Dossiê Caminhos da Safra - Acima, a hidrovia do Rio Tapajós, no Pará (Foto:  Fernando Martinho)

IMAGEM: FERNANDO MARTINHO/GLOBO RURAL

 

Estudo da CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgado em 2019 aponta que o Brasil utiliza comercialmente, para transporte de cargas e passageiros, só 30,9% dos 63 mil quilômetros de rios com potencial de navegação. Especialistas ouvidos pelo UOL apontam que, desde a divulgação do estudo, pouca coisa mudou.

A importância dos rios é que barateiam o transporte, e poderia haver desconto para o consumidor final. Uma carga levada por rio tem um frete 60% menor do que por caminhões. Segundo especialistas, três motivos principais explicam o desperdício do potencial do país para a navegação fluvial: falta de infraestrutura, de planejamento e de vontade política.

Veja detalhes a seguir:

  1. Faltam obras para tornar a navegação viável

Apesar de o Brasil ter quantidade significativa de rios com potencial para a navegação, eles não estão prontos para o uso. Para que sejam transformados em hidrovias, é necessário que os rios passem por obras de dragagem e sinalização, por exemplo.

"Para que os nossos rios cheguem a ser hidrovias, são necessários muitos investimentos. Hoje navegamos com bastante dificuldade. Tudo o que existe é da iniciativa privada". Raimundo Holanda, presidente da Fenavega (Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária).

Outro estudo da CNT, o Plano de Transporte e Logística 2018, apontou que os investimentos mínimos necessários para a navegação fluvial eram de R$ 166,4 bilhões em 367 projetos. Entre as melhorias, estão incluídas dragagem, sinalização e construção de terminais hidroviários.

   2. Planejamento não contemplou navegação fluvial

Outro problema é que a navegação fluvial não foi incluída no planejamento em obras como a construção de hidrelétricas. Agora rios com potencial de navegação muitas vezes têm barragens, o que demanda a construção de eclusas para que as barcaças possam passar. Eclusa é uma espécie de elevador de barco, que transporta uma embarcação entre uma parte mais baixa e outra mais alta do rio.

É um investimento que o país não precisaria fazer se tivesse planejado lá atrás. Seria muito mais simples se já houvesse as eclusas. Beira a incompetência mesmo. Lauro Valdivia, da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística).

Valdivia afirma que o cenário não é exclusivo da navegação fluvial. Rodovias e ferrovias também precisariam de mais investimentos. A verdade é que os governos, historicamente, nunca investiram em infraestrutura de transportes. Falta ferrovia, falta rodovia, falta tudo. Lauro Valdivia.

 3. Estimular a navegação fluvial dá votos?

Há, ainda, um componente político na equação. Raimundo Holanda aponta que pode não haver motivação eleitoral para que governos, de forma geral, invistam na navegação por rios.

Navegação não dá voto. Não tem vontade política, por isso não há investimento. Raimundo Holanda.

Vinícius Picanço, professor do Insper, destaca que esse tipo de investimento é de longo prazo, ou seja, envolve ações de diferentes governos, tanto estaduais quanto o federal, por décadas. Segundo ele, no passado, quando houve a aposta em rodovias, vários setores econômicos, da construção civil à indústria automobilística, organizaram-se em torno dessa decisão. Agora, diz o professor, não é tão simples mudar a rota. 

Os setores produtivos e econômicos se organizam em torno dessas decisões estratégicas, e acabam tendo um peso direto e indireto nas decisões futuras. Direto porque a pressão sobre o governo é intensa, e indireto porque os políticos fazem a conta e olham o quanto esses setores empregam, o papel deles na sociedade. Isso não significa que é impossível mudar, mas que é mais difícil. Vinícius Picanço.

Como os rios são usados em outros países

O professor do Insper compara a forma como o Brasil utiliza a navegação fluvial com a prática de outros países de grande dimensão territorial, como a China e os EUA.

Nos dois casos, o transporte por rios tem mais peso: segundo o levantamento da CNT, a China possui 11,5 quilômetros de vias interiores (rios) economicamente utilizáveis para cada 1.000 quilômetros quadrados de área; os EUA, 4,2 quilômetros; e o Brasil, apenas 2,3 quilômetros.

Se o potencial do país fosse inteiramente explorado, seriam 7,4 quilômetros de rios economicamente utilizáveis por 1.000 quilômetros quadrados no Brasil. Na China e nos EUA, a gente vê uma representatividade muito maior desse modal [a navegação fluvial] no transporte de cargas. Isso favorece a intermodalidade, ou seja, o embarque da carga de um meio para o outro [dos rios para as rodovias ou ferrovias, por exemplo]. Vinícius Picanço.

Na China e nos EUA, a gente vê uma representatividade muito maior desse modal [a navegação fluvial] no transporte de cargas. Isso favorece a intermodalidade, ou seja, o embarque da carga de um meio para o outro [dos rios para as rodovias ou ferrovias, por exemplo]. Vinícius Picanço.

Produtos mais baratos para consumidor

O uso de vários tipos de transporte poderia diminuir os custos de logística e até mesmo baixar o preço de produtos para o consumidor. Para isso, as cargas teriam de ser distribuídas de acordo com a "vocação" de cada meio de transporte.

O caminhão, por exemplo, não é considerado o veículo adequado para levar cargas em longas distâncias.

O transporte por rios é destinado principalmente a cargas com grande volume, como grãos ou minério. Segundo a CNT, um comboio com quatro barcaças consegue levar o equivalente a 172 carretas ou 86 vagões de trem. Com isso, o frete fica mais barato: o custo do transporte por rios é 60% menor do que por rodovias, e 30% inferior do que o feito por trem.

[O incentivo à navegação fluvial] está ligado à competitividade do país, a setores estratégicos. Vai ser difícil a gente se livrar do famoso custo Brasil se não diversificarmos modais, dando mais opções de transporte para as empresas. Vinícius Picanço.

Governo federal estuda projeto de incentivo

Em nota, o Ministério da Infraestrutura afirmou que reconhece o potencial do modal hidroviário, e que o considera fundamental dentro da estratégia para reequilibrar a matriz de transportes do país.

O órgão disse, ainda, que tem investimentos de R$ 1,1 bilhão para o setor, e que trabalha em "uma série de projetos" prioritários. Entre eles estão o plano anual de dragagem do Rio Madeira e o derrocamento dos pedrais do Lourenço, no Rio Tocantins, e de Nova Avanhandava, no Rio Tietê.

O Ministério também está elaborando um projeto de incentivo à navegação fluvial, batizado de BR dos Rios. Havia a expectativa de que a proposta fosse apresentada ao Congresso no início do ano, mas agora o governo diz que o projeto ainda está sendo estudado, em fase de análises e conversas com o mercado.

Uma das opções avaliadas é a concessão de alguns rios à iniciativa privada, o que incluiria a cobrança de pedágio para bancar investimentos.

FONTE: UOL

 

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) – Uma crise hidrológica histórica enfrentada pelo Brasil nos últimos meses passou a gerar preocupações sobre a oferta de energia, e técnicos responsáveis pela operação do sistema elétrico avaliam que evitar um racionamento ou blecautes exigirá uma verdadeira “disputa pela água”.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), liderado pelo Ministério de Minas e Energia, disse após reunião extraordinária na quinta-feira que a escassez de chuvas faz com que seja importante flexibilizar restrições à operação de algumas hidrelétricas, incluindo Jupiá, Porto Primavera e Ilha Solteira, em São Paulo, e Furnas, em Minas Gerais.

Essas medidas, para permitir maior geração de energia ou mais armazenamento em determinadas regiões, precisam ser negociadas com órgãos como a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Ibama, por questões ambientais, e muitas vezes com políticos, devido ao turismo na região dos lagos.

 

O sucesso nessas tratativas é visto como essencial para garantir o atendimento à demanda em 2021, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.

“Racionamento de energia não está no cenário, mas se não acontecer a flexibilização da vazão, não tem jeito”, disse uma das fontes, que falou sob a condição de anonimato devido à sensibilidade do tema

“A situação é preocupante? É. Todos temos que estar preocupados e atentos. Mas é desesperadora? Não, não é, ainda temos a carta na manga que é essa flexibilização da vazão.”

Uma segunda fonte foi na mesma linha. “Existe alerta, mas não pânico. Temos recursos desde que sejam flexibilizadas as restrições hidráulicas e as térmicas compareçam. É cedo para falar disso, mas a situação é de total atenção.”

A fonte disse que “ANA e Ibama serão fundamentais”, e que também é preciso alguma torcida por chuvas na região Sul.

“Estamos ‘na mão’ do Sul e de vencermos as flexibilizações hidráulicas”, afirmou, também sob condição de sigilo.

Um racionamento de energia vivenciado pelo Brasil em 2001, que esfriou a economia e atrapalhou planos eleitorais de aliados do então presidente Fernando Henrique Cardoso, tornou discussões sobre o tema praticamente um tabu no Brasil desde então.

Mas o assunto volta ao radar de tempos em tempos, agora depois de o período entre setembro e maio ter registrado os piores níveis de chuvas em 91 anos de histórico no reservatório das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil.

As flexibilizações na operação de usinas que o CMSE busca, no entanto, podem enfrentar alguma resistência por preocupações ambientais ou mesmo políticas, disse à Reuters um importante técnico do setor.

Medidas sobre vazões também poderiam ter efeitos danosos para setores como o de café, importante na área de Furnas.

“Sendo franco, essa questão vai ser muito difícil, é uma pauta antipática. Acho que vai dar briga, sempre deu”, afirmou, ao lembrar que no passado o governo do presidente Jair Bolsonaro costurou acordos com políticos de Minas Gerais para manter um nível mínimo em lagos como Furnas, que fomentam o turismo.

Nesta sexta-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), criticou duramente o ONS, após a divulgação de informações sobre o pedido do CMSE para flexibilizar a operação de usinas incluindo Furnas.

“O ONS, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, apoderou-se das águas brasileiras para o seu propósito único de geração de energia… a previsão de secar os reservatórios do sistema de Furnas, em Minas Gerais, é inaceitável, ainda mais depois dos acordos feitos com a bancada federal do Estado”, escreveu ele no Twitter.

“Essa política energética sem ideias, que não planeja e não pensa em médio e longo prazo, reduz os níveis de água e sacrifica o abastecimento, o turismo, a navegação, a agropecuária, a piscicultura e o meio ambiente”, atacou.

Procurado, o ONS não respondeu especificamente às afirmações do senador, mas disse que decisões sobre flexibilizações operativas serão tomadas pela ANA e encaminhadas ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), “por se tratarem de importantes iniciativas para manterem a segurança no abastecimento”.

CENÁRIO DE ALERTA

O ONS também disse que “o cenário merece atenção”, mas não vê risco de falta momentânea de oferta, ou déficit de potência, “considerando as medidas necessárias para a segurança e a continuidade do suprimento de energia que foram tomadas pelo CMSE”.

O órgão do setor de energia também destacou que “vem reforçando a gestão de todos os reservatórios” e que trabalha junto ao Ibama e à ANA para “assegurar a governabilidade da operação hidráulica das principais bacias da região Sudeste”.

Na quinta-feira, o CMSE alertou que medidas de flexibilização são necessárias para “mitigar o risco da perda do controle hídrico na bacia do rio Paraná”.

A ANA disse em nota que “está realizando a análise da solicitação do CMSE”, sem detalhar.

Já o Ministério de Minas e Energia afirmou que “a situação atual é desafiadora” e que trabalha com foco em “manter o máximo possível de água nos reservatórios” das hidrelétricas.

“O objetivo é garantir que, mesmo com poucas chuvas, seja mantido um volume de água suficiente tanto para geração de energia elétrica quanto para os demais usos da água. Sem um controle adequado das vazões, podem ocorrer impactos a todos os usuários”, afirmou a pasta em nota à Reuters.

As preocupações com o suprimento vêm 20 anos depois do racionamento histórico de 2001, e assim como naquela ocasião também um ano antes de uma eleição, quando geralmente há incentivos à economia em qualquer governo, pontuou a especialista Leontina Pinto, da Engenho Consultoria.

Ela ainda disse que esforços para evitar a qualquer preço uma crise de energia, que incluem o uso em massa de térmicas, mais caras, podem gerar uma pesada conta quando os custos forem repassados à tarifa, o que ocorreu em 2015, após o país ter enfrentado riscos de oferta no ano anterior.

“Meu nível de preocupação é muito alto. A gente consegue uma retomada econômica sem energia? Ou com energia a preços estratosféricos?”, questionou ela.

“Eu tenho um programa aqui de simulações, eu chamo de racionômetro. Brinco que já está no momento de ‘ligar’ ele de novo.”

FONTE: REUTERS

 

Navios no Rio Paraná aguardam para serem carregados no Porto de Rosário, na Argentina

IMAGEM:  (Diego Giudice/Bloomberg News/)

 

A navegação pela hidrovia Paraná-Tietê deverá ser interrompida nas próximas semanas para que as usinas hidrelétricas da região possam poupar água diante da situação de emergência decidida na última quinta-feira (27) em reunião CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico).
 
A decisão foi tomada diante da grave crise hídrica que o país passa e a ameaça real de colapso no sistema elétrico. A ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) foi autorizada a tomar decisões sobre a vazão dos reservatórios da bacia do Paraná, a mais afetada pela seca, que na prática devem levar à inviabilidade da navegação.
 
"Tendo em vista os estudos apresentados pelo ONS, e com vistas a garantir a governabilidade das cascatas hidráulicas no País, o CMSE reconheceu a importância da implementação das flexibilizações das restrições hidráulicas relativas às usinas hidrelétricas Jupiá, Porto Primavera, Ilha Solteira, Três Irmãos, Xingó, Furnas e Mascarenhas de Moraes", informou a nota do Ministério de Minas e Energia.
 
A Hidrovia Paraná-Tietê é parte de um sistema multimodal de transporte. Caminhões levam cargas até a cidade de São Simão (GO) e a carga, a maior parte agrícola e carga geral, é colocada em barcaças que descem os rios Paranaíba, Paraná e Tietê até a cidade de Pederneiras (SP). De lá são embarcadas em trens da MRS e seguem ao Porto de Santos (SP).
 
Em 2019, de acordo com dados da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), 5,5 milhões de toneladas de carga foram transportadas por essa hidrovia. Grãos e cereais representaram 3,5 milhões. São cargas de cidades do Mato Grosso e de Goiás que se utilizam dessa logística.
 
A hidrovia já transportou mais. Até o ano de 2014, quando uma crise hídrica reduziu o volume transportado de mais de 6,3 milhões para a casa dos 4,5 milhões. Na época a navegação foi praticamente interrompida por cerca de 18 meses.
Incerteza
De acordo com Edeon Vaz, do Movimento Pró-Logística do Mato Grosso, a incerteza sobre se vai haver ou não água na hidrovia tem espantado investidores. Cargas de celulose que usavam esse caminho deixaram de usar por causa da incerteza.
 
Ele afirmou que a solução para evitar que a necessidade de geração de energia impacte a navegação é a conclusão do derrocamento do chamado pedral de Nova Avanhandava, obra que segue planejada mas não realizada há mais de uma década. Se a obra for feita, a hidrovia torna-se navegável mesmo com grandes restrições hidrológicas.
 
Diferentemente do que ocorreu em 2014, no entanto, dessa vez haverá uma opção logística para substituir o transporte da hidrovia pelo caminhão. É a ferrovia. A Ferrovia Norte-Sul, da Rumo, já está operando entre São Simão e o Porto de Santos, podendo receber parte das cargas que teriam que ir de caminhão.
 
"Mas o agronegócio perde uma opção. É uma pena. Mas no momento, entre escolher a navegação e a energia, vai ter que se escolher a energia", disse Vaz. (28/5)
 
FONTE: AGÊNCIA INFRA

IMAGEM: TAMOIOS NEWS

 
Brasileiros em viagem de retorno também precisariam cumprir quarentena de 14 dias na cidade de desembarque
 
 

BRASILIA — Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sugeriu nesta sexta-feira suspender o ingresso de trabalhadores marítimos de embarcações e plataformas oriundos de países com circulação de novas variantes de Covid-19. A agência não informou quais seriam os países barrados.

Em nota, a agência diz que a proposta foi enviada ao grupo interministerial — composto pela Casa Civil, Ministério da Justiça e Segurança Pública e Ministério da Saúde —, ao qual cabem decisões sobre a imposição de medidas de restrição.

“Esses trabalhadores atualmente podem ingressar no Brasil, por via aérea ou marítima, desde que negativados em PCR prévio e não reportando nenhum sintoma na Declaração de Saúde do Viajante (DSV)”, diz a nota.

Os seis primeiros casos da variante indiana no Brasil foram constatados na tripulação de um navio cargueiro que atracou em São Luís, no Maranhão. 

Pela sugestão da Anvisa, a tripulação de estrangeiros procedentes desses países ficaria impedida de ingresso no Brasil, e os brasileiros em viagem de retorno desses países precisariam necessariamente cumprir quarentena de 14 dias na cidade de desembarque.

A agência deve enviar também "sugestão relativa à melhor delimitação dos locais para quarentena de casos suspeitos, de acordo com critérios e especificidades de estados e municípios".

Os secretários estaduais de Saúde pediram ao Ministério da Saúde que adote medidas restritivas com urgência nas fronteiras do Brasil para evitar a entrada de novas variantes do coronavírus, principalmente a cepa indiana.

FONTE: O GLOBO

IMAGEM: SÉRGIO LIMA/PODER360

 

CPI ouve a médica Nise Yamaguchi

Congresso vota crédito suplementar

Flordelis enfrenta Conselho de Ética

Resultados das contas públicas na 3ª

 

O Poder360 traz nesta 2ª feira (31.mai.2021) uma seleção de assuntos que devem marcar a agenda do poder nesta semana. Com o feriado de Corpus Christi, ela será curta, porém, intensa.

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado ouve a médica Nise Yamaguchi. Defensora da cloroquina, ela também será inquirida sobre sua alegada participação no chamado “gabinete paralelo” –grupo que teria atuado dentro do governo para influir na condução das políticas de combate ao coronavírus. No dia seguinte, a comissão recebe especialistas para esclarecimentos técnicos sobre a covid-19.

Os líderes da Câmara e do Senado se reúnem nesta 2ª feira (31.mai.2021). Tentam chegar a um acordo para votar o projeto que abre crédito suplementar para recompor R$ 19,8 bilhões em despesas cortadas no Orçamento de 2021. A sessão do Congresso que pode analisar a proposta está marcada para 3ª feira (1º.jun.2021).

O Conselho de Ética da Câmara deve votar na 3ª feira o relatório do caso da deputada Flordelis (PSD-RJ), acusada de mandar matar o marido em 2019. A expectativa é que seja pedida a cassação do mandato.

Bolsonaro abre nesta 2ª feira (31.mai) o Fórum de Investimentos Brasil 2021, principal evento anual para atração de capital ao país. Dará sequência à tentativa de demonstrar normalidade, como se não estivesse exposto ao aumento da rejeição a seu governo. Pesquisa PoderData registrou desaprovação recorde de 59%. São 5 pontos percentuais a mais do que a taxa registrada há duas semanas.

Também nesta 2ª, sai o resultado das contas públicas em abril. Na 3ª feira (1º.jun.2021) é divulgado o PIB do 1º trimestre e a balança comercial de maio. Os 3 indicadores devem trazer números positivos.

FONTE: PODER 360

Teletrabalho, home office ou trabalho remoto.

IMAGEM: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

 

Em debate na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, a representante do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Patrícia Toledo, apontou aumento na carga de trabalho para os trabalhadores em home office e risco de contaminação no transporte público e nos locais de trabalho para os que estão exercendo as atividades presencialmente.

A comissão realizou reunião virtual nesta quinta-feira (27) para discutir a situação dos trabalhadores na pandemia. Toledo citou levantamento do Dieese sobre o assunto. “70% dos trabalhadores afirmam que, em 2020 e 2021, estão trabalhando mais do que a jornada contratada. Existe aí uma tensão, inclusive, em manter o nível de rendimento diante dessas novas exigências, causando uma série de doenças”, afirmou.

O representante do Ministério Público do Trabalho (MPT), Jefferson Rodrigues, informou que o órgão teve aumento exponencial de denúncias. Ele lamentou a extinção do Ministério do Trabalho, que poderia estar atuando para minimizar os efeitos da pandemia. “A fiscalização foi bastante desarticulada em um momento que tanto se precisa”, destacou.

Para suprir essa carência, Rodrigues disse que o MPT vem trabalhando na proteção aos trabalhadores com notas técnicas. “O esforço vem sendo feito pelo MPT para impactar positivamente na realidade dos trabalhadores. O MPT não parou um dia sequer”, disse.

O deputado Rogério Correia (PT-MG) sugeriu a continuidade do trabalho da subcomissão criada para acompanhar a situação dos trabalhadores durante e após a pandemia. “Para através dela fazer a sequência de estudos necessários para minimizar a dor de tantos trabalhadores e trabalhadoras durante esse período de pandemia”, afirmou.

Saúde e educação

A representante do Fórum dos Profissionais de Saúde de Minas Gerais, Lourdes Machado, afirmou que os profissionais da categoria têm três vezes mais chances de contrair Covid-19; tiveram sua carga de trabalho aumentada; enfrentam a falta de material de proteção, as chamas EPIs; além de precarização, com locais de trabalho insalubres.

“Nós temos nos dedicado de uma forma exaustiva, cotidiana, só que a gente precisa mais do que palavras bonitas, mais do que campanhas na televisão ressaltando a importância dos profissionais de saúde. A gente precisa de reconhecimento, de respeito, de valorização”, salientou.

O presidente do Conselho Nacional dos Trabalhadores em Educação, Heleno Araújo, afirmou que os profissionais da educação tiveram que se adaptar à nova realidade do ensino remoto sem que tivessem tido suporte de material ou internet para dar continuidade às aulas.

FONTE: AGÊNCIA CÂMARA

 

Voluntária de estudo do Butantan em Serrana, SP, recebe dose da vacina  — Foto: Instituto Butantan/Divulgação

IMAGEM: Instituto Butantan/Divulgação

 

A cidade de Serrana, no interior de São Paulo, registrou queda de 95% nas mortes por Covid-19 após concluir a vacinação de quase todos os adultos com a CoronaVac, de acordo com um estudo divulgado pela TV Globo no domingo.

Com 45 mil habitantes, Serrana se tornou um oásis no Brasil, país que tem o segundo surto mais letal de Covid no mundo, com mais de 461 mil mortes até agora, e um ritmo de imunização lento devido à falta de vacinas.

Serrana foi objeto de estudo do Instituto Butantan, que produz a vacina CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac Biotech, no Brasil.

A pesquisa foi iniciada em fevereiro com o objetivo de vacinar toda a população adulta da cidade(cerca de 30 mil pessoas) para avaliar o impacto da imunização na pandemia de Covid-19.

No início da vacinação, a cidade enfrentava um aumento de casos de Covid, mas a disseminação do vírus foi contida depois que 75% da população foi imunizada, descobriram os cientistas.

Os pesquisadores dividiram a cidade em quatro áreas para tentar entender qual era o limite para conter a propagação do vírus e descobriram que a disseminação foi controlada depois que três áreas receberam a segunda dose.

O número de casos sintomáticos caiu 80% e as internações recuaram 86%. As mortes por Covid caíram 95%, segundo dados do Butantan divulgados pela TV Globo. O instituto divulgará detalhes do estudo nesta segunda-feira.

Serrana é cercada por cidades que ainda enfrentam aumento de casos de Covid. Ribeirão Preto, a 25 quilômetros de Serrana, passa por uma quarentena rígida atualmente para tentar conter a disseminação da Covid-19.

Uma experiência semelhante está em andamento em Botucatu, também em São Paulo, sob coordenação do Ministério da Saúde.

A expectativa é imunizar grande parte dos 148 mil habitantes com a vacina de Oxford/AstraZeneca.

 

FONTE: REUTERS

IMAGEM: INSTITUTO MIX

 

Caged superestima empregos informais

Pnad Contínua, do IBGE, os subestima

Há grande contingente a ser absorvido

stá difícil ter uma visão mais clara do comportamento do mercado de trabalho no Brasil. As duas principais séries regulares que retratam o mundo da mão de obra passaram por recentes mudanças metodológicas, e a realidade que elas procuram capturar virou de pernas para o ar com a pandemia. O resultado é um descolamento inédito entre o comportamento da atividade econômica e o que os indicadores mostram.

Tanto o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), da secretaria especial de Previdência e Trabalho, quanto a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Contínua, do IBGE, por razões diversas, e em sentidos opostos, estão distorcendo a realidade do mercado de trabalho. Não são tentativas de manipular dados, mas as informações podem causar confusão. 

O Caged, que pretende captar os movimentos no segmento de emprego formal, não se vale mais de relatórios e formulários para compor sua base de dados, desde o início de 2020. Agora, as informações vêm do eSocial, diretamente por meio digital, e, além disso, alguns tipos de ocupações, antes excluídos do Caged, passaram a integrar a nova base de dados.

Assim, trabalhadores temporários, autônomos, avulsos, e até mesmo bolsistas, antes excluídos dos registros do Caged, passaram a compor o contingente de trabalhadores formais. Não há dúvida de que a apuração dos dados por meio digital contribui para melhorar a qualidade da informação, mas, com a inclusão de novas categorias de ocupação, houve uma quebra na série de dados históricos no Caged.

O fato de se basear na emissão de eSocial acarretou outra distorção no novo Caged, já detectada, mas ainda não inteiramente corrigida. Observou-se que o cumprimento da obrigação de emitir, mensalmente, o documento nas contratações e, a partir de então, não se verificava no caso dos desligamentos.

Com o aumento da subnotificação das demissões, o cômputo da diferença entre admissões e demissões, obviamente, ficou distorcido, tendendo a inflar o resultado final. Resumindo, não é possível comparar os dados do Caged com nenhum outro anterior a 2020 e a nova série tende a apresentar resultados mais positivos do que a realidade estaria revelando.

Também surgiram problemas com as informações levantadas pela Pnad. Em razão da pandemia, a pesquisa, que busca retratar os movimentos no conjunto das relações de trabalho, e foi estruturada para ser feita presencialmente, em visita a um painel de 210 mil residências, localizadas em 3.500 municípios, passou a ser realizada por telefone.

Como era de se esperar, com a pesquisa por telefone caiu o volume de respostas, o que, desde logo, mesmo com correções, afetou a qualidade das informações obtidas. Não só isso. Os pesquisadores notaram que as não respostas eram mais frequentes no grupo de consultados com ocupação formal. Por isso, as distorções na Pnad Contínua, na pandemia, resultaram em subestimação do emprego formal.

Resumindo, enquanto o novo Caged tende a superestimar o emprego que segue as normas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), a nova Pnad tende a subestimá-los. É possível que o verdadeiro retrato do mercado se situe em algum ponto no meio entre os 2 indicadores tradicionais.

É o que indica o IDAT-emprego, indicador criado por economistas do Itaú, tendo como base de dados as folhas de pagamento das empresas clientes do banco. Mas, amparado nesta base de dados mais limitada, também este indicador reflete uma visão parcial do mercado.

Tais limitações, obviamente, influenciam análises e expectativas, fazendo com que as projeções para o desempenho do mercado de trabalho, nos meses à frente, comportem um amplo intervalo de estimativas. Apoiados em seu novo indicador, os economistas do Itaú, por exemplo, apontam uma redução gradual, mês a mês, da taxa de desemprego para 12,7%, no fim do ano –2 pontos percentuais abaixo da taxa da Pnad Contínua no 1º trimestre de 2021. Mas há especialistas que esperam aumento do desemprego, nos próximos meses.

Um deles é o economista Bruno Ottoni, pesquisador da consultoria iDados. Ottoni acumula experiência no acompanhamento e análise do mercado de trabalho e foi um dos primeiros a quantificar as diferenças entre o antigo e o novo Caged. O economista prevê alta na taxa de desemprego e observa queda no ritmo de geração de vagas, ao longo do primeiro quadrimestre.

Para Ottoni, embora a força de trabalho e a população ocupada possam aumentar, principalmente com as melhores perspectivas de expansão da economia no segundo semestre, a taxa de desemprego deve continuar subindo porque, embora possa haver crescimento à frente, “não deve haver crescimento para o todo o pessoal que se encontra fora da força de trabalho”.

Comparado com o contingente existente em fevereiro de 2020, o volume total da força de trabalho em março de 2021 ainda era 5,2% inferior, representando um conjunto de 6 milhões de trabalhadores. Mesmo que a economia avance, puxando a população ocupada, vai puxar também a força de trabalho. Mas aí, muitos que voltarão a procurar trabalho não encontrarão vagas, engrossando as estatísticas de desemprego.

De acordo com a Pnad Contínua do 1º trimestre, o total de desempregados chegou a 14,8 milhões de pessoas, num conjunto de 100 milhões de trabalhadores. Subutilizados somaram 33 milhões, o equivalente a 1/3 da força de trabalho. Isso sem contar os desalentados, um total de 6 milhões, que nem procuram ocupação e, portanto, não são considerados desempregados.

Com as distorções que estão carregando, no momento, os indicadores do mercado de trabalho colaboram mais para embaçar a visão do horizonte à frente do que para clareá-la. Mas não errará quem, simplesmente, concluir haver ainda muito gente que a atividade econômica não está conseguindo absorver.

 

FONTE: PODER 360/JOSÉ PAULO KUPFER

Bacia de Campos — Foto: divulgação Petrobras

Bacia de Campos — IMAGEM: DIVULGAÇÃO PETROBRAS

 

Para a Federação de Indústrias do Rio de Janeiro, desinvestimentos da Petrobras abrem caminho para outras empresas atuarem na revitalização da Bacia de Campos

A Federação de Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) avalia que a concretização de desinvestimentos da Petrobras na Bacia de Campos já promove a abertura do mercado de exploração de petróleo e gás para outras companhias. As últimas negociações confirmaram a venda de 17 campos de petróleo para cinco empresas, das quais quatro apresentaram planos de desenvolvimento que totalizam uma injeção de pelo menos R$ 13,2 bilhões, segundo levantamento feito pela entidade empresarial.

Esses investimentos se referem àqueles classificados nos planos como obrigatórios. Ou seja, conforme a ANP, o valor ainda pode dobrar se consideradas as chamadas “atividades contingentes” – aquelas que ainda dependem do desenvolvimento de projetos.

“A entrada de novas empresas com expertise na recuperação de campos maduros traz benefícios para todos os envolvidos no mercado de petróleo e gás. Isso acelera os investimentos e o processo de recuperação da Bacia de Campos, prolongando, assim, a produção e os efeitos multiplicadores na região. E isso significa também mais royalties e mais empregos em todas as atividades ligadas direta ou indiretamente a este mercado”, explica Thiago Valejo, coordenador de Conteúdo de Petróleo, Gás e Naval da Firjan.

Só a multinacional Tridenty Energy, com base em Macaé, arrematou 10 campos de petróleo, com previsão de R$ 5,6 bilhões em investimentos. Também com base em Macaé, a multinacional franco-britânica Perenco assumiu três campos, onde prevê investimentos de R$ 1,1 bilhão. A empresa pretende instalar uma nova plataforma flutuante de armazenamento e transbordo, com previsão para o segundo semestre do ano que vem.

Além dessas companhias, as operações na Bacia de Campos também vão contar com as atividades da PetroRio, da BW Offshore e da Petronas. Entre os campos de petróleo adquiridos pelas empresas, a Perenco é responsável por um dos que correspondem à geração de royalties para Macaé e outros dois para Campos. Já a Tridenty, por seis em Campos e oito em Quissamã. A Petronas e a PetroRio vão explorar cada uma, um campo com geração de royalties para Campos. A maior parte corresponde a campos maduros, que são aqueles que já passaram do auge da sua capacidade de produção.

“O movimento diversifica o mercado de óleo e gás, e assim ganhamos novos protagonistas ao lado da Petrobras. A presença de todas elas enriquece o mercado e a região, trazendo o dinamismo que nós precisamos para incrementar as atividades econômicas e sociais, gerando emprego e renda para todos”, destaca o coordenador da Comissão Municipal da Firjan em Macaé, Gualter Scheles.

O plano de desinvestimentos da Petrobras tem como um dos objetivos reduzir a dívida e alavancar o retorno dos investidores, possibilitando que a estatal foque na exploração dos campos de pré-sal, mais rentáveis. Ao todo, 35 campos da Bacia de Campos foram colocados à venda, boa parte deles dedicados ao descomissionamento – desativação de antigas estruturas de exploração que, por estarem obsoletas, acabam gerando grandes gastos de manutenção. Mas há também, por exemplo, o campo Maromba, arrematado pela BW Offshore, que terá o primeiro óleo retirado em maio de 2022.

Somam-se a esses movimentos o Programa de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Marítimos (Promar), do Ministério de Minas e Energia (MME), que busca criar mecanismos de incentivo para atrair diferentes empresas na exploração dos campos maduros. Com infraestrutura instalada e reservatórios descobertos, os campos maduros oferecem oportunidade de acesso a volumes remanescentes de óleo e gás com investimentos menores do que os dos campos novos.

O Rio de Janeiro é o estado que mais deve ser beneficiado com o programa, já que tem mais de 45 campos considerados maduros, muitos com potencial de produzir por mais tempo a partir do aumento do fator de recuperação de óleo. Atualmente, o Promar está na fase de workshops para consolidação das contribuições recebidas no processo de consulta pública. A previsão é de que um relatório conclusivo seja lançado em julho já com as soluções e propostas a serem apresentadas ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Entre as contribuições encaminhadas pela Firjan estão o incentivo a investimentos em tecnologia aplicada e em inovação para ampliar os métodos de recuperação dos campos maduros. Sobre geração de empregos, a federação sugere a criação de um programa de incentivo à formação e atualização profissional para suprir o aumento da demanda do mercado. E com relação a propostas para manutenção da indústria de bens e serviços locais, recomenda-se a implementação de uma política industrial, coordenando medidas existentes, como PDI, conteúdo local, Repetro, acesso a crédito, entre outros.

FONTE: PORTOS&NAVIOS

Ponto onde rio Tietê desemboca no rio Paraná, em Itapura: sem poluição

IMAGEM: DIÁRIO DA REGIÃO/DIVULGAÇÃO

Governo emitirá alerta de emergência hídrica para 5 Estados

Para GO, MG, MS, SP e PR

Todos na bacia do Rio Paraná

O governo federal emitirá alerta de emergência hídrica para Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná na 6ª feira (28.mai.2021).

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, confirmou a informação ao Poder360.

Os 5 Estados se localizam na bacia do Rio Paraná, onde estão os principais reservatórios de regularização do país. Em períodos secos, os estoques dessas usinas são otimizados para garantir o fornecimento de energia.

Mas a região enfrenta escassez de chuvas. De acordo com documento obtido pelo Estado de S. Paulo e Broadcast, as autoridades consideram que o cenário deve perdurar até o final de setembro.

Bento Albuquerque afirmou ao Poder360 que o país enfrenta “a maior crise [hídrica] desde 1931”. Ele  responsabiliza uma medida do governo Dilma (MP 579/2012) pela situação.O almirante afirmou que a legislação atual –proposta pelo governo federal em 2012– não considera gastos além do operacional para geração de energia elétrica.

O governo federal acionou, no início de maio, todas as usinas térmicas do país para evitar o racionamento de energia. Também montou uma sala de situação para monitorar as condições hidrológicas e o baixo volume nos reservatórios das hidrelétricas do país.

De acordo com o Estado de S. Paulo, o alerta será divulgado em conjunto pelos seguintes órgãos:

  • SNM (Sistema Nacional de Meteorologia);
  • ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico);
  • Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais).

IMPACTO PARA O CONSUMIDOR

A tarifa vermelha 1 foi adotada para as contas de luz de maio. A mudança soma R$ 4,16 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.

Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) declarou ao Poder360, no início do mês, não fazer previsões sobre acionamentos futuros. Disse, porém, que outros encargos sobre a conta podem ser afetados. “A situação hídrica afeta também a previsão do Risco Hidrológico, se a situação piora, a previsão do custo aumenta”, afirmou.

FONTE: PODER 360 

Foto: Reprodução Portal CUT

IMAGEM: SINDICATO DOS BANCÁRIOS

 

Por enquanto, três ministros dispensam e dois defendem negociação prévia. Procurador fala em “diálogo social”

Pedido de vista do ministro Dias Toffoli, no último dia 20, interrompeu o julgamento de ação que discute a necessidade de negociação coletiva antes de demissões coletivas. Por enquanto, três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) entendem que a negociação prévia à demissão em massa não é necessária, enquanto dois sustentam que sim. O caso tem origem em 2009, quando a Embraer demitiu 4.200 de 18 mil funcionários.

“A criação dessa exigência (negociação prévia), para buscar alternativas de menor impacto social, representou um autêntico avanço civilizatório”, afirma o advogado Aristeu César Pinto Neto, do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no interior paulista. Para ele, do diálogo podem surgir alternativas que evitem demissões. Como suspensão dos contratos ou programas de voluntariado, “com pacote de benefícios que permitem enfrentar a situação do desemprego com mais recursos”.

Diálogo social

No julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 999.435, Embraer e Eleb Equipamentos questionam uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que determinou a necessidade de negociação antes de demissão em massa, em casos futuros. Para a defesa da fabricante de aviões, demissão é um ato unilateral do empregador e independe de concordância do funcionário ou do sindicato.

Mas ninguém está falando em “autorização” para demitir, reage o titular da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical (Conalis) do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ronaldo Lima dos Santos. “Negociação coletiva é um ingrediente do diálogo social”, afirma. Segundo o procurador e professor, 81% dos países-membros da Organização Internacional do Trabalho (OIT) têm algum tipo de regulamentação sobre o assunto.

Proteção ao trabalhador

Durante o julgamento, o procurador-geral da República, Augusto Aras, citou a Convenção 158 da OIT, que trata do assunto. “A norma internacional é protetiva do trabalhador”, afirmou. Se o Estado não pode impedir empresas de demitir, essas também devem procurar o sindicato para uma negociação prévia que diminua os impactos da decisão.

O relator do RE, que tem repercussão geral, ministro Marco Aurélio Mello, apontou “desnecessidade” de negociação coletiva no caso de demissão em massa. Foi acompanhado por Alexandre de Moraes e Nunes Marques. Mas Edson Fachin abriu divergência, seguido de Luís Roberto Barroso, único a votar na sessão dia 20. Ele observou que o TST não exigiu acordo ou autorização, mas apenas que os representantes dos trabalhadores sejam ouvidos e possam apresentar alternativas aos cortes.

Tema coletivo exige negociação

“A discussão não vai terminar com a decisão do STF”, aponta Ronaldo Santos, do MPT. “Teremos que traçar outra estratégia para fazer com que esse diálogo social prévio seja exigido”, acrescentou o procurador, que na quinta-feira (27) participou de debate organizado pelo escritório Crivelli de advocacia. Além de Santos, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva. “Ainda que o Supremo decida – e é isso que nós esperamos de uma instituição que é guardiã da Constituição – pela admissibilidade da negociação prévia, muitas questões advirão”, lembra o procurador.

A discussão seguinte, observa, será como aplicar a regra, e em quais situações. “Questões coletivas devem ser dialogadas com as representações dos trabalhadores. Isso é muito claro. Qual o grau de democracia que o legislador previu para este país?”, questiona. “(Democracia) tem de ser participativa.”

Livre, mas nem tanto

Ele cita o caso recente da Ford, que decidiu encerrar atividades no Brasil, fechando as unidades de Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Novo Horizonte (CE). “Quando a Ford foi se instalar em Camaçari, recebeu subsídios. Houve, inclusive conflito, entre Rio Grande do Sul e Bahia. Quase todas as empresas se utilizam de subsídios governamentais, que são nossos.” Dessa forma, critica o procurador, para sair de determinado lugar a empresa quer liberdade total, mas na hora se instalar “não é tão livre”. Ou seja, quer receber benefícios do Estado. Isso exige contrapartida.

Para Ivone Silva, a informação é um instrumento importante nas negociações. “Várias vezes pegamos os bancos na mentira através de seus balanços”, observa. Houve também casos em que o banco “espalhava” suas demissões em tentativa de não configurar uma dispensa coletiva.

Quem faz as leis

Outro problema, aponta Ivone, está na representação no parlamento, onde são feitas as leis. “Os trabalhadores perderam uma bancada enorme na Câmara e no Senado. Fomos perdendo espaço”, diz. Com cada vez mais empresários no Congresso, multiplicaram-se reformas e leis com “premissa liberal”, lembra a dirigente. No sentido de um Estado até aquém do mínimo, sempre com o objetivo de reduzir ou “flexibilizar” direitos.

Acontece ainda o que Ivone chama de “mudança drástica” no perfil do trabalhador. “A maioria está indo para plataformas. Não é mais o cara registrado, é o PJ. Não é mais relação trabalhista, é de empreendedor. Falta essa discussão da coletividade. A gente tem de regulamentar minimamente.”

FONTE: Por Vitor Nuzzi, da RBA

 

IMAGEM: PORTAL INSTITUTO DE ENGENHARIA

 

O indicador TKU 2019 mostra aumento de 20,7% na navegação de interior e de 6% na cabotagem
 

Estudo divulgado nesta quarta-feira (26) pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) mostra que houve crescimento das navegações de interior e de cabotagem.

Em 2019, houve uma elevação de 20,7% do indicador tonelada - quilômetro útil (TKU) para o transporte via navegação interior, na comparação com 2018. Na cabotagem, o crescimento foi de 6%. O indicador TKU é um dos principais parâmetros da operação dos modos de transporte.

A navegação de interior é aquela feita em hidrovias interiores, em percurso nacional ou internacional. Já a cabotagem é a navegação entre os portos ou pontos do território brasileiro.

“Do ponto de vista da navegação de interior, ressaltamos o crescimento da movimentação e utilização do modal aquaviário no chamado Arco Norte. Um crescimento pujante que vem sendo constante ao longo dos últimos anos e que mudou essa logística de transporte brasileiro”, explicou o gerente de Desenvolvimento e Estudos, da Antaq, José Neto, durante a apresentação do Raio-X do Transporte de Cargas na Cabotagem e Navegação Interior no Brasil por meio de Estudos Simplificados.

“No caso da cabotagem, temos a questão muito importante da segurança energética. O modal aquaviário, no que tange à cabotagem, ele é estratégico para o país, porque é onde são transportados os petróleos e combustíveis. Vemos também o transporte constante de carga conteinerizada na cabotagem”, acrescentou José Neto.

O estudo mostra que, apesar dos números positivos e constantes crescimentos, a matriz de transportes brasileira ainda apresenta uma baixa utilização do modal aquaviário. “Somando a cabotagem e hidroviário, temos cerca 11% da matriz de transportes brasileira que utiliza o modal aquaviário”, ressaltou o gerente José Neto, explicando que os dados são de 2018.

Entre as vantagens da utilização do modal aquaviário em longas distâncias está o menor custo e o fato de ser menos poluente.

Medidas de incentivo

 

De acordo com a ANTAQ, o Governo Federal vem trabalhando na elaboração de políticas para ampliar o uso do modal aquaviário. 

Uma dessas iniciativas é o Projeto de Lei da BR do Mar, enviado ao Congresso Nacional, para incentivar o uso da cabotagem, aumentar a frota nacional e equilibrar a matriz de transportes brasileira.

O gerente de Desenvolvimento e Estudos citou ainda a ideia de iniciar estudos de viabilidade para a concessão de hidrovias de modo a atrair investimento privado para melhorar a infraestrutura.

O estudo

O Raio-X apresenta a atualização da estimativa da demanda de transporte aquaviário de cargas, feita durante o ano de 2019 nos corredores hidroviários brasileiros dos rios Solimões-Amazonas, Madeira, Tocantins-Araguaia, Paraguai, Paraná-Tietê e Hidrovia do Sul, e nas principais rotas ao longo da costa, individualizada pelos principais pares origem e destino da navegação interior de percurso longitudinal e de cabotagem.

FONTE: ANTAQ