IMAGEM: ANTAQ

Na avaliação do banco de fomento, potencial para novos projetos da construção naval vem sendo puxado principalmente pelo aumento do transporte de cargas agrícolas no Arco Norte

O Banco Nacional de Desnvolvimento Econômico e Social (BNDES) verifica uma procura relevante por financiamentos para embarcações de carga, motivada especialmente pelo crescimento do setor agrícola e por investimentos no setor hidroviário. A gerente do Departamento de Logística do banco (Delog/BNDES), Maria Caroline Rangel, considera que as perspectivas de aumento da demanda pela construção de um grande número de balsas, empurradores e rebocadores nos próximos anos leva em consideração principalmente o aumento do transporte de cargas agrícolas no Arco Norte.

O BNDES percebe uma movimentação anual crescente da navegação interior, principalmente pela movimentação de soja. “É um setor que muitas empresas têm batido à nossa porta querendo apoio para financiar embarcações”, afirmou a gerente, na última semana, durante seminário sobre financiamentos, garantias e seguros para construção naval e offshore, promovido pela Abeemar e pelo Sinaval, no Rio de Janeiro.

Maria Caroline destacou que, no ano passado, houve aumento de 10,5% na navegação interior, sobretudo no Amazonas, maior região hidrográfica do país. O BNDES avalia que, mesmo com a seca severa no segundo semestre de 2023, a região hidrográfica Amazônica, de maior extensão de vias economicamente navegáveis brasileiras, apresentou crescimento de 30% da movimentação de soja no último ano.

Outro gatilho de investimentos para o segmento, segundo a gerente do BNDES, é o aumento dos investimentos em ações de curto (dragagens e derrocagens) e de longo prazo (concessões hidroviárias) que podem viabilizar a melhora da navegabilidade dos rios e, consequentemente, o aumento das vias economicamente navegáveis. O objetivo é ampliar os cerca de 20 mil quilômetros de extensão de rios navegáveis pelo país.

Maria Caroline também citou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal prevê investimentos de R$ 1,8 bilhão em dragagens e derrocamentos. Ela acrescentou que, em outubro de 2023, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) lançaram o 1º Plano Geral de Outorgas Hidroviário (PGO), com objetivo principal de aumentar a competitividade e o desenvolvimento da matriz de transportes brasileira. “Com esse plano, vai ser possível colocar isso também no longo prazo”, projetou.

FONTE: Portos e Navios – Danilo Oliveira