IMAGEM: Divulgação/Epagri

O Observatório Agro Catarinense disponibilizou um novo painel interativo em seu site. A ferramenta permite o acesso público a dados sistematizados sobre o setor da pesca. Em 2023, desembarcaram em Santa Catarina 146 mil toneladas de pescado, volume que coloca o Estado entre os principais do país nessa área. Conforme as informações publicadas, a pesca artesanal é responsável por 44,2% dessa produção e a pesca industrial por 55,8%. O painel está disponível na área temática de Produção Agropecuária.

A ferramenta interativa é fruto da parceria entre o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), a Secretaria Executiva de Aquicultura e Pesca (SAQ) de Santa Catarina e a Universidade do Vale do Itajaí (Univali). A instituição de ensino superior sedia o Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira no Estado de Santa Catarina (Pmap-SC) desde 2016. Os dados organizados e sistematizados no painel são oriundos do projeto.

Com a nova ferramenta é possível consultar, por exemplo, a quantidade de pescado desembarcada em cada um dos municípios acompanhados. Também é possível verificar o volume produzido com a pesca artesanal ou industrial e a quantidade capturada por espécie. Atualmente, estão disponíveis  dados referentes aos anos de 2022 e 2023. Contudo, o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Alexandre Giehl, explica que a parceria prevê a disponibilização das informações levantadas pelo projeto desde sua implementação, bem como futuras atualizações semestrais.

Evento de lançamento

Um evento no dia 16 de agosto marcou o lançamento do painel interativo e contou com a presença do governador Jorginho Mello. “Eu nunca me conformei que um estado com a costa litorânea que tem, com o potencial de pesca que tem, não tinha uma secretaria específica para cuidar do nosso pescador. Nós corrigimos essa deficiência, criamos a Secretaria de Aquicultura e Pesca e agora com acesso aos dados, ao conhecimento, a gente vai poder ajudar ainda mais, principalmente o pequeno pescador. Com essa ferramenta, vamos entender o que ele precisa e viabilizar os recursos para ele trabalhar mais feliz, ganhar mais dinheiro, cuidar melhor da família”, diz Jorginho Mello.

O governador ressaltou que além dosinvestimentos já feitos ao setor, a plataforma de dados vai otimizar recursos e políticas públicas que tornem perenes os incentivos por parte do Governo do Estado. “É redução de imposto? É subsídio? É a reforma do barco? É crédito? Agora a gente vai saber verdadeiramente do que o nosso pescador precisa para potencializar essa atividade, com a garantia de que ele terá o olhar do governo a par e passo”, frisa.

O secretário Executivo de Aquicultura e Pesca, Tiago Bolan Frigo, explica que o link para o painel estará disponível, também, no site da SAQ. “Ali você vai poder observar quais são as espécies mais pescadas, quais municípios pescam mais, a importância da pesca por modalidade. Então são dados que, até então, antes da criação da Secretaria de Aquicultura e Pesca, não existiam. Agora, a partir do ano que vem, a Epagri também vai calcular, dentro do Valor de Produção Agropecuária, os dados da pesca e que são muito importantes para Santa Catarina”, aponta.

O secretário destaca ainda que o Estado é o maior produtor de ostras e mexilhões do Brasil, o quarto maior de tilápia, e o segundo maior de truta. Itajaí é a capital nacional da pesca com foco na atividade industrial. Junto com Navegantes, a região possui, por exemplo, empresas de enlate de sardinha e atum que estão entre as maiores da América Latina. Florianópolis e Laguna são destaque na pesca artesanal. “Esses e outros dados vão estar disponíveis para a academia, para a imprensa, para os prefeitos, para órgãos de todos os entes para planejar a atividade de maneira profissional”, completa Frigo.

O Pmap/SC

Conforme as informações disponíveis no site do projeto, o Pmap-SC é financiado pela Petrobras. Ele é um dos braços do Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira na Bacia de Santos (Pmap-BS), o qual acompanha a pesca na costa do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Paraná e de Santa Catarina. 

O trabalho de monitoramento é uma condicionante determinada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para o licenciamento ambiental das atividades de produção e escoamento de petróleo e gás natural realizadas pela Petrobras no polo do pré-sal da Bacia de Santos.

FONTE: EPAGRI