Enquanto o governo define o tamanho do pacote de medidas para reduzir os gastos com pessoal, o funcionalismo se prepara para a guerra. Representantes de diferentes sindicatos têm mantido reuniões para traçar estratégias contra o adiamento do reajuste de 2018 para 2019 e outras medidas, como a limitação do salário inicial de categorias a cerca de R$ 5 mil.
Várias carreiras já começam a discutir paralisações. A pressão também será grande no Congresso Nacional. Como os aumentos estão previstos em lei, qualquer mudança terá que passar pelo aval dos deputados e senadores. O adiamento deve ser enviado por medida provisória, o que garantiria a entrada imediata em vigor e já traria economia para o governo.
“Será uma pressão muito grande em cima dos parlamentares. É descumprimento dos acordos, o governo tem que respeitar a segurança jurídica também para os servidores”, afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, Jordan Pereira.
As categorias também ameaçam recorrer ao Judiciário para derrubar as medidas. “Com certeza uma das alternativas será recorrer à Justiça. Não vamos aceitar que o governo jogue isso na conta dos servidores. É um desmonte do serviço público federal”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco), Cláudio Damasceno.
Os sindicalistas criticam a limitação do salário inicial do funcionalismo. “Vai causar falta de atratividade. À medida que vai retirando todos os atrativos, você acaba comprometendo a qualidade do serviço público”, afirmou Damasceno.
No fim de 2015, o governo concedeu reajuste 10,8%, parcelado em dois anos para o chamado carreirão do Executivo, formado em sua maioria por funcionários da burocracia administrativa. Para as carreiras de Estado, que são formadas por funcionários geralmente de salários mais elevados e que atuam em áreas como arrecadação, fiscalização e segurança, o aumento foi de 27,9% em quatro anos: 5,5% em 2016; 6,99% em 2017; 6,65% em 2018; e 6,31% em 2019. São esses os servidores que serão atingidos agora pelo adiamento, entre eles auditores da Receita, Policiais Federais, analistas do Tesouro Nacional e do Banco Central.
Apesar das dificuldades fiscais do governo, os parlamentares são muitas vezes sensíveis às reivindicações do funcionalismo. No ano passado, o reajuste para os servidores do Judiciário, por exemplo, foi aprovado depois de inúmeras e barulhentas paralisações em frente e nos corredores do Congresso Nacional.
Em 2016, a então presidente Dilma Rousseff também teve que adiar o aumento já negociado com servidores, de janeiro para agosto. Naquela época, no entanto, o reajuste não estava previsto em lei, havia apenas sido acordado com as categorias.

Fonte: Estadão Conteúdo

 

Resultado de imagem para PRECONCEITO NO AMBIENTE DE TRABALHO


Ao longo do fim de semana, um texto escrito por um engenheiro do Google virou polêmica após ser compartilhado entre os funcionários da empresa nos EUA e publicado na internet. O “manifesto” sugere que a gigante de buscas emprega menos engenheiras porque homens têm uma vantagem biológica na profissão, e reclama das políticas de diversidade da empresa — onde mulheres são menos de um terço dos 76 mil funcionários globais.
A polêmica fez com que executivos da empresa se manifestassem condenando os comentários. A vice-presidente da área de diversidade e inclusão do Google, Danielle Brown, disse em uma carta aos funcionários que o texto “reforça ideias incorretas sobre gênero”. Ontem, o engenheiro foi demitido pela empresa
O estereótipo de que mulheres “combinam” menos com a profissão de engenharia é apenas um exemplo do que o mundo corporativo hoje chama de “viés”, ou preconceitos que permeiam o funcionamento da organização — que às vezes tomam a forma pública de um e-mail escrito por um funcionário, mas em maior parte agem de forma velada ou inconsciente
Uma pesquisa recente do Center for Talent Innovation, feita com a Universidade de Chicago, tentou medir o impacto que esses preconceitos têm na relação com o trabalho de quem sofre com eles. Os resultados mostram que, mais do que recrutar profissionais com origens e perfis diversos, as empresas precisam tentar criar um ambiente de trabalho mais inclusivo se quiserem retê-los.
O estudo, que teve a participação de 3.750 profissionais que atuam nos EUA, questionou se eles sentem que são preteridos em aspectos como sua habilidade profissional, comprometimento, inteligência emocional e presença executiva. Os resultados apontam que aqueles que reportam sentir preconceito em pelo menos duas dessas áreas são, por exemplo, três vezes mais propensos a planejar uma troca de emprego. 
Trinta e três por cento deles, na comparação com só 8% dos demais, sentem-se alienados com frequência no trabalho — uma parcela parecida diz ter deixado, inclusive, de expor suas ideias ou soluções para a equipe nos últimos seis meses. Eles também são bem menos propensos a dizer que têm orgulho da empresa onde atuam.
Na pesquisa, a percepção de preconceito se mostrou menor em algumas situações. Profissionais reportaram menos problemas desse tipo em empresas que têm diversidade no nível executivo, possuem gestores de equipe que agem de forma inclusiva e mantêm programas de “sponsorship”, ou patrocínio, no qual executivos advocam em prol de profissionais de grupos que são minorias dentro da empresa. 
“Ter líderes diversos é crucial para interromper o ciclo de preconceito”, diz Ripa Rashid, coautora do estudo e vice-presidente do Center for Talent Innovation. “Esses executivos servem como modelos para os funcionários, demonstram que a diferença é valorizada e que indivíduos com origem e perfil diversos podem ter sucesso na organização.”
 
Fonte: Valor Econômico

 

Resultado de imagem para EMPREGO

A sequência de quatro meses de geração líquida de empregos reforça a percepção de retomada, embora ainda lenta, de atividade em vários setores empresariais

O setor privado foi a grande fonte de criação de vagas com carteira em julho, quando 35.900 postos foram adicionados ao estoque de emprego. O resultado foi uma surpresa, porque analistas consultados pela imprensa vinham prevendo até uma retração temporária nas contratações. Com esse avanço, a geração líquida de empregos – diferença entre admissões e demissões – aumentou por quatro meses consecutivos. Essa sequência reforça a percepção de uma retomada, embora ainda lenta, de atividade em vários setores empresariais. A desocupação permanece muito alta, com mais de 13 milhões de pessoas em busca de trabalho, mas a melhora no segmento formal é um sinal sem dúvida alentador, especialmente porque o desemprego demora a cair quando a economia sai de uma recessão – no caso, a mais severa da história republicana.
Dois detalhes do quadro apresentado pelo Ministério do Trabalho, nesta semana, são particularmente animadores. O primeiro é a amplitude do movimento. O saldo de contratações foi positivo em cinco dos oito grandes setores cobertos pela pesquisa mensal. Durante algum tempo, a criação de vagas foi liderada, com folga, pela agropecuária – um reflexo do crescimento de várias lavouras. Em julho, o saldo de empregos foi positivo na indústria de transformação, no comércio, nos serviços, na agropecuária e na construção civil.
O segundo ponto especialmente estimulante, nesse quadro, é a liderança da indústria de transformação, com abertura líquida de 12.594 postos. Os empregos industriais normalmente oferecem as melhores condições de contratação, pela segurança, pelos salários diretos e pelos benefícios complementares. Além disso, os postos criados se incluem, quase sempre, entre os mais produtivos da economia urbana.
As contratações industriais de julho são mais um bom indício de recuperação da atividade no chamado setor secundário. Em junho, a produção da indústria cresceu em 9 dos 14 locais cobertos pela pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A variação geral de maio para junho foi nula, mas o dinamismo observado na maior parte dos locais da pesquisa confirma a amplitude da reativação. Em junho, o setor produziu 0,5% mais que um ano antes. No semestre, 0,5% mais que em igual período de 2016.
O resultado de 12 meses ainda foi 1,9% inferior ao do período imediatamente anterior, mas o movimento geral é claramente de recuperação. A indústria continua longe do nível de atividade anterior à recessão, mas cada novo levantamento parece confirmar a superação da pior fase. Parte da melhora é atribuível ao crescimento das vendas externas.
 
Os dois segmentos com maior criação de empregos em julho, o da indústria de alimentos, bebidas e álcool etílico e o dos fabricantes de material de transportes, estão entre os exportadores mais ativos.
Mas também a abertura de 10.158 postos no comércio, o segundo maior número, é um sinal muito bom. Os consumidores continuam cautelosos, por causa do desemprego ainda alto, mas o aumento das contratações é um sinal de animação dos empresários. Apesar da incerteza criada pela crise política iniciada em maio, eles parecem manter alguma boa expectativa quanto à evolução dos negócios. A oferta de empregos é um dado mais expressivo do que as sondagens, um tanto negativas, de confiança dos executivos do setor.
Com apenas 724 empregos criados em julho, a construção civil aparece em quinto lugar, o último, na lista dos grandes setores com resultados positivos. É um detalhe ruim, porque a construção pode ser especialmente importante como geradora de empregos e também como fonte de estímulos para a reativação geral da economia. A construção cria demanda para enorme número de indústrias, como a siderúrgica, a de concreto, a de máquinas, as de plásticos, vidros e metais não ferrosos, para ficar numa lista bem limitada. O governo pode fazer muito mais tanto para reativar as obras de infraestrutura quanto para animar o setor habitacional. Para isso, o primeiro passo é dinamizar alguns setores da própria administração federal.

 

Fonte: O Estado de S. Paulo

 Resultado de imagem para MINISTERIO DO TRABALHO

Ronaldo Nogueira disse que está sendo estudada uma forma de definir uma contribuição para suprir as despesas da convenção coletiva

Foi descartada pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, nesta quarta-feira (9) a possibilidade de ser criada uma nova contribuição sindical obrigatória ou qualquer outro tipo de imposto que venha a exceder o valor da que foi extinta pela reforma trabalhista.
“O imposto sindical passou no Brasil, não vai ter mais. [Também] não haverá contribuição maior que o imposto sindical", disse o ministro. Ele disse, porém, que está sendo estudada uma forma de se definir uma contribuição para suprir as despesas da convenção coletiva.
A ideia é estabelecer a remuneração de um dia de trabalho (valor da atual) como teto para essa possível nova contribuição. Quando da tramitação da reforma trabalhista, o presidente Michel Temer reuniu-se com representantes de centrais sindicais e acenou com uma compensação pelo fim do imposto sindical obrigatório em troca de apoio à proposta.
Espera-se que a nova contribuição esteja prevista na medida provisória (MP) que o Planalto prometeu para ajustar pontos polêmicos da reforma. No entanto, setores que defenderam o fim da contribuição sindical obrigatória, como a indústria, são contrários à criação de novo tributo.

Ronaldo Nogueira comentou nesta quarta-feira os resultados de julho do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. No mês passado, o país criou 35,9 mil vagas formais. Foi o quarto saldo positivo consecutivo e o quinto registrado no ano. No ano, o Brasil tem saldo positivo de 103.258 vagas formais.

Fonte: Agência Brasil

 

A ideia de elevar impostos para mais ricos produziu insólita parceria entre empresários e sindicalistas.
Assim que o governo expôs que estuda impor alíquota de até 35% de IR sobre salários acima de R$ 20 mil, a gritaria foi geral.
Mas, enquanto entidades patronais se recusam a discutir alta de impostos de qualquer espécie, os sindicatos acusaram "o caráter de desespero" da medida.
"Há uma busca por recursos onde é mais fácil", diz Ricardo Patah, da UGT.
A proposta, na avaliação de especialistas, não faria muito sentido se encaminhada de maneira isolada.
Um bom ponto de partida, dizem, seria mexer na tributação de profissionais que recebem como pessoa jurídica em regimes especiais, como Simples e lucro presumido, cuja alíquota média gira em torno de 15%.
Essa é a grande distorção de um sistema bastante desigual, diz Eduardo Fleury, do escritório FCR Law.
No Brasil, o grupo com renda média anual de R$ 5 milhões (0,05% mais rico) detém 8,2% da renda nacional. Na Colômbia, onde a concentração também é grande, a fatia fica em 5,4%.
Sergio Gobetti, economista do Ipea, endossa o fim de algumas isenções, como do lucro distribuído como dividendo de empresas fora de regimes especiais e de aplicações como LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito Agrícola).
"A isenção tributária desses títulos funciona como incentivo à poupança, diz José Roberto Afonso, pesquisador do IBRE/FGV. "A queda da arrecadação é estrutural, não tem saída fácil."
Para Bernard Appy, diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), o ideal é que houvesse uma diretriz clara da reforma do modelo tributário. "Infelizmente, a discussão vem sendo feita em termos de medidas para aumentar a arrecadação, e não para melhorar a qualidade do sistema tributário." 

Fonte: Folha de S. Paulo

 

Resultado de imagem para LDO SALARIO MINIMO

A lei, sancionada com vetos, estabelece as metas e prioridades do governo para o ano seguinte e orienta a elaboração da lei orçamentária anual

O presidente Michel Temer sancionou, com vetos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2018. A LDO estabelece as metas e prioridades do governo para o ano seguinte e orienta a elaboração da lei orçamentária anual.

O texto sancionado está publicado na edição desta quarta-feira (9) do Diário Oficial da União.

Na mensagem presidencial enviado ao Senado, o governo justifica que vetou alguns pontos por “contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade”.

Um dos vetos foi ao item que registrava que o Executivo adotaria providências e medidas, inclusive com o envio de proposições ao Legislativo, com o objetivo de reduzir o montante de incentivos e benefícios de natureza tributária, financeira, creditícia ou patrimonial.

A justificativa ao veto é que “o dispositivo poderia tornar ilegal medidas de caráter concessivo que se apresentem prementes ao longo do exercício.”

Outro ponto vetado é o que previa que projetos de lei e medidas provisórias relacionadas ao aumento de gastos com pessoal e encargos sociais não poderiam ser usados para conceder reajustes salariais posteriores ao término do mandato presidencial em curso.

O governo argumentou que “a limitação prejudica a negociação das estruturas salariais com os servidores dos três poderes, impondo um marco final curto para a concessão de reajustes salariais”.

O texto lembra que muitas vezes reajustes são concedidos de forma parcelada em mais de um exercício fiscal.

Entenda a LDO

A LDO define as metas e prioridades do governo para o ano seguinte, orienta a elaboração da lei orçamentária anual e fixa limites para os orçamentos dos poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público.

O texto sancionado mantém a meta fiscal proposta pelo governo e prevê, para 2018, um deficit primário de R$ 131,3 bilhões para o conjunto do setor público consolidado (que engloba o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais), sendo R$ 129 bilhões para os orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União e R$ 3,5 bilhões para o Programa de Dispêndios Globais.

A LDO estipula o aumento do salário mínimo de R$ 937 para R$ 979. Também projeta um crescimento real da economia brasileira de 2,5%, taxa básica de juros (Selic) em 9%, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,5% no ano e o dólar a R$ 3,40 no fim de 2018.

Esta será a primeira LDO a entrar em vigor após aprovação do teto de gastos públicos, que atrela os gastos à inflação do ano anterior, por um período de 20 anos.

 

Fonte: Agência Brasil

 

Resultado de imagem para INSS

Em decisão por maioria, a 1ª seção do STJ deu provimento a recurso do INSS em caso no qual reexame necessário agravou a situação do ente previdenciário, concedendo benefício mais vantajoso ao cidadão.
O segurado teve o benefício revisado por Tribunal, que reformou sentença que concedeu auxílio-doença para dar-lhe aposentadoria por invalidez, benefícios que são da mesma cobertura previdenciária. Para o INSS, tal concessão configuraria reformatio in pejus.
O relator, ministro Mauro Campbell, negou provimento ao recurso por entender que a remessa oficial atende ao interesse público e o ato de concessão do benefício é direito fundamental.
Em vista regimental, o relator acolheu os fundamentos da ministra Regina Helena Costa no sentido de que o próprio INSS tem norma (enunciado 5/93 do Conselho de Recursos da Previdência Social) que garante ao segurado o benefício mais vantajoso, cabendo ao órgão inclusive orientar o cidadão neste sentido. Assim, a própria autarquia tem que conceder o benefício mais vantajoso.
Para o relator, não se caracteriza reformatio in pejus contra a Fazenda quando o Tribunal, em sede de reexame necessário, reconhece ao segurado, sem recurso voluntário deste, o benefício mais vantajoso porque o interesse público está centrado neste reconhecimento.
A ministra Regina reiterou que essa é a diretriz da autarquia: “A autarquia determina que se dê o melhor benefício e que o servidor oriente o segurado. E no judicial não, diz que não pode? Não vejo reformatio in pejus, e sim uma conjugação de vontades.” Também este foi o entendimento do ministro Og.
A divergência foi inaugurada pelo ministro Napoleão Nunes Maia Filho, que deu provimento ao recurso do INSS por entender que a remessa de ofício não pode agravar a situação da Fazenda, qualquer que seja a espécie de direito.
“No provimento da remessa, que não tem contraditório, não há como apurar a adequação da pretensão do benefício mais vantajoso.”
Acompanharam os ministros Assusete Magalhães, Ségio Kukina (contrariedade à súmula 45), Gurgel de Faria (“estamos dando um passo além”).
 
Fonte: Migalhas 

Resultado de imagem para LOG IN NAVIO

Acidente aconteceu durante a madrugada desta sexta-feira (11) no Porto de Santos.

Cerca de 45 contêineres caíram do navio mercante "Log in Pantanal", que estava aguardando para entrar no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. O acidente aconteceu durante a madrugada desta sexta-feira (11) e interrompeu a navegação no canal do Porto.

Imagens obtidas pelo G1 mostram o trecho do acidente. Segundo testemunhas, alguns compartimentos chegaram a abrir por conta da força da maré e a carga ficou espalhada. Ainda não há informações sobre os produtos que eram armazenados nos contêineres que acabaram caindo no mar. A carga, porém, se espalha por dezenas de metros da região portuária.

De acordo com informações da Marinha do Brasil, a queda ocorreu entre 1h30 e 3h. Para evitar qualquer risco à navegação, o tráfego no canal do Porto de Santos foi interrompido. A navegação foi liberada completamente às 8h40.

A agência do navio foi acionada e um inquérito administrativo será instaurado para levantar as causas e responsabilidades. A Marinha do Brasil alerta aos navegantes para terem atenção na área. Os contêineres ainda não foram retirados do local.

De acordo com informações apuradas pelo G1, o navio operou na Embraport e voltou para a barra para aguardar autorização para seguir para a BTP. Já no local, a suspeita é que os contêineres tenham caído por conta da agitação do mar.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) foi notificada sobre a ocorrência e monitora junto com a autoridade portuária os procedimentos adotados para retirar os contêineres da água. O Ibama ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.

Em nota, a Codesp confirmou que o acidente aconteceu por volta das 3h, fundeadouro 3 (na Barra), fora do Porto Organizado. Ainda em nota, a Codesp disse que Capitania dos Portos de São Paulo e a Praticagem farão levantamento para identificar o local exato da queda dos contêineres.

Ação de piratas

A Companhia Marítima da Polícia Militar Ambiental informou que as equipes estão no mar desde o início da manhã orientando tripulantes de embarcações quanto ao risco de acidentes na área onde houve a queda dos contêineres. O objetivo também é coibir a ação de piratas e verificar eventual dano ambiental.

As equipes orientam ocupantes de barcos de esporte e recreio, além de pescadores amadores, que geralmente não são da região. Além disso, a patrulha visa evitar furtos das mercadorias armazenadas nos contêineres, caso a caixa metálica seja rompida e os produtos permaneçam boiando.

 

 

Resultado de imagem para EMPREGO FORMAL 
Segundo pesquisa, oportunidades estão principalmente no interior 
 
Desde outubro, Izabel Maria Tavares Silva, de 50 anos, esperava uma vaga na Fazenda Santa Irene, em Bebedouro, no interior do Estado de São Paulo. Em 13 de junho, ela começou na colheita da laranja. A produção da fazenda neste ano deve atingir 30 mil caixas (de 40,5 quilos), 10 mil a mais que a de 2016. Nos últimos meses, o clima favoreceu a citricultura nacional. A safra de 2017 será de 364,47 milhões de caixas, a maior em cinco anos. Também ajudou Izabel a realizar o sonho de ter um emprego com carteira.
— No passado, já tinha trabalhado com a laranja aqui. Mas deu uma seca e mandaram todo mundo embora.
O desempenho favorável da agropecuária e da indústria, especialmente de setores ligados à exportação, garantiu que Izabel e outros trabalhadores voltassem ao mercado. No 1.º semestre, entre demissões e admissões, 67.358 vagas com carteira foram abertas. Foi o primeiro resultado positivo em dois anos para o período. Também mais de 50% dos Estados — 14 de 26 — tiveram saldo positivo de emprego entre janeiro e junho. No Distrito Federal (DF), houve queda. No mesmo período de 2016, só quatro Estados estavam no azul, aponta um estudo do economista da Caged (Confederação Nacional do Comércio, Fabio Bentes, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
A maioria dos Estados que encerraram o semestre com saldo positivo de emprego está no Centro-Sul, exceto o Rio de Janeiro — onde foram destruídas 65,5 mil vagas — e o DF (mais informações abaixo). "Há um corte claríssimo entre o Centro-Sul e o Norte/Nordeste, onde a situação está muito ruim", disse.
Bentes ponderou que o resultado positivo do 1.º semestre é ainda tímido, cerca de 10% do saldo de vagas abertas no mesmo período de 2014, o último positivo.
— Mas, de fato, estamos diante de um início de recuperação: 2015 e 2016 foram anos de fechamento líquido de vagas.
Para o professor da Universidade de São Paulo Hélio Zylberstajn, o emprego formal parou de piorar no 1.º semestre.
— Houve estabilização e isso já é uma baita boa notícia.
Ele sustenta a opinião mostrando que, se forem expurgadas as vagas da agricultura, o saldo de postos dos demais segmentos de janeiro a junho deste ano foi negativo em 49,7 mil, muito inferior ao do mesmo período de 2016 (-621,7 mil), na mesma base de comparação.
Estados com agropecuária e indústria fortes conseguiram terminar o semestre com saldos positivos. O estudo da CNC confirmou a interiorização do emprego. No ranking das 20 cidades que mais geraram vagas no 1.º semestre só consta uma capital, Goiânia (GO). "Nenhuma das nove regiões metropolitanas teve saldo positivo no emprego", disse Bentes, argumentando que a agropecuária e a indústria estão fora desses locais.
Interior
Localizada no interior de São Paulo, Franca lidera a lista de cidades que mais geraram emprego. O saldo de vagas foi de 6.001 vagas no 1.º semestre. Dessas, 4.710 são da indústria do calçado, praticamente o mesmo número do 1.º semestre de 2016. "O fato de o emprego ter ficado estável já está bom, parou de piorar", disse presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca, José Carlos Brigagão do Couto.
Voltada para o sapato masculino, a indústria de Franca é sazonal: demite no último bimestre do ano e contrata no 1.º trimestre. Neste ano, o déficit entre as demissões do último bimestre de 2016 e contratações do 1.º trimestre foi o menor desde 2012. Neste ano, a sazonalidade do emprego está mais favorável porque as exportações no 1.º semestre subiram 2,12% em pares e 16,83% em dólar, por causa de novos mercados.
A reação do emprego com carteira, segundo Bentes, deve ser o lastro para a melhora do consumo nos próximos meses. Animada, Izabel, que acaba de se empregar na colheita de laranja, faz planos: "Tenho uns trenzinhos meio velhinhos, que a gente quer renovar: fogão, armário. Mas só mais para frente". 
 
Fonte: Agência Estado
 

 

 

O Congresso Nacional, em Brasília.

Fundo de 3,6 bilhões de reais para campanhas, fim do voto proporcional, limitação de mandato de ministros de tribunais são algumas das alterações

Há 14 anos, a proposta de emenda constitucional de número 77 tramita na Câmara dos Deputados para discutir alterações nas regras eleitorais. Nos últimos dez meses, no entanto, ela passou a ganhar relevância por conta da criação de uma comissão especial para discutir as principais mudanças sugeridas pelos partidos. Hoje, essa PEC faz parte de um pacote de três projetos de lei elaborados para reformar o sistema político brasileiro. As outras propostas são a PEC 282/2016, já aprovada no Senado e que trata principalmente da vedação das coligações partidárias em eleições e estipula uma cláusula de barreira, e o projeto de lei da Reforma Política, que ainda precisa ser votada nas duas Casas e trata principalmente das regras da campanha eleitoral e cria tetos de gastos para os candidatos.

Com a crise política, na qual o país se envolveu desde o impeachment de Dilma Rousseff, passando pelas investigações da operação Lava Jato e chegando na delação da JBS, que implicou o presidente Michel Temer, o assunto ficou em segundo plano. Agora, há pouco menos de 13 meses das eleições, os parlamentares se apressam para votar esses três projetos porque qualquer alteração na lei eleitoral tem de ser feita a pelo menos um ano antes do pleito. Em outubro do ano que vem, o Brasil elegerá um novo presidente, 513 deputados federais, 27 governadores, 54 senadores e 1.059 deputados estaduais.

Na sequência estão os principais pontos aprovados na comissão da Câmara que trata especificamente da PEC 77/2003 – a proposta ainda precisa ser aprovada pelo plenário da Câmara e, posteriormente, pelo Senado.

Criação do Distritão para 2018

O que significa: em 2018, serão eleitos os deputados federais e estaduais que forem os mais votados pelos eleitores. Hoje, o sistema é proporcional. Para um parlamentar ser eleito, é preciso fazer um cálculo entre o número de votos que ele recebeu e o coeficiente eleitoral atingido por seu partido ou coligação. Em 2022, uma nova regra passaria a valer, o sistema distrital misto.

Principais patrocinadores: o presidente Michel Temer, o ex-deputado Eduardo Cunha, o PMDB, o DEM e outros partidos do centrão.

Pró: é o sistema mais simples de compreensão do eleitor. Quem teve mais votos, leva.

Contra: dificulta a renovação da Câmara e facilita a reeleição de quem já está nela. Acaba com a proporcionalidade e enfraquece os partidos. Pelas contas de cientistas políticos, entre 35% e 40% dos votos proporcionais seriam “desperdiçados”. Se estivesse em vigência em 2014, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o atual presidente da Câmara, não seria deputado, já que contou com o coeficiente eleitoral para se eleger.

Chance de ser aprovada no plenário: como se trata de uma PEC, são necessários 308 votos para aprová-la. Na comissão, os parlamentares ficaram bem divididos. Passou com 17 votos a favor, 15 contrários e 2 abstenções. Se essa proporção se repetir em plenário, ela deverá ser rejeitada. Assim, o atual sistema proporcional será mantido.

Sistema distrital misto para 2022

O que significa: para eleger deputados federais e estaduais, os eleitores votariam duas vezes. Um voto seria em um candidato de seu distrito e o outro em uma lista pré-determinada e divulgada pelos partidos políticos. Seriam eleitos o primeiro de cada distrito e, proporcionalmente, os deputados escolhidos pelos partidos mais votados. É semelhante ao sistema alemão, considerado como um dos mais igualitários do mundo.

Principais patrocinadores: PSDB e o relator da PEC, o deputado Vicente Cândido (PT-SP).

Pró: o sistema proporcional ficaria bem representado, segundo seus defensores. Os partidos se fortalecem e é estimulada discussões internas dos filiados.

Contra: corre-se o risco de “coronéis” agirem dentro dos partidos e só indicarem para as listas um grupo restrito de candidatos e concorrentes em cada distrito. Os opositores afirmam que a Câmara dos Deputados se tornaria uma grande Câmara Municipal, sem a discussão de temas relevantes de interesse nacional.

Chance de ser aprovada no plenário: em princípio havia um acordo quase consensual para essa aprovação. Agora, não está tão claro assim. O PT, o PCdoB e o PSOL, principais expoentes da oposição, que já defenderam a lista fechada, hoje são contrários a essa proposta. Dizem que, onde o sistema distrital misto foi implantado, os partidos de esquerda minguaram.

Fundo para financiar eleição

O que significa: com o fim da doação empresarial, os partidos reclamam que é difícil financiar suas campanhas eleitorais. O Fundo Especial de Financiamento da Democracia foi a salvação das legendas. Ele será composto por recursos da União e corresponderá a 0,5% da receita corrente líquida dos últimos 12 meses. Hoje, esse valor atingiria o montante de 3,2 bilhões de reais. Esse recurso é exclusivo para pagar as campanhas. O Fundo Partidário, que representa cerca de 800 milhões anuais aos cofres públicos, é um valor à parte e segue vigente.

Principais patrocinadores: quase a totalidade dos partidos com representação no Congresso.

Pró: a influência de negócios particulares na política seria reduzida. Se os recursos fossem bem aplicados, haveria transparência no seu uso.

Contra: valores que poderiam ser investidos em outras áreas, como saúde e educação, seriam destinados para campanhas eleitorais.

Chance de ser aprovada no plenário: a chance é altíssima, já que quase a totalidade dos partidos apoiam essa medida.

Mandatos de 10 anos para ministros de tribunais superiores

O que significa: atualmente, os ministros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas da União têm cargos vitalícios. Com essa regra, que nada tem a ver com eleição, os ministros teriam de cumprir um mandato de dez anos. Ela só valeria para os novos ministros. Os que já estão nas Cortes, continuariam sendo vitalícios. Uma dúvida, que não está clara no projeto, é como seria a escolha desses novos ministros.

Principais patrocinadores: a maioria dos partidos com representação na Câmara.

Pró: oxigena o Judiciário brasileiro e o aproxima de algumas cortes europeias, onde há mandato.

Contra: pode fazer com que alguns dos magistrados usem o cargo como uma ponte para entrar na vida política.

Chance de ser aprovada no plenário: é alto, apesar de a proposta poder ser considerada inconstitucional, já que trata de um tema alheio ao discutido pela matéria.

O que foi sugerido, mas não foi aceito ou acabou retirado da PEC

Emenda Lula- A proposta previa estender de 15 dias para oito meses antes das eleições o período em que candidatos não poderiam ser presos, salvo em caso de flagrante. O relator da PEC 77, Vicente Cândido (PT-SP), chegou a colocar essa sugestão no projeto que beneficiaria principalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alvo de uma série de ações penais. Diante da repercussão negativa, retirou a proposta.

Extinção dos cargos de vice – Constava da proposta inicial que não haveria mais chapa para concorrer aos cargos do Executivo. Assim, seriam extintas as figuras do vice-presidente, vice-prefeito e vice-governador. Mas a comissão rejeitou essa sugestão.

Extinção dos cargos de suplentes de senador – A sugestão era de que ao invés de dois suplentes, os senadores teriam apenas um. Em caso de vacância, ele seria substituído pelo deputado de seu partido e Estado que tivesse sido o mais votado. A proposta foi rejeitada e o número de suplentes de senador segue sendo o de dois.

O que será debatido por outros projetos

Fim das coligações – Já aprovada no Senado, a PEC 282/2016 está tramitando em uma comissão à parte na Câmara. Ela prevê o fim das coligações, criação de uma cláusula de barreira (o mínimo para um deputado ser elegido) que iniciaria em 1,5% dos votos de ao menos 14 Estados. A proposta está sendo relatada pela deputada Shéridan Anchieta (PSDB-RR) e deverá ir à votação no colegiado na próxima semana.

Pré-registro de candidatura – A proposta, que também está sendo discutida na Comissão da Reforma Política, prevê que os partidos façam um registro prévio de seus candidatos já em fevereiro. A ideia é que a Justiça Eleitoral possa analisar as fichas dos concorrentes com um maior prazo. As candidaturas, de fato, seriam lançadas após junho, quando ocorreriam as convenções partidárias. Na eleição passada, os tribunais eleitorais não conseguiram analisar todas as fichas dos concorrentes e isso gerou cassações futuras de mandatos. A ideia é evitar que candidatos fichas sujas possam disputar o pleito.

Regras para descompatibilização – Hoje, há cerca de 40 critérios diferentes para a descompatibilização de cargos. A ideia da proposta também discutida na comissão de reforma política é unificar um prazo. Juízes, por exemplo, podem deixar o cargo a menos de três meses da eleição. O objetivo é que todos que queiram concorrer deixem seus cargos no Executivo, no Ministério Público ou no Judiciário com pelo menos seis meses de antecedência.

O que nem chegou a ser debatido

Voto facultativo – Em nenhum momento os parlamentares colocaram em discussão o fim do voto obrigatório. Mesmo com altos índices de abstenção eleitoral nos últimos pleitos (atingiu 19%, nas eleições gerais de 2014, e 21%, no pleito municipal de 2016).

Limitação de reeleições para parlamentares – Hoje os deputados e senadores podem concorrer a quantos mandatos entenderem. Esse ponto jamais foi debatido pelo Congresso.

Modelo de parlamentarismo - Apesar dos esforços de parte da bancada do PSDB, o a mudança do regime de presidencialista para parlamentarista não está em debate neste momento.

FONTE: EL PAÍS

Resultado de imagem para DESPESA PUBLICA

 

As bilionárias despesas com o serviço da dívida pública são praticamente “esquecidas” no debate realizado pela grande imprensa, pelo governo e pelo Parlamento. Nesse campo, registra-se o pagamento de cerca de R$ 511 bilhões em juros (nominais) pela União em 2016 (8,1% do PIB).

“Boi de piranha é uma expressão popular brasileira. Essa expressão designa uma situação em que um bem menor e de pouco valor é sacrificado para que em troca outros bens mais valiosos não sofram dano. Também pode referir ao sacrifício de um indivíduo na tentativa de livrar outro indivíduo (ou organização) de alguma dificuldade. A expressão origina-se do meio pecuarista, em referência a uma situação em que criadores de gado, ao atravessar um rio infestado de piranhas, abateriam um dos touros, já velho e/ou doente, atirando seu corpo, sangrando, ao rio, para atrair os peixes carnívoros enquanto os peões cruzavam o rio com o restante do rebanho” (https://goo.gl/paJuyM).

Se observado com cuidado o noticiário da grande imprensa (redes de televisão, rádios, jornais e suas projeções no ambiente eletrônico) nos últimos meses, seriam três os mais “pesados” itens nas despesas públicas: 1) gastos com a Previdência Social (com um déficit monstruoso e crescente); 2) despesas com agentes públicos, notadamente servidores públicos (remunerações, auxílios, benefícios e toda sorte de “privilégios”); e 3) a corrupção generalizada (que desvia os recursos que faltam para a prestação adequada de serviços públicos nas áreas de educação, saúde, segurança pública, cultura, lazer, etc).

Esses “elementos” funcionam, ao menos parcialmente, como verdadeiros “bois de piranha”. Embora inegavelmente significativos e carregando graves distorções (os dois primeiros itens, até porque o terceiro é uma distorção em si), como adiante tratado, são utilizados com enorme eficiência midiática para esconder grupos de despesas ou redutores de receitas bem mais relevantes.

O debate em torno das contas da Previdência Social (ou da Seguridade Social, como define a Constituição) não é fácil. Análises realizadas pelo governo, por organizações da sociedade civil e por especialistas apontam para conclusões completamente díspares. Apuram-se déficits e superávits, dependendo dos dados e métodos de contabilização utilizados.

Para além do debate em torno dos números da Previdência Social, existem dois elementos que dificultam enormemente a propaganda governamental no sentido da falência das contas previdenciárias. A Desvinculação de Receitas da União (DRU), efetivada por mais de vinte anos, subtraiu vultosos recursos da Seguridade Social para outros fins. A pergunta, então, é inevitável: qual o sentido de desviar recursos de uma área deficitária para outras áreas de atuação do Poder Público? Os fundos previdenciários, previstos pela Emenda Constitucional 20, de 1998, não foram constituídos pelos sucessivos governos. Esses importantes instrumentos de gestão financeira das contas previdenciárias permitiriam, com razoável precisão e facilidade, identificar a situação atual do sistema. Destaque-se que o relatório resumido da execução orçamentária da União em 2016 indica: 1) o pagamento de R$ 481,1 bilhões em benefícios previdenciários; 2) um déficit de R$ 138 bilhões de no âmbito do regime geral de Previdência Social; e 3) um déficit de R$ 77 bilhões no âmbito do regime próprio de Previdência Social dos servidores públicos federais.

Os gastos com as remunerações dos servidores públicos são consideráveis e integram um dos principais itens da despesa pública (não o mais relevante). Em 2016, segundo o relatório resumido da execução orçamentária da União, foram pagos 255,2 bilhões de reais em relação a pessoal e encargos sociais. Uma importante ponderação precisa ser realizada. “A cada 100 trabalhadores brasileiros, 12 são servidores públicos. A média é a mesma verificada nos demais países da América Latina, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Já nos países mais desenvolvidos, o percentual costuma ser quase o dobro — nesses locais, a média é de 21 funcionários a cada 100 empregados. Em nações como Dinamarca e Noruega, mais de um terço da população economicamente ativa está empregada no serviço público” (https://goo.gl/0oIHkC).

Existem graves problemas a serem equacionados nessa área com impactos na redução de despesas e atuação republicana da máquina estatal. Entre outros, destacam-se os seguintes: 1) necessidade de redução drástica (quase completa) de cargos comissionados; 2) supressão de benefícios indevidos (como o auxílio-moradia no Judiciário e no Ministério Público, utilização de carros oficiais e aviões da FAB, nos três Poderes, etc); e 3) fixação dos padrões remuneratórios das principais carreiras do serviço público (nos três Poderes e nas Funções Essenciais à Justiça) de forma conjunta, com definição das relações existentes entre elas e com sensibilidade social para os patamares fixados.

Reclamações crescentes são ouvidas acerca do custo de manutenção do Legislativo e do Judiciário. O relatório resumido da execução orçamentária da União em 2016 consigna gastos de: 1) R$ 7 bilhões com a função Legislativa e 2) R$ 31,2 bilhões com a função Judiciária. Esses valores são pouquíssimos expressivos ante uma despesa global da ordem de R$ 1,8 trilhão de reais. As razões para racionalização de despesas do âmbito do Legislativo e do Judiciário passam por: 1) supressão de privilégios e distorções; 2) redução de estruturas excessivas e desnecessárias; e 3) adoção de padrões republicanos de funcionamento da máquina estatal. A vertente da redução de despesas públicas é evidentemente secundária nessas searas.

Segundo estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o custo médio estimado da corrupção no Brasil está localizado entre 1,38% a 2,3% do PIB (https://goo.gl/hFYxoj). Tomando o PIB de 2016 como parâmetro, teríamos algo na casa de R$ 86 a R$ 143 bilhões em termos de corrupção. Essa projeção, importa destacar, envolve o numerário efetivamente empregado em práticas ilegais, os recursos que as empresas deixam de investir em atividades produtivas e a fuga de capitais. Entre outras medidas estruturais para uma enorme redução das práticas de corrupção estão: 1) a supressão quase completa das cadeias de comando e obediência definidas pelas nomeações políticas para cargos comissionados e 2) o fortalecimento significativo de medidas preventivas, como aquelas efetivadas pelos controles internos e pela advocacia pública.

As bilionárias despesas com o serviço da dívida pública são praticamente “esquecidas” no debate realizado pela grande imprensa, pelo governo e pelo Parlamento. Nesse campo, registra-se o pagamento de cerca de R$ 511 bilhões em juros (nominais) pela União em 2016 (8,1% do PIB).

Em 2015, o valor desembolsado foi de aproximadamente R$ 446 bilhões (7,4% do PIB). Já em 2014, o montante gasto foi de cerca de R$ 313 bilhões (5,4% do PIB). Os dados foram obtidos no site do Banco Central do Brasil (https://goo.gl/gBhrpQ). Decididamente, a administração da dívida pública e suas adjacências financeiras reclamam presença destacada na discussão em torno da despesa pública. Entre outras medidas, voltadas para a redução do estoque e do serviço, deveriam ser consideradas e submetidas a irrestrita transparência e controle social: 1) uma séria auditoria (exigência do art. 26 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias); 2) a gestão de sua evolução, inclusive com a supressão de mecanismos indevidos que viabilizam o seu contínuo crescimento; 3) a fixação da taxa de juros Selic (somente a manutenção de uma brutal transferência de renda da maioria da população para segmentos sociais extremamente minoritários justifica o patamar atual); 4) a gestão responsável das reservas monetárias internacionais; e 5) a revisão da política de realização de operações compromissadas e todas as formas de “ajuste de liquidez”.

A sonegação tributária, segundo vários estudos e análises, como aquele que sustenta o sonegômetro do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) (https://goo.gl/wMWAI), atinge o patamar de R$ 500 bilhões por ano. Uma atuação planejada, organizada e enérgica nessa área certamente produziria um fluxo considerável de recursos novos para o caixa do Poder Público.

As renúncias de receitas tributárias em conjunto (realizadas e projetadas), entre os anos de 2010 e 2018, alcançarão o patamar de 501,4 bilhões de reais. Somente no ano de 2015, as desonerações observadas representaram aproximadamente 106,7 bilhões de reais. Esses dados constam de análises efetivadas pela Receita Federal do Brasil.

Os subsídios de várias naturezas concedidos pelo governo constituem um capítulo especial em matéria de gastos públicos. A maior parte desses benefícios não aparece expressamente no orçamento discutido e aprovado no Congresso Nacional. “Segundo o Ministério da Fazenda, de 2003 a 2016 os subsídios embutidos em operações de crédito e financeiras somaram quase R$ 1 trilhão – R$ 420 bilhões do total foram para o setor produtivo” (Folha de S.Paulo, dia 6 de agosto de 2017). Essa revelação rendeu a seguinte e inusitada manifestação da jornalista Míriam Leitão: “Governo transfere mais recursos para os ricos do que para os pobres./As evidências se acumulam. Novos levantamentos esclarecem o grande problema do Brasil. Aqui, a transferência de dinheiro público beneficia especialmente os mais ricos, as grandes empresas. Mesmo o governo que falava em justiça social manteve a política e a ampliou quando esteve no poder. A falta de transparência é outro problema./(...) Esse sempre foi um problema no Brasil: o governo transfere mais recursos aos ricos do que aos pobres, e em geral de forma pouco transparente. Isso é preciso entender. Até o governo que chegou falando em reduzir a desigualdade social fez o mesmo de sempre, e até em maior escala./É assim que o Brasil se torna um dos mais desiguais do mundo. Dinheiro público, dinheiro do trabalhador é transferido paras empresas. Às vezes na base de propina”. (https://goo.gl/KNgTrF)

Esses quatro últimos elementos, entre outros também relevantes, praticamente somem do debate travado no seio da sociedade. Os “bois de piranha” representados pelas despesas previdenciárias, remuneratórias e com esquemas de corrupção consomem praticamente todo o tempo utilizado pela grande mídia e pelo governo. Essas outras questões, igualmente relevantes ou mais importantes, literalmente desaparecem do radar do cidadão e seus beneficiários agradecem efusivamente.

O equacionamento responsável da despesa pública no Brasil reclama uma atenção cuidadosa para todos os principais itens relacionados com os gastos públicos, sem esquecer ou desconsiderar nenhum deles. Com certeza, existe muito trabalho e margem de redução de dispêndios, de forma republicana, sensata e razoável, em todas as principais searas
(sem exceções) de efetivação do gasto público (direto ou na forma de redutores das receitas).

Aldemario Araujo Castro*

(*) Advogado, mestre em Direito, procurador da Fazenda Nacional e professor da Universidade Católica de Brasília (UCB)

Categoria: Agência DIAP

Resultado de imagem para TRANSPETRO

A Transpetro apresentou sua proposta final para o Termo Aditivo do ACT Mar 2015-2017 durante a reunião realizada nesta segunda-feira (07/08), na Sede, com os representantes sindicais dos marítimos.

Com relação à última proposta, a companhia flexibilizou a data de pagamento dos dois abonos, comprometendo-se a pagá-los em uma única parcela no dia 31 de agosto.

A proposta final mantém a iniciativa de adotar o regime de embarque 1×1, uma reivindicação histórica dos nossos marítimos. Nesse caso, os dias de desembarque serão contabilizados para o gozo de férias legais e/ou folgas remuneradas.

Igualdade salarial – A companhia se comprometeu a manter a igualdade de salário entre marítimo embarcado e desembarcado.

Hora extra e reajustes – Como a mudança do regime vai exigir aumento de pessoal, a companhia reiterou aos representantes da categoria a necessidade de implantação do Programa de Otimização de Custos de Pessoal da Frota (POC).

Condição de embarcado e desembarcado – A Transpetro se comprometeu a preservar o pagamento da hora extra tanto para o marítimo embarcado quanto para o desembarcado, conforme sistemática atual.

Soldada Base –  A empresa propõe também reajustar a tabela de soldada básica em 7,63% (ICV-Dieese acumulado até outubro de 2016) já no ACT Mar 2016-2017, cuja data-base é novembro de 2016, mantendo o valor da RMR.

Para o próximo acordo, o índice do reajuste na tabela da soldada básica seria o mesmo concedido pela empresa aos empregados de terra no ACT 2017, considerando o período de novembro de 2016 a outubro de 2017.

Além disso, a tabela de RMR dos empregados em regime de embarque só seria reduzida quando o empregado ingressasse no regime 1×1.

Adicional de embarque – Após o empregado entrar no regime 1×1, será extinto o Adicional de Embarque (ADE). Na nova rotina, há um substituto para cada marítimo, o que determina a existência de tripulações fixas. Isso agiliza o embarque e o desembarque e facilita a compensação dos dias que eventualmente permanecer a mais no navio.

Outro avanço da proposta final é o período de embarque que será de 60 x 60 para todos os navios. As embarcações que estiverem operando como cisterna manterão seus regimes atuais.

Os dias adicionais aos períodos de embarque serão contabilizados normalmente como dias de trabalho e gerarão dias de desembarque na mesma proporção dos dias adicionais de embarque.

Nesse aspecto, a companhia se comprometeu a programar o desembarque da tripulação na primeira estadia do navio em que haja segurança para movimentação de pessoas, desde que a movimentação de tripulantes seja permitida pelas autoridades locais, no período entre 50 e 70 dias de embarque.

Vale-refeição e/ou alimentação – A empresa propôs ainda a migração do pagamento da etapa para vale-refeição e/ou alimentação. A medida, a ser aplicada a todos os marítimos, vai representar um ganho para a categoria, pois cada empregado receberá um valor maior se comparado com a etapa.

Manutenção de direitos conquistados e Promoções – A proposta definitiva mantém todos os direitos conquistados pela categoria com relação à AMS/Petros, AMS pós-emprego, benefícios educacionais e farmácia, auxílio-creche, auxílio-cuidador, auxílio-acompanhante e Programa PAE, todos já reajustados, conforme tabela da Petrobras, em 8,57%.

Promoção – Por fim, a companhia se comprometeu ainda a priorizar a promoção dos marítimos próprios que estejam habilitados para categorias superiores às quais estão enquadrados atualmente, a fim de atender às necessidades de pessoal criadas com a implantação do novo regime. E, também, a elaborar estudo, em conjunto com as entidades sindicais, para a implantação de um Plano de Cargos e Salários para o quadro de mar.

É importante ressaltar que a implementação da proposta final da companhia aos marítimos exigirá uma disciplina forte no controle de custos e eficiência operacional, a fim de possibilitar que nossa frota mantenha uma operação segura e, ao mesmo tempo, competitiva no mercado.

A Transpetro destaca que essa proposta final reflete o grande esforço em melhorar o termo aditivo para adoção do regime 1×1 e aguarda o posicionamento favorável das entidades sindicais sobre o documento entregue no encontro.

Caso a proposta seja aceita pelos empregados, o cronograma de pagamento dos dois abonos e dos valores retroativos será o seguinte:

Assinatura até 23/08,  pagamento em 31/08

Os valores dos dois abonos e dos pagamentos retroativos podem ser consultados no Sistema de Atendimento ao Empregado (SAE): 08000256686.

Propostas para o Termo Aditivo do ACT Mar 2015-2017

– Adotar o regime de embarque 1×1 no prazo de seis meses após a assinatura do Termo Aditivo do ACT Mar 2015-2017;

– Pagar dois abonos salariais nos valores correspondentes a uma remuneração cada em 31 de agosto;

– Manter o pagamento da hora extra conforme efetuado atualmente;

– Manter a igualdade de salário embarcado e desembarcado;

– Reajustar a soldada básica em 7,63% (ICV-Dieese acumulado até outubro de 2016) com data-base de novembro de 2016, mantendo o valor da RMR;

– Na negociação do ACT Mar 2017-2019, com data-base de novembro de 2017, reajustar a soldada básica no mesmo índice de reajuste aplicado no ACT de Terra 2017-2019, considerando o período de novembro de 2016 a outubro de 2017, mantendo o valor da RMR;

– Elaborar estudo sobre Plano de Cargos e Salários;

– Extinguir o Adicional de Embarque (ADE);

– Migrar o pagamento da Etapa para vale-refeição/vale-alimentação para todos os marítimos;

– Manter todos os benefícios, já reajustados em 8,57%, conforme tabela Petrobras;

– Determinar que o período de embarque será de 60×60 em todos os navios da frota.

Com informações da Transpetro