Imagem: Sergio Moraes/Reuters
Acionistas vão debater, dentre outros assuntos, a aprovação do nome de Joaquim Silva e Luna para o cargo de CEO da companhia, em substituição a Roberto Castello
A Petrobras convocou para o dia 12 de abril a Assembleia Geral Extraordinária que vai nomear o General Joaquim Silva e Luna para o Conselho de Administração da companhia. A AGE, que será exclusivamente digital, também vai destituir do cargo Roberto Castello Branco, que termina seu mandato no próximo dia 20.
A substituição anunciada pelo presidente Bolsonaro em 19 de fevereiro causou prejuízos bilionários à estatal, que chegou a perder R$ 100 bilhões em valor de mercado em apenas dois dias de negócios na bolsa de valores.
No edital de convocação, o Conselho da Petrobras explica que cabe apenas à Petrobras a decisão de nomear o general escolhido por Bolsonaro como novo CEO da estatal. E esclarecem que o nome e os dados de Silva e Luna serão enviados ao governo federal apenas como uma ação protocolar prevista na Lei de Responsabilidade das Estatais, aprovada em 2016.
O documento também fala sobre a decisão de 5 dos atuais 11 conselheiros de deixarem o cargo. Em comunicado público em 2 de março, os executivos, que tinham sido apontados por Bolsonaro no início de seu mandato, justificaram a saída por não concordarem com a forma como se deu a destituição de Castello Branco e o receio de que haja interferência política na gestão da Petrobras.
A AGE deverá, portanto, aprovar os nomes apresentados pelo governo federal, além de reconduzir os outros membros que permaneceram.
Ainda não está claro como será a transição entre Castello branco e Silva e Luna. O mandato do atual presidente termina dia 20 de março e a AGE foi marcada para dia 12 de abril. O prazo para que o Conselho termine todo processo de avaliação do novo CEO deverá ser de no mínimo uma semana, de acordo com informações dadas à CNN de pessoas que acompanham o caso.
O gesto de Bolsonaro foi avaliado como uma resposta aos seguidos reajustes de preços dos combustíveis promovidos pela estatal e a tentativa de evitar uma nova greve de caminhoneiros no país. A saída de Castello Branco é considerada uma derrota significativa de Paulo Guedes no governo.
Além de amigos de longa data, o ministro e executivo sempre defenderam a política de preços da Petrobras, sua autonomia para gestão e até a privatização da companhia.
FONTE: CNN