carteira de trabalho

IMAGEM: MARCELLO CASAL/AGÊNCIA BRASIL

 

Nível de emprego ficou estável. Estado teve crescimento na agropecuária e na construção e queda em comércio e serviços

 Os acordos de suspensão do contrato e redução de jornada/salário ajudaram a manter estável o nível de emprego formal no estado de São Paulo, segundo análise da Fundação Seade. De janeiro a novembro, o total de vagas com carteira cresceu em 41 mil (exatos 40.856), ou 0,3%. O número corresponde a 18% do país (227 mil). O ritmo de expansão nacional foi duas vezes maior (0,6%).

Os setores de comércio e serviços fecharam postos de trabalho: menos 42.373 e 11.938, respectivamente. Mas a agropecuária cresceu (54.399), assim como a construção (35.315), enquanto a indústria ficou próxima da estabilidade (5.453). O Seade usa dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o “novo” Caged, do Ministério da Economia.

“A utilização do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda é importante fator explicativo desses resultados”, aponta a fundação. Assim, de abril a dezembro, acrescenta, foram registrados 6,4 milhões de acordos, alcançando 3,2 milhões de trabalhadores (27% dos celetistas). “Note-se que 2,7 milhões dos acordos (41,4%) corresponderam à suspensão do contrato de trabalho e para 1,2 milhão houve redução de 70% da jornada de trabalho”, diz ainda o Seade.

 

Entre as áreas do estado, destaque para a região metropolitana de São Paulo (sem a capital, com pequena queda), que teve saldo de 13 mil vagas com carteira assinada. Em seguida, as regiões de Campinas (12 mil) e Bauru (9 mil). Já as maiores reduções foram registradas nas regiões que incluem Santos (-11 mil) e São José dos Campos (-10 mil).

Apenas de outubro para novembro, o emprego formal cresceu 1,2% no estado (1,1% no país), com saldo de 138.411 vagas. Desse total, 77.312 foram no setor de serviços e 49.315, no comércio. A indústria abriu 9.294 e a construção, 9.153. Por outro lado, a agropecuária fechou 6.633 postos de trabalho no penúltimo mês de 2020.

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

Auxílio emergencial, Caixa Econômica Federal

IMAGEM: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

 

Em meio à continuidade dos números alarmantes da pandemia do coronavírus no Brasil, parlamentares articulam uma volta urgente ao Congresso Nacional. Entre as ideias está discutir e votar a renovação do auxílio emergencial.

Segundo o Correio Braziliense, o senador Alessandro Vieira, do Cidadania, apresentou um requerimento de uma convocação extraordinária que já circula na Câmara dos Deputados e o Senado.

O documento tem como um dos principais pedidos a prorrogação do estado de calamidade pública com a renovação do auxílio emergencial.

 Além disso, destaca ainda a universalização da vacina contra o coronavírus no Brasil.
 

A ideia de Vieira já recebeu apoio de alguns parlamentares. Na teoria, o documento aponta que em caso de urgência ou de interesse público relevante, a maioria dos membros do Congresso tem poder de convocar o retorno dos trabalhos.

E o argumento principal para isso estaria sendo publicado dia após dia, com os números de mortes e infectados pela covid-19. Segundo o referendo, a crise causada pela pandemia não estaria nem próxima de seu fim.

Para Vieira, segundo o Correio Braziliense, seria possível estender o auxílio emergencial por mais três meses. Para isso, a ideia é discutir a flexibilização de valores e prazos.

Segundo o Valor Econômico, o deputado Baleia Rossi, do MDB, também afirmou ser defensor da retomada do auxílio emergencial. O parlamentar está disputando a presidência da Câmara.

FONTE: ISTOÉDINHEIRO

IMAGEM: CTB

Para Guedes, tributo geraria fuga de investidores; cobrança é defendida por especialistas para reduzir desigualdades

A Receita Federal apresentou à Câmara críticas à proposta de criar um imposto sobre grandes fortunas. A ideia é defendida por parlamentares, mas sofre a rejeição do ministro Paulo Guedes (Economia).

Em documento, a Receita não descarta eventual debate sobre o tributo para reduzir a desigualdade social no país, mas afirma que há medidas mais eficientes, como acabar com programas de Refis (parcelamento de dívidas com a União com descontos), taxar a distribuição de lucros e dividendos e mudar tributação sobre o mercado de capitais.

O fisco afirma que há dificuldades sobre como estabelecer o critério para as fortunas —como mensurar a riqueza, o patrimônio de cada um. Como exemplos, citou obras de arte e direitos autorais

Para a Receita, o sistema poderia ser burlado facilmente. Se transferir parte do patrimônio para outros países ou dividir com outras pessoas, um contribuinte poderia escapar da taxação, argumenta o órgão.

 

Além disso, o fisco cita que o imposto sobre grandes fortunas chegou a ser adotado por alguns países e, depois, foi abandonado.

A avaliação de Guedes é na mesma linha: esse tributo poderia gerar fuga de investidores. Isso forçaria o capital a ir para países onde não há a taxação, reduzindo a oportunidade de novos negócios e empregos.

No fim do ano passado, o Congresso da Argentina aprovou a criação de um mecanismo que ficou conhecido como imposto sobre grandes fortunas. O novo tributo é uma taxa extraordinária, de recolhimento único, que será paga por 12 mil argentinos com patrimônio acima de um patamar equivalente a R$ 12 milhões.

A medida gerou críticas de empresários do país vizinho e foi usada como argumento por Guedes para se posicionar contra o imposto.

Pressionado por partidos de esquerda, o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) já indicou que pode incluir essa discussão em sua proposta. A Câmara discute desde 2019 um projeto para reformular o sistema tributário nacional.

O governo tem participado de reuniões técnicas com a equipe de Ribeiro, mas as negociações políticas têm se sobressaído para a elaboração do relatório da reforma tributária, que só deve ser apresentado quando houver amplo apoio de partidos.

Para o economista Bráulio Borges, pesquisador associado do FGV/Ibre, a Receita Federal não deveria apresentar propostas, como taxação sobre lucros e dividendos, como uma alternativa ao imposto sobre grandes fortunas, pois “uma coisa não afasta a outra”. “Taxar dividendos é taxar renda [fluxo contínuo de rendimentos], e não a riqueza [patrimônio já conquistado]”.

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Borges cita como exemplo uma comissão técnica do Reino Unido que, embora contrária anteriormente ao tributo sobre fortunas, recomendou a criação do imposto de forma temporária diante da crise da Covid-19. A ideia, segundo ele, também deveria ser aplicada no Brasil, onde a desigualdade se agravou por causa da pandemia.

“Se o imposto é permanente, a tendência é, sim, de fuga de investimentos. Mas se é cobrado de por um período limitado, como cinco anos, a medida pode ajudar na recuperação da crise, além de ser uma questão de justiça”, afirmou Borges.

 

A gerente sênior da área tributária na Mazars Brasil, Sirlene Chaves, avalia que taxar as fortunas pode não ter o resultado esperado, pois os grandes contribuintes acabariam se esquivando da cobrança, adotando medidas para repartir a riqueza ou mesmo usar laranjas para escapar do fisco.

“A pergunta a ser feita é: quanto o país crescerá com isso? O imposto assustaria investidores”, disse.

Para Chaves, a reforma tributária deveria focar em mudanças no sistema que já existe, como criar alíquotas mais altas de IR (imposto de renda) para os mais ricos, taxar os imóveis com base no valor atual de mercado e criar um cobrança sobre distribuição de lucros e dividendos.

Ribeiro e deputados também discutem essas medidas. Mas, na Câmara, esse debate não é visto como uma barreira à proposta de criação de um imposto sobre fortunas.

Partidos da oposição apresentaram uma proposta de tributação sobre renda e patrimônio para substituir o texto de reforma tributária que é discutido no Congresso. O documento, de deputados do PSB, Rede, PCdoB, PT, PDT e PSOL, se baseou em uma iniciativa de economistas e sindicatos de auditores fiscais da Receita chamada “Tributar os super-ricos para reconstruir o país”.

O grupo produziu estudos e elaborou o texto da proposta. Além de ações como novas faixas do Imposto de Renda, aumento da tributação sobre lucro e mudança na cobrança sobre heranças, a medida propõe a regulamentação do imposto sobre grandes fortunas.

A Constituição já estabelece que cabe à União instituir o imposto sobre grandes fortunas, mas ressalta que os termos da cobrança devem ser aprovados por meio de uma lei complementar. Isso nunca foi feito pelo Legislativo e, na prática, o tributo não existe no país.

A proposta da oposição prevê duas fases de incidência. Nos primeiros cinco anos, as alíquotas seriam mais altas, com objetivo de suprir demandas criadas no país após a pandemia do novo coronavírus.

Inicialmente, a cobrança seria de 1% ao ano para contribuintes com patrimônio entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões, 2% para valores acima de R$ 40 milhões até R$ 80 milhões, e 3% para fortunas superiores a R$ 80 milhões. O imposto incidiria apenas sobre os valores que ultrapassam esses patamares, e não sobre o patrimônio total.

A partir do sexto ano, incidiria sobre as mesmas faixas de riqueza, mas com alíquotas menores, respectivamente, de 0,5%, 1,0% e 1,5% ao ano.

Coordenador dos estudos, o professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Eduardo Fagnani afirma que a calibragem da proposta prevê que 59 mil pessoas passariam a pagar o tributo, o que corresponde a 0,028% da população brasileira.

A arrecadação estimada do novo imposto seria de R$ 40 bilhões ao ano, valor superior ao orçamento do Bolsa Família.

Na avaliação de Fagnani, o argumento de que as pessoas tentariam burlar o sistema para fugir da Receita não é uma crítica ao imposto, mas sim à fiscalização, que poderia ter novos mecanismos de controle.

Para o professor, a medida seria uma forma de reduzir a desigualdade social do Brasil e minimizar injustiças do sistema tributário, que atualmente pesa mais sobre os ombros das famílias de menor renda.

“Em função da gravidade desta crise, com uma grande parcela da população sem trabalho e renda, será que não é adequado que 59 mil pessoas contribuam para que 40 milhões possam ter uma renda básica?”, afirmou.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

Eólica Mangue Seco 1 e Eólica Mangue Seco 2 são colocadas à venda pela Petrobras

IMAGEM: DIVULGAÇÃO

 

A Petrobras assinou um contrato para venda de sua participação total de 49% nos parques eólicos Mangue Seco 3 e 4, por R$ 89,9 milhões com a V2I Transmissão de Energia Elétrica, informou a petroleira em comunicado ao mercado nesta quinta-feira.

A venda foi feita em conjunto com a Wobben Windpower Indústria e Comércio, que detinha os demais 51% dos ativos.

O montante será pago em duas parcelas, sendo R$ 22,5 milhões nesta quinta-feira, (7) e R$ 67,4 milhões no fechamento da transação, sujeito aos ajustes previstos no contrato.

O fechamento da transação está sujeito ao cumprimento de condições, como a aprovação pelo Banco do Nordeste do Brasil, financiador do desenvolvimento do parque eólico, e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

FONTE: CNN

 

200 mil mortes Covid-19 ONG Rio de Paz

Foto: ONG Rio de Paz

 

Mais 469 vítimas em 24 horas

Mais 29.792 diagnósticos

8.105.790 casos no total

959 mortes por milhão

O Brasil registrava 203.100 mortes por covid-19 até as 18h deste domingo (10.jan.2021), de acordo com o Ministério da Saúde. São 469 vítimas a mais que o registrado no dia anterior. Também foram contabilizados mais de 29.792 casos em 24 horas, totalizando 8.105.790 infectados.

Os dados indicam que 7.167.651 pessoas estão recuperadas da doença, e 735.039 permanecem em acompanhamento.

Só os Estados Unidos têm mais vítimas que o Brasil. Eram 382.806 mortos até as 19h25, segundo o monitor Worldometer.

O número de mortos no Brasil também é elevado na comparação proporcional. São 959 mortes por milhão de habitantes segundo cruzamento de dados do Ministério da Saúde com a última estimativa populacional divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A taxa coloca o Brasil na 21ª posição do ranking mundial. Em 31 de outubro, ocupava o 4º lugar. A Bélgica é o país em que a covid-19 mais mata em relação ao tamanho da população. São 1.725 mortes por milhão de habitantes. Entenda aqui os motivos dos números belgas.

MÉDIA MÓVEL DA MORTES E CASOS

Os 2 gráficos a seguir mostram o número de mortes e de novos casos diários, mas também a média móvel dos últimos 7 dias. A curva matiza eventuais variações abruptas, sobretudo porque nos fins de semana há sempre menos casos relatados.

Ambas as médias móveis traduzem os números elevados registrados nas últimas 24 horas.

A curva de mortes está acima de 600 desde 8 de dezembro de 2020. Neste domingo (10.jan), atingiu 1.012. É a 1ª vez que o número médio de vítimas supera a marca de 1.000 desde 22 de agosto de 2020. Naquela data, a média móvel de óbitos em 7 dias era de 1.003.

Já a média de novos casos hoje é de 53.176.

FONTE: PODER 360

IMAGEM: JACQUELINE LISBOA/ESPECIAL METRÓPOLES

 

O Brasil ultrapassou, nesta quinta-feira (07/01), mais de 200 mil mortes pela covid-19, segundo o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).

Até o momento, foram registradas 200.498 mortes no país — o primeiro óbito ocorreu em 12 de março, conforme a pasta.. Além disso, já foram registrados 7.961.673 casos de infecções pelo novo coronavírus.

O Estado com maior número de vítimas fatais é São Paulo (47.768), seguido de Rio de Janeiro (26.292) e Minas Gerais (12.366).

Ainda nesta quinta, o país também bateu recorde diário de óbitos, conforme dados do Conass: nas últimas 24 horas foram registradas 1.841 mortes pela covid-19.

Em números absolutos, o Brasil é o segundo país com mais mortes pela doença em todo o mundo. Ele está atrás apenas dos Estados Unidos, que têm mais de 363,5 mil óbitos por covid-19, conforme levantamento da Universidade Johns Hopkins

O país foi superado em número de casos, entretanto, pela Índia (10,39 milhões), agora em segundo lugar depois dos Estados Unidos (21,4 milhões).

Subnotificação

Para especialistas, o Brasil já havia batido a marca dos 200 mil mortos pela covid-19 antes desta quinta-feira. Epidemiologistas, matemáticos e cientistas de dados calculam que o número real na atualidade é bem maior.

Um dos indicativos disso é o aumento nos números de mortes por Síndrome Aguda Respiratória Grave (SRAG).

"Se compararmos o número de mortes por SRAG em 2019 e em 2020, é possível observar que neste ano há um excedente enorme, mesmo quando subtraímos a média dos períodos anteriores e os casos em que a covid-19 foi confirmada", afirmou, em reportagem publicada em 30 de dezembro, o engenheiro Miguel Buelta, professor titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Em outras palavras, na comparação com o passado recente, o número de pessoas que não sobreviveu a um colapso das vias aéreas em 2020 foi muito maior. E, dentro desse contingente, há uma quantidade enorme de óbitos em que o agente por trás do problema não foi identificado.

Em 2019, o Brasil contabilizou 4.852 mortes por SRAG. Já no ano de 2020, o número de óbitos por essa mesma condição estava em 229,1 mil até o dia 1º de novembro. Desse total registrado, 151,5 mil tiveram a covid-19 confirmada. Numa conta simples de subtração, dá pra concluir que cerca de 75 mil mortes por SRAG ocorridas ao longo dos últimos meses não tiveram sua origem esclarecida.

Porém, em um ano de pandemia, com alta circulação de um novo tipo de coronavírus, especialistas dizem ser possível afirmar que a maioria dessas pessoas deve ter tido covid-19.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde afirmou, sem entrar em detalhes, que há um processo para fortalecer a rede de vigilância de influenza e outros vírus respiratórios, "para cada vez mais qualificar a identificação de agentes etiológicos causadores de doenças respiratórias, como a covid-19, principalmente por técnicas de biologia molecular, incluindo mais tipos de vírus nos diagnósticos e com equipamentos capazes de um maior número de processamento ao dia".

Vacina

O Brasil bate a marca dos mais de 200 mil mortos no dia em que o Instituto Butantan divulgou o nível de eficácia da vacina CoronaVac, que São Paulo planeja começar a aplicar na população do Estado a partir de 25 de janeiro.

Os resultados dos testes feitos no país apontaram que a vacina da farmacêutica chinesa Sinovac, que está sendo desenvolvida no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, protege 78% das pessoas contra a covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.

Já em relação àqueles que desenvolverem a doença, o governo de São Paulo divulgou que os testes nos voluntários imunizados e que ainda assim foram infectados pelo coronavírus apontaram que a vacina garantiu a proteção total (100%) contra mortes, casos graves e internações.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou recentemente que a vacina "não tem segurança ainda", mas disse que estão previstas 2 milhões de doses em janeiro.

Bolsonaro deu diversas declarações controversas desde o início da pandemia. Ele chegou a classificar a covid-19 como uma "gripezinha" e afirmou que o Brasil é referência no combate à covid-19.

O início da vacinação

Estudos feitos com a Coronavac no país, cujos resultados já haviam sido divulgados, comprovaram que a vacina é segura e não causa reações adversas graves, segundo dados do Instituto Butantan.

O Instituto Butantan e o governo de São Paulo devem solicitar a aprovação emergencial da vacina à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no SUS, em razão da urgência gerada pela pandemia — o registro habitual costuma demorar mais para sair.

A agência garante que as vacinas só terão essa aprovação emergencial se tiverem dados suficientes de segurança e eficácia.

FONTE: BBC

Brasília – Plenário da Câmara dos Deputados antes da discussão do relatório do impeachment (Antônio Cruz/Agência Brasil)

IMAGEM: ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

 

A eleição para a presidência da Câmara será das mais importantes do período pós-constituinte, tanto sob a perspectiva de poder de agenda do novo presidente da Casa, quanto do ponto de vista simbólico em relação ao governo Bolsonaro.

Essa eleição será muito parecida com a eleição do sucessor de Eduardo Cunha, após sua renúncia em julho e a poucos meses de sua cassação em setembro de 2016, quando de um lado estava o candidato de Cunha e do “Centrão”, o então deputado Rogério Rosso (PDS-DF) e, de outro, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que firmou o compromisso de independência da Casa em relação ao programa defendido por Cunha e pelo “Centrão”, que era um misto de fisiologismo e de ataque a direitos e liberdades das minorias e dos movimentos sociais.

Naquela oportunidade prevaleceu, inclusive com o apoio de parcela expressiva da oposição, a candidatura de Rodrigo Maia, que foi reeleito em 2 outras oportunidades e honrou os compromissos de independência da Casa, de diálogo e de não perseguição à oposição, assim como os de não pautar a agenda conservadora que representava o ideário de Cunha, do “Centrão” e de Bolsonaro em relação a valores e comportamentos.

É preciso considerar, que caso o País não tivesse contado com postura de independência do presidente da Câmara, em relação ao Poder Executivo, nos últimos 2 anos e caso tivesse prevalecido a agenda governamental de costumes, de armamento da população, de desprezo aos direitos humanos e ataque ao meio ambiente, as instituições não teriam tido força para conter o ímpeto autoritário do presidente da República nesse período. A Câmara funcionou como mecanismo de freios e contrapesos ao governo federal.

Nesta eleição de 2021, tal como em 2016, há 2 candidatos competitivos e com visões distintas sobre democracia, valores e comportamentos: Arthur Lira (AL), líder do PP e do “Centrão”, e Baleia Rossi (SP), líder e presidente nacional do MDB. O primeiro é o candidato oficial do governo Bolsonaro e do “Centrão” e o segundo é o candidato de um grupo de partidos, articulados por Rodrigo Maia, sob o compromisso de independência da Casa em relação ao Poder Executivo.

Na política, os apoios, os acordos e os compromissos assumidos importam. Assim, um candidato patrocinado pelo presidente Bolsonaro tende a honrar os acordos firmados e seguir as orientações e recomendações de seu patrono, em toda sua extensão, tanto no aspecto de intolerância em relação à oposição, com possível perseguição, quanto na pauta envolvendo temas associados à visão de mundo do governo, como a defesa da “escola sem partido”, do armamento da população, do excludente de ilicitude e do estatuto da família, dentre outros aspectos envolvendo liberdades, valores religiosos e éticos-morais retrógados. Já um candidato ancorado numa plataforma que postule a independência do Legislativo, o respeito à oposição e aos direitos das minorias ficará ética e moralmente constrangido em agir de modo diferente ou em desacordo com os compromissos assumidos.

É fato que quem for eleito terá, durante 2 anos, enorme poder de agenda. Basta dizer que além de dirigente do processo legislativo, de representante da Casa e de chefe de Poder, o eleito disporá de muito poder regimental1, que pode ser convertido em capital político próprio ou distribuído entre seus pares.

Quanto ao simbolismo dessa disputa, é notório que a vitória do líder do “Centrão” favorece o presidente Bolsonaro, abre espaço para a agenda de comportamento e valores do governo, além de reduzir a praticamente zero a possibilidade de impeachment do atual presidente da República e ampliar as chances de reeleição do titular do Poder Executivo. Já a vitória do presidente do MDB, sob essa perspectiva, significará uma derrota do governo Bolsonaro e uma vitória política da frente política articulada por Rodrigo Maia em torno de Baleia Rossi, além de reduzir as chances de reeleição do presidente da República e, principalmente, de aprovação de pautas antidemocráticas e retrógadas do ponto de vista civilizatório.

Há convergências e divergências entre os 2 principais candidatos. Em relação às convergências, podemos dizer que ambos são defensores da agenda liberal e fiscal do mercado e que também manteriam inalteradas 3 prerrogativas dos parlamentares e dos partidos:

1) a continuidade das emendas impositivas;

2) a permanência do Fundo Partidário, a principal fonte de custeio dos partidos; e

3) o Fundo Eleitoral, destinado a financiar as eleições municipais e gerais, além de brigar pelo retorno do horário eleitoral gratuito aos partidos, extinto desde a adoção desse fundo. Mas as divergências sobre a democracia, os direitos humanos e o respeito a minorias, as políticas externa, ambiental, cultural, educacional e cientifica, bem como sobre a autonomia entre os poderes são centrais nessa disputa.

Nesse contexto, os partidos de oposição, em geral, e os de esquerda e centro-esquerda, em particular, estavam diante de um grande dilema: lançar candidato próprio ou apoiar o candidato capaz de derrotar o governo Bolsonaro e seu ideário antidemocrático. Teriam que optar entre a ética da convicção e a ética da responsabilidade. Se optassem pela primeira, lançariam candidato próprio e marcariam posição na disputa, ficando fora da Mesa e possivelmente da presidência de comissões temáticas e especiais, além de correrem o risco de eleição do candidato patrocinado por Bolsonaro, com todas as consequências que isso representa. Se decidissem pela segunda (como decidiram), podem evitar a vitória do chamado bolsonarismo e do “Centrão”, além de firmar compromissos programáticos que criem condições para resistir à agenda de desmonte do Estado. PT, PDT, PCdoB, PSB e Rede — mantendo a independência parlamentar, garantindo espaço na Mesa e nas comissões e com base em compromisso de independência da Casa —, fizeram a opção certa e vão apoiar o candidato Baleia Rossi, que enfrenta o candidato de Bolsonaro na disputa.

As circunstâncias dão a dimensão dos desafios. Frente à atual conjuntura, com um governo disfuncional, de visão autoritária e persecutória, com uma pauta preconceituosa à diversidade e retrógrada em relação aos direitos humanos e ao meio ambiente, além de irresponsável em relação ao combate à Covid-19, contar com um presidente da Câmara que mantenha a independência da Casa, que dialogue com as forças de oposição e que assuma os compromissos de evitar pautar matérias que signifiquem retrocesso civilizatórios e viabilize a tramitação de proposições de interesse das oposições, é fundamental para se fazer a travessia até 2022. A eleição de Lira significará a vitória de Bolsonaro e do “Centrão” e, portanto, de todas as pautas, valores, posturas e comportamentos que representam.

(*) Jornalista, consultor e analista político, mestrando em Políticas Públicas e Governo na FGV, diretor de Documentação licenciado do Diap e sócio-diretor das empresas “Queiroz Assessoria em Relações Institucionais e Governamentais” e “Diálogo Institucional Assessoria e Análise de Políticas Púbicas”. Publicado originalmente na Revista eletrônico Teoria&Debate, edição de janeiro.
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NOTA

1 Entre as atribuições relevantes do presidente da Câmara, pode-se exemplificar:

1) levar para votação em plenário matéria com prazo vencido nas comissões; 2) incluir matéria na ordem do dia das sessões ordinárias e extraordinárias; 3) convocar sessões extraordinárias; 4) criar comissões especiais para apreciação de PEC; 5) indicar relator quando a proposição for incluída na ordem do dia sem parecer das comissões ou quando o projeto estiver em urgência; 6) ceder e cassar a palavra dos integrantes dos colegiados; 7) suspender ou levantar a sessão quando necessário; 8) responder as questões de ordem; 9) anunciar o resultado das votações, simbólicas ou nominais; 10) declarar a prejudicialidade de proposição; 11) designar o procurador, ouvidor e corregedor parlamentar; 12) admitir denúncia por crime de responsabilidade do presidente da República, dando início a processo de “impeachment”; 13) aceitar pedidos de CPI (comissão Parlamentar de inquérito); e 14) anular ou declarar como não-escrito partes de parecer ou de projeto de lei de conversão a medida provisória, entre outras.

Navio é considerado o maior em comprimento a fazer escala no Porto de Santos, SP — Foto: Divulgação/Embraport

 Foto: Divulgação/Embraport

 

Um quarto trimestre como já não se vivia há cinco anos, atirou a carteira global de encomendas de porta-contêineres para os 2,4 milhões de TEU, calcula a Alphaliner.

O ano de 2020 terminou com sucessivos anúncios de encomendas de porta-contêineres de 23 000 e 24 000 TEU, para a Hapag-Lloyd, ONE e MSC, fazendo disparar a nova capacidade contratada no último trimestre.

No ranking das companhias com mais encomendas figuram ainda a COSCO, com 276 mil TEU (9,1%, 12 navios), a Hapag-Lloyd, com 141 mil TEU (8,2%,  seis navios), a HMM, com 120 mil TEU (16,7%, oito navios) e a Yang Ming, também com 120 mil TEU (19.5%, 13 navios).

Curiosamente, os dados da Alphaliner não incluem ainda as anunciadas encomendas da ONE.

de 23 000 e 24 000 TEU, para a Hapag-Lloyd, ONE e MSC, fazendo disparar a nova capacidade contratada no último trimestre.

Entre Outubro e Dezembro, a Alphaliner contou encomendas de 31 navios, num total de 673 500 TEU. O melhor registo dos últimos cinco anos. Com isso, as encomendas colocadas em 2020, um ano difícil por causa da pandemia, subiram para 2,4 milhões de TEU, o equivalente a 10% da frota em operação (23,9 milhões de TEU.

De acordo com a consultora parisiense, a Evergreen é a campeã das encomendas, em termos de capacidade, com 472 mil TEU (36,9% da frota actual), relativos a 64 navios. Seguem-se-lhe a CMA CGM, com 327 mil TEU (10,9%, 21 navios), e a MSC, com 323 mil TEU (8,4%, 16 navios). Com isso, a MSC igualará, ou mesmo ultrapassará, a Maersk na liderança mundial.

No ranking das companhias com mais encomendas figuram ainda a COSCO, com 276 mil TEU (9,1%, 12 navios), a Hapag-Lloyd, com 141 mil TEU (8,2%,  seis navios), a HMM, com 120 mil TEU (16,7%, oito navios) e a Yang Ming, também com 120 mil TEU (19.5%, 13 navios).

Curiosamente, os dados da Alphaliner não incluem ainda as anunciadas encomendas da ONE.

 

FONTE: TRANSPORTES&NEGÓCIOS

 

 

Brasil e China

Foto: Embaixada da China no Brasil/CNN

 

O encarecimento dos fretes vem se acentuando desde outubro, com a retomada global da economia e a maior procura pelos produtos chineses.

O frete marítimo na rota China-Brasil disparou. O custo das importações já vinha em alta no último trimestre e, nesta semana, atingiu um patamar considerado inédito de US$ 10 mil por TEU (medida padrão usada para contêineres), segundo importadores e empresas de navegação.

“É um nível histórico, nunca tinha visto o frete alcançar esse valor”, afirmou Luigi Ferrini, vice-presidente sênior da Hapag-Lloyd no Brasil. Há um ano, o custo dessa mesma rota estava na faixa dos US$ 2 mil por TEU.

O encarecimento dos fretes vem se acentuando desde outubro, com a retomada global da economia e a maior procura pelos produtos chineses, afirma Rafael Dantas, diretor da importadora Asia Shipping.

A disparada ocorre também em outras rotas partindo da China. As viagens da Ásia para Europa e Estados Unidos atingiram valores acima da média, com mais de US$ 4 mil por TEU.

A escalada de preços é fruto, principalmente, dos problemas logísticos e do grande descompasso entre oferta e demanda ocorrido ao longo do último ano – uma “tempestade perfeita para os fluxos globais de contêineres”, segundo a Centronave, que representa os grupos globais de navegação de longo curso no Brasil.

“Quando eclodiu a pandemia, muitas empresas deixaram de fazer pedidos, houve dezenas de cancelamentos de viagens [de navios de carga]. Mas a demanda por produtos não caiu como esperado. O gasto que iria para viagens foi para itens de casa, home office. O consumo local aumentou no mundo todo, e aí faltaram produtos”, resume Ferrini.

No auge da pandemia brasileira, entre março e julho, foram canceladas 23 viagens de navios da China. O número equivale a ao menos cinco semanas sem importações de contêineres do país.

Em meados do ano, ficou claro para as empresas que seria necessário retomar os pedidos. O aumento, porém, coincidiu com a retomada na Europa e nos Estados Unidos, levando a uma disputa acirrada por contêineres e embarcações. Hoje, praticamente todos os navios disponíveis no mundo estão em uso, diz a Centronave. Resultado: os fretes dispararam e, mesmo passado o Natal, continuam em alta.

A situação se agrava porque a pandemia também reduziu a eficiência na liberação das cargas em portos, terminais e armazéns, que também sofreram com as medidas de isolamento social e o reforço nos protocolos de vigilância sanitária.

Para tentar amenizar o gargalo, entre outubro e dezembro, as empresas de navegação acrescentaram 14 “extra-loaders” (navios adicionais), que ampliaram em cerca de 14% a capacidade na rota Xangai-Santos. O incremento, porém, não tem sido suficiente para atender à demanda. Na semana do Natal, o frete registrava US$ 7.184 por TEU. Sete dias depois, já chegava a US$ 8.173. Agora, armadores e importadores afirmam que os preços alcançaram a marca dos US$ 10 mil.

A alta poderá afetar diversos setores que dependem de importações chinesas. É o caso, por exemplo, da indústria de produtos elétricos e eletrônicos (principalmente os portáteis e de linha marrom). As empresas de maior porte do setor, que trabalham com contratos anuais no transporte marítimo, relataram reajustes de 90%, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). As menores, que fazem importações esporádicas, apontaram uma alta de 200% no custo.

No caso das grandes varejistas de moda, que importam a maior parte de suas coleções de inverno, o frete mais caro terá impacto direto, já que os pedidos para a temporada fria começam agora. “É difícil segurar os embarques em virtude dos altos preços, porque é necessário que os itens cheguem a tempo do inverno. Como 2020 foi um ano duro, também não será possível segurar o repasse dos custos no preço final”, afirma Edmundo Lima, diretor-executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX).

Para Dantas, da Asia Shipping, outro agravante é a concentração no transporte marítimo, composto por grandes grupos globais. “Após anos de crise, as empresas passaram a dividir operações, trocar informações sobre o mercado. Essa consolidação sem dúvidas contribui para os preços mais altos”, avalia.

Outro especialista ressalta que, em outras regiões, como na Europa, a disparada dos fretes já é motivo de questionamentos em órgãos de defesa da concorrência.

Ferrini rebate as críticas e diz que a concentração do setor se deu apenas devido à quebra de algumas empresas, que ficaram em situação frágil após anos de crise e redução nas tarifas aplicadas.

A Centronave diz que a disparada dos preços é fruto de uma combinação de fatores atípicos, decorrentes da pandemia e destacou que a capacidade das companhias de ampliar a oferta, para reduzir fretes, é nula: a ociosidade mundial da frota é de 1,5% (contra 10,6% há um ano). Além disso, a associação diz que a alta de preços afeta apenas o mercado spot (com negociação imediata) e estima que entre 40% e 50% das importações da China para o Brasil sejam regidas por contratos anuais, com fretes mais estáveis.

No mercado, ainda há muita incerteza sobre como os preços se comportarão no médio prazo. A Centronave acredita que o frete irá se normalizar ao longo de 2021. Para Ferrini, a perspectiva é que siga alto por mais dois ou três meses. A Asia Shipping projeta que os preços caiam em relação ao atual recorde, mas continuem acima dos US$ 4 mil por TEU.

Fonte: Valor Econômico

Homem trabalhando em casa no estilo home office

(iStock/Getty Images)

 

Com o crescimento do número de trabalhadores no sistema “home office” por conta da pandemia, o Projeto de Lei (PL) 5341/20 institui o auxílio home office. O benefício estabelece que o empregador subsidiará despesas do trabalho na própria residência.

A proposta prevê que o auxílio seja pago sempre no mês posterior ao que o empregado comprovou as despesas, preferencialmente junto com o salário. Pela legislação, as despesas previstas relacionadas ao trabalho são: internet, energia elétrica, softwares e hardwares e infraestrutura necessária ao trabalho remoto.

De acordo com a Agência Câmara, o projeto planeja que o empregador contribua com 30% destes gastos. O texto estabelece ainda que o benefício concedido não tem natureza salarial e nem se incorpora à remuneração, bem como não incide contribuição previdenciária nem de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

 O autor da proposta, deputado Márcio Marinho (Republicanos-BA), avalia que o objetivo do projeto não é repassar todo o ônus das despesas ao empregador, mas que o custo também não fique apenas para o empregado.
 
FONTE:ISTOÉDINHEIRO

 

IMAGEM: ELZA FIÚZA/AGÊNCIA BRASIL

Intenção de voltar a recadastrar após janeiro esbarra no agravamento da pandemia

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) avalia adiar mais uma vez a exigência da realização da prova de vida para a manutenção de benefícios.

Desde o início da pandemia de Covid-19, em março do ano passado, o INSS vem prorrogando a retomada da obrigatoriedade do recadastramento anual da senha bancária para o recebimento dos pagamentos.

No último adiamento, anunciado em novembro de 2020, o instituto previa que só voltaria a suspender benefícios após a competência de janeiro de 2021.

 

Os altos índices de ocupação da rede hospitalar por pacientes infectados pelo coronavírus, porém, deverão obrigar o órgão a rever esses planos.

A reportagem apurou que o presidente do INSS, Leonardo Rolim, tem discutido a possibilidade de um novo adiamento com superintendentes regionais. “A chance de precisar adiar é de 90%”, disse um funcionário que acompanha as discussões.

Chefias do órgão avaliam que, embora a renovação de senha ocorra na rede bancária, a retomada da obrigatoriedade levaria milhares de segurados a comparecer espontaneamente às agências da Previdência.

O aumento da procura pelos postos causaria transtornos no atendimento aos segurados, que já funciona com limitações devido à retirada das agências de servidores que fazem parte dos grupos de risco para a Covid-19 e, neste momento, estão realizando suas atividades em home office.

Questionado sobre a possibilidade de adiamento, o INSS informou que o tema está em análise pelas suas áreas técnicas.

“O assunto está sendo analisado pelas áreas técnicas desta autarquia e detalhes sobre a prova de vida serão divulgados oportunamente”, informou o instituto nesta quinta-feira (7).

Para aposentados do funcionalismo estadual paulista, a SPPrev (São Paulo Previdência) informou, também nesta quinta, que a exigência de prova de vida segue suspensa.

RENOVAÇÃO DE SENHA | RISCO NA PANDEMIA

  • O INSS estuda manter por mais tempo a suspensão da exigência da prova anual de vida

  • A previsão de retomada era para o próximo mês, mas o agravamento da pandemia preocupa

  • Com parte dos funcionários em home office, o INSS teria dificuldade em atender a demanda

  • Apesar de o recadastramento ocorrer na rede bancária, muitos segurados procurariam agências da Previdência

Exigência suspensa

  • Até o fim deste mês, está garantido que o INSS não vai bloquear benefícios de segurados que deixaram de renovar suas senhas desde março de 2020

  • Provavelmente, quando a pandemia estiver sob controle, o órgão voltará a exigir o recadastramento, mas garantirá um prazo para que os segurados realizem o procedimento

  • Somente quem já estava em falta com o cadastramento até fevereiro do ano passado precisa regularizar sua situação

  • Para saber sobre sua situação, o beneficiário pode obter informações pelo telefone 135 ou se cadastrar no site meu.inss.gov.br

O que é prova de vida?

  • Todos os anos os beneficiários do INSS, como aposentados e pensionistas, precisam recadastrar suas senhas

  • O processo de renovação é realizado na agência bancária em que o segurado recebe o benefício previdenciário

  • Normalmente, os bancos definem um calendário que distribui a convocação dos beneficiários conforme o mês de aniversário

  • A maior parte dos beneficiários precisa comparecer ao banco portando documento oficial com foto para renovar a senha

ATENDIMENTO NOS BANCOS

A pedido da reportagem, alguns dos principais bancos informaram como estão procedendo com a prova de vida durante a pandemia.

Os beneficiários do INSS não estão proibidos de realizar a renovação, mas ir ao banco neste momento representa risco à saúde, sobretudo para idosos e pessoas dos grupos de risco para Covid-19. Veja:

Banco do Brasil

  • Para realizar a prova de vida, o beneficiário, seu procurador ou representante legal deve comparecer à agência do Banco do Brasil para digitar a senha cadastrada ou capturar a biometria do próprio beneficiário

  • A prova de vida também pode ser realizada nos terminais de autoatendimento com biometria

Caixa Econômica Federal

  • O banco informou que a realização da prova de vida está disponível para os beneficiários

Itaú-Unibanco

  • Atualmente, os clientes podem realizar a prova de vida do INSS de duas maneiras: presencialmente, nos guichês de caixa das agências bancárias, e de forma automática, mediante uso da biometria em transações bancárias

Santander

  • O beneficiário pode fazer via agência com o gerente ou no autoatendimento. Entretanto, desde o início da pandemia, algumas agências estão priorizando o atendimento de idosos, gestantes e portadores de deficiência entre 9h e 10h

QUEM NÃO PODE IR

  • Os beneficiários que não podem comparecer às agências bancárias por motivos de doença e dificuldades de locomoção podem realizar a comprovação de vida por meio de um procurador devidamente cadastrado no INSS

  • Idosos com mais de 80 anos e beneficiários com dificuldade de locomoção podem solicitar pelo telefone 135 do INSS a visita em sua residência ou local informado

 

Fontes: INSS, Banco do Brasil, Caixa, Itaú-Unibanco, Santander e reportagem/FOLHA DE S.PAULO

 

Previsão é de aumento no desemprego

IMAGEM: ALINA SOUZA

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 1,2 ponto na passagem de novembro para dezembro, para 85,7 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o IAEmp também subiu 1,2 ponto. “O resultado de dezembro mostra que ainda está em curso o processo de recuperação das perdas sofridas na população ocupada no início da pandemia. Apesar da melhora, ainda é preciso considerar o patamar baixo do indicador, inferior ao observado em fevereiro de 2020, período anterior à pandemia. O ritmo ainda deve permanecer lento nesse início de ano considerando o processo de transição dos programas emergenciais do Governo e alta incerteza”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) avançou 3,0 pontos em dezembro ante novembro, para 102,6 pontos, maior nível desde janeiro de 2017. Em médias móveis trimestrais, o ICD aumentou 2,1 pontos. “A piora pelo segundo mês consecutivo do ICD sugere aumento na taxa de desemprego nos últimos meses de 2020. Com o fim do auxílio emergencial em dezembro, muitos consumidores voltaram a buscar emprego e encontraram dificuldade de retornar ao mercado de trabalho com baixas perspectivas de melhora significativa no curto prazo”, completou Rodolpho Tobler.

O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto maior o número, pior o resultado. Já o IAEmp sugere expectativa de geração de vagas adiante, quanto menor o patamar, menos satisfatório o resultado.

O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho. O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.

No IAEmp, dois dos sete componentes avançaram em dezembro, com destaque para os componentes de Situação Atual dos Negócios do setor de Serviços, com alta de 5,3 pontos, e de Tendência dos Negócios da Indústria, aumento de 5,1 pontos.

No ICD, houve alta em todas as quatro faixas de renda familiar pelo segundo mês seguido. A maior contribuição para o resultado foi das famílias com renda mensal entre R$ 4,8 mil e R$ 9,6 mil, cujo indicador de Emprego local atual (invertido) subiu 5,8 pontos em dezembro ante novembro.

 

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO