PERDA ACUMULADA POR FALTA DE CORREÇÃO DO FGTS CHEGA A 350%, SEGUNDO PARECER
Fonte: ConJur
Fonte: ConJur
Fonte: Estadão Conteúdo
Fonte: Valor Econômico
Número global não é mais compilado. Informações eram reunidas há 20 anos.
Fonte: Poder 360
O evento sobre o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, em memória às vítimas de acidentes e doenças relacionadas trabalho, será na quinta-feira, 26
Reajuste real médio foi de 0,9% para os acordos salariais fechados no 1º trimestre
O recorde de baixa da inflação neste início de ano ajudou o trabalhador na hora de fechar os reajustes salariais. Quase 90% das negociações no primeiro trimestre tiveram ganhos acima da inflação. Não se via número tão grande de categorias com reposição integral das perdas provocadas pela inflação desde 2014. Isso é o que aponta um levantamento, feito a pedido do ‘Estado’, pelo Projeto Salariômetro da Fipe, com base nos dados do Ministério do Trabalho.
Apesar de o desemprego continuar elevado, com mais de 13 milhões de brasileiros sem trabalho, a situação de quem está empregado é mais favorável neste momento porque a inflação está baixa. Nos últimos dez anos, foi a primeira vez que houve a combinação de inflação baixa com reposição real de salários. “É uma situação inédita e o melhor dos mundos”, afirma Hélio Zylberstajn, professor da Faculdade de Economia da USP e coordenador do Salariômetro. Hoje, diz ele, os reajustes reais não são muito altos, mas a inflação está muito baixa. Isso evita a corrosão dos ganhos a partir do momento que o trabalhador recebe o salário.
No primeiro trimestre, a inflação média acumulada em 12 meses pelo INPC, que baliza os reajustes salariais, foi de 1,9%. Os quase 800 reajustes fechados no período tiveram ganho real de 0,9%, em média, aponta o estudo. Com a inflação baixíssima, os trabalhadores agora estão numa situação privilegiada, diz o economista. Isto é, eles conseguem ganhos reais nos reajustes e não perdem o poder de compra do salário porque a tendência é de a inflação continuar em baixa.
Marcio Antonio Vieira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Artefatos de Borracha e Pneumáticos de São José do Rio Preto e Região, conseguiu negociar um reajuste salarial de 6% em fevereiro com dez empresas de beneficiamento de borracha natural. Esse aumento representou um ganho real – descontada a inflação – de 4%. “Foi um grande feito”, diz. No ano passado, o sindicato conseguiu um aumento de 8%. Mas como a inflação era de quase 6%, o ganho real foi bem menor, de 2%.
Com inflação baixa, os empregadores podem se dar ao luxo de dar um pouquinho mais, porque esse reajuste não pesa tanto nos custos e o repasse é mais tranquilo, diz Fábio Romão, economista da LCA Consultores.
Flexibilidade. Apesar do ganho real maior no salário, Vieira conta que teve de ser mais flexível com as empresas para conseguir fechar os acordos. “Criamos banco de horas e prêmio por assiduidade porque as faltas prejudicam a produção na época da safra do látex.”
Clemente Ganz Lúcio, diretor do Dieese, diz que, neste momento, algum ganho real de salário nas negociações pode ser decorrente de uma maior flexibilização em algum benefício. “É provável que isso esteja acontecendo na negociação.”
Ele explica que, depois da reforma trabalhista, são os empregadores que estão indo para as negociações com uma pauta que prevê a redução de direitos dos trabalhadores. Mas, na sua avaliação, os ganhos reais nos reajustes decorrem principalmente de arredondamento. “Creio que seja arredondamento mesmo por conta da baixa taxa de inflação e provavelmente negociações mais duras.”
Fábio Fortes, superintendente do Sindicato dos Trabalhadores em Sociedades Cooperativas do Estado de Minas Gerais, relata a dificuldade enfrentada para negociar o reajuste para os 15 mil empregados em 200 cooperativas de crédito que acabou resultando num aumento de 3,3% nominal e de 1,24%, descontada a inflação. “Foi o maior reajuste real em dez anos”, diz.
A data base da categoria é novembro, mas o acordo só foi fechado em janeiro, após dez reuniões tensas.
Fonte: O Estado de S. Paulo
Cinco meses após o fim do imposto sindical, por conta da entrada em vigor da nova legislação trabalhista, sindicatos de todo o País têm conseguido liminares na Justiça para manter a contribuição, que é uma de suas principais fontes de receita.
Segundo levantamento online feito por advogados de associações de trabalhadores, já são 123 decisões a favor dos sindicatos, sendo 34 em segunda instância – a pesquisa não informa as decisões contrárias. Já houve liminares derrubadas em segunda e terceira instâncias, mas não há um levantamento oficial sobre o tema.
Em Santa Catarina, de acordo com o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, que contabilizou os processos, são 54 decisões favoráveis às entidades de trabalhadores até agora e apenas uma contra. A judicialização da briga em torno da contribuição obrigatória é o segundo passo dos sindicatos na tentativa de manter suas receitas.
O primeiro foi a realização de assembleias extraordinárias para votar a continuidade da contribuição. Os sindicatos defendiam que, se a contribuição fosse aprovada em assembleia, ela se tornaria válida para toda a categoria. A decisão na assembleia, porém, não obrigava a empresa a reter o valor – o que levou as entidades a entrarem na Justiça.
Por enquanto, ao menos um sindicato do País saiu vitorioso dessa briga e deverá receber, até o fim deste mês, a quantia equivalente a um dia de trabalho de cada funcionário. O caso envolve o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de São Paulo (STIA) e a empresa de laticínios Vigor.
O STIA conseguiu, no mês passado, uma liminar em primeira instância que obriga a Vigor a reter a contribuição dos funcionários da fábrica de São Caetano do Sul (SP) e repassar o valor à entidade. A empresa afirma que “por hora, cumpre decisão liminar”, mas que aguarda posição definitiva do Poder Judiciário.
De acordo com o Estadão, o sindicato espera receber o dinheiro dos cerca de 650 empregados até o próximo dia 30. O STIA entrou com 53 processos na Justiça, cada um contra uma empresa diferente. Por enquanto, foram seis liminares favoráveis. No Rio, o Sindicato dos Comerciários, um dos maiores da cidade, também entrou com diversas ações ao mesmo tempo. Foram 30 até agora e seis liminares favoráveis.
Em sua briga na Justiça, os sindicatos têm se valido de um documento da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) que afirma que a contribuição sindical tem natureza de imposto e, portanto, só pode ser modificada por uma lei complementar – a reforma trabalhista se deu por meio de uma lei ordinária. O texto da Anamatra, porém, não tem valor legal.
FONTE:ESTADÃO
Reajustes na casa de dois dígitos espantam usuários de planos de saúde. De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde (ANS), o aumento de preço anual dos planos nos últimos três anos foi superior a 13,5%, os maiores da série histórica que começa em 2000.
Apesar de, em 2017, o número de beneficiários de planos de saúde ter registrado uma ligeira recuperação, o saldo desse período ainda é negativo. Desde 2015, cerca de 2,9 milhões de pessoas saíram do sistema de saúde privado.
Os brasileiros que decidiram sair do plano de saúde privado por não encontrarem alternativas que caibam no bolso acabam optando por usar serviços de consulta e exames e recorrem ao Sistema Público de Saúde (SUS) em caso de emergência.
Outros, que poderiam continuar a bancar a despesa, mas preferem ter um alívio no orçamento diante de preços exorbitantes, aplicam o dinheiro que gastariam com o plano, confiando que os gastos com saúde que possam vir a ter não serão tão elevados quanto o alto preço que pagam por eles.
Mas a decisão de cortar o plano de saúde é difícil de tomar. O consultor financeiro e professor da PUC-SP, Fábio Gallo, é categórico: é necessária cautela antes de cortar a despesa do orçamento. O ideal é que ela aconteça depois de todas as tentativas possíveis para baixar o custo do plano e venha após o corte de outros gastos supérfluos. Isso porque o SUS está longe de ser um sistema exemplar, segundo os próprios usuários.
Além de afastar clientes, os altos preços dos planos de saúde deixam muitas pessoas de fora do sistema privado. Um estudo recente realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) com 1.500 consumidores das capitais do país revela que 70% dos brasileiros não possuem plano de saúde particular, seja ele individual ou empresarial. O percentual é ainda maior entre as classes C, D e E (77%).
Veja a seguir a história de quem resolveu deixar de pagar um plano de saúde, por que os custos médicos subiram tanto e o que é possível fazer para diminuir o custo com a saúde.
Aperto nas contas
Depois de ser demitido em 2015, o analista de sistemas Wanderley Neto, 30 anos, resolveu continuar com o plano de saúde da Bradesco Saúde, que recebia como benefício em sua empresa. Empregado, não pagava nem 100 reais pela proteção. Ao contratá-la de modo individual, o valor triplicou e subiu para cerca de 300 reais.
Depois de dois reajustes, o plano de Wanderley passou a custar 430 reais. “Aí não deu mais. Como usava pouco, para uma consulta ou outra e alguns exames, resolvi cancelar”. Atualmente, ele optou por realizar exames e consultas pelo Dr. Consulta e depende do SUS em caso de emergências. Como pessoa jurídica, Wanderley contratou um seguro de vida que cobre despesas médicas caso fique mais de cinco dias internado. “Nesse caso, o seguro repõe parte da minha renda”.
Wanderley chegou a cotar planos de saúde em outras operadoras e encontrou opções por 250 reais. “Mas ainda pesa para mim. Pretendo voltar a ter plano de saúde quando realmente estiver sobrando dinheiro. “Não quero deixar de fazer nada para pagar por algo que acho que não vou usar muito. Se eu fosse mais velho, talvez contrataria”.
O analista de sistemas diz estar satisfeito com o atendimento das clínicas particulares. “Não estava insatisfeito com o meu plano de saúde, mas já cheguei a marcar consulta e só ter para daqui um mês. Cheguei a perder exame por conta do prazo. É complicado pagar caro e não ter tanta atenção”.
Em 2016, o plano de saúde individual da Amil contratado pela manicure Maria Madalena de Sá dos Santos, 54 anos, subiu de 400 para cerca de 600 reais. Quando, no ano passado, ele passou a custar mais de 700 reais, o equivalente a 70% da sua renda, Maria resolveu parar de pagá-lo. “Não tenho salário fixo. Comecei a atrasar pagamentos em poucos dias e me cobravam juros muito altos”.
A manicure diz que mesmo depois de cortar diversas despesas, ainda não conseguiu acomodar o gasto em seu orçamento. “Tinha o plano há cinco anos. O reajuste sempre foi grande, mas de uns dois anos para cá pesou muito. Cheguei a pesquisar outros, mas os preços são muito semelhantes”. Hoje, ela depende do SUS para emergências e utiliza o Cartão de Todos para realizar consultas e exames. “Pago uma taxa baixa por mês”.
O engenheiro civil Caio Bernardinelli, 30 anos, continuou com o plano oferecido por sua antiga empresa quando virou empresário, pelo seu CNPJ. Passou a pagar, por mês, 950 reais para ele, sua esposa e seu filho de dois anos.
Depois de um ano, verificou que ele e sua esposa não haviam utilizado muito a proteção. Os dois então resolveram cancelar seu plano e mantiveram apenas o do filho. “A despesa se reduziu a um terço, aproximadamente. Hoje pago 350 reais para ele”, conta. “Com o próximo reajuste, o custo do plano de saúde iria para 1,1 mil reais.
Caio espera não depender do SUS em uma emergência. Para isso, tem uma reserva para emergências equivalente a três vezes o salário do casal e também uma poupança de 20 vezes a sua renda. “Se o valor não cobrir, não vai ter jeito: vamos ter de depender do sistema de saúde pública. Resolvemos correr esse risco para ter uma vida um pouco mais confortável”.
Por quê os preços subiram tanto?
A queda no número de usuários está ligada à crise econômica pela qual o país passou nos últimos anos, na visão de Leandro Fonseca, diretor-presidente substituto da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Muitos brasileiros perderam o emprego. Dois terços dos planos de saúde comercializados são do tipo coletivos empresariais”.
O diretor argumenta ainda que a inflação da saúde tende a ser mais alta do que a inflação oficial em diversos países, não apenas no Brasil. Para ele, os gastos no setor de saúde ficaram mais caros por conta do envelhecimento da população, pela incorporação de novas tecnologias e por uma cultura que induz ao consumo excessivo do serviço. “Hoje temos um modelo de saúde no qual o usuário procura especialistas para fazer uma bateria de exames, sem muita orientação”.
Do lado das empresas, a Associação dos Planos de Saúde (Abramge) diz que, pelo menos desde 2012, o setor opera com margens operacionais inferiores a 1%. “O resultado dessa conjuntura desfavorável se reflete na dificuldade das operadoras em alcançarem o equilíbrio econômico-financeiro necessário para gerar maiores investimentos, que possam refletir em mensalidades mais baixas aos clientes dos planos de saúde”.
Além disso, segundo a entidade, as despesas assistenciais têm crescido frequentemente acima das receitas. Entre 2015 e 2016, a sinistralidade, que não contempla os gastos administrativos, operacionais, comerciais e com impostos, representou 84,6% e 85,6%, o maior nível desde o início da série histórica.
Quem perde o emprego geralmente se vê obrigado a cortar a despesa porque fica difícil enquadrar o gasto com um plano individual no orçamento. Apesar de Fonseca, da ANS, apontar que existem 5 mil planos individuais comercializados no mercado atualmente, especialistas rebatem que o preço desses planos é muito alto. “Os poucos que são mais acessíveis acabam correndo o risco de ter uma rede sobrecarregada”, analisa Marcos Patullo, advogado especialista em direito à saúde do escritório Vilhena Silva Advogados.
Apesar de mais acessíveis em geral, os usuários de planos coletivos empresariais sofrem com altos reajustes. Para Ana Carolina Navarrete, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), os reajustes maiores dos planos de saúde coletivos acontecem pelo fato de a ANS não regulá-los. “A agência deveria intervir e obrigar as empresas a mostrarem como os cálculos são feitos, ainda mais porque os planos individuais tomam como base os reajustes dos planos coletivos”.
Além da falta de regulação, os plano coletivos podem ser cancelados de forma unilateral após o primeiro ano. Para Ana Carolina, essa regra exerce uma pressão muito grande na negociação entre a empresa e a operadora, e faz com que o empregador acabe por aceitar aumentos maiores.
Por conta de uma falta de regulação, o caminho para quem não concorda com o reajuste do plano acaba sendo a Justiça. A advogada diz que alguns juízes já comprovaram a abusividade dos reajustes em alguns casos, mas não há jurisprudência sobre o tema.
Sobre projetos de lei que discutem a possibilidade de criar planos de saúde mais acessíveis, Ana Carolina acredita que são “alarmantes”. “Provavelmente esses planos terão uma cobertura menor, mas não temos garantia de que o preço irá cair. É o mesmo discurso da franquia de bagagem. Ou seja: a intenção parece não ser oferecer um plano barato, mas um plano pior mesmo. A questão tem de ser tratada com muito cuidado para não prejudicar usuários”.
A ANS não comenta projetos que ainda estejam em discussão, mas acredita que uma tendência que pode reduzir custos, já adotada por algumas empresas, é a do “cuidado gerenciado”, diz Fonseca. “O usuário que tem uma dor de cabeça forte, ao invés de procurar logo um neurologista, deve passar antes por um clínico geral, que oriente qual tipo de serviço ele deve buscar”. Para Fonseca, o sistema atual beneficia o tratamento da doença. “Precisamos começar a pagar pela manutenção da saúde para ter uma assistência melhor e mais incentivos”.
O que fazer antes de cortar o plano
A recomendação de especialistas é que os usuários pesquisem e optem por um plano individual acessível. “O plano individual é mais caro em um primeiro momento, mas no longo prazo o reajuste pode ser menor. Já o coletivo pode ser mais acessível, mas ter um reajuste alto de um ano para o outro”, diz Ana Carolina, do Idec.
Trocar apartamento por atendimento hospitalar em enfermaria e optar por uma rede de hospitais e laboratórios não tão renomados são itens que podem reduzir o preço do plano.
Caso o plano continue a pesar no bolso, há a opção de planos hospitalares, que tendem a ser mais acessíveis do que os planos de saúde convencionais. “O usuário tem de analisar a sua necessidade: se vai querer um plano que cubra apenas as primeiras horas de uma emergência, se quer cobertura completa para internação ou um plano que cubra tudo isso em hospitais de referência. A recomendação é que opte pelo plano com cobertura mais completa possível e que caiba no seu bolso”, diz Ana Carolina, do Idec.
O serviço de clínicas particulares pode auxiliar quem está sem plano a não ter de enfrentar as filas do SUS com frequência, mas é necessário lembrar que servem apenas para consultas e exames, diz a advogada. “É necessário ressaltar que os serviços não são completos e não podem ser um substituto ao plano de saúde, já que não incluem gastos com internação e emergências”.
A advogada desaconselha a prática de criar um CNPJ com a finalidade de contratar um plano de saúde para a família. “Isso pode ser considerado fraude. O CNPJ é destinado a uma atividade empresarial”.
Para os usuários que não aceitam os preços altos cobrados pelos planos de saúde, optam por aplicar o dinheiro que gastariam no plano, mas não gostariam de depender do SUS em uma emergência, Fábio Gallo, professor finanças da PUC-SP, ressalta que o pagamento do plano de saúde é justamente para se proteger de uma situação com a qual não se pode arcar financeiramente. “O cálculo não é o quanto se gastou durante um ano e não usou. A conta que deve ser feita é quanto irá custar se eu tiver de ficar duas semanas na UTI ou realizar uma cirurgia cardíaca. Não estamos considerando o pior cenário possível, mas algo que pode acontecer”.
Se a poupança for suficiente para cobrir esses gastos, talvez seja possível ficar sem o plano, conclui o especialista. “Mas esse cálculo é difícil de fazer. Além disso, a poupança deve ser destinada unicamente para gastos com saúde. Caso contrário, pode colocar o futuro da família em risco se precisar ser totalmente utilizada”.
Gallo lembra ainda que, quanto mais tempo um usuário ficar de fora do sistema de saúde privado, mais carências serão observadas quando resolver entrar. “Quando ele decidir ter o plano, com mais idade, pode enfrentar um ano de carência, ainda mais se tiver uma doença preexistente. Nesse período, ele terá de pagar pelo plano sem poder utilizar os serviços”.
Fonte: Exame
Para Marcio Pochmann, o índice de desemprego vem sendo disfarçado pelos trabalhos intermitentes de baixa remuneração
Fonte: Brasil de Fato
O PLP 441/17, chamado de Cadastro Positivo, em discussão na Câmara dos Deputados, é propagado como proposta que vai baixar juros do bom pagador. Uma falácia, diz o advogado do Coletivo de Defesa do Consumidor Tenho Direito de Saber, Tiago Almeida Lima. O Cadastro existe há 7 anos e nunca um bom pagador pagou menos juros, questiona o coletivo.
O Coletivo de Defesa do Consumidor Tenho Direito de Saber alerta: o PLP 441/17, que pode ser votado na Câmara dos Deputados, vai fazer uma devassa na vida do consumidor, vendendo dados e tirando qualquer responsabilidade de quem comercializa as informações.
A manobra dos birôs de crédito (Serasa, SCPC, Boa Vista) e bancos, que defendem o “cadastro” é dizer que o dispositivo vai baixar os juros e facilitar a vida do consumidor. A falácia não poderia ser maior. O chamado “cadastro positivo” existe desde 2011 e até hoje nenhum bom pagador teve redução de juro.
Os dois principais escândalos, na opinião do coletivo Tenho Direito de Saber, do PLP 441/17 são:
1) O consumidor será incluído automaticamente no cadastro e terá que pedir para ser retirado dele. Ou seja, inclui-se o cidadão sem autorização, com todas as informações de sua vida (hábitos de consumo, compras, lazer, farmácia etc) e ele tem de correr atrás para ser retirado do cadastro. “E quem garante que vão tirar?”, questiona o coletivo; e
2) Altera-se o artigo 16 da lei que está em vigor hoje, retirando toda e qualquer responsabilidade de quem divulga os dados. Ou seja, se os dados da pessoa forem parar numa rede social, site, onde for, ninguém é responsável por isso.
Exatamente: as empresas particulares terão os dados do consumidor e podem vendê-los tranquilamente, para quem for, sem sofrer qualquer sanção!
“O PLP 441/17 é um escândalo. A venda de dados pelo Facebook é fichinha perto disso”, denuncia o Coletivo de Defesa do Consumidor Tenho Direito de Saber.
FONTE:DIAP
É cada vez mais comum ouvirmos falar sobre síndromes desenvolvidas por causa do trabalho. Uma delas, talvez a mais famosa, é a síndrome de burnout, termo que, em inglês, significa queimar até a combustão – em outras palavras, é o esgotamento emocional por causa do excesso de estresse.
Pouco se fala, porém, de sua prima irmã, a síndrome de boreout – que vem do inglês “bored”, que quer dizer entediado -, também muito comum no dia a dia profissional. Segundo o psicólogo Armando Ribeiro, especialista em gestão do estresse, “o boreout ocorre quando a falta da estimulação correta é o principal problema”. “Se por um lado há o excesso de estímulo no burnout, no boreout normalmente a pessoa tem capacidades acima do cargo ou da função que são subutilizadas”, explica.
Com o tempo, isso faz com que funcionários com grande potencial sejam, aos poucos, desgastados por essa cultura no trabalho, “que visa a resultados muito aquém das possibilidades do time ou da equipe”, explica Ribeiro. “Isso leva a, pelo menos, três consequências: tédio, que é a falta de ânimo e desorientação com relação ao papel profissional; infra exigência, que é aquela sensação de que se poderia fazer muito mais ou muito melhor do que é exigido; e, por último, o desinteresse, que é a falta de identificação com o trabalho, com a função ou com a empresa”, continua. Em outras palavras, é uma apatia em relação à vida profissional.
A verdade é que, por não gostarem do que fazem, esses profissionais acabam utilizando mal o tempo. “Eles teriam capacidade para cumprir as metas muito mais rapidamente, mas, por causa do tédio, acabam empurrando com a barriga”, diz Ribeiro. “E gastam muito tempo do trabalho para fazer outras coisas – um executivo, por exemplo, marca reuniões propositalmente em um horário em que ficará inviável voltar para a empresa, justamente para poder trabalhar o mínimo possível”, exemplifica o estudioso da síndrome Marcelo Boeger.
Para disfarçar essa situação, as pessoas tentam passar a impressão de que estão sempre ocupadas. “Elas fingem que estão levando trabalho para casa no final de semana, mandam emails de madrugada para sugerir que estavam trabalhando naquele horário, enfim, criam um cenário para poder manter aquele trabalho, que, na verdade, desempenham muito mal”, explica Boeger. Outra característica comum desses profissionais é não tomarem decisões radicais para não correr riscos dentro da empresa, mas também sem fazer nada para melhorar seu desempenho ou a companhia para a qual trabalham.
As consequências do boreout para as empresas podem ser desastrosas. “Ter funcionários com a síndrome pode reduzir bastante a eficiência e os resultados da equipe como um todo. É um efeito muitas vezes escondido, porque é lento”, comenta Armando Ribeiro. A situação é ainda mais grave quando quem sofre de boreout é um líder: “Ele pode influenciar o ritmo de execução de uma atividade por meio de sua própria demonstração de baixa performance. Isso faz com que a cultura da empresa, no geral, aproprie-se dessa baixa velocidade”, explica Marcelo Boeger.
Também a vida pessoal do profissional com boreout é fortemente afetada. “Como a gente dificilmente separa a vida pessoal da profissional, quem vive um dia após o outro com apatia e desinteresse no trabalho provavelmente agirá assim na vida pessoal também”, explica Ribeiro. Por isso, muitas vezes, a síndrome pode levar à depressão.
Veja 5 estratégias para prevenir e combater a síndrome de boreout:
Identifique talentos
O líder deve identificar os talentos e ambições de cada um de seus funcionários. Uma boa estratégia é compará-los a jogadores de futebol e pensar na especialidade de cada um dentro do campo. “Às vezes, a pessoa está em uma posição errada e a empresa desperdiça talentos”, explica Armando Ribeiro.
Estabeleça metas de carreira
Uma boa estratégia é estabelecer metas para a carreira junto com o funcionário. Ao lidar com uma pessoa com síndrome de boreout, o líder deve ter uma postura de coach.
Cobre resultados
Estabeleça metas. “Ter um objetivo profissional faz com que seja possível enxergar o quanto a pessoa de fato entrega”, explica Marcelo Boeger.
Estimule a reflexão
Permita e estimule que os profissionais reflitam e busquem soluções para esse tédio no trabalho.
Dê espaço para a experimentação
Ofereça mais autonomia para os profissionais, de maneira que eles tenham a liberdade de poder experimentar processos e competências diferentes dentro do seu papel na empresa.
Fonte: Forbes Brasil