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IMAGEM: PETROBRAS/FATOS E DADOS

 

 A Petrobras iniciou nesta segunda-feira a produção de petróleo e gás do FPSO Carioca, primeira plataforma no campo de Sépia, localizado no pré-sal da Bacia de Santos, informou a empresa em comunicado ao mercado.

Afretado junto à Modec, o FPSO Carioca está localizado a aproximadamente 200 quilômetros da costa do Estado do Rio de Janeiro e possui capacidade para processar diariamente até 180 mil barris de óleo e comprimir até 6 milhões de metros cúbicos de gás natural.

O FPSO Carioca será a única plataforma a entrar em operação a serviço da Petrobras neste ano. Para 2022, estão previstas pela petroleira estatal outras duas unidades, também da Modec, nos campos de Mero e Búzios, ambos no pré-sal da Bacia de Santos.

 

FONTE: REUTERS

 

 

Segundo IBGE,  24,2% dos ativos economicamente entre 14 e 29 anos estavam desempregados em novembro 
IMAGEM: GUILHERME ALMEIDA/AFP/CP

 

Instituição do Senado alerta para juros, inflação e risco fiscal.

A taxa de desemprego estaria em 20,7% caso as pessoas que estão na inatividade retornassem à busca de trabalho no nível anterior à pandemia. A projeção foi feita pela Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, que divulgou relatório sobre o agravamento da situação econômica do Brasil.

Segundo o estudo, o cálculo do desemprego com a taxa pré-pandemia é útil para observar que a condição seria mais elevada se muitas pessoas não tivessem parado de procurar uma ocupação. A taxa de desemprego calculada pelo IBGE atingiu 14,6% no trimestre encerrado em maio.

Os problemas não param por aí. O relatório mostra que os riscos com a inflação alta persistem e devem continuar em 2022, justificando novos aumentos de juros. O processo de aperto monetário, segundo o IFI, reduz o apoio à economia em um momento de recuperação não garantida.

O diretor executivo da instituição, Felipe Salto, aponta como um dos dados mais importantes do relatório de acompanhamento (RAF) de agosto é o aumento dos juros precificados na chamada curva a termo. A remuneração de um título com prazo de um ano subiu de 6,7% em junho, para 7,5% em julho e 7,8% no início de agosto.

O movimento, segundo o RAF, representa um aperto nas condições de financiamento, com prováveis efeitos negativos sobre a atividade econômica e a dinâmica da dívida/PIB. “O efeito na dívida pública será relevante”, alertou Salto, de acordo com a Agência Senado.

Tudo isso gera aumento do risco fiscal. Políticas que buscam retorno eleitoral e geram piora da percepção sobre o risco fiscal criam cenário de incerteza para 2022, diz a instituição. As discussões sobre o novo Bolsa Família (Auxílio Brasil) e o calote no pagamento de precatórios (dívidas da União reconhecidas em ações judiciais) agravam a situação.

Este ano, o relatório indica que o crescimento econômico deve ficar acima dos 4,2% atualmente projetados no cenário-base da IFI. Para 2022, a projeção mantém-se em 2,1%.

 

FONTE: MONITOR MERCANTIL

Brasília - congresso - Congresso Nacional

IMAGEM: GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO

 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu na 6ª feira (20.ago.2021) o pedido de afastamento do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ao Senado Federal. O chefe do Executivo havia anunciado em 14 de agosto que enviaria um pedido de abertura de processo de impeachment de Moraes e também do ministro Luís Roberto Barroso, aos quais tem criticado publicamente. 

O ministro autorizou uma operação da Policia Federal contra Sérgio Reis e deputados da base governista. Bolsonaro tinha prometido enviar esse processo no final de semana anterior, mas mudou o tom e disse que queria “dialogar” para chegar a um acordo com Barroso e Moraes.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, vai ser sabatinado pelo Senado Federal na 3ª feira (24.ago.2021). indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a um novo mandato de 2 anos à frente da PGR (Procuradoria Geral da República). A audiência será das 8h às 13h. O relator será o senador Eduardo Braga (MDB-AM).

O atual mandato de Aras termina em setembro e sua eventual recondução depende da aprovação pela CCJ e, em seguida, pelo plenário do Senado. A expectativa é que o nome do PGR seja validado pelos senadores, apesar das críticas que sofre por congressistas da oposição ao governo. A reforma do Imposto de Renda deve ser reprovada na Câmara dos Deputados. O texto tinha inicialmente apoio do governo, mas desagradou a todos. Foram 4 relatórios distintos desde a primeira versão.  

 

FONTE: PODER 360

Plataforma P-50, localizada no campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos (RJ)

IMAGEM: STÉFERSON FARIA/AGÊNCIA PETROBRAS

Pelo menos 22 casos da doença foram confirmados na última semana; empresa afirma "seguir rigoroso protocolo preventivo"

As plataformas da Petrobras na Bacia de Campos registraram surtos de Covid-19 nas últimas semanas, segundo o Sindicado dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF). Mais de 60 trabalhadores precisaram ser desembarcados da P-43 nos últimos dias, sendo 22 deles com casos confirmados da doença. Os demais são trabalhadores que tiveram contato com contaminados.

Conforme denúncias relatadas ao Sindipetro, mais dez trabalhadores estão em isolamento dentro da plataforma P-40, aguardando o desembarque. Além disso, pelo menos três trabalhadores já teriam desembarcado com sintomas de coronavírus.
 
O primeiro deles foi na noite do último sábado (14). O trabalhador desembarcou de maca em um vôo aeromédico e segue internado no Rio de Janeiro.
 
O Sindipetro afirma que a Petrobras tem descumprido uma determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT), que recomenda que os trabalhadores não sejam mantidos em isolamento a bordo, já que "tem recebido relatos de petroleiros e petroleiras que não conseguem desembarcar, vivendo em grande risco e apreensão em um local onde acontece um surto de Covid-19".
 
Os trabalhadores, inclusive, conforme sindicato, "já cumpriram período de embarque superior a 14 dias, o que contraria a decisão judicial obtida em ação civil pública, que determinou que a Petrobras 'se abstenha, em âmbito nacional, de adotar escalas de embarque em regime de revezamento por período superior ao máximo de 15 dias consecutivos'".
 
De acordo com a recomendação do MPT, em caso de surto a bordo, os novos embarques devem ser suspensos até o desembarque de todos os casos suspeitos ou confirmados, completa desinfecção da unidade e controle do surto. Caso seja confirmada a doença, todos os trabalhadores devem ser testados.
O Sindipetro também afirmou que a Petrobras descumpre a determinação de testagem periódica dos petroleiros, que viabiliza testes apenas antes dos embarques, "o que não permite ter segurança de que realmente o vírus foi identificado".
 
Petrobras garante manter rigoso protocolo preventivo
A Petrobras, em nota, garantiu que segue um rigoroso protocolo preventivo nas unidades offshore e "age rapidamente sempre que um colaborador reporta sintomas a bordo".

Conforme a empresa, nesses casos, enquanto aguarda o voo para o desembarque, o petroleiro permanece isolado em um camarote, monitorado por equipe de saúde. Também são desembarcados todos os trabalhadores que tiveram contato próximo com o caso suspeito.
 
Em relação à frequência dos exames de testagem, a Petrobras informou que o protocolo para unidades offshore envolve quarentena e teste RT-PCR pré-embarque, redução do efetivo presencial, uso obrigatório de máscaras, reforço na higienização e distanciamento, além de conscientização sobre cuidados individuais dentro e fora do ambiente.
 
Sobre as escalas excepcionais e temporárias adotadas em períodos mais críticos da pandemia da Covid-19, a empresa esclareceu que "já foram descontinuadas e os empregados da Petrobras e de prestadoras de serviços já retornaram às escalas normais".
 
FONTE: O DIA

Desemprego no país aumentou de 13,9% em dezembro para 14,7% em março - Rovena Rosa/Agência Brasil

IMAGEM: ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL

 

O economista Marcos Lisboa, presidente do Insper, não esconde a frustração com o momento atual da economia brasileira. Apesar da recuperação global mais rápida que a esperada após a pandemia da covid-19, a pauta do Congresso está carregada de medidas preocupantes que agravam os problemas estruturais da economia brasileira, ampliam as incertezas e trazem volatilidade ao mercado, diz. Para ele, podemos até ter um momento melhor no curto prazo, um ano um pouco melhor, mas a perspectiva é de um País medíocre. “A agenda legislativa hoje é o Brasil velho. A promessa pode ser de uma agenda modernizadora, mas sempre carregada de jabutis e mais distorções na economia, que prejudicam o crescimento do País”, diz ele, depois de uma semana em que os indicadores tiveram piora significativa como resposta aos movimentos do governo e do Congresso que aumentaram as incertezas para 2022.

O Brasil vive um momento de inflação e dólar altos e juros em processo de elevação. O que está acontecendo com a economia?

Tem duas coisas acontecendo. Por um lado, o impacto da pandemia foi muito menor nos principais países do que o esperado no começo. Foi impressionante, sobretudo, como o setor formal se ajustou ao trabalho remoto com rapidez, e a recuperação veio muito bem. Essa é uma boa notícia para o País e para as contas públicas. Além disso, resultou também nessa alta do preços das commodities (produtos básicos, como minério de ferro, petróleo e alimentos), que é mais uma boa notícia para o Brasil. Tem uma segunda notícia que não é boa, que é a inflação. O Brasil tem um problema de inflação mais sério e isso ajudou as contas públicas. Não é uma maneira saudável, mas ajudou. O que está acontecendo é que, apesar disso, estamos com uma pauta carregada de medidas preocupantes para a frente e que repete os tradicionais problemas brasileiros de muito tempo, mas que estão se agravando.

De que forma?

O Brasil tem o Estado capturado por grupos de interesse e o que preocupa é uma série de medidas que vão na direção de agravar essas distorções, podendo prejudicar, em particular, as contas públicas para os próximos anos. A incerteza sobre a trajetória fiscal para os anos à frente vira essa volatilidade dos preços. Essa é a primeira parte da história. A segunda é que, quando a gente vê a agenda legislativa em discussão hoje, é do Brasil velho. A promessa pode ser de uma agenda modernizadora, mas sempre carregada de jabutis e mais distorções na economia, que prejudicam o crescimento. É um País que cresce pouco há 40 anos e, em vez de ter uma agenda para ajustar essas distorções, estamos tendo uma agenda que preocupa e vem agravando os problemas estruturais do País.

O que é mais preocupante entre essas medidas?

O problema é o conjunto da obra. Algumas propostas podem ser sedutoras pelo que prometem, mas os problemas estão nos detalhes, que é onde ocorre a captura dos Estado por parte dos grupos de interesse. Vou dar um exemplo: a questão do Imposto de Renda. Uma série de grupos simplesmente fala ‘olha, eu não quero pagar imposto de renda como pagam os trabalhadores no Brasil’. Esse é o caso de muitos profissionais liberais com empresas no lucro presumido (um regime simplificado muito usado por médicos, advogados, economistas e contadores, por exemplo). Têm renda de alguns milhões por ano e pagam uma alíquota de imposto muito menor do que quem tem carteira assinada.

O Congresso não está preocupado com a opinião da sociedade?

É o contrário. Acho que está bem preocupado com os grupos de interesse que se mobilizam. E muitos deputados repercutiram e apoiaram as demandas de profissionais liberais para preservar seus privilégios tributários no lucro presumido. Vale lembrar que muitos desses grupos estão no 1% mais rico do País, mas pagando bem menos IR que os demais.

Além do IR, qual outro exemplo?

O caso da Eletrobras (estatal focada na geração e distribuição de energia). Capitalizar a empresa era uma boa iniciativa. Mas durante o processo de aprovação apareceram bilhões de reais de pedidos de favorecimento que foram atendidos. E um desenho em que o gás vai ter de viajar até o interior para depois viajar de novo para as regiões que mais consomem energia. Claro que quem faz gasoduto deve estar bem feliz. Mas isso também significa que nossa conta de energia vai ficar mais cara do que seria necessário.

Como avalia a ação do governo na condução dessas propostas?

Muito distante. Esse é o ponto. O governo faz grandes anúncios e, quando se vai ler os projetos de lei, eles decepcionam e, em muitos casos, assustam. A impressão que fica é que o governo abandona os projetos depois de encaminhados ao Congresso, onde ocorre uma disputa miúda para atender a grupos de interesse. E, a maior parte do governo, não todos obviamente, parece descuidar da gestão pública. Veja o caso da energia. Temos problemas antigos, bem conhecidos e com propostas de reformas. O que avançou nesses dois anos? Fortalecemos as agências reguladoras? A seca pode ter surpreendido, mas isso ocorre eventualmente. A regulação deficiente não permite corrigir os riscos da hidrologia (escassez de chuvas). O resultado é o preço da energia bastante alto e o risco de falhas no sistema, se continuar assim.

Com esse cenário, como acha que será 2022, ano de eleições?

Eu vejo com preocupação, e também para os próximos anos. Não conseguimos entrar nessa agenda de reduzir as distorções. Pega o exemplo dos precatórios (dívidas da União com pessoas físicas, jurídicas, Estados e municípios reconhecidas em decisões judiciais definitivas). Eles vêm crescendo significativamente há anos, mais de 110% acima da inflação entre 2013 e 2021. Além disso, tem uma ação que a União perdeu já algum tempo, que é do Fundef (fundo para o desenvolvimento do ensino fundamental e valorização do magistério, que vigorou até 2006). Houve problema de gestão para tomar as medidas para lidar com um problema há muito conhecido.

De que forma o debate eleitoral antecipado piora esse ambiente?

Tem uma decepção de quem achava que uma agenda (de reformas) iria andar. Tem o lado que a perspectiva de longo prazo do País, de crescimento, é muito frágil. Podemos ver algo melhor no curto prazo, um ano um pouco melhor, mas a perspectiva é de um País medíocre. Se o governo conseguir botar ordem na agenda de medidas paroquiais em discussão no Congresso, podemos ter uma recuperação, reduzir o risco que aparece nos preços. As commodities estão favorecendo, a reação à pandemia no mundo foi muito melhor do que o esperado. Mas a perspectiva de longo prazo não é de crescimento sustentável elevado.

O empresariado que apostou nas reformas e na modernização da economia no governo Bolsonaro, como está?

Sempre achei que havia certa inconsistência entre as promessas e as medidas, as propostas. Quem sabe dessa vez se consiga, de fato, conhecer mais os detalhes e que a sociedade possa fazer uma aposta mais consistente para tirar o Brasil dessa longa estagnação e baixo crescimento. Agora, de novo, se cairmos na polarização “contra Estado e a favor do Estado”, “mercado versus Estado”, “teto de gastos e não teto”, continuaremos nesse debate superficial. Não cuidamos dos detalhes das medidas, das sutilezas da implementação, e depois nos surpreendemos com os fracassos. E isso vale para governos de ambos os polos que mobilizam o debate atual.

O que vai fazer isso mudar na eleição de 2022?

Tem frustração com o País. Vemos como está o câmbio, isso reflete a frustração que tem com o Brasil, um País que não consegue encontrar o caminho do desenvolvimento. Quem sabe isso leve a um caminho diferente do que temos visto até agora.

 

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

 

A minirreforma trabalhista foi embutida na MP da redução de jornada e salário

IMAGEM: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

 

Medida Provisória 1.045aprovada pela Câmara na quinta-feira (12/8) da semana passada, além de criar novas modalidades de contratação e mudar normas da CLT, também limita o acesso à Justiça gratuita. O texto ainda depende de aprovação pelo Senado.

A chamada minirreforma trabalhista restringe o benefício a pessoas com renda familiar mensal per capita de até meio salário mínimo, ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos. Além disso, o beneficiário precisa ter cadastro no CadÚnico, o canal oficial do governo federal para programas sociais. As regras valem até mesmo para os Juizados Especiais Federais Cíveis, nos quais atualmente não há custas.

Nesta quarta-feira (18/8), advogados da área previdenciária — Thais Riedel, Diego Cherulli e Diego Leonel — se reuniram com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para defender a exclusão dos dispositivos referentes à Justiça gratuita, com o argumento de que tais alterações precisariam ser tratadas em lei complementar.

Segundo Riedel, que é presidente da Associação Confederativa Brasileira da Advocacia Previdenciária, as mudanças são um retrocesso à garantia de direitos e não poderiam ser feitas por uma medida provisória, já que a Constituição veda temas de Direito Processual Civil em MPs.

"A gratuidade de Justiça é um direito previsto na Constituição e um dos fundamentos do Estado democrático de Direito. Qualquer medida que restrinja esse acesso precisa ser muito bem avaliada, sob pena de destinar a Justiça apenas para quem pode pagar", ressalta.

A advogada lembra que muitos processos exigem prova pericial, e as custas das perícias precisam ser pagas para o ingresso da ação. "Perícias são, em geral, muito caras. Muitas famílias, especialmente quando estamos vivendo uma crise econômica brutal, com 14,8 milhões de pessoas desempregadas, não terão condições de arcar com essa despesa para acessar a Justiça", pontua. Ela também destaca que o INSS é o maior litigante do país.

Thais e os advogados também indicaram ao presidente do Senado que o assunto não tem conexão com o tema original da MP, e por isso não poderia ser incorporado ao texto: "É um jabuti, como chamamos na linguagem legislativa", explica a advogada.

A Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep) também considera que as alterações sobre a Justiça gratuita são inconstitucionais e representam violação de direitos.

"A proposta trouxe de modo inadvertido e perigoso gravíssimas restrições ao acesso à Justiça gratuita, sem qualquer fundamentação idônea e sem ser objeto de debate ou emenda parlamentar. E tudo isso enquanto congressistas discutiam alterações das regras trabalhistas", afirma a presidente da Anadep, Rivana Ricarte. 

Ela reforça que o momento de crise sanitária e econômica não seria oportuno para restringir o acesso à Justiça, frente ao aumento de pessoas em situação de vulnerabilidade. "Muitas famílias na pandemia tiveram que acionar os defensores para conseguir acesso à saúde, por exemplo. Se a limitação proposta pela MP estivesse valendo, grande parte dessas pessoas não conseguiria ter o devido acesso à Justiça", diz.

Em nota pública, o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP) também repudia as inserções da MP. Segundo a associação, tal limitação representa "o aniquilamento dos direitos sociais fundamentais". Negar a gratuidade da Justiça violaria não só o acesso a ela, como também o princípio constitucional da máxima proteção social.

Com as mudanças, o instituto entende que "o acesso à Justiça se tornará um risco inerente ao medo de ter que arcar, por exemplo, com as custas dos honorários do perito, do ônus da sucumbência, além das custas processuais que precisarão ser adiantadas". Isso agravaria a exclusão social dos desfavorecidos, especialmente em causas relativas ao INSS.

"O processo previdenciário não pode ser um fantasma, um medo sobre o risco de o segurado ou seus dependentes terem que arcar com os custos dos honorários de sucumbência ou da perícia médica", ressalta.

O IBDP diz compreender que as demandas vêm sobrecarregando o Judiciário. Porém, aponta que limitar o acesso à Justiça não seria "a via mais inteligente a combater a questão econômica".

Em vez de critérios objetivos baseados em renda, a associação defende que o direito à Justiça gratuita seja analisado caso a caso, conforme suas peculiaridades, com apresentação de prova de insuficiência financeira.

 

FONTE: REVISTA CONSULTOR JURÍDICO/CONJUR

Crédito: REUTERS/Amanda Perobelli

IMAGEM: AMANDA PEROBELLI/REUTERS

 

O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) termina no próximo dia 25, quando as empresas devem encerrar os acordos de redução de jornada e salário ou de suspensão de contratos de trabalho. O texto da Medida Provisória (MP) nº 1.045, de 27 de abril de 2021, prevê que a nova edição do BEm tem duração de 120 dias.

prazo pode ser prorrogado a critério do governo federal, de acordo com as condições orçamentárias, mas para isso, a medida precisa ser aprovada no Congresso. O texto substitutivo da MP, do deputado Christino Aureo (PP-RJ), foi aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada e remetido ao Senado, onde ainda será analisado. A versão aprovada também permite que o BEm seja reeditado em futuras situações de emergência de saúde pública ou de estado de calamidade.

Lançado no ano passado como uma das medidas de enfrentamento à crise econômica gerada pela pandemia de covid-19, o programa beneficiou cerca de 10 milhões de trabalhadores em acordos que tiveram a adesão de quase 1,5 milhão de empresas. Neste ano, desde quando foi relançado em abril, até o dia 17 de agosto, mais de 2,5 milhões de trabalhadores obtiveram a garantia provisória de emprego mediante acordo com 632,9 mil empregadores.

O programa prevê a redução de salários ou a suspensão dos contratos nos mesmos moldes de 2020. Os acordos individuais entre patrões e empregados podem ser de redução de jornada de trabalho e salário nos percentuais de 25%, 50% ou 70%.

Como contrapartida, o governo paga mensalmente ao trabalhador o Benefício Emergencial, que corresponde a uma porcentagem da parcela do seguro-desemprego a que o empregado teria direito se fosse demitido. O benefício é pago com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Na prática, um trabalhador que teve redução de 25% do salário recebe 25% do valor do seguro-desemprego que teria direito, e assim sucessivamente. No caso da suspensão temporária dos contratos de trabalho, o governo paga ao empregado 100% do valor do seguro-desemprego, de empresas com receita bruta de até R$ 4,8 milhões em 2019. Em empresa com receita acima desse patamar, o trabalhador recebe 70% do valor do seguro e 30% do salário.

Em todos os casos fica reconhecida a garantia provisória no emprego durante o período acordado e após o restabelecimento da jornada ou encerramento da suspensão, por igual período. Por exemplo, um acordo de redução de jornada de 90 dias de duração deve garantir ao trabalhador a permanência no emprego por mais 90 dias após o fim desse acordo.

 

FONTE: AGÊNCIA BRASIL

Brasil somou 12,3 mi de desocupados no 1º trimestre

IMAGEM: LIDIANNE ANDRADE/MYPHOTO PRESS/FOLHAPRESS

 

O Ministério da Economia divulgou, nesta terça-feira (17/08), uma nota técnica confirmando dados alarmantes sobre desemprego constantemente divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme dados da nota técnica da Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta, a maioria dos brasileiros que estão desempregados há mais de dois anos é formada por jovens com baixa escolaridade, sendo que, no máximo, 80% possuem nível médio e, a maioria é composta por mulheres.

O estudo da SPE buscou fazer um “raio-X” sobre os dados da Taxa de Desemprego de Longo Prazo (TDLP), levando em conta os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE. Segundo o levantamento, o desemprego de longo prazo (acima de 2 anos), por outro lado, apresenta um crescimento constante entre 2014 e 2019, partindo de 1,2% da força de trabalho em 2014 e atingindo o máximo de 3,2% da força de trabalho em 2019.

No ano passado, o desemprego de longo prazo atingiu 2,6% da força de trabalho, apresentando redução de 0,6 ponto percentual. De acordo com a SPE, essa leve melhora deve ser resultado “das medidas fiscais e de dinamização do mercado de trabalho adotadas ao longo de 2019 e início de 2020, adotadas antes da pandemia”.

A nota técnica ainda destaca que o desemprego de “curta duração” (com duração de até um ano) atingia 5% da população, em 2012, passando para 4,6%, em 2014, até chegar ao pico de 8,1% entre 2014 e 2017. Depois de recuar para 7,3% da população entre, 2017 e 2019 e, em 2020, houve aumento forte desse indicador para 9,5% da força de trabalho em 2020, “em função da pandemia da covid-19”.

O autor da nota técnica, o subsecretário de Política Fiscal da SPE, Erik Figueiredo, disse que esse detalhamento revela a necessidade de políticas de inserção de jovens e com baixa escolaridade no mercado de trabalho. No comunicado da pasta, o técnico destacou que a longa permanência em situação de desemprego é condição de difícil superação, em situação que cria um “efeito de inércia” no cidadão, em uma combinação de fatores como perda de interesse por parte do profissional, e perda de competitividade devido à desatualização técnica e tecnológica.

“O estudo foca em traçar um perfil desses desempregados que, em grande parte, inclui os desalentados, que ficam desempregados por mais tempo devido à baixa qualificação desses jovens, que acabam tendo poucas chances de conseguir uma vaga, porque têm chances limitadas de mobilidade na função”, explicou Figueiredo, em entrevista ao Blog. “Mais da metade dessas pessoas desempregadas por mais de dois anos são jovens com pouca experiência e isso alimenta um ciclo vicioso, porque esse jovem não consegue experiência por não ter qualificação e o que acaba restando para eles é a informalidade”, lamentou.

Críticas de Paulo Guedes

Recentemente, o IBGE foi criticado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, quando a Pnad registrou novo recorde de desempregados: 14,8 milhões de brasileiros, sem contar os subutilizados e desalentados.

O ministro, na ocasião, disse que o órgão  estava na “idade da pedra lascada”. Em sequência, Guedes teve uma resposta à altura dos servidores do instituto que disseram que a declaração era fruto de “ignorância ou inépcia”.

 

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

Apenas 80% das barcaças estão operando no Porto Intermodal de Pederneiras — Foto: TV TEM/ Reprodução

Apenas 80% das barcaças estão operando no Porto Intermodal de Pederneiras — Foto: TV TEM/ Reprodução

Baixo volume de água reduz movimento na Hidrovia Tietê-Paraná

Porto Intermodal de Pederneiras está com 90% das barcaças paradas e dispensou 80% dos trabalhadores.

A seca está prejudicando a movimentação de cargas na Hidrovia Tietê-Paraná. Com capacidade limitada, produtores devem recorrer a outros meios para o transporte de grãos. A hidrovia é um dos principais caminhos para escoar a produção agrícola de estados do Centro-Oeste e do Sudeste.

Por causa do baixo volume de água no rio, 30 embarcações estão ancoradas no Porto Intermodal de Pederneiras desde junho e 90% das barcaças da região estão paradas. Quem se arrisca a passar pelo ponto mais crítico, precisa estar com, no máximo, 30% da carga.

O valor do frete aumentou em 40% porque os produtores precisam pagar a quebra do contrato e encontrar uma nova empresa para enviar os cultivos para Santos.

Do outro lado, as empresas de transporte aquaviário estão demitindo trabalhadores. Segundo a administração geral dos portos, 80% dos funcionários da unidade de Pederneiras foram dispensados.

 

FONTE: G1/GLOBO RURAL

 

Desafios da política fiscal para a retomada do crescimento

IMAGEM: FGV

 

A consultoria Eurasia rebaixou a trajetória de longo prazo do Brasil de neutra para negativa, em meio a preocupações do mercado com a política fiscal do governo, com a inflação persistente e as sucessivas crises políticas geradas pelo presidente Jair Bolsonaro. Segundo a Eurasia, os cenários político e econômico têm deteriorado a perspectiva de crescimento para 2022.

A combinação entre gestão fiscal do governo Bolsonaro com as constantes brigas do presidente com o Supremo Tribunal Federal (STF) acenderam um sinal de alerta, elevando as tensões políticas e econômicas.

Na projeção feita pela consultoria para o próximo ano, Bolsonaro poderá recuperar parte da popularidade perdida, mas a inflação alta e a recuperação econômica mais lenta do que o esperado poderão fazer com que o presidente acirre ainda mais as disputas políticas. Isso pode afetar as negociações no Congresso, fazendo com que o presidente tenha mais dificuldade para avançar com sua agenda econômica. E, pode afetar diretamente também as eleições. A possibilidade de Bolsonaro não aceitar o resultado das urnas, caso seja desfavorável a ele, está no radar: quanto mais fraco, maior o risco de o presidente contestar as eleições.

No relatório divulgado nesta quarta-feira, a Eurasia avalia que o principal desafio de curto prazo da equipe econômica é lidar com o pagamento de precatórios, que não deixaria espaço para aumentar os gastos sociais e forçaria a fazer cortes nos investimento, para não ultrapassar o limite estabelecido pelo teto de gastos.

A consultoria avalia que as perspectivas econômicas para 2022 “parecem mais desafiadoras devido a um ciclo de feedback negativo entre inflação, gestão fiscal e política”. A Eurasia registra que as expectativas de inflação para 2021 continuam com uma tendência de alta, de 5,2% para 7,1% entre maio e agosto, e afirma que o governo terá dificuldades para aprovar a PEC que trata dos precatórios. Com inflação mais alta, afirma a consultoria, há mais riscos de o governo e Congresso apoiarem medidas de gastos fora do limite. E o risco fiscal para os próximos dois meses continuará elevado.

 ELEIÇÕES 2022

Com a popularidade em baixa nas pesquisas, Bolsonaro ainda deve recuperar algum espaço nas sondagens, segundo avaliação da Eurasia. O apoio ao presidente varia entre 29% e 33%, dependendo da pesquisa consultada. O fim da pandemia e a reformulação do Bolsa Família, que seria transformado no Auxílio Brasil, com o pagamento de um valor maior às famílias carenes, poderão aumentar a aprovação do governo. No entanto, a inflação mais alta e um baixo crescimento econômico devem dificultar isso e tendem a fazer com que o aumento da aprovação demore a se concretizar. Isso deverá ter um impacto direto nas eleições de 2022, prejudicando a pré-candidatura de Bolsonaro à reeleição.

“Um Bolsonaro mais fraco significa que ele dobrará a política de polarização e contestará a eleição”, registra a consultoria, prevendo um cenário político e eleitoral tumultuado para 2022. O presidente deve redobrar a estratégia de brigar com o Judiciário, com o Congresso e com a imprensa, para mobilizar sua base, e deve insistir na tese de que o voto eletrônico pode ser fraudado. “O risco de a eleição não ser respeitada é muito baixo (menos de 5%), mas existe o risco de violência na campanha, principalmente se o Bolsonaro perder”, diz a Eurasia. “E quando se trata de legislação que o congresso pode aprovar antes da eleição do próximo ano, sua qualidade tende a cair - com mais riscos fiscais associados à reforma tributária”.

Lula em vantagem

Dificuldade para Bolsonaro, vantagem para Lula. A avaliação feita pela Eurasia diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tende a se beneficiar das dificuldades enfrentadas pelo presidente. “Lula não é radical, e o PT provavelmente comunicará durante a campanha que eles representam uma opção moderada contra um presidente ‘divisionista’”, diz a Eurasia. A consultoria pondera que o petista deve manter a crítica ao teto de gastos, ao incentivar maior investimento público para impulsionar o crescimento econômico, aumentando os riscos sobre a gestão fiscal.

Terceira via em baixa

A Eurasia registra ainda que as chances de um candidato de terceiro via aumentaram, “mas permanecem baixas”, com um espaço limitado para crescer durante a campanha eleitoral. A consultoria calcula que a chance de um nome que não seja Lula nem Bolsonaro de chegar ao segundo turno é de 20%.

 

FONTE: VALOR INVESTE

Logo do TST

 

IMAGEM: TST

 

Com o slogan “Cada solução, um recomeço”, o evento será realizado em todo o país de 20 a 24 de setembro

O Conselho Superior da Justiça do Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho, em parceria com os Tribunais Regionais do Trabalho de todo o Brasil, vão promover, de 20 a 24 de setembro, a Semana Nacional da Conciliação e Execução Trabalhista. De forma inédita, os dois eventos anuais, de conciliação e execução, serão realizados em conjunto, com o objetivo de buscar a solução consensual e adequada para os conflitos trabalhistas e garantir a efetiva quitação do que foi garantido em juízo.

“Unificar os dois eventos garante a otimização das atividades, principalmente neste cenário de crise que ainda estamos vivenciando”, afirma a presidente do TST e do CSJT, ministra Maria Cristina Peduzzi. “Durante a semana, empresas e trabalhadores terão a oportunidade de encerrar seus processos, seja por meio da conciliação, seja pela execução. A ideia é atender o maior número de pessoas possível, e a Justiça do Trabalho empreenderá todos os esforços para garantir resultados expressivos”. 

Com o slogan “Cada solução, um recomeço”, a Semana Nacional propõe a ideia de recomeço após as dificuldades impostas pela pandemia. Com o avanço da vacinação contra a covid-19 no Brasil, pessoas e empresas já planejam a retomada da normalidade e o início de um novo ciclo. Desse modo, a semana surge como uma oportunidade de iniciar essa nova fase sem pendências judiciais para quitar ou receber.

Participação

As partes interessadas em participar poderão se inscrever por meio dos Tribunais Regionais do Trabalho de sua região. Os processos com potencial conciliatório serão pautados durante o período, por inscrição dos juízes ou das partes, com preferência para os processos em fase de execução, liquidados e não pagos.

Confira o contatos dos TRTs

Durante o período, magistrados, servidores e cooperadores de das unidades judiciárias e administrativas dos 24 Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) se mobilizam, em todo o país, para a realização de mais audiências de conciliação, ações de pesquisa patrimonial, alienação judicial de bens penhorados e pautas especiais, entre outras ações. Na Justiça do Trabalho, os profissionais são qualificados e preparados tecnicamente para essas demandas, visando à celebração de acordos juridicamente seguros e equilibrados.

Cada solução, um recomeço

O vice-presidente do TST, ministro Vieira de Mello Filho, coordenador da Comissão Nacional de Promoção à Conciliação (Conaproc), explicou que as conciliações são conduzidas com o objetivo de alcançar um resultado bom para todos. “As soluções são construídas a partir do diálogo entre as partes. Há uma atuação cooperativa para atingir um resultado que contemple o interesse de todos”, observa. “No momento atual, é uma grande oportunidade de resolver pendências passadas e começar uma nova página de sua história”.

Criada em 2014, a última edição da Semana Nacional da Conciliação foi realizada em maio de 2019. Em 2020, o evento não foi realizado em razão da pandemia. Nas cinco primeiras edições, foram atendidas mais de 873 mil pessoas, e 113 mil acordos foram homologados. No total, foram movimentados mais de R$ 3,4 bilhões para o pagamento de dívidas trabalhistas, além da arrecadação de R$ 129,4 milhões em recolhimentos previdenciários e R$ 18,5 milhões em recolhimentos fiscais.

Dívidas reconhecidas

A Semana Nacional da Execução Trabalhista também tem um histórico de resultados expressivos. Desde 2011, a iniciativa chega à 11ª edição este ano e, nesse tempo, viabilizou o pagamento de mais de R$ 8,2 bilhões de verbas trabalhistas cujo direito havia sido reconhecido, mas ainda não havia sido pago.

O ministro Cláudio Brandão, coordenador da Comissão Nacional de Efetividade da Execução Trabalhista e membro do Conaproc, conta que esse tipo de evento é uma oportunidade importante, especialmente para os devedores que têm o desejo de quitar suas pendências judiciais, mas passam por dificuldades para solucionar a situação de uma vez por todas. “Muitas vezes, ele quer pagar sua dívida, mas encontra dificuldades momentâneas. Para esse tipo de devedor, há soluções viáveis e negociáveis, além de pacíficas para as partes”, diz. “São essas iniciativas que mostram a importância da atuação da Justiça do Trabalho”.

(VC/AJ)

FONTE: TST

Reforma trabalhista completa um ano, mas geração de empregos é baixa.   A reforma trabalhista passou pelo Congresso Nacional com a garantia que a modernização das leis que regem o mercado de trabalho era necessária para que o país voltasse a gerar empregos e reduzir a informalidade. Foi aprovada em julho do ano passado e passou a valer em novembro. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, do Ministério do Trabalho, com as novas regras foram criados 372,7 mil postos de empregos formais em todo país.   Na foto: Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).   Foto: Ana Volpe/Agência Senado

IMAGEM: ANA VOLPE/AGÊNCIA SENADO

 

A crise econômica decorrente da Covid-19 fez as instituições financeiras se esforçarem para ampliar suas margens, cortando custos e se digitalizando. No fim das contas, isso levou a uma chuva de demissões.

De todo modo, a temporada de balanços do segundo trimestre de 2021 mostra que o lucro dos bancos segue em crescimento exponencial. O Itaú Unibanco lucrou R$ 7,5 bilhões, o Bradesco, R$ 6,319 bilhões, o Banco do Brasil, por sua vez, teve lucro de R$ 5,5 bilhões.

Levantamento exclusivo para o Monitor do Mercado feito pela DataLawyer, parceira da ConJur, empresa de dados de processos judiciais, aponta que os bancos comerciais se tornaram os principais alvos de ações trabalhistas durante a pandemia do novo coronavírus.

Quando levamos em conta o período anterior à pandemia, de janeiro de 2019 a janeiro de 2020, o setor mais processado na Justiça do Trabalho é o da construção civil, com 60,7 mil ações. Após a crise da Covid-19, a lista passou a ser encabeçada pelas instituições financeiras, que somam 45,5 mil processos trabalhistas entre junho de 2020 e junho de 2021.

O levantamento descarta os processos trabalhistas contra a administração pública em geral, que sempre é a primeira da lista de alvo das ações na Justiça do Trabalho, uma vez que o Estado é o maior empregador do país.

Para Alexandre Zavaglia, diretor da Finted Tech School, a pandemia acelerou a transformação digital de vários setores, especialmente no mercado financeiro. Segundo Zavaglia, "as pessoas deixaram ainda mais de ir às agências e de utilizar certos serviços, o que mudou o perfil das atividades das instituições financeiras e certamente impactou nesse fenômeno".

O número de processos trabalhistas contra as instituições financeiras neste ano reflete ainda o cenário vivido em 2020, já que os funcionários podem entrar com as ações até dois anos após a demissão. É comum que deem início ao processo ao não conseguirem uma recolocação no mercado.

Segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), no ano de início da pandemia de coronavírus, os cinco maiores bancos do país extinguiram 12,7 mil postos de trabalho.

Itaú, Bradesco, Santander e Caixa, juntos, fecharam 1.376 agências físicas só em 2020. O único a aumentar o número de agências foi o Banco do Brasil, mas o plano apresentado pelo banco para 2021 prevê a desativação de 112 agências.

Ranking jan. 2019 - jan.2020   Rankinkg jun.2020 - jun.2021
Categoria Número de ações   Categoria Número de ações
Administração pública em geral 163.533   Administração pública em geral 136.972
Construção de edifícios 60.797   Bancos múltiplos, com carteira comercial 45.599
Limpeza em prédios e em domicílios 47.466   Construção de edifícios 44.237
Restaurantes e similares 45.264   Atividades de vigilância e segurança privada 41.885
Atividades de vigilância e segurança privada 44.883   Restaurantes e similares 39.713
Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal, interestadual e internacional 44.091   Limpeza em prédios e em domicílios 39.622
Bancos múltiplos, com carteira comercial 39.386   Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal, interestadual e internacional 38.464
 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgências 35.683   Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal 30.374
Atividades de teleatendimento 27.750   Atividades de teleatendimento 28.962
Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - supermercados 25.653   Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgências 28.460

 

FONTE: REVISTA CONSULTOR JURÍDICO/CONJUR