)

João Arruda ( PMDB-PR)

João Marcelo Souza (PMDB-MA)

José Fogaça (PMDB-RS)

Jose Priante (PMDB-PA)

Josi Nunes (PMDB-TO)

Lelo Coimbra (PMDB-ES)

Leonardo Picciani (PMDB-RJ) *ministro do Esporte

Leonardo Quintão (PMDB-MG)

Lucio Mosquini (PMDB-RO)

Lucio Vieira Lima (PMDB-BA)

Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ)

Marinha Raupp (PMDB-RO)

Marx Beltrão (PMDB-AL) *ministro do Turismo

Mauro Lopes (PMDB-MG)

Mauro Mariani (PMDB-SC)

Mauro Pereira (PMDB-RS)

Moses Rodrigues (PMDB-CE)

Newton Cardoso Jr (PMDB-MG)

Osmar Terra (PMDB-RS)

Pedro Chaves (PMDB-GO)

Pedro Paulo (PMDB-RJ)

Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC)

Ronaldo Benedet (PMDB-SC)

Saraiva Felipe (PMDB-MG)

Sergio Souza (PMDB-PR)

Simone Morgado (PMDB-PA)

Soraya Santos (PMDB-RJ)

Valdir Colatto (PMDB-SC)

Walter Alves (PMDB-MG)

Zé Augusto Nalin (PMDB-RJ)

PSDB

Antonio Imbassahy (PSDB-BA) *ministro da Secretaria de Governo

Arthur Virgílio Bisneto (PSDB-AM)

Bonifácio Andrade (PSDB-MG)

Bruna Furlan (PSDB-SP)

Bruno Araújo (PSDB-PE) *ministro de Cidades

Caio Narcio (PSDB-MG)

Célio Silveira (PSDB-GO)

Domingos Sávio (PSDB-MG)

Elizeu Dionizio (PSDB-MS)

Geraldo Resende (PSDB-MS)

Giuseppe Vecci (PSDB-GO)

Izalci Lucas (PSDB-DF)

Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR)

Marco Tebaldi (PSDB-SC)

Marcus Pestana (PSDB-MG)

Nelson Padovani (PSDB-PR)

Nilson Leitão (PSDB-MT)

Nilson Pinto (PSDB-PA)

Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG)

Rodrigo de Castro (PSDB-MG)

Rogério Marinho (PSDB-RN)

Yeda Crusius (PSDB-RS)

PP

Aguinaldo Riberio (PP-AL)

André Abdon (PP-AP)

André Fufuca (PP-MA)

Arthur Lira (PP-AL)

Beto Salame (PP-PA)

Beto Rosado (PP-RN)

Cacá Leão (PP-BA)

Covatti Filho (PP-RS)

Dilceu Sperafico (PP-PR)

Dimas Fabiano (PP-MG)

Eduardo da Fonte (PP-PE)

Ezequiel Fonseca (PP-MT)

Fausto Pinato (PP-SP)

Fernando Monteiro (PP-PE)

Franklin (PP-MG)

Guilherme Mussi (PP-SP)

Hiran Gonçalves (PP-RR)

Iracema Portella (PP-PI)

José Otávio Germano (PP-RS)

Julio Lopes (PP-RJ)

Lázaro Botelho (PP-TO)

Luiz Fernando Faria (PP-MG)

Macedo (PP-CE)

Maia Filho (PP-PI)

Marcus Vicente (PP-ES)

Mário Negromonte Jr. (PP-BA)

Nelson Meurer (PP-PR)

Paulo Henrique Lustosa (PP-CE)

Paulo Maluf (PP-SP)

Renato Andrade (PP-MG)

Renato Molling (PP-RS)

Renzo Braz (PP-MG)

Ricardo Izar (PP-SP)

Roberto Balestra (PP-GO)

Roberto Britto (PP-BA)

Simão Sessim (PP-RJ)

Toninho Pinheiro (PP-MG)

PR

Aelton Freitas (PR-MG)

Alexandre Valle (PR-RJ)

Alfredo Nascimento (PR-AM)

Bilac Pinto (PR-MG)

Brunny (PR-MG)

Cajar Nardes (PR-RS)

Delegado Edson Moreira (PR-MG)

Édio Lopes (PR-RR)

Giacobo (PR-PR)

Gorete Pereira (PR-CE)

João Carlos Bacelar (PR-BA)

José Carlos Araújo (PR-BA)

José Rocha (PR-BA)

Laerte Bessa (PR-DF)

Lúcio Vale (PR-PA)

Luiz Cláudio (PR-RO)

Luiz Nishimori (PR-PR)

Magda Mofatto (PR-GO)

Marcelo Delaroli (PR-RJ)

Marcio Alvino (PR-SP)

Mauricio Quintella (PR-AL) *ministro dos Transportes

Miguel Lombardi (PR-SP)

Milton Monti (PR-SP)

Paulo Feijó (PR-RJ)

Paulo Freire (PR-SP)

Remídio Monai (PR-RR)

Sebastião Oliveira (PR-PE)

Vinicius Gurgel (PR-AP)

PSD

Átila Lins (PSD-AM)

Cesar Souza (PSD-SC )

Delegado Éder Mauro (PSD-PA)

Diego Andrade (PSD-MG)

Domingos Neto (PSD-CE)

Edmar Arruda (PSD-PR)

Evandro Roman (PSD-PR)

Fábio Faria (PSD-RN)

Goulart (PSD-SP)

Herculano Passos (PSD-SP)

Heuler Cruvinel (PSD-GO)

Jaime Martins (PSD-MG)

João Paulo Kleinübing (PSD-SC)

João Rodrigues (PSD-SC)

Júlio Cesar (PSD-PI)

Marcos Montes (PSD-MG)

Raquel Muniz (PSD-MG)

Rogério Rosso (PSD-DF)

Rômulo Gouveia (PSD-PB)

Thiago Peixoto (PSD-GO)

Victor Mendes (PSD-MA)

Walter Ihoshi (PSD-SP)

PSB

Adilton Sachetti (PSB-MT)

Átila Lira (PSB-PI)

Danilo Forte (PSB-CE)

Fabio Garcia (PSB-MT)

Fernando Coelho Filho (PSB-PE) *ministro de Minas e Energia

Heráclito Fortes (PSB-PI)

José Reinaldo (PSB-MA)

Maria Helena (PSB-RR)

Marinaldo Rosendo (PSB-PE)

Tenente Lúcio (PSB-MG)

Tereza Cristina (PSB-MS)

DEM

Abel Mesquita Jr. (DEM-RR)

Alberto Fraga (DEM-DF)

Claudio Cajado (DEM-BA)

Carlos Melles (DEM-MG)

Efraim Filho (DEM-PB)

Eli Corrêa Filho (DEM-SP)

Elmar Nascimento (DEM-BA)

Felipe Maia (DEM-RN)

Francisco Floriano (DEM-RJ)

Hélio Leite (DEM-PA)

Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP)

José Carlos Aleluia (DEM-BA)

Juscelino Filho (DEM-MA)

Marcelo Aguiar (DEM-SP)

Marcos Soares (DEM-RJ)

Mendonça Filho (DEM-PE) *ministro da Educação

Misael Varella (DEM-MG)

Missionário José Olimpio (DEM-SP)

Osmar Bertoldi (DEM-PR)

Pauderney Avelino (DEM-AM)

Paulo Azi (DEM-BA)

Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO)

Vaidon Oliveira (DEM-CE)

PRB

Antonio Bulhões (PRB-SP)

Beto Mansur (PRB-SP)

Celso Russomanno (PRB-SP)

Cleber Verde (PRB-MA)

Jhonatan de Jesus (PRB-RR)

João Campos (PRB-GO)

Lindomar Garçon (PRB-RO)

Marcelo Squassoni (PRB-SP)

Márcio Marinho (PRB-BA)

Pastor Luciano Braga (PRB-BA)

Roberto Alves (PRB-SP)

Roberto Sales (PRB-RJ)

Rosangela Gomes (PRB-RJ)

Silas Câmara (PRB-AM)

Vinicius Carvalho (PRB-SP)

PTB

Adalberto Cavalcanti (PTB-PE)

Alex Canziani (PTB-PR)

Benito Gama (PTB-BA)

Cristiane Brasil (PTB-RJ)

Jorge Côrte Real (PTB-PE)

Josué Bengtson (PTB-PA)

Jovair Arantes (PTB-GO)

Nelson Marquezelli (PTB-SP)

Nilton Capixaba (PTB-RO)

Paes Landim (PTB-PI)

Pedro Fernandes (PTB-MA)

Ronaldo Nogueira (PTB-RS) *ministro do Trabalho

Sabino Castelo Branco (PTB-AM)

Sérgio Moraes (PTB-RS)

Zeca Cavalcanti (PTB-PE)

PDT

Roberto Góes (PDT-AP)

Solidariedade

Augusto Coutinho (SD-PE)

Aureo (SD-RJ)

Benjamin Maranhão (SD-PB)

Genecias Noronha (SD-CE)

Lucas Vergilio (SD-GO)

Paulo Pereira da Silva (SD-SP)

Wladimir Costa (SD-PA)

Zé Silva (SD-MG)

Podemos

Ademir Camilo (Pode-MG)

Alexandre Baldy (Pode-GO)

Aluisio Mendes (Pode-MA)

Carlos Henrique Gaguim (Pode-TO)

Dr. Sinval Malheiros (Pode-SP)

Ezequiel Teixeira (Pode-RJ)

Jozi Araújo (Pode-AP)

Francisco Chapadinha (Pode-PA)

Ricardo Teobaldo (Pode-PE)

PSC

Andre Moura (PSC-SE)

Júlia Marinho (PSC-PA)

Pr. Marco Feliciano (PSC-SP)

Professor Victório Galli (PSC-MT)

Takayama (PSC-PR)

PPS

Arthur Oliveira Maia (PPS-BA)

PHS

Marcelo Aro (PHS-MG)

PV

Evandro Gussi (PV-SP)

Roberto de Lucena (PV-SP)

Sarney Filho (PV-MA) *ministro do Meio Ambiente

PROS

Rogério Silva (PROS-MT)

Ronaldo Fonseca (PROS-DF)

Toninho Wandscheer (PROS-PR)

PEN

Erivelton Santana (PEN-BA)

Junior Marreca (PEN-MA)

Walney Rocha (PEN-RJ)

PTdoB

Luis Tibé (PTdoB-MG)

PSL

Alfredo Kaefer (PSL-PR)

Dâmina Pereira (PSL-MG)

Luciano Bivar (PSL-PE)

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu nesta quinta-feira (3) que a terceirização de empregados na atividade-fim das empresas não pode ser aplicada em contratos que foram assinados e encerrados antes da Lei das Terceirizações, sancionada, em março pelo presidente Michel Temer.
Com a decisão, empresas que não cumpriram a regra do TST, editada antes da lei,  que proibia contratação interposta de trabalhadores, podem responder pela ilegalidade se forem acionadas judicialmente por não manterem vínculo com o trabalhador na área-fim.
A questão foi decidida pela primeira vez no TST por um dos colegiados especializados por dissídios coletivos. Na ação, uma empresa de telemarketing pretendia mudar a declaração de ilegalidade no contrato de terceirização de serviços de cobrança com um banco. Por unanimidade, os ministros decidiram manter a ilegalidade na contratação.
A Lei das Terceirizações (Lei 13.429/2017) autorizou as empresas terceirizar a chamada atividade-fim, aquela para a qual a empresa foi criada. A norma prevê que a contratação terceirizada possa ocorrer sem restrições, inclusive na administração pública.
Antes da lei, decisões da Justiça do Trabalho vedavam a terceirização da atividade-fim e a permitiam apenas para a atividade-meio, ou seja, aquelas funções que não estão diretamente ligadas ao objetivo principal da empresa.

Fonte: Agência Brasil

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Os trabalhadores informais não têm carteira assinada, benefícios, direito ao seguro-desemprego ou a benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e ainda estão ganhando cada vez menos, segundo dados da pesquisa Pnad Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No intervalo entre abril e junho desde ano, os informais receberam R$ 821 a menos do que os trabalhadores com carteira assinada.
Enquanto os últimos foram remunerados, em média, em R$ 2.025, os profissionais sem registro receberam R$ 1.204.
Além disso, enquanto os rendimentos dos trabalhadores registrados vêm aumentando, ainda que pouco, o movimento para quem está na informalidade é o contrário –o valor médio da renda mensal está em queda e a diferença só sobe.
Dentre os principais fatores de queda estão as ofertas de trabalho com remuneração menor e a escassez de oportunidades no mercado.
Entre os setores com maior queda no rendimento no último trimestre encerrado em junho, está o de alojamento e alimentação, que caiu de R$ 1.419 para R$ 1.388.
Na separação por segmento da economia, o IBGE não diferencia se os trabalhadores estão ou não registrados.
Informalidade
A Pnad Contínua mostra também que houve uma queda na desocupação na comparação entre os trimestres , estimulada, principalmente, pela desistência na busca por trabalho e pela absorção de muito desses desempregos no mercado informal, tomado por bicos, instabilidade e nenhum direito trabalhista.

 

Fonte: Jornal Agora

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Último país a abolir o trabalho cativo nas Américas, em 1888, o Brasil tornou-se referência mundial no combate às formas contemporâneas de escravidão nas últimas duas décadas. Desde a criação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, em 1995, foram resgatados mais de 50 mil brasileiros em condições degradantes de trabalho ou submetidos a um regime de servidão por dívidas, triste resquício do predatório modelo de exploração da mão de obra dos tempos da Colônia e do Império. Os recentes avanços no enfrentamento ao problema estão, porém, ameaçados.
Por insuficiência de recursos humanos e financeiros, as fiscalizações de denúncias contra práticas escravagistas estão em franco declínio desde 2013, quando 313 locais foram inspecionados e 2.808 trabalhadores foram resgatados. No ano passado, o número de estabelecimentos vistoriados caiu para 191, assim como a soma de resgates, 885.
Diante da obsessão da equipe econômica de Michel Temer de cortar gastos para aplacar a crise fiscal, as inspeções podem ser paralisadas a partir de agosto, alerta o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait). “Há tempos sofremos com a falta de reposição de pessoal e com a progressiva redução de recursos para as atividades de fiscalização do trabalho.
Agora corremos o risco de uma ‘pane seca’, consequência dos dois cortes orçamentários promovidos pelo governo federal neste ano”, alerta Carlos Fernando da Silva Filho, presidente da entidade.
No fim de março, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou um corte de 42,1 bilhões de reais nas despesas federais programadas para 2017. Como a arrecadação federal ficou aquém do esperado no primeiro semestre, o governo voltou a operar a navalha. Ao mesmo tempo que elevou os tributos sobre os combustíveis, prometeu enxugar ainda mais os gastos públicos, sacrificando outros 5,9 bilhões do orçamento.
O contingenciamento atingiu em cheio as equipes de fiscalização do trabalho escravo. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, os grupos móveis, que atuam nacionalmente, sob a supervisão de Brasília, precisam de ao menos 3 milhões de reais por ano para manter as atividades.
 
No entanto, a dotação orçamentária foi reduzida para 1,6 milhão de reais em 2017. Desse montante, 1,4 milhão foi empenhado. Restariam apenas cerca de 200 mil reais, valor suficiente para apenas mais quatro ou cinco operações. 
A penúria também atinge as superintendências regionais do Ministério do Trabalho, que lidam com todo tipo de irregularidade trabalhista, mas também atuam no combate ao trabalho escravo e infantil. No Pará, os 800 mil reais previstos para ações de fiscalização minguaram para 240 mil, lamenta Jomar Lima, chefe da Seção de Inspeção do Trabalho.
Em decorrência disso, 12 operações planejadas no sul e no oeste do estado foram suspensas. Detalhe: o Pará lidera o ranking nacional de casos de trabalho escravo. De 2003 a 2017, foram resgatados 9.853 trabalhadores em 373 operações.
“Dos 31 milhões de reais previstos inicialmente para a Secretaria de Inspeção do Trabalho, somente 10 milhões escaparam do contingenciamento”, afirma Silva Filho, do Sinait. “Para agravar o cenário, quase a totalidade desses recursos está comprometida com o pagamento de prestadores de serviços. O Ministério do Trabalho tem negado que as fiscalizações serão suspensas por insuficiência de recursos, mas não informa o valor realmente disponível até o fim do ano.”
Se falta dinheiro para combater o trabalho escravo, sobra para salvar o pescoço de Temer, denunciado por corrupção passiva pela Procuradoria-Geral da República e rejeitado por 70% dos brasileiros, segundo a última rodada da pesquisa CNI/Ibope, divulgada na quinta-feira 27.
Em meio às articulações da base aliada para garantir a rejeição, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, do relatório que recomendava o prosseguimento da denúncia contra o presidente no Supremo Tribunal Federal, o governo liberou 2,11 bilhões de reais em emendas parlamentares nas três primeiras semanas de julho, quase o valor total aprovado (2,12 bilhões) nos seis primeiros meses do ano, segundo a ONG Contas Abertas.
Os deputados que apoiaram Temer no colegiado receberam ao menos 266 milhões de reais em emendas, que costumam ser usadas em benfeitorias nos redutos eleitorais dos parlamentares.
Além de apelar para o fisiologismo, o peemedebista não se furta a pagar a fatura dos grupos que o alçaram ao poder. O Planalto está prestes a contemplar os empresários com um novo programa de regularização tributária, com descontos de até 99% nos juros e multas das dívidas de pessoas jurídicas com a União.
 
Com o perdão, o Estado abre mão de mais de 220 bilhões de reais, segundo estimativas do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional. Para diminuir a resistência às reformas prometidas ao mercado, o governo não hesita em aumentar os gastos com publicidade oficial, beneficiando, sobretudo, os veículos de comunicação que apoiaram a destituição de Dilma Rousseff.
As despesas passaram de 366,5 milhões de reais em 2015 para 571,9 milhões em 2016, aumento de 56%. Em 2017, somente a campanha pela reforma da Previdência já custou aos cofres públicos 100 milhões de reais.
“É chocante. Enquanto desembolsa rios de dinheiro para que os parlamentares não convertam Temer em réu na Suprema Corte, o governo nega o essencial para manter as fiscalizações trabalhistas”, lamenta o jornalista e sociólogo Leonardo Sakamoto, conselheiro do Fundo das Nações Unidas sobre Formas Contemporâneas de Escravidão. “Desde o governo Dilma Rousseff, tem ocorrido uma progressiva redução de recursos para as atividades dos grupos móveis. Nunca vi, porém, uma paralisação por ‘pane seca’, por absoluta falta de dinheiro para pagar diárias de hotéis ou combustível dos veículos.”
Em carta enviada à sede da Organização Internacional do Trabalho em Genebra, na quarta-feira 26, o Sinait denuncia o descumprimento, pelo Brasil, do artigo 11 da Convenção n° 81, que obriga os Estados Nacionais a oferecer as condições necessárias para a atuação dos auditores do trabalho.
No documento, foi anexado um memorando da Secretaria Executiva do Ministério do Trabalho, datado de 11 de julho de 2017, no qual o secretário Antônio Corrêa informa sobre a “indisponibilidade de dotação orçamentária para realização de despesas de investimentos, reformas e construções no corrente exercício”, além de cópias de reportagens sobre a insuficiência de recursos para a manutenção das atividades de fiscalização.
No ano passado, o sindicato já havia denunciado a falta de concursos públicos para repor as equipes de fiscalização.
Ao longo de duas décadas, o número de auditores fiscais do trabalho caiu de 4 mil para 2,5 mil.
No documento enviado à OIT, há a menção a um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2012, que estimou em 8 mil o número necessário de profissionais para fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista no Brasil.
Coordenador do Programa de Combate ao Trabalho Forçado da OIT no Brasil, Antonio Carlos de Mello confirma as dificuldades das equipes de fiscalização. “Observamos isso empiricamente. Em nossas viagens pelos estados brasileiros, é uma constante ouvir reclamações de falta de verba e de pessoal nas superintendências regionais do Ministério do Trabalho.
Da mesma forma, os agentes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, que dão suporte às operações dos grupos móveis, também se queixam da situação de penúria”, afirma Mello. “A situação é especialmente preocupante no atual contexto, de elevado desemprego e informalidade. A crise deixa os trabalhadores mais vulneráveis. É um prato cheio para quem deseja obter lucro fácil com a exploração de mão de obra barata, com a submissão de trabalhadores a condições subumanas.”
Não bastasse a asfixia financeira, está em curso uma ofensiva legislativa para criar obstáculos ao combate à prática criminosa, observa Adílson Carvalho, coordenador-geral da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae). Recém-aprovada, a reforma trabalhista permitiu a terceirização irrestrita da mão de obra, dificultando a punição das empresas que se beneficiam do trabalho em condições análogas à escravidão em sua cadeia produtiva.
Há, ainda, uma série de iniciativas para mudar o conceito do crime e favorecer a impunidade dos escravagistas. “Ao que parece, pretendem acabar com a escravidão contemporânea pela legalização da prática, e não pela sua erradicação”, diz Rodrigues.
De 2010 a 2014, os maiores flagrantes de trabalho escravo já sugeriam a predominância maciça dos terceirizados entre as vítimas do crime. Mais recentemente, o Núcleo de Estudos Conjunturais da Universidade Federal da Bahia analisou todos os 86 resgates de trabalhadores ocorridos no estado entre 2003 e 2016. Conclusão: 76,7% deles envolviam terceirizados.
 
Os intermediários assumiam diversas aparências, de “gatos”, como são chamados os aliciadores de mão de obra para o trabalho no campo, a empresas formalmente constituídas.
De autoria do deputado estadual Carlos Bezerra Jr. (PSDB), a Lei nº 14.946/2013 prevê que qualquer empresa condenada em segunda instância por trabalho escravo pode ter o cadastro do ICMS cassado em São Paulo, o que a impede de comercializar produtos e serviços no estado.
A punição estende-se a empresas que se beneficiam indiretamente da prática, como, por exemplo, uma grife que vende roupas de confecções flagradas com trabalhadores em condições análogas à escravidão.
Agora, teme-se que a liberação das terceirizações sirva de justificativa para restringir a punição apenas às empresas infratoras, e não aos compradores ou tomadores de serviços. “O novo texto não vende explicitamente o trabalhador, como acontecia com os escravos no passado, mas abre caminho para quem enxerga e explora o trabalhador como mercadoria e quer se safar na Justiça”, lamenta o parlamentar.
Agora, para assegurar a punição de quem lucra com o trabalho escravo, ainda que não tenha sujado as próprias mãos, será preciso contar com “julgamentos mais humanos”, emenda o tucano.
Outra iniciativa ameaçada é a Emenda Constitucional 81. Sancionada por Dilma em 2014, ela prevê a expropriação de terras usadas para o cultivo ilegal de drogas e para a exploração de mão de obra escrava. A pretexto de regulamentar o procedimento, o líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB), busca alterar o atual conceito legal de trabalho escravo, de modo a condicionar sua ocorrência à restrição da liberdade de locomoção, assemelhando-o à figura do cárcere privado.
“O objetivo é impedir a punição de empregadores que exponham os trabalhadores a jornadas exaustivas e a condições degradantes de trabalho”, alerta Tiago Muniz Cavalcanti, coordenador nacional de Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério Público do Trabalho. “Dessa forma, quem obriga os empregados a trabalhar mais de 12 horas por dia, a dormir com os animais da fazenda, sem as mínimas condições de higiene, sem garantir alimentação adequada ou água potável ficaria impune.”
O procurador também alerta para as ameaças contidas no projeto de lei que altera as leis do trabalho rural, de autoria do deputado federal Nilson Leitão, do PSDB de Mato Grosso, a permitir “remuneração de qualquer espécie”, prever jornada de até 12 horas em casos de “força maior”, a opcional venda integral das férias dos funcionários e a substituição do repouso semanal por um período contínuo de folga após 18 dias trabalhados.
“Com isso, abre-se brecha para remunerar o funcionário com alimentação, moradia e até cessão de terras. Seria um retorno ao regime de servidão feudal”, emenda Cavalcanti. “Infelizmente, o combate ao trabalho escravo deixou de ser prioridade há um bom tempo. No auge, entre 2006 e 2008, o Brasil chegou a ter dez grupos móveis de fiscalização. Hoje são apenas quatro.”
A despeito das denúncias, o Planalto nega que os trabalhos de inspeção possam ser suspensos a partir de agosto. “Desde o contingenciamento de verbas determinado pelo governo federal, o Ministério do Trabalho vem fazendo gestões para readequar os recursos orçamentários de forma a impactar o menos possível áreas de atuação prioritárias, como a fiscalização”, afirma a assessoria de imprensa da pasta, por meio de nota. CartaCapital solicitou esclarecimentos sobre a execução orçamentária dos programas de combate ao trabalho escravo e infantil, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição.
 
Fonte: Carta Capital

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O arrocho a que o governo golpista de Michel Temer submete o país afeta principalmente o povo e os trabalhadores, que perderam mais de 14 milhões de empregos e, em consequência, tiveram seu rendimento reduzido – a massa salarial (que indica o total dos rendimentos dos trabalhadores no país) teve um pico de R$ 186,2 bilhões em 2014, e caiu para R$ 175,3 bilhões no segundo trimestre de 2016, perdendo R$ 11 bilhões – uma queda de quase 6% na renda dos trabalhadores. E que, com o crescimento do desemprego, deve ter aumentado ainda mais. Esta é a dimensão do empobrecimento provocado pelo golpe midiático-judicial-parlamentar conduzido por Michel Temer e sua turma, em benefício da especulação financeira.
Este empobrecimento dos trabalhadores se reflete diretamente no desempenho das empresas. A perda de renda dos trabalhadores e o enfraquecimento do mercado interno podem ajudar a entender o mau desempenho revelado pela pesquisa divulgada na última segunda feira (24) pelo jornal Valor Econômico, e que demonstra como o golpe foi um péssimo negócio para os empresários que o apoiaram em 2016.
A pesquisa – feita para o ranking Valor 1000, que envolve as mil maiores empresas brasileiras – revelou perda de 4% no faturamento total, que ficou muito abaixo dos números positivos de 2015 (7,5%) e 2014 (8,9%). No total, aquelas empresas faturaram R$ 3,23 trilhões em 2016. No último ano, houve “desaceleração no faturamento da maior parte dos setores analisados”, explicou o coordenador do Valor Data, William Volpato.
Por outro lado, um executivo do mercado financeiro, citado na mesma edição de Valor Econômico pela jornalista Ângela Bittencourt, reconheceu, com crua honestidade, quem ganha com a imposição deste verdadeiro arrocho na economia: “Temos hoje uma pausa na política de distribuição de renda”, disse. E completou: “Temos também uma transferência de renda do futuro para nós”.
Isto é, os trabalhadores perdem, as empresas perdem, e os grandes especuladores financeiros ganham.

 

Fonte: Vermelho Portal

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O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 846.854 e fixou tese de repercussão geral, definindo que “a justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas”
O artigo 9º da Constituição Federal e o artigo 1º da Lei 7783/1989 (Lei da Greve) dizem que “é assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”. O artigo 8º da Lei da Greve determina que “a Justiça do Trabalho, por iniciativa de qualquer das partes ou do Ministério Público do Trabalho, decidirá sobre a procedência, total ou parcial, ou improcedência das reivindicações, cumprindo ao Tribunal publicar, de imediato, o competente acórdão.
O parecer do Procurador-Geral da República (lançado no RE 665.969) era o de que caberia à Justiça do Trabalho tais julgamentos. No entanto, essa tese foi vencida, por maioria. Votaram pela tese vencedora (competência da Justiça Comum) os Ministros Cármen Lúcia, Celso de Mello, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Ficaram vencidos os Ministros Luiz Fux (Relator), Roberto Barroso, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio.
O julgamento do RE pelo Plenário do STF ocorreu no dia 25 de maio, quando foi negado provimento ao recurso que defendia a competência da Justiça do Trabalho para julgar a abusividade de greve de guardas municipais que trabalham em regime celetista. Na ocasião, a maioria dos ministros entendeu que não cabe, no caso, discutir direito a greve, uma vez que se trata de serviço de segurança pública. Mas o debate alcançou as hipóteses de abusividade de greve de outros servidores celetistas da administração direta.
“É lamentável ver um direito do trabalhador garantido na Constituição Federal, ser considerado como caso da Justiça Comum e não da Justiça do Trabalho. É um tiro no direito de greve, é mais um ataque à democracia e aos direitos dos trabalhadores, que já se tornou tão comum nesses tempos temerosos que estamos vivendo em nosso país”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), sobre a decisão do STF.
A decisão pode afetar os bancários da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e demais bancos públicos estaduais e regionais, como o Banco do Nordeste e Barinsul.
“Vamos estudar a decisão com nosso departamento Jurídico para analisar quais procedimentos podem ser tomados”, disse o presidente da Contraf-CUT.
Fonte: Contraf

 
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Seria possível uma mulher “valer” mais dentro de casa sem ser remunerada, desempenhando o papel tradicional de “babá, cozinheira, lavadeira, passadeira, motorista, faxineira e professora particular”, além de “nutricionista, clínico geral e psicóloga”, em vez de trabalhando fora? Essa foi a tese defendida pelo economista Gustavo Cerbasi no artigo “O valor de uma mãe em casa”. Para analisar tema tão complexo e relevante, é essencial se basear em dados de pesquisas sérias e especializadas sobre o assunto, sem sair da análise econômica. Uma análise que contabilize apenas o salário da mulher versus os gastos que a ausência dela exija no cuidado dos filhos, além de incompleta, é equivocada, como mostra o relatório de 2016 do Center for American Progress.
O documento calcula os custos ocultos, para a mulher, de abandonar o trabalho remunerado e passar a trabalhar exclusivamente no cuidado dos filhos. Esses custos vão muito além dos salários que deixam de ser recebidos, chegando a 3,2 vezes o valor da simples remuneração. Isso porque deixar o trabalho remunerado reflete negativamente na aposentadoria e em outros benefícios, além de a mulher deixar de ter a perspectiva de aumentos salariais e trocas de emprego durante a carreira.
Além de receber cerca de 70% do salário do homem para fazer o mesmo trabalho, tendo a mesma formação (IBGE, 2015), a mulher sofre outras penalidades apenas por ser mulher. Segundo pesquisas da Universidade da Pensilvânia, o salário das mulheres diminui cerca de 7% por filho. Se a diferença no salário se devesse apenas ao período da licença-maternidade, mulheres ganhariam o mesmo que homens, exceto neste período. Contudo, verifica-se que esse “desconto” ou punição continua sendo aplicado às mulheres, mesmo após a idade fértil. Logo, tem-se mais uma evidência da falta de fundamento para o argumento de que a diferença salarial seria um “fenômeno de mercado”.
A situação é ainda mais preocupante no caso brasileiro, uma vez que 40% dos lares são chefiados por mulheres (IBGE, 2015). Assim, para quase metade das famílias, simplesmente não há como conceber o “valor de uma mãe em casa”. Aceitar essa discrepância salarial como fato natural do mercado é um problema, porque perpetua a desigualdade e agrava a situação de vulnerabilidade social de cada família chefiada por mulher.
Podemos pensar também no efeito coletivo – outras pesquisas recentes, como a análise da McKinsey Global Institute (MGI) em 95 países, demonstram que seriam adicionados US$ 28 trilhões à economia global até 2025 se todos os países atingissem a plena igualdade econômica entre homens e mulheres. Isso representaria um acréscimo ao PIB global quase equivalente às economias dos Estados Unidos e da China juntas.
Calcula-se esse impacto com base na eliminação não apenas da atual diferença salarial entre homens e mulheres para um mesmo trabalho com a mesma formação, mas também de outros bloqueios ao potencial de desenvolvimento dos países. Isso inclui diversas formas de trabalho não remunerado (geralmente no cuidado de familiares), a sub-representação econômica (como a discriminação na concessão de crédito), a sub-representação política e as diversas formas de violência contra a mulher.
O ganho decorrente de uma maior equidade de gênero seria ainda maior em países em desenvolvimento. A América Latina, por exemplo, seria enormemente beneficiada, com um aumento estimado de 10% de seu PIB.
No caso do Brasil, dar à mulher a real opção de continuar com sua carreira sem ser prejudicada – a despeito ou não de ter filhos – geraria um aumento de US$ 850 bilhões no PIB. O benefício também seria substancial em países desenvolvidos. No caso do Japão, país no qual as convenções sociais são muito fortes, o aumento de seu PIB seria de 13%.
 
São as tais “tradições” mencionadas por Cerbasi que estão levando o Japão a uma grave crise de natalidade, uma vez que o fardo da responsabilidade pelos filhos, carregado até o momento exclusivamente pela mulher, é alto demais para elas continuarem querendo tê-los. O país está tomando diversas medidas para mudar essa realidade que ameaça sua própria perenidade.
Adicionalmente, diversas evidências científicas demonstram que mulheres valorizadas na força de trabalho e na alta gestão das companhias geram maior inovação, melhores práticas em relação aos diversos grupos de interesse no negócio (stakeholders) e ao meio ambiente, além de apresentar maiores níveis de conformidade com a lei (compliance). Em outro trabalho recente, verificou-se que, para uma mesma infração ética no ambiente de trabalho, as mulheres eram punidas mais fortemente do que os homens. Ao serem mais pressionadas para exibir uma conduta ética, as mulheres acabam por se comportar mais dessa forma.
O valor de uma mulher no mercado de trabalho também tem reflexos na seleção dos melhores talentos. O Brasil é um dos países que mais sofrem com a escassez de profissionais qualificados. Em uma economia do conhecimento, essa falta na mão de obra é uma das responsáveis pelo menor desenvolvimento do país. Se as mulheres constituem 57% dos universitários e são a maioria entre os detentores de ensino superior (12,5% das mulheres completaram a graduação contra 9,9% dos homens), perdemos talentos quando elas se veem menos valorizadas no mercado de trabalho.
Ao entender que o filho não é responsabilidade exclusiva nem primordial da mulher, mas do casal e da sociedade, o chamado “risco associado ao gênero” deixará de existir. Aliás, essa é uma nova denominação para algo que já tem, há centenas de anos, nome e sobrenome: preconceito de gênero, vedado pela nossa Constituição e por diversos órgãos internacionais, como a ONU, para a qual erradicar preconceitos de gênero é uma meta do milênio.
 
É isso que permitirá à mulher escolher de fato o que é melhor para si e para seu arranjo familiar, a despeito de “tradições” que a limitam, bem como limitam a sociedade. Lugar de mulher é onde ela quiser e é nosso dever buscar fazer disso uma realidade para todas as brasileiras.
Fonte: Revista Época