Foto divulgada pela Marinha do Peru revelando sinais de um derramamento de óleo na costa de Callao, no Peru, enquanto trabalhavam em um oleoduto submarino na refinaria da empresa espanhola Repsol, em 25 de janeiro de 2022

IMAGEM: MARINHA DO PERU/AFP

Medida tem validade para os próximos 18 meses e busca garantir que executivos testemunhem nas investigações

A Justiça do Peru determinou que os diretores da Repsol estão impedidos de sair do país pelos próximos 18 meses para que possam responder às investigações sobre o derrame de 6 mil barris de petróleo na refinariea de La Pampilla, no dia 15 de janeiro. 

A decisão atende a um pedido do Ministério Público e atinge o diretor executivo da Repsol Peru, Jaime Fernández–Cuesta, e os diretores Renzo Tejada, Gisela Posadas e José Reyes. Todos são acusados do delito de contaminação ambiental após o derrame na região de Ventanilla, localizada em Lima, capital peruana. 

"Estamos diante de um dos maiores ecocídios nas nossas costas. O governo assume o papel de sancionar os responsáveis pelos danos que afetam tragicamente a flora, fauna e as comunidades postas em risco e privadas do seu sustento cotidiano", declarou o presidente Pedro Castillo. 

O chefe de Estado visitou a região no dia 20 de janeiro e assinou um decreto que estabelece a emergência climática como um assunto de interesse nacional. O governo também assegurou que irá revisar o contrato com a transnacional petroleira.

Desde a última segunda-feira (24), um grupo de especialistas da ONU está no Peru para analisar os danos causados pelo derrame de petróleo cru. 

O desastre, que já afetou cerca de um milhão de metros quadrados de mar e causou danos significativos aos ecossistemas da região, continua a não ter sua causa revelada.

Em relatório preliminar, a empresa espanhola Repsol reconheceu que não foi capaz de calcular a real magnitude do acidente, ao mesmo tempo em que enfatizou assumir as consequências do desastre. 

FONTE: BRASIL DE FATO