O mercado de trabalho informal foi responsável por quase 70% das vagas geradas no país no período de junho a agosto de 2017, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada na última sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento traz que o mercado de trabalho como um todo criou 1,374 milhão de postos no trimestre encerrado em agosto, alta de 1,5% na comparação aos três meses anteriores. Ante um ano antes, a população ocupada cresceu 1%.
Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento de IBGE, a geração de postos de trabalho é positiva, ao reduzir a população desempregada no país. Ao mesmo tempo, o lado negativo é que são empregos sem qualidade, sem garantias trabalhistas do setor formal.
"São empregos como trabalhador familiar auxiliar, trabalhador por conta própria, emprego no setor privado sem carteira. Em momento de saída de crises, é comum aumentar o emprego informal. Foi assim em 2008, em 2003. As pessoas contratam, mas não efetivam com a assinatura da carteira porque ainda existem incertezas", disse Azeredo, após a divulgação dos dados.
Dos 1,374 milhão de postos criados no trimestre, 286 mil foram gerados no setor privado sem carteira, 472 mil em atividade de conta própria (profissionais autônomos), 95 mil em empregos auxiliares familiares (pessoas que ajudam parentes em seus negócios), 95 mil em empregadores de acordo com os dados divulgados pelos IBGE na última sexta-feira.
Já o setor público foi responsável pela geração de 295 mil postos de trabalho no trimestre, o que aumentou em 2,6% o estoque de ocupados nesta atividade somou 11,46 milhão de pessoas. Neste caso, o setor é formal e responsável pela fatia restante de empregos gerados no período.
Fonte: Valor Econômico