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A Reforma Trabalhista começou para valer: venceu o mantra neoliberal de que a CLT atrapalha a criação de emprego e encarece o custo Brasil. Desde novembro, o governo optou por seguir os passos de países como Espanha, México e outros, que realizaram alterações nas legislações trabalhistas. Na maioria dos casos, os efeitos positivos esperados não se concretizaram. Aqui no Brasil, os resultados, ainda de curto prazo, já começam a aparecer e eles também não são bons, apesar do que alguns querem crer.

Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho), de fevereiro, mostraram o saldo positivo de 62 mil vagas, resultado comemorado por aqueles que acreditam que o país está nos trilhos do crescimento.

A reforma trabalhista garante, desde novembro, que o trabalhador esteja presente no local de trabalho somente quando a empregador precisa, ou seja, legalizou os bicos para uma mesma empresa, por meio do contrato de trabalho intermitente. Agora, a pessoa pode ser contratada para trabalhar apenas algumas horas por semana, conforme o gosto e a necessidade empresarial.

Desta forma, as normas que regem a contratação intermitente transferem o controle da força de trabalho totalmente para as mãos do empregador. É possível a contratação de pessoal sem qualquer garantia de continuidade de emprego, livre de compromisso. Para as empresas, o ganho é evidente, pois o trabalho deixa de ter custo fixo e passa a ser despesa variável. Os indivíduos passam a ser usados como máquinas, que podem ser ligadas ou desligadas, conforme a conveniência.

O trabalho intermitente apresentou, segundo o Caged de fevereiro, saldo positivo de 2.091 empregos, e resultou de um registro de 2.660 admissões e 569 desligamentos. O trabalhador ganha se trabalha e se é chamado pela empresa, caso contrário, nada recebe.

Ainda pelo Caged, o rendimento médio diminuiu: os que foram contratados receberam menos do que os desligados, o que mostra a queda dos salários e pode refletir a redução da massa de rendimentos da economia.

Aos números de curto prazo, soma-se o resultado da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que revelou a existência de 26 milhões de trabalhadores subempregados no país, no último trimestre de 2017.

A terminologia subempregados engloba os desempregados, a força de trabalho potencial ou pessoas que querem trabalhar mas estão em situação de total desalento diante da possibilidade de conseguir uma colocação e, por fim, um contingente de pessoas que já trabalha com uma jornada menor do que as 40 horas semanais e gostaria muito de trabalhar mais.

Neste cenário, 2018 começa. Depois de dois anos de recessão e de, em 2017, a economia brasileira ter atingido o fundo do poço, ainda é impossível enxergar a possibilidade de o País recuperar o ritmo de crescimento e, muito menos, a expectativa de se vivenciar novamente algum tipo de desenvolvimento socioeconômico.

A renda em queda devido à contratação fragmentada e com baixos salários vai, com certeza, impactar no nível da massa salarial. A massa de salários se movimenta por dois fatores: reajuste dos que já têm renda ou pelo crescimento do emprego, que tira o indivíduo da situação de renda zero.

Para 2018, a massa deve também diminuir, apesar da possibilidade de ligeira queda do desemprego. Além disso, o trabalhador, ao vivenciar a instabilidade de trabalho e renda, deve postergar o consumo de alguns bens, além de ter mais dificuldade para conseguir crédito ou empréstimo.

Este resultado pode afetar o consumo das famílias brasileiras, que, durante os últimos três anos, não cresceu, conforme os dados do PIB. Se não cresce o consumo, o nível de produção interna não aumenta e prejudica o crescimento do país.

Para os trabalhadores de baixa renda, a perspectiva é que mais pessoas de uma  família deverão trabalhar e de forma intensa, mas nem por isso conseguirão ganhar e gastar mais.

A riqueza, que está nas mãos de poucos, deve seguir concentrada, uma vez que o Estado, atendendo aos interesses do capital, selou o fim do financiamento sindical e fez com que os trabalhadores e seus representantes perdessem força na negociação com os patrões.

Se o Brasil seguir os passos dos países que fizeram a reforma, o desemprego pode até aumentar, a massa salarial vai cair e as famílias, como um todo, deverão trabalhar mais e ganhar menos. Tempos atuais de retrocesso, depois de quase uma década de crescimento do emprego, desenvolvimento econômico e social, período em que ainda valia a velha e boa CLT.

FONTE:PODER360

 

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A arrecadação de royalties sobre a produção de petróleo e gás cresceu 23% no primeiro trimestre deste ano, ante igual período do ano passado. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o montante foi de R$ 4,927 bilhões nos três primeiros meses de 2018.

Da arrecadação total, os municípios ficaram com R$ 1,679 bilhão, os Estados com R$ 1,401 bilhão e a União com R$ 1,410 bilhão.

Maior beneficiário, o Estado do Rio de Janeiro viu sua arrecadação subir 25,8%, para R$ 868 milhões no primeiro trimestre. O Espírito Santo foi o segundo maior destino das receitas da produção do petróleo, com R$ 188 milhões – alta de 11%.

Alavancada pelo aumento da produção no pré-sal da Bacia de Santos, o Estado de São Paulo teve suas receitas elevadas em 36%, para R$ 165 milhões nos três primeiros meses do ano.

Entre os municípios, destaque para as cidades fluminenses de Macaé (R$ 128 milhões), Maricá (R$ 106 milhões), Campos dos Goytacazes (R$ 104 milhões) e Niterói (R$ 93 milhões).

Os dados da ANP, contudo, ainda não contabilizaram as receitas com participações especiais (compensação financeira paga pelos campos mais relevantes), que tendem a beneficiar sobretudo a Maricá e Niterói, os “novos ricos do petróleo”.

O aumento das receitas com royalties foi puxado no primeiro trimestre, sobretudo, pela elevação dos preços do barril, de 27%, para cerca de US$ 65 na média do período. A valorização dos preços internacionais compensou a queda da produção de óleo e gás no início do ano.

Embora a produção nacional venha registrando crescimentos ano a ano, os volumes produzidos no país começaram 2018 em baixa. Segundo a ANP, no primeiro bimestre, houve queda de 1,4%, ante igual período de 2017.

Fonte: Valor

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A juíza do Trabalho substituta Germana de Morelo, da 9ª vara de Vitória/ES, conferiu caráter definitivo a execução de condenação de uma empresa, confirmada pelo TRT da 17ª região, por analogia à jurisprudência do STF, que desde 2016 passou a permitir a possibilidade de execução da pena após decisão condenatória em 2º grau. Para a magistrada, é "evidente" que o "direito à propriedade não se sobrepõe ao da liberdade".

Veja abaixo:

“Confiro à presente execução caráter definitivo por analogia à decisão do STF que firmou o entendimento, em Habeas Corpus 126292, da possibilidade de execução de sentença penal condenatória por Tribunal de Segundo Grau, de maneira que tal entendimento deve ser estendido à execução trabalhista com a alienação de bens e pagamento dos valores devidos ao credor quando superadas as instâncias primárias, ante a ausência de efeito suspensivo dos recursos aos Tribunais Superiores, sendo evidente que direito à propriedade não se sobrepõe ao da liberdade.

Assim e, também em homenagem ao princípio da razoável duração do processo, estabelecido no artigo 5º, LXXVII da CF/88, proceda-se a penhora eletrônica de ativos do devedor até o limite da dívida atualizada, sem prejuízo de designação audiência para o dia 19.04.2018, às 17h, com vistas à conciliação entre as partes que ficam notificadas através de seus patronos com a publicação do presente despacho.”

No caso, a empresa foi condenada a pagar adicional de periculosidade a um engenheiro civil, que era incumbido de realizar reparos em gasômetro ativo de monóxido de carbono. O profissional atuava ora no interior da estrutura, ora no seu entorno, e a 2ª turma do TRT da 17ª região entendeu ser inafastável o pagamento do adicional, independentemente do cumprimento das medidas preventivas por parte da empresa, considerando o risco envolvido na manipulação do monóxido.

O colegiado manteve sentença que fixou o salário base (CLT, art. 193 e súmula 191 do TST) como base cálculo do adicional de periculosidade e deferiu o pagamento dos reflexos do adicional de periculosidade sobre: aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário, horas extras e FGTS + 40%. O adicional a ser pago compreende o período de novembro/2010 a dezembro/2012.

FONTE:AMODIREITO


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Projeto que permite o saque no o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o pagamento de pensão alimentícia está na pauta da reunião de quarta-feira (18) da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), a partir das 9h.

Apresentada pelo senador Lasier Martins (PSD-RS), a proposta (PLS 415/2017) prevê que o dinheiro só pode ser retirado com autorização da justiça quando o trabalhador não tiver recursos financeiros.

Atualmente, a legislação já autoriza o saque em algumas situações como a demissão sem justa causa e a aposentadoria. Pela lei atual, o saldo também pode ser utilizado para a compra da casa própria, por paciente em estágio terminal ou por pessoas com Aids ou câncer.

O relator, senador Jorge Viana (PT-AC), é favorável à aprovação do projeto.

Previdência

Outra proposta na pauta da reunião é o PLS 93/2017, da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), que torna estagiários contribuintes obrigatórios da Previdência Social.

O projeto cria uma modalidade menos onerosa para o segurado e seu contratante, como forma de incentivo à formalização do contrato de estágio. Em contrapartida, o estagiário terá direito a rol restrito de benefícios como auxílios doença e acidente.

O senador José Pimentel (PT-CE) apresentou relatório a favor da proposta, com uma emenda.

Fonte: Agência Senado

 

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O decreto será publicado no Diário Oficial da União nesta terça (17)

O presidente Michel Temer assinou nesta segunda-feira (16) um decreto que autoriza que pessoas com deficiência saquem o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para compra de órteses e próteses.
O decreto será publicado no Diário Oficial da União nesta terça (17).
Pelo texto, a Caixa Econômica Federal, que opera o fundo, terá de editar em até 120 dias, atos para criar normas para os saques.
O decreto prevê que trabalhadores com deficiência podem resgatar os recursos desde que apresentem laudo médico. 
Hoje, o FGTS só pode ser sacado em caso de demissão quando não há justa causa. Outras situações, como doenças graves, fechamento da empresa e fim do contrato também possibilitam o saque.
O governo de Michel Temer tem mirado o FGTS como uma forma de injetar recursos na economia. No início do ano passado, liberou o saque de contas inativas em 31 de dezembro de 2015. 
Com a nova lei trabalhista, em vigor desde novembro, conferiu ao empregado metade da multa do FGTS —20% dos 40% sobre o total depositado pelo empregador no fundo—  e saque de 80% do saldo do fundo em caso de demissão em comum acordo.
Situações nas quais você pode sacar os recursos do FGTS
• Demissão sem justa causa
 
• Término do contrato de trabalho por prazo determinado
 
• Rescisão do contrato por extinção da empresa, fim das atividades, fechamento de estabelecimentos, falecimento do empregador individual ou decretação de nulidade do contrato de trabalho
 
• Rescisão do contrato por culpa recíproca ou força maior
 
• Aposentadoria
 
• Necessidade pessoal, urgente e grave, decorrente de desastre natural causado por chuvas ou inundações que tenham atingido a área de residência do trabalhador, quando for decretada situação de emergência ou o estado de calamidade pública 
 
• Suspensão do trabalho avulso
 
• Falecimento do trabalhador
 
• Idade igual ou superior a 70 anos
 
• Portador de HIV  (trabalhador ou dependente)
 
• Neoplasia maligna, como câncer e tumores, do trabalhador ou dependente
 
• Estágio terminal em decorrência de doença grave, do trabalhador ou dependente
 
• Permanência do trabalhador por três anos ininterruptos fora do regime do FGTS
 
• Permanência da conta vinculada por três anos ininterruptos sem crédito de depósitos
 

• Aquisição de casa própria, liquidação ou amortização de dívida ou pagamento de parte das prestações de financiamento habitacional

Fonte: Folha de S. Paulo

 

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A agenda do Congresso Nacional começa a ralear e a ficar irrelevante em razão da proximidade do período eleitoral. Tradicionalmente, nesse período, deputados e senadores começam a votar e a movimentar-se politicamente segundo conveniências eleitorais. Isto é, o parlamentar não vota matérias pela sua dimensão e importância, mas pela simpatia ou antipatia do eleitor.

Assim, embora ambas as casas legislativas estejam pautando proposições para votação só se vota matérias sob consenso e que não atraiam antipatia do eleitor.

Na Câmara dos Deputados, nesta semana, 2 proposições poderão ser apreciadas. O chamado Cadastro Positivo, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 441/17; e a regulamentação do lobby, o PL 1.202/07.

Cadastro Positivo
O PLP 441/17, é do senador Dalirio Beber (PSDB-SC), e torna obrigatória a participação de pessoas físicas e jurídicas no chamado cadastro positivo, um serviço de banco de dados sobre informações dos pagamentos em dia e de empréstimos quitados.

Regulamentação do lobby
O projeto de lei que regulariza o lobby (PL 1.202/07) no Parlamento e no Executivo federal é de autoria do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) e recebeu substitutivo da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ).

Autonomia do BC
Está ainda na pauta, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 200-B/89, que dispõe sobre os requisitos para o exercício dos cargos de Diretoria e Presidência do Banco Central do Brasil.

Sobre este tema tem-se veiculado que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) tenta negociar proposta de independência do Banco Central nos moldes do FED (Federal Reserve), com base em 2 pilares: definição de metas de inflação e de emprego e mandato fixo para a diretoria do Banco, não coincidente com o do presidente da República. Esta informação faz parte de nota técnica do Dieese sobre a pauta prioritária do governo para o 1º semestre de 2018.

Comissão Geral
Na quarta-feira (17), às 9 horas, o plenário da Câmara transforma-se em comissão geral, a fim de debater sobre as razões dos níveis ainda muito elevados das taxas de juros cobradas das famílias e das empresas.

Senado Federal
O presidente em exercício do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), informou que dará continuidade à pauta prioritária de segurança pública e de desenvolvimento econômico. Cunha Lima substitui o presidente Eunício Oliveira (MDB-CE), que participa, de 14 a 20 de abril, de intercâmbio parlamentar no Japão, a convite do governo japonês.

Ele disse, entretanto, que não haverá tempo, para a Casa votar nesta semana o projeto que cria o Sistema Único de Segurança (PLC 19/18), aprovado na última quarta-feira (11) pela Câmara dos Deputados.

Cunha Lima disse que vai aguardar o envio da proposta aprovada na Câmara. Ele disse que vai convocar a Mesa para reunião na terça-feira (17), com temas represados há algum tempo e “vamos tratar de assuntos relativos ao Nordeste”, informou o presidente em exercício.


CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO ESPECIAL

Desestatização da Eletrobras (PL 9.463/18)
Colegiado realiza, na quarta-feira (18), às 14h30, audiência pública sobre a legalidade da privatização da Eletrobras. Para o debate foram convidados, entre outros, o conselheiro de Administração da Cemig, Nelson Hubner; a representante do Coletivo Nacional dos Eletricitários, Fabíola Antezana; o economista do Dieese Gustavo Teixeira. Vai ser no plenário 10.


COMISSÃO DE EDUCAÇÃO

Educação Básica
Na terça-feira (17), às 10 horas, o colegiado vai realizar audiência pública para debater a atual situação da educação básica no Brasil e suas perspectivas para os próximos anos. Para o debate foram convidados a diretora de Avaliação da Educação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luana Bergmann Soares; os presidentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Heleno Manoel Gomes Araújo Filho; e da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Ademar Batista; a presidente-executiva do Movimento Todos Pela Educação, Priscila Fonseca da Cruz; o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Tojeira Cara; e representante da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação. Vai ser no plenário 10.


COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO

Cartilha da Anfip
Na quarta-feira (18), às 10 horas, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) lança Cartilha. Vai ser no plenário 4.


SENADO FEDERAL

COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA

Direito Processual do Trabalho
A Subcomissão Temporária do Estatuto do Trabalho, que funciona no âmbito da CDH, vai realizar, nesta terça-feira (17), a partir das 9 horas, audiência para pública para debater sobre o “Direito Processual do Trabalho”. Para o debate foram convidados a procuradora Regional do Trabalho, doutora pela PUC-SP e professora da UFPA, Gisele Fernandes Góes; o auditor-fiscal do Trabalho, representante do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Alex Myller; o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Guilherme Guimarães Feliciano; e o vice-presidente da Comissão Nacional de Direitos Sociais do Conselho Federal da OAB, representante da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Raimar Rodrigues Machado. O debate vai ser no plenário 6, na Ala Senador Nilo Coelho.


COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS

Seguro-desemprego
O colegiado poderá analisar, na terça-feira (17), a partir das 10 horas, PLS 577/07, do senador Garibaldi Alves Filho (MDB-RN), que dispõe sobre a concessão do benefício de seguro-desemprego, durante o período de eventuais calamidades naturais, ao trabalhador rural que exerça sua atividade individualmente ou em regime de economia familiar. O projeto recebeu parecer favorável, com subemenda à Emenda 1 e outra emenda apresentada.


COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTE

Aplicação de índice de qualidade da educação
Na terça-feira (17), às 11h30, o colegiado deverá analisar, em caráter terminativo, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 299/14, que determina o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para todas as escolas de educação básica do Brasil, com exceção das exclusivamente dedicadas à educação especial. A reunião vai ser plenário ala 15, da Ala Senador Alexandre Costa.

FONTE:DIAP

 

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O aspecto mais perverso da brutal recessão de 2014-16 —e da lenta recuperação que a sucedeu até agora— é o custo desproporcional imposto aos mais pobres.

Como primeiro impacto, o fechamento de vagas no mercado de trabalho e a queda da renda reverteram uma trajetória de avanços sociais que já completava uma década. Durante o longo ciclo de retração, a taxa de desemprego subiu de 6,5% para 13,7%, ou, dito de outro modo, 5,9 milhões de pessoas perderam seus postos. 

A retomada do crescimento econômico, iniciada no ano passado, tem se mostrado tímida, e a alta de apenas 1% do Produto Interno Bruto esteve longe de compensar as perdas acumuladas.

Embora a desocupação tenha caído um pouco, para 12,6% em fevereiro, a qualidade das vagas geradas deixa a desejar. 

Não surpreende, pois, que os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE mostrem um quadro deteriorado.

A partir deles, a consultoria LCA calculou que em 2017 a pobreza extrema se elevou em 11%. Conforme os números publicados pelo jornal Valor Econômico, 14,8 milhões de brasileiros são miseráveis —considerando uma linha de R$ 136 mensais. O Nordeste abriga 55% desse contingente.

Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a metodologia da Pnad e ainda não divulgou as novas séries históricas, é plausível que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a recessão.

No ano passado, houve certa estabilidade, em patamares vexaminosos: a renda do trabalho do 1% mais rico, de R$ 27,2 mil mensais em média, equivalia a 36 vezes a dos 50% mais pobres, de R$ 754.

O índice de Gini, que mede a disparidade de rendimentos numa escala de 0 a 1, ficou em 0,549 em 2016 e 2017. Só países africanos e latino-americanos atingem níveis tão altos ou maiores. 

De todo modo, medições mais amplas que a Pnad —com inclusão de dados do Imposto de Renda para captar com mais precisão ganhos como aluguéis, dividendos e lucros financeiros— já indicavam que não houve redução substantiva da desigualdade mesmo nos melhores momentos da década passada.

O risco, agora, é que até o processo de melhora na distribuição da renda do trabalho nacional tenha sido interrompido.

 

Fonte: Folha de S. Paulo

 

 
Estudo mostra que abismo entre faixas A e D/E é maior que o apontado pelo IBGE
Ano a ano, pesquisas reforçam que o Brasil é um país desigual. Porém, um levantamento mostra que a concentração de renda é ainda mais alarmante do que as estatísticas oficias reportam. Dados divulgados na quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2017, as famílias da classe A ganharam 22 vezes a renda das famílias das classes D/E. No entanto, esse abismo social tem quase o dobro do tamanho – a diferença entre os extremos da pirâmide é de cerca de 42 vezes.
Levantamento da Tendências Consultoria Integrada com base em dados da Receita Federal mostra que, em 2016, as famílias com renda mensal acima de 20 salários mínimos abocanhavam 38% da renda nacional. Já segundo os dados oficiais, da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad), a classe A detinha apenas 14,9% da massa de renda.
Os economistas Adriano Pitoli e Camila Saito, responsáveis pelo estudo, fizeram uma espécie de Pnad “ajustada” para chegar a um número mais preciso sobre distribuição de renda. Para as famílias com ganhos de até cinco salários mínimos por mês, foram utilizados os dados tradicionais da Pnad. Já para a população que ganha acima desse valor, foram consideradas as declarações de Imposto de Renda. Os dados de 2016 estão consolidados. Já o de 2017 é uma projeção com base no histórico, uma vez que as informações da Receita referentes a 2017 só serão divulgados ao final deste ano.


 
“Apesar de já apontar enorme desigualdade, a Pnad tende a subestimar os dados de renda, pois as pessoas não informam corretamente o seu rendimento”, diz Adriano Pitoli. Ele explica que a Pnad, por ser declaratória, não mensura de forma precisa algumas fontes de renda, como ativos financeiros, aluguéis e ganhos eventuais, como dividendos, indenizações e FGTS.
A pesquisa aponta ainda que a subestimação fica maior à medida que se avança na pirâmide. Nas famílias com renda de cinco a dez salários mínimos por mês, a massa de renda ajustada pela Receita é 25% maior do que a apurada pelo IBGE. Entre os brasileiros que ganham entre 20 e 40 salários mínimos, o número ajustado é mais que o dobro do oficial – 159,6%. Já na faixa de brasileiros com ganhos acima de 160 salários, a diferença é gritante – quase 120 vezes maior.
A desigualdade se deteriorou por conta da crise e o impacto é maior sobre as extremidades – os mais pobres e os mais ricos”, diz Pitoli. Ele afirma que, se por um lado a significativa participação de empregadores na classe A (27% dos chefes de domicílio) possibilita reações mais agudas e rápidas em períodos de recessão ou de recuperação, o elevado peso de servidores nesse estrato tende a atenuar esse efeito. Além disso, a despeito das perdas com a crise, as classes mais altas tiveram um grande ganho financeiro nesse período, uma vez que os juros estavam em patamar elevado.
Mesmo a comemorada evolução da massa de renda real em 2017 (2,3%), após dois anos de retração, esconde desigualdade. Os empregadores foram os que tiveram maior queda de renda em 2016 (-6,8%), mas também, como apontou Pitoli, a mais rápida recuperação: alta de 12,4% no ano passado. Já entre os trabalhadores por conta própria, que cresceram em meio à alta do desemprego, praticamente não houve melhora (0,1%).

Tamanho do bolo. A pesquisa também mostra que o País, apesar de mais desigual, é mais rico – com o ajuste, a massa de renda total cresceu 50,4% em relação à apurada pelo IBGE. “Apesar de o ‘bolo ter aumentado’, a renda não foi acompanhada por crescimento econômico”, observa Marcelo Neri, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pesquisador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Nós já saímos da recessão, mas o desenvolvimento precisa vir da produtividade partilhada – que cresce mais na base. E isso acontece com educação e incentivo a pequenos negócios.”

Fonte: O Estado de S. Paulo


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“Todo mundo deve ser feliz.” A frase que, no primeiro momento, soa clichê, foi dita por Fábio Maurício Moreno, 49 anos, deficiente auditivo que mora em Santo André com a mulher e os dois filhos e trabalha há pouco mais de um mês em fábrica de zíperes e aviamentos. Sempre de bom humor e com sorriso leve, conquistou a simpatia de todos os setores da empresa. “Gratidão” é a palavra que faz parte de seu dia a dia, que sempre diz “obrigado” juntando as mãos como quem reza pela nova oportunidade no mercado de trabalho – após dez anos em multinacional alimentícia, ele havia sido demitido em outubro, em ação para reduzir gastos.

Moreno é um dos 9.581 trabalhadores com algum tipo de deficiência do Grande ABC conforme dados da última Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) disponível, de 2016. Significa que 1,31% dos 731.238 profissionais com carteira assinada são PCDs (Pessoas Com Deficiência).

Esse percentual supera o do País, em que, segundo a Rais, 0,9% dos trabalhadores têm deficiência. São 418 mil pessoas, num universo de 46 milhões.

“É preciso abrir portas e mostrar que as pessoas com deficiência são capazes. Um surdo, por exemplo, tem como única limitação o fato de não poder atender o telefone, mas pode desenvolver outras tarefas normalmente”, assegura Vilma Roberto, coordenadora da ITS Brasil (Instituto de Tecnologia Social), entidade que recoloca pessoas com deficiência no mercado de trabalho por meio da metodologia de emprego apoiado.

Sequela do sarampo deixou Moreno surdo aos 5 anos. Após a demissão da linha de produção da empresa alimentícia, ele fez ‘bicos’ como pedreiro e jardineiro, ao mesmo tempo em que distribuía currículos. “A falta de comunicação é um dos principais problemas. Em um dos lugares, disseram para eu aguardar o contato, mas nunca retornaram”, conta ele, que não tem vergonha de tirar as dúvidas com os colegas e, sempre que pode, não nega ajuda a quem precisa. Sua encarregada, Renata Aparecida de Jesus, garante que ele é um dos funcionários mais concentrados e atentos às normas de segurança da empresa. Moreno ingressou na Coats Corrente, no Ipiranga, após indicação de um amigo, por meio do ITS Brasil.

É importante destacar que a Lei de Cotas (8.213/1991) obriga que empresas com 100 ou mais funcionários possuam entre 3% e 5% das vagas reservadas para PCDs.

PROCEDIMENTO - “O primeiro passo para conseguir colocação é traçar os perfis pessoal, profissional e vocacional da pessoa e, a partir dos resultados, buscamos vagas compatíveis nas empresas parceiras”, explica Vilma, que atua na região.

Na etapa seguinte, o instituto apresenta o candidato à companhia, onde é feita entrevista. “Todo o processo é acompanhado pelo TEA (Técnico de Emprego Apoiado), que auxilia ao acrescentar informações pertinentes, pois, em muitos casos, a pessoa com deficiência não sabe se valorizar porque já está acostumada a ser diminuída pela sociedade”, salienta Vilma. Se a firma aprovar, a pessoa é contratada formalmente. “O ITS não capacita para o mercado, e sim, fornece suporte. O TEA acompanha a pessoa pelo tempo necessário ao local de trabalho até que ela se adeque ao ambiente e à função.”

No caso de Moreno, contratado como auxiliar de movimentações, a integração levou cerca de quatro dias. Segundo ele, o suporte é importante, dado que, nos empregos anteriores, a incorporação no ambiente de trabalho foi mais demorada, principalmente por conta da dificuldade na comunicação, ainda que ele faça leitura labial e oralize suas falas.

“No início, a equipe estava receosa porque nunca tínhamos lidado com deficiente auditivo no setor. Mas está dando certo e hoje tudo mudou por causa dele”, lembra Renata. “O Fábio (Moreno) alegra o ambiente, além de incentivar e motivar os demais.”

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as sete cidades possuem 2,7 milhões de habitantes e, destes, 28 mil (10,37%) são PCDs.

Ajuda é gratuita a candidatos e firmas

O projeto do ITS Brasil (Instituto de Tecnologia Social), que ajuda pessoas com deficiência a se recolocar no mercado de trabalho, está atuando no Grande ABC desde janeiro. Até o momento, cerca de 30 pessoas foram apoiadas em, aproximadamente, 70 empresas parceiras no Estado.

Vale ressaltar que o auxílio é gratuito, e os interessados podem procurar o instituto pelo site http://itsbrasil.org.br/. Do mesmo modo, companhias interessadas em parcerias podem agendar reunião com o ITS Brasil com o objetivo de esclarecer pontos da colaboração.

“Outras empresas nos ajudam a recrutar pessoas com deficiência, mas, neste caso, a vantagem é o suporte após a contratação, pois facilita a integração”, afirma Amanda Maciel Lino, auxiliar de RH (Recursos Humanos) da Coats Corrente.

O ITS Brasil opera junto ao Pronas/PcD (Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência) – programa desenvolvido para incentivar ações de entidades sem fins lucrativos – do Ministério da Saúde.

Ainda que não tenha estabelecido meta de atendimento na região, Vilma Roberto, coordenadora do ITS Brasil, está otimista. “O projeto começa devagar, mas vai abrindo portas. As empresas do Grande ABC ainda estão um pouco resistentes por causa da falta de informação, mas estamos trabalhando no processo de conscientização.”

Fonte: Diário do Grande ABC

 

 

Instituição argumenta que as imagens eram usadas para tornar a linguagem jurídica mais simples

A união de memes com legislação trabalhista trouxe diversas críticas ao Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT-MT). Por meio de suas redes sociais, a instituição fazia publicações com orientações polêmicas relacionadas aos direitos do empregado e do patrão. Diversas postagens foram excluídas, após as reações negativas do público que acompanha as páginas do tribunal.
O TRT-MT argumenta que os memes eram utilizados para tornar a linguagem jurídica mais simples e para facilitar a comunicação com seus seguidores nas redes sociais. As páginas são administradas pelo próprio setor de comunicação social da instituição. Em razão do modo descontraído com que tratava assuntos considerados complexos, o tribunal passou a ganhar seguidores de diversas partes do país.

Os elogios de outrora, porém, deram lugar a diversas críticas nas últimas semanas. Entre os exemplos de publicações que receberam comentários negativos está uma que se utiliza de um dos memes mais recentes da internet: o do rapper americano Akon apontando o dedo, como se estivesse dando um conselho. A imagem do cantor é acompanhada por uma breve argumentação sobre ações trabalhistas. "Vai ajuizar uma ação trabalhista? Irmão, cuidado para não pedir o que não tem direito. Você pode acabar pagando os honorários do advogado da empresa."

A publicação foi considerada uma espécie de ameaça ao trabalhador que entra na Justiça contra um empregador. "Esse dedo apontado é como um alerta, como se o funcionário estivesse cometendo um erro ao mover a ação trabalhista", justifica um jurista ouvido pela reportagem, que pediu para não ser identificado. Cinco minutos após publicar a imagem, o TRT-MT excluiu a postagem, pois justificou que "a mensagem extraída apenas com base no meme dava uma conotação distinta daquela pretendida."
Em outra postagem considerada polêmica, o TRT-MT orienta sobre os riscos profissionais de se relacionar com um colega de trabalho. "Paquerar o cremoso(a) no trabalho dá problema? Não há nada na legislação que proíba, mas é prudente evitar manifestações amorosas em serviço", aconselha. O texto é ilustrado pela imagem de um jovem negro sem camisa.
A página também orientou sobre a possibilidade de o patrão demitir o funcionário que falsificar atestados médicos. "O empregado acha que pode me enganar com atestado falso... Logo eu, 'Xeroque Romes [em alusão ao personagem Sherlock Homes]. ' Vou dar uma justa causa!", diz uma postagem do tribunal.
Todas as publicações mencionadas nesta reportagem —além de outras que também repercutiram negativamente— foram apagadas. Os seguidores apontavam, entre outras críticas, que elas faziam explicações equivocadas sobre a legislação trabalhista.
LINGUAGEM INADEQUADA
A BBC Brasil mostrou algumas das publicações feitas nas redes sociais do TRT-MT ao doutor em direito do trabalho Saul Duarte Tibaldi. Ele avalia que o tribunal teve boas intenções ao simplificar o juridiquês por meio de memes. No entanto, acredita que algumas publicações utilizaram linguagem inadequada.
"O tribunal quis traduzir as leis trabalhistas em linguagem acessível a todos, especialmente à nova geração. Todavia, alguns memes parecem excessivamente descontraídos ao expressar mensagens que veiculam o posicionamento de um órgão do poder Judiciário, beirando de modo imprudente o reforço de estereótipos negativos referentes a minorias raciais ou de gênero. Certamente, esta não foi a intenção dos responsáveis."
Para Tibaldi, as publicações feitas pela página do TRT-MT prejudicam a imagem da instituição. "O tom jocoso pode abrir margem a interpretações de duplo sentido que não colaboram com a seriedade das decisões que o tribunal deve emanar todos os dias sobre as questões mencionadas nas imagens. Todavia, ao que parece isto foi percebido e assumido pelos responsáveis", diz.
Advogado e professor de direito do trabalho, Luis* classifica como irresponsáveis as publicações feitas nas redes sociais da instituição. Ele mora em Belo Horizonte e afirma que passou a acompanhar a página após ser informado sobre os conteúdos que estavam sendo publicados.
"Um tribunal não pode agir desta forma. Foram centenas de memes irresponsáveis. Em algumas publicações, eles tratam como se o empregado estivesse cometendo um erro ao entrar em juízo. Em outras, ridicularizam quem discorda de uma fraude trabalhista", comenta.
"Os memes são tão equivocados que não achei que fossem reais. Entrei na página do tribunal e percebi que, infelizmente, o TRT de Mato Grosso havia agido desta forma", acrescenta.
REPERCUSSÃO

Na última quinta-feira (12), após excluir as postagens polêmicas, o TRT-MT se retratou em sua página oficial no Facebook. "Desculpa aí... falha nossa! O Tribunal Regional do Trabalho lamenta por algumas publicações recentes em nossas mídias sociais que possam ter indicado a adoção de posicionamentos polêmicos no mundo jurídico. Medidas já foram adotadas para que episódios dessa natureza não se repitam."

Na publicação, seguidores comentaram sobre a postura que a página vinha adotando nas últimas semanas. "Acho extremamente pertinente a conversão de vários pontos da lei, por meio de mídias fáceis e inteligíveis aos leigos. Todavia, sugiro que se passe sempre uma revisão jurisprudencial. Do contrário, alguns colegas começarão a utilizar as próprias publicações do site nas suas razões de recurso", afirma um advogado.
Em meio às críticas, algumas pessoas se manifestaram a favor das publicações. "Melhor página de tribunal do Brasil. Sempre vai ter gente chata. Ignorem", declara um seguidor. "Continuem com as publicações divertidas!", pede outro.
Em comunicado enviado à BBC Brasil, o Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso informa que a utilização de memes em suas redes sociais foi suspensa. "Faremos uma pesquisa para subsidiar a decisão se devemos abolir ou continuar usando esse formato de comunicação. Caso o resultado da pesquisa seja pela continuidade, vamos estabelecer controles mais rigorosos para filtrar o conteúdo e impedir novos erros", pontua.
TRIBUNAL LAMENTA CRÍTICAS
O TRT-MT relata que recorreu à utilização de elementos da cultura pop e geek para se aproximar de um público diferente daquele que rotineiramente utiliza a Justiça do Trabalho. "As postagens, sobretudo as que se utilizam de memes, não devem ser vistas isoladamente, mas em conjunto com os textos que as acompanham, os quais explicam o conteúdo abordado. A finalidade do meme é chamar atenção e fazer com que o texto seja lido, pois nele se encontra a mensagem principal que se deseja transmitir."

"O Tribunal lamenta a repercussão que alguns memes causaram e reforça que nunca foi seu objetivo reproduzir estereótipos ou tomar posição sobre qualquer tema jurídico polêmico, mas apenas informar e alertar a população", acrescenta.

Fonte: Folha de S. Paulo

 

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“É [preciso] transferir renda dos mais ricos para os mais pobres, e o salário mínimo é esse instrumento de transferência da renda”, defende Quintino Severo, secretário de Finanças da CUT

O valor previsto para o salário mínimo do ano que vem é de R$ 1.002. Divulgada pelos Ministérios do Planejamento e da Fazenda na última quinta-feira, dia 12, a projeção consta no projeto da LDO, Lei de Diretrizes Orçamentárias, de 2019, que será debatido pelo Congresso Nacional.

O valor representa um aumento de 5,03% em relação ao salário atual, que é de R$ 954, mas o aumento real é de 1%. Segundo cálculos do Dieese, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o país ainda não cumpre o que determina a Constituição Federal.

De acordo com a Carta Magna, o salário mínimo precisa atender as necessidades vitais básicas do trabalhador, incluindo, por exemplo, moradia, alimentação, educação, saúde, transporte e lazer.

O economista Clóvis Scherer, do Dieese, destaca que os cálculos da entidade apontam o valor ideal como sendo R$ 3.706,44, considerando o custo de vida. O número previsto para 2019 ainda é 3,6 vezes menor, o que inviabiliza a manutenção do trabalhador e das famílias.

“É muita diferença. Vamos pensar em dois adultos [ganhando o mínimo]. Nesse caso aí, chegaria a pouco mais de R$ 2 mil. Mesmo assim, ele ficaria em pouco menos da metade pra atender o dispositivo constitucional”, afirma Scherer.

Scherer explica que a política do salário mínimo não sofreu grandes alterações porque está fixada em lei e é atualizada a cada quatro anos. Mas o economista aponta que o governo golpista Michel Temer tem se utilizado, nos últimos anos, da flexibilidade dada pela legislação para diminuir o reajuste. Em 2016, por exemplo, o aumento real foi de 0,36%, seguido de um decréscimo de 10%  em 2017 e de outro de 0,25% em janeiro deste ano.

“De um ponto de vista mais geral – e isso se evidencia, por exemplo, na proposta que o governo encaminhou de reforma da previdência –, a intenção ou o desejo dos formuladores de políticas atuais é de minorar ou reduzir o potencial do salário mínimo de sustentação e até de elevação da renda da população”, explica.

Mínimo é transferência de renda

O salário mínimo é uma referência vital para a economia tanto do ponto de vista das contas públicas quando sob o aspecto social. O secretário de Finanças da CUT, Central Única dos Trabalhadores, Quintino Severo, ressalta que o mínimo é considerado um importante indutor do processo de redução das desigualdades sociais.

Para a entidade, o caminho para uma melhor valorização do salário exige a adoção de medidas como a taxação de grandes fortunas e o imposto de renda sobre o lucro.

“É [preciso] transferir renda dos mais ricos para os mais pobres, e o salário mínimo é esse instrumento de transferência da renda”, defende Severo

O Brasil tem cerca de 48 milhões de pessoas assalariadas ou que recebem um salário mínimo pelo INSS.

Fonte: Brasil de Fato

 

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Empresas de recursos humanos perceberam um aumento de cerca de 30% no volume de consultas dos clientes a partir da vigência da nova lei trabalhista. As principais dúvidas das chefias sobre a legislação são relacionadas ao trabalho intermitente, à contratação de terceiros em atividades-fim e à contribuições sindicais. Segundo os especialistas, para absorverem as regras atuais, as diretorias de RH criam seminários internos e grupos de discussão no WhatsApp.

Na Randstad, o volume de dúvidas dos clientes, decorrentes da reforma, aumentou 30% depois de a lei entrar em vigor, segundo o coordenador jurídico André Bernardino. O tema que mais causa incertezas é a regra sobre o trabalho intermitente, com 60% dos contatos, seguido por contratação de terceiros em atividades-fim (20%), compensação da jornada de trabalho (10%) e o fim da contribuição sindical (10%). “Notamos maior apetite por admissão de temporários após a extensão do prazo legal para até 270 dias”.

“Com as inovações nas relações de trabalho, as empresas estão mais cautelosas para tomar decisões”, diz Bernardino. Foi o caso de um cliente da área de varejo de moda, interessado em contratar colaboradores sob o regime de trabalho intermitente. “Fizemos uma reunião com o nosso departamento jurídico e os advogados dele, mas, no fim, optaram por aguardar um pouco para analisar a modalidade e até uma eventual mudança causada por medida provisória do governo”, relata.

Para absorver as nuances da legislação no dia a dia, o executivo observa um movimento das empresas na criação de seminários internos e de fóruns de RH. Há, ainda, novos grupos de discussão no WhatsApp e mais utilização de softwares para cálculos da folha de pagamento, afirma.

Na consultoria de RH Luandre, já foram realizados cinco eventos para explicar os principais pontos da reforma. “As principais inseguranças dos clientes dizem respeito à contribuição sindical e à mudança da lei sobre o negociado com os colaboradores”, afirma o diretor de operações Fernando Medina. Também há questionamentos sobre banco de horas e escalas.

De acordo com o executivo, a maioria das companhias contrata a consultoria para realizar treinamentos sobre a nova legislação, mas também há demanda por trabalhos de advocacia. Nessa área, uma das mudanças que mais chamou a atenção diz respeito aos processos trabalhistas. “Antes, as ações eram banalizadas e, agora, com a lei, dão um pouco mais de segurança jurídica para as empresas”, diz.

Em muitos casos, o funcionário deixava o emprego e processava a organização alegando irregularidades que não aconteciam, diz. “Não havia compromisso com a verdade porque não existia risco de perder ou gastar com processos.” Ele acredita que casos trabalhistas “oportunistas” tendem a diminuir com a legislação vigente.

Gabriela Padovan, sócia da Harpio People Results, teve de contratar quatro profissionais este ano, por causa da alta do serviço. É um desafio “mesclar” diferentes modelos de contratações em uma mesma área nas empresas, diz. Pelo menos 15% dos clientes que procuraram a consultoria em 2018 fizeram menção aos novos modelos de contratação.

“Temas ligados ao ‘home office’ e às comissões das áreas comerciais são os que geram mais questionamentos”, afirma. A lei indica que não incidirão encargos trabalhistas, como FGTS e INSS nas comissões. Em relação ao trabalho remoto, é preciso instituir um controle para registrar as atividades do profissional fora do escritório. As adequações à lei não estão travando contratações, segundo Gabriela. “Uma startup do segmento financeiro contratou onze profissionais no modelo pessoa jurídica (PJ), entre vendedores, pessoal de atendimento e desenvolvedores.”

Para Anna Martins, gerente sênior da Page Interim, especializada na contratação de temporários e terceiros, as dúvidas se concentram no risco trabalhista ou em processos que podem surgir nesse momento de transição. A quantidade de consultas cresceu 30%, com foco nas responsabilidades dos tomadores de serviços em admissões, prazos de contratação e atividades-fim dos terceiros.

Fonte: Valor Econômico