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Ambas estabelecem que os domésticos tenham os mesmos direitos dos trabalhadores regidos pela CLT

Estão em vigor, desde o último dia 5, a Convenção 189 e a Recomendação 201, ambas da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que tratam do trabalho doméstico. As duas medidas foram ratificadas pelo Congresso Nacional.

A Convenção 189 estabelece que os trabalhadores domésticos tenham os mesmos direitos dos demais trabalhadores, no caso do Brasil os mesmos direitos de trabalhadores celetistas, regidos pela CLT. Desde 1º de junho de 2015, com a sanção da Lei Complementar 150, o Brasil já atendia às exigências da Convenção 189 e da Recomendação 201. Em dezembro de 2017, o Congresso Nacional promulgou o Decreto Legislativo 172/2017, tornando o Brasil o 25º país signatário da Convenção 189 e da Recomendação 201.

Até junho de 2017, 24 países ratificaram a convenção e a recomendação, sendo eles África do Sul, Alemanha, Argentina, Bélgica, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Filipinas, Finlândia, Guiana, Guiné, Irlanda, Itália, Jamaica, Mauritânia, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Portugal, Suíça e Uruguai.

“As medidas são excelentes para a nossa categoria, pois irá trazer uma proteção maior sobre os direitos trabalhistas e morais também. Muitos ainda sofrem com assédios morais e verbais, tendo violado os direitos fundamentais que uma pessoa tem. Acreditamos e temos a esperança de que diminua o número de trabalhadores domésticos que vivem na informalidade”, disse Janaína Mariano de Souza, presidente Sindicato das Domésticas de São Paulo.

Segundo dados do governo hoje cerca de 1,7 milhão de trabalhadores domésticos – dos mais de seis milhões existentes no País – estão formalizados.

Mudança de cultura

A formalização da empregada doméstica no Brasil hoje é uma realidade porque teve muita luta dos trabalhadores, ou seja, das centrais sindicais, dos sindicatos das domésticas e organizações não governamentais do Brasil e de várias partes do mundo. “Foram essas organizações que entregaram esta pauta para o Conselho da OIT”, contou Ruth Coelho Monteiro, secretária nacional de Direitos Humanos da Força. “A OIT enviou um questionário para vários países para saber se faria uma recomendação ou uma convenção. Esse trabalho levou dois anos. O Brasil defendia as duas medidas e as centrais levaram as representantes dos sindicatos das domésticas para Genebra”, destacou Ruth.

“No Brasil”, continuou, “o governo criou uma comissão tripartite e as centrais fizeram um trabalho de sensibilização para que o País fosse favorável à ratificação da Convenção e da Recomendação. Depois de aprovadas, as medidas foram encaminhadas ao Congresso e, finalmente, ratificadas”.

“A formalização da doméstica mudou a cultura no País. Antes da lei, ela era ‘considerada da família’, sem carteira assinada, trabalhando mais de 12 horas, sem folga nos finais de semana e era demitida quando o empregador decidisse. Com a lei, obtive benefícios e carteira assinada. Hoje é muito fácil contratar formalmente uma empregada doméstica”, afirma Ruth.

 

Fonte: AssCom Força Sindical

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Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, 530.191 casos serão revisados; até novembro foram realizadas 242.167 perícias

É alto o índice de corte de benefícios por incapacidade do pente-fino do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Social, até o dia 22 de novembro, foram realizadas 242.167 perícias em segurados que recebem auxílio-doença e 213.873 benefícios foram cancelados, ou seja, 88,3% em todo o Brasil.

A ausência de convocados levou ao cancelamento de outros 20.304 benefícios. Além disso, 39.406 benefícios foram convertidos em aposentadoria por invalidez; 2.066 em auxílio-acidente; 1.272 em aposentadoria por invalidez com acréscimo de 25% no valor do benefício e 5.854 pessoas foram encaminhadas para reabilitação profissional.

Segundo o Ministério, 530.191 benefícios de auxílio-doença serão revisados no total. A economia anual estimada até agora é de R$ 3 bilhões. O Programa de Revisão dos Benefícios por Incapacidade começou em 2016, mas foi interrompido pelo vencimento da MP 739, porque o Congresso não aprovou a medida a tempo. Entretanto, no início deste ano, o governo editou a Medida Provisória 767 e retomou a força-tarefa.

Superficial

O advogado de Direito Previdenciário João Badari, sócio do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados, afirma que entre os problemas do pente-fino do INSS está a forma como é realizada atualmente a perícia dos segurados. “É precária e deficitária. Os médicos do INSS mal analisam os documentos e fazem uma avaliação rápida e superficial, por conta da enorme fila e volume de casos que atendem diariamente. Isso precisar mudar”, afirma.

De acordo com o especialista, essa atitude recorrente tem provocado o alto índice de suspensão do benefício. “Existem diversos casos de segurados que têm laudo atualizado de médicos particulares atestando a incapacidade temporária e que tiveram os benefícios suspensos, após a perícia do INSS. O grande problema é que essas pessoas não conseguem retomar suas atividades no trabalho e também não estão recebendo o dinheiro do benefício, necessário para sua subsistência”, alerta.

O advogado Celso Jorgetti, da Advocacia Jorgetti, ressalta que o segurado com auxílio-doença e aposentadoria por invalidez pode ser convocado a qualquer momento para uma nova perícia. “Aqueles que forem examinados e não conseguirem comprovar a incapacidade, temporária ou efetiva, terão o benefício suspenso”, diz.

A recomendação dos especialistas é que o segurado tome uma série de cuidados para evitar que o seu benefício seja suspenso. O primeiro passo é deixar a documentação médica organizada e atualizada. “É de extrema importância que laudos, exames e receitas médicas estejam em mãos no momento da convocação do INSS. A recomendação é de que o segurado passe antes pelo seu médico e solicite laudo atualizado, indicando a existência da doença incapacitante para o trabalho no momento. Também é importante levar exames e receitas médicas com a prescrição dos medicamentos de uso contínuo”, avisa Jorgetti.

Os advogados alertam os segurados que, se convocados, devem comparecer obrigatoriamente na data e hora marcadas ao posto do INSS para realizar a nova perícia.

“Quem não puder comparecer deverá enviar representante munido de procuração, com firma reconhecida em cartório, para justificar o motivo da ausência e reagendar a perícia. Se no dia marcado para a nova perícia a pessoa faltar, sem justificativa, poderá ter seu benefício suspenso”, pontua Celso Jorgetti.

Fonte: Portal Previdencia Total / Caio Prates

 

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A reforma da Previdência tem recebido críticas de entidades ligadas aos trabalhadores, principalmente sob o argumento de que as premissas utilizadas em defesa da mudança são erradas. O presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, chama os argumentos em defesa da reforma de “falaciosos, mentirosos”.

“Falam em déficit, que falta dinheiro, mas não contam que a DRU (Desvinculação de Recursos da União) retira 30% dos recursos que, por lei, deveriam ir para a seguridade social”, diz Neto. “Só este ano devem ser desviados R$ 32 bilhões.” A DRU, que já foi de 20%, é um mecanismo legal que permite ao governo realocar recursos de uma área para outra. “O governo tem outros problemas e está usando a previdência do trabalhador para resolvê-los, ao mesmo tempo em que isenta petroleiras e é leniente com bancos devedores. Assim fica difícil defender esta reforma.”

O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Kleber Cabral, questiona os dados apresentados pelo governo. “Não temos uma posição dogmática, contra mudanças, mas o déficit apresentado é enganoso. É preciso olhar o equilíbrio atuarial no longo prazo”, afirma Cabral, ressaltando que as regras para servidores já vêm sendo reformadas.

“Não é privilégio receber pelo que pagou. O governo sabe disto, mas adotou uma postura de usar o servidor, a ideia de combate ao privilégio, para convencer a população.” Ele reconhece o déficit na Seguridade Social (saúde, previdência e assistência social) mas critica a solução encontrada. “O governo abandona receitas quando não combate fraudes na concessão de benefícios, que custam R$ 56 bilhões por ano, e depois quer que o trabalhador pague.”

A utilização de recursos da seguridade, por meio da DRU, é ponto comum das críticas. O documento “Previdência: reformar para excluir”, elaborado pelo Dieese, aponta inconsistências nas premissas do governo.

Sobre as mudanças demográficas, com o envelhecimento da população, o texto afirma que “crescimento econômico e renda maior poderiam amortecer o efeito”: “Falta projeto econômico compatível com a necessidade de desenvolvimento”. O documento chama de “contabilidade criativa” a inclusão nas contas da seguridade dos pagamentos dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS, dos servidores), que teria fabricado um déficit de R$ 167 bilhões em 2015.

“A Seguridade Social é superavitária mesmo com a crescente subtração das suas receitas pela incidência da DRU – estimada em cerca de R$ 60 bilhões nos últimos anos e, aproximadamente R$ 500 bilhões nos últimos dez anos (2006 a 2015) e com as desonerações tributárias concedidas”, afirma o texto. Segundo o estudo do Dieese, o “déficit” surge porque não se contabilizam as contribuições que são atribuições do Estado para compor a receita previdenciária.

O Ministério do Planejamento, contudo, afirma não haver mágica nos números e diz, também, que não houve qualquer mudança na forma de cálculo das contas da Seguridade Social. “Para negar o déficit, quem é contra a reforma exclui os servidores, por exemplo, o que é um absurdo: no final, é o governo que cobrirá o rombo”, diz Arnaldo Barbosa de Lima Junior, assessor Especial do ministro do Planejamento. Ele rebate, também, as críticas feitas à utilização da DRU: “É um instrumento legal. Os recursos que são canalizados para outros setores, ao final retornam para a seguridade na forma de aporte do governo, dentro do ano fiscal, e mesmo assim estamos deficitários.

Nas contas do Planejamento, o déficit no regime geral foi de R$ 149,7 bilhões no ano passado e, nos servidores, chegou a R$ 77,2 bilhões. Somados estes valores ao rombo de estados e municípios, o déficit vai a R$ 305,4 bilhões.”

O economista Raul Velloso, criador da DRU, defende o instrumento. “Quando foi criado havia sobra de recursos e poder realocar era positivo”, diz. “Hoje não tem mais sobra, mas como o recurso volta na forma de aportes do governo, não muda nada na conta final.”

Fonte: O Estado de S. Paulo

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Em outubro deste ano, a fábrica de autopeças  Engrecon  decidiu acabar com o sistema de redução de jornada e salário acordado com os funcionários. A melhora na economia permitiu antecipar o cronograma. O caso ilustra uma estatística que, ao lado da queda da taxa de desemprego, mostra que a recuperação do mercado de trabalho veio antes do esperado.
Segundo levantamento de Hélio Zylberstajn, professor da FEA-USP e coordenador do Salariômetro da Fipe, até outubro, 114 acordos de redução de jornada e salários foram fechados neste ano, ante 360 em igual período de 2016.
Apenas em outubro, cinco deles foram homologados, ante 30 no mesmo mês de 2016. Entre aqueles fechados em 2017, a maioria não está mais vigente. O número inclui tanto acordos realizados dentro do Programa de Proteção de Emprego (PPE), lançado em 2015 e depois rebatizado de Programa Seguro-Emprego (PSE), quanto aqueles feitos fora desse instrumento.
Para Zylberstajn, a queda no número de acordos tem relação com a melhora da economia e da condição das empresas, mas também porque não são muitas as companhias dispostas ou que podem fechar tratos desse tipo, em especial dentro do PSE. Para entrar no programa, as pessoas jurídicas não podem ter pendências tributárias com o governo, entre outras regras. "Muito provavelmente, a situação que levou aos acordos foi contornada. Mas a medida também tem pouco alcance", observa.
Em 2016 e 2017, a maioria dos acordos foi fechada fora do PSE: 238 dos 360 no ano passado e 91 dos 114 deste ano. "O programa exige garantia de emprego durante a vigência da medida e até por um tempo adicional. Muitas empresas preferiram fazer sem o PSE, porque não tinham certeza de que, passado o período estipulado, voltariam a produzir", afirma o professor. No programa, o governo paga parte do salário do empregado afastado. A empresa paga a outra parte e se compromete a manter o funcionário.
Segundo dados levantados pelo professor, a indústria metalúrgica foi a grande beneficiária dos acordos com ou sem PSE. Dos 360 fechados em 2016, 223 pertencem ao segmento. Neste ano, 50 deles foram utilizados por essa indústria, quase metade do total. Em 2016, o segundo lugar ficou com a indústria química, farmacêutica e de plásticos (35), seguida pela construção civil (29). Neste ano, comércio varejista veio em segundo lugar com 15 acordos, seguido pela construção civil (10).
Zylberstajn afirma que esse tipo de estratégia é mais usada por empresas com grande investimento em capital humano e que querem preservar pessoal altamente qualificado. É o caso da Engrecon, que fabrica engrenagens para motores de veículos pesados de montadoras como MAN e Iveco. A empresa usou o PSE por duas vezes e considera que o programa ajudou a estancar as demissões. O segundo PSE, de agosto de 2016 a janeiro de 2017 foi encerrado antes do prazo por causa da recuperação na demanda, afirma Marcia Nadalini Gonçalves, diretora administrativa e financeira, que fica em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo.
Passado o período do PSE, em que houve redução de 20% nos salários e na jornada, a Engrecon contratou mais funcionários. Os atuais 150 empregados, contudo, ainda estão longe dos quase 200 que a empresa possuía antes da crise entre 2015 e 2016, período em que o faturamento caiu 40%. Em 2017, a expectativa é de recuperar a receita apurada em 2014.
A principal vantagem do PSE, diz Marcia, foi não perder funcionários treinados pela companhia. A manutenção desses empregados significou menos custo na retomada da produção. "Nossos funcionários têm, no mínimo segundo grau completo, e são treinados por nós. Eles têm conhecimento de programação, mecânica, computação. Temos toda a parte de engenharia e controle de qualidade. Se perdêssemos esse pessoal seria complicado recuperar", conta ela, há 22 anos na empresa, que existe há 51.
Ainda não há contas fechadas sobre quantos empregos foram preservados pelos acordos de redução de jornada e de salários s, mas Zylberstajn acredita que esse número chegue a, no máximo, 100 mil. "Se pensarmos no universo de trabalhadores formais, é pouco", diz. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 1,321 milhão de trabalhadores formais perderam o emprego em 2016. A despeito das limitações, o coordenador do Salariômetro diz que a ideia é boa. O problema está na execução. "Há uma burocracia muito grande. E nem toda empresa tem tradição de negociar com os sindicatos."
Clovis Scherer, economista do Dieese, diz que na medida em que a economia se estabilize é normal que as empresas saiam do programa, que tem data para terminar (fim de 2018). Para ele, é difícil dizer neste momento se o PSE foi bom ou não. "Se essa aposta foi vitoriosa, se aqueles empregos que foram protegidos vão sobreviver só saberemos com a recuperação da economia", afirma.
Para Scherer, embora com alcance pequeno, o programa foi uma solução negociada que protegeu a indústria metalúrgica, principal beneficiária do programa, e também trabalhadores qualificados, a um custo baixo. "Apesar de ter havido desembolsos, o governo seguiu recolhendo contribuições previdenciárias e outros benefícios. O resultado para as contas públicas foi bom", considera.
Assim como Zylberstajn, Scherer aponta a rigidez burocrática do programa e o fato de muitos setores não terem a tradição de colocar empresas na mesa para negociar. "Aqueles que já tem tradição de negociar conseguiram fechar acordos mais facilmente." Scherer defende a manutenção do programa mesmo com a recuperação da economia e também que sejam estudadas estratégias de preservação de empregos para setores com mão de obra pouco qualificada.
Fonte: Valor Econômico

 

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Número de ações que chegam aos tribunais despencou desde que a legislação entrou em vigor

Os advogados trabalhistas praticamente pararam no último mês. Como a aplicação da reforma que mudou as relações de trabalho ainda provoca dúvidas entre magistrados, a ordem tem sido esperar as primeiras decisões e "sentir a direção do vento" para retomar os processos. O número de ações que chegam aos tribunais despencou desde que a legislação entrou em vigor, no dia 11 de novembro.
Dados de quatro tribunais regionais - São Paulo, Paraíba, Goiás e Espírito Santo - apontam queda de 67% entre o dia 11 e 6 de dezembro, na comparação com a média mensal, calculada de janeiro a novembro.
Na comparação com os 30 dias anteriores à entrada em vigor da reforma a queda é maior, porque houve uma corrida para dar entrada nos processos antes do início da nova lei. O Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região, em São Paulo, recebeu mais de 12 mil novas ações no dia anterior, contra apenas 27 no dia seguinte. No Espírito Santo, foram 1.418 novos processos depois da reforma, contra 3.322 um mês antes.
O aumento súbito ocorreu no início de novembro, porque muitos trabalhadores foram incentivados a entrar com ações antecipadamente, para que seus casos fossem julgados ainda seguindo a legislação anterior, o que explica o pico no número de novas ações. Grande parte dos magistrados interpreta que os contratos encerrados no período de vigência da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) deverão ser julgados seguindo a legislação antiga.
Mas nem o prazo é consenso. Em São Paulo e Sergipe, dois juízes trabalhistas determinaram que mesmo os processos que chegaram aos tribunais antes da mudança da lei deveriam ser adaptados às novas regras.
José Augusto Rodrigues, especialista em direito trabalhista da Rodrigues Jr. Advogados, critica essa postura dos juízes. "Houve mesmo um movimento dos escritórios no sentido de 'desovar' processos. A nova lei prometia acabar com a insegurança jurídica para empregadores e para os trabalhadores. Mas se perguntarmos hoje a advogados ou juízes, ninguém tem um entendimento definido."
Além de terem desaguado os processos no início do mês passado, os advogados frearam a entrada de ações, para "sentir a direção do vento". Como a aplicação da reforma ainda provoca dúvidas entre os magistrados, os trabalhadores que podem aguardar para entrar com um processo - antes da prescrição, após dois anos - são aconselhados a esperar até que sejam tomadas as primeiras decisões.
Dúvidas. Entre os tópicos mais polêmicos está a aplicação da nova litigância de má-fé, que pode multar o trabalhador em até 10% do valor da causa e o pagamento de honorários para o advogado da parte vencedora, a chamada sucumbência.
A administradora de empresas Estela de Souza preferiu aguardar. Ex-executiva em uma rede de aluguel de carros, ela planejava ingressar com uma ação contra o antigo empregador, alegando falta de pagamento de horas extras. "Li no jornal que houve um caso na Bahia em que o trabalhador teve de arcar com as custas do processo e o juiz entendeu que ele deveria pagar os honorários do advogado da empresa. É difícil não se sentir insegura. A gente conversa com os advogados e sente que ninguém está 100% certo de como aplicar a reforma."
Também já há interpretações que questionam decisões tomadas pelas empresas, ainda que não contrariem a nova legislação. Um juiz trabalhista de São Paulo reverteu uma demissão de mais de cem trabalhadores de um hospital (leia mais abaixo). Com a reforma, não é mais preciso consultar o sindicato de uma categoria antes de uma demissão em massa. Para o juiz, a dispensa feria a Constituição.
Na semana passada, uma juíza do Rio concedeu uma liminar que obrigava a universidade Estácio de Sá a suspender a demissão em massa de professores. A instituição havia demitido 1,2 mil docentes em todo o País, alegando que iria contratar outros profissionais, com salários mais baixos.

O presidente da Associação de Advogados Trabalhistas de São Paulo (AATSP), Livio Enescu, diz que em todos os casos de demissão em massa, os juízes deverão barrar a dispensa até que a empresa apresente os nomes dos funcionários demitidos e dos que serão contratados, para evitar que o empregador recontrate os profissionais como intermitentes, por exemplo. "O funcionário só poderia ser readmitido como intermitente após um ano e meio."

Fonte: Estadão Conteúdo

 

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Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o aplicativo “Negociando” está em desenvolvimento para ajudar os dirigentes sindicais nos processos de negociação coletiva.

Nessa versão, é possível fazer simulações para propostas de reposição de perdas salariais, bem como avaliar as propostas patronais.

Também são apresentados alguns elementos da conjuntura, com destaque para os que afetam o ambiente da negociação, como, por exemplo, a Reforma Trabalhista, que entrou em vigor no dia 11 de novembro e trouxe consigo muitas dúvidas e preocupações ao movimento sindical e aos chamados “operadores do direito”.

Gradativamente, ainda segundo o Dieese, o aplicativo incluirá informações sobre resultados das negociações, setores econômicos, setor público, greves, emprego e desemprego, inflação e outras.

As informações serão organizadas de modo a subsidiar tanto a preparação da campanha salarial quanto a atuação na mesa, de forma direta, atualizada e sempre disponível.

Esse serviço é resultado de mais de 60 anos de experiência do Dieese em assessoria ao movimento sindical e em produção de informações de interesse de todos os trabalhadores.

Mais informações, inclusive técnicas sobre a ferramenta, entrar em contato com o Dieese.

Fonte: Dieese

 

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Em vigor há um mês, a reforma trabalhista é fonte de preocupação para a maioria das pessoas com emprego formal. Pesquisa do Instituto Locomotiva mostra que 87% dos entrevistados que tinham algum conhecimento da reforma e estavam empregados com carteira assinada no setor privado temem os efeitos das mudanças no marco legal do trabalho: 42% estão "muito preocupados" e 45%, um pouco.

O levantamento também traz à tona o alto grau de insatisfação dos brasileiros com seus empregos: 56% dos entrevistados almejam transferir-se para outra empresa. É como se 18,7 milhões de pessoas quisessem trocar de posto, afirma Renato Meirelles, presidente do Locomotiva.
A pesquisa mostra também que 81% dos entrevistados têm algum conhecimento sobre a reforma, mas apenas 17% se consideram realmente bem informados sobre o tema. A maior parte, 44%, diz saber algo a respeito; 22% admitem saber muito pouco; 15% já ouviram falar dele e 2% ignoram o assunto completamente. O temor sobre seus efeitos está intimamente ligado à crise e ao grau de insatisfação com as condições de trabalho, pondera Meirelles.
Feita por encomenda da LTM, empresa de gestão de programas de fidelidade e benefícios para o mercado corporativo, a pesquisa indica que boa parte da insatisfação do trabalhador está no que ele considera falta de reconhecimento por parte do empregador.
O Locomotiva ouviu 1.019 trabalhadores do setor privado com registro formal e com mais de 18 anos em todo o país entre 31 de outubro e 7 de novembro. A margem de erro da pesquisa é de 3,13 pontos percentuais.<
Dentre os entrevistados, 32% estão muito insatisfeitos e 13% razoavelmente insatisfeitos com as comissões de vendas; 25% muito insatisfeitos com as bonificações em dinheiro, 24% com as bonificações em prêmios, 22% com o reconhecimento material e 22% 17% com os benefícios além do salário.
O grau de insatisfação elevada com a remuneração se restringe a 8% dos pesquisados e mostra que o brasileiro está menos descontente com o salário do que com o tratamento que recebe. A maioria considera a premiação por desempenho como item importante para motivação e engajamento no trabalho. Isso é verdade para 87% dos entrevistados (52% concordam totalmente e 35%, parcialmente).
Para Emerson Moreira, CEO da LTM, o novo cenário nas relações de trabalho cria mercado de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões por ano no país, num cálculo conservador. Esse seria o potencial que as empresas poderiam investir em premiações não financeiras, diz. Apenas 11% dos trabalhadores formais entrevistados afirmaram receber prêmios por desempenho em produtos ou serviços - viagens, cursos, programas culturais.
O mercado, na verdade, sempre existiu. O que inibia as empresas, afirma Moreira, eram as amarras legais. Antes, qualquer premiação não financeira podia ser considerada parte da remuneração pela Justiça do Trabalho e era incorporada ao salário, ou elevava o valor da indenização na rescisão contratual. Essa possibilidade deixou de existir formalmente com a reforma. Além disso, esse tipo de bonificação passou a ter isenção fiscal.
É uma forma de as empresas agradarem seus funcionários sem aumentar os salários. Para Moreira, o valor investido é facilmente recuperável. Com dez anos no mercado, a LTM trabalha com um cálculo de que o funcionário premiado exibe em média produtividade individual 15% maior que outro que não recebe o incentivo.
De acordo com a pesquisa, os trabalhadores que recebem prêmios por desempenho também demonstram ser mais satisfeitos que os demais. Dos entrevistados, 45% dos que recebem prêmios mostraram algum nível de satisfação, contra 31% dos que não recebem. O resultado da pesquisa corrobora, ao menos em parte, o argumento, já que a insatisfação com o salário propriamente dito é relativamente baixa, de apenas 8%. Quesitos como benefícios, bonificações, reconhecimento e comissão apresentam os maiores índices de insatisfação.
Segundo o CEO da LTM, outra vantagem de agradar o funcionário por meio de programas de premiação não financeira é a redução da rotatividade. "Levantamentos mostram que o profissional que recebe incentivo permanece mais tempo na empresa", diz. Segundo Moreira, enquanto um empregado não bonificado dura em média cinco anos em um emprego, o "incentivado" tende a ficar entre 6,5 e 7 anos. Isso reduz os custos de treinamento e de rescisão, comenta.
Assistência médica lidera o ranking dos benefícios mais concedidos - 45% dos entrevistados recebem -, seguida por vale alimentação/supermercado (44%), vale refeição (41%), assistência odontológica (32%), empatada com reconhecimento imaterial (elogios, pins etc.), seguro de vida (30%) e participação nos lucros e resultados (25%). Bônus em dinheiro só chega a 16% dos entrevistados.

Fonte: Valor Econômico

 

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Tema foi discutido entre direção da Força Sindical e o presidente do BNDES na sede da Central

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Paulo Rabelo de Castro, e o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Paulinho, discutiram nesta segunda-feira, 11, a possibilidade de fazer reuniões entre representantes das centrais sindicais e lideranças empresárias para debater ideias e apontar em que setores e empresas realizar investimentos.
Paulo Rabelo foi recebido na Força Sindical pelo presidente da Central, acompanhado pelo secretário-geral João Carlos Gonçalves, Juruna; pelos vice-presidentes Antonio de Souza Ramalho e Eunice Cabral; pelo 1º secretário Sergio Luiz Leite; pelo secretário de Relações Sindicais Geraldino dos Santos Silva; pelo tesoureiro Ademir Lauriberto Ferreira; por Carlos Cavalcante Lacerda, titular da Secretaria de Relações do Trabalho, do Ministério do Trabalho; pelo presidente do Sindicato dos Plásticos de Jundiaí, João Henrique dos Santos; e pelo assessor e ex- ministro Antonio Rogério Magri. Eles debateram a conjuntura e a necessidade de aumentar empregos e reduzir tributos , entre outros.
O presidente do BNDES explicou sua proposta de realizar o debate. “Muita gente”, disse, “coloca todas as suas esperanças apenas na figura de um sujeito ou uma sujeita que, sendo candidato(a) a presidente, tenha todas as ideias e propostas, e que ninguém precise fazer nada. Estas pessoas pensam que aquele sujeito(a) sozinho(a) vá dar conta de tudo. Não vai dar conta de nada. A solução o País tem de dar para ele mesmo. Agora, não podemos reunir 207 milhões de pessoas numa sala porque não dá. A solução é chamar as lideranças do setor produtivo do País – temos de falar com gente que acorda cedo e trabalha, e não com os privilegiados, que não querem mexer em nada. A turma que está sofrendo ali na produção, empresários que estão realmente produzindo e os trabalhadores que estão ralando, estes têm de reunir. Ou seja: as lideranças. Estabelecer um pacto, depois de uma discussão séria, e apresentar um conjunto de propostas para todos os candidatos. Vamos ver os candidatos que mais se adéquam aquele conjunto de propostas”.
“Vamos fazer o contrário”, enfatizou Paulo Rabelo. “A gente”, detalhou, “apresenta as propostas aos candidatos. É mais inteligente isto. E você não fica perguntando qual é o fulano que vai ganhar, qual o que não vai ganhar, porque essa de ficar perguntando é uma maneira errada de a gente resolver essa gestão de longo prazo, que é nossa prosperidade”.
Segundo Paulo Rabelo, o banco está fazendo esse estudo sobre ideias e investimentos, e até março deverá estar pronto. “Aonde vou entregar esse estudo? Tem de ser para lideranças produtivas, para os trabalhadores, para as várias centrais estudarem e passarem para seus sindicatos e federações, empresários, agricultura, indústria, comércio, serviços, turismo estudarem também. E por que não reunir todos em uma grande conferência para debater? Não é discurso, não. Fazer reuniões, com grupos de trabalho e extrair os consensos entre produtores com grupos de empresários e trabalhadores”.
Juruna lembrou que as centrais debateram ideias e soluções com os empresários, e este debate, em março, poderá ser uma continuidade da reunião anterior.

 

Fonte: AssCom Força Sindical

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A possibilidade de trabalhar sem horário fixo e ganhando apenas pelas horas trabalhadas é um dos pontos da reforma trabalhista que mais tem recebido críticas e questionamentos. Essa nova forma de contratação é chamada de intermitente.

Como previsto por juristas, a polêmica sobre esse tipo de contrato chegou ao STF (Supremo Tribunal Federal) antes mesmos de as novas leis trabalhistas entrarem em vigor.

Nas últimas semanas, ao menos três entidades entraram com pedidos de ação direta de inconstitucionalidade sobre o tema, ou seja, questionando se a Constituição permite ou não o trabalho intermitente. Caberá ao STF decidir, mas não há previsão de quando isso deve acontecer.

Que argumentos são usados para defender que o trabalho intermitente fere a Constituição? E quais são usados para afirmar exatamente o contrário? Veja abaixo.

Permite um salário mensal abaixo do mínimo

O que define a lei:

Uma das críticas mais comuns nas ações no STF é de que o contrato intermitente não garante uma quantidade de trabalho por mês e, consequentemente, não há certeza de quanto será o salário. No fim do mês, se trabalhar poucas horas, o empregado pode receber menos do que o mínimo (R$ 937, em 2017).

A lei garante apenas que o salário por hora de serviço deve estar estipulado no contrato, e que ele não pode ser menor do que o salário mínimo por hora (R$ 4,45, em 2017) ou diário (R$ 31,23, em 2017).

Quem diz que é inconstitucional:

A possibilidade de ganhar menos do que um salário mínimo mensal torna a medida inconstitucional, segundo o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, em nota técnica do Ministério Público do Trabalho emitida antes da aprovação da reforma trabalhista.

Quem concorda é o professor da UnB (Universidade de Brasília) e juiz do trabalho Paulo Henrique Blair de Oliveira. Para ele, não é porque a lei garante o piso por hora que um salário abaixo do mínimo mensal não é contrário à Constituição.

A Constituição diz que os trabalhadores têm direito a um salário mínimo "fixado em lei, nacionalmente unificado" e que seja "capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social". Para o professor da UnB, o trabalho intermitente "na prática, representa apenas formalizar a precariedade".

Quem diz que não é inconstitucional:

Nelson Mannrich, professor titular de direito do trabalho da USP (Universidade de São Paulo), defende que o trabalho intermitente é constitucional, porque a lei estabelece os valores mínimos a serem pagos por hora e por dia, e define que o salário do intermitente deve respeitar esses valores mínimos.

"Ninguém vai ganhar abaixo do salário mínimo. Vai ganhar o mínimo por hora", diz o professor.

Transfere ao trabalhador os riscos do negócio

O que define a lei:

Os riscos de qualquer negócio são do patrão, e não podem ser transferidos ao empregado, segundo define a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Assim, um trabalhador não pode ter seu salário descontado quando a empresa tiver prejuízo, por exemplo.

Quem diz que é inconstitucional:

O procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, diz que, por não garantir o salário mínimo mensal, o contrato intermitente acaba transferindo para o trabalhador os riscos do negócio, em "violação ao princípio constitucional de justiça social".

Como o trabalhador intermitente só é chamado para trabalhar conforme a quantidade de serviço, ou seja, conforme a empresa tem uma procura maior, parte do risco do negócio acaba sendo transferido do patrão para o empregado, de acordo com essa visão.

Quem diz que não é inconstitucional:

O juiz do trabalho Paulo Oliveira diz que esse é um "argumento de peso" contra o trabalho intermitente, mas afirma que não se trata exatamente de uma inconstitucionalidade. Isso porque é um princípio que está na CLT, não na Constituição.

"É um argumento de força, muito importante, mas não é um argumento que precisa necessariamente apelar para a norma constitucional", afirma.

Fere a dignidade humana

Quem diz que é inconstitucional:

Um dos argumentos da ação da Fenattel (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas) no STF é que o trabalho intermitente fere o "princípio da dignidade humana", estabelecido na Constituição, e que, portanto, seria desumano, de acordo com a entidade.

Segundo a ação, a nova lei "coloca o trabalhador numa condição de mero objeto, como ferramenta, equipamento, maquinário, à disposição da atividade econômica empresarial, quando, onde e como o empregador bem entender".

Quem diz que não é inconstitucional:

Nelson Mannrich, professor titular de direito do trabalho da USP, diz que essa visão "é equivocada". "A relação de emprego é uma relação pessoal, qualquer empregado fica à disposição do empregador. É diferente de servidão, de escravidão."

Paulo Oliveira, professor da UnB e juiz do trabalho, também diz que esse ponto especificamente não fere a Constituição. "Tratar o trabalhador como apenas um pedaço dos recursos empresariais, ainda que não seja o desejável, já é atitude aplicada mesmo no contrato regular."

Leva a um retrocesso social

Quem diz que é inconstitucional:

O contrato intermitente fere o "princípio da vedação do retrocesso", diz a Fenepospetro (Federação Nacional dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo) em ação no STF.

A ideia é que uma lei não pode reduzir, suprimir, diminuir, ainda que parcialmente, o direito social estabelecido na legislação anterior, ou mesmo na consciência geral. O trabalho intermitente, segundo a Fenepospetro, representaria perda de direitos.

Quem diz que não é inconstitucional:

Paulo Oliveira, professor e juiz do trabalho, diz que esse princípio não está diretamente expresso na Constituição e que "o risco de retrocesso está sempre presente na sociedade".

Apesar de concordar com a tese, ele reconhece que apenas uma "corrente pequena de juristas lê na Constituição o princípio da vedação do retrocesso". Por isso, diz, não acredita que o STF dê razão a esse argumento. "Nunca vi o Supremo fazer referência ao princípio nesse sentido."

Para Mannrich, professor da USP, o retrocesso social é uma "questão abstrata". "A sociedade não tem como ter um projeto novo? Dar uma nova dimensão à sociedade, com outros valores?", questiona.

Fonte: UOL

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BRASÍLIA (Reuters) - O governo decidiu antecipar para quinta-feira o início da discussão sobre a proposta de reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados com o objetivo de ter um quadro real de apoios que poderá contar para tentar votar o texto na próxima semana, disse à Reuters uma fonte palaciana.

Inicialmente, a intenção do Palácio do Planalto era começar o debate da matéria apenas na próxima segunda-feira, mas houve um acerto com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para antecipar esse calendário.

Pelo novo cronograma, a proposta será discutida a partir desta quinta, após uma nova rodada de conversas do governo com sua base. A votação da proposta deverá ocorrer a partir da terça-feira da próxima semana, o que deverá coincidir com o dia da apreciação em plenário do Orçamento de 2018.

Aliado de Temer, o presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), agendou a sessão conjunta das duas Casas para a terça da próxima semana, o que deve garantir quórum elevado no Legislativo.

O presidente Michel Temer deverá se envolver pessoalmente na busca de apoios da base em favor do texto. O Planalto está otimista com a conquista de votos nos últimos dias, mas quer ter um quadro mais individualizado sobre os apoios de cada um dos partidos da base, segundo uma fonte. A cautela se justifica, uma vez que tem havido divergência dos apoios que o governo tem entre as próprias lideranças da base.

Em entrevista coletiva na manhã desta segunda, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que assumirá na quinta-feira a Secretaria de Governo, manteve o cálculo do governo de que faltam ainda de 40 a 50 votos para alcançar uma margem de segurança para aprovar o texto --que precisa do apoio de ao menos 308 dos 513 deputados. Um dos vice-líderes do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), contudo, disse que há cerca de 100 indecisos na base.

Após PMDB e PTB fecharem questão em favor da proposta, o PPS seguiu a mesma linha no fim de semana. Num aceno a Temer, o novo presidente do PSDB, o governador Geraldo Alckmin, disse ser pessoalmente a favor do fechamento de questão e vai ouvir os deputados da bancada esta semana para tomar uma decisão.

Mansur, conhecido pelas estimativas de votos com base em tabelas, acredita que novas movimentações políticas do fim de semana podem ter ajudado o quadro do governo. Ele citou a decisão do PPS e a atuação de Alckmin em favor da reforma.

“Lógico que ele (Alckmin) vai trabalhar, espero que isso aconteça, de ele trabalhar junto à bancada do PSDB. Eu vou ter surpresa se o PSDB não for no mesmo caminho que o candidato deles à Presidência da República”, afirmou.

A avaliação no Planalto, segundo uma fonte, é que Alckmin tem cumprido bem o papel de apoio à reforma, o que pode gerar um bom humor no restante da base. A expectativa de governistas é que o PP também feche questão --o partido indicou que deve se posicionar dessa forma se o texto for à votação.

EMENDAS

Durante o dia, Temer reuniu-se com os ministros do Planejamento, Dyogo Oliveira, da Integração Nacional, Helder Barbalho, e das Cidades, Alexandre Baldy, além de dois representantes do alto escalão do Ministério da Saúde.

Segundo a fonte palaciana, foi discutida uma ação dos ministérios em favor da garantia de liberação de recursos de emendas parlamentares para este ano e para o próximo. Essa é uma das armas comumente usadas por governos para conquistar votos dos parlamentares.

Em Buenos Aires no domingo, o presidente disse que a reforma vai “muito bem” e destacou acreditar que é “possível” aprová-la neste ano na Câmara, embora tenha admitido que a matéria poderá ficar para 2018.

“Eu suponho que talvez seja possível (votar neste ano), mas se não for, nós vamos encerrar a discussão ainda neste ano e esta matéria da Previdência não vai parar. Se não for neste ano, será no início do ano que vem”, disse o presidente.

Marun foi na mesma linha e afirmou que “vamos tentar votar agora, vamos conseguir”, mas ressaltou que caso isso não ocorra “vamos chegar aqui em fevereiro e esse vai ser o assunto”. O deputado insistiu, porém, que o governo está em busca dos votos que faltam para que a matéria seja aprovada agora.

A leitura afinada de Temer e Marun, segundo uma fonte do Planalto, é que os parlamentares terão de conviver com a pauta da reforma, se ela não for aprovada. Isto é, em vez de o governo estar “jogando a toalha”, ele estará colocando uma pressão permanente nos deputados. Entretanto, para Mansur, o governo teria menos votos se deixar a apreciação da matéria para 2018.

“Não há como você ficar agora fazendo conjectura que não dá para votar agora, vai votar em fevereiro. Na minha opinião, nós teremos menos votos em fevereiro do que teremos na semana que vem”, disse Mansur a jornalistas, acrescentando que o foco do governo é trabalhar para angariar os votos necessários e votar a proposta na próxima semana.

Em São Paulo, também nesta manhã, o presidente da Câmara reconheceu que não será “fácil” votar a proposta na próxima semana, mas que segue empenhado para isso. Para Maia, na quinta-feira o governo terá um cenário mais claro sobre o tamanho do apoio à reforma.

 

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A 2 semanas do fim do ano político, a Câmara dos Deputados pauta para concluir, a partir de terça-feira (12), a proposta sobre parcelamento de dívidas de produtores rurais com a Previdência Social. Já foi aprovado o texto-base – substitutivo ao PL 9.206/17, do deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) – e falta a análise de destaques que poderão alterar o texto.

O projeto incorpora dispositivos da MP 793/17, que perdeu a vigência em novembro.

De acordo com o substitutivo da deputada Tereza Cristina (sem partido-MS), o parcelamento de dívidas de produtores rurais será com descontos; e a alíquota devida a título de contribuição social para a Previdência diminuirá de 2% para 1,2% da receita bruta no caso de produtor rural pessoa física, e de 2,5% para 1,7% no caso de empresas rurais. A vigência das novas alíquotas será 1º de janeiro de 2018.

O projeto traz também a prorrogação de prazos e a renegociação de vários tipos de dívidas rurais, assim como novas regras para a cobrança de débitos inscritos em dívida ativa da União.

Senado Federal
A pauta do plenário está trancada por 2 medidas provisórias (MP): a que cria 1 regime especial de importação de bens a serem usados na exploração, no desenvolvimento e na produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos (MP 795/17) e a que que trata da prorrogação do Regime Especial de Tributação para Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica (Recine) (MP 796/17).

A MP 795 é 1 “presente” do governo às petrolíferas estrangeiras que ganharam o leilão do pré-sal, estabelece que esses bens contarão com a suspensão do Imposto de Importação (II), do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação se destinados às atividades do setor e com permanência definitiva no país. Serão beneficiados com a suspensão tributárias os bens listados periodicamente pela Receita Federal. A suspensão será convertida em isenção depois de cinco anos da importação. Se a petroleira não usar o bem para a atividade prevista dentro de três anos, prorrogável por mais 12 meses, terá de recolher os tributos não pagos com juros e multa de mora.

FONTE:DIAP