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IMAGEM: Lloyd's List

 

A Organização Marítima Internacional (IMO) publicou a lista dos Estados que anunciaram suas candidaturas à eleição para o Conselho da entidade. A lista atual não é definitiva e será atualizada com regularidade. Até 22 de março de 2021, 26 países enviaram suas candidaturas.

A eleição dos membros do Conselho será realizada durante a 32ª sessão da Assembleia da IMO, que acontecerá de 6 a 15 de dezembro de 2021.

Os membros do Conselho da IMO serão eleitos em três categorias.

A Categoria A tem 10 Estados com maior interesse na prestação de serviços de transporte marítimo internacional. Nesta categoria, o Panamá se candidatou.

A Categoria B tem 10 Estados com maior interesse no comércio marítimo internacional. São candidatos Austrália, Brasil,
Canadá, França, Espanha e Emirados Árabes Unidos.

A Categoria C comporta 20 Estados não eleitos de acordo com as categorias A ou B acima e que tenham interesses especiais no transporte marítimo ou navegação e cuja eleição para o Conselho garantirá a representação de todas as principais áreas geográficas do mundo.

O Conselho da IMO é eleito pela Assembleia para mandatos de dois anos, começando após cada sessão regular da assembleia. O Conselho é o órgão executivo da IMO e é responsável, no âmbito da assembleia, pela supervisão do trabalho da organização.

Candidataram se Bahamas, Bélgica, Chile, Chipre, Egito, Indonésia, Jamaica, Reino da Arábia Saudita (KSA), Malásia, Malta, México, Marrocos, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Catar, Cingapura, Tailândia, Peru e Vanuatu.

 

FONTE: PORTOS&NAVIOS

IMAGEM: BACIA DE CAMPOS - CRÉDITO PETROBRAS

 

A Petrobras deu início nesta segunda-feira (22) à fase vinculante para venda de suas participações nas concessões de Albacora e Albacora Leste, localizadas em águas profundas na Bacia de Campos.

De acordo com comunicado ao mercado enviado pela estatal à Comissão de Valores Mobiliários(CVM), o campo de Albacora possui uma área de 455 km2 e está situado na área norte da Bacia de Campos, a uma distância de cerca de 110 km do Cabo de São Tomé, no litoral norte do Estado do Rio de Janeiro. No ano passado, Albacora produziu em média 23,2 mil barris de óleo por dia e 408,5 mil m3/dia de gás. A Petrobras é operadora do campo com 100% de participação.

O campo de Albacora Leste possui uma área de 511,56 km quadrados e está situado na área norte da Bacia de Campos, a uma distância de cerca de 120 km do Cabo de São Tomé. Em 2020, Albacora Leste produziu em média 30,9 mil barris de óleo por dia e 598,0 mil m3/dia de gás. A estatal é operadora do campo com 90% de participação e 10% pertencem à Repsol Sinopec Brasil.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

IMAGEM:LABORATÓRIO UERJ DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA/ARQUIVO

Guedes pretendia usar recursos do seguro-desemprego, mas desenho desagradou Bolsonaro

O Ministério da Economia teve que repensar o novo programa de manutenção de empregos, que permite corte de salário e jornada ou suspensão de contrato. A medida, que seria financiada com uma redução da assistência aos demitidos, agora pode ficar sem compensação e ser criada por créditos extraordinários —que ficam fora do teto de gastos.

Bancar o programa com créditos extraordinários não reúne consenso no Ministério da Economia. Parte dos membros ouvidos pela Folha diz que a situação da pandemia atende os requisitos de imprevisibilidade e urgência, mas outra ala diz que a iniciativa contraria o espírito do teto de gastos.

Os créditos extraordinários são permitidos pela Constituição para pagamento de despesas urgentes e imprevisíveis. O instrumento foi usado nas medidas anticrise de 2020, quando as regras fiscais haviam sido suspensas para combater a pandemia e seus efeitos —o que não é o caso agora.

Entre os técnicos favoráveis, é dito que o crédito poderia ser acionado antes mesmo da eventual decretação do estado de calamidade pública.

 

A argumentação usada é que o governo já liberou créditos extraordinários neste ano por outras razões, como para o Ministério da Saúde (que pediu os recursos dizendo que o estado da pandemia em 2021 não era certo no ano passado, quando foi elaborado o Orçamento, tendo em vista a redução no número de mortes no segundo semestre 2020 e a "perspectiva de imunização").

O tema ainda deve passar por mais discussões e uma decisão só deve ser anunciada após o Congresso aprovar o Orçamento de 2021 (o que está previsto para esta semana).

De qualquer forma, o desenho original do ministro Paulo Guedes (Economia) para bancar o programa, com uso de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e da reformulação do seguro-desemprego, foi para a gaveta.

A ideia era cortar recursos pagos hoje no seguro-desemprego e direcionar o dinheiro para o programa e manter os trabalhadores na empresa. Guedes estudava o tema desde antes do Carnaval e dava sinais de estar prestes a lançar a medida, chamada por ele de seguro-emprego.

“Por que não dar R$ 500 para ter um seguro-emprego? Em vez de esperar alguém ser demitido e dar R$ 1.000, vamos evitar a demissão pagando R$ 500 antes. Em vez de uma cobertura de quatro meses, como é o seguro-desemprego, vamos fazer uma cobertura de 11, 12 meses, pela metade do custo”, disse no dia 11.

O objetivo do ministro era compensar a criação do novo programa e poupar recursos públicos. O valor do seguro-desemprego seria reduzido por meio de um escalonamento decrescente de 10% nos valores. Caso o trabalhador recebesse R$ 1.911,84 na primeira parcela, por exemplo, receberia R$ 1.720,65 na segunda, R$ 1.548,58 na terceira e assim por diante.

Conforme mostrou a Folha, o Ministério chegou a estudar também a equiparação do salário-desemprego de domésticos ao dos demais trabalhadores, o que poderia reduzir a rejeição a outras medidas em estudo.

Atualmente, o empregado doméstico demitido tem direito a três parcelas do salário mínimo (R$ 1.100). Já os demais podem receber entre três e cinco parcelas (dependendo do tempo no trabalho), com valores que variam de R$ 1.100 a R$ 1.911,84 (conforme o salário).

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, foi perguntado na semana passada (dia 16) se as mudanças no seguro-desemprego iriam compensar todos os custos do novo programa.

"Estamos estudando, tudo isso depende de um crivo bastante apurado. Mas rapidamente teremos as respostas", afirmou durante entrevista sobre os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Mas a reformulação não foi adiante pelas resistências do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e agora o programa deve ter os mesmos termos do lançado em 2020. A diferença é que teria duração menor, de dois meses, com possibilidade de prorrogação por mais dois meses.

Até as últimas semanas, as estimativas do Ministério da Economia eram que o programa deveria demandar entre R$ 5,8 bilhões e R$ 6,5 bilhões e durar quatro meses.

O programa do ano passado custou R$ 33,5 bilhões e não precisou de compensações por ter sido criado quando as regras fiscais haviam sido suspensas.

Pelas projeções do Ministério da Economia, entre 2,7 milhões e 3 milhões de trabalhadores seriam incluídos no programa.

 FONTE: FOLHA DE S.PAULO

 
 
 

 

Lockdown, endividamento público e comida na mesa do brasileiro

Deste modo, se não há dinheiro em caixa, é mais do que necessário o endividamento público a nível nacional, estadual e municipal. Não é preciso ser doutor em economia para saber disto.

Por diferentes vezes me manifestei através do Facebook pela defesa de um lockdown nacional e, na impossibilidade deste, de um lockdown estadual ou municipal. Hoje a taxa de ocupação de leitos de UTI no estado de São Paulo chegou a 89%, ou seja, estamos realmente à beira de um colapso. Muitos outros estados têm situação semelhante. Teremos sorte se essas taxas não subirem a partir desta semana, o que daria início a uma fase de caos e desespero para os paulistas e para boa parte dos brasileiros.

De toda forma, quando defendi o lockdown, não me esqueci em nenhum momento das dificuldades pelas quais vêm passando os pequenos e médios comerciantes e prestadores de serviço, que dependem de seus negócios para sustentar suas famílias. Sei que um lockdown total, restringindo até mesmo as atividades consideradas essenciais, seria benéfico do ponto de vista da saúde pública, mas extremamente nocivo aos indivíduos que vivem de suas modestas fontes de renda.

Gostaria, portanto, de lembrar aos governantes que este lockdown, que tanto martelei, deveria ser seguido de medidas de fomento à economia. A união, o estado e o município têm a obrigação de financiar ações capazes de proteger as pessoas das classes médias e pobres, que dependem de seu negócio para sobreviver. Não adianta nada reduzir a taxa de ocupação de leitos de hospital se houver gente morrendo de fome.

Deste modo, se não há dinheiro em caixa, é mais do que necessário o endividamento público a nível nacional, estadual e municipal. Não é preciso ser doutor em economia para saber disto. Estamos cansados da velha ladainha, que nega comida ao povo brasileiro. Estima-se que o endividamento público nacional estará perto de 86% do PIB ao final do ano, segundo levantamento do Itaú-Unibanco. Que atinja os 90% e depois ajustamos as contas. Se não há dinheiro, que se assuma a posição de estadista, desocupada há tanto tempo, em busca da negociação da dívida.

A união, os estados, os municípios e a elite empresarial têm a obrigação de colocar comida na mesa dos brasileiros, de criar empregos, de oferecer crédito facilitado com juros mais baixos às famílias, entre outras ações capazes de conter a crise humanitária de fome e empobrecimento pela qual estamos passando. Estamos em guerra e é necessário que o governo aja de acordo com o tamanho dos desafios que se apresentam. O lockdown é necessário e, além disto é imperativo o fomento à economia por parte do estado.

FONTE: GGN/RAFAEL TAUIL

 

senado pandemia coronavirus

IMAGEM: DIAP

 

65 senadores assinam documento

Pedido de ajuda vai para 11 grupos

O Senado aprovou moção de apelo internacional nesta 3ª feira (23.mar.2021) pedindo ajuda de 11 grupos do mundo para enfrentar a pandemia no Brasil. O documento foi aprovado simbolicamente , quando não há contagem de votos, e tem assinatura de 65 senadores.

“Nesta crise sanitária sem precedentes que atinge o mundo, barreiras fronteiriças não nos podem proteger da propagação do vírus e do surgimento de possíveis variantes. A única defesa é a cooperação internacional, com a vacinação urgente de nossa população.”

De autoria da senadora Kátia Abreu (PP-TO), o texto é endereçado a Governos do G20, a ONU (Organização das Nações Unidas), em especial OMS (Organização Mundial de Saúde), OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Parlamento Europeu, Parlamento do Reino Unido, Congresso dos Estados Unidos da América, Assembleia Popular Nacional da China. Eis a íntegra (431 KB).

Também são destinatários postos diplomáticos brasileiros no exterior, representações diplomáticas estrangeiras no Brasil, comissões de Relações Exteriores nos parlamentos nacionais dos países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas e  empresas produtoras de vacinas de combate à covid-19 em fase clínica –etapa 3 ou já em comercialização.

Na justificativa do requerimento, a senadora diz que o Brasil precisa urgentemente vacinar pelo menos 1/3 de sua população, o que seria algo em torno de 100 milhões de vacinas e apela que outros países ajudem o Brasil a obter o número necessário de imunizantes.

“A ordem internacional pode mostrar que é capaz de enfrentar os desafios com uma visão grandiosa, baseada na paz, na solidariedade, na tolerância, e na razão que é a matriz de todo o direito. Só assim vamos seguir adiante com o fortalecimento de uma consciência de cidadania planetária, alicerçada em valores universais.”

Eis os senadores que assinaram o documento:

Ao todo, 65 senadores e senadoras apoiaram o requerimento aprovado

senador (a)partidoEstado
Alessandro Vieira Cidadania SE
Alvaro Dias Podemos PR
Angelo Coronel PSD BA
Carlos Fávaro PSD MT
Carlos Portinho PL RJ
Carlos Viana PSD MG
Chico Rodrigues DEM RR
Ciro Nogueira PP PI
Daniella Ribeiro PP PB
Davi Alcolumbre DEM AP
Dário Berger MDB SC
Eduardo Braga MDB AM
Eduardo Girão Podemos CE
Eliziane Gama Cidadania MA
Elmano Férrer PP PI
Flávio Arns Podemos PR
Humberto Costa PT PE
Izalci Lucas PSDB DF
Jaques Wagner PT BA
Jarbas Vasconcelos MDB PE
Jayme Campos DEM MT
Jean Paul Prates PT RN
Jorge Kajuru Cidadania GO
José Serra PSDB SP
Kátia Abreu PP TO
Lasier Martins Podemos RS
Leila Barros PSB DF
Lucas Barreto PSD AP
Luiz do Carmo MDB GO
Mailza Gomes PP AC
Mara Gabrilli PSDB SP
Marcelo Castro MDB PI
Marcos do Val Podemos ES
Marcos Rogério DEM RO
Maria do Carmo Alves DEM SE
Mecias de Jesus Republicanos RR
Nelsinho Trad PSD MS
Omar Aziz PSD AM
Oriovisto Guimarães Podemos PR
Otto Alencar PSD BA
Paulo Paim PT RS
Paulo Rocha PT PA
Plínio Valério PSDB AM
Randolfe Rodrigues Rede AP
Reguffe Podemos DF
Renan Calheiros MDB AL
Roberto Rocha PSDB MA
Rodrigo Cunha PSDB AL
Romário Podemos RJ
Simone Tebet MDB MS
Soraya Thronicke PSL MS
Styvenson Valentim Podemos RN
Tasso Jereissati PSDB CE
Telmário Mota Pros RR
Vanderlan Cardoso PSD GO
Wellington Fagundes PL MT
Weverton PDT MA
Zenaide Maia Pros RN
Zequinha Marinho PSC PA

fonte: Senado Federal

 

FONTE: PODER 360

Com safra recorde de soja, Bahia tem fila de navios cargueiros no Porto de Cotegipe

IMAGEM: ESTADO DA BAHIA/PORTAL DE NOTÍCIAS

 

Os embarques de madeira e grãos têm sido carregados em um tipo de navio normalmente reservado para outras cargas, pois a forte demanda para transportar commodities causa deslocamentos na oferta de embarcações.

Madeira do Uruguai e grãos do Brasil devem ser enviados nos chamados cargueiros Capesize neste mês ou no próximo, de acordo com dados de embarque da S&P Global Platts.

Esses navios são normalmente usados para transportar carvão e minério de ferro, as duas principais cargas do setor. Em contraste, a madeira normalmente é transportada em embarcações menores, segundo o diretor-presidente da Genco Shipping & Trading, John Wobensmith.

“Isso apenas mostra o quão apertado está o mercado de granéis sólidos em geral, que deve ficar ainda apertado”, disse Wobensmith em entrevista na quinta-feira. As elevadas taxas de frete “não são algo apenas para os próximos três meses”, disse o executivo, segundo o qual a tendência deve persistir ao longo de 2022 por causa da menor disponibilidade de navios.

Em média, as taxas de frete de navios Capesize estão em cerca de US$ 18 mil por dia neste ano, um aumento de quase 40% em relação à média em 2020, disse Wobensmith.

As tarifas devem subir ainda mais, impulsionadas pelos fortes volumes de importação de carvão da Índia e do Vietnã e pelas crescentes exportações de grãos e minério de ferro do Brasil, disse.

A Genco, listada em Nova York, possui 41 navios, de acordo com o site da empresa, cujo preço das ações mais do que dobrou nos últimos 12 meses.

Em tempos normais, cargas de nicho, como madeira, tendem a ser entregues em navios menores, como o Panamax, que tem o tamanho máximo permitido para o Canal do Panamá. Mas os custos desses navios subiram tanto que agora superam as taxas dos Capesizes.

Novos pedidos para graneleiros representam 6,8% da tonelagem de porte bruto da frota total, perto do menor nível desde 2005, de acordo com dados da IHS Markit.

Há relutância em comprar novos navios devido às mudanças nas regulamentações ambientais e à incerteza sobre o cenário com o combustível limpo dominante, disse Wobensmith. A Genco acredita que a amônia será usada pela indústria no futuro, acrescentou.

O fornecimento de navios de granéis sólidos já estava sob pressão, pois as restrições da Covid-19 relacionadas a trabalhadores marítimos e portuários desaceleraram as entregas de cargas, de acordo com Gerry Craggs, diretor-gerente da Stemcor S.E.A. O estímulo dos governos para recuperar as economias abaladas pela Covid-19 também impulsiona a demanda por matérias-primas, disse.

“Estamos na fase de estímulos fiscais praticamente no mundo todo”, disse Craggs em entrevista na sexta-feira. “A demanda tem aumentado por praticamente tudo, e vemos esse efeito no setor de aço e em commodities.”

Granéis sólidos começaram 2021 com o pé direito, disse Lee Klaskow, analista da Bloomberg Intelligence, em relatório na semana passada. “A China e a esperada recuperação econômica global estabeleceram um dos começos de trimestre mais fortes para a demanda por granéis sólidos em uma década.”

 

 FONTE: MONEY TIMES
 

 

 
 

Comércio e atividades consideradas não essenciais fecham as portas durante lockdown no Distrito Federal.

(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

As federações sindicais dos petroleiros – FUP e FNP – estão convocando a categoria para aderir na quarta-feira, 24, ao “Lockdown em Defesa Da Vida e dos Direitos”, que será realizado pelas centrais sindicais. O movimento cobra a vacinação em massa e a retomada do auxílio emergencial com parcelas de, no mínimo, R$ 600,00, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

 “Além de fortalecer as greves regionais que a categoria petroleira vem realizando desde o dia 5 de março, a mobilização será mais uma forma de denunciar a irresponsabilidade do governo federal, que levou o País ao pior colapso sanitário e hospitalar de sua história”, disse a FUP em nota nesta terça-feira.

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) também confirmou que vai aderir ao movimento.

Desde o início de março, segundo a FUP, quatro bases da entidade (Bahia, Amazonas, Espírito Santo e Unificado de São Paulo) estão em greve e ganharam na segunda-feira, 22, o reforço dos trabalhadores de Minas Gerais, que iniciaram por tempo indeterminado uma greve sanitária.

 

Segundo a FUP, houve 70% de adesão na greve da Regap, uma das oito refinarias que a Petrobras precisa vender este ano, de acordo com o Termo de Cessação de Conduta assinado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

“Seguindo as orientações do Sindipetro MG, trabalhadores próprios e terceirizados, não compareceram à Regap (Refinaria Gabriel Passos), onde mais de 200 companheiros já foram infectados pela Covid-19. Atualmente, 12 trabalhadores da refinaria estão internados em decorrência da Covid e três deles estão em unidades de tratamento intensivo, intubados”, informou a FUP.

Conforme a Petrobras, desde maio de 2020 são aplicados testes rápidos em todos os colaboradores da Regap, como triagem para evitar a contaminação dentro das instalações da unidade, além de outras medidas sanitárias para evitar a contaminação. A empresa não confirmou a paralisação na unidade.

“Todos os colaboradores (da Regap) passam por avaliação de saúde, com medição de temperatura, diariamente, na entrada da refinaria. Foi adotado o turno de 12 horas, diminuindo o rodízio de pessoas na refinaria. Foram reforçadas as medidas de higiene e distanciamento, além do uso obrigatório de máscaras”, informou a estatal, afirmando que a refinaria contratou agentes que fiscalizam diariamente o cumprimento dessas medidas durante a parada para manutenção.

Surto na P-38

Também há uma grande preocupação dos sindicatos nas unidades offshore das petroleiras. O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), filiado à FUP, entrou com requerimento no Ministério Público do Trabalho (MPT) para que a Petrobras seja notificada e preste esclarecimentos sobre o avanço da covid-19 em unidades de exploração e produção da empresa.

 

As últimas denúncias recebidas pela FUP de casos de contaminação em unidades offshore envolvem a plataforma P-38, que está operando parcialmente por causa da contaminação, P-43, P-63, P-25 e P-35, todas na bacia de Campos.

O caso mais recente, segundo a FUP, é um surto na P-38, no campo de Marlim Sul, também na bacia de Campos. A Petrobras confirmou a contaminação e informou que todos os colaboradores com resultado de teste positivo foram desembarcados da plataforma P-38.

“Todos os contactantes de bordo, mesmo que com teste negativo, também foram desembarcados. Todos esses ficarão em isolamento e sendo monitorados pela equipe médica da Petrobras. O serviço de desinfecção da plataforma está em andamento”, informou a estatal em nota.

De acordo com a Petrobras, os protocolos sanitários de prevenção ao Covid estão sendo intensificados, com medidas adicionais de limpeza, higienização e distanciamento na P-38. Novos integrantes já assumiram as funções essenciais do contingente desembarcado, assegurando o atendimento aos requisitos legais e a segurança da unidade.

“As plataformas P-40 e P-56 tiveram sua produção reduzida, porém já voltaram a operar normalmente. A P-38 é uma unidade do tipo FSO, sigla em inglês para a unidade flutuante que estoca e transfere o óleo produzido por outras unidades, portanto não tem produção própria”, explicou a Petrobras, afirmando que as medidas da companhia estão “entre as mais rigorosas no segmento de petróleo”. A empresa não comentou sobre as outras plataformas denunciadas pela FUP.

Em apenas um dia na semana passada, foram confirmados 83 novos casos em atividades offshore do País (Petrobras e outras operadoras), segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Do total de 67 plataformas de petróleo em operação no país, 56 são da Petrobrás (83%). O recorde, segundo dados da agência, foi no dia 26 de dezembro do ano passado, quando 108 pessoas foram contaminadas em plataformas offshore.

De acordo com o Boletim de Monitoramento do Covid-19 do Ministério de Minas e Energia (MME) da segunda-feira, na Petrobras, já foram registrados 5.684 casos de contaminação, com 17 óbitos, ou cerca de 12,2% do total de empregados da estatal (46.416).

FONTE: Estadão Conteúdo

Vista da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim

(Imagem Reprodução/Street View)

 

Com mais de 200 casos de covid-19 entre funcionários contratados e terceirizados, os petroleiros da refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, anunciaram que entrarão em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. Na semana passada, petroleiros do Rio de Janeiro também pediram que a estatal ofereça mais segurança em plataformas alegando que o risco de exposição ao coronavírus para os trabalhadores é alto.

m um comunicado, o Sindipetro-MG (Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais) informou que pediu ao MPT (Ministério Público do Trabalho) que a Petrobras seja chamada a prestar esclarecimentos sobre o avanço da doença na refinaria. Segundo levantamento da entidade, na semana de 15 de março foram registrados mais de 100 casos positivos no local, sendo 84 deles de um mesmo setor. Desses, 11 funcionários seguem internados por complicações.

Atualmente a Regap passa por uma parada de manutenção, o que gerou um grande número de pessoas no local, incluindo profissionais de outros estados. A manutenção começou em 28 de fevereiro e deve durar 30 dias. Devido a isso, houve um aumento presencial de mais de 2 mil trabalhadores, um efetivo que quase dobrou o tamanho.

Para o sindicato, o aumento na circulação de trabalhadores coloca todo o efetivo em risco. A entidade alega que conversou desde o início do ano com a gerência local afirmando que "que não haveria possibilidade de manter" a manutenção "sem que os trabalhadores, ao cumprirem seu serviço, se vissem expostos a altas taxas de contaminação".

Em nota enviada ao UOL, a Petrobras informou que "vem adotando medidas para proteger a saúde dos seus colaboradores, mitigar a propagação do vírus na companhia e assegurar a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis à sociedade brasileira".

Na refinaria Gabriel Passos (Regap), a estatal diz que "desde maio de 2020 são aplicados testes rápidos em todos os colaboradores, como triagem para evitar a contaminação dentro das instalações da unidade". Outras ações implantadas no local são: avaliação de saúde e medição de temperatura de todos os colaboradores; adoção do turno de 12 horas, diminuindo o rodízio de pessoas na refinaria; reforço nas medidas de higiene e distanciamento, além do uso obrigatório de máscaras; fiscalização das medidas e reforço das equipes de saúde.

Em relação ao movimento grevista, a Petrobras "informa que a Regap opera com equipes de contingência sem impacto na produção". Ainda segundo a empresa, a greve "causa enorme estranheza à Companhia visto que o Acordo Coletivo de Trabalho 2020-2022 foi pactuado há cerca de 6 meses".

 

Todas as regiões do estado de Minas Gerais estão na onda roxa, após decreto do governador Romeu Zema (Novo). A medida visa reduzir a circulação de pessoas para tentar conter a transmissão da covid-19 e conter o colapso do sistema de Saúde. O estado vive, atualmente, o momento mais grave desde o início da pandemia, em março do ano passado.

 

Na última quinta-feira (18), os petroleiros da Bacia de Campos também pediram ao MPT que a estatal apresente ações para combater a covid-19 em plataformas. Os petroleiros querem que a Petrobras apresente protocolos mais rigorosos, como testes em três momentos distintos: no embarque, na metade do período da escala e no desembarque. Atualmente, a empresa realiza a testagem somente no embarque às plataformas.

Dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo) mostram que os casos de covid-19 em plataformas de petróleo e gás do Brasil voltaram a apresentar tendência de alta desde o início de março, revertendo um movimento de queda visto no início do ano.

FONTES: UOL/Reuters.

Preços de navios com srubbers disparam - Transportes & Negócios

IMAGEM: TRANSPORTES&NEGÓCIOS

 

O  número de navios equipados com scrubbers praticamente duplicou desde o início de 2020, e a tendência será para manter, regista a BIMCO.

Entre 1 de Janeiro de 2020 e 1 de Março de 2021, os navios com scrubbers passaram de 2 011 para 3 935, refere a organização.

Actualmente, 15,9% dos navios porta-contentores, 11,4% dos graneleiros, 24,5% dos petroleiros e 4.2% dos navios-tanque estão equipados com scrubbers.

Em regra, os armadores optaram por equipar os navios de maiores dimensões, maiores consumidores de combustível. E daí que a percentagem da frota de porta-contentores equipada com sucrbbers, medida em TEU, seja de 28,7%, por exemplo. Nos demais segmentos, considerando a DWT, as percentagens chega, aos 22,5% nos graneleiros, 29,9% nos petroleiros e 13,4% nos navios-tanque.

Com a entrada em vigor dos novos limites de enxofre impostos pela IMO, a 1 de Janeiro do ano passado, a instalação de scrubbers foi a solução encontrada por muitos armadores para continuarem a queimar o combustível tradicional, de alto teor de enxofre (HSFO), mais barato que o bunker de baixo teor de enxofre (VLSFO).

À altura, e considerando a diferença de preços dos combustíveis, o investimentos nos filtros de gases de escape pagava-se a si mesmo, entre 12 e 18 meses.

As contas foram, entretanto, baralhadas pela pandemia, tendo-se assistido a um aproximar dos preços dos dois tipos de combustível.

Mas agora esse diferencial parece ter estabilizado ligeiramente acima dos 100 dólares por tonelada, o que volta a justificar o investimento. Daí que a BIMCO preveja que os novos navios tendam cada vez mais a ser equipados com scrubbers.

FONTE: TRANSPORTES&NEGÓCIOS

IMAGEM: SÉRGIO LIMA/PODER360

 

Criticam Governo Federal

Pedem vacinação em massa

São mais de 500 assinaturas

Inclui banqueiros e empresários

Em carta aberta (íntegra – 194 kb) divulgada no domingo (21.mar), economistas, banqueiros, empresários e ex-ministros cobram o Governo Federal por medidas eficientes contra a pandemia. O texto traz dados sobre os impactos econômicos da crise e sugere que as estratégias tenham alicerce em “informações confiáveis e evidência científica”.

Entre os que assinam a carta, estão Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, co-presidentes do conselho de administração do Itaú Unibanco; Edmar Bacha, um dos idealizadores do Plano Real; Sandra Rios, diretora no Cindes (Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento); Felipe Salto, diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado; Elena Landau, economista, advogada e presidente do Conselho Acadêmico do Livres; Pedro Parente, presidente do conselho de administração da BRF (Sadia e Perdigão); Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo; Luis Stuhlberger, sócio da Verde Asset; Fersen Lambranho, presidente do conselho de administração da GP Investments; José Olympio Pereira, o presidente do conselho de administração do Credit Suisse; os ex-presidentes do Banco Central: Ilan Goldfajn, Armínio Fraga, Affonso Celso Pastore e Gustavo Loyola e o ex-ministros da Fazenda: Pedro Malan, Marcílio Marques Moreira e Rubens Ricupero.

O texto pede uma coordenação nacional das medidas de distanciamento, hoje implementadas por Estados e municípios de forma independente.”A controvérsia em torno dos impactos econômicos do distanciamento social reflete o falso dilema entre salvar vidas e garantir o sustento da população vulnerável”, afirma o documento, citando países que inicialmente evitaram o lockdown, como o Reino Unido, e terminaram por adotá-lo.

A carta diz que a recuperação econômica depende da retomada de confiança da população em relação ao perigo do vírus e de maior previsibilidade da situação de saúde. “Estudos mostraram que diante da aceleração de novos casos, a população responde ficando mais avessa ao risco sanitário, aumentando o isolamento voluntário e levando à queda no consumo das famílias mesmo antes ou sem que medidas restritivas formais sejam adotadas”.

A atuação do governo federal é criticada no documento, enquanto os governos estaduais são pouco cobrados por medidas de contenção do agravamento da pandemia. O pedido é por uma “ação competente” do Executivo e uma “coordenação em âmbito nacional que permita a adoção de medidas de caráter nacional, regional ou estadual”. 

Segundo os economistas, os recursos da gestão Bolsonaro são mal utilizados. O encolhimento do PIB e o desemprego trazem “consequências sociais nefastas”, que dependem de uma “atuação competentente” do Governo Federaç

Como medidas indispensáveis no combate à pandemia, os autores sugerem uma aceleração do ritmo da vacinação, o incentivo ao uso de máscaras e implementação do distanciamento social em caráter nacional.

LEIA A ÍNTEGRA DA CARTA

“O país exige respeito; a vida necessita da ciência e do bom governo

Carta Aberta à Sociedade Referente a Medidas de Combate à Pandemia

O Brasil é hoje o epicentro mundial da Covid-19, com a maior média móvel de novos casos. Enquanto caminhamos para atingir a marca tétrica de 3 mil mortes por dia e um total de mortes acumuladas de 300 mil ainda esse mês, o quadro fica ainda mais alarmante com o esgotamento dos recursos de saúde na grande maioria de estados, com insuficiente número de leitos de UTI,

respiradores e profissionais de saúde. Essa situação tem levado a mortes de pacientes na espera pelo atendimento, contribuindo para uma maior letalidade da doença.

A situação econômica e social é desoladora. O PIB encolheu 4,1% em 2020 e provavelmente observaremos uma contração no nível de atividade no primeiro trimestre deste ano. A taxa de desemprego, por volta de 14%, é a mais elevada da série histórica, e subestima o aumento do desemprego, pois a pandemia fez com que muitos trabalhadores deixassem de procurar emprego, levando a uma queda da força de trabalho entre fevereiro e dezembro de 5,5 milhões de pessoas.

A contração da economia afetou desproporcionalmente trabalhadores mais pobres e vulneráveis, com uma queda de 10,5% no número de trabalhadores informais empregados, aproximadamente duas vezes a queda proporcional no número de trabalhadores formais empregados.

Esta recessão, assim como suas consequências sociais nefastas, foi causada pela pandemia e não será superada enquanto a pandemia não for controlada por uma atuação competente do governo federal. Este subutiliza ou utiliza mal os recursos de que dispõe, inclusive por ignorar ou negligenciar a evidência científica no desenho das ações para lidar com a pandemia.

Sabemos que a saída definitiva da crise requer a vacinação em massa da população. Infelizmente, estamos atrasados. Em torno de 5% da população recebeu ao menos uma dose de vacina, o que nos coloca na 45ª posição no ranking mundial de doses aplicadas por habitante. O ritmo de vacinação no país é insuficiente para vacinar os grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização (PNI) no 1º semestre de 2021, o que amplia o horizonte de vacinação para toda a população para meados de 2022. As consequências são inomináveis.

No momento, o Brasil passa por escassez de doses de vacina, com recorrentes atrasos no calendário de entregas e revisões para baixo na previsão de disponibilidade de doses a cada mês. Na semana iniciada em 8 de março foram aplicadas, em média, apenas 177 mil doses por dia. No ritmo atual, levaríamos mais de 3 anos para vacinar toda a população.

O surgimento de novas cepas no país (em especial a P.1) comprovadamente mais transmissíveis e potencialmente mais agressivas, torna a vacinação ainda mais urgente. A disseminação em larga escala do vírus, além de magnificar o número de doentes e mortos, aumenta a probabilidade de surgirem novas variantes com potencial de diminuir a eficácia das vacinas atuais.

Vacinas são relativamente baratas face ao custo que a pandemia impõe à sociedade. Os recursos federais para compra de vacinas somam R$ 22 bilhões, uma pequena fração dos R$ 327 bilhões desembolsados nos programas de auxílio emergencial e manutenção do emprego no ano de 2020.

Vacinas têm um benefício privado e social elevado, e um custo total comparativamente baixo. Poderíamos estar em melhor situação, o Brasil tem infraestrutura para isso. Em 1992, conseguimos vacinar 48 milhões de crianças contra o sarampo em apenas um mês.

Na campanha contra a Covid-19, se estivéssemos vacinando tão rápido quanto a Turquia, teríamos alcançado uma proporção da população duas vezes maior, e se tanto quanto o Chile, dez vezes maior.

A falta de vacinas é o principal gargalo. Impressiona a negligência com as aquisições, dado que, desde o início da pandemia, foram desembolsados R$ 528,3 bilhões em medidas de combate à pandemia, incluindo os custos adicionais de saúde e gastos para mitigação da deteriorada situação econômica.

A redução do nível da atividade nos custou uma perda de arrecadação tributária apenas no âmbito federal de 6,9%, aproximadamente R$ 58 bilhões, e o atraso na vacinação irá custar em termos de produto ou renda não gerada nada menos do que estimados R$ 131,4 bilhões em 2021, supondo uma recuperação retardatária em 2 trimestres. Nesta perspectiva, a relação benefício custo da vacina é da ordem de seis vezes para cada real gasto na sua aquisição e aplicação. A insuficiente oferta de vacinas no país não se deve ao seu elevado custo, nem à falta de recursos orçamentários, mas à falta de prioridade atribuída à vacinação.

O quadro atual ainda poderá deteriorar-se muito se não houver esforços efetivos de coordenação nacional no apoio a governadores e prefeitos para limitação de mobilidade. Enquanto se busca encurtar os tempos e aumentar o número de doses de vacina disponíveis, é urgente o reforço de medidas de distanciamento social. Da mesma forma é essencial a introdução de incentivos e políticas públicas para uso de máscaras mais eficientes, em linha com os esforços observados na União Europeia e nos Estados Unidos.

A controvérsia em torno dos impactos econômicos do distanciamento social reflete o falso dilema entre salvar vidas e garantir o sustento da população vulnerável. Na realidade, dados preliminares de óbitos e desempenho econômico sugerem que os países com pior desempenho econômico tiveram mais óbitos de Covid-19. A experiência mostrou que mesmo países que optaram inicialmente por evitar o lockdown terminaram por adotá-lo, em formas variadas, diante do agravamento da pandemia – é o caso do Reino Unido, por exemplo. Estudos mostraram que diante da aceleração de novos casos, a população responde ficando mais avessa ao risco sanitário, aumentando o isolamento voluntário e levando à queda no consumo das famílias14 mesmo antes ou sem que medidas restritivas formais sejam adotadas. A recuperação econômica, por sua vez, é lenta e depende da retomada de confiança e maior previsibilidade da situação de saúde no país. Logo, não é razoável esperar a recuperação da atividade econômica em uma epidemia descontrolada.

O efeito devastador da pandemia sobre a economia tornou evidente a precariedade do nosso sistema de proteção social. Em particular, os trabalhadores informais, que constituem mais de 40% da força de trabalho, não têm proteção contra o desemprego. No ano passado, o auxílio emergencial foi fundamental para assistir esses trabalhadores mais vulneráveis que perderam seus empregos, e levou a uma redução da pobreza, evidenciando a necessidade de melhoria do nosso sistema de proteção social. Enquanto a pandemia perdurar, medidas que apoiem os mais vulneráveis, como o auxílio emergencial, se fazem necessárias. Em paralelo, não devemos adiar mais o encaminhamento de uma reforma no sistema de proteção social, visando aprimorar a atual rede de assistência social e prover seguro aos informais. Uma proposta nesses moldes é o programa de Responsabilidade Social, patrocinado pelo Centro de Debate de Políticas Públicas, encaminhado para o Congresso no final do ano passado.

Outras medidas de apoio às pequenas e médias empresas também se fazem necessárias. A experiência internacional com programas de aval público para financiamento privado voltado para pequenos empreendedores durante um choque negativo foi bem-sucedida na manutenção de emprego, gerando um benefício líquido positivo à sociedade. O aumento em 34,7% do endividamento dos pequenos negócios durante a pandemia amplifica essa necessidade. A retomada de linhas avalizadas pelo Fundo Garantidor para Investimentos e Fundo de Garantia de Operações é uma medida importante de transição entre a segunda onda e o pós-crise.

Estamos no limiar de uma fase explosiva da pandemia e é fundamental que a partir de agora as políticas públicas sejam alicerçadas em dados, informações confiáveis e evidência científica. Não há mais tempo para perder em debates estéreis e notícias falsas. Precisamos nos guiar pelas experiências bem-sucedidas, por ações de baixo custo e alto impacto, por iniciativas que possam reverter de fato a situação sem precedentes que o país vive.

Medidas indispensáveis de combate à pandemia: a vacinação em massa é condição sine qua non para a recuperação econômica e redução dos óbitos.

1. Acelerar o ritmo da vacinação. O maior gargalo para aumentar o ritmo da vacinação é a escassez de vacinas disponíveis. Deve-se, portanto, aumentar a oferta de vacinas de forma urgente. A estratégia de depender da capacidade de produção local limitou a disponibilidade de doses ante a alternativa de pré-contratar doses prontas, como fez o Chile e outros países. Perdeu-se um tempo precioso e a assinatura de novos contratos agora não garante oferta de vacinas em prazo curto. É imperativo negociar com todos os laboratórios que dispõem de vacinas já aprovadas por agências de vigilância internacionais relevantes e buscar antecipação de entrega do maior número possível de doses. Tendo em vista a escassez de oferta no mercado internacional, é fundamental usar a política externa – desidratada de ideologia ou alinhamentos automáticos – para apoiar a obtenção de vacinas, seja nos grandes países produtores seja nos países que têm ou terão excedentes em breve.

A vacinação é uma corrida contra o surgimento de novas variantes que podem escapar da imunidade de infecções passadas e de vacinas antigas. As novas variantes surgidas no Brasil tornam o controle da pandemia mais desafiador, dada a maior transmissibilidade.

Com o descontrole da pandemia é questão de tempo até emergirem novas variantes.20 O Brasil precisa ampliar suas capacidades de sequenciamento genômico em tempo real, de compartilhar dados com a comunidade internacional e de testar a eficácia das vacinas contra outras variantes com máxima agilidade. Falhas e atrasos nesse processo podem colocar em risco toda a população brasileira, e também de outros países.

2. Incentivar o uso de máscaras tanto com distribuição gratuita quanto com orientação educativa. Economistas estimaram que se os Estados Unidos tivessem adotado regras de uso de máscaras no início da pandemia poderiam ter reduzido de forma expressiva o número de óbitos. Mesmo se um usuário de máscara for infectado pelo vírus, a máscara pode reduzir a gravidade dos sintomas, pois reduz a carga viral inicial que o usuário é exposto. Países da União Europeia e os Estados Unidos passaram a recomendar o uso de máscaras mais eficientes – máscaras cirúrgicas e padrão PFF2/N95 – como resposta às novas variantes. O Brasil poderia fazer o mesmo, distribuindo máscaras melhores à população de baixa renda, explicando a importância do seu uso na prevenção da transmissão da Covid.

Máscaras com filtragem adequada têm preços a partir de R$ 3 a unidade. A distribuição gratuita direcionada para pessoas sem condições de comprá-las, acompanhada de instrução correta de reuso, teria um baixo custo frente aos benefícios de contenção daCovid-19. Considerando o público do auxílio emergencial, de 68 milhões de pessoas, por exemplo, e cinco reusos da máscara, tal como recomenda o Center for Disease Control do EUA, chegaríamos a um custo mensal de R$ 1 bilhão. Isto é, 2% do gasto estimado mensal com o auxílio emergencial. Embora leis de uso de máscara ajudem, informar corretamente a população e as lideranças darem o exemplo também é importante, e tem impacto na trajetória da epidemia. Inversamente, estudos mostram que mensagens contrárias às medidas de prevenção afetam a sua adoção pela população, levando ao aumento do contágio.

3. Implementar medidas de distanciamento social no âmbito local com coordenação nacional. O termo “distanciamento social” abriga uma série de medidas distintas, que incluem a proibição de aglomeração em locais públicos, o estímulo ao trabalho a distância, o fechamento de estabelecimentos comerciais, esportivos, entre outros, e – no limite – escolas e creches. Cada uma dessas medidas tem impactos sociais e setoriais distintos. A melhor combinação é aquela que maximize os benefícios em termos de redução da transmissão do vírus e minimize seus efeitos econômicos, e depende das características da geografia e da economia de cada região ou cidade. Isso sugere que as decisões quanto a essas medidas devem ser de responsabilidade das autoridades locais.

Com o agravamento da pandemia e esgotamento dos recursos de saúde, muitos estados não tiveram alternativa senão adotar medidas mais drásticas, como fechamento de todas as atividades não-essenciais e o toque de recolher à noite. Os gestores estaduais e municipais têm enfrentado campanhas contrárias por parte do governo federal e dos seus apoiadores. Para maximizar a efetividade das medidas tomadas, é indispensável que elas sejam apoiadas, em especial pelos órgãos federais. Em particular, é imprescindível uma coordenação em âmbito nacional que permita a adoção de medidas de caráter nacional, regional ou estadual, caso se avalie que é necessário cercear a mobilidade entre as cidades e/ou estados ou mesmo a entrada de estrangeiros no país. A necessidade de adotar um lockdown nacional ou regional deveria ser avaliado. É urgente que os diferentes níveis de governo estejam preparados para implementar um lockdown emergencial, definindo critérios para a sua adoção em termos de escopo, abrangência das atividades cobertas, cronograma de implementação e duração.

Ademais, é necessário levar em consideração que o acréscimo de adesão ao distanciamento social entre os mais vulneráveis depende crucialmente do auxílio emergencial. Há sólida evidência de que programas de amparo socioeconômico durante a pandemia aumentaram o respeito às regras de isolamento social dos beneficiários. É, portanto, não só mais justo como mais eficiente focalizar a assistência nas populações de baixa renda, que são mais expostas nas suas atividades de trabalho e mais vulneráveis financeiramente.

Dentre a combinação de medidas possíveis, a questão do funcionamento das escolas merece atenção especial. Há estudos mostrando que não há correlação entre aumento de casos de infecção e reabertura de escolas no mundo26. Há também informações sobre o nível relativamente reduzido de contágio nas escolas de São Paulo após sua abertura.

As funções da escola, principalmente nos anos do ensino fundamental, vão além da transmissão do conhecimento, incluindo cuidados e acesso à alimentação de crianças, liberando os pais – principalmente as mães – para o trabalho. O fechamento de escolas no Brasil atingiu de forma mais dura as crianças mais pobres e suas mães. A evidência mostra que alunos de baixa renda, com menor acesso às ferramentas digitais, enfrentam maiores dificuldade de completar as atividades educativas, ampliando a desigualdade da formação de capital humano entre os estudantes. Portanto, as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a reabrir em um esquema de distanciamento social. Há aqui um papel fundamental para o Ministério da Educação em cooperação com o Ministério da Saúde na definição e comunicação de procedimentos que contribuam para a minimização dos riscos de contágio nas escolas, além do uso de ferramentas comportamentais para retenção da evasão escolar, como o uso de mensagens de celular como estímulo para motivar os estudantes, conforme adotado em São Paulo e Goiás.

4. Criar mecanismo de coordenação do combate à pandemia em âmbito nacional – preferencialmente pelo Ministério da Saúde e, na sua ausência, por consórcio de governadores – orientada por uma comissão de cientistas e especialistas, se tornou urgente. Diretrizes nacionais são ainda mais necessárias com a escassez de vacinas e logo a necessidade de definição de grupos prioritários; com as tentativas e erros no distanciamento social; a limitada compreensão por muitos dos pilares da prevenção, particularmente da importância do uso de máscara, e outras medidas no âmbito do relacionamento social. Na ausência de coordenação federal, é essencial a concertação entre os entes subnacionais, consórcio para a compra de vacinas e para a adoção de medidas de supressão.

O papel de liderança: Apesar do negacionismo de alguns poucos, praticamente todos os líderes da comunidade internacional tomaram a frente no combate ao Covid-19 desde março de 2020, quando a OMS declarou o caráter pandêmico da crise sanitária. Informando, notando a gravidade de uma crise sem precedentes em 100 anos, guiando a ação dos indivíduos e influenciado o comportamento social.

Líderes políticos, com acesso à mídia e às redes, recursos de Estado, e comandando atenção, fazem a diferença: para o bem e para o mal. O desdenho à ciência, o apelo a tratamentos sem evidência de eficácia, o estímulo à aglomeração, e o flerte com o movimento antivacina, caracterizou a liderança política maior no país. Essa postura reforça normas antissociais, dificulta a adesão da população a comportamentos responsáveis, amplia o número de infectados e de óbitos, aumenta custos que o país incorre.

O país pode se sair melhor se perseguimos uma agenda responsável. O país tem pressa; o país quer seriedade com a coisa pública; o país está cansado de ideias fora do lugar, palavras inconsequentes, ações erradas ou tardias. O Brasil exige respeito”.

FONTE: PODER 360

Imagem: Bansky

 

O presidente dos EUA, Joe Biden, exigiu que a Amazon não intimide ou ameace os funcionários votantes para criar um sindicato em um armazém do Alabama.

“A elegância americana média foi construída através de funcionários do sindicato”, disse ele.

A votação ocorre entre 6. 000 funcionários em um armazém em Bessemer, perto de Birmingham, e marcou o início de um movimento sindical. A Amazon resistiu dizendo que pagava um salário mínimo e benefícios, por isso não haveria necessidade de um sindicato.

Seu medo da criação do sindicato a levou a lançar uma página online anti-sindical e colocar cartazes no local, e forçou os funcionários a se reunirem com os trabalhadores para dissuadi-los de criar o sindicato. 

A posição de Biden é clara. Em sua opinião, não caberia ao presidente se alguém se juntou ou não a um sindicato, mas também não cabe ao empregador decidir.

As reações da oposição à Amazon limitaram-se ao presidente, e uma gigantesca organização de investidores também insistiu que a Amazon se preocupasse com as discussões.

Por trás desses conflitos está um ponto central na recuperação dos EUA: o desejo de criar empregos inteligentes e o mercado interno.

De fato, a perda de notoriedade da economia dos EUA e a ascensão da economia chinesa devem-se a más decisões estratégicas; internamente, houve uma expansão do financiamento da economia e um enfraquecimento da força dos sindicatos industriais. devido à opção de contratar empresas gigantes dos EUA para fabricar seus produtos na China e ásia.

Houve reflexões sobre a economia doméstica, que perdeu força, na questão geopolítica, com as vulnerabilidades dos EUA em setores de alta tecnologia, como a fabricação de chips, diante dos problemas políticos, com o fortalecimento da direita americana.

Agora que as novas tecnologias estão provando ser destruidoras de tarefas, sindicatos fortes e remodelados serão obrigatórios. No caso brasileiro, o enfraquecimento dos sindicatos industriais, iniciado no governo Temer, enfraqueceu radicalmente as demandas da indústria. Em tempos, empresas, associações pró e sindicatos industriais eram parceiros na defesa da industrialização.

O centro do capitalismo ocidental é claro: melhorar situações corporativas, individualmente, com o extermínio de direitos, quebrou a economia como um todo, apenas corporações gigantes sem pátria se beneficiaram, mas como um meio de exterminar estados nacionais, ou exterminar eleitores, ainda não foi inventado, o resultado automático é o enfraquecimento do mercado interno e das democracias.

Por Luis Nassif

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IMAGEM: DIVULGAÇÃO

Unidade afetada recebia produção de outras duas plataformas da Bacia de Campos

A Petrobras reduziu a produção das plataformas P-40 e P-56, na Bacia de Campos, para diminuir o volume de petróleo recebido pela P-38, navio do tipo FPSO que opera no campo de Marlim Sul estocando e transferindo o óleo produzido por outras unidades e que, portanto, não tem produção própria.

A P-38, conforme já havia sido informado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) teve parte da tripulação acometida pela covid-19. A P-40 e a P-56 não apresentam casos da doença entre seus tripulantes.

A Petrobras confirmou que vai desembarcar toda a equipe da plataforma P-38. A petroleira ressaltou que inicialmente foram desembarcados todos os colaboradores da plataforma com resultado de teste positivo para covid-19 e que ao longo do período vai terminar de desembarcar os demais. Os funcionários da plataforma ficarão em isolamento e serão monitorados pela equipe médica da empresa.

A estatal destacou que novos integrantes já assumiram as funções essenciais do contingente desembarcado, de forma a assegurar o atendimento aos requisitos legais e de segurança da unidade.

“A Petrobras reforça que, desde o início da pandemia, adota medidas rigorosas de prevenção à covid-19, que envolvem testagem periódica, com mais de 650 mil testes realizados; redução do efetivo presencial e ampla adoção do teletrabalho; uso obrigatório de máscaras, reforço na higienização e distanciamento nas unidades operacionais, conscientização sobre cuidados individuais dentro e fora do ambiente de trabalho, entre outras medidas”, diz a nota enviada pela petroleira.

 FONTE: VALOR INVESTE