No segundo trimestre deste ano, o Brasil tinha 2,924 milhões de pessoas em busca de emprego há dois anos ou mais, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No primeiro trimestre, esse contingente era um pouco menor, de 2,896 milhões de pessoas.
É natural que, com o prolongamento da crise, as pessoas passem mais tempo em busca de uma vaga no mercado de trabalho. A queda da taxa de desemprego no segundo trimestre frente ao primeiro permitiu, contudo, recuo no número de pessoas procurando vaga nas outras faixas de tempo pesquisadas.
De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o contingente de desempregados em busca de emprego há menos de um mês, contudo, recuou de 1,757 milhão para 1,451 milhão de pessoas do primeiro para o segundo trimestre, baixa de 17%.
A maior parte das pessoas desempregadas (6,745 milhões) buscava emprego de um mês a menos de um ano. Esse contingente era maior no primeiro trimestre deste ano, quando somava 6,975 milhões. De 1 ano a menos de 2 anos, eram 2,361 milhões no segundo trimestre, queda frente aos 2.548 milhões dos três meses anteriores.
Trabalhadores subutilizados
Segundo a Pnad Contínua, o país tinha 26,337 milhões de trabalhadores subutilizados no segundo trimestre, uma pequena redução em relação a 26,516 milhões nos três primeiros meses do ano. Um ano atrás, o número era de 22,651 milhões trabalhadores subutilizados.
Esse contingente inclui a população desempregada, subocupadas por insuficiência de horas (estão empregadas, mas gostariam e poderiam trabalhar mais) e a força de trabalho potencial (pessoas que não buscam emprego, mas estão disponíveis para trabalhar; ou que buscaram, mas não estavam disponíveis para trabalhar).
"Essa queda é pouca porque o mercado contratou mais pessoas subocupadas no segundo trimestre. O número de desocupados caiu, mas o de subocupados cresceu. Na prática, essa queda da população subutilizada está estatisticamente estável" disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
São pessoas que, na prática, gostariam de trabalhar ou de trabalhar mais, mas que não conseguem encontrar oportunidade.
O contingente de 26,3 milhões de trabalhadores subutilizado equivale a 23,8% da força de trabalho ampliada (que inclui a força de trabalho e a força de trabalho potencial). Esta é a chamada taxa de subutilização. Ela estava em 24,1% no primeiro trimestre deste ano. E em 20,9% no segundo trimestre de 2016.
De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, a taxa de subutilização apresentou queda na passagem do primeiro para o segundo trimestre nas seguintes regiões: Norte (27,4% para 26,8%), Nordeste (35,1% para 34,9%), Sudeste (21% para 20,9%), Sul (15,3% para 14,7%) e Centro-Oeste (18,3% para 17,4%).
A maior taxa de subutilização foi registrada no Estado do Piauí (38,6%). também Bahia (37,9%) e Maranhão (37,7%) apresentavam patamares elevadaos.
A menor estava em Santa Catarina (10,7%). Em São Paulo, a taxa era de 20,5% — estável frente ao indicador do primeiro trimestre.
No Nordeste, um em cada três trabalhadores está subutilizado. São 9,879 milhões de pessoas na região desempregadas, subocupadas por insuficiência de horas (empregadas, mas que gostariam e poderiam trabalhar mais) ou na força de trabalho potencial (pessoas que não buscam emprego, mas estão disponíveis para trabalhar; ou que buscam, mas não estão disponíveis para trabalhar).
De acordo com a Pnad Contínua, esse contingente representa 34,9% da força de trabalho da região (28.337 pessoas). Esta é a chamada taxa de subutilização no Nordeste, que supera a média nacional (23,8%) e também as demais regiões do país.
Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, a taxa de subutilização da mão de obra no Nordeste tem origem nos problemas crônicos da região (baixa escolaridade, falta de oportunidades), que acabaram sendo potencializados pela crise econômica atravessada pelo país.
Do contingente de subutilizados, 3,9 milhões estão desempregados, 2,5 milhões subocupados por insuficiência de horas e 3,4 milhões na força de trabalho potencial.
Subocupados
A informalidade que ajudou a reduzir a taxa de desemprego nacional no segundo trimestre deste ano trouxe um efeito colateral no mercado de trabalho: o aumento dos trabalhadores subocupados por insuficiência de horas (pessoas empregadas, mas que gostariam e poderiam trabalhar mais).
De acordo com a Pnad Contínua, esse contingente de trabalhadores cresceu de 5,258 milhões no primeiro trimestre deste ano para 5,829 milhões no segundo trimestre. “O crescimento da ocupação no segundo trimestre se deu por meio do aumento do trabalho por conta própria e por meio do emprego sem carteira assinada. Isso pode explicar o aumento de subocupados”, disse Azeredo.
Segundo ele, a crise também aumentou o número de pessoas na força de trabalho potencial (pessoas que não buscam emprego, mas estão disponíveis para trabalhar; ou que buscaram, mas não estavam disponíveis para trabalhar). Esse contingente cresceu de 6,231 milhões no segundo trimestre de 2016 para 7 milhões no segundo trimestre deste ano. “Parte disso são as pessoas que veem na internet e nos jornais que existe um crise no mercado de trabalho e não sai de casa para procurar”, disse Azeredo. Frente ao primeiro trimestre de 2017, o número ficou estável.
Taxa de desemprego
Como divulgado no fim de julho pelo IBGE, a taxa de desemprego do país foi de 13% no segundo trimestre deste ano, a primeira queda estatisticamente significativa desde o último trimestre de 2014.
Nesta quinta-feira, o instituto divulgou esse desempenho detalhado pelas grandes regiões e unidades da federação.
Em São Paulo, a taxa de desemprego foi de 13,5% no segundo trimestre deste ano, abaixo da apresentada entre janeiro e março (14,2%). Um ano atrás, a taxa estava em 12,2%. Já no Rio de Janeiro, o indicador passou de 14,5% no primeiro trimestre para 15,6% no segundo trimestre.
Fonte: Valor Econômico
Inicialmente, o prazo de cinco dias a partir da publicação da convocação terminaria no dia 5 de agosto
Termina nesta segunda-feira (21) o prazo para que beneficiários do auxílio-doença convocados pelo Diário Oficial da União (DOU) procurem o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para agendar nova perícia médica.
Os beneficiários convocados no dia 1º de agosto são aqueles com os quais o INSS não conseguiu entrar em contato por meio de cartas, que, devido às informações insuficientes ou erradas, foram devolvidas pelo Correios.
Inicialmente, o prazo de cinco dias a partir da publicação da convocação terminaria no dia 5 de agosto. No entanto, horas antes do fim do prazo, o Ministério do Desenvolvimento Social anunciou, por meio de nota enviada à imprensa, que a data limite estava sendo prorrogada para 21 de agosto.
A prorrogação foi divulgada um dia após a 20ª Vara Federal de Porto Alegre (RS) conceder liminar favorável à Defensoria Pública da União (DPU), que pedia que o INSS restabelecesse o pagamento de benefícios por incapacidade cancelados antes que os segurados tivessem passado por nova perícia.
Segundo Ana Luisa Zago de Moraes e Thales Arcoverde Treiger, respectivamente defensores públicos federais no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, beneficiários procuraram o órgão com a queixa de que não conseguiam agendar a data da perícia pela central telefônica do instituto e, mesmo assim, estavam tendo seus benefícios suspensos.
Na ação, os defensores públicos citam nominalmente exemplos de segurados que, embora só tenham conseguido agendar a perícia para novembro, tiveram o auxílio-doença suspenso. A liminar judicial tem abrangência nacional.
Quem recebe o seguro por incapacidade e não recebeu, pelo Correio, a convocatória para agendar a perícia, deve conferir se seu nome consta da lista publicada no dia 1º de agosto.
Os convocados devem entrar em contato com a Central de Teleatendimento do INSS, no número 135, e agendar a reavaliação. No momento da perícia, o segurado deve apresentar toda documentação médica que justifique o recebimento do benefício, como atestados, laudos, receitas e exames.
Caso o segurado se encontre internado ou enfermo e não puder comparecer à perícia, deverá pedir a uma pessoa de sua confiança que informe, em uma agência do INSS, sobre o impedimento. É necessário que esse representante apresente a identidade do segurado e um documento que comprove o impedimento. Com isso, ele poderá solicitar uma perícia hospitalar ou domiciliar.
O não atendimento à convocação ou o não comparecimento na data agendada pode levar o auxílio a ser suspenso ou cancelado.
Até meados de julho, foram realizadas quase 200 mil perícias em todo o país. Como resultado, 160 mil pessoas tiveram o benefício cancelado por não precisarem mais recebê-lo.
Fonte: Agência Brasil
Fonte: UOL
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação participativa (CDH) promove audiência pública, nesta sexta-feira (18), para discutir o chamado estatuto do trabalho. A iniciativa é de uma subcomissão temporária da CDH criada para aprofundar o debate sobre a reforma trabalhista — Lei 13.467/17, que vai entrar em vigor em novembro.
O requerimento é do senador Paulo Paim (PT-RS). Foram convidados para a audiência pública representantes do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait); da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (Anamatra); do Ministério Público do Trabalho (MPT); da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANMJT); da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat); da Associação Latino-Americana de Juízes do Trabalho (ALJT); do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit); e de centrais sindicais.
A reunião interativa está marcada para às 10h. Os interessados podem enviar comentários ou perguntas pelo Portal e-Cidadania ou pelo telefone do Alô Senado (0800 61 2211).
FONTE:DIAP
O mercado de trabalho deu sinais de melhora no segundo trimestre, mas puxado pelo aumento do subemprego. A taxa de subocupação cresceu 11,5% dos primeiros três meses do ano para o segundo trimestre, passando de 5,2 milhões para 5,8 milhões de trabalhadores, informou o IBGE.
Entram nessa categoria as vagas com jornada inferior a 40 horas semanais, atingindo pessoas que trabalham menos horas do que gostariam, por exemplo.
"Em um primeiro momento, a saída da crise se dá pela criação de vagas informais. Essas tem uma qualidade menor no emprego, e a subocupação é uma delas", afirmou o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
A taxa de desemprego no Brasil registrou, no segundo trimestre, a primeira queda desde o final de 2014. O total da população desocupada -que são desempregados em busca de oportunidade- somou 13,5 milhões de pessoas, queda de 4,9%. No período, o total de empregados formais permaneceu praticamente estável (recuo de 0,2%), enquanto o número de trabalhadores sem carteira assinada cresceu 4,3% e atingiu 10,6 milhões de pessoas.
Ao todo, o contingente da força de trabalho subutilizada –que inclui desempregados, subocupados e a força de trabalho potencial– chegou a 26,3 milhões de pessoas no segundo trimestre. Os dados constam da pesquisa ampliada da Pnad Contínua, divulgada nesta quinta-feira (17).
No primeiro trimestre esse grupo era ainda maior e havia somado quase 26,5 milhões de pessoas. "São essas pessoas que poderiam estar no mercado de trabalho de forma adequada mas não estão", destacou Cimar Azeredo.
Assim, a taxa de subutilização caiu para 23,8% no segundo trimestre. Entre janeiro e março, o índice estava em 24,1%.
NA FILA
Cerca de 38,5% dos desempregados no segundo trimestre estavam procurando trabalho havia mais de um ano, segundo a Pnad Contínua. Isso quer dizer que dos 13,5 milhões de desempregados no país, 5,2 milhões de pessoas estavam na fila da desocupação por esse longo período. Quanto mais a crise econômica se prolonga, mais tempo o trabalhador fica na fila da desocupação, frisou Cimar Azeredo.
No primeiro trimestre deste ano, esse contingente somava cerca de 5,3 milhões de pessoas dos 13,4 milhões de desempregados no país, o equivalente a 39,6% da população desocupada naquele período.
No segundo trimestre do ano passado esse porcentual era de 38,6%, mais de 4,4 milhões de pessoas procuravam emprego há mais de um ano sem sucesso.
Em 2012, quando a Pnad Contínua começou a ser divulgada, esse percentual era de 20,8%. Dos 7,2 milhões de desempregados no segundo trimestre daquele ano, 2,5 milhões estavam procurando emprego sem encontrar há mais de dois anos.
A cada três meses o IBGE, além de divulgar a taxa de subutilização da força de trabalho, detalha informações sobre o mercado de trabalho com dados regionais, de escolaridade e raça.
IDADE E SEXO
Os dados do IBGE indicam que as mulheres tiveram uma recuperação um pouco mais acelerada que os homens no mercado de trabalho. Entre elas, a taxa de desocupação caiu de 15,8% para 14,9% entre os três primeiros meses do ano e o segundo trimestre. Uma diferença de 0,9 ponto porcentual. Entre eles essa diferença foi menor, de 0,6 ponto porcentual. A taxa de desocupação masculina foi de 12,1% para 11,5%.
A taxa de desemprego caiu também entre todas as faixas etárias, principalmente no grupo entre 18 e 24 anos, que representa 22% da população desocupada. Caiu de 28,8% para 27,3%, do primeiro para o segundo trimestre.
Houve queda ainda na faixa entre 25 e 39 anos, que passou de 12,8% para 12%; no grupo de 40 a 59 anos, que recuou de 7,9% para 7,6%; e também entre os trabalhadores com mais de 60 anos, que foi de 4,6% para 4,5%.
ESTADOS
Entre os Estados, o desemprego caiu em 11 das 27 unidades da federação no segundo trimestre, na comparação com os três primeiros meses de 2017. Pernambuco é o estado com a maior taxa, de 18,8%; são 767 mil de desempregados. Por outro lado, Santa Catarina tem o menor índice, de 7,5%, com 283 mil pessoas na fila da desocupação.
Em São Paulo, a taxa de desocupação caiu 0,7 ponto percentual no segundo trimestre e foi para 13,5%. O Estado ainda tem 3,3 milhões de desempregados, segundo o IBGE. "A situação do mercado de trabalho se mostra mais favorável e tem a característica de ter o efeito farol", indica Azeredo. "Ou seja, a situação melhora primeiro em São Paulo e depois acaba se refletindo em outras regiões."
Entre as regiões, o pior cenário é no Nordeste, embora a taxa de desocupação tenha desacelerado para 15,8%, de 16,3% no trimestre anterior. São 3,9 milhões de pessoas procurando trabalho sem encontrar nenhuma vaga naquela região.
Do primeiro para o segundo trimestre, o mercado de trabalho melhorou no Sudeste, de 14,2% para 13,6%; no Sul, de 9,3% para 8,4%; no Centro-Oeste, de 12% para 10,6%; e na região Norte, de 14,2% para 12,5%.
"Essa é uma melhora em relação ao primeiro trimestre, em relação ao ano passado do quadro continua crítico na maioria dos locais", afirmou Cimar Azeredo.
FONTE:FOLHA DE S.PAULO
O Projeto de Lei 6.969/2013, que institui a Política Nacional para a Conservação e o Uso Sustentável do Bioma Marinho Brasileiro (PNCMar), foi aprovado no dia 9 de agosto pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Câmara dos Deputados.
Conhecido como “Lei do Mar”, o PL estabelece os objetivos, princípios, diretrizes e instrumentos para o uso sustentável dos recursos marinhos aliado à conservação da biodiversidade.
Para o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), relator do PL, a aprovação na CMADS foi um primeiro e importante passo. “Em seguida, será feita a análise de constitucionalidade na Comissão de Constituição e Justiça, por onde a proposta deve passar sem maiores impedimentos a caminho do plenário da Câmara, na confirmação de sua importância e relevância para a proteção dos oceanos e da vida marinha”, destaca Molon.
Mais de 70 especialistas, representantes de diferentes setores – governo, academia, setor privado e sociedade civil – participaram da construção desse texto de lei, que tramita na Câmara dos Deputados desde 2013. A autoria é do então deputado Sarney Filho (PV-MA), atual Ministro do Meio Ambiente.
Leandra Gonçalves, bióloga e especialista em Mar da Fundação SOS Mata Atlântica, explica que a construção coletiva do projeto de lei garantiu que o texto não se baseasse apenas em princípios de conservação ambiental, mas que trouxesse também ferramentas inovadoras de gestão inspiradas em modelos internacionais, como é o caso do Planejamento Espacial Marinho (PEM). “Com essa iniciativa, elevaremos o país ao mesmo patamar de outras nações desenvolvidas que olham para o mar em busca de um futuro sustentável, com desenvolvimento econômico e bem-estar social.
Os enormes navios porta-contêineres que transportam tênis, bananas e bonecas Barbie por todo o mundo continuam ficando maiores. O mesmo ocorre com as empresas proprietárias deles.
Uma enorme consolidação está em andamento nessa indústria global de US$ 500 bilhões e as sobreviventes agora desfrutam de grandes economias de escala e de uma demanda maior um ano depois de a capacidade excedente ter provocado a pior crise da história do setor — a falência da sul-coreana Hanjin Shipping.
A maior linha de contêineres da Ásia, a chinesa Cosco Shipping Holdings, afirmou no mês passado que pagaria mais de US$ 6 bilhões pela rival Orient Overseas International, dona do maior navio do mundo — um cargueiro mais longo que o Empire State Building. A dinamarquesa A.P. Moller-Maersk A/S está no meio do processo de compra de uma concorrente alemã e ostenta sua própria frota de meganavios, incluindo um capaz de transportar cerca de 180 milhões de iPads.
Essas empresas de navegação superdimensionadas exercem muito mais poder de precificação sobre fabricantes e empresas de varejo como Wal-Mart Stores e Target. As cinco maiores linhas de contêineres controlam cerca de 60 por cento do mercado global, segundo a firma provedora de dados Alphaliner. As taxas de frete estão subindo e um índice que monitora os fretes dos carregamentos das principais rotas com saída da Ásia apresenta alta de cerca de 22 por cento em relação ao ano anterior.
“O transporte marítimo de contêineres atualmente é uma brincadeira apenas para gente grande com bolsos cheios”, disse Corrine Png, CEO da Crucial Perspective, uma empresa de pesquisa de transporte com sede em Cingapura. A crescente concentração do mercado “dará às linhas de navegação um maior poder de precificação e de barganha”, prevê.
O colapso da Hanjin, em agosto do ano passado, afetou a indústria de forma muito similar à influência da falência do Lehman Brothers no setor financeiro durante a crise de 2008. Uma das maiores empresas de navegação do mundo na época, a Hanjin enfrentou uma crise de liquidez quando a oferta superou a demanda no setor, enfraquecendo o poder de precificação e os lucros das empresas transportadoras. A companhia atualmente está em processo de liquidação depois que um tribunal sul-coreano declarou sua falência em fevereiro.
“Desde a falência da Hanjin Shipping, a busca pela qualidade ficou mais perceptível no negócio do transporte marítimo de contêineres”, disse Um Kyung-a, analista da Shinyoung Securities em Seul. “É por isso que o mercado está ficando cada vez mais dominado pelas maiores empresas com grandes navios e aquelas que não tiverem supernavios podem acabar se tornando cada vez mais obsoletas.”
O uso crescente de navios gigantes é a chave da recuperação. As empresas donas de navios desse tipo são capazes de usar menos embarcações e de transportar mais cargas em uma única viagem para se beneficiarem de fretes mais altos, disse Um.
Segundo suas estimativas, existem atualmente cerca de 58 cargueiros gigantes em todo o mundo capazes de transportar mais de 18.000 contêineres, e o número deverá duplicar em dois anos. Cerca de metade dos novos navios serão adicionados pelas maiores empresas.
Fonte: Bloomberg/Portos&Navios
Em resposta ao pacote do governo para tentar reduzir o rombo das contas públicas, anunciado nessa terça-feira (15), centrais sindicais e associações de servidores públicos prometem uma mobilização geral para os próximos dias. As medidas irritaram servidores públicos atingidos com a proposta e está mobilizando diversas categorias contra os cortes de benefícios, congelamentos de reajustes e reduções de salários iniciais, entre outras providências de arrocho. A greve geral ainda não tem data, mas as centrais garantem que paralisarão serviços essenciais com o intuito de pressionar o governo a voltar atrás e engavetar o pacote anunciado contra o funcionalismo.
Fonte: Congresso em Foco
A escassez de óleos pesados no mercado internacional devido aos cortes de produção da Opep valorizou os óleos produzidos no Brasil. Atualmente, a maior parte do óleo produzido no país é considerada pesada (15,1%) ou média (50,5%), mais escassos após a diminuição da extração na Arábia Saudita, país com forte tradição nesse tipo de produção.
Outras regiões fornecedoras de óleos pesados também vêm enfrentando quedas na produção, como a Venezuela, que passa por turbulências políticas, e o México, que ainda está no início do processo de abertura do setor ao mercado privado.
Também contribui o crescimento da produção não convencional nos Estados Unidos, majoritariamente de óleo leve. A maior parte das refinarias da Costa do Golfo americano, por exemplo, é apta a processar óleo pesado, com alta capacidade de coqueamento e dessulfurização, e, por isso, tem aumentado as importações, principalmente de óleo vindos do México.
“A Arábia Saudita tem um óleo bem parecido com o do campo de Polvo e a escassez desse produto no mercado fez a busca pelo nosso óleo aumentar”, comentou Blener Mayhew, CFO da PetroRio, durante conferência com analistas para anunciar os resultados do primeiro semestre.
O assunto também ganhou destaque nos resultados operacionais da OGX. Dados da petroleira indicaram um estreitamento de US$ 4 a US$ 5/barril no desconto dos óleos pesados em relação ao brent nos seis primeiros meses do ano. Toda a produção da companhia vem do campo de Tubarão Martelo, que tem um óleo considerado pesado, com 21 graus API.
Hoje, apenas 34,4% da produção brasileira tem grau API leve, acima de 31º. Em junho, dados mais recentes disponibilizados pela ANP, o grau API médio da produção brasileira foi de 26,8º, nível médio.
Maior produtora do país, a Petrobras percebeu que não é apenas a oferta que está ditando a valorização do óleo brasileiro. De acordo com a companhia, além de a China importar cada vez mais óleos médios e pesados, houve uma valorização recente do óleo combustível, fruto da demanda por combustível marítimo no Extremo Oriente e da menor exportação pela Rússia.
Há alguns meses, a própria Opep já havia notado um aumento das exportações brasileiras para a Ásia, continente que ampliou as compras de óleos como os de Marlim, Roncador e Lula.
“Esse conjunto de efeitos permitiu maior atratividade à exportação de petróleo brasileiro, tanto para o mercado chinês quanto para os mercados americano e europeu”, explica a Petrobras.
Hoje, o óleo mais pesado produzido offshore no Brasil vem do campo de Peregrino, na Bacia de Campos, operado pela Statoil, com 14ªAPI. A partir do ano que vem, no entanto, a área passa a dividir o posto com o campo de Atlanta, de mesmo grau, previsto para entrar em produção no primeiro semestre de 2018.
FONTE:BRASIL ENERGIA
Os 10 principais armadores globais, que na década de 1990 representavam 48% do mercado de transporte marítimo no mundo, alcançaram 83% de participação em 2016. A expectativa é que em 2026 esse percentual seja de 90%. O consultor Robert Grantham, sócio da Solve Shipping Intelligence Specialists, acredita que a corrida dos grandes armadores para incorporar a suas frotas navios da ordem de 20 mil TEUs fez com que a oferta rapidamente se descolasse da demanda. Ele explicou que essa tendência ocasionou fusões, aquisições e formação de consórcios de grandes grupos mundiais de navegação. O excesso de oferta e demanda fraca fez o frete cair até 80% am algumas rotas.
O consultor projeta que novos sistemas e tecnologias também estreitarão as relações entre embarcadores e armadores levando agentes intermediários (freight forwaders/NVOCCs) a perderem mercado. Grantham cita declaração recente do presidente da Maersk que disse que o tráfego mundial deve ser reduzido a cinco ou seis grandes armadores. "Se espera mais transparência do processo, pois as informações estarão online. Haverá novo desenho das rotas em fusão de fusões e incorporações", enxerga Grantham, que participou da 14ª edição da Marintec South America, no Rio de Janeiro.
Com esse cenário, o número de diferentes serviços de longo curso nos portos brasileiros, que era de 39 em dezembro de 2010, já caiu para 21 serviços em abril de 2017 — uma queda de 46%. A movimentação nesse período variou de 115 mil TEUs para 105 mil TEUs, uma redução de 8,5%. Nesse período, os maiores navios recebidos nos portos nacionais aumentaram capacidade de 7 mil TEUs para 9.600 TEUs.
Grantham entende que terminais no mundo todo enfrentam dificuldade pelo tamanho dos maiores navios em operação nas grandes rotas. A profundidade em alguns dos grandes portos mundiais está entre 17 e 20 metros, porém alguns têm desafios na bacia de evolução. No Brasil, os portos costumam ter mais problemas com a manutenção dos calados devido à demora na contratação dos serviços de dragagem. "Precisamos buscar solução de equilíbrio entre armadores, terminais e usuários", resume o consultor.
FONTE:PORTOS&NAVIOS