Mar de Barrents, no norte da Rússia

Mar de Barrents, no norte da RússiaFoto: Jacek W/ Google Maps

 

Um navio pesqueiro afundou no Mar de Barents, no norte da Rússia, nesta segunda-feira (28), disse o ministério de emergências do país. Segundo o órgão, 17 pessoas podem ter morrido na costa do arquipélago Novaya Zemlya por conta do incidente.

Embarcações de resgate procuravam sobreviventes na região, mas apenas duas pessoas foram resgatadas de uma tripulação de 19 pessoas, disse o ministério.

As autoridades disseram que um acúmulo de gelo na embarcação fez com que ela afundasse.

Uma fonte disse à agência Interfax que membros da tripulação foram levados pelo convés do barco durante uma tempestade. A TASS citou uma fonte dizendo que a tripulação desaparecida estava supostamente morta.

 

FONTE: CNN

Nova variante da covid-19 foi identificada no Reino Unido, mas cientistas afirmam que isso não altera eficácia da vacina - Getty Images

Imagem: Getty Images

 

5 delas têm eficácia divulgada

3 têm autorização definitiva

 

Na corrida contra o coronavírus, há 18 vacinas em desenvolvimento no mundo que estão na 3ª fase de testes clínicos. Destas, 8 foram liberadas para uso emergencial e limitado em diversos países, e 3 obtiveram o registro para o uso definitivo. Os dados são do Rastreador de Vacinas de Coronavírus, desenvolvido pelo jornal The New York Times.

Levantamento do Poder360 mostra que 16 países já começaram a vacinação, sendo que outros 4 aprovaram o uso emergencial ou definitivo e ainda não deram início ao processo de imunização.

Já é possível dizer que a vacina contra a covid-19 é o imunizante desenvolvido em menor tempo em toda a história. Antes, o recorde era do imunizante produzido para evitar a caxumba –demorou 4 anos e parou de ser usado nos anos 1970, porque a imunidade tinha curta duração.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), há 61 vacinas sendo testadas em humanos no mundo e 172 em fases pré-clínicas, ou seja, sendo testadas em animais.

Cinco farmacêuticas divulgaram resultados sobre a eficácia de seus imunizantes depois de análises dos testes clínicos.

O Poder360 compilou os dados para o que o leitor tenha acesso aos documentos e comunicados dos estudos divulgados até agora:

COVID-19 NO MUNDO

Atualmente, de acordo com o monitor do site Worldometers, o mundo registra mais de 78 milhões de casos de coronavírus. São mais de 1,7 milhões de mortes por causa da doença.

A maior preocupação dos países hoje é com o avanço da 2ª onda da pandemia de covid-19. Desde outubro, é identificada a alta constante no número de caso de covid-19. Na Europa, o número de casos disparou. A maioria dos países europeus voltaram a adotar medidas que restringiam a circulação de pessoas.

Além disso, uma nova variante do Sars-CoV-2, coronavírus responsável pela covid-19, foi identificada. De acordo com a OMS, há confirmação no Reino Unido, na Dinamarca, Holanda e Austrália.

Na Europa, França, Itália, Áustria, Alemanha, Bélgica, Holanda, Irlanda, Luxemburgo, Portugal e Bulgária suspenderam voos procedentes do Reino Unido ou que tenham o país como destino. Países da América Latina também decidiram fechar suas fronteiras para viajantes procedentes do país.

 

FONTE: PODER 360

Frasco da vacina russ

Anúncio foi feito em encontro virtual do presidente Alberto Fernández com governadores. Províncias receberão “de forma proporcional e equitativa” as primeiras 300 mil doses da vacina Sputnik V

No sábado (26), o presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou oficialmente que a vacinação contra a covid-19 no país terá início na próxima terça-feira (29). Na madrugada de ontem, chegaram as primeiras doses da vacina russa Sputnik V.

No anúncio, feito em encontro virtual de Fernández com governadores, o presidente afirmou que as províncias receberão “de forma proporcional e equitativa” as primeiras 300 mil doses para começar a aplicá-las simultaneamente em todo o país. A campanha de vacinação terá como primeiro grupo os trabalhadores de saúde mais expostos ao risco de contágio.

Mesmo com o início próximo da vacinação, Fernández voltou a ressaltar a necessidade de a população manter os cuidados em relação à disseminação do vírus. “A ideia é que quando chegar o outono teremos o maior número de pessoas em risco vacinadas, esse é o meu objetivo. Enquanto isso, cuidem de nós mesmos e que nossos compatriotas entendam que o risco é latente e que é necessário evitar aglomerações como as dos últimos dias ”, destacou.

 A campanha de vacinação na Argentina será realizada de forma coordenada entre as lideranças provinciais e o governo federal. O presidente comemorou que “tivemos uma possibilidade enorme de acesso como ninguém no mundo da periferia acessou”. “Devemos continuar trabalhando juntos porque a única preocupação que temos é garantir a saúde dos argentinos e nisso não temos partido político”, disse aos governadores.

Vacinação contra a covid-19 na América Latina

Nesta quinta-feira (24), teve início a vacinação contra a covid-19 no México e no Chile. Os dois países adquiriram doses do imunizante produzido pela Pfizer.

A enfermeira María Irene Ramírez, de 59 anos, foi a primeira pessoa da América Latina a receber a vacina. “É o melhor presente que poderia ter recebido em 2020”, disse ela, que é chefe de enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Rubén Leñero, na Cidade do México.

No Chile, a auxiliar de enfermagem Zulema Riquelme, do Hospital Sótero del Río, foi a primeira pessoa a ser imunizada pela vacina da Pfizer no país e ressaltou que os cuidados com a prevenção devem continuar.

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

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IMAGEM: AGÊNCIA BRASIL

 

“Quem, durante a pandemia, está expondo seu corpo em contato com outras pessoas, corre o risco de adquirir uma doença que se contrai por meio das vias respiratórias. É por isso que tem que se presumir que o ambiente de trabalho se torna um fator de risco constante para o trabalhador e a trabalhadora”, defende a juíza do Trabalho Valdete Severo

Nota técnica da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, divulgada na quinta-feira (17), aponta que a covid-19 pode ser considerada doença do trabalho, mas apenas após comprovação pela perícia médica federal. De acordo com a pasta, o procedimento é necessário para atestar que a contaminação de fato ocorreu em função do trabalho. 

O documento alega que doenças endêmicas só podem ser consideradas do trabalho quando comprovado que são “resultantes de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho”. A definição foi inserida para detalhar a relação da covid-19 com a concessão de benefícios previdenciários. Segundo informações do UOL, a nota acrescenta que a transmissão do novo coronavírus ocorre no país de maneira comunitária. “O que dificulta sobremaneira a definição se um trabalhador teve contato com o vírus na própria residência, no transporte público, no ambiente de trabalho ou em outro local que tenha frequentado”, diz um trecho do documento. 

A juíza do Trabalho e presidenta da Associação Juízes para a Democracia (AJD), Valdete Souto Severo, adverte que a comprovação de que houve a contaminação em determinado ambiente “é algo muito difícil de ser feito”, devido à forma de infecção. O novo coronavírus pode ser transmitido tanto pelo contato direito com uma pessoa infectada ou pela proximidade, por meio de apertos de mãos, toque em superfícies contaminadas, tosse, espirro, gotículas de saliva e catarro. 

Ambiente laboral é fator de risco

“Quem, durante a pandemia, está expondo seu corpo em contato com outras pessoas, corre o risco de adquirir uma doença que se contrai por meio das vias respiratórias. É por isso que tem que se presumir que o ambiente de trabalho se torna um fator de risco constante para o trabalhador e a trabalhadora”, explica, em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual. “Se a pessoa permanece trabalhando durante a pandemia, a presunção tem que ser que a covid-19 foi desencadeada ou facilitada pelo fato dela andar em transporte público para ir ao trabalho e, durante o trabalho, ter contato com outros seres humanos que podem estar infectados”, acrescenta. 

Um artigo recentemente publicado pela Associação dos Peritos na Justiça do Trabalho (Apejust) e reproduzido pelo Observatório Covid-19 concluiu que “está cada vez mais claro a inexistência de risco zero. Em que pese todos os esforços de cumprimento dos protocolos sanitários do uso efetivo de máscaras e disponibilização de proteção coletiva. Assim nessas condições o risco de contágio está sempre presente” no meio laboral, escreveram os peritos judiciais trabalhistas Cesar Bimbi, Evandro Krebs e Giovanni Forneck.

Insalubridade

A tentativa de evitar a classificação da covid-19 como doença do trabalho já havia sido posta pelo governo Bolsonaro em março deste ano, quando foi editada uma medida provisória estabelecendo que a doença só seria considerada desta forma “mediante comprovação do nexo casual”. A MP foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), lembra a presidenta da AJD, “justamente pelo absurdo de se evitar essa caracterização”. 

“O que se propõe é o reconhecimento da covid-19 com base no mesmo raciocínio que se faz para aquelas atividades que estão relacionadas no rol do Nexo Epidemiológico do Ministério da Saúde. O documento diz que determinadas atividades provocam determinadas doenças, então não é preciso provar. O fato de trabalhar nesse tipo de atividade leva à conclusão, ou gera a presunção, de que aquela doença é relacionada ao trabalho”, afirma Valdete.

“Qualquer atividade que se mantenha durante a pandemia tem que ter esse enquadramento como atividade insalubre. Porque se está colocando a pessoa em um risco muito grande de contato com uma doença que nem sabemos bem o que pode ocasionar para algumas pessoas. Enquanto umas enfrentam com tranquilidade, outras são levadas ao óbito muito rapidamente”, pontua.

Risco biológico existente

De acordo com a juíza do Trabalho, já há jurisprudência para os trabalhadores quanto à covid-19 ser entendida como uma doença relacionada ao trabalho. Valdete também cobra o reconhecimento do agravo à saúde mental dos trabalhadores em meio à pandemia, assim como a aplicação do artigo 118 da Lei de Benefícios da Previdência Social. A legislação garante a manutenção do emprego por pelo menos um ano, desde a data do retorno, ao segurado que sofreu acidente de trabalho. Neste caso, seria aplicado a pessoas que ficaram internadas por mais de um mês em decorrência da covid-19. 

A presidenta da AJD também ressalta a importância de criar uma medida que proíba a demissão durante a pandemia. “Várias medidas provisórias foram editadas pelo governo brasileiro, mas ele em momento algum se preocupou em garantir os empregos. E isso é importante porque durante a pandemia, com a redução da produção e do consumo, é evidente que, num país de desemprego estrutural como o nosso quem perder o emprego não encontrará outro. E emprego é condição para a gente sobreviver em um país capitalista”, garante.

Em nota técnica, emitida no início deste mês, o Ministério Público do Trabalho (MPT) destacou que a covid-19 “é um risco biológico existente no local de trabalho, e, a despeito de ser pandêmica, não exclui a responsabilidade do empregador de identificar os possíveis transmissores da doença no local de trabalho e as medidas adequadas de busca ativa, rastreio e isolamento de casos, com o imediato afastamento dos contatantes”. 

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

 

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Nações em desenvolvimento devem ficar para trás na corrida da recuperação econômica depois que Europa e EUA compraram maior parte das vacinas

O abismo econômico entre os países ficou ainda mais evidente diante da distribuição das vacinas contra a covid-19: enquanto Europa e EUA compraram boa parte dos estoques, nações em desenvolvimento (e lar de maior parte do planeta) devem ficar para trás na imunização de seus cidadãos.

 

Tudo indica que essa distribuição pode piorar aquilo que já existe: o avanço da desigualdade entre países. Os países mais pobres seguem contabilizando vítimas fatais, além de verem suas dívidas com credores nos Estados Unidos, Europa e China subindo ainda mais.

Diversas organizações de ajuda, países ricos e filantropos se uniram para tentar garantir tudo o que for necessário para os países pobres combaterem a pandemia, mas não conseguiram escorar suas garantias com recursos suficientes.

Além disso, o lobby de farmacêuticas (que exerce grande influência dentro dos países ricos) impediu a quebra de patentes de medicamentos, uma proposta apresentada por países em desenvolvimento capitaneada por África do Sul e Índia, que tinha por objetivo aumentar a quantidade de doses disponíveis por meio da fabricação própria, com o apoio das empresas farmacêuticas.

Enquanto isso, os países avançados estão por encerrar a concessão de auxílio à suas economias, e a suspensão das restrições pode afetar favoravelmente suas economias a partir de março ou abril de 2021 – contudo, não se sabe ao certo quando a rotina será normalizada, por conta da potência do vírus em países como França, Alemanha, Grã-Bretanha e Estados Unidos. 

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

Brasília – Plenário da Câmara dos Deputados antes da discussão do relatório do impeachment (Antônio Cruz/Agência Brasil)

ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

 

Câmara entra em recesso

Volta em 1º de fevereiro

A Câmara dos Deputados aprovou 7 projetos nessa 3ª feira (22.dez.2020). Foi o último dia de votações antes do recesso de fim de ano.

Os deputados voltam à Casa em 1º de fevereiro, quando será escolhido o novo presidente da Câmara e os demais integrantes da Mesa Diretora.

Foram aprovados:

  • PL (projeto de lei) 5191/20, que cria o Fiagro, fundos de investimento para o setor agropecuário;
  • PL 1422/19, que torna CPF o único número de identificação geral no país;
  • PL 4113/20, que estabelece normas de parceria entre a administração pública e o 3º setor na pandemia;
  • PL 5029/20, que aumenta recursos para fundo que garante empréstimo a pequenos negócios;
  • PL 5675/13, que atribui ao fornecedor a obrigação de provar que produto é próprio para consumo;
  • PL 2809/20, que prorroga a suspensão de metas para prestadores de serviços de saúde;
  • PL 7843/17, que prevê a ampliação de serviços públicos digitais.

Os deputados também aprovaram o texto-base do novo marco legal do câmbio, que ainda poderá ser alterado por meio de destaques.

A Câmara dos Deputados aprovou ainda o requerimento de urgência para o PL (projeto de lei) 2.735 de 2020, que cria o Programa Extraordinário de Regularização Tributária da Secretaria da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.

Foram escolhidos os nomes que farão parte da comissão representativa da Câmara. O grupo atua durante o recesso, em situações emergenciais. A comissão terá mandato de 23 de dezembro até 1º de fevereiro de 2021.

Eis os membros:

Titulares

  • André Ferreira (PSC-PE)
  • Carlos Sampaio (PSDB-SP)
  • Evair Vieira de Melo (PP-ES)
  • Fabio Schiochet (PSL-SC)
  • Francisco Jr. (PSD-GO)
  • Heitor Freire (PSL-CE)
  • Herculano Passos (MDB-SP)
  • Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR)
  • Rodrigo Maia (DEM-RJ)
  • Wellington Roberto (PL-PB)
  • Léo Moraes (Pode-RO)
  • Orlando Silva (PCdoB-SP)
  • Wolney Queiroz (PDT-PE)
  • Alessandro Molon (PSB-RJ)
  • Joenia Wapichana (Rede-RR)
  • Rubens Otoni (PT-GO)
  • Paulo Ganime (Novo-RJ)

Suplentes

  • Bozzella (PSL-SP)
  • Celina Leão (PP-DF)
  • General Peternelli (PSL-SP)
  • Glaustin da Fokus (PSC-GO)
  • João Marcelo Souza (MDB-MA)
  • Joaquim Passarinho (PSD-PA)
  • Julio Cesar Ribeiro (Republicanos-DF)
  • Kim Kataguiri (DEM-SP)
  • Marcelo Ramos (PL-AM)
  • Rodrigo de Castro (PSDB-MG)
  • Daniel Almeida (PCdoB-BA)
  • José Nelto (Pode-GO)
  • Pompeo de Mattos (PDT-RS)
  • Elias Vaz (PSB-GO)
  • Reginaldo Lopes (PT-MG)
  • Rodrigo Agostinho (PSB-SP)
  • Marcel van Hattem (Novo-RS).

FONTE: PODER 360

Montagem: Linton Publio

 

Dezenas de estudos comprovam que a queda da representação sindical é uma das principais causas do aumento brutal das desigualdades nos Estados Unidos. Um projeto que vem de longe

Este é um gráfico que nunca chama a atenção o suficiente: a porcentagem de trabalhadores em empresas privadas nos Estados Unidos que pertencem a um sindicato .

A evolução do sindicalismo e do movimento operário nos Estados Unidos é uma daquelas histórias nascidas em parte ao acaso e que tiveram um enorme impacto na estrutura econômica do país nos últimos 80 anos. Vamos ver por que. A lei oficializou o princípio norteador básico das relações sindicais  e empresariais, o contrato, produto final de uma negociação entre os dois agentes que produz um documento de pleno valor jurídico. Ela também formalizou algo que seria um componente constante do movimento trabalhista americano e que se tornaria seu calcanhar de Aquiles: os contratos são válidos para empresas ou cobrem determinada categoria profissional dentro de uma empresa. Eles não são setoriais.

Durante os anos em que a legislação esteve em vigor, porém, esse detalhe não foi muito importante. A massiva mobilização da Segunda Guerra Mundial deu aos trabalhadores um tremendo poder de barganha. Isso, combinado com uma administração claramente do lado dos empregados, contribuiu para uma expansão massiva do sindicalismo no país.

Em 1945 e 1946, isso também causou uma grande onda de greves e distúrbios trabalhistas. Quando os republicanos reconquistaram o Congresso em 1946, decidiram que as coisas estavam saindo do controle e que o comunismo era iminente, então empurraram a Lei Taft-Harley para perfurar aquele balão.

Taft-Harley: Combatentes Comunistas

Taft-Harley é uma daquelas leis que aparentemente não são muito agressivas, mas que sua implementação e desenvolvimento jurídico acabam tornando-as cruciais. Em princípio, tudo o que TH faz é proibir várias “práticas sindicais injustas”, como greves de solidariedade, greves selvagens (uma das minhas expressões favoritas) e piquetes em massa. Ele também baniu os chamados closed shops, contratos sindicais que tornavam obrigatória a sindicalização para trabalhar em uma empresa.

As duas mudanças mais significativas, no entanto, foram mais sutis: proibição de doações diretas para campanhas políticas federais e permissão aos estados para que aprovassem leis de “direito ao trabalho”. A primeira parte é significativa porque elimina a possibilidade de os sindicatos se articularem com candidatos em algo como um partido trabalhista. Embora tenham continuado (e continuem) a intervir na política, têm de fazê-lo com comitês de ação política independentes, não endossando candidatos oficialmente.

A segunda parte concentra-se em um detalhe importante. Até 1947, os sindicatos podiam negociar contratos que incluíam uma cláusula que exigia que todos os empregados incluídos no contrato pagassem uma taxa sindical, independentemente de serem ou não membros. A Taft-Harley permite que os estados possam banir esse tipo de cláusula, permitindo que os funcionários optem por não pagar, mas ainda assim receber os benefícios da negociação coletiva. Isso cria situações em que um sindicato em teoria pode tentar representar os trabalhadores, mas não tem recursos para cobrir os custos de uma negociação que os empregadores inevitavelmente tentam fazer que seja a mais cara possível, fragilizando seu poder de barganha.

As leis de direito ao trabalho se espalharam rapidamente, especialmente nos estados do Sul. A ideia de que trabalhadores negros e brancos pudessem compartilhar um sindicato era algo que parecia tão repreensível para muitos que preferiam acabar com o sindicalismo antes de misturar raças.

O impacto Taft-Harley, no entanto, não foi imediato. Durante a década de 1950, o ápice do poder imperial americano, a taxa de desemprego era tão minúscula que os trabalhadores ainda tinham considerável poder de barganha. Em um mundo onde o poderio industrial da América era inquestionável, as empresas podiam se dar ao luxo de ser paternalistas. Além disso, os reguladores ainda eram novos negociadores  , de modo que o NLRB continuou a não ser muito hostil. Houve alguma queda no número de membros, especialmente no Sul, mas o poder do movimento sindical permaneceu.

Nixon, de novo

A mudança veio, como em tantas outras coisas, devido a um velho conhecido: Richard Milhous Nixon. A crise do petróleo interrompeu a sequência ininterrupta de décadas de pleno emprego nos Estados Unidos, exatamente quando a indústria nacional começava a ter que competir com alemães e japoneses. Devido ao acidente histórico do seguro saúde empresarial de que falamos uma vez, os custos do trabalho por trabalhador, especialmente em empresas com sindicatos fortes, eram mais elevados do que em países com Estados de bem-estar social. O ativismo social da década de 1960 também tornou os sindicatos mais militantes, expandindo suas bases para incluir mulheres, latinos e negros.

Nixon não mudou uma vírgula na Taft-Harley. O que fez foi nomear cinco reacionários para o NLRB, permitindo que as empresas agissem de forma muito mais agressiva  contra qualquer tentativa de formar um sindicato.

Por exemplo, uma das provisões de TH permite que os empregadores montem campanhas de propaganda anti-sindical quando alguém está tentando organizar uma na empresa. Nas semanas que antecedem a votação pela sindicalização, um empregador pode forçar os trabalhadores a comparecerem a briefings sobre os horrores do sindicalismo e como, se votarem mal, podem ter que fechar a fábrica e ir para a China. Mudanças na jurisprudência de facto eliminaram o método tradicional de coleta de assinaturas (cheque de cartão) para sindicalizar, obrigando a votação com urnas, onde o empregador pode pressionar muito mais.

Mais significativamente, o governo federal simplesmente parou de penalizar as empresas que violavam os direitos sindicais. Em teoria, é totalmente ilegal demitir um trabalhador que está tentando formar um sindicato, o que regulamenta o tipo de “educação anti-sindical” que empresas podem promover. Na prática, o governo federal aprovou tudo e, quando agiu, as penalidades por violação desses direitos foram e são ridículas. A NLRA era, originalmente, uma agência que tinha que defender os direitos dos trabalhadores em disputas trabalhistas, quando uma empresa fazia algo atroz, era a NLRA que representava o trabalhador. Nixon primeiro, e Reagan depois, simplesmente atrofiou a agência ao ponto de ficar inoperante.

As empresas foram rápidas em perceber essas mudanças. Como mostra este ótimo artigo do EPI,  do qual obtive muito do que você está lendo, nos Estados Unidos existe uma indústria de consultores, advogados e MBAs que ganham a vida ajudando empresas a reprimir qualquer tentativa de sindicalização. Eles são pessoas que conhecem as táticas, estratégias e limites legais em detalhes e os aplicam com energia. Se você quiser vê-los em ação, o fantástico documentário  American Factory  (Netflix) tem um exemplo perfeito de uma dessas batalhas jurídicas.

Oportunidade e desigualdade

Aqui estamos hoje, em um país onde os trabalhadores do setor privado têm pouca ou nenhuma capacidade de negociar qualquer coisa com as empresas em pé de igualdade. Sabemos (porque existem dezenas de estudos que o comprovam) que a queda da representação sindical  é uma das principais causas do aumento brutal das desigualdades nos Estados Unidos. Essa mudança regulatória da era Nixon e sua continuação sob Reagan era virtualmente invisível e não exigia nenhuma lei no Congresso. Seus efeitos, entretanto, foram enormes.

Vale ressaltar, como nota final, quão acidental  tem sido a evolução do movimento sindical americano. A tradição europeia de negociação e acordos setoriais não existe nos Estados Unidos não por uma decisão política, mas por uma decisão judicial. O National Industrial Recovery Act  de 1933 , o antecessor do NLRA, incluiu algo semelhante a essa estrutura, mas o Supremo declarou-a inconstitucional em 1935 e Roosevelt mudou de curso.

Uma parte significativa das enormes desigualdades econômicas nos Estados Unidos, portanto, é o resultado de uma decisão judicial sobre um assunto adjacente à representação sindical e cinco reguladores nomeados por Richard Nixon. Para que depois digam que a política não importa.

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

Soja

(Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker/File Photo)

País é o maior exportador de farelo de soja e negociações entre portuários e empresas estão

Mais de cem navios cargueiros estão enfrentando atrasos para carregar produtos agrícolas na Argentina nesta segunda-feira (21), quando uma greve de inspetores de grãos e trabalhadores do setor de oleaginosas avançou para sua segunda semana, paralisando as exportações do país.

A Argentina é o maior exportador de farelo de soja. As negociações entre trabalhadores e empresas de exportação sobre questões salariais foram interrompidas, com os dois lados acusando o outro de intransigência.

"A greve continua sem qualquer expectativa de que as negociações sejam reiniciadas no curto prazo. Temos mais de 100 navios esperando para serem carregados", disse à Reuters Gustavo Idigoras, chefe da câmara de empresas exportadoras CIARA-CEC da Argentina.

A greve começou em 9 de dezembro com chamado da federação argentina dos trabalhadores da indústria de oleaginosas e participação do sindicato Urgara, que representa os inspetores de grãos do porto, e SOEA, dos trabalhadores em esmagadores de soja, com sede no principal polo de grãos da Argentina, Rosário, que embarca cerca de 80% da exportações agrícolas da Argentina.

"Há uma grande participação de nossos membros na greve e, cada vez que as empresas se manifestam, isso gera mais raiva e muito mais apoio da população", disse o porta-voz da Urgara, Juan Carlos Peralta.

A Urgara negocia com a Câmara de Portos Comerciais Privados, ou CPPC, enquanto a federação e a SOEA negociam com o CIARA. Peralta disse que a Urgara fechou acordos individuais com algumas empresas exportadoras, mas que permanecem diferenças gritantes nas posições de negociação e que um acordo abrangente está longe.

Com a soja e milho, as duas principais safras comerciais da Argentina, atualmente em fase de plantio, dezembro não é o pico das exportações.

Os agricultores têm mantido todos os estoques que podem este ano, esperando uma desvalorização maior do peso frente ao dólar antes de vender. A moeda enfraqueceu 27,9% este ano, para 83,15 por dólar.

FONTE: REUTERS

País cria mais de 400 mil vagas formais de empregos

 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

 

Desocupados e trabalhadores de baixa renda somam mais de 30 milhões de pessoas no Brasil. Em 2021, país terá de criar, ao menos, 18 milhões de vagas para evitar explosão da pobreza após o fim do auxílio. Boa parte vai se abrigar no setor informal, apostam especialistas 

O maior desafio do Brasil, em 2021, será lidar com o desemprego. Mais de 30 milhões de brasileiros ganham menos do que precisam para viver com dignidade ou estão desempregados. Para evitar a explosão da pobreza, sobretudo após o fim do auxílio emergencial, o país terá de criar, pelo menos, 18 milhões de vagas. Isso porque cerca de 15 milhões de pessoas, que vinham sobrevivendo com o benefício, voltarão a buscar trabalho. Além disso, há a entrada natural de três milhões de novos profissionais por ano no mercado de trabalho.

A pandemia de covid-19 levou mais de 11 milhões de pessoas a perderem seus empregos, tanto formais quanto informais, segundo dados da Pnad Contínua do terceiro trimestre de 2020, na comparação com igual período de 2019. No entanto, a taxa de desemprego não disparou na mesma proporção porque 10 milhões de pessoas deixaram de procurar trabalho. No trabalho formal, houve recuperação de empregos com carteira assinada após o auge da pandemia. Em novembro, foram 414.556 postos, segundo a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

No entanto, os especialistas explicam que isso é uma recomposição das perdas acumuladas dos empregos com carteira assinada, não só durante a pandemia, mas, também, nos anos de recessão da economia, entre 2015 e 2016. O desemprego segue em alta e atinge 14 milhões de brasileiros, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que avalia todo o mercado de trabalho, inclusive o informal e por conta própria. E as perspectivas para 2021 não são boas, como reconhece o peixeiro Paulo Júnior Ferreira, desempregado.

Paulo pensa em voltar para o Rio de Janeiro, terra natal, porque sua situação no Distrito Federal piorou com a pandemia. “Perdi o emprego e estou em situação de morador de rua. O dinheiro que eu recebi da empresa foi para suprir as necessidades, mas acabou e o dono do imóvel onde morava me despejou”, lamenta. Atualmente vendendo balas nas proximidades da Rodoviária do Plano Piloto e, também, procurando emprego, Paulo acredita que 2021 não vai ser fácil. “Acho que vai ficar mais difícil achar emprego, com mais gente procurando”.

Informalidade
O professor do Insper Sergio Firpo confirma o temor de Paulo. “O que vai ocorrer, em 2021, é que a taxa de desemprego vai aumentar muito, porque pessoas fora da força de trabalho vão ingressar na busca por uma ocupação. E, apesar de haver uma retomada, vai ser insuficiente para garantir emprego para todo mundo”, avalia. Uma boa parte dessas pessoas vai se abrigar no setor informal.

“Também veremos um número grande de pessoas trabalhando por conta própria. As empresas encaram a contratação formal como um custo e só vão contratar quando as incertezas acabarem. Enquanto isso, todo mundo precisa sobreviver de alguma forma”, diz. Ele destaca, ainda, que, na hora de incorporar pessoas desempregadas, o mercado de trabalho deve reduzir a renda. “Elas vão aceitar empregos por salários menores ou vão se sujeitar a receber menos em ocupações informais. Então, a renda terá uma pequena queda no ano que vem”, estima.

O economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) Rodolpho Tobler ressalta que é preciso avaliar o histórico do emprego para fazer uma projeção. “Quando a pandemia chegou, o impacto foi mais forte justamente para os informais pela necessidade de não circulação”, assinala.

O isolamento também reduziu a taxa de desemprego, porque as pessoas não tinham como procurar trabalho, lembra Tobler. “O auxílio emergencial foi importante para atenuar os efeitos e tivemos até redução da extrema pobreza neste período. Mas, a taxa deve aumentar em 2021, porque, sem o benefício, uma nova renda será urgente”, afirma. Para o especialista, a expectativa é negativa porque 2021 colocará um grupo considerável de pessoas na pobreza e extrema pobreza. “A recuperação econômica não será forte o suficiente para abarcar todo mundo.”

No entender de Renan Pieri, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp/FGV), 2020 foi o pior ano da história e atingiu em cheio o comércio e serviços, setores que mais geram emprego. “Algumas medidas diminuíram o impacto. O auxílio emergencial, que gerou fluxo de demanda e garantiu melhoria de indicadores de desigualdade, e o programa que permitiu redução de jornada e salário”, sustenta. “Só não disparou mais o desemprego por conta desse programa”, diz.

A reboque da vacinação

Na opinião do professor de Finanças do Ibmec Gilberto Braga, a recuperação do mercado de trabalho vai estar a reboque do avanço do novo coronavírus. “Quanto mais rápido houver solução mundial e brasileira para a pandemia, maiores as chances de reversão e geração de empregos no mercado interno”, analisa. A incerteza atual, segundo o especialista, retarda as decisões de investimento, a recuperação da economia e a geração de empregos. “Vai depender de um plano de vacinação”, sentencia. Em um cenário otimista, Braga acredita que pode haver uma reação do emprego a partir do segundo trimestre de 2021.

As relações de trabalho foram testadas na pandemia, na avaliação de Camilo Onoda Caldas, advogado trabalhista e diretor do Instituto Luiz Gama. “Não fossem os programas emergenciais e o sistema público de saúde, o Brasil teria sido devastado. Mas o gerenciamento de crise também serviu para desenvolver outros caminhos para nossa sociedade”, ressalta.

Mas, nem tudo são espinhos. Algumas áreas tornaram-se promissoras durante a pandemia, lembra Caldas. “O comércio digital desenvolveu-se muito nesse período e as atividades ligadas ao e-commerce, informática, telecomunicações e logística”.

Professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp/FGV), Renan Pieri concorda e destaca alguns setores que evoluíram com a pandemia e passaram a empregar mais. “A saúde, porque já estava com uma demanda represada e foi ainda mais pressionada. A parte de tecnologia, que já vinha tendo crescimento, as compras on-line, os aplicativos que intermediam as relações entre comprador e vendedor, tudo isso mudou de patamar e esses setores passaram a contratar”, pontua. (SK e JRS)

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

 

Foto: Getty Images

 

A produção industrial deve crescer 1,8%, as vendas no comércio 1,7% e o volume de serviços 2,5% no volume de serviços. As estimativas da atividade da economia em novembro são da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Dimac /Ipea). Os números estão na análise trimestral da conjuntura econômica do país chamada de Visão Geral, divulgada hoje (21) pelo Ipea.

Segundo o diretor da Dimac, José Ronaldo Souza Júnior, o trimestre caminha para continuidade de retomada, só que em ritmo menor do que era de se esperar. O efeito que ocorreu no terceiro trimestre, que tinha uma base de comparação muito baixa do período anterior referente ao auge da crise, já não existe. “É de se esperar que agora a gente tenha um crescimento menor por conta disso, a base de comparação já não é tão baixa mais”, observou, em entrevista à Agência Brasil.

Projeções
De acordo com o Ipea, o PIB (Produto Intern o Bruto)agropecuário pode registrar crescimento de 2,3% em 2020 e de 1,5% para 2021. Já a indústria, com queda de 3,5% agora, pode ter de alta de 5% no próximo ano. O PIB dos serviços, que deverá cair 4,7% em 2020, tem perspectiva de expansão de 3,8% no ano que vem. As previsões levam em conta a expectativa de imunização em massa da população contra a covid-19.

Conforme a avaliação do Ipea, desde setembro a economia brasileira tem se caracterizado por fortes contrastes neste ano. Enquanto a produção e as vendas tiveram reação surpreendente aos reflexos da pandemia, se observou uma recuperação desigual entre setores, com a indústria e o comércio em níveis médios acima do período pré-crise e os serviços ainda significativamente abaixo.

A volta do aumento no número de casos de covid-19 é mais um fator de risco para a continuidade do processo de recuperação econômica. A avaliação é que a evolução da crise sanitária pode levar alguns estados ou municípios a retomarem medidas de restrição a certas atividades econômicas e sociais, o que resultará na desaceleração da retomada em alguns segmentos, notadamente no setor de serviços.

“O recrudescimento da pandemia coloca um risco maior, especialmente, para o início do ano que vem para a indústria e os serviços, que têm indicadores conjunturais apontando para recuperação”, afirmou o economista.

Gastos
O desempenho da economia continua relacionado à incerteza epidemiológica da covid-19 e ao risco fiscal em 2021. Segundo o economista, na esteira da crise sanitária houve um aumento muito forte de gastos, principalmente com transferência de renda. O país já atravessava situação frágil em termos fiscais e com o gasto necessário para o combate da crise houve uma piora grande nos indicadores de endividamento do Brasil. O Ipea estimou crescimento de 3,8% no PIB de serviços em 2021, levando em consideração o tratamento da questão fiscal já no início do ano que vem, fundamental para a retomada; e ainda o quadro de vacinação.

“Obviamente ela [a retomada] depende desse tipo imunização porque vários setores estão ainda com problemas para funcionar por conta dessas restrições espontâneas ou obrigatoriamente por causa da covid-19. Mesmo que se liberasse, vários setores teriam baixa demanda como estão tendo hoje porque têm pessoas que não querem correr riscos. Turismo e lazer estão sofrendo muito embora alguns estejam retomando aos poucos”, ressaltou.

PIB
Para 2021, o Ipea estimou o crescimento do PIB em 4,0%, porque apesar do grau de incerteza, que ainda se mantém alto, o resultado pode ser alcançado ao se considerar a retomada da consolidação fiscal. “O cálculo é média contra média e a média desse ano ficou muito baixa, porque o primeiro trimestre foi muito ruim. No segundo trimestre teve uma recuperação muito grande, mas termina o ano no nível muito mais alto do que na medida. Mesmo que não tenha um crescimento enorme ao longo do ano que vem isso tende a dar uma média contra média em que a gente projeta em 4%, uma alta significativa que reduz a maior parte das perdas deste ano”, disse Souza Júnior.

O PIB deve fechar em queda de 4,6% neste ano. Em setembro, a previsão do Ipea era de recuo de 5% e para o ano que vem alta de 3,6%. “A gente vai chegar em um nível mais alto já no fim do ano, então, isso melhora, o que a gente chama de carregamento estatístico, e vai ficar em um nível melhor que o previsto anteriormente.”

Inflação
O Grupo de Conjuntura do Ipea revisou a taxa de inflação de 3,5% para 4,4% em 2020. A expectativa é que os preços dos serviços encerrem o ano com alta de 2,0%. Para os preços monitorados a previsão é de variação positiva de 2,5%, e os bens livres, exceto alimentos, de 2,6%. Já em relação a 2021, a projeção de inflação saiu de 3,3% para 3,4%.

FONTE: AGÊNCIA BRASIL

Pandemia aumentou muito a quantidade de pessoas com 60 anos ou mais que deixaram a força de trabalho — Foto: Getty Images/ BBC

Foto: Getty Images/ BBC

Cerca de 93 milhões de brasileiros, ou 53% da população em idade de trabalhar, ficaram inativos ou desempregados em 2020

O mercado de trabalho do Brasil chegou ao fundo do poço em 2020. Com a pandemia, que interrompeu o comércioparalisou a produção industrial e brecou o setor de serviços, o país viu um fenômeno inédito: quase metade da população em idade de trabalhar literalmente parou.

Pela primeira vez, o número de brasileiros inativos, ou seja, sem emprego e sem buscar algum, ultrapassou a marca de 40%. O maior índice foi nos trimestres encerrados em julho e agosto, quando o indicador chegou a 45,3% —a média histórica é de 38,9%.

Os dados são de um estudo feito pelo professor sênior da FEA/USP e coordenador do Projeto Salariômetro, da Fipe, Hélio Zylberstajn. Ele utilizou dados de todas as pesquisas Pnad Contínua, do IBGE, para chegar aos parâmetros.

 Somando-se a esse contingente os brasileiros desempregados (aqueles em busca de trabalho, segundo o critério do IBGE), a quantidade de pessoas sem ocupação chegou a 53,2%, um recorde.

Entre eles está Claudenice Sousa, 48. Desempregada desde o início da pandemia, quando a escola em que fazia faxina fechou as portas, ela não conseguiu se cadastrar para receber a caixa de alimentos distribuída a 1.000 famílias pela associação de moradores da Brasilândia, zona norte de São Paulo.

 “Estou só fazendo bicos, mas é pouco. Recebo R$ 50 por cada dia de limpeza”, diz. Seu filho, que trabalhava em um lava-jato, também foi demitido. Nos últimos meses, sobrevivem graças a auxílios como esse.

Apesar da perspectiva de retorno às aulas no ano que vem, a empresa de limpeza terceirizada para a qual Claudenice trabalhava não deu sinais de voltar a contratar, e com o aumento do número de casos de Covid-19 na cidade, ela prevê um 2021 incerto.

A história se repete entre as pessoas que se aglomeraram na manhã de segunda (21) em frente a um galpão da Brasilândia, esperando receber arroz, feijão, óleo, macarrão e um frango —adicional de Natal à entrega das cestas.

“A pandemia acabou com geral”, diz o pedreiro Ivan Lopes, 53, que também viu os serviços pararem nos últimos meses e tem vivido de pequenos bicos. Com cinco filhos pequenos em casa, os alimentos da cesta duram uma semana. “Estou esperando essa vacina para ver se clareia, porque estamos meio no escuro.”

Também desempregada, Valdirene Souza dos Santos, 47, segurou as pontas nos últimos meses com o auxílio emergencial, e agora se preocupa em conseguir um emprego. “Já estou correndo atrás, não dá para ficar esperando.” Segundo ela, a cesta básica dura um mês em sua casa, onde vive com três netas e quatro filhas. Apenas uma está trabalhando.

Segundo Zylberstajn, da USP, quando a pandemia chegou ao Brasil, entre março e abril, o mercado de trabalho sofreu um enorme baque, sobretudo os trabalhadores informais que, dadas as medidas restritivas de circulação, ficaram impedidos de desempenhar suas atividades.

“Imagina um vendedor nos cruzamentos em semáforo, ou quem vende bolo, sanduíche, na porta do metrô? As ruas ficaram desertas. O transporte público ficou às moscas. O pessoal não tinha o que fazer, ficou sem ocupação.”

Com o passar do tempo, os formais foram também atingidos, mas com intensidade menor. Isso porque uma medida provisória permitiu que empresas suspendessem contratos ou reduzissem a jornada e o salário de funcionários, que receberam um complemento de renda do governo.

“Isso manteve essas pessoas fora dessa categoria não ocupadas. E não foi pouca gente. Essa quantidade de pessoas cujo emprego foi preservado deve beirar os 12 milhões”, disse o professor.

A taxa de não ocupação, que considera os brasileiros fora da força de trabalho mais os desocupados, demonstra como o mercado do trabalho chegou ao fundo do poço.

Em dezembro de 2019, o indicador estava em 44,9%. Na época, os brasileiros desocupados eram 6,8% do total de pessoas em idade para trabalhar, enquanto os inativos —que estavam desempregados e não buscavam emprego— somavam 38,1%. Os dois indicadores subiram a 8% e 44,9%, respectivamente, no trimestre encerrado em setembro.

De acordo com Rodolpho Tobler, economista do FGV-Ibre, os números do mercado de trabalho em 2020 mostram que a pandemia afetou diretamente os trabalhadores, que ficaram sem emprego e sem possibilidade de procurar uma nova vaga.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

A plataforma P-56 (Foto: Divulgação/Petrobras)

(Foto: Divulgação/Petrobras)

 

A Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) interditou as plataformas P-65, P-08, Pampo 1 e Enchova 1, operadas pela Trident Energy, em águas rasas da Bacia de Campos. As unidades de produção, de acordo com ANP, têm em seu histórico não conformidades oriundas de ações de fiscalização anteriores referentes aos assuntos abordados na temática SDV, Dilúvio e Drenagem, demonstrando que as situações verificadas já vinham sendo identificadas. A Trident assumiu a operação das unidades em junho.

A empresa foi notificada pela ANP para:

Realizar novo diagnóstico do sistema de Dilúvio, Drenagem e Emergency shut-down valves (ESDV), levando em consideração os resultados apresentados na documentação pertinente, confrontando com a condição operacional real da instalação e aplicando correções quando necessário;

Apresentar os testes de estanqueidade e funcionalidade válidos para todas as ESDVs de fronteira;

Realizar a manutenção nas ESDVs degradadas. Para o caso de implementação de contingenciamento o mesmo deverá levar em consideração minimamente os estudos de risco da instalação, inclusive o estudo de propagação de incêndio; a integridade dos trechos de tubulação relacionados a mudança; a integridade dos equipamentos a prova de explosão; e o treinamento da equipe;

Apresentar os testes de dilúvio molhado válidos, conforme último procedimento Trident, contendo a medição de vazão e comparando todas as variáveis medidas com os valores de referência;

Realizar o teste de performance das bombas de combate a incêndio (BCI);

Realizar em dois meses uma avaliação sobre a alta quantidade de solicitações de desligamento por parte de funcionários ligados à atividade fim da Trident. Esta análise deverá identificar os motivos e avaliar os impactos na segurança das operações da Trident, apresentando plano de ação para implementação de ações, caso seja pertinente.

FONTE: ASCOM