Habilidades das vagas cresceu apenas 4% em 14 anos

IMAGEM: ADRIANA TOFFETTI/A7 PRESS/FOLHAPRESS

 

Uma das propostas mais polêmicas atualmente em tramitação no Congresso Nacional pode ser votada nesta terça-feira na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara. A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 18, que reduz de 16 para 14 anos a idade mínima para jovens começarem a trabalhar com carteira assinada no Brasil.

Os parlamentares votarão a admissibilidade da PEC — ou seja, se ela é constitucional. A proposta foi apresentada em 2011 pelo então deputado Dilceu Sperafico (PP-PR). Desde então, propostas semelhantes foram enviadas à Câmara — a mais recente delas, em 2020 — e os textos foram aglutinados à PEC original , para tramitação em conjunto.

Em julho de 2019, após anos parada na Câmara, a PEC voltou a andar, com a indicação de um novo relator para a matéria, o então deputado João Roma, hoje ministro da Cidadania no governo de Jair Bolsonaro. Se aprovada na CCJC, a PEC precisará passar por comissão especial, ainda a ser formada, e pelo plenário da Câmara, antes de ir para o Senado.

Qual é a proposta?

A PEC altera um trecho do art. 7º da Constituição, abrindo espaço para que jovens a partir de 14 anos possam trabalhar com carteira assinada.

Atualmente, o texto constitucional permite trabalho formal de jovens apenas a partir dos 16 anos. Entre 14 e 16 anos, pelas regras atuais, o jovem só pode atuar na condição de aprendiz. Como aprendiz, ele pode trabalhar até 6 horas por dia.

Embora altere a idade de início profissional, a PEC mantém a proibição de que menores de 18 anos façam trabalho noturno, insalubre ou perigoso.

Além disso, a proposta estabelece que o trabalho a partir de 14 anos será em regime parcial. Conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o regime parcial é aquele com duração de até 30 horas por semana, sem a possibilidade de horas extras, ou de 26 horas semanais, com acréscimo de até seis horas.

Por que a PEC é polêmica?

Críticos à proposta afirmam que ela abre espaço para a exploração do trabalho de crianças e adolescentes, em um país já marcado por dificuldades educacionais. Assim, a manutenção da idade mínima de 16 anos seria um estímulo à formação básica do jovem.

Parlamentares que defendem a redução da idade, no entanto, afirmam que muitos jovens de 14 ou 15 anos já estão no mercado de trabalho, mas em função da lei são obrigados a atuar informalmente. Assim, a PEC poderia regularizar uma situação já verificada na prática: o trabalho de jovens de 14 e 15 anos.

Outro argumento entre os apoiadores da proposta é o de que muitos jovens, sem oportunidades no mercado formal de trabalho, envolvem-se com o mundo do crime, muitas vezes para sustentar a família.

Na Câmara, foram aglutinadas à PEC nº 18 outras seis propostas com características semelhantes. Apenas uma delas, a PEC nº 2, de 2020, busca uma mudança um pouco mais radical: a redução para 13 anos da idade de início da vida profissional.

Sindicatos são contrários

As principais centrais sindicais do País são contrárias à redução da idade mínima. Em nota conjunta divulgada na segunda-feira (8), dez centrais — entre elas a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical — defenderam que, se aprovada, a PEC vai agravar o desemprego.

As entidades pontuaram que, atualmente, 14,1 milhões de trabalhadores estão em busca de emprego.

É inconcebível que, neste contexto, a PEC 18 busque reduzir a idade mínima para que jovens na faixa etária de 14 e 15 anos passem a trabalhar não como aprendiz, mas como empregados em tempo parcial. Medida que, se aprovada, vai agravar o desemprego entre os jovens e inviabilizar o seu pleno desenvolvimento cognitivo, intelectual e profissional Nota das centrais sindicais.

Como é em outros países?

O início da vida profissional varia conforme o país. Relator da matéria na CCJC, o deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) afirma, em seu parecer, que a idade mínima é de 13 anos no Reino Unido e de 14 anos nos Estados Unidos.

Na Austrália e na Nova Zelândia, não há parâmetros estabelecidos. Na Alemanha, um jovem pode trabalhar a partir dos 13 anos, desde que seja em um negócio familiar. A partir dos 15 anos, ele pode atuar em qualquer empresa.

Retorno ao texto original da Constituição

Se a idade mínima para o jovem começar a trabalhar passar de 16 para 14, como defendem alguns deputados, a regra retornará ao que foi estabelecido pela Constituição de 1988 em um primeiro momento. Nela, estava prevista a possibilidade de trabalho formal a jovens a partir dos 14 anos. Abaixo desta idade, era possível atuar como aprendiz.

Uma emenda constitucional de 1998, porém, estabeleceu que a idade mínima seria de 16 anos. Já a atuação como aprendiz começaria aos 14 anos. Em seu relatório, o deputado Paulo Eduardo Martins defende que a possível mudança é constitucional. A matéria, se aprovada na CCJC, ainda precisará passar por outras instâncias da Câmara, inclusive numa comissão especial, onde poderá ser alterada.

 

FONTE: UOL ECONOMIA

 

Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil

IMAGEM: TÂNIA REGO/AGÊNCIA BRASIL

 

Os dados são do Privatômetro do Observatório Social da Petrobrás (OSP) e foram atualizados nesta semana, após a companhia divulgar, em 28 de outubro, o seu balanço financeiro do último trimestre

A venda de ativos da Petrobrás, entre janeiro de 2015 e outubro de 2021, já soma R$ 239,9 bilhões. Houve um aumento de 3,6% no montante, em relação ao valor acumulado no trimestre passado. Os dados são do Privatômetro do Observatório Social da Petrobrás (OSP) e foram atualizados nesta semana, após a companhia divulgar, em 28 de outubro, o seu balanço financeiro do último trimestre. Os números do Privatômetro consideram a variação da taxa de câmbio, para a conversão da moeda, e a inflação do período.

Neste terceiro trimestre do ano, a atual direção da Petrobrás se desfez de mais quatro ativos, totalizando R$ 1,729 bilhão. A principal negociação do período foi a venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus, no Amazonas, ao Grupo Atem, por R$ 1,06 bilhão. Também foi vendida a totalidade da participação acionária de 93,7% da estatal na empresa Breitener Energética S.A., no estado do Amazonas, para a Breitener Holding Participações S.A., subsidiária integral da Ceiba Energy LP, por R$ 328 milhões.

Os outros dois negócios incluíram a cessão da participação de 10% da estatal no Campo de Lapa, no pré-sal da Bacia de Santos, para a Total Energies, por R$ 282 milhões. E a venda da fatia de 40% da companhia na empresa GNL Gemini Comercialização e Logística de Gás Ltda (GásLocal) para a White Martins Gases Industriais Ltda, por R$ 59 milhões.

Na distribuição do percentual por país, segundo o Privatômetro, 80% dos ativos vendidos no trimestre foram adquiridos por empresas brasileiras, 16% ficaram para a França e 3% com os Estados Unidos. “Analisando os totais desde 2015, percebemos que não houve alterações substanciais no último trimestre. Os países que se mantêm na lista dos top 5 maiores compradores dos ativos vendidos pela Petrobrás são o Canadá, em primeiro lugar, seguido pela França, Brasil, Noruega e os Estados Unidos”, afirma o economista Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) e do OSP.  

Segmentos

Em termos setoriais, o Privatômetro mostra que, neste terceiro trimestre, foram negociados 61% de ativos do segmento Refino, 22% de Distribuição e Revenda e 17% de Exploração e Produção. No total, os setores com mais ativos da Petrobrás privatizados foram os de Exploração e Produção (38%), Transporte (30%), principalmente por conta da NTS e da TAG, Distribuição/Revenda (23%), sendo a BR um dos ativos mais valiosos negociados pela estatal até agora, e Refino (6%).

"Privatizar as refinarias é o principal objetivo de curto prazo da direção da Petrobrás. Esse programa seguirá como um problema, já que, em meio à crise do preço dos combustíveis, a estatal entregará parte do parque de refino à iniciativa privada e essas empresas não farão os investimentos necessários para a ampliação da capacidade instalada. E pior, atuarão como monopólios privados regionais, possibilitando ainda mais a subida de preços e mantendo nas alturas o nível de importações", destaca Dantas.

Raio-X das privatizações

O Privatômetro é uma ferramenta criada pelo OSP para informar a população sobre os ativos da Petrobrás que estão sendo vendidos, os valores que essas transações envolvem e a consequências dessas negociações para o país. É um instrumento que funciona como um raio-X das privatizações da estatal.

Na página, instalada no site do Observatório, são sistematizadas as vendas de ativos da Petrobrás desde 2015, período que seria o início do plano de desinvestimento da estatal, até os dias atuais. Também podem ser acessados gráficos com a distribuição percentual da venda de ativos por segmento e nacionalidade das empresas compradoras, além da planilha completa de desinvestimentos.

Os dados disponibilizados no Privatômetro são atualizados trimestralmente, após a divulgação dos resultados financeiros pela Petrobrás. 

FONTE: BRASIL 247

 

A cúpula  maior, voltada para cima, abriga o Plenário da Câmara dos Deputados.

IMAGEM: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

 

PEC dos Precatórios (Proposta de Emenda à Constituição 23/21, do Poder Executivo) é o destaque da pauta do plenário da Casa nesta semana. Os deputados precisam votar os destaques apresentados pelos partidos na tentativa de mudar trechos do texto. 

Nessas votações estão os principais pontos da PEC, como a limitação do valor de despesas anuais com precatórios, a mudança da forma de calcular o teto de gastos e a prioridade de pagamento de precatórios do antigo Fundef. Esses trechos precisam de 308 votos favoráveis para serem aprovados.

Crédito de carbono

Consta ainda na pauta o projeto que regulamenta o mercado de carbono no Brasil (PL 2.148/15), que tem anexado o PL 528/21, dos deputados Marcelo Ramos (PL-AM) e AJ Albuquerque (PP-CE). A sessão vai começar às 18 horas desta segunda-feira (8).

Internet nas escolas

Está também na pauta 3 medidas provisórias. Uma destas (MP 1.060/21) muda regras de repasse da União a estados e municípios para pagar o acesso à internet de alunos e professores da rede pública, conforme prevê a Lei 14.172/21, derivada da derrubada de veto constitucional.

Ministério do Trabalho e Previdência

A MP (Medida Provisória) 1.058/21 recria o Ministério do Trabalho e Previdência e transfere a Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania para a pasta do Turismo. Agora são 17 os ministérios da estrutura federal.

Compra de vacinas

Regras excepcionais para a compra de vacinas, medicamentos e insumos para o combate à covid-19 estão na MP (Medida Provisória) 1.059/21, que garante a continuidade dessas regras criadas pela Lei 14.124/21, aprovada em março deste ano.

Setor cultural

Plenário da Casa vai ser transformado em comissão geral nesta segunda-feira (8) para discutir as perspectivas para o setor cultural no País. O debate foi solicitado pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também para lembrar o Dia Nacional da Cultura, comemorado em 5 de novembro. Sessão começa às 16 horas. 


CÂMARA DOS DEPUTADOS - COMISSÕES TEMÁTICAS E OUTRAS

• Setor Elétrico | Comissão especial que analisa o PL 1.917/15, que muda itens do Marco Legal do Setor Elétrico, pode votar, terça-feira (9), parecer do relator, deputado Edio Lopes (PL-RR). Para os consumidores, o principal ponto do relatório é a liberalização do mercado de energia elétrica.

• Incentivos fiscais | Comissão de Finanças e Tributação da Câmara realiza, quarta-feira (9), audiência pública, a partir das 10 horas, sobre os resultados da política pública de incentivos fiscais.

• Importância da ciência para o Brasil | Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática realiza, segunda-feira (8), audiência pública sobre a “percepção da sociedade acerca da importância da ciência para o País”. O debate vai ser às 14h30, no plenário 13, e pode ser acompanhado de forma virtual e interativa pelo portal e-Democracia. 

• Transporte aéreo individual de passageiros | Comissão de Viação e Transportes realiza, segunda-feira (8), audiência pública para debater o transporte aéreo remunerado individual de passageiros. O debate vai ser realizado às 10h30, no plenário 13, e pode ser acompanhado de forma virtual e interativa pelo portal e-Democracia.

• Acesso de moradores de rua ao Judiciário | Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados discute, segunda-feira (8), às 10 horas, papel do Judiciário junto à população em situação de rua. 

• “PL das Fake News” | Grupo de Trabalho pode votar nesta semana substitutivo do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) ao PL (Projeto de Lei) 2.630/20, e mais de 70 anexados, que visa ao aperfeiçoamento da legislação brasileira referente à liberdade, responsabilidade e transparêcia na internet. 

Ao projeto, foi anexado o PL 3.227/21, do Executivo, que altera as regras de moderação de conteúdo e de perfis em redes sociais. O texto agora em análise na Casa reproduz integralmente a MP 1.068/21, que foi devolvida ao Executivo pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que entendeu que a medida era inconstitucional, por tratar de temas que não podem ser objeto de MP. 

• Novo pré-sal no arco norte brasileiro | Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional; e de Minas e Energia realizam, quarta-feira (10), audiência pública conjunta para debater o potencial petrolífero do arco norte do território brasileiro. Vai ser realizada no plenário 5, logo após a reunião deliberativa da comissão de Relações Exteriores, prevista para as 9 horas. 

• Offshore em paraíso fiscal | Comissões de Fiscalização Financeira e Controle; e de Trabalho ouvem, terça-feira (9), a partir das 10 horas, o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele foi convocado a explicar movimentações financeiras no exterior por meio de offshore em paraíso fiscal. 

• Formação de professores | Comissão de Educação promove, segunda-feira (8), às 9 horas, audiência pública para discutir o financiamento de programas de formação e de estímulo à docência, “notadamente os programas de formação de professores da Capes, em razão de atrasos, incertezas e descontinuidades”, disse a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT), que pediu a realização do debate. 

• Política de incentivos fiscais | Comissão de Finanças e Tributação discute, quarta-feira (10), às 11 horas, os resultados da política pública de incentivos fiscais. 

• Criação de despesas sem fonte de receita | Comissão especial que analisa a proposta que proíbe a criação de novos encargos para municípios sem o respectivo recurso (PEC 122/15) realiza, quarta-feira (10), às 14 horas, no plenário, nova audiência pública na próxima. 

• PDT | Bancada da legenda na Câmara se reúne, segunda-feira (8), para alinhar o posicionamento em torno da PEC dos Precatórios.

SENADO FEDERAL - PLENÁRIO

PEC da Renda Básica e frente por responsabilidade fiscal na pauta de terça (9)

Casa pode votar 4 projetos que estão na ordem do dia da sessão deliberativa marcada para esta terça-feira (9), às 16 horas. Entre esses, estão 1 PEC (proposta de emenda constitucional) que inscreve a renda básica como direito social na Constituição e 1 projeto de resolução do Senado que cria a Frente Parlamentar de Defesa da Responsabilidade Fiscal.

A PEC 29/20, iniciativa assinada por 27 senadores, inclui no rol dos direitos sociais da Constituição Federal a renda mínima para cidadãos que têm baixa renda.

Responsabilidade fiscal


O PRS (Projeto de Resolução do Senado) 60/21 cria a Frente Parlamentar de Defesa da Responsabilidade Fiscal. De autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), é assinado também pelos senadores Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), Alvaro Dias (Podemos-PR), Jorge Kajuru (Podemos-GO), Simone Tebet (MDB-MS) e Antonio Anastasia (PSD-MG). 


SENADO FEDERAL - COMISSÕES TEMÁTICAS E OUTRAS

• Privatização dos Correios | Comissão de Assuntos Econômicos retoma, terça-feira (9), a partir das 9 horas, análise do projeto de lei que permite a privatização dos correios (PL 591/21). 

• Preços dos combustíveis | CAE vota, terça-feira (9), requerimento que pede convocação do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, e do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para prestar informações “sobre os sucessivos aumentos dos combustíveis” pela empresa. Na justificativa de convocação, o senador alega que, “no ano, a gasolina subiu 74% e o diesel, 64,7%. É primordial a avaliação da política de preços dos combustíveis”.

• Crise hídrica e preço da energia | CI (Comissão de Infraestrutura) ouve, terça-feira (9), a partir das 10 horas, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em audiência pública. A reunião, interativa, vai ter a participação da comissão temporária externa instalada recentemente no Senado para averiguar as causas e os efeitos da crise hidroenergética no País. 

• Impacto da pandemia na educação | Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação na Pandemia promove, segunda-feira (8), a partir das 10 horas, a terceira audiência do ciclo de debates para avaliar os impactos da pandemia na educação básica. Desta vez os senadores vão ouvir os representantes dos estudantes. Participam do debate a presidente da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), Rozana Barroso, e representante da UNE (União Nacional dos Estudantes). 

• Futuro do ProUni | Comissão de Educação debate, quarta-feira (10), a partir das 10 horas, efeito de possível reforma tributária sobre o ProUni (Programa Universidade para Todos). Programa oferece bolsas de estudo, integrais e parciais, em instituições particulares de educação superior. 

• Sistema Nacional de Educação | Comissão de Educação e Cultura pode votar, quinta-feira (11), projeto (PLP 235/19), que trata da gestão e a execução das políticas educacionais que podem ser aplicadas igualmente em todas as regiões do País, por meio de regime de cooperação entre União, estados e municípios. Depois o texto deve ser votado pela CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania), antes de ir ao plenário. 

• Orçamento 2022 | Terça-feira (9), 4 comissões permanentes votam as respectivas emendas ao projeto do Orçamento 2022. Cada comissão pode apresentar até 8 emendas ao projeto da LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2022, o PLN 19/21: são até 4 emendas de apropriação (inclusão de despesa) e até 4 emendas de remanejamento de despesas. As reuniões da CI (Comissão de Serviços de Infraestrutura) e da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) começam às 9 horas. A CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) começa às 10 horas; e a CAS (Comissão de Assuntos Sociais), às 11 horas. 

• Atingidos por barragens | Comissão de Meio Ambiente faz, quarta-feira (10), às 9 horas, a segunda audiência pública interativa para debater o projeto de lei que institui a PNBA (Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens) e altera regras para licenciamento ambiental. O PL 2.788/19, já aprovado pela Câmara dos Deputados, está em análise na Casa. A reunião atende requerimento da senadora Leila Barros (Cidadania-DF). 

PODER JUDICIÁRIO

• PEC dos Precatórios | Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, pode decidir sobre ação que questiona mudanças regimentais durante a votação, em 1º turno, da proposta.

ELEIÇÕES 2022

• Presidência da República | Ex-juiz Sergio Moro se filia ao Podemos nesta quarta-feira (10). Moro é pré-candidato da legenda à sucessão presidencial em 2022. O partido tem 10 deputados federais e 9 senadores.

• Prévias do PSDB | Governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), além do ex-senador Arthur Virgílio (AM), que disputam as prévias do partido, participam, sexta-feira (12), de debate promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo a partir das 12 horas.

 

FONTE: DIAP

fiscalização trabalhista

IMAGEM: MPT/REPRODUÇÃO

Ministério do Trabalho recomenda barrar recebimento de recursos e bens previstos em TACs do MPT

O governo Jair Bolsonaro (sem partido) passou a recusar recursos arrecadados em decorrência de infrações trabalhistas, usados diretamente para equipar grupos de fiscalização do próprio governo, e determinou que esses valores e bens sejam destinados ao FDD (Fundo de Defesa dos Direitos Difusos) ou ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

A mudança no uso de recursos e bens —como caminhonetes destinadas à atuação de auditores-fiscais do trabalho— esvazia a fiscalização trabalhista, em razão da forte dependência de gerências e superintendências regionais a bens, serviços e obras previstos nos TACs (termos de ajustamento de conduta) assinados pelo MPT (Ministério Público do Trabalho).

Auditores, integrantes do MPT e a Justiça do Trabalho apontam um retrocesso na imposição feita pelo governo Bolsonaro, capitaneada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência. A medida pode paralisar fiscalizações de trabalho escravo, acidentes de trabalho e trabalho infantil, segundo críticos da medida.

A mudança foi efetivada após a recriação do Ministério do Trabalho no fim de julho, uma ação de Bolsonaro para reacomodar na Esplanada um de seus principais aliados no campo político, Onyx Lorenzoni.

 

Bolsonaro havia extinguido a pasta assim que chegou ao Palácio do Planalto, em 2019. O Trabalho havia sido agregado ao Ministério da Economia, de Paulo Guedes.

Um ofício do Ministério do Trabalho e da Previdência de 27 de outubro, obtido pela Folha, comunica a subsecretarias, coordenações e superintendências regionais a "impossibilidade de recebimento de bens patrimoniais ou recursos financeiros decorrentes de TAC ou aplicação de multas".

O ofício é assinado pelo secretário de Trabalho do ministério, Luís Felipe Batista de Oliveira.

Quando recebe uma denúncia, o MPT costuma acionar equipes de fiscalização formadas por auditores vinculados ao Ministério do Trabalho. Um relatório —sobre trabalho escravo, sobre um acidente de trabalho ou sobre outra questão relacionada— é enviado aos procuradores que integram o MPT, que podem, a partir daí, fazer um TAC com a empresa envolvida.

O acordo pode envolver pagamentos por danos morais coletivos. Na execução do acordo, é comum que entre as possibilidades previstas estejam a destinação de veículos, drones, obras ou serviços para o funcionamento das equipes de fiscalização.

Auditores ouvidos pela Folha relatam que, diante de restrições orçamentárias, essa é a única maneira de equipes saírem às ruas para fiscalização trabalhista. E também o único caminho para a própria existência de unidades regionais, em cidades distantes dos grandes centros urbanos.

Para mudar o destino de recursos previstos em TACs do MPT, o Ministério do Trabalho fez uso de dois pareceres jurídicos elaborados no governo Bolsonaro.

Um foi elaborado pela AGU (Advocacia-Geral da União), entre dezembro de 2019 e março de 2020, quando o então advogado-geral substituto, Renato de Lima França, avalizou o documento.

O outro é resultado de uma consulta feita pela Secretaria de Previdência e Trabalho, quando ainda estava vinculada à Economia. Foi elaborado pela PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) em agosto deste ano.

"Conforme consta do parecer da AGU, os valores destinados à indenização de direitos difusos ou coletivos em sentido estrito, pactuados no âmbito de TACs, incluindo as multas decorrentes de seu eventual descumprimento, devem ser destinados ao FDD ou, nos casos em que os direitos difusos ou coletivos possuam natureza trabalhista, ao FAT", afirmou o ministério no ofício.

Já o parecer da PGFN, segundo a pasta, diz que o ministério não pode receber diretamente os bens e recursos destinados pelo MPT.

O ministério recomenda, então, que as unidades deixem de receber "bens permanentes (móveis e imóveis), serviços, obras ou mesmo recursos financeiros oriundos do MPT em decorrência de TACs".

Se a recomendação não for atendida, agentes públicos poderão ser responsabilizados, conforme o ofício.

As previsões feitas em TACs garantiam custeios básicos, como gasolina e pneus de carros.

A nova orientação do Ministério do Trabalho —inédita, segundo auditores ouvidos pela reportagem— já levou a pelo menos três recusas de bens e recursos: R$ 1 milhão no Paraná; uma caminhonete no Espírito Santo; e uma caminhonete para fiscalização rural no interior de Minas Gerais.

No caso desta última recusa, o MPT acionou a Justiça do Trabalho, que determinou que a gerência regional em Montes Claros receba o veículo.

O parecer jurídico usado pelo Ministério do Trabalho é de "caráter interno" e "não vincula este juízo", conforme decisão da Justiça do Trabalho de Pirapora (MG).

A Justiça apontou ilegalidade na destinação dos recursos aos fundos propostos.

O FDD, ao listar suas finalidades, não citou reparação de danos causados aos trabalhadores, conforme a decisão. E os recursos do FAT não atendem aos fins sociais previstos em lei, sendo destinados a seguro-desemprego, abono salarial e educação profissional, segundo a decisão.

O juiz Pedro Paulo Ferreira determinou que a Superintendência do Trabalho receba a caminhonete acertada no TAC firmado pelo MPT, "de maneira a permitir o cumprimento de sua função fiscalizadora".

O magistrado afirmou ser "incontroversa a necessidade de destinação" do bem à gerência regional em Montes Claros.

Em nota, o MPT afirmou que cumpre a lei da ação civil pública, resoluções do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) e do CSMPT (Conselho Superior do MPT) e decisões judiciais que determinam reparação de danos.

"O MPT entende que a destinação de recursos a fundos, no exercício de sua atividade finalística, judicial ou extrajudicial, não é a única alternativa posta pela ordem jurídica, cabendo também outras formas de reparação direta ou indireta dos danos causados, tudo em prol da promoção do trabalho decente", disse a nota.

O Ministério do Trabalho afirmou ter se baseado nos pareceres jurídicos da AGU e da PGFN.

"O ofício circular nada mais é que uma orientação às unidades subordinadas ao ministério para o cumprimento dos entendimentos jurídicos citados", afirmou, em nota.

A fiscalização do trabalho escravo, trabalho infantil, acidentes de trabalho e todas as fiscalizações relacionadas são garantidas por recursos disponíveis no Orçamento da União, conforme a pasta.

"Não se trata, portanto, de compensação pelo não recebimento desses bens. O Orçamento da União deve garantir o andamento das ações fiscais em todo o país."

Sobre a decisão da Justiça do Trabalho em Minas Gerais, o ministério afirmou que aguarda um parecer da AGU, que entrou com um recurso contra a decisão.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

INSS 2021 novo valor da aposentadoria

IMAGEM: Natinho Rodrigues/Arquivo/Diário do Nordeste

 

A obrigatoriedade de uma idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e de 62 para mulheres, imposta pela reforma da Previdência, que completará dois anos no próximo dia 13 de novembro, foi a mudança de maior impacto para os brasileiros que contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Os especialistas também destacam que há pouco o que se comemorar neste segundo aniversário da reforma, pois ela representou um endurecimento das regras e o retrocesso de alguns direitos para quem sonha com a aposentadoria no país

Na visão do advogado João Badari, sócio do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados, diversos direitos dos trabalhadores e segurados dos regimes próprios e geral da Previdência Social foram alterados e significaram um retrocesso. "Entre elas as regras de aquisição dos benefícios, como a exclusão da possibilidade de aposentar-se por tempo de contribuição na regra permanente, aumento de idades mínimas, mudanças na pensão por morte até a regulamentação de novas alíquotas de contribuição", diz

Entre os principais pontos, segundo Badari, estão as pensões por morte concedidas, com óbitos pós 13 de novembro de 2019. Antes desta data as pensões por morte eram concedidas em 100% aos dependentes, ou seja, o seguro social pago mensalmente no caso de falecimento do mantenedor do lar garantia aos seus dependentes um benefício integral.
"Com a reforma a regra mudou e a pensão não terá o redutor dos 20% menores salários de contribuição após a data de julho de 1994, e será de 60% (mais 2% a cada ano contribuído a partir de 15 anos para mulheres e 20 anos para homens). E após estes dois redutores se aplica a alíquota de 50% e um acréscimo de 10% para cada dependente", afirma o especialista

Para se ter uma ideia, o advogado cita um exemplo de cálculo da nova pensão. "Vamos imaginar o senhor José, que faleceu em 2020 e deixou a esposa e um filho. Se a média das contribuições do José era de R$ 4 mil (descontando os 20% menores), se aplicarmos os redutores atuais de não excluirmos os 20% menores, o coeficiente do salário de benefício para RMI de 60% e posteriormente o redutor de 70% (esposa mais um filho), o benefício inicial dos beneficiários da pensão será em torno de R$ 1,5 mil", exemplifica

O advogado especialista em Direito Previdenciário Celso Joaquim Jorgetti, da Advocacia Jorgetti, ressalta que o brasileiro será obrigado a trabalhar por mais tempo e receber um valor menor no benefício. "Após a reforma, os pontos mais prejudiciais para o segurado foram a implantação de uma idade mínima para a aposentadoria e as novas formas de calcular o benefício. No caso da idade mínima a regra geral de aposentadoria passou a exigir pelo menos 62 anos de idade e pelo menos 15 anos de contribuição das mulheres e 65 anos de idade e 20 anos de contribuição dos homens. Já no cálculo do benefício as novas regras preveem que valor da aposentadoria agora é calculado com base na média de todo o histórico de contribuições do trabalhador (não descartando as 20% menores)", pontua

Jorgetti complementa que o segurado terá que trabalhar muito mais para conseguir um benefício de maior valor. "Isso porque, além de atingir o tempo mínimo de contribuição (20 anos se for homem e 15 se for mulher para aqueles que ingressarem no mercado de trabalho depois da reforma), os trabalhadores do regime geral terão direito a 60% do valor do benefício integral, com o percentual subindo 2 pontos para cada ano a mais de contribuição. Para ter direito a 100% da média dos salários, a mulher terá de contribuir por 35 anos, e o homem, por 40 anos", observa

Para Marco Aurelio Serau Junior, advogado, professor da UFPR e diretor científico do Ieprev, o legado mais óbvio da reforma da Previdência é, "certamente, uma dificuldade mais acentuada para se aposentar, diante da fixação de idade mínima, bem como do endurecimento das regras de transição e tudo isso agravado em um contexto de pandemia, com significativas consequências econômicas e grandes impactos no mercado de trabalho."

E, de acordo com o advogado Ruslan Stuchi, sócio do escritório Stuchi Advogados, com a pandemia as dificuldades impostas pelas novas regras para aposentadoria no Brasil aumentaram. "Houve um aumento no desemprego, o que dificultou o segurado a realizar contribuições ao INSS durante esse período, fazendo com que esse demore mais para se aposentar", comenta.

Regras de transição
As regras de transição, uma das novidades impostas pela reforma, ainda vão perdurar por alguns anos, informa a advogada Debora Hutado, do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados. "Como exemplo, temos a regra de transição da aposentadoria por tempo com o sistema de pontos (soma da idade com tempo de contribuição). Nesses casos, a cada ano que passa, a soma aumenta 1 ponto. No ano de 2022 a soma chega a 89 para mulheres e 99 para homens (que deverão ter, no mínimo, 30 e 35 anos de contribuição, respectivamente). Além disso, no caso da aposentadoria por idade das mulheres, houve um aumento gradativo da idade mínima necessária desde 2019, começou com 60,5 anos em janeiro de 2020, e a cada ano é acrescida de mais 0,5, finalizando com 62 anos em 2023", revela

A advogada também cita a regra de transição que leva em consideração a idade mínima mais o tempo de contribuição. "Nesse caso, o tempo de contribuição é sempre fixo, de 30 anos para mulheres e 35 para homens, porém a idade necessária aumenta 0,5 ano a cada ano que passa. Para os homens, a contagem iniciou em 60 anos e chega aos 62,5 em 2022 (finalizando em 2031 com 65 anos). Já para as mulheres, a contagem começou em 56 anos em 2019, chega aos 57,5 em 2022 e finaliza no mesmo ano que a dos homens", orienta.

Mais pobres financiam mais ricos
João Badari aponta que a obrigatoriedade de uma idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e de 62 para mulheres, imposta pela reforma da Previdência, faz com que um grande número de pessoas, notadamente as mais pobres, contribuam com o financiamento de um sistema ao qual não terão acesso

"A população de periferias urbanas ou das zonas rurais precisa entrar no mercado de trabalho mais cedo, vivendo em situação mais precária, trazendo também uma diminuição em sua expectativa de vida, que gira em torno dos 60 anos. Portanto, boa parcela dos mais carentes não poderá usufruir da tão sonhada aposentadoria. São essas pessoas que mais precisam das garantias da Seguridade Social, formada pelo tripé: saúde, assistência social e Previdência. Os mais necessitados terão as maiores dificuldades para acessar a aposentadoria. Por outro lado, moradores de bairros nobres de grandes cidades, que têm melhores condições de renda, vivem cerca de 80 anos e contam com o benefício por mais tempo, com a contribuição dos mais necessitados", frisa o especialista

Os números revelados na edição de 2021 do Mapa da Desigualdade, divulgado no último dia 21 de outubro pela Rede Nossa São Paulo reforçam essa tese. Segundo o documento, os moradores de 15 dos 96 distritos da capital paulista têm expectativa média de vida inferior a 63 anos, o que significa que, na média, eles vão contribuir com a Previdência Social e financiar o benefício dos mais ricos. Todos habitam alguns dos bairros mais pobres, com infraestrutura deficitária e mais distantes do centro paulistano.

Na comparação entre extremos, o morador do bairro periférico Cidade Tiradentes, na zona leste, tem a menor idade média ao morrer, com 58,3 anos. Já no rico bairro paulistano Alto Pinheiros, a expectativa média de vida da população é de 80,9 anos, o que significa praticamente 16 anos de aposentadoria

O advogado especialista em Direito Previdenciário Gustavo Bertolini reforça que o legado deixado pela reforma não é nada bom. "O que se vê, na prática, é uma redução considerável no valor dos benefícios previdenciários com as novas regras, assim, reduzindo o poder de compra dos beneficiários justamente no momento em que suas despesas pessoais costumam aumentar em razão de consultas médicas regulares, medicamentos, necessidade de adaptação do imóvel. Além disso, trouxe a fixação de uma idade mínima para todas as modalidades de aposentadoria, desta forma, tornando muito mais difícil o direito do segurado de se aposentar", frisa.

 

FONTE: REVISTA CONSULTOR JURÍDICO/CONJUR

 

IMAGEM: CODERN AUTORIDADE  PORTUÁRIA

 

O Terminal Salineiro de Areia Branca (TERSAB) foi arrendado pelo Consórcio Intersal, nesta sexta-feira (05), em leilão promovido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O evento aconteceu na Bolsa de Valores de São Paulo, ao todo serão investidos R$ 164 milhões ao longo do contrato. Espera-se que o volume de sal salte de 2 milhões anuais de toneladas para 6 milhões por ano. 

O Terminal arrematado é administrado pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN) e está localizado no Oceano Atlântico, a 14 km da costa de Areia Branca (em linha reta), e a 330 km de Natal. Foi inaugurado em 01 de março de 1974 e sua primeira operação se deu em 04 de setembro do mesmo ano. 
 
De acordo com represetantes do Consórcio Intersal na coletiva de imprensa, serão gerados mais 3 mil empregos e ao longo dos 25 anos serão mais de 100 mil em toda a cadeia produtiva da indústria salineira. 
 
O Diretor-Presidente Substituto da CODERN, Ulisses Danilo Silva Almeida, comemorou o acordo e como será o desenvolvimeto socieconômico dentro do estado. “É um dia de comemoração pelo que representa o Porto-Ilha para a indústria de sal do Brasil,  gerando emprego, renda e oferecendo infraestrutura para se manter o protagonismo do sal potiguar junto ao mercado nacional e internacional. Ficamos felizes também por saber que as empresas acreditam no Porto-Ilha, na CODERN”, comentou Ulisses.
 
Porto de Maceió
Também foi arrendado por nesta sexta-feira (05) um espaço de 71 mil metros quadrados (MAC13) destinado à movimentação e armazenagem de açúcar no Porto de Maceió (AL), que estava representado pelo administrador Dagoberto Omena. Serão R$ 59 milhões em investimentos. 
 
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
 

Presidente do Chile, Sebastián Piñera

IMAGEM: Agencia Makro/Getty Images

Senado decidirá futuro do político, que tem mandato até março; sessão teve deputado discursando por mais de 15 horas

A Câmara dos Deputados do Chile aprovou, nesta terça-feira (9), a abertura de processo de impeachment contra o presidente Sebastián Piñera. A ação está ligada à aparição do mandatário nos chamados Pandora Papers, em um caso de possível conflito de interesses envolvendo a venda de uma empresa ligada a sua família.

Na votação, 78 deputados se posicionaram a favor da abertura de processo, enquanto 67 foram contra e 3 se abstiveram. Eram necessários 78 votos.

Aprovado na Câmara, o pedido de impeachment passa agora a ser discutido no Senado. Piñera, que tem mandato até março de 2022 —o primeiro turno da eleição está marcado para o próximo dia 21— só perde o posto caso o afastamento seja determinado pela câmara alta.

Para isso, seriam necessários votos de dois terços dos parlamentares, ou seja 29 dos 43 senadores. Hoje, porém, a possibilidade de uma nova derrota é pequena, já que na Casa a aliança governista tem maioria. Caso ele seja realmente levado a deixar o cargo, quem assume até o fim do mandato é Rodrigo Delgado, hoje ministro do Interior.

 

Pesquisa do instituto Ipsos divulgada na última semana mostrou que 60% dos chilenos se dizem favoráveis ao impeachment do presidente. De acordo com o relatório mais recente do Instituto Cadem, Piñera tem 15% de aprovação popular —a rejeição tem impactado também o candidato governista à sucessão, Sebastián Sichel, hoje em quarto lugar nas pesquisas.

A sessão na Câmara nesta segunda (8) foi marcada por grande esforço da oposição para esticar ao máximo as discussões. Mais precisamente, até a madrugada de terça. Isso porque um parlamentar crítico a Piñera, Giorgio Jackson, cumpria quarentena depois de ter tido contado com uma pessoa infectada com o coronavírus e só poderia sair de casa após a meia-noite.

Com votos contados um a um de ambos os lados, a presença de Jackson era considerada fundamental pela oposição. Como parte da estratégia, o socialista Jaime Naranjo chegou ao Congresso carregando uma pasta com 1.300 folhas de papel. Ele discursou por 15 horas, fazendo pausas apenas para ir ao banheiro, de forma a prolongar a sessão e permitir a presença do colega quarentenado.

O texto acusatório aprovado na Câmara, apresentado pela oposição no começo de outubro, trata da "violação do princípio de probidade e do comprometimento grave da honra da nação".

O processo contra Piñera teve início depois da divulgação dos Pandora Papers. A investigação jornalística, capitaneada pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), revelou que o mandatário teria realizado uma operação com potencial conflito de interesses envolvendo uma conta offshore nas Ilhas Virgens Britânicas.

A venda da mineradora Dominga, que pertencia à família do atual chefe do Executivo, foi fechada em 2010, ano em que Piñera também ocupava a Presidência do Chile. Segundo a apuração jornalística, o comprador, amigo próximo do político, exigiu que não fosse criada uma área ambiental na zona de operação da empresa, o que atrapalharia a exploração de minério na região.

A transação, que movimentou US$ 152 milhões (R$ 838 milhões), seria dividida em três parcelas, sendo que a última apenas seria liberada caso não fosse estabelecida a área de proteção, requerida por ativistas. Na época, o governo acabou não delimitando a área como zona verde, e o pagamento, portanto, teria sido confirmado. O Ministério Público chileno também investiga o caso.

O mandatário apresentou sua defesa por escrito, na semana passada, na qual afirma que entregou seus negócios a um fideicomisso em 2009. Na realidade, Piñera foi dissociando-se de algumas de suas empresas apenas depois de críticas e acusações reveladas pela imprensa a partir do início de seu primeiro mandato, em 2010.

Ainda assim, o presidente afirma que o caso revelado pelos Pandora Papers não está entre eles. A concretização da venda da mineradora, porém, segundo a investigação jornalística, ocorreu nove meses depois da posse.

A sessão desta segunda começou às 10h, com a leitura da peça acusatória, de 99 páginas. Na sequência, começou a longa fala de Naranjo, que enfileirou argumentos pró-impeachment —de impactos no meio ambiente envolvendo a operação da mineradora até pontos técnicos da Constituição sobre o impedimento de um presidente e o uso de contas offshore.

O deputado fez um breve recesso à tarde, durante o qual um médico mediu sua pressão arterial e informou a bancada de que ele estava liberado para continuar discursando e participar da votação. Além das pausas para ir ao banheiro, ele também interrompeu o discurso algumas vezes avisando que tomaria "um pouquinho de água".

Perto da meia-noite, os parlamentares sentados em cadeiras próximas às dele exibiram para as câmeras que transmitiam a sessão cartazes nos quais se lia "Força, deputado Naranjo".

Nem Piñera nem seus apoiadores no Congresso fizeram questionamentos à estratégia da oposição. Segundo a defesa do presidente, como a causa discutida não tem mérito, apresentar um recurso seria reconhecer esse ponto. "Nossa defesa é contra a questão de fundo, a falta de mérito da acusação", disse o advogado Jorge Gálvez.

Além do episódio ligado aos Pandora Papers, que deu origem ao seu processo de impeachment, Piñera enfrenta desgastes de imagem por causa da Assembleia Constituinte, formada após reivindicações de grandes protestos que incendiaram o país em 2019, e por atritos com os povos mapuches.

No mês passado, ele anunciou a militarização de quatro zonas em regiões habitadas por esses indígenas depois que, em um protesto desses povos na capital, uma mulher foi morta em embate com os policiais. Parlamentares da Constituinte pediram uma investigação sobre possíveis abusos cometidos pelas forças de segurança chilenas.

 

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

Megaleilão do pré-sal fracassa e Petrobrás banca mais de 90% dos bônus arrecadados pelo governo

IMAGEM: FUP

 

O Ministério da Economia disse à Petrobras que não há estudos ou avaliações para a privatização da estatal neste momento, contradizendo declarações repetidas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas últimas semanas.

A série de falas de Bolsonaro sobre privatização, em meio a críticas sobre a política de preços dos combustíveis, é alvo de investigações na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que avalia o cumprimento das exigências legais de divulgação de fatos relevantes ao mercado.

As manifestações do presidente vêm gerando oscilações no preço das ações da companhia. No último dia 25, por exemplo, após entrevista de Bolsonaro, os papéis chegaram a bater alta de 7,7%. No fim do pregão, as ações preferenciais fecharam em alta de 6,84%.

No mesmo dia, a CVM abriu um processo para investigar a Petrobras, levando a empresa a cobrar do governo um posicionamento sobre o tema. Um outro processo foi aberto no dia 27, logo após Bolsonaro dizer que sabia antecipadamente de reajuste nos preços dos combustíveis. 

À Petrobras, o Ministério da Economia diz "não haver fato relevante a ser comunicado ao mercado pela União neste momento ou recomendação de inclusão da desestatização da Petrobras no Programa de Parcerias de Investimentos."

Afirma ainda, segundo a estatal, que "não há estudos ou avaliações em curso que tratem do tema no âmbito da Secretária Especial do Programa de Parcerias de Investimentos do ME [Ministério da Economia]".

Já o Ministério de Minas e Energia, órgão ao qual a Petrobras é subordinada, diz "não ter conhecimento da existência de qualquer decisão, ato ou fato relevante da União Federal que deva ser comunicado à Petrobras para subsequente divulgação ao mercado".

Na segunda-feira (1º), Bolsonaro afirmou em entrevista na Itália ter pedido ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para "começar a tomar as medidas para ir por parte tirando das garras do Estado a Petrobras". A resposta do ministério à estatal foi dada nesta quinta (4).

Bolsonaro passou as últimas semanas questionando a estatal em entrevistas e lives em redes sociais. No dia 27 de outubro, data de abertura do segundo processo na CVM, disse que a empresa só dá "dor de cabeça " e está "prestando serviço para acionistas e ninguém mais".

Com a popularidade afetada pela escalada dos preços dos combustíveis, o presidente vem buscando transferir a responsabilidade desde o início do ano, atacando governadores, postos e distribuidoras. Agora, o alvo virou a estatal.

"Eu indico o presidente, passa pelo conselho, e tudo de ruim que acontece lá cai no meu colo. O que é de bom, nada cai no meu colo", reclamou nesta segunda-feira (1º) em entrevista concedida na Itália, na qual disse ter conhecimento antecipado sobre preços dos combustíveis.

A CVM tem processos abertos também para investigar declarações do presidente da República no início do ano, quando ele decidiu demitir o então presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, por redes sociais, sem cumprir os ritos de divulgação de fatos relevantes ao mercado.

Naquela ocasião, a empresa perdeu em apenas um dia R$ 102,5 bilhões em valor de mercado, como resposta aos sinais de interferência política na gestão da companhia.

 

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

Plenário da Câmara dos Deputados

IMAGEM: REUTERS/Adriano Machado

 

Em sessão marcada para as 9 horas desta terça-feira (8), o Plenário da Câmara dos Deputados pode continuar a votação, em 1º turno, da PEC dos Precatórios (Proposta de Emenda à Constituição 23/21, do Poder Executivo). Os deputados precisam analisar os destaques apresentados pelos partidos na tentativa de mudar trechos do texto aprovado na semana passada.

Nessas votações estão os principais pontos da PEC, como a limitação do valor de despesas anuais com precatórios, a mudança da forma de calcular o teto de gastos e a prioridade de pagamento de precatórios do antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Esses trechos precisam de 308 votos favoráveis para serem aprovados.

A proposta de prioridade de pagamento de dívidas da União com estados relativas ao Fundef é de 40% no primeiro ano e de 30% em cada um dos dois anos seguintes, conforme o exercício de inclusão no orçamento. A prioridade não valerá apenas contra os pagamentos para idosos, pessoas com deficiência e portadores de doença grave.

Precatórios são dívidas do governo com sentença judicial definitiva, podendo ser em relação a questões tributárias, salariais ou qualquer outra causa em que o poder público seja o derrotado.

Segundo nota da Consultoria de Orçamento da Câmara, do total de precatórios previstos para pagamento em 2022, 26% (R$ 16,2 bilhões) se referem a causas ganhas por quatro estados (Bahia, Ceará, Pernambuco e Amazonas) sobre os repasses do Fundef. Parte dos recursos deve custear abonos a professores.

Fundef

O outro item da pauta da sessão deliberativa é o Projeto de Lei 10880/18, que regulamenta a aplicação de recursos obtidos com precatórios por estados e municípios relativos ao antigo Fundef e ao FUNDEB (o atual e o que vigorou até 2020). A proposta teve a urgência aprovada na sessão desta segunda-feira (8).

De acordo com o substitutivo do deputado Idilvan Alencar (PDT-CE), pela Comissão de Educação, o dinheiro será distribuído conforme as regras de rateio dos dois fundos.

O projeto, de autoria do ex-deputado JHC (AL), prevê que os recursos pagarão a remuneração de profissionais da educação básica e despesas com manutenção e desenvolvimento da educação, como aquisição de material didático-escolar e conservação das instalações das escolas.

O Fundef (Lei 9.424/96) destinava 60% dos seus recursos para pagamento de salários de profissionais. O Fundeb, em sua fase provisória (Lei 11.494/07), manteve essa regra até o ano passado, quando entrou em vigor a regulamentação permanente do fundo (Lei 14.113/20), que ampliou o percentual para 70%.

Dessa forma, 60% dos recursos de precatórios do Fundef devem ir para essa finalidade e 70% de possíveis precatórios futuros do novo Fundeb também.

 

FONTE: AGÊNCIA CÂMARA

 

Porto-Ilha movimenta granéis sólidos minerais, em especial, o sal

IMAGEM: ARQUIVO JORNAL TRIBUNA DO NORTE

 

Depois do leilão da Rodovia Via Dultra Rio/Santos, realizado no último dia 29 de outubro e do leilão do 5G, o Terminal Salineiro de Areia Branca-Tersab, no Rio Grande do Norte, será leiloado nesta sexta-feira (5) na expectativa de alcançar R$ 164 milhões em investimentos no contrato com duração de 25 anos, prazo do arrendamento da estrutura. O leilão do Tersab, também conhecido como Porto-Ilha, acontece a partir das 15h na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no mesmo pacote de privatizações dos portos de Fortaleza/CE e Maceió/AL.

O porto-ilha potiguar tem 35.114 m², subdividido em uma parte offshore e outra onshore, dedicado à armazenagem e movimentação de granéis sólidos minerais, especialmente o sal, sendo a principal plataforma de escoamento do minério produzido no Estado, com capacidade de 150 mil toneladas, o que faz do RN o maior produtor de sal do País. Estima-se que o leilão gere 3.257 empregos ao longo dos 25 anos do contrato de arrendamento, entre diretos, indiretos e efeito-renda.  
 
Uma das justificativas para a privatização do porto salineiro é a necessidade de garantir as exportações porque o governo argumenta que há o risco de perder mercado nacional e principalmente internacional com a expansão do comércio do sal do Chile.
 
A Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), que administra o terminal, informou que não se pronunciaria momentaneamente até que o resultado do certame seja anunciado, mas relembrou que a entrega ao arrendatário não é imediata, já que é necessário todo um trâmite depois do leilão.
 
Em comunicado anterior, a Codern havia dito que a concessão do Tersab à iniciativa privada proporcionará uma série de investimentos em infraestrutura, resultando em mais receita para que a que a companhia tenha condições  de fazer melhorias no Porto de Natal. 
 
A concessão anima o setor da industria do sal. “O setor salineiro como um todo enxerga com muito otimismo o processo de arrendamento e os resultados positivos que trará. Nossa expectativa é de crescimento da atividade a partir da desestatização. A operação do porto pelo setor privado nos traz expectativa de que a operação, como um todo, vai melhorar, com mais investimento em equipamentos que devem permitir a operação com maiores volumes, aumentando a carga”, declarou o presidente do Sindicato das Industrias de Extração do Sal do Estado do Rio Grande do Norte (Siesal/RN), Airton Torres.
 
O estudo para o leilão do terminal salineiro vem se estendendo desde 2019, obedecendo uma série de requisitos como a realização de audiências públicas. O empreendimento foi qualificado na 13ª reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos - PPI, por meio da Resolução nº 121, de 10/06/2020. Esse documento opina pela qualificação de empreendimentos públicos federais do setor portuário e do setor de transporte rodoviário no âmbito do PPI e previa o leilão do terminal salineiro no primeiro semestre de 2021. 
 
Por outro lado, todo esse processo de privatização preocupa os trabalhadores portuários. Eles ainda estão em negociação com a Codern para saber como ficará a situação da categoria, caso não sejam absorvidos pela empresa arrendatária que assinar o contrato. São trabalhadores celetistas, que não têm a mesma estabilidade dos funcionários efetivos.
 
Sindicato dos Portuários teme demissão em massa
 
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Portuários do RN (Sinporn), Pablo Barros, diz que há o temor do desemprego em massa porque o edital do leilão não prevê que a empresa vencedora absorva os atuais trabalhadores. Além disso, uma reestruturação administrativa no quadro da Codern deve eliminar 105 dos 115 cargos hoje em operação no porto.
 
“Até o momento não temos nada resolvido sobre a situação dos trabalhadores. Nossa preocupação maior é que ocorram demissões em massa. No dia 15 de outubro nós tivemos uma audiência pública da Assembleia Legislativa e no dia 27 nós tivemos uma Audiência com o Ministro da Infraestrutur, mas não temos nada de oficial”, disse ele.
 
A Codern garantiu que o diálogo com o sindicato é permanente, inclusive, com participação em audiências públicas, como ocorreu no mês passado em Areia Branca, onde o Diretor-Presidente substituto da companhia, Ulisses Danilo Silva Almeida,  apresentou possibilidades para os colaboradores com o arrendamento do terminal.
 
“Nós vamos discutir individualmente com cada um e oferecer possibilidades, como o Plano de Desligamento Voluntário do Empregado (PDVE), que proporcionará a abertura de vagas em Natal e Maceió, de forma que se possa ofertar esses postos àqueles que hoje estão em Areia Branca, além da possibilidade de Cessão e Movimentação para outros órgãos”, afirmou na ocasião destacando que alguns órgãos do Governo têm interesse em receber o pessoal do Porto Ilha, porém, ainda não há definição sobre o destino dos trabalhadores.
 
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
 

 

MPT ponderou, entretanto, que não é possível afirmar que as suspeitas tenham ligação com o acidente envolvendo a cantora

O Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO) abriu um inquérito para apurar possíveis irregularidades trabalhistas cometidas pela PEC Táxi Aéreo, empresa responsável pelo avião que caiu e causou a morte da cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas.

Alvos de denúncias por parte dos funcionários, a companhia é investigada por possíveis desrespeitos a jornadas de trabalho e falta de descanso dos pilotos.

A primeira denúncia anônima foi feita em maio deste ano, segundo o procurador-chefe do Trabalho, Alpiniano do Prado Lopes. De acordo com ele, o funcionário afirmou que a empresa não respeitava horários de trabalho e que os pilotos voavam mais do que o número de horas recomendado. O denunciante alegou ainda que a tripulação não tinha lugar adequado para descansar.

Segundo Alpiniano do Prado Lopes, as investigações serão aceleradas devido à morte de Marília Mendonça, nesta sexta-feira (5), após a queda do avião de pequeno porte perto de uma cachoeira na serra de Caratinga, interior de Minas Gerais.

O MPT de Goiás ouvirá nos próximos dias testemunhas e representantes da empresa. Além disso, o órgão deve pedir documentos complementares para concluir o inquérito. No entanto, o MPT ponderou que não é possível afirmar que as suspeitas tenham ligação com o acidente envolvendo a cantora.

A CNN procurou a empresa PEC Táxi Aéreo, mas, até o momento, não teve retorno.

FONTE: CNN

Corrupção e Custo Brasil: Estamos fadados a Viver Crises de Confiança?

IMAGEM: DINHEIRAMA SITE

Chefe de grupo da OCDE diz que aumento da corrupção no Brasil contribui para piora na economia

Drago Kos, da divisão antissuborno, mostrou-se cético em relação à acessão no curto prazo e chamou o país de 'mau aluno'

O aumento de corrupção no Brasil contribui para a piora na economia do país, disse nesta quinta-feira (4) o esloveno Drago Kos, chefe do grupo antissuborno da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o chamado clube das nações ricas.

Em evento promovido pela Fundação Fernando Henrique Cardoso e pela Transparência Internacional, o xerife anti-corrupção da OCDE também se mostrou cético em relação à entrada do Brasil na entidade no curto prazo, comparando o país a um "mau aluno".

"Os critérios dos estados membros [para aceitar novos membros na OCDE] se tornaram mais rígidos recentemente, nós realmente não queremos ter maus alunos na classe. Já temos um número suficiente de maus alunos, não precisamos de mais um", disse Kos, indagado sobre a possibilidade de o Brasil iniciar seu processo de entrada na OCDE no ano que vem.

A acessão à OCDE é uma das prioridades do governo Bolsonaro, porque funcionaria como uma espécie de selo de qualidade para investidores, já que os países que ingressam na entidade precisam cumprir uma série de exigências e padrões de qualidade em políticas públicas. 

O Brasil iniciou o processo de adesão em 2017, e obteve apoio do ex-presidente americano Donald Trump. Mas a União Europeia insiste para que candidatos do leste europeu, como Romênia, Bulgária e Croácia, tenham prioridade e sejam admitidos antes que Brasil, Argentina e Peru.

Além disso, a política ambiental do governo Bolsonaro e a percepção da OCDE sobre o enfraquecimento do combate à corrupção no país tornaram-se obstáculos para a acessão, que também enfrenta grande resistência dos legisladores democratas nos EUA.

No início do ano, a OCDE, pela primeira vez, criou um grupo de trabalho especialmente dedicado ao monitoramento da corrupção no Brasil. A entidade citou preocupação com o fim "surpreendente" da Lava Jato, o uso da lei contra abuso de autoridade e as dificuldades no compartilhamento de informações de órgãos financeiros para investigações, segundo revelou a BBC Brasil.

As apreensões só aumentaram, diz Drago Kos. "Estou preocupado com o Brasil", disse o esloveno.

"O Brasil era um caso típico de um país altamente corrupto, que explodiu, no sentido positivo, provando, com a Lava Jato, que estaria disposto a lidar até com os casos mais difíceis de corrupção."

Segundo ele, esse "entusiasmo na luta contra corrupção" parece estar desaparecendo, levando-se em conta acontecimentos recentes. Ele citou especificamente a proposta de mudanças no Conselho Nacional do Ministério Público, que poderia enfraquecer o poder do órgão.

"A quantidade de problemas no Brasil está aumentando: os últimos foram as mudanças propostas para o conselho superior do Ministério Público, além de acusações de corrupção envolvendo políticos importantes no país."

"Se você me perguntasse há três ou quatro anos sobre o combate à corrupção no Brasil, eu teria uma resposta muito simples: o Brasil é um dos melhores, provou que pode ir do zero na luta contra corrupção para 100% e isso podia ser dito sobre todas as instituições do país. Agora, há apenas alguns indivíduos e uma ou duas instituições engajadas no combate à corrupção."

O chefe do grupo da OCDE advertiu que o aumento da corrupção tem efeitos devastadores na economia, e isso também vai acontecer no Brasil. "Talvez não seja tão visível, porque vocês também estão lidando com consequências da pandemia, mas o aumento da corrupção no Brasil tem um papel na piora da situação econômica brasileira".

O Brasil enfrenta inflação acumulada superior a 10% e as projeções de crescimento para 2022 já estão abaixo de 1%. 

Indagado sobre a possibilidade de o Brasil iniciar o acesso à OCDE no ano que vem, ele disse ser impossível, por causa dos procedimentos necessários para o processo. "Teremos que esperar mais alguns anos para a entrada do Brasil", disse.

"Eu já vi países com menos problemas, e problemas menos importantes, que foram barrados. Mas já vi países com problemas maiores que o Brasil que receberem sinal verde. Depende dos estados-membros", disse Kos.

"Mas os critérios dos estados membros se tornaram mais rígidos recentemente, nós realmente não queremos ter maus alunos na classe. Já temos um número suficiente de maus alunos, não precisamos de mais um."

Indagado pelo moderador, o diretor-geral da Fundação FHC, Sérgio Fausto, se os abusos da Lava Jato, como o uso indiscriminado de delação premiada, foram uma das causas do retrocesso no combate à corrupção, Kos afirmou: "Isso sempre acontece, quando há uma instituição muito eficiente no combate à corrupção, o império, ou seja, os corruptos, contra-atacam. Na Romênia aconteceu algo muito semelhante", disse.

Ele disse esperar que policiais, juízes e promotores que combatem a corrupção respeitem a lei 100% do tempo. Mas afirmou que, por enquanto, ouviu apenas rumores, e vai esperar que as investigações sejam concluídas.

"Vi comunicações entre juízes e promotores, que podem ser entendidas como não muito éticas, mas, mesmo assim, não acho que isso seja um argumento forte o suficiente para dizer que todo o processo [da Lava Jato] era corrupto e juízes e promotores estavam violando a lei e abusando de seu poder. Acho que precisamos esperar por elementos mais concretos."

Chile, México e Colômbia são os únicos países da América Latina que conseguiram entrar na OCDE.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO