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A lei, sancionada com vetos, estabelece as metas e prioridades do governo para o ano seguinte e orienta a elaboração da lei orçamentária anual

O presidente Michel Temer sancionou, com vetos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2018. A LDO estabelece as metas e prioridades do governo para o ano seguinte e orienta a elaboração da lei orçamentária anual.

O texto sancionado está publicado na edição desta quarta-feira (9) do Diário Oficial da União.

Na mensagem presidencial enviado ao Senado, o governo justifica que vetou alguns pontos por “contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade”.

Um dos vetos foi ao item que registrava que o Executivo adotaria providências e medidas, inclusive com o envio de proposições ao Legislativo, com o objetivo de reduzir o montante de incentivos e benefícios de natureza tributária, financeira, creditícia ou patrimonial.

A justificativa ao veto é que “o dispositivo poderia tornar ilegal medidas de caráter concessivo que se apresentem prementes ao longo do exercício.”

Outro ponto vetado é o que previa que projetos de lei e medidas provisórias relacionadas ao aumento de gastos com pessoal e encargos sociais não poderiam ser usados para conceder reajustes salariais posteriores ao término do mandato presidencial em curso.

O governo argumentou que “a limitação prejudica a negociação das estruturas salariais com os servidores dos três poderes, impondo um marco final curto para a concessão de reajustes salariais”.

O texto lembra que muitas vezes reajustes são concedidos de forma parcelada em mais de um exercício fiscal.

Entenda a LDO

A LDO define as metas e prioridades do governo para o ano seguinte, orienta a elaboração da lei orçamentária anual e fixa limites para os orçamentos dos poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público.

O texto sancionado mantém a meta fiscal proposta pelo governo e prevê, para 2018, um deficit primário de R$ 131,3 bilhões para o conjunto do setor público consolidado (que engloba o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais), sendo R$ 129 bilhões para os orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União e R$ 3,5 bilhões para o Programa de Dispêndios Globais.

A LDO estipula o aumento do salário mínimo de R$ 937 para R$ 979. Também projeta um crescimento real da economia brasileira de 2,5%, taxa básica de juros (Selic) em 9%, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,5% no ano e o dólar a R$ 3,40 no fim de 2018.

Esta será a primeira LDO a entrar em vigor após aprovação do teto de gastos públicos, que atrela os gastos à inflação do ano anterior, por um período de 20 anos.

 

Fonte: Agência Brasil

 

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A Constituição deixou de ser piso de direitos para ser teto
 

O mundo passa por profundas transformações econômicas e políticas. A produção econômica muda com a globalização do domínio do capital financeiro sobre a propriedade das empresas e das reservas naturais. Aos investidores são oferecidos rápidos e crescentes retornos, que engordam a riqueza já extremamente concentrada.

Uma nova onda de mudanças tecnológicas integra plataformas de produção de bens e serviços em âmbito global e acelera as mudanças. A tecnologia substitui, em quantidades inimagináveis, a força de trabalho humana, desempregando e submetendo os trabalhadores à precarização, insegurança, ansiedade, pobreza, ao desespero e a outros tipos de mazelas ainda desconhecidas.

Na vida política, as democracias cada vez mais são entendidas pelo mercado como um mal necessário, a ser limitado. As instituições são sistematicamente fragilizadas, controladas e induzidas para resultados esperados pelo mercado; os poderes Executivo e Legislativo, submetidos ao controle do dinheiro, enquanto o Judiciário é animado a ser o vigilante garantidor da propriedade, dos valores e direitos do capital.

Há liberdade para consentir, há repressão se divergir e, se necessário, eliminam-se oposições. A política se curva ao deus dinheiro.

Os meios de comunicação e as redes sociais espalham ideias, valores e induzem comportamentos. As classes médias, serviçais ideológicas dos ricos, exprimem o ódio aos pobres, negros, imigrantes e a todos os excluídos.

O Brasil se integrou plenamente neste jogo. Simultaneamente, realizam-se no país enormes transferências das riquezas naturais e empresas, estatais e privadas, ao capital internacional.

Uma desnacionalização em magnitude desconhecida no mundo capitalista se opera em meses, esquartejando empresas, desprotegendo reservas naturais, abrindo espaço aéreo e marítimo, enfim, vendendo barato, cedendo, tudo feito para o bom e livre funcionamento do mercado. Silenciosa, essa operação de ataque ao país acontece enquanto parte da nação desconhece o que ocorre e a outra olha atônita, sem acreditar no que vê.

Nesse movimento, a mudança constitucional, que colocou limites aos gastos públicos federais, promete deixar o Estado reduzido à metade, em 20 anos, definindo por duas décadas o espaço fiscal da democracia e do voto!

O programa de desestatização é financiado com dinheiro público, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). As imensas dividas das empresas com impostos são perdoadas.

A grave crise econômica coloca os patrimônios produtivos à venda a preço de banana. Terras, minérios, água potável e florestas oferecidos a estrangeiros. Investidores, empresas privadas e estatais do mundo inteiro adquirem por precinho módico riquezas únicas!

Recentemente, em mais um lance ousado, Legislativo e Executivo transformaram profundamente a legislação trabalhista. A lei deixou de ser um sistema protetor dos trabalhadores para passar a proteger as empresas.

A reforma alterou a hierarquia normativa em que Constituição, legislação, convenções coletivas e acordos eram pisos progressivos de direito. A partir de agora, a Constituição passa a ser um teto, a legislação, uma referência de direitos que poderão ser reduzidos pelas convenções; os acordos poderão diminuir garantias previstas em leis e convenções e; o indivíduo poderá abrir mão de muito do que foi conquistado a duras penas.

Os trabalhadores e os sindicatos “ganharam o livre direito” para reduzir salários, garantias, flexibilizar contratos, ampliar ou reduzir jornada, quitar definitivamente, na presença coercitiva do empregador, os direitos.

O acesso dos trabalhadores à justiça foi limitado. Já as empresas ganharam inúmeros instrumentos que dão a máxima garantia e proteção jurídica e estão livres e seguras para ajustar o custo do trabalho.

São parte das mudanças vários novos contratos de trabalho (tempo parcial, trabalho temporário, trabalho intermitente, autônomo exclusivo, terceirizado sem limite, teletrabalho) que permitem ajustar o volume de trabalho à produção no dia, na semana, no mês, ao longo do ano.

Esses contratos podem ter ampla flexibilização em termos de jornada (duração, intervalos, férias, banco de horas etc.). As definições do que é salário são alteradas e os valores podem ser reduzidos, assim como outras obrigações legais. A demissão é facilitada, inclusive a coletiva, com formas diversas de quitação definitiva de débitos trabalhistas.

O poder de negociação dos sindicatos é fragilizado, com o “novo poder” de reduzir direitos, a interposição de comissões de representação dos trabalhadores, nas quais é proibida a participação sindical, ou com o empoderamento do indivíduo para negociar diretamente, medidas que, enfim, quebram o papel sindical de escudo coletivo e protetor.

Como já ocorre em outros países que adotam mecanismos semelhantes, os trabalhadores serão incentivados e estimulados, por meio de inúmeras práticas antissindicais e de submissão patronal, a não apoiar ou financiar os sindicatos. Ficarão submetidos ao poder das empresas, pressionados para aceitar acordos espúrios diante do medo de perder o emprego.

A Justiça do Trabalho, que agora será paga, terá sua tarefa reduzida à análise formal dos pleitos. A lei criou uma tabela que precifica o ônus da empresa até, no máximo, 50 vezes o salário do trabalhador!

São mais de 300 alterações na legislação trabalhista operando um verdadeiro ataque aos trabalhadores. A reforma trabalhista brasileira é um exemplo extremo, comparada a outras 640 realizadas em 110 países entre 2008 a 2014.

Mas a vida em sociedade tem caráter de um jogo em aberto, que exige fôlego para continuar permanentemente correndo e lutando para mudar o resultado. A história mostra que os oprimidos e derrotados constroem suas respostas, sempre!

Não há outro caminho que não seja o da resistência em todas as frentes. Será preciso unir os que discordam da maldade embutida nas reformas e na opção colonialista de entrega da soberania nacional.

Essa nova legislação ampliará os conflitos trabalhistas e, provavelmente, os sociais. E, depois de deflagrados, será difícil contê-los.

O projeto que sustenta essa reforma trabalhista é social e politicamente medíocre, porque desconsidera que o processo civilizatório, no capitalismo, significou a estruturação de um mercado regulado na produção e distribuição dos resultados por instituições fortes, diálogo social e organizações representativas.

CLEMENTE GANZ LÚCIO

FONTE:PODER360

 

 

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Acidente aconteceu durante a madrugada desta sexta-feira (11) no Porto de Santos.

Cerca de 45 contêineres caíram do navio mercante "Log in Pantanal", que estava aguardando para entrar no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. O acidente aconteceu durante a madrugada desta sexta-feira (11) e interrompeu a navegação no canal do Porto.

Imagens obtidas pelo G1 mostram o trecho do acidente. Segundo testemunhas, alguns compartimentos chegaram a abrir por conta da força da maré e a carga ficou espalhada. Ainda não há informações sobre os produtos que eram armazenados nos contêineres que acabaram caindo no mar. A carga, porém, se espalha por dezenas de metros da região portuária.

De acordo com informações da Marinha do Brasil, a queda ocorreu entre 1h30 e 3h. Para evitar qualquer risco à navegação, o tráfego no canal do Porto de Santos foi interrompido. A navegação foi liberada completamente às 8h40.

A agência do navio foi acionada e um inquérito administrativo será instaurado para levantar as causas e responsabilidades. A Marinha do Brasil alerta aos navegantes para terem atenção na área. Os contêineres ainda não foram retirados do local.

De acordo com informações apuradas pelo G1, o navio operou na Embraport e voltou para a barra para aguardar autorização para seguir para a BTP. Já no local, a suspeita é que os contêineres tenham caído por conta da agitação do mar.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) foi notificada sobre a ocorrência e monitora junto com a autoridade portuária os procedimentos adotados para retirar os contêineres da água. O Ibama ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.

Em nota, a Codesp confirmou que o acidente aconteceu por volta das 3h, fundeadouro 3 (na Barra), fora do Porto Organizado. Ainda em nota, a Codesp disse que Capitania dos Portos de São Paulo e a Praticagem farão levantamento para identificar o local exato da queda dos contêineres.

Ação de piratas

A Companhia Marítima da Polícia Militar Ambiental informou que as equipes estão no mar desde o início da manhã orientando tripulantes de embarcações quanto ao risco de acidentes na área onde houve a queda dos contêineres. O objetivo também é coibir a ação de piratas e verificar eventual dano ambiental.

As equipes orientam ocupantes de barcos de esporte e recreio, além de pescadores amadores, que geralmente não são da região. Além disso, a patrulha visa evitar furtos das mercadorias armazenadas nos contêineres, caso a caixa metálica seja rompida e os produtos permaneçam boiando.

 

Emprego tem reação modesta e Temer já fala em vencer “o fantasma do desemprego”

Na guerra contra a recessão, as empresas estão dando algum alento para o mercado de trabalho brasileiro. Em julho, foram criadas 35.900 vagas formais no país, ou seja, empregos com carteira assinada. Foi o quarto mês seguido de geração modesta de postos de trabalho e o quinto mês do ano positivo (em fevereiro também houve melhora) , segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho divulgado nesta quarta-feira. O presidente Michel Temer comemorou o resultado positivo e afirmou, pelo Twitter, que os novos postos de empregos formais mostram que o Brasil já está "vencendo o fantasma do desemprego".

A batalha para virar o jogo, no entanto, é voraz. O país conta hoje com 13,5 milhões de pessoas sem trabalho, segundo o IBGE. Enquanto isso, foram abertos 103.258 postos formais nos sete primeiros meses de 2017. Ainda assim, é uma luz no fim do túnel, se comparado ao mesmo período do ano passado, quando houve fechamento de 623.520 vagas.

Em julho foram criadas postos de trabalho no setor da indústria da transformação (12.594 vagas), no comércio (10.156 vagas) e no setor de serviços (7.714). Até mesmo a construção civil, que não gerava postos em 33 meses, apresentou um pequeno resultado positivo: 724 empregos.

“São empregos que não decorrem de uma sazonalidade e têm muito a ver com o poder de compra do consumidor”, comentou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira na coletiva de imprensa segundo a Agência Brasil. Para Nogueira, a liberação para saque do saldo das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) contribuiu com o resultado positivo.

Otimista, o ministro prevê, ainda, resultados melhores nos próximos meses."O Brasil não vai ter mais números negativos em emprego. No mês que vem, teremos números bem melhores", disse Ronaldo Nogueira.

O dia foi de boas notícias para o Governo, que também comemorou o resultado da inflação. O acumulado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 12 meses ficou em 2,71%, o patamar mais baixo desde fevereiro de 1999 e abaixo do piso da meta. "Sabe o que significa? Que os preços já não sobem mais a cada semana e seu dinheiro está mais forte", escreveu Temer em sua conta de twitter.

Aumento do mínimo e distribuição do lucro

À caça de uma agenda positiva, o presidente deve anunciar nesta quinta-feira outra medida que vai agradar os brasileiros. O Governo vai distribuir metade do lucro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) -  que corresponde a 7 bilhões de reais - entre as cerca de 240 milhões de contas do FGTS. O dinheiro vai ser depositado até o dia 31 deste mês, mas não poderá ser sacado sem justificativa. O valor só poderá ser retirado em situações específicas como já ocorre. A distribuição do lucro será proporcional ao saldo em cada conta do FGTS no fim de 2016, segundo o governo, que dará mais detalhes na tarde desta quinta-feira.

Nesta quarta-feira, o Governo  também sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO) para 2018 que traz uma estimativa de salário mínimo de 979 reais para o próximo o ano, um aumento de 4,4% em relação ao salário mínimo de 2017, que é de 937 reais.

Fonte: EL PAÍS

 

O Congresso Nacional, em Brasília.

Fundo de 3,6 bilhões de reais para campanhas, fim do voto proporcional, limitação de mandato de ministros de tribunais são algumas das alterações

Há 14 anos, a proposta de emenda constitucional de número 77 tramita na Câmara dos Deputados para discutir alterações nas regras eleitorais. Nos últimos dez meses, no entanto, ela passou a ganhar relevância por conta da criação de uma comissão especial para discutir as principais mudanças sugeridas pelos partidos. Hoje, essa PEC faz parte de um pacote de três projetos de lei elaborados para reformar o sistema político brasileiro. As outras propostas são a PEC 282/2016, já aprovada no Senado e que trata principalmente da vedação das coligações partidárias em eleições e estipula uma cláusula de barreira, e o projeto de lei da Reforma Política, que ainda precisa ser votada nas duas Casas e trata principalmente das regras da campanha eleitoral e cria tetos de gastos para os candidatos.

Com a crise política, na qual o país se envolveu desde o impeachment de Dilma Rousseff, passando pelas investigações da operação Lava Jato e chegando na delação da JBS, que implicou o presidente Michel Temer, o assunto ficou em segundo plano. Agora, há pouco menos de 13 meses das eleições, os parlamentares se apressam para votar esses três projetos porque qualquer alteração na lei eleitoral tem de ser feita a pelo menos um ano antes do pleito. Em outubro do ano que vem, o Brasil elegerá um novo presidente, 513 deputados federais, 27 governadores, 54 senadores e 1.059 deputados estaduais.

Na sequência estão os principais pontos aprovados na comissão da Câmara que trata especificamente da PEC 77/2003 – a proposta ainda precisa ser aprovada pelo plenário da Câmara e, posteriormente, pelo Senado.

Criação do Distritão para 2018

O que significa: em 2018, serão eleitos os deputados federais e estaduais que forem os mais votados pelos eleitores. Hoje, o sistema é proporcional. Para um parlamentar ser eleito, é preciso fazer um cálculo entre o número de votos que ele recebeu e o coeficiente eleitoral atingido por seu partido ou coligação. Em 2022, uma nova regra passaria a valer, o sistema distrital misto.

Principais patrocinadores: o presidente Michel Temer, o ex-deputado Eduardo Cunha, o PMDB, o DEM e outros partidos do centrão.

Pró: é o sistema mais simples de compreensão do eleitor. Quem teve mais votos, leva.

Contra: dificulta a renovação da Câmara e facilita a reeleição de quem já está nela. Acaba com a proporcionalidade e enfraquece os partidos. Pelas contas de cientistas políticos, entre 35% e 40% dos votos proporcionais seriam “desperdiçados”. Se estivesse em vigência em 2014, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o atual presidente da Câmara, não seria deputado, já que contou com o coeficiente eleitoral para se eleger.

Chance de ser aprovada no plenário: como se trata de uma PEC, são necessários 308 votos para aprová-la. Na comissão, os parlamentares ficaram bem divididos. Passou com 17 votos a favor, 15 contrários e 2 abstenções. Se essa proporção se repetir em plenário, ela deverá ser rejeitada. Assim, o atual sistema proporcional será mantido.

Sistema distrital misto para 2022

O que significa: para eleger deputados federais e estaduais, os eleitores votariam duas vezes. Um voto seria em um candidato de seu distrito e o outro em uma lista pré-determinada e divulgada pelos partidos políticos. Seriam eleitos o primeiro de cada distrito e, proporcionalmente, os deputados escolhidos pelos partidos mais votados. É semelhante ao sistema alemão, considerado como um dos mais igualitários do mundo.

Principais patrocinadores: PSDB e o relator da PEC, o deputado Vicente Cândido (PT-SP).

Pró: o sistema proporcional ficaria bem representado, segundo seus defensores. Os partidos se fortalecem e é estimulada discussões internas dos filiados.

Contra: corre-se o risco de “coronéis” agirem dentro dos partidos e só indicarem para as listas um grupo restrito de candidatos e concorrentes em cada distrito. Os opositores afirmam que a Câmara dos Deputados se tornaria uma grande Câmara Municipal, sem a discussão de temas relevantes de interesse nacional.

Chance de ser aprovada no plenário: em princípio havia um acordo quase consensual para essa aprovação. Agora, não está tão claro assim. O PT, o PCdoB e o PSOL, principais expoentes da oposição, que já defenderam a lista fechada, hoje são contrários a essa proposta. Dizem que, onde o sistema distrital misto foi implantado, os partidos de esquerda minguaram.

Fundo para financiar eleição

O que significa: com o fim da doação empresarial, os partidos reclamam que é difícil financiar suas campanhas eleitorais. O Fundo Especial de Financiamento da Democracia foi a salvação das legendas. Ele será composto por recursos da União e corresponderá a 0,5% da receita corrente líquida dos últimos 12 meses. Hoje, esse valor atingiria o montante de 3,2 bilhões de reais. Esse recurso é exclusivo para pagar as campanhas. O Fundo Partidário, que representa cerca de 800 milhões anuais aos cofres públicos, é um valor à parte e segue vigente.

Principais patrocinadores: quase a totalidade dos partidos com representação no Congresso.

Pró: a influência de negócios particulares na política seria reduzida. Se os recursos fossem bem aplicados, haveria transparência no seu uso.

Contra: valores que poderiam ser investidos em outras áreas, como saúde e educação, seriam destinados para campanhas eleitorais.

Chance de ser aprovada no plenário: a chance é altíssima, já que quase a totalidade dos partidos apoiam essa medida.

Mandatos de 10 anos para ministros de tribunais superiores

O que significa: atualmente, os ministros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas da União têm cargos vitalícios. Com essa regra, que nada tem a ver com eleição, os ministros teriam de cumprir um mandato de dez anos. Ela só valeria para os novos ministros. Os que já estão nas Cortes, continuariam sendo vitalícios. Uma dúvida, que não está clara no projeto, é como seria a escolha desses novos ministros.

Principais patrocinadores: a maioria dos partidos com representação na Câmara.

Pró: oxigena o Judiciário brasileiro e o aproxima de algumas cortes europeias, onde há mandato.

Contra: pode fazer com que alguns dos magistrados usem o cargo como uma ponte para entrar na vida política.

Chance de ser aprovada no plenário: é alto, apesar de a proposta poder ser considerada inconstitucional, já que trata de um tema alheio ao discutido pela matéria.

O que foi sugerido, mas não foi aceito ou acabou retirado da PEC

Emenda Lula- A proposta previa estender de 15 dias para oito meses antes das eleições o período em que candidatos não poderiam ser presos, salvo em caso de flagrante. O relator da PEC 77, Vicente Cândido (PT-SP), chegou a colocar essa sugestão no projeto que beneficiaria principalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alvo de uma série de ações penais. Diante da repercussão negativa, retirou a proposta.

Extinção dos cargos de vice – Constava da proposta inicial que não haveria mais chapa para concorrer aos cargos do Executivo. Assim, seriam extintas as figuras do vice-presidente, vice-prefeito e vice-governador. Mas a comissão rejeitou essa sugestão.

Extinção dos cargos de suplentes de senador – A sugestão era de que ao invés de dois suplentes, os senadores teriam apenas um. Em caso de vacância, ele seria substituído pelo deputado de seu partido e Estado que tivesse sido o mais votado. A proposta foi rejeitada e o número de suplentes de senador segue sendo o de dois.

O que será debatido por outros projetos

Fim das coligações – Já aprovada no Senado, a PEC 282/2016 está tramitando em uma comissão à parte na Câmara. Ela prevê o fim das coligações, criação de uma cláusula de barreira (o mínimo para um deputado ser elegido) que iniciaria em 1,5% dos votos de ao menos 14 Estados. A proposta está sendo relatada pela deputada Shéridan Anchieta (PSDB-RR) e deverá ir à votação no colegiado na próxima semana.

Pré-registro de candidatura – A proposta, que também está sendo discutida na Comissão da Reforma Política, prevê que os partidos façam um registro prévio de seus candidatos já em fevereiro. A ideia é que a Justiça Eleitoral possa analisar as fichas dos concorrentes com um maior prazo. As candidaturas, de fato, seriam lançadas após junho, quando ocorreriam as convenções partidárias. Na eleição passada, os tribunais eleitorais não conseguiram analisar todas as fichas dos concorrentes e isso gerou cassações futuras de mandatos. A ideia é evitar que candidatos fichas sujas possam disputar o pleito.

Regras para descompatibilização – Hoje, há cerca de 40 critérios diferentes para a descompatibilização de cargos. A ideia da proposta também discutida na comissão de reforma política é unificar um prazo. Juízes, por exemplo, podem deixar o cargo a menos de três meses da eleição. O objetivo é que todos que queiram concorrer deixem seus cargos no Executivo, no Ministério Público ou no Judiciário com pelo menos seis meses de antecedência.

O que nem chegou a ser debatido

Voto facultativo – Em nenhum momento os parlamentares colocaram em discussão o fim do voto obrigatório. Mesmo com altos índices de abstenção eleitoral nos últimos pleitos (atingiu 19%, nas eleições gerais de 2014, e 21%, no pleito municipal de 2016).

Limitação de reeleições para parlamentares – Hoje os deputados e senadores podem concorrer a quantos mandatos entenderem. Esse ponto jamais foi debatido pelo Congresso.

Modelo de parlamentarismo - Apesar dos esforços de parte da bancada do PSDB, o a mudança do regime de presidencialista para parlamentarista não está em debate neste momento.

FONTE: EL PAÍS

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(Reuters) - A comissão da reforma política na Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada desta quinta-feira, mudança na forma de eleição dos membros do Legislativo para o chamado "distritão" no lugar do atual sistema proporcional, e criou um fundo bilionário abastecido com recursos públicos para o financiamento de campanha.

O texto, cujos destaques serão votados ainda nesta quinta-feira, prevê a utilização do sistema conhecido como "distritão" para as eleições de 2018 e 2020. Depois de finalizada a votação na comissão especial, a matéria seguirá para o plenário da Câmara, e então para o Senado.

A reforma política está no centro das atenções diante da necessidade de o Congresso aprová-la até um ano antes das próximas eleições para que tenha validade no pleito de 2018.

O presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), já havia afirmado nesta semana que estava acertado entre os parlamentares nas discussões sobre a reforma a adoção do modelo eleitoral conhecido como "distritão" como transição para que se chegue no futuro ao voto distrital misto.

O "distritão" é um sistema majoritário em que são eleitos os deputados mais votados em cada Estado, enquanto no sistema distrital misto metade dos cargos seria preenchida a partir de uma lista fechada enquanto a outra metade seria definida pelo sistema de votação majoritária em distritos.

Atualmente os parlamentares são eleitos no modelo de voto proporcional, que leva em conta os votos recebidos pelo conjunto dos candidatos do partido.

De acordo com a Agência Câmara, deputados divergiram sobre o "distritão", que não estava no parecer apresentado pelo relator da proposta, deputado Vicente Candido (PT-SP), mas foi incluído por meio de destaque do PMDB. A inclusão da medida foi aprovada em votação acirrada, por 17 a 15.

O texto aprovado pela comissão especial também cria o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, a ser utilizado para o financiamento das campanhas. A proposta estabelece que o fundo contará com 0,5 por cento das receitas correntes líquidas do Orçamento, o que corresponde hoje a cerca de 3,5 bilhões de reais, de acordo com a Agência Câmara

Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro

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A Transpetro apresentou sua proposta final para o Termo Aditivo do ACT Mar 2015-2017 durante a reunião realizada nesta segunda-feira (07/08), na Sede, com os representantes sindicais dos marítimos.

Com relação à última proposta, a companhia flexibilizou a data de pagamento dos dois abonos, comprometendo-se a pagá-los em uma única parcela no dia 31 de agosto.

A proposta final mantém a iniciativa de adotar o regime de embarque 1×1, uma reivindicação histórica dos nossos marítimos. Nesse caso, os dias de desembarque serão contabilizados para o gozo de férias legais e/ou folgas remuneradas.

Igualdade salarial – A companhia se comprometeu a manter a igualdade de salário entre marítimo embarcado e desembarcado.

Hora extra e reajustes – Como a mudança do regime vai exigir aumento de pessoal, a companhia reiterou aos representantes da categoria a necessidade de implantação do Programa de Otimização de Custos de Pessoal da Frota (POC).

Condição de embarcado e desembarcado – A Transpetro se comprometeu a preservar o pagamento da hora extra tanto para o marítimo embarcado quanto para o desembarcado, conforme sistemática atual.

Soldada Base –  A empresa propõe também reajustar a tabela de soldada básica em 7,63% (ICV-Dieese acumulado até outubro de 2016) já no ACT Mar 2016-2017, cuja data-base é novembro de 2016, mantendo o valor da RMR.

Para o próximo acordo, o índice do reajuste na tabela da soldada básica seria o mesmo concedido pela empresa aos empregados de terra no ACT 2017, considerando o período de novembro de 2016 a outubro de 2017.

Além disso, a tabela de RMR dos empregados em regime de embarque só seria reduzida quando o empregado ingressasse no regime 1×1.

Adicional de embarque – Após o empregado entrar no regime 1×1, será extinto o Adicional de Embarque (ADE). Na nova rotina, há um substituto para cada marítimo, o que determina a existência de tripulações fixas. Isso agiliza o embarque e o desembarque e facilita a compensação dos dias que eventualmente permanecer a mais no navio.

Outro avanço da proposta final é o período de embarque que será de 60 x 60 para todos os navios. As embarcações que estiverem operando como cisterna manterão seus regimes atuais.

Os dias adicionais aos períodos de embarque serão contabilizados normalmente como dias de trabalho e gerarão dias de desembarque na mesma proporção dos dias adicionais de embarque.

Nesse aspecto, a companhia se comprometeu a programar o desembarque da tripulação na primeira estadia do navio em que haja segurança para movimentação de pessoas, desde que a movimentação de tripulantes seja permitida pelas autoridades locais, no período entre 50 e 70 dias de embarque.

Vale-refeição e/ou alimentação – A empresa propôs ainda a migração do pagamento da etapa para vale-refeição e/ou alimentação. A medida, a ser aplicada a todos os marítimos, vai representar um ganho para a categoria, pois cada empregado receberá um valor maior se comparado com a etapa.

Manutenção de direitos conquistados e Promoções – A proposta definitiva mantém todos os direitos conquistados pela categoria com relação à AMS/Petros, AMS pós-emprego, benefícios educacionais e farmácia, auxílio-creche, auxílio-cuidador, auxílio-acompanhante e Programa PAE, todos já reajustados, conforme tabela da Petrobras, em 8,57%.

Promoção – Por fim, a companhia se comprometeu ainda a priorizar a promoção dos marítimos próprios que estejam habilitados para categorias superiores às quais estão enquadrados atualmente, a fim de atender às necessidades de pessoal criadas com a implantação do novo regime. E, também, a elaborar estudo, em conjunto com as entidades sindicais, para a implantação de um Plano de Cargos e Salários para o quadro de mar.

É importante ressaltar que a implementação da proposta final da companhia aos marítimos exigirá uma disciplina forte no controle de custos e eficiência operacional, a fim de possibilitar que nossa frota mantenha uma operação segura e, ao mesmo tempo, competitiva no mercado.

A Transpetro destaca que essa proposta final reflete o grande esforço em melhorar o termo aditivo para adoção do regime 1×1 e aguarda o posicionamento favorável das entidades sindicais sobre o documento entregue no encontro.

Caso a proposta seja aceita pelos empregados, o cronograma de pagamento dos dois abonos e dos valores retroativos será o seguinte:

Assinatura até 23/08,  pagamento em 31/08

Os valores dos dois abonos e dos pagamentos retroativos podem ser consultados no Sistema de Atendimento ao Empregado (SAE): 08000256686.

Propostas para o Termo Aditivo do ACT Mar 2015-2017

– Adotar o regime de embarque 1×1 no prazo de seis meses após a assinatura do Termo Aditivo do ACT Mar 2015-2017;

– Pagar dois abonos salariais nos valores correspondentes a uma remuneração cada em 31 de agosto;

– Manter o pagamento da hora extra conforme efetuado atualmente;

– Manter a igualdade de salário embarcado e desembarcado;

– Reajustar a soldada básica em 7,63% (ICV-Dieese acumulado até outubro de 2016) com data-base de novembro de 2016, mantendo o valor da RMR;

– Na negociação do ACT Mar 2017-2019, com data-base de novembro de 2017, reajustar a soldada básica no mesmo índice de reajuste aplicado no ACT de Terra 2017-2019, considerando o período de novembro de 2016 a outubro de 2017, mantendo o valor da RMR;

– Elaborar estudo sobre Plano de Cargos e Salários;

– Extinguir o Adicional de Embarque (ADE);

– Migrar o pagamento da Etapa para vale-refeição/vale-alimentação para todos os marítimos;

– Manter todos os benefícios, já reajustados em 8,57%, conforme tabela Petrobras;

– Determinar que o período de embarque será de 60×60 em todos os navios da frota.

Com informações da Transpetro

 

 

Multipartidária e composta por representantes de 26 unidades federativas e de todos os partidos com assento no Senado, a “bancada dos parentes” é a mais numerosa da Casa. Maia, Caiado, Alves, Mello, Jereissati, Cunha Lima, Dias, Lobão, Tebet, Viana e Suplicy são alguns dos atuais sobrenomes que acompanharam outros senadores nas últimas décadas. Não por acaso. Levantamento da nova edição da Revista Congresso em Foco revela que ao menos 59 dos 81 parlamentares no Senado têm ou tiveram familiares no exercício de mandatos políticos (veja abaixo a relação com o respectivo parentesco). Isso representa mais de 73% dos integrantes da Casa. No Nordeste esse fenômeno é ainda mais forte: alcança 21 dos 27 senadores (78%).
Calheiros, Neves, Barbalho, Requião, Nogueira, Jucá, Monteiro, Portela, Coelho, Raupp, Camelli, Capiberibe, Abreu,  entre outros, também são sobrenomes que se repetem no exercício de outros mandatos políticos, por meio de irmãos, filhos, avôs, pais, netos, sobrinhos e cônjuges com passagem por governos estaduais, prefeituras e pelo Parlamento. Atualmente 21 famílias têm, ao mesmo tempo, representantes na Câmara e no Senado.
Os três senadores de dez estados no Senado têm ou tiveram parentes políticos. No DEM, de Ronaldo Caiado (GO) e José Agripino Maia (RN), no PDT e no PR, ninguém foge desse perfil. A mesma situação se dá com 19 dos 22  peemedebistas. Já no PSDB, quem tem a árvore genealógica mais enraizada na política é o senador Cássio Cunha Lima (PB), filho do ex-senador Ronaldo Cunha Lima,  pai do deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) e parente de quase uma dezena de outras lideranças.
Quatro senadores escolheram em casa os seus suplentes: Acir Gurgacz (PDT-RO) e Ivo Cassol (PP-RO) escalaram o pai; Eduardo Braga (PMDB-AM), a mulher e Edison Lobão (PMDB-MA), o filho. Todos já se licenciaram pelo menos uma vez do mandato e garantiram aos familiares o  gostinho de ser senador por algum período. A escolha de parente para a suplência é o segundo critério mais utilizado pelos parlamentares no Senado: o mais é dar a vaga a um dos principais financiadores da campanha eleitoral.
Dez das 13 senadoras também têm parentesco com algum político. Somente Fátima Bezerra (PT-RN), Regina Sousa (PT-PI) e Lídice da Mata (PSB-BA) fogem à regra. A única bancada estadual onde isso não ocorre atualmente é a do Rio de Janeiro, composta por Romário (Podemos-RJ), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Eduardo Lopes (PRB-RJ).
Professora, Fátima é a exceção que confirma a regra em seu estado. “Sou a primeira representante de origem popular do Rio Grande do Norte nos últimos 50 anos. Isso evidencia o quanto o tradicionalismo e o patrimonialismo estão presentes na  política. A maioria dessas famílias têm o controle dos meios de comunicação e dinheiro. Não é razoável que o parentesco seja traço marcante na nossa política”, critica.
Na Câmara, a história é semelhante: pelo menos 62% dos deputados têm raízes ou são precursores de famílias de políticos. Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), por exemplo, representa a quinta geração de um clã que está no Parlamento brasileiro desde 1821, antes mesmo da criação do Congresso Nacional, no tempo das Cortes Portuguesas do Brasil Colônia.
Para o cientista político Ricardo Costa Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em vez de diminuir, a influência do parentesco na política, herança da colonização portuguesa, tem crescido no país, principalmente por causa do encarecimento das campanhas eleitorais. Os números são tão expressivos que fazem o Brasil superar nesse quesito a Índia e sua conhecida sociedade de castas. Pesquisa publicada em 2011  pelo historiador britânico Patrick French mostra que 28% das cadeiras da Câmara indiana eram ocupadas por deputados com políticos na família.
“A política é cada vez mais um negócio de família no Brasil. As eleições estão cada vez mais caras. Muitos políticos bem sucedidos têm de organizar e  possuir uma estrutura de dinheiro, uma estrutura familiar política para beneficiá-los. Os candidatos mais fortes e com boas condições de elegibilidade concentram mais dinheiro e muitas vezes contam com a família na política. Isso é um fenômeno também de reprodução do poder político”, explica.
Segundo o professor José Marciano Monteiro, da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, não há como compreender o Brasil sem analisar as relações entre família e política. “Não existe a renovação que muitos cientistas políticos apontam no Congresso. Há renovação de agentes que pertencem às mesmas famílias, têm os mesmos hábitos, visão de mundo e práticas dos antecessores. As eleições apenas legitimam esses grupos”, argumenta o cientista social.
Na lista abaixo, há casos de congressistas que, a despeito do parentesco, ou não fizeram uso do sobrenome ou até que são adversários políticos. Casos, por exemplo, do senador Waldemir Moka (PMDB-MS), adversário político dos primos deputados Zeca do PT (PT-MS) e Vander Loubet (PT-MS), e de Reguffe (sem partido-DF), neto de um ex-deputado federal e sobrinho do ex-senador Sérgio Machado (PMDB-CE), com quem nunca teve afinidade política.
Existem, ainda, os que desbravaram sozinhos o espaço na política e agora preparam, dentro de casa, seus sucessores. Qualquer que seja a situação, é inegável que o capital político familiar representa uma vantagem em relação aos adversários e um atalho para o sucesso eleitoral.
Veja a relação dos senadores e seus parentes:
ACRE
Senadores
Gladson Cameli (PP) – Sobrinho do ex-governador Orleir Cameli e do ex-vice­governador do Acre César Messias.
Jorge Viana (PT) – Irmão do governador e ex-senador Tião Viana, filho do ex-deputado Wildy Viana e sobrinho do ex-governador Joaquim Macedo.
Sérgio Petecão (PSD) – Marido da suplente de deputada federal Marfisa Galvão, é irmão da vereadora Lene Petecão, de Rio Branco, e primo do ex-vereador Pedrinho Oliveira, também da capital do Acre.
ALAGOAS
Senadores
Benedito de Lira (PP) – Pai do deputado Arthur Lira (PP-AL) e padrasto de Marcelo Palmeira, vice-prefeito de Maceió.
Fernando Collor (PTC) – Filho do ex-senador e ex-governador Arnon de Mello e neto do ex-ministro do Trabalho Lindolfo Collor. Pai do ex-vereador de Rio Largo (AC) Fernando James e tio do ex-vice-prefeito de Atalaia (AC) Fernando Lyra Collor.
Renan Calheiros (PMDB) – Pai do governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), e irmão do deputado estadual Olavo Calheiros, do ex-deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB), que foi prefeito de Olinda, e de Robson Calheiros, ex-vereador de Maceió.  Remi Calheiros, seu outro irmão, e Olavo Calheiros Novais, seu pai, também foram prefeitos de Murici, município administrado hoje por Olavo Neto, sobrinho do senador.
AMAZONAS
Senadores
Eduardo Braga (PMDB) – Marido de Sandra Braga, que o substituiu como suplente no Senado enquanto ele era ministro.
Vanessa Grazziotin (PCdoB) – Casada com o ex-deputado estadual Eron Bezerra.
AMAPÁ
Senadores
Davi Alcolumbre (DEM) – Primo do deputado estadual Isaac Alcolumbre, do ex-vereador de Macapá Moisés Alcolumbre e do ex-suplente de senador Salomão Alcolumbre Junior.
João Capiberibe (PSB) – Marido da deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) e pai do ex-governador do Amapá Camilo Capiberibe.
BAHIA
Senadores
Otto Alencar (PSD) – Irmão do ex-prefeito de Simões Filho (BA) Eduardo Alencar.
CEARÁ
Senadores
Eunício Oliveira (PMDB) – Irmão da ex-prefeita de Lavras da Mangabeira (CE) Dena Oliveira, genro do ex-presidente da Câmara Paes de Andrade e tio do deputado estadual Danniel Oliveira.
Tasso Jereissati (PSDB) – É filho do ex-senador e ex-deputado federal Carlos Jereissati.
DISTRITO FEDERAL
Senador
Reguffe (sem partido) – Neto do ex-deputado federal Expedito Machado e sobrinho do ex-senador Sérgio Machado.
ESPÍRITO SANTO
Senadores
Magno Malta (PR) – É casado com a ex-deputada federal Lauriete.
Ricardo Ferraço (PSDB) – Filho do deputado estadual Theodorico Ferraço e enteado da deputada federal Norma Ayub (DEM-ES).
Rose de Freitas (PMDB) – Foi casada com o ex-vereador de Vitória Huguinho Borges, já falecido, e cunhada do ex-deputado estadual Sérgio Borges, conselheiro do TCE-ES. O pai deles, Hugo Borges, foi prefeito de Guarapari (ES).
GOIÁS
Senadores
Lúcia Vânia (PSB) – Foi casada com o ex-governador Irapuan Costa Junior. É irmã do ex-senador Moisés Abrão Neto e prima do ex-deputado Pedrinho Abrão. É tia do deputado federal Marcos Abrão (PPS-GO).
Ronaldo Caiado (DEM) – Herdeiro de uma das famílias políticas mais tradicionais de Goiás nos séculos 19 e 20, é neto do ex-senador Totó Caiado, sobrinho dos ex-senadores Emival Caiado e Brasil Ramos Caiado e do ex-deputado Elcival Ramos Caiado. Primo dos ex-deputados Brasílio Ramos Caiado, Mário Alencastro Caiado e Sérgio Caiado e do ex-governador de Goiás Leonino Di Ramos Caiado.
Wilder Morais (PP) – Irmão do ex-prefeito de Taquaral de Goiás Willis Morais.
MARANHÃO
Senadores
Edison Lobão (PMDB) – Marido da ex-deputada federal Nice Lobão e pai de Lobão Filho, suplente que exerceu o mandato em seu lugar enquanto era ministro.
João Alberto (PMDB) – Pai do deputado João Marcelo Souza (PMDB).
Roberto Rocha (PSB) – Filho do ex-governador do Maranhão Luiz Rocha, ex-deputado federal, e irmão do ex-prefeito de Balsas (MA) Luiz Rocha Filho.
MINAS GERAIS
Senadores
Aécio Neves (PSDB) – Neto do ex-presidente Tancredo Neves e do ex-deputado Tristão da Cunha, é filho do também ex-deputado Aécio Cunha. É primo do vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, e do deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ). É sobrinho-neto do ex-prefeito de Cláudio (MG) Múcio Tolentino.
Zezé Perrella (PMDB) – É filho de José Henrique Costa, ex-prefeito de São Gonçalo do Pará (MG), e pai do ex-deputado estadual Gustavo Perrella.
MATO GROSSO DO SUL
Senadores
Pedro Chaves (PSC) – Cunhado do ex-deputado estadual Jerson Domingos, conselheiro do TCE-MS, e da ex-vereadora de Campo Grande Tereza Name.
Simone Tebet (PMDB) – Casada com o deputado estadual Eduardo Rocha, é filha do ex-senador Ramez Tebet (PMDB-MS).
Waldemir Moka (PMDB) – Primo do ex-governador Zeca do PT, do ex-prefeito de Porto Murtinho (MS) Heitor Miranda e do deputado Vander Loubet (PT-MS).
MATO GROSSO
Senadores
Cidinho Santos (PR) – Irmão do ex-prefeito de Nova Marilândia (MT) Wener dos Santos.
Wellington Fagundes (PR) – Pai de João Antônio Fagundes Neto, que foi candidato a vice-prefeito de Rondonópolis (MT).
PARÁ
Senadores
Jader Barbalho (PMDB) – Pai do ministro Helder Barbalho, ex-prefeito de Ananindeua, marido da deputada Simone Morgado e primo do deputado José Priante, ambos do PMDB do Pará. Já foi casado com a deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA).
PARAÍBA
Senadores
Raimundo Lira (PMDB) – Irmão de Francisco Lira e genro de Bento Figueiredo, ex-prefeitos de Campina Grande (PB), e cunhado do ex-prefeito de Igaracy (PB) Olívio Bandeira.
Cássio Cunha Lima (PSDB) – Filho do ex-governador e ex-senador Ronaldo Cunha e pai do deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB). É sobrinho do ex-senador Ivandro Cunha Lima e primo de Romero Rodrigues, prefeito de Campina Grande. Também é primo dos deputados estaduais Bruno Cunha Lima e Arthur Cunha Lima Filho.
José Maranhão (PMDB) – Filho de Benjamin Maranhão e irmão de Wilma Maranhão, ex-prefeitos de Araruna. O pai do senador ainda foi prefeito de Cacimba de Dentro. É tio do deputado federal Benjamin Maranhão (SD-PB) e da ex-deputada estadual Olenka Maranhão.
PERNAMBUCO
Senadores
Armando Monteiro (PTB) – Filho do ex-deputado e ex-ministro Armando Monteiro Filho e neto do ex-governador Agamenon Magalhães. É primo do deputado Fernando Monteiro (PP-PE) e do ex-deputado José Múcio Monteiro, atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Fernando Bezerra Coelho (PSB) – Pai do deputado federal Fernado Coelho Filho, ministro de Minas e Energia, e do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho. É sobrinho do ex-governador de Pernambuco Nilo Coelho e do ex-deputado Osvaldo Coelho. É irmão do ex-deputado Clementino Coelho e primo do deputado federal Guilherme Coelho (PSDB-PE).
PIAUÍ
Senadores
Ciro Nogueira (PP) – Marido da deputada federal Iracema Portella (PP-PI), filho do ex-deputado Ciro Nogueira e neto do ex-prefeito de Pedro II (PI) Manoel Nogueira Lima. É genro da ex-deputada federal Myriam Portella e do ex-governador Lucídio Portella.
Elmano Férrer (PMDB) – Primo do deputado estadual Heitor Férrer (PSB-CE).
PARANÁ
Senadores
Alvaro Dias (Podemos) – Irmão do ex-senador Osmar Dias.
Gleisi Hoffmann (PT) – Casada com o ex-deputado federal e ex-ministro Paulo Bernardo.
Roberto Requião (PMDB) – Filho do ex-prefeito de Curitiba Wallace Thadeude Mello e Silva, é pai do deputado estadual Requião Filho e irmão do ex-deputado federal Maurício Requião. É tio do deputado federal João Arruda (PMDB-PR).
RIO GRANDE DO NORTE
Senadores
Garibaldi Alves Filho (PMDB) – Filho do ex-vice-governador e ex-senador Garibaldi Alves e pai do deputado federal Walter Alves (PMDB-RN). É sobrinho do ex-governador e ex-ministro Aluizio Alves e do ex-deputado estadual e ex-prefeito de Natal Agnelo Alves. É primo do ex-deputado Henrique Eduardo Alves e de Carlos Eduardo Alves, atual prefeito de Natal.
José Agripino (DEM) – Herdeiro de uma das mais famílias mais tradicionais da política do Rio Grande do Norte e da Paraíba, é pai do deputado Felipe Maia (DEM-RN) e primo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do ex-prefeito do Rio César Maia. É filho do ex-governador Tarcísio Maia, sobrinho do ex-senador João Agripino Maia Filho (PB) e primo do ex-deputado Lavoisier Maia. É parente da deputada Zenaide Maia (PR-RN), do ex-deputado João Maia e do deputado distrital Agaciel Maia. Outros parentes do senador exercem ou exerceram mandatos no Rio Grande do Norte.
RONDÔNIA
Senadores
Acir Gurgacz (PDT) – Filho do ex-vice-prefeito de Cascavel (PR) Assis Gurgacz, que exerceu mandato no Senado na condição de seu suplente, e irmão do deputado estadual Airton Gurgacz, ex-vice-governador de Rondônia.
Ivo Cassol (PP) – Filho de Reditário Cassol, suplente que já o substituiu no Senado e ex-prefeito de Colorado do Oeste. É irmão dos ex-prefeitos Nega Cassol, de Alta Floresta, e César Cassol, de Rolim de Moura (RO) e de Santa Luzia do Oeste (RO).
Valdir  Raupp (PMDB) – Casado com a deputada Marinha Raupp (PMDB-RO), irmão do suplente de deputado estadual Ademar Raupp e tio do ex-prefeito de Colniza (MT) Assis Raupp.
RORAIMA
Senadores
Angela Portela (PDT) – Casada com o ex-governador Flamarion Portela.
Romero Jucá (PMDB) – Pai do ex-deputado estadual Rodrigo Jucá e ex-marido da prefeita de Boa Vista, Teresa Surita.
Telmário Mota (PTB) – Marido de Suzete Mota e primo de Gelb Pereira, ex-deputados estaduais
RIO GRANDE DO SUL
Senadora
Ana Amélia (PP) – Viúva do ex-senador Octávio Cardoso.
SANTA CATARINA
Senadores
Dário Berger (PMDB) – Irmão do ex-deputado federal Djalma Berger, ex-prefeito de São José (SC).
Paulo Bauer (PSDB) – Filho do ex-prefeito de Jaraguúa do Sul (SC) Victor Bauer.
SERGIPE
Senadores
Antonio Carlos Valadares (PSB) – Pai do deputado Valadares Filho (PSB-SE) e filho de Josefa Matos Valadares e Pedro Almeida Valadares, ex-prefeitos de Simão Dias. Tio do ex-deputado federal Pedrinho Valadares.
Eduardo Amorim (PSDB) – Irmão do ex-candidato a deputado estadual Edivan Amorim e primo de Nenem Taxista, suplente de vereador em Capela (SE).
Maria do Carmo Alves (DEM) – Esposa do ex-governador de Sergipe João Alves Filho.
SÃO PAULO
Senadores
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) – licenciado, é ministro das Relações Exteriores
É filho do ex-deputado estadual Aloysio Nunes Ferreira.
Marta Suplicy (PMDB) – Foi casada com o ex-senador Eduardo Suplicy (PT), hoje vereador em São Paulo.
TOCANTINS
Senadores
Vicentinho Alves (PR) – Pai do deputado federal Vicentinho Junior (SD-TO) e primo do deputado estadual Paulo Mourão (PT).
Kátia Abreu (PMDB) – Mãe do deputado Irajá Abreu (PSD-TO) e do ex-vereador Iratã Abreu, de Palmas.

Fonte: Congresso em Foco

A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei (PLC 36/2013) que obriga a divulgação de valores arrecadados com fretes pela Marinha Mercante. O dinheiro arrecadado é usado na manutenção e desenvolvimento da indústria de construção naval.  A relatora do projeto na Comissão, senadora Regina Sousa (PT-PI), elogiou a proposta e sugeriu apenas ajustes. Segundo Regina, o projeto contribui para o controle dos cidadãos sobre as contas públicas. 

Fonte: PORTOS & NAVIOS

O governo federal não precisa do apoio de 308 votos de deputados federais para aprovar a parte da Reforma da Previdência que causará o maior impacto entre os trabalhadores mais vulneráveis. Enquanto a imposição de uma idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres depende de emenda ao artigo 201 da Constituição Federal, outras mudanças propostas podem ser desmembradas e passar como leis complementares ou ordinárias, apresentadas na forma de medidas provisórias pelo Palácio do Planalto.
Caso o clima político continue instável (a Procuradoria-Geral da República ainda está analisando o encaminhamento de uma nova denúncia contra Michel Temer), e a garantia de apoio de 308 deputados federais se torne tarefa literalmente custosa, o governo já sinalizou o desmembramento da proposta, buscando aprovar mudanças que demandem maioria absoluta ou simples.
De acordo com Diego Cherulli, vice-presidente da Comissão de Seguridade Social social da Ordem dos Advogados do Brasil-DF e diretor de assuntos parlamentares do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, dentre essas mudanças está o aumento da carência de 15 para 25 anos.
”A classe média não tem problema de jubilação do benefício. O pobre tem”, afirma Cherulli, referindo-se à necessidade de alcançar esse período de contribuição para poder pedir a aposentadoria. Para os mais pobres, a idade mínima já existe no Brasil uma vez que eles não conseguem se aposentar por tempo de contribuição (35 anos para homens, 30 anos para mulheres). ”Esse pessoal vai acabar perdendo o que contribuiu e tendo que procurar o Benefício de Prestação Continuada [BPC, o salário mínimo concedido a trabalhadores idosos pobres], que pode ser menor que a pensão que ele teria direito a receber.
Hoje, é necessário um mínimo de 180 contribuições mensais (15 anos) para poder se aposentar por idade (65 homens e 60 mulheres). Com a reforma, o número salta para uma carência de 300 contribuições (25 anos). Como explicado acima, isso não afeta diretamente os extratos superiores da classe média, que já contribuem por mais tempo ao sistema, mas a faixa de trabalhadores mais pobres que, contudo, não entram nas categorias de pobreza extrema, beneficiadas com o BPC.
Esse plano de contingência, que já estaria sendo discutido de acordo com fontes no governo ouvidas por este blog, é criticado por especialistas. ”Esse plano B é viável. Mas atinge uma gama da população que deveria ser protegida e não garante a segurança que o governo espera”, afirma Ivandick Rodrigues, professor de Direito na Universidade Presbiteriana Mackenzie e ex-presidente da Comissão de Previdência Complementar do Instituto dos Advogados Previdenciários. ”Porque da mesma forma que é fácil mudar uma lei ordinária ou complementar hoje, também será fácil voltar atrás no futuro, o que não garante a segurança jurídica para relações previdenciárias.”
”A depender da estratégia e da proposta do governo, os projetos teriam que ser apresentados por lei complementar à Constituição, o que demanda maioria absoluta [ou seja, 257 votos na Câmara], ou lei ordinária, que demanda maioria simples [ou seja, maioria dos presentes em sessões deliberativas com, pelo menos, 257 parlamentares]”, explica Marcus Barberino, juiz do Trabalho da 15a Região e com atuação em casos envolvendo grandes empresas, terceirização ilegal e fraudes previdenciárias.
Ao mesmo tempo, as regras para aposentadoria de trabalhadores rurais da economia familiar, extrativistas, pescadores, coletoras de babaçu, entre outros, também podem sofrer mudanças através de projetos de lei e não por propostas de emenda à Constituição. Nesse sentido está a mudança de 15 anos de comprovação de trabalho (com arrecadação de imposto previdenciário no momento da venda da produção) para 15 anos de comprovação de contribuição, com pagamento mensal de carnê. O que, dada às condições de vulnerabilidade social desse grupo, inviabilizará sua aposentadoria – conquistada cinco anos antes do restante dos trabalhadores urbanos e rurais, segundo a Constituição.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a maioria dos trabalhadores (52%) já se aposentaram por idade até 2014. Outros 18% por invalidez e 1% por acidentes. A modalidade de aposentadoria por tempo de contribuição (com um mínimo de 35 ou 30 anos) representa 29%. E dados da própria Previdência Social apontam que 79% dos trabalhadores que se aposentaram por idade apenas no ano de 2015 contribuíram menos de 25 anos. Sendo que 13,9% (entre 21 e 24 anos), 31% (entre 16 e 20 anos) e 34% (15 anos).
O mesmo Dieese afirma que, em 2014, a média de contribuição foi de 9,1 meses a cada ano. Porque a rotatividade do mercado de trabalho e a informalidade são grandes. Ou seja, para cumprir 15 anos de contribuição, considerando essa média de nove meses de contribuição a cada 12, uma pessoa precisa, na prática, de 19,8 anos para se aposentar. Subindo para 25 anos de mínimo, o tempo de contribuição efetivo terá que ser de 33 anos.
O problema é que, nas regiões mais pobres do país, a informalidade ultrapassa os 70%.
Isso não afeta tanto os servidores públicos, com estabilidade. O aumento na idade mínima de 65 e 62 anos para a maioria dos servidores que ingressaram na carreira até 2003 faz parte da proposta do relator da reforma na Câmara, Arthur Maia (PPSBA).

 

Fonte: Blog do Sakamoto / Uol

 

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Comissão especial aprova “distritão”; mas não passa no plenário

O que está ruim sempre pode piorar, no que se depender de alguns partidos na Câmara dos Deputados. A comissão especial que examina a PEC 77/03, que trata da Reforma Política, aprovou, por 17 votos a 15, novo sistema eleitoral, o “distritão”. Por esse sistema pode eleger-se para o Legislativo os candidatos mais votados, sem levar em conta os votos recebidos pelo partido. De autoria do PMDB, o destaque foi chancelado com apoio do PSDB, do DEM, do PP e do PSD.

Esta “inovação” visa apenas inviabilizar a perspectiva de grande renovação que se espera das eleições de 2018, em particular do Legislativo federal. Mas, dificilmente essa mudança passa no plenário. Por uma razão muito simples: dos atuais deputados, apenas 36 teriam suas eleições garantidas se o sistema vigorasse em 2014. 477 outros dependeriam de contas e combinações de resultados para ganharem suas cadeiras.

Frente contrária
Frente composta por deputados de vários partidos — PT, PCdoB, PSol, PHS, PR, PRB, PSD, PDT, além de parte do PSB e da Rede, e já tem mais de 200 votos — é contra esse sistema. E prometem atuar com vigor no plenário para barrar esse retrocesso que pode inviabilizar o clamor pela renovação do Congresso Nacional.

O movimento para substituir o sistema proporcional que vigora hoje no Brasil não é novo e ganhou força durante os debates sobre reforma política na antiga comissão que tratava do tema, em 2015, tendo sido defendido pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e pelo então vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP). O plenário da Casa rejeitou a adoção do "distritão" em votação realizada em maio de 2015.

Uma aberração
Embora o fato de mudar a composição do Parlamento pareça promissor, o sistema do “distritão” é um atraso em escala planetária. Em todo o mundo, só é usado em Vanuatu (arquipélago de 83 ilhotas no Pacífico), na Jordânia e no Afeganistão. E também no território britânico de Pit Cairn, uma ilha perdida no meio do nada, onde vivem apenas 57 pessoas, divididas em quatro famílias.

Trata-se, portanto, é uma aberração. Mas como a elite política brasileira também é um a aberração, essa maluquice pode prosperar se não houver um vigoroso movimento contrário.

Fonte:DIAP

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Nova lei prevê que o banco de horas poderá ser negociado também por acordo individual entre patrão e empregado

A aprovação da reforma trabalhista irá alterar uma série de regras do cotidiano do trabalhador. Apesar de as mudanças serem validas apenas a partir de novembro deste ano, muitos questionamentos já estão surgindo entre empresas e empregados. Entre os pontos mais importantes da nova lei trabalhista está o banco de horas.

Segundo especialistas em Direito do Trabalho, a nova lei prevê que o banco de horas poderá ser negociado também por acordo individual entre patrão e empregado. Atualmente, o banco de horas é feito por meio de negociação coletiva com o sindicato.

De acordo com Danilo Pieri Pereira, sócio do Baraldi Mélega Advogados, atualmente a lei só permite que as horas excedidas possam ser compensadas em outro dia. “Isso vale desde que não excedam, no período de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de 10 horas diárias. Com a nova lei, continua mantido o banco de horas de um ano, por meio de norma coletiva. No entanto, haverá a possibilidade de as partes ajustarem diretamente a compensação em tempo menor, dentro do período máximo de seis meses, sendo que nesta hipótese fica dispensada a necessidade da intervenção do sindicato”, explica.

No caso de negociação direta com o patrão, a compensação das horas extras deve ser feita no prazo máximo de seis meses, com acordo individual por escrito. “A nova lei permite também a compensação das horas, independentemente de acordo escrito, no mesmo mês”, orienta o advogado Watson Pacheco da Silva, especialista em gestão empresarial, do escritório Yamazaki, Calazans e Vieira Dias Advogados.

Segundo Watson Pacheco, a sanção da reforma trabalhista deixou claro que poderão ser acrescidas horas extras à jornada normal de trabalho, desde que não ultrapassem o número de duas horas. “E isso pode ser feito por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, sendo que, por acordo individual escrito, a compensação ocorra no período máximo de seis meses, sendo lícito, também, que a compensação ocorra dentro do mesmo mês”, observa o especialista. 

Para João Gabriel Lopes, sócio do escritório Roberto Caldas, Mauro Menezes & Advogados, as alterações promovidas pela Lei nº 13.467/2017 relativas ao banco de horas consistem principalmente na possibilidade de o seu ajuste poder ser realizado mediante acordo individual escrito e de poder abranger, também, os trabalhadores contratados em tempo parcial. 

“A possibilidade de ajuste individual do banco de horas certamente gerará diversos questionamentos judiciais, na medida em que a Constituição expressamente determina que a compensação de jornada somente pode ser realizada por negociação coletiva. A nova lei prevê que, no caso de ajuste individual escrito, as horas deverão ser compensadas no prazo máximo de seis meses. Destaco, ainda, que a nova lei prevê a possibilidade de compensação, independentemente de acordo escrito, no interior do mesmo mês”.

João Gabriel defende que a nova legislação de banco de horas poderá ser prejudicial ao trabalhador. “Na prática, a empresa poderá usar seu poder para constrangê-lo a aceitar o acordo individual escrito de compensação de jornada, tornando muito mais incerta e insegura a prestação de horas extras. Provavelmente, também serão multiplicados os contratos de trabalho a tempo parcial, que garantem menos direitos aos trabalhadores. Pela nova regulamentação, os contratos a tempo parcial admitirão o acordo de compensação de jornada, o que era vedado anteriormente”.

Fonte: Portal Previdencia Total / Caio Prates