Dinheiro, Real Moeda brasileira

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Desde 2018, apenas em cinco ocasiões o percentual de reajustes acima da inflação ultrapassou a marca de 80%

Os bons resultados econômicos nos primeiros meses de governo Lula beneficiaram os trabalhadores de categorias com data-base em maio. Quase 90% das negociações dessas categorias foram concluídas com aumento real (acima da inflação).

É o que aponta o boletim De Olho nas Negociações, produzido mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Até 6 de junho, o Dieese compilou 759 convenções e acordos coletivos da data-base maio. A inflação acumulada no período (junho de 2022 a maio de 2023) foi de 3,83%, conforme o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

O levantamento aponta que 88,4% das negociações ficaram acima da inflação.  Em 11,1% dos acordos, houve apenas a reposição do percentual do INPC. Já 0,5% foi reajustado abaixo da inflação do período.

“Desde 2018, quando o Dieese passou a acompanhar os acordos e convenções coletivas do Mediador, apenas em cinco ocasiões o percentual de reajustes acima da inflação ultrapassou a marca de 80%”, informou o boletim.

Outra boa notícia: a inflação controlada sob o governo Lula tem ajudado a inibir uma das práticas mais nefastas dos patrões – os reajustes parcelados. Dos acordos com data-base em maio já fechados, apenas 0,5% preveem aumentos aplicados em duas ou mais parcelas. Há um ano, em maio de 2022, o índice foi de 15,1%.

De acordo com o boletim do Dieese, “o percentual pequeno é devido principalmente à queda na taxa de inflação: quanto menor a inflação, mais fácil para os sindicatos negociarem reajustes pagos em uma única parcela na data-base”.

Reflexos de uma economia em alta, os números de maio elevaram a média de reajustes reais acumulados neste ano. De 4.550 reajustes analisados pelo Dieese até 6 de junho, 72,2% ficaram acima da inflação do respectivo período, 21% tiveram reposição e 6,5% perderam valor real. “A variação real média dos reajustes de 2023 está em 0,99% acima do INPC”, conclui o Dieese.

FONTE: PORTAL VERMELHO

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Em palestra recente sobre a conjuntura política, com foco na relação do governo com o Congresso Nacional, tive a oportunidade de apresentar pequeno histórico das dificuldades do Poder Executivo na condução da agenda governamental, reflexão que compartilho com os leitores. 

Antônio Augusto de Queiroz*
 
Na oportunidade, chamei à atenção para o fato de que “vivemos conjuntura políticas das mais complexas, com combinação complicada, marcada por disputa de agenda entre o presidente da República, que foi eleito para reconstruir o País, reativar os espaços de diálogos e incluir novamente os pobres no orçamento público, e Congresso empoderado e majoritariamente responsável pelo desmonte promovido pelas políticas neoliberais dos 2 governos anteriores.

Antes de tratar especificamente dessa difícil relação do Poder Executivo com o Congresso, que tem dificultado o avanço da agenda governamental, é importante contextualizar o ambiente político pós-eleição, especialmente a herança legada e a recusa do então presidente em aceitar o resultado da eleição.

O desafio do presidente Lula desde a eleição não tem sido trivial. Ele herdou País em situação de terra arrasada, com demandas reprimidas, a máquina pública destruída e o Estado sem capacidade de resposta, pelo engessamento decorrente do teto de gasto e outras restrições fiscais criadas nos governos anteriores.

A crise era de tal ordem que o presidente eleito precisou governar antes mesmo da posse, tendo que articular a elaboração e aprovação de Emenda à Constituição de transição, sem a qual haveria paralisação da máquina pública e atraso no pagamento de programas sociais.

Questionamento do resultado eleitoral
A situação política no País não era menos preocupante, com o então presidente questionando o resultado da eleição e os aliados dele articulando golpe de Estado, a partir de acampamento em frente ao QG (Quartel-General) do Exército, em Brasília, para impedir a posse do presidente eleito.

Como consequência da recusa de Bolsonaro em aceitar o resultado da eleição houve quebra-quebra em Brasília em 12 de dezembro de 2022, data da diplomação do presidente eleito e o vice, e destruição dos Palácios do Planalto, do Supremo e do Congresso Nacional, 8 dias após a posse do presidente eleito.

O novo governo, para impor a ordem, teve que intervir na Segurança Pública do Distrito Federal, afastar o comandante do Exército, ambos por omissão na invasão e destruição dos palácios dos poderes, e requerer à Justiça a prisão de todos os envolvidos nos atos terroristas do dia 8 de janeiro.

Governo de inclusão e pacificação
O novo governo,  em tudo contrário ao antecessor, já no ato de posse deixou evidente o compromisso com a democracia, com a ciência, com a diversidade, com a justiça e com os excluídos socialmente e fez questão de reafirmar isso  para o Brasil e o mundo ao subir a rampa acompanhado de 8 pessoas do povo (1 mulher negra, 1 menino pobre da periferia do DF, 1 cacique indígena, 1 trabalhador metalúrgico, 1 professor, 1 cozinheira, 1 artesão e 1 pessoa com deficiência e ativista desta agenda social) e receber a faixa presidencial das mãos de 1 mulher negra e catadora de material reciclável.

Esse, abreviadamente, foi o ambiente do pós-eleição, da posse presidencial. 

Relação conflituosa
Agora vamos tratar das razões da dificuldade de relacionamento com o novo Congresso, cuja composição pode ser classificada como neoliberal, do ponto de vista econômico, fiscalista, do ponto de vista de gestão, à direita, do ponto de visto do espectro político, conservador, do ponto de vista dos valores, e refratário aos direitos humanos e ao meio ambiente.

O novo Congresso — renovado em menos de 50% — é a continuidade piorada do Congresso anterior, inclusive manteve os presidentes das 2 casas e de boa parte dos líderes da legislatura passada.
 
Para compreender melhor o papel e o poder desse novo Congresso, é preciso contextualizar as circunstâncias que fizeram dele 1 Congresso empoderado, especialmente nas 2 legislaturas anteriores.

Apetites fisiológicos
Na Legislatura 2015-2019, no embalo das manifestações populares e em razão da recusa em ceder aos apetites fisiológicos, o Congresso destituiu a presidente Dilma e empossou e efetivou o vice-presidente Michel Temer, fazendo dele refém em função dos 2 processos movidos contra ele pelo Ministério Público.

Na Legislatura 2019-2023, com Bolsonaro na Presidência da República, em grande medida eleito no embalo do desgaste causado pelo impeachment de Dilma e as denúncias contra Michel Temer (MDB), o Congresso ampliou ainda mais os poderes sobre o Executivo.

Assim, nos governos Temer e Bolsonaro, ambos temerosos de processos de impeachment, o Poder Executivo fez suas as pautas do mercado e do Congresso Nacional, entregando para os líderes dos partidos da base e os presidentes das casas legislativas o domínio pleno da agenda e até do Orçamento Público, por intermédio das emendas impositivas e de relator.

Agenda do mercado
Para o mercado, foram feitas concessões como a desregulamentação de direitos, a desativação das fiscalizações do trabalho e do meio ambiente.  As principais mudanças foram a Reforma Trabalhista, a Terceirização generalizada, o Teto de Gasto, a autonomia do Banco Central, o Marco do Saneamento, a Reforma da Previdência, a mudança no voto de qualidade no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), as restrições de atuação e a privatização ou venda de ativos, a preço vil, de estatais estratégicas, dentre outras.

Para os parlamentares, em troca do apoio no Congresso, foram dados aumentos generosos nos fundos eleitoral e partidário, voltou o horário eleitoral gratuito, foi dado caráter impositivo às emendas de bancada, houve a instituição das emendas de relator, o famoso orçamento secreto, e, principalmente, eles indicaram e assumiram a coordenação política do governo, assim como as Pastas ministeriais com maior orçamento e capacidade de gasto.

Maioria parlamentar é de direita
Na eleição de 2022, a maioria dos deputados renovou os respectivos mandatos e as vagas decorrentes dos que perderam o mandato ou desistiram da disputa foram ocupadas por candidatos vinculados à direita e extrema-direita, beneficiada pela candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

Entretanto, a eleição de Lula no segundo turno, candidato cujo perfil e visão de mundo diferem completamente dos antecessores, incomodou profundamente, tanto a parcela do mercado que se beneficiou dos governos Temer e Bolsonaro, quanto os partidos conservadores e fisiológicos que temiam a perda do controle sobre a agenda governamental.

Porém, como o presidente Lula foi eleito em segundo turno com margem pequena de votos e não elegeu base consistente, em número suficiente, para aprovar a agenda dele, passou a depender da formação de coalizão de apoio, que inclui partidos que apoiaram os governos anteriores e que nem sempre irão comungar com todas as iniciativas governamentais, especialmente àquelas que revejam temas aprovados nos governos Temer e Bolsonaro.

Num contexto desses, era natural que a composição conservadora e fisiológica do novo Congresso reagisse à perda de poder e tentasse, a todo custo, preservar ao menos parte da influência que exerceu no governo federal durante os mandatos dos 2 presidentes anteriores.

Contexto das derrotas de Lula
É nesse contexto que devem ser lidas as derrotas do governo em relação à não aprovação da MP (medida provisória) que promovia a retomada do voto de qualidade no Carf, à aprovação de projeto de decreto legislativo para anular decreto que alterou o marco do saneamento, a retirada de pauta do Projeto de Lei das Fake News, a aprovação de emendas para permitir a devastação da mata atlântica e aprovação do substitutivo ao projeto de lei do marco temporal para demarcação das terras indígenas, além do susto na MP de reorganização da administração pública — MP dos Ministérios.

Nesses temas, o recado do Congresso foi absolutamente claro. Se não houver diálogo e calibragem nas propostas, haverá dificuldades para o governo. Além disto, existe o problema do Banco Central, cujo presidente, opositor claro do atual presidente da República, continua insistindo em manter os juros nas alturas, dificultando enormemente o retorno do crédito e, em consequência, a volta dos investimentos da geração de emprego e renda.

Isso demonstra que a montagem ministerial, fortemente influenciada por disputas regionais, não foi capaz de dar maioria ao governo para aprovar os temas centrais da agenda vitoriosa, seja porque partidos não se sentiram contemplados com os nomes indicados, caso do União Brasil, seja porque o governo não abriu espaço para partidos como o PP e Republicanos, que historicamente fizeram parte dos governos anteriores do PT. 

Por outro lado, setores do PT consideram que o governo já fez concessões demais, e não está promovendo a substituição de aliados do governo Bolsonaro, que ainda ocupam posições de destaque no atual mandato.

Mais articulação
O governo já entendeu que a relação com esse novo Congresso vai requerer da coordenação política do Palácio do Planalto muita paciência, humildade, disposição para o diálogo, calibragem no conteúdo das políticas públicas e capacidade de articulação e negociação, especialmente quando se tratar da revisão de marcos regulatórios aprovados nos últimos 6 anos. Além disso, o presidente e o partido são de esquerda, mas o governo como um todo, não. A composição governista revela a influência de partidos que não apoiam as mesmas causas, notadamente políticas identitárias e no campo do dos costumes e uma atuação mais ativa do Estado na economia.

Nunca é demais lembrar que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, absolutamente político e sem base material, foi mais resultado de pressão do mercado, da mídia e de parcela expressiva do Congresso, inconformado com a pouca atenção dada aos parlamentares e com postura mais intervencionista da presidente na economia, do que por supostos desvios de conduta.

É verdade que o governo, apesar das dificuldades, conseguiu avançar com algumas pautas, como a que reorganizou a máquina pública, restaurando pastas ministeriais importantes,  recriou os espaços de diálogo com a sociedade, entre os quais o Conselhão,  recriou programas sociais, como o Bolsa-Família, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos, Farmácia Popular, concretizou o programa Desensola e aprovou a lei da igualdade salarial entre homens e mulheres, além de dar aumento real para o salário mínimo, reajustar o piso salarial dos professores, o salário dos servidores públicos, as bolsa da Capes do CNPq, e implementou o piso salarial dos enfermeiros. Contudo, terá que ter muito cuidado com os temas que revejam marcos regulatórios de interesse do mercado aprovados nos governos anteriores.

Marcos regulatórios
Não é que deva desistir de rever esses marcos.  Deve buscar revê-los inclusive porque alguns desses são condições para que o País retome os investimentos e avance na geração de emprego e renda, mas terá que dialogar e buscar os mecanismos adequados, porque não é nada confortável para os parlamentares que aprovaram esses mesmos marcos em governos anteriores. 

Esse é o retrato das dificuldades de relacionamento com o Congresso. É nesse ambiente que os temas regulatórios, como o previdenciário, especialmente aqueles aprovados no âmbito da EC (Emenda à Constituição) 103, o trabalhista, ambiental e tributário, serão debatidos.

É preciso considerar esta realidade. Os pontos que não dependerem do Congresso, o Poder Executivo poderá tocar com relativa facilidade, especialmente por meio de decretos, portarias ou resoluções de órgãos colegiados, mas no que depender do Congresso terá que ter muita negociação e calibragem, sob pena de não passar.

Fonte de financiamento da folha
Uma das urgências em matéria previdenciária, por exemplo, será a mudança da fonte de financiamento da folha para a receita ou o faturamento. Com a automação, a digitalização e “uberização” do mundo do trabalho, a folha de salário não dará mais conta de financiar a Previdência Pública e o governo deve agir logo, antes que essa migração represente aumento real de despesa para as empresas.

Finalmente, a pauta mais robusta do governo será a aprovação do arcabouço fiscal no Senado e da reforma tributária nas 2 casas do Congresso, e ambas são vistas pela mídia e pelo mercado como indispensáveis para a estabilidade econômica e a retomada do crescimento econômico.

Como vimos, o desafio do governo em geral, e do presidente Lula, em particular, será superar esses obstáculos de relacionamento com o Congresso e criar os meios para retomar o crédito e incentivar a atividade econômica. Para tanto, é necessário organização e criatividade.

Aprovação da agenda eleita
O sucesso do governo depende da aprovação da agenda eleita no Congresso Nacional e da volta do crédito e dos investimentos, sem os quais dificilmente o terceiro mandato repetirá o sucesso dos 2 primeiros, que combinaram crescimento econômico, redução das desigualdades e o controle das contas públicas. 

Embora haja alguns sinais positivos na área econômica, como o aumento da produção agrícola, a queda do dólar, a melhoria da avaliação de risco do Brasil, rumo ao grau de investimento, a redução dos índices de inflação, em maio e a melhoria das estimativas de crescimento da economia, ainda é cedo para fazer projeções mais otimistas.  

A situação pode e certamente será equacionada, porém depende da melhoria da comunicação e da coordenação política do governo. E, em última instância, o governo dispõe de ativo inigualável na arte de dialogar e convencer: o presidente Lula, homem com enorme poder de persuasão e negociação, que tem inigualável representatividade nas camadas mais pobres da sociedade, e que consegue expressar, melhor do que ninguém, as angústias e necessidades do povo. 
(*) Jornalista, analista e consultor político, mestre em Políticas Públicas e Governo pela FGV. 
 
FONTE: DIAP

Quintella participa de encontro sobre o Arco Norte em Santarém — Ministério  dos Transportes

IMAGEM: PORTAL GOV.BR

O Grupo Parlamentar de Relacionamento com os Brics se reuniu na quarta-feira (21) para definir o plano de trabalho do colegiado e realizar audiência pública para debater investimentos para o projeto da hidrovia do Arco Norte, logística de transporte que tem o objetivo de diminuir a demanda dos portos da região Sudeste e aproximar produtores nacionais e fomentar a economia dos estados.

O presidente do colegiado, Senador Irajá (PSD-TO), ressaltou a importância de uma rodovia na Bacia dos Rios Tocantins e Araguaia que, na sua opinião, tem o potencial de desempenhar o mesmo papel que o rio Mississipi tem nos Estados Unidos e tornar os produtos brasileiros mais competitivos.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS) também destacou a necessidade do transporte multimodal, com hidrovais, rodovias e ferrovias integradas, que pode ser feita através do projeto Arco Norte, que envolve as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Fonte: Agência Senado

IMAGEM: TRANSPETRO

Expectativa do presidente da empresa é concluir formatação em dezembro e disponibilizar regras no começo de 2024. GT concluirá em julho relatório sobre quantidade e perfil de embarcações a serem demandadas pela Petrobras.

A Transpetro espera formatar até dezembro o edital com as regras de participação em um processo para contratação de novos navios para sua frota. O grupo de trabalho criado no começo de maio deve concluir, no início de julho, o relatório com a quantidade e o perfil de embarcações a serem demandadas pela Petrobras. O GT foi criado para apresentar um projeto de construção e reparo de navios em estaleiros brasileiros. Entre os construtores existe uma expectativa sobre quais empresas poderão participar desse processo.

O presidente da companhia, Sérgio Bacci, disse que a ideia é lançar o edital no começo do ano que vem. “Em janeiro botamos este edital na rua. Espero que em 6 meses tenhamos os contratantes estabelecidos para que efetivamente, a partir do meio de 2024, iniciemos o carro-chefe dessa gestão, que é a retomada construção de navios para a Transpetro”, projetou Bacci, em entrevista ao movimento ‘SOS Brasil Soberano’, ligado ao Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), que foi veiculada na tarde desta quinta-feira (15).

Bacci ressaltou que a intenção da Transpetro de voltar a contratar navios construídos no Brasil segue diretriz do governo e que a geração de empregos e embarcações contribuirão com a Petrobras na questão dos afretamentos, já que a maior parte dos navios da frota é afretada em bandeiras estrangeiras. A Petrobras é a maior cliente de sua subsidiária, que tem 80% da receita vinculada à controladora. Bacci ponderou que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, vem orientando a diretoria da Transpetro a buscar expandir para atender a outros mercados, não somente a controladora.

O presidente da Transpetro acredita que conseguir ampliar market share junto à Petrobras ajudará a companhia a reduzir os custos com pagamento de afretamentos. “A Transpetro pode entrar nesse mercado para ajudar a Petrobras a baixar os preços dela de afretamento. A decisão rápida é porque entendemos que a Transpetro tem que ser a empresa que ajudará a Petrobras a regular seu próprio mercado”, analisou.

A idade média da frota da Transpetro atualmente é de oito anos, sendo que um petroleiro costuma operar, em média, entre 20 e 25 anos. Além dos 26 navios de cabotagem e longo curso próprios, a Transpetro conta com 10 navios aliviadores (shuttle tankers) afretados do exterior.

FONTE: Portos e Navios – Danilo Oliveira

Haddad: proposta de novo arcabouço fiscal (Diogo Zacarias/MF/Divulgação)

IMAGEM: (Diogo Zacarias/MF/Divulgação)

 

Com 57 votos favoráveis e 17 contrários, o plenário do Senado Federal aprovou, na noite desta quarta-feira (21), o relatório do senador Omar Aziz (PSD-AM) do novo arcabouço fiscal. O texto substitui o atual teto de gastos e cria novas regras com limites para as despesas da União. Os senadores ainda votam destaques ao projeto, que podem modificar o texto-base aprovado.

O relatório aprovado sofreu mudanças em relação ao que veio da Câmara dos Deputados e, por isso, voltará para apreciação dos deputados, para uma votação decisiva. As principais alterações trazidas por Aziz foram a retirada do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e gastos com ciência, tecnologia e inovação dos limites de gastos impostos pelo arcabouço fiscal. Agora, a Câmara avaliará se mantém ou não as modificações aprovadas pelos senadores.  

A previsão do presidente da Câmara, Arthur Lira, é que a Casa vote o texto até o início de julho.

Mais cedo, durante aprovação da matéria na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, parlamentares de oposição criticaram o projeto. “Não podemos colocar nossa digital em um projeto que não vai sobreviver ao primeiro ano. O governo não vai cumprir a meta fiscal. Ele vai ter dificuldade de zerar o déficit”, afirmou o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN).

Em resposta, o relator Omar Aziz argumentou que as regras vão permitir a estabilidade da dívida. “Você tem um limite de gastos de 70% e com os outros 30%, que possivelmente terá um excesso de arrecadação, você está se comprometendo já a diminuir a dívida pública, que é uma dívida em real, nós não temos dívida em dólar”, ponderou.

Novas regras

O teto de gastos aprovado durante o governo de Michel Temer limitou as despesas da União à variação da inflação do ano anterior, sem levar em consideração o aumento, ou não, da receita do Estado. Ou seja, mesmo com o aumento da arrecadação de impostos, os gastos estavam limitados à variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Agora, a nova regra aprovada pelo Senado permite o aumento das despesas levando em conta também a variação da receita. A União estará autorizada a aumentar os gastos em até 70% do aumento da receita. O projeto ainda estabelece metas fiscais para as despesas primárias, com previsão de se chegar a um déficit fiscal zero já em 2024. As despesas primárias são todas as despesas do governo excluídos os gastos com a dívida. A Câmara dos Deputados, na primeira votação, incluiu no projeto a previsão de bloqueio de despesas em caso de descumprimento da meta fiscal proposta.

FONTE: AGÊNCIA BRASIL

Pontos-chave para a conservação do alto-mar

IMAGEM: PIXABAY

Compromisso estende proteção ambiental até as águas internacionais, que constituem mais de 60% dos oceanos do mundo

Os Estados-membros da ONU aprovaram nesta segunda-feira (19) o primeiro tratado para proteger o alto-mar, um acordo essencial para preservar a vida e a saúde dos oceanos, vitais para a humanidade.

"O acordo foi adotado", declarou a presidente da conferência, Rena Lee, sob aplausos.

"O oceano é a força vital do nosso planeta. Hoje ganhou vida nova e uma nova esperança para ter uma chance de lutar", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, que o saudou uma "conquista histórica", mas lembrou que o trabalho "ainda não acabou". 

"Peço que não poupem esforços para que o acordo entre em vigor", acrescentou. 

Apesar da adoção, a Rússia se "distanciou" do consenso ao classificar algumas partes do texto como "totalmente inaceitáveis".

Para o chanceler chileno, Alberto van Klaveren, o texto aprovado é "essencial para a governança dos oceanos, baseada na justiça e na inclusão", enquanto para a Venezuela é uma "vitória dos países e dos povos do sul".

Para o México, significa um "compromisso pelo Estado de direito internacional".

O diplomata cubano Yuri Gala López, que falou em nome do Grupo dos 77 e da China, ressaltou a "batalha" travada pelos países do sul para incluir alguns aspectos-chaves do acordo, concluído em março após mais de 15 anos de negociações.

O acordo cria um marco legal para estender as faixas de proteção ambiental até as águas internacionais, que constituem mais de 60% dos oceanos do mundo.

PLANO DE AÇÃO

Para Liz Karan, da ONG Pew Charitable Trusts, a adoção do tratado "estabelece um plano de ação para os próximos passos".

Os oceanos produzem muito do oxigênio que respiramos, limitam as mudanças climáticas ao absorver CO2 e abrigam áreas ricas em biodiversidade, inclusive em níveis microscópicos.

"Oceanos saudáveis, das águas costeiras ao fundo do mar e alto-mar são parte integral da saúde, do bem-estar e da sobrevivência humana", defendeu recentemente um grupo de cientistas na revista científica The Lancet.

Porém, com boa parte dos oceanos do mundo fora das ZEE (zonas econômicas exclusivas) dos países e, portanto, da jurisdição de cada Estado, criar uma proteção para o alto-mar exigia cooperação internacional.

RESERVAS MARINHAS

Apesar de o alto-mar representar cerca da metade do planeta, foi ignorado por muito tempo nas lutas ambientais, que se concentraram nas áreas costeiras e em algumas espécies emblemáticas.

Uma ferramenta-chave do tratado será a capacidade de criar áreas marinhas protegidas em águas internacionais. Atualmente, apenas cerca de 1% do alto-mar está sob alguma medida de conservação.

O tratado é considerado essencial para que os países protejam 30% das terras e dos oceanos do mundo até 2030, como acordaram os governos do mundo em um pacto firmado em dezembro em Montreal.

Oficialmente conhecido como tratado de "Biodiversidade além da Jurisdição Nacional", o pacto também introduz requisitos para a realização de estudos sobre os impactos ambientais de atividades planejadas em águas internacionais.

Apesar de estas atividades não estarem detalhadas no texto, estas incluiriam pesca, transporte marítimo e objetivos mais polêmicos com a mineração em áreas profundas ou inclusive programas de geoengenharia para combater o aquecimento global.

O tratado estabelece também princípios para compartilhar os benefícios dos recursos genéticos marinhos procedentes do alto-mar, obtidos em expedições e pesquisas em águas internacionais, um ponto que quase fez fracassar as negociações em março.

Os países em desenvolvimento, que em geral não têm recursos para financiar pesquisas caras, lutaram para não serem privados destes benefícios que muitos veem como um grande mercado futuro, em especial na busca por "moléculas milagrosas" para a indústria farmacêutica e cosmética.

Após sua adoção formal, agora a bola está com os países que poderão assiná-lo e ratificá-lo a partir de 20 de setembro. Serão necessárias 60 ratificações para sua entrada em vigor.

As ONGs estão confiantes, já que a coalizão para este tratado soma 50 países, incluindo União Europeia, Chile, México, Índia e Japão.

FONTE: AFP

Copom tem a próxima reunião na semana que vem  - Marcello Casal JrAgência Brasil

IMAGEM: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

Segundo CNI, Selic acima do necessário ameaça economia

manutenção da Taxa Selic (juros básicos da economia) em 13,75% ao ano voltou a atrair críticas de setores da economia. Entidades do setor produtivo e centrais sindicais alertaram para o risco de o nível alto dos juros prejudicarem a recuperação da economia.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou de “equivocada” a decisão do Copom. Segundo a entidade, a Selic, que está no maior nível desde janeiro de 2017, está fazendo a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerar fortemente, mas está acima do necessário e impõe riscos à produção e ao consumo.

“Esperamos que, com a continuidade do movimento de desaceleração da inflação, o Copom inicie já na próxima reunião o tão necessário processo de redução da Selic”, afirmou, no comunicado, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Segundo a CNI, entre a reunião do Copom de 2 e 3 de maio e a reunião desta quarta-feira (21 de junho) a taxa de juros real – que desconsidera os efeitos da inflação esperada – subiu de 8,1% ao ano para 9,2% ao ano. Com isso, a taxa de juros real está 5,2 pontos percentuais acima da taxa de juros real neutra, aquela que não estimula nem desestimula a atividade econômica. A entidade também lembrou que a produção industrial caiu em três dos quatro primeiros meses deste ano.

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) também considerou inadequada a decisão do Copom. A federação avalia que o recente alívio nos preços correntes e a contínua redução das expectativas inflacionárias para 2023 e 2024 são fatores que indicam que haveria espaço para um recuo na Selic. “Adicionalmente, o cenário doméstico tem contribuído para a redução da percepção do risco país. Isso se reflete de forma positiva no câmbio, que continua a se fortalecer frente ao dólar, favorecendo o contexto desinflacionário”.

A Firjan reforça que “os desafios internos se multiplicam. Os indicadores de atividade de curto prazo já apontam queda da atividade econômica no início deste segundo trimestre. Nesse cenário, a recuperação da confiança do setor produtivo exige uma política monetária mais moderada, a aprovação do novo arcabouço fiscal e o subsequente compromisso com as novas regras, visando garantir a sustentabilidade da dívida pública”. Além disso, são necessárias mudanças estruturais, como a reforma tributária, que assegurem uma retomada sólida do crescimento econômico, promovendo a geração de emprego e renda para a população.

As centrais sindicais também criticaram a manutenção da Selic. Em nota, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) lembrou que os juros altos encarecem o crédito para as pessoas físicas e as empresas, que estão nos maiores níveis dos últimos anos. Na terça-feira (20), diversas entidades de trabalhadores protestaram na frente do Banco Central contra os juros altos.

“Todos nós estamos perdendo. O país está perdendo com o Banco Central mantendo o país com uma Selic em um patamar tão elevado, que influencia todo o sistema financeiro, inclusive os bancos, e faz com que sejam praticadas taxas de juros abusivas, as mais altas do mundo”, destacou no comunicado a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.

A Força Sindical também considerou um erro o atraso no início da queda na Taxa Selic, num momento em que a inflação está claramente caindo. “Como dito, a inflação tem mostrado tendência de queda, com redução pelo terceiro mês consecutivo do índice de preços, e a expectativa é que deflações comecem a ser registradas”, destacou a entidade. “Diante de todo esse contexto, reforça-se que a decisão do Copom é equivocada e prejudicial para o atual momento econômico”, ressaltou.

FONTE: AGÊNCIA BRASIL

Vista do Porto do Rio (Foto: Acervo CDRJ)

IMAGEM: ACERVO CDRJ

Descontos consideram tipo de produto transportado, escalas da embarcação e Índice Ambiental de Navios

O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, anunciou que o governo Lula (PT) vai reduzir as tarifas de embarque e desembarque dos portos do Rio de Janeiro e de Santos (SP) para baixar os custos de produção.

Os descontos serão de até 65% em Santos e 95,5% no Rio de Janeiro. O percentual será definido com base no número de escalas que a embarcação fará, a pontuação no Índice Ambiental de Navios e o tipo de produto transportado.

O anúncio foi feito por França e Lula em vídeo publicado no sábado (17) nas redes sociais. "Nós, em seis meses, estamos fazendo a redução das tarifas dos portos do Rio de Janeiro e de São Paulo, de Santos, que é muito importante para reduzir a inflação porque os portos que foram privados aumentaram os impostos", disse o ministro.

O presidente disse que o caso mostra a importância de o Estado ter "ascendência" sobre alguns serviços e produtos. 

"Veja o que o Márcio falou: os portos privados aumentaram os impostos e os portos que são administrados pelo Estado baixaram os impostos. Por que isso? Porque nós queremos baratear o custo da produção nesse país. Nós queremos facilitar com que aqueles que produzem, aqueles que plantam, aqueles que colhem, aqueles que exportam, possam ganhar um pouco mais", completou Lula.

O Ministério de Portos e Aeroportos elaborou uma apresentação para detalhar como serão estipulados os descontos para as embarcações. O texto diz que o objetivo da proposta é "aumentar a eficiência portuária, por meio da modernização e inovação, tornando os terminais públicos mais competitivos".

As regras são diferentes nos portos do Rio de Janeiro e de Santos.

Em Santos, os descontos poderão chegar a até 65%. O cálculo terá como base o tipo de navegação e a frequência do uso do terminal pela embarcação.

Se a embarcação faz trajetos de longo curso, o desconto varia de 0% a 65%, com uma variação com base no número de escalas que o navio fará. Para os casos de transporte por cabotagem, a base de desconto será de 30%, e o teto, 65%.

Haverá ainda um adicional no desconto, a depender da pontuação ESI (sigla em inglês para Índice Ambiental de Navios). O percentual varia de 0% a 12% de acordo com o escore da embarcação.

Na PortosRio, autoridade portuária responsável pela gestão dos portos públicos do Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói e Angra dos Reis, os descontos podem chegar a até 95,5%.

Nesses portos, são considerados dois critérios para definir a taxa de desconto: a tonelagem e o produto transportado.

Em operações de longo curso, os descontos são para granéis sólidos (52,2%), granéis líquidos (44%), petróleo (61%), outros combustíveis (40,2%) e com outros fins (69,6%). O percentual varia ainda de acordo com a tonelagem de porte bruto da embarcação, com o desconto máximo (95,5%) para navios com mais de 80.001 toneladas.

Os descontos sofrem pequena variação para os casos de operação de cabotagem ou navegação interior.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

IMAGEM: JUSBRASIL


Vinícius Neves Bomfim

O negacionismo é o ato de negar-se a acreditar em determinada informação que é considerada um consenso no meio científico.

O negacionismo é o ato de negar-se a acreditar em determinada informação que é considerada um consenso no meio científico. No Brasil, podemos dizer que o ápice do negacionismo foi durante a pandemia de Covid-19 em que setores da sociedade questionavam o óbvio, ou seja, a eficácia das vacinas. No direito, não é diferente. Há os negacionistas jurídicos, aqueles que se negam em acreditar na realidade social e jurídica que os cercam.

No Direito do Trabalho, especificamente, os negacionistas desprezam a aplicação de princípios basilares a este ramo do Direito, como por exemplo, o princípio da primazia da realidade, o princípio protetivo ao trabalhador, o in dúbio pro mísero entre outros. Os negacionistas do Direito do Trabalho negam ainda a desigualdade na relação capital trabalho, a ponto de desprezarem o óbvio: a luta de classes. Para os negacionistas do Direito do Trabalho, a igualdade jurídica na relação de emprego seria  tamanha,  que o trabalhador teria condições de negociar individualmente suas condições de trabalho. Falácia maior, impossível!  Mais que isto, os negacionistas alardeiam que o Direito do Trabalho ignora novas modalidades e formas de contratações, que não seja a de emprego. Mais uma bravata!

O que o direito do trabalho veda é a utilização de outras formas de contratação como meio de  burlar, mascarar e fraudar a relação de emprego. Os negacionistas entendem que o Direito do Trabalho se originou de concessões do empresariado a classe trabalhadora, desvirtuando e promovendo falso revisionismo histórico, vez que, o direito do trabalho se originou das lutas dos trabalhadores e dos sindicatos, lutas estas, inclusive violentas, que resultaram em mortes, prisões e repressões.

Nada foi dado ou concedido por bondade ou altruísmo do empresariado. O negacionista ainda, no delírio extremo do mundo paralelo da realidade social que vive, descarta ainda o Direito do Trabalho como corolário dos direitos humanos e fundamentais,  tecendo malabarismos jurídicos de que o princípio da livre iniciativa estaria acima do Direito do Trabalho e consequentemente dos direitos fundamentais. O Direito do Trabalho historicamente sempre teve que se reafirmar e não se readequar, a luta contra o negacionismo jurídico é tarefa árdua. A advocacia será o farol que ilumina  a escuridão negacionista.

Advogado trabalhista e Sindical, Diretor do Movimento da Advocacia Trabalhista Independente - MATI, integrante da Comissão de Direito do Trabalho do IAB , Direito do Trabalho Coletivo e Sindical do IAB, da Comissão da Justiça do Trabalho da OAB/RJ e membro da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia - ABJD/RJ.

https://www.migalhas.com.br/depeso/388499/o-direito-do-trabalho-e-seus-negacionistas

FONTE: MIGALHAS

Plataforma de petróleo

IMAGEM: AGÊNCIA BRASIL

Além da Petrobras e outras empresas nacionais, gigantes do petróleo e gás se preparam para a exploração da Margem Equatorial. Nas Guianas a extração já ocorre.

Chamada de o “novo pré-sal” brasileiro, a margem equatorial já é objeto de interesse de petroleiras de sete países. Levantamento da BBC News Brasil revela quais empresas nacionais e internacionais com contratos já operam nos blocos da região.

A Margem Equatorial é uma região localizada entre a costa do Rio Grande do Norte e o litoral do Amapá e, segundo a Petrobras, possui potencial para exploração de petróleo, uma vez que foram feitas “descobertas recentes em regiões próximas a essa fronteira (Guiana, Guiana Francesa e Suriname)”.

Segundo estimativas da Agência de Proteção Ambiental da Guiana, as reservas recuperáveis de petróleo só na região do país podem chegar a mais de 11 bilhões de barris (cerca de R$4 trilhões, de acordo com a cotação do brent de hoje).

Até agora, não existe confirmação sobre o volume exato das reservas localizadas nas bacias que compõem a Margem Equatorial no Brasil.

Cálculos feitos pelo Ministério de Minas e Energia (MME), no entanto, trabalham com estimativas de 10 bilhões de barris de petróleo, volume próximo aos 13,2 bilhões de barris em todo o Brasil em reservas provadas até 2022.

Segundo a BBC, o interesse das petroleiras na região é grande por conta da perspectiva de que essa região possa concentrar reservas de grandes proporções como as que foram encontradas nas costas da Guiana e Suriname, em 2015.

De acordo com Agência Nacional do Petróleo (ANP), existem 41 blocos exploratórios na região. São nove nas Bacias da Foz do Amazonas, cinco na região Pará-Maranhão, 18 em Barreirinhas e nove em Potiguar Mar. Desses, 20 estão com os contratos suspensos por conta da demora na obtenção de licenciamento ambiental.

Ainda de acordo com a agência, a produção de petróleo em poços da margem equatorial é baixa. Em março deste ano, a produção do Brasil foi de 3,9 milhões de barris diários.

Confira quais países e empresas.

Brasil

Cinco empresas brasileiras operam ou, ao menos, investem em blocos na Margem Equatorial, Petrobras, Enauta, Aquamarine, 3R Petroleum e Prio.

A Petrobras é a principal operadora do país na região, com 16 blocos no total. Além disso, a estatal aparece como parceira de outras empresas em outros quatro blocos na bacia de Barreirinhas, na costa do Maranhão.

A Enauta opera em três blocos: dois na bacia Pará-Maranhão e um na bacia da Foz do Amazonas. Como parceira da Shell, a Aquamarine atua em quatro blocos na bacia de Barreirinha. Já a 3R Petroleum é operadora de um bloco na bacia de Barreirinha.

Por fim, a Prio trabalha em dois blocos na Margem Equatorial, ambos na bacia da Foz do Amazonas.

Reino Unido

O Reino Unido é o segundo país com mais investimentos por bloco na região. São três empresas atuando como operadoras ou parceiras na Margem Equatorial: Shell (empresa anglo-holandesa), BP e Chariot.

Operando em 11 blocos, a Shell atua nas bacias da Potiguar e Barreirinhas. Ela também aparece como parceira em pelo menos um bloco, ao lado da Petrobras, na bacia Potiguar.

A outra empresa britânica com interesses na Margem Equatorial é a BP, que aparece como operadora em um bloco e como parceira da Petrobras em outro, ambos na bacia de Barreirinhas. A empresa chegou a ter participação em blocos localizados na bacia da Foz do Amazonas, mas cedeu sua participação para a Petrobras, em 2021.

Já a Chariot é operadora de três blocos, todos localizados na bacia de Barreirinhas.

Estados Unidos

Apesar de serem o maior produtor de petróleo do mundo, até o momento, os Estados Unidos têm presença reduzida na exploração da Margem Equatorial. Segundo a ANP, somente uma empresa operana região. A Murphy do Brasil, vinculada à Murphy Oil Corporation, opera em três blocos da bacia Potiguar.

China

Assim como os EUA, a China também tem presença reduzida na exploração do óleo. Apenas a Sinopec, uma das principais estatais do país no setor de petróleo e gás, atua na Margem Equatorial. A estatal chinesa opera em dois blocos na bacia Pará-Maranhão.

Japão

O Japão tem apenas uma empresa com atuação na Margem Equatorial. A Mitsui, gigante global no setor de energia, é parceira da Shell em quatro blocos localizados na bacia de Barreirinhas.

Portugal

A portuguesa Galp também tem operações na Margem Equatorial. Segundo a ANP, a empresa participa das operações em quatro blocos situados na bacia de Barreirinhas. Em todos, ela é sócia da Shell ou da Petrobras.

França

A única empresa francesa atualmente vinculada à Margem Equatorial é a Total Energies. Hoje, ela aparece como parceira da BP em um bloco na bacia de Barreirinhas.

No passado, porém, a empresa tentou, sem sucesso, obter a liberação para perfurar um poço exploratório em um bloco na bacia da Foz do Amazonas, a mesma região onde a Petrobras também tenta atuar. O Ibama, no entanto, negou a licença e, em 2020, a empresa abriu mão de sua participação nos blocos que tinha na região em nome da Petrobras. Ela tentou durante sete anos obter as licenças ambientais para fazer as pesquisas exploratórias na região.

FONTE: BBC NEWS BRASIL

ACORDO COLETIVO DE TRABALHO 2022/2023IMAGEM: SINTAEMA

Sob a presidência da procuradora Júnia Bonfante Raymundo, o Sindmar e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Afins (FNTTAA) participaram de audiência realizada na última quarta-feira (14) na sede da Procuradoria do Trabalho da 1ª Região, no Rio de Janeiro, na tentativa de buscar um entendimento sobre a relação laboral com a Prosafe Serviços Marítimos.

Na ocasião, a procuradora destacou a importância dos acordos coletivos para os trabalhadores e afirmou que a mediação é um espaço no qual o Ministério Público do Trabalho (MPT) representa um agente facilitador do diálogo para a busca de um consenso entre as partes.

Após esclarecimento de dúvidas, tanto a representação sindical quanto a empresa se colocaram à disposição do MPT para participar das discussões no sentido de alcançar um acordo coletivo de trabalho (ACT) justo para os marítimos.

As partes se comprometeram a fornecer, em um prazo de 30 dias, informações sobre o andamento da negociação entre elas. A procuradora alertou que caso não haja avanços, a mediação poderá ser encerrada para a abertura de procedimentos específicos.

As entidades sindicais deixaram claro que vêm tentando negociar, sem sucesso, acordos para oficiais e para a guarnição, e lembraram, ainda, que muitos dos marítimos que prestam serviço para a Prosafe se encontram sob contratos de outras duas empresas: Atlas e OSM.

Durante a mediação, os representantes da Prosafe informaram que as minutas de ACT enviadas pelos sindicatos se encontram em análise e que a empresa está disposta a negociar com as entidades.

Quanto à contratação de mão de obra, a empresa informou que está em processo de conclusão da primarização – reversão da terceirização – e avaliou que apenas 10% do quadro de marítimos, entre oficiais e outros profissionais embarcados, ainda não estariam sob contrato direto com ela.

O Sindmar faz um alerta aos seus representados para que permaneçam dispostos à luta coletiva na forma aprovada na última consulta e esclarece que, em razão da indisposição que a empresa vinha demonstrando para negociar, frustrando as expectativas coletivas, a mediação é uma possibilidade de resolução do ACT antes de se recorrer à mobilização efetiva a bordo.

Unidade e Luta!

Juntos somos mais fortes!

 

Homem puxa juros para cima | Movimento afeta a bolsa

IMAGEM: Shutterstock

Marcha no ABC Paulista deu início a jornada de protestos contra altas taxas de juros no Brasil, exigindo ação imediata do Banco Central. #JurosBaixosJá

Na manhã da última sexta-feira (16), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), centrais sindicais e movimentos populares, deram início à “Jornada Contra os Juros Altos”, uma mobilização contínua em luta pela redução da taxa básica de juros, conhecida como Taxa Selic, aplicada no Brasil. Atualmente, a taxa está em 13,75%, sendo a mais alta do mundo e gerando consequências negativas para o país.

Umas marcha pelas ruas de São Bernardo do Campo (SP) levou centenas de trabalhadores e trabalhadoras para a frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. As entidades envolvidas afirmam que o movimento será permanente até que o Banco Central, comandado pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, deixe de boicotar o país e reduza a taxa de juros básica, a fim de impulsionar o desenvolvimento nacional.

A taxa de juros elevada no Brasil tem impactos significativos, como a queda no consumo e entraves para o crescimento econômico. Após descontar a inflação acumulada em 12 meses, que atualmente é de 5,79%, a taxa real de juros no país é de 7,52% ao ano, a mais alta do mundo.

Essa taxa prejudica o investimento, a produção das empresas e a geração de emprego e renda, favorecendo apenas o rentismo. Para impulsionar a economia e promover o crescimento, o Banco Central precisa revisar sua política de juros e reduzir a Selic de forma urgente.

Ubiraci Dantas, vice-presidente nacional da Central dos Trabalhadores do Brasil, conhecido como Bira, destaca a importância de reduzir as taxas de juros a níveis internacionais. “Nós estamos trabalhando no sentido de montar e constituir a Frente Ampla em defesa da redução drástica das taxas de juros, chamando trabalhadores, empresários, parlamentares, partidos, juristas pra que a gente possa, a exemplo do que foi a frente em defesa da democracia, fazer uma frente em defesa da redução das taxas de juros pra acabar com a sabotagem que o Banco Central está fazendo com o nosso país e com o governo Lula.”, disse ao Portal Vermelho.

Bira enfatiza que a atual taxa de juros de 13,75% retirou “500 bilhões de reais do país” no ano passado, por meio de “capital especulativo”. “E se deixar assim esse ano vai ser R$ 800 bilhões. Aí não vai sobrar nada para o nosso povo.”, alertou o vice-presidente.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também acompanhou a marcha de lançamento da campanha. Durante discurso ela destacou os avanços do país no governo Lula; citou o primeiro reajuste da tabela do imposto de renda, o aumento real do salário mínimo e programas sociais que foram retomados pelo presidente como o Mais Médicos, o novo Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida.

Porém, salientou Gleisi, o BC sabota os resultados dessas ações. “Se a taxa de juros continuar como está, não vamos ter investimento no país e, se não houver investimento, não vamos gerar emprego. Sem emprego, não tem renda, a economia fica ruim e a vida do povo piora. Por isso, essa luta. O Banco Central tem sido hoje o grande empecilho pra gente retomar o crescimento da economia”, disse.

A pressão contra a política monetária do Banco Central continuará nos próximos dias. Nesta segunda-feira (19), os movimentos sociais realizarão um grande tuitaço nas redes sociais, compartilhando materiais gráficos e vídeos para conscientizar a população sobre os impactos negativos da política de juros altos impostos pelo BC. As hashtags #JurosBaixosJá e #ForaCamposNeto darão o tom nas redes.

Já na terça-feira (20), atos serão realizados em todo o país, em frente às unidades do Banco Central em cada estado que possua uma sede. Em São Paulo, o ato está marcado para as 10 horas, em frente ao BC da Avenida Paulista.

Com a mobilização em curso, com previsão de término no dia 2 de julho, os movimentos populares buscam chamar a atenção para a necessidade de uma política de juros mais favorável ao desenvolvimento do país e esperam obter resultados concretos por meio de suas ações de protesto e conscientização.

FONTE: PORTAL VERMELHO