INSS previdencial Social

IMAGEM: Hugo Barreto/Metrópoles

3,3 milhões precisam fazer atualização; veja calendário para não perder o benefício

A prova de vida do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) volta a ser obrigatória a partir de 2022 e o órgão já suspenderá benefícios por falta de recadastramento a partir de fevereiro. No país, 3.313.845 segurados ainda precisam realizar a prova de vida até janeiro de 2022, segundo dados do INSS de outubro, os últimos disponíveis. No total, 32.994.656 já fizeram a fé de vida (somando os recadastramentos realizados em 2020 e 2021).

Dois grupos precisam fazer a atualização até o dia 31 de janeiro: os aniversariantes de janeiro e os beneficiários que têm prova de vida vencida entre novembro de 2020 e junho de 2021. Quem perder o prazo terá o pagamento suspenso em fevereiro, informou o INSS.

A partir de 2022, todos os bancos vão considerar o mês de aniversário para a prova de vida. Segundo portaria do INSS, a comprovação deverá ser feita preferencialmente por atendimento eletrônico do banco responsável pelo pagamento, com uso de biometria. Os bancos também fazem esse tipo de atendimento presencialmente, para quem precisar.

Todos os beneficiários que estão com a prova de vida vencida entre novembro de 2020 e junho de 2021 terão até 31 de janeiro para fazer a atualização. As aposentadorias, pensões e demais benefícios desses segurados não foram cortados porque o recadastramento obrigatório está suspenso até 31 de dezembro de 2021, conforme lei de setembro. 

O INSS criou um calendário de vencimentos para a retomada da prova de vida obrigatória, com prazos que vão até abril de 2022. Em fevereiro de 2022, por exemplo, acaba a tolerância para quem está com a prova de vida vencida nos meses de julho e agosto de 2021.

CONFIRA O CALENDÁRIO DE VENCIMENTOS

Quando a prova de vida venceu

 

Prazo final para o recadastramento

Novembro/2020 a junho/2021

Janeiro/2022

Julho e agosto/2021

Fevereiro/2022

Setembro e outubro/2021

Março/2022

Novembro e dezembro/2021

Abril/2022

Mesmo sem ser obrigatória, a prova de vida continua sendo feita pelos bancos. Ou seja, não é preciso esperar até 2022 para fazer o recadastramento. Segundo o INSS, cerca de 36 milhões de beneficiários devem fazer a prova de vida anualmente. O procedimento voltará a ser obrigatório para todos que recebem benefícios por meio de conta-corrente, poupança ou cartão magnético.

COMO FUNCIONAM OS BLOQUEIOS

A partir de janeiro de 2022, em caso de ausência de comprovação de vida no mês de aniversário do segurado, o INSS enviará os dois pagamentos seguintes com bloqueio aos bancos. Caso não seja feita a comprovação de vida após o segundo bloqueio, o benefício será suspenso. Após seis meses de suspensão, será cancelado (cessado).

Se o benefício estiver com o pagamento bloqueado ou suspenso, o beneficiário deve ir ao banco e realizar a prova de vida. Com isso, a renda será reativada, e os pagamentos, liberados. Após o cancelamento, o benefício terá que ser reativado por meio de biometria pelo aplicativo Meu INSS. Outra opção será agendar o serviço "Realizar Prova de Vida - Situações Excepcionais", no Meu INSS ou pelo atendimento telefônico do 135.

ONDE FAZER A PROVA DE VIDA

.No banco:

A prova de vida deve ser feita no banco onde o aposentado ou pensionista recebe seu benefício. O segurado deverá levar um documento de identidade com foto (RG, carteira de motorista ou a carteira de trabalho). O procedimento é feito pessoalmente nas agências bancárias, pelos caixas eletrônicos (para quem tem biometria cadastrada) e, em algumas instituições, pelo internet banking ou nos aplicativos oficiais dos bancos. Há instituições em que as operações em que o cliente usa a biometria no mês de validação do recadastramento já são consideradas prova de vida.

.No INSS:

Maiores de 80 anos e beneficiários a partir de 60 anos que tenham dificuldade de locomoção podem fazer a prova de vida em domicílio. O beneficiário ou um familiar pode agendar, pelo 135 ou pelo Meu INSS, uma visita de um funcionário do órgão.

.Pelo Meu INSS:

Segurados com biometria facial cadastrada no TSE (via título de eleitor) e no Detran podem fazer a prova de vida digital, por meio do Meu INSS. Para saber se pode fazer o recadastramento pelo celular, é preciso acessar o Meu INSS.

Com procurador

Quem não puder ir ao banco por dificuldades de locomoção ou por motivo de doença pode fazer a prova de vida por meio de um procurador. Mas, para isso, é preciso que a procuração seja cadastrada previamente no INSS. A prova de vida por procuração também é uma alternativa para beneficiários que moram no exterior.

BANCOS DEVEM ASSEGURAR PRIORIDADE A IDOSOS

A portaria do INSS que unificou o mês de aniversário como critério para vencimento estabelece que os bancos devem facilitar e auxiliar o beneficiário que tenha a partir de 80 anos ou que tenha dificuldade de locomoção para evitar ao máximo o seu deslocamento até a agência bancária. Caso isso ocorra, o beneficiário deve ter preferência máxima de atendimento. 

 
FONTE: FOLHA DE S.PAULO

 

IMAGEM: Divulgação/DNIT

 

Um dos principais eixos logísticos do norte do país, a Hidrovia do Madeira, entre Porto Velho (RO) e Manicoré (AM), terá sua trafegabilidade aprimorada a partir desta semana. O Governo Federal, por meio do Ministério da Infraestrutura, concluiu os serviços de dragagem em 620 quilômetros do rio Madeira, rota responsável pelo escoamento da produção agrícola de Mato Grosso e Rondônia; de insumos, como combustíveis e fertilizantes, com destino a Porto Velho (RO) e Manaus (AM); e transportados alimentos e produtos da Zona Franca de Manaus.

Só em 2020, foram movimentadas pela hidrovia 10,4 milhões de toneladas de carga, volume cerca de 10% maior do que no ano anterior (9,5 milhões de toneladas). A região compreende os estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará, Mato Grosso e Tocantins, e permite o escoamento de safras pelo rio Amazonas e seus afluentes da margem direita – que correm na direção sul-norte.

Ciclo

As obras fazem parte do ciclo anual de trabalho que é realizado desde 2017 – e foi renovado este ano – e garantem a manutenção do canal de navegação com largura e profundidade adequados, mesmo durante período de estiagem. A dragagem assegura a fluidez e maior carregamento dos comboios, mantendo a capacidade de carga das barcaças compatível com o planejamento de transporte das empresas. Além disso, favorece a redução do custo do frete, sem a necessidade da migração das cargas para outros modais de transporte.

No ciclo deste ano, as equipes realizaram serviços em pontos críticos de Curicacas, Miriti e nos canais sul e norte de Manicoré, além da travessia da BR-230 em Humaitá, no Amazonas. No total, foram dragados 850 mil m³. Os pontos foram definidos a partir do diálogo com os usuários da hidrovia.

Tráfego

O contrato de dragagem da hidrovia, assinado em junho, tem duração estimada de mais quatro anos. Durante quatro meses do ano a manutenção acontece por meio de sucção e recalque – método que já vem sendo utilizado ao longo dos anos – e, a partir de 2022, por outros dois meses, também está previsto o uso de uma draga com autotransportadora, que garantirá maior produtividade e precisa ser operada com o rio mais cheio.

O tráfego de embarcações no rio Madeira cresceu exponencialmente a partir da década de 1990 em função da implantação da nova fronteira agrícola de soja e milho na região Centro-Oeste do Brasil. A produção dessas commodities passou de praticamente zero para um volume que exige para seu transporte, atualmente, um fluxo de comboios de balsas e empurradores de grande porte, além dos barcos mistos de passageiros e pequenas cargas.

FONTE: SOCIEDADE ONLINE

 

Health care experts say it's naive to assume that the United States will develop a coronavirus vaccine first.

IMAGEM: GETTY IMAGES

 

Maiores de 13 anos que frequentam atividades de "maior risco epidemiológico" devem comprovar vacinação completa contra a Covid-19

O governo argentino vai exigir o passaporte de vacinação sanitária a partir de 1º de janeiro de 2022. De acordo com a decisão administrativa publicada no Diário Oficial, todas as pessoas maiores de 13 anos que frequentam atividades de “maior risco epidemiológico e sanitário” devem comprovar o esquema de vacinação completo contra a Covid-19.

A medida também estabelece que a vacinação deve ter sido aplicada há pelo menos 14 dias antes. Além disso, o passe de saúde deve ser apresentado a pedido do pessoal designado para verificação e em horário prévio, conforme publicação.

E acrescenta que o estado de vacinação pode ser credenciado por meio do aplicativo no celular Cuidar. Quem não tiver acesso a este aplicativo poderá solicitar o certificado de vacinação em papel ou em formato digital junto ao órgão competente.Primeira província argentina a solicitar passaporte de vacina

Tucumán foi a primeira província da Argentina a implementar o passe de saúde. De acordo com o Ministério da Saúde da província, desde o anúncio da medida, a vacinação na região aumentou 140%.

Após observar os resultados, a ministra da Saúde da Argentina, Carla Vizzotti, antecipou que não descartou a possibilidade de implantação do passaporte da vacina em todo o país. Além disso, a partir de 21 de dezembro também será colocado em prática na capital Buenos Aires.

FONTE: CNN 

IMO: 70 anos ao serviço do transporte marítimo

IMAGEM: CÂMARA DOS DEPUTADOS

 

O Brasil foi reeleito, na última sexta-feira (10 de dezembro), para o Conselho da Organização Marítima Internacional (IMO), agência das Nações Unidas encarregada de regulamentar a navegação internacional.

Com 135 dos 159 votos disponíveis, país foi aceito novamente para categoria B do conselho, destinada aos países com grande interesse no comércio marítimo. 

Membro do Conselho desde 1967, o Brasil integra, desde 1975, a categoria reservada aos países com interesse especial no comércio marítimo ou na navegação internacional. O novo mandato estende-se até 2023.

Com mais de 90% de seu comércio internacional transportado por via marítima, o Brasil atribui grande importância aos trabalhos da IMO. Entre os temas objeto de negociações na Organização encontram-se a segurança da navegação e a redução da poluição no mar, incluindo a redução das emissões de gases de efeito estufa pelos navios.

FONTE: MRE

Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

IMAGEM:CAMPO GRANDE NEWS

 

Número de brasileiros no exterior saltou de 1,9 milhão em 2012 para 4,2 milhões hoje

Uma conjunção histórica de fatores tem feito com que muitos brasileiros achem mais verde a grama do vizinho. Em um fenômeno sem precedentes na história do país, este início de século registra o maior movimento de migração de cidadãos brasileiros rumo a outros países pelo mundo.

Segundo um levantamento do Ministério das Relações Exteriores, o número de brasileiros vivendo no exterior saltou de 1.898.762 em 2012 para 4.215.800 hoje –os últimos dados foram consolidados a partir de informações coletadas pelos consulados em 2020. No período, portanto, o aumento foi de 122%. E, pela quantidade atual de expatriados, pode-se dizer que cerca de 2% dos brasileiros moram hoje em um país estrangeiro.

“Esse movimento de saída de brasileiros nos últimos anos é inédito e, de fato, representa a maior diáspora da história brasileira”, analisa Pedro Brites, professor na Fundação Getúlio Vargas.

Se o Brasil foi construído, desde a colonização portuguesa, por levas e levas de imigrantes –de várias partes do mundo, em ondas sucessivas– o atual momento indica uma virada de maré, como se o país que sempre recebeu agora tivesse se tornado um “exportador de gente”. “O Brasil passou a ser um lugar de onde as pessoas saem. Isso significa que a sociedade de afluência que aqui se formou está extinta”, comenta o sociólogo Rogério Baptistini Mendes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

“Agora o horizonte é sombrio, com a experiência do desemprego estrutural contemporâneo, associado aos males herdados: a desigualdade e a exclusão do passado”, completa o sociólogo.

VONTADE DE SAIR

E o fenômeno tende a prosseguir. Uma pesquisa realizada pelo Datafolha em 2018 indicou que, se pudessem, 70 milhões de brasileiros maiores de 16 anos se mudariam para o exterior. No recorte por qualificação, essa era uma vontade de 56% dos adultos com curso superior.

De acordo com levantamento publicado este ano pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, 47% dos brasileiros entre 15 e 29 anos gostaria de deixar o país, se possível. É um recorde histórico. Entre 2005 e 2010, este era o desejo de 26,7% dos jovens; de 2011 a 2014, anseio de 20,1%.

“Em geral, todos os movimentos migratórios são ocasionados por motivações religiosas, perseguições políticas, guerras ou questões econômicas. As crises econômicas pelas quais o Brasil tem passado nos últimos anos fez com que muitos decidissem emigrar buscando melhores condições de trabalho, quer sejam profissionais altamente qualificados, ou de baixa qualificação”, contextualiza a historiadora Renata Geraissati Castro de Almeida, pesquisadora de imigração na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e na Universidade de Nova York, nos Estados Unidos.

“No cenário atual, de aumento da inflação, afetando o preço do que consumimos no dia a dia, a alta do dólar, e com a ausência de perspectivas de melhorias, a situação tende a piorar”, acrescenta.

Brites enumera como sendo 3 as razões que motivam essa diáspora de brasileiros. Em primeiro lugar, “o mais relevante deles”, segundo o professor: a economia. “Ao longo dos últimos anos, o Brasil tem perdido postos de emprego em pontos-chave, com enfraquecimento de setores como a engenharia civil, baixo investimento em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento. Essa mão de obra qualificada tem procurado oportunidades fora”, exemplifica.

“O Brasil atravessa um período de baixo crescimento econômico, estagnação relativa da economia. Isso efetivamente tira perspectivas de oportunidades de boa parte da população, que passa a procurar mecanismos para seguir sua vida”, afirma. O segundo fator é a instabilidade política, um cenário que se agravou com o movimento de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) e, em 2018, a eleição de Jair Bolsonaro (PL). “Essa turbulência acirrada afasta parte da população do nosso país”, reconhece o professor.

“Por fim, há a questão da violência urbana, uma chaga social brasileira crônica que sempre tem de ser considerada. As pessoas buscam outras opções, nos Estados Unidos e na Europa, para tentar levar uma vida um pouco mais tranquila e segura”, diz o especialista.

“A instabilidade econômica e política do país na última década, associada a um crescimento da violência, e das taxas de desemprego tem servido de gatilho para que muitos decidam buscar melhores oportunidades de emprego e qualidade de vida em outros países”, resume a historiadora Castro de Almeida.

PAÍS DO FUTURO?

Para o sociólogo Mendes, “a saída de brasileiros é indício de algo mais grave do que o encerramento de um ciclo de desenvolvimento”. “É o processo civilizatório, de construção da nação imaginária, que sofre um abalo profundo”, pondera.

“É fato que, do ponto de vista econômico, o Brasil moderno, com mercado interno forte sustentado no setor industrial e capaz de oferecer empregos de qualidade aos cidadãos, está quase que definitivamente sepultado”, prossegue o sociólogo. “Mas o principal é que os grupos no poder promoveram uma ruptura com a própria história e, portanto, como o povo, sem oferecer nenhum tipo de projeto alternativo de futuro. O país é apresentado aos viventes como um acampamento de estranhos, não uma sociedade política. Um certo discurso que junta agentes do mercado, governantes e líderes religiosos neopentecos conduz à lógica do salve-se quem puder ou, em termo mais brandos, o mundo é dos eleitos. Isso explica a fuga do desastre.”

Em outras palavras, as gerações atuais já não se iludem mais com o discurso de que o Brasil é o tal “país do futuro”.

“Sem emprego, renda e assistência, em um cenário absolutamente hostil, sair passa a ser a solução”, diz Mendes. “O Brasil, terra do futuro, já não faz mais parte do imaginário de uma geração de brasileiros que vaga errante em busca daquilo que imagina ser uma boa vida: salário, segurança, educação, assistência. Ou seja: comunidade política organizada. É o paradoxo das ideias que conduziram ao poder o representante dos que negam o Estado e a própria política”, contextualiza.

Em termos de destinos escolhidos, a América do Norte e a Europa estão entre as principais escolhas. Nos próximos dias, a DW Brasil vai contar histórias de emigrantes brasileiros nos destinos que mais os acolhem ao redor do mundo. São biografias distintas, ligadas por alguns pontos em comum: a superação e a esperança.

Ou, como comenta o sociólogo Mendes, “em todos os casos, o que está em causa é a ideia de que a vida vai mudar para melhor no país de chegada”.  

 

FONTE: Deutsche Welle 


número do requerimento seguro desemprego

IMAGEM: Edson Chagas/A Gazeta

Esse pagamento integra a Seguridade Social e tem como objetivo garantir assistência financeira ao trabalhador que foi dispensado involuntariamente

Se você for elegível para receber o valor do seguro-desemprego em 2022, saiba que o benefício terá reajuste de acordo com o salário mínimo, que entra em vigor a partir de janeiro. O montante é calculado com base na média salarial dos últimos três meses antes da demissão, então saiba quanto o trabalhador poderá receber.

Valor do seguro-desemprego em 2022

Anualmente, o reajuste feito no valor do seguro-desemprego é realizado com base no salário mínimo nacional que, por sua vez, é alterado de acordo com o INPC (Índice Nacional dos Preços ao Consumidor). Como a inflação neste ano já atingiu 10,04%, o salário mínimo deverá passar de R$ 1.100 para R$ 1.210,44. Se essa projeção se confirmar a quantia mínima recebida por meio do seguro-desemprego em 2022 também será de R$1.210,44. 

Também existe um valor máximo que pode ser recebido pelos trabalhadores. Neste ano por exemplo, o teto estipulado é de R$ 1.911,84. Mas com o reajuste do benefício passará a ser de R$ 2.085,81 a partir de janeiro. Vale lembrar que esses valores se tratam de uma estimativa com base nas informações do governo federal, portanto, a confirmação do valor do seguro-desemprego  2022 será conhecida oficialmente em janeiro.

Segundo o Ministério da Economia, para custear as parcelas do seguro-desemprego no próximo ano serão gastos cerca de R$ 41 bilhões para  aproximadamente 8,2 milhões de brasileiros. 

Quanto posso receber de seguro-desemprego?

O valor do seguro-desemprego em 2022 por parcela vai variar para cada trabalhador, visto que leva em consideração a média salarial da remuneração recebida nos últimos três meses anteriores à dispensa e o tempo trabalhado. 

Para esse cálculo o trabalhador deve somar os últimos três salários e dividir o resultado por três. Depois, é aplicada a porcentagem que varia conforme as faixas de salário que ainda serão atualizadas em 2022, mas para que possamos entender o cálculo do valor do seguro-desemprego, multiplique o resultado da média salarial da seguinte forma:

Média de faixas de salário | Valor da parcela do Seguro Desemprego

  • Salário de até R$ 1.686,79 -> Multiplica-se a média por 0,8 (80%)
  • Ganho de R$ 1.686,79 a R$ 2.811,60 -> Se ultrapassar R$ 1.686,79 multiplica-se por 0,5 (50%) e soma a R$ 1.349,43
  • Salário acima de R$ 2.811,60 -> A parcela será de R$1.911,84

Para o pescador artesanal, empregado doméstico e o trabalhador resgatado, a quantia é fixa e o governo disponibiliza o valor é de um salário mínimo.

Quantas parcelas de seguro-desemprego tenho direito?

Quem deseja saber o valor total que irá receber, ainda deve levar em consideração o número de parcelas a que a que têm direito, visto que podem ser liberadas de 3 a 5 parcelas. Isso será definido conforme as seguintes regras:

  • 3 parcelas: é preciso ter trabalhado com carteira assinada por, pelo menos, 6 meses;
  • 4 parcelas: é necessário ter atuado em empresa com carteira assinada por, ao menos, 12 meses; 
  • 5 parcelas: é exigido que o trabalhador tenha tido a carteira assinada por, ao menos, 24 meses ou mais;

Para conferir qual o valor do benefício liberado, os cidadãos podem acessar o site servicos.mte.gov.br do Ministério da Economia. Basta cadastrar uma senha e o CPF e clicar em “seguro-desemprego” e, depois, entre na opção “consultar seguro-desemprego”. A solicitação do benefício também pode ser feita nesta plataforma.

Quem tem direito ao seguro-desemprego 2022?

Tem direito ao seguro-desemprego todo trabalhador formal que tenha sido demitido sem justa causa e que não possua renda própria que seja suficiente para a sua própria manutenção e da família. Veja abaixo todos os critérios para se ter direito ao seguro-desemprego em 2022:

  • Ter sido dispensado sem justa causa;
  • Estar desempregado quando fizer a solicitação do benefício;
  • Ter recebido pelo menos 12 salários nos últimos 18 meses. Essa regra é válida para a primeira solicitação;
  • Ter exercido, pelo menos, nove meses de trabalho nos últimos 12 meses, quando fizer o segundo pedido de seguro-desemprego;
  • Ter trabalhado com carteira assinada em todos os seis últimos meses, a partir do terceiro pedido;
  • Não ter renda própria para o seu sustento e sustento da família;
  • Não receber benefícios de prestação continuada da Previdência Social. A regra é válida exceto para pensão por morte e auxílio-acidente.

 

FONTE: JORNAL DCI

IMAGEM: Reprodução/Maersk

 

Exclusivo no setor, o design permite uma eficiência energética 20% superior por contêiner transportado, em comparação com a média do setor para navios desse porte. Além disso, espera-se que toda a série economize cerca de um milhão de toneladas de emissões anuais de CO₂, proporcionando um transporte neutro em carbono em escala no comércio marítimo.

O novo design

Os navios terão 350 metros de comprimento, 53,5 metros de largura e serão significativamente diferentes do que foi visto antes para quaisquer navios porta-contêineres maiores. A acomodação da tripulação e a ponte estarão localizadas na proa para permitir o aumento da capacidade do contêiner. O funil ficará na popa e apenas em um dos lados da embarcação, proporcionando mais espaço para a carga. Essa separação entre acomodação e funil também melhora a eficiência no porto.

A fabricação do projeto levou quase cinco anos, ao mesmo tempo em que a Maersk cruzava um território de design naval inexplorado. Para possibilitar esse novo design, vários desafios tiveram que ser enfrentados. Em primeiro lugar, o conforto da tripulação teve que ser garantido com as acomodações colocadas neste local mais exposto.

Além disso, a resistência adequada do casco também era um parâmetro importante a ser protegido, com o bloco de acomodação normalmente funcionando como um “enrijecedor” do casco quando colocado mais para trás. Novos arranjos para botes salva-vidas e luzes de navegação tiveram que ser desenvolvidos, além de novas câmeras para apoiar a visão do capitão durante a navegação.

A série, construída pela Hyundai Heavy Industries, vem com uma configuração inovadora de motor bicombustível que pode operar com metanol e combustível convencional com baixo teor de enxofre. Com capacidade de combustível, as embarcações poderão fazer uma viagem completa de ida e volta, a exemplo da rota Ásia-Europa, com metanol verde.

A primeira embarcação está programada para entrar em operação no início de 2024. “Esperamos levar essas embarcações pelos oceanos do mundo e continuar nosso trabalho na criação de novas soluções para melhorar a eficiência da futura cadeia de abastecimento de nossos clientes”, destaca Maersk.

 

FONTE: BEM PARANÁ

 

IMAGEM: Emmanoel Pereira, Dora e Caputo Bastos/DIVULGAÇÃO

 

O Tribunal Superior do Trabalho elegeu o ministro Emmanoel Pereira para presidir a Corte e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) no biênio 2022-2024. A vice-presidente será a ministra Dora Maria da Costa, e o novo corregedor-geral, o ministro Caputo Bastos. A posse da nova direção será em sessão solene em 16 de fevereiro do ano que vem.

Na sessão extraordinária do Tribunal Pleno desta quinta-feira (9/12), a atual presidente do TST e do CSJT, ministra Cristina Peduzzi, desejou saúde e felicidade à futura administração. "O que mais me emociona é constatar um tribunal unido, que preserva o valor do diálogo, e sobretudo objetivando, com essa composição harmônica, bem servir a Justiça do Trabalho e bem realizar nossos objetivos institucionais e constitucionais", afirmou.

Ao agradecer a confiança dos colegas, o ministro Emmanoel Pereira disse que espera contar com todos na sua gestão para dirigir a instituição. "O trabalho começa agora", afirmou. No mesmo sentido, a vice-presidente eleita e o corregedor-geral da Justiça do Trabalho eleitos manifestaram seu agradecimento pelos votos recebidos.

Nascido em Natal (RN) e bacharel em Direito pela UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Pereira é ministro do TST, em vaga destinada à Advocacia, desde 30/12/2002. É conselheiro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), como representante do tribunal, e corregedor nacional de Justiça substituto, desde setembro de 2019.

Atuou como vice-diretor e professor da Enamat (Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho). Foi vice-presidente do TST e CSJT no biênio 2016-2018. Atualmente, compõe o colegiado do Tribunal Pleno, o Órgão Especial, a Seção Especializada em Dissídios Coletivos, o Conselho da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho.

No CNJ, preside as Comissões Permanentes de Eficiência Operacional e Gestão de Pessoas e a de Solução Adequada de Conflitos e integra as Comissões Permanentes de Comunicação do Poder Judiciário e de Sustentabilidade e Responsabilidade Social.

Ministra Dora Maria da Costa
Foi empossada como ministra do TST, em vaga destinada à carreira da magistratura, em 17/5/2007. Nasceu em Dores do Indaiá (MG), formou-se em Direito pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Minas e especializou-se em Direito e Processo do Trabalho pela UFG (Universidade Federal de Goiás).

Ingressou na Justiça do Trabalho da 3ª Região (MG), por concurso público, como auxiliar judiciário, sendo promovida a técnico judiciário. Em 1987, ingressou na magistratura como juíza do trabalho substituta do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF/TO) e, em 2002, foi promovida a juíza do TRT da 18ª Região (GO) — órgão que presidiu no biênio 2005/2007. Atualmente, integra a 8ª Turma do TST e é a diretora da Enamat.

Ministro Caputo Bastos
Guilherme Augusto Caputo Bastos é ministro do TST desde 4/10/2007. Nascido em Juiz de Fora (MG), bacharelou-se em Ciências Econômicas pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (Ceub) e em Direito pela UnB (Universidade de Brasília). É pós-graduado em Direito do Trabalho pelo Ceub e em Direito Material e Processual do Trabalho pela Universidade de León, na Espanha.

Iniciou a carreira no serviço público como servidor concursado do Tribunal Federal de Recursos (1976) e ingressou na magistratura como juiz do trabalho substituto do TRT da 10ª Região (DF) em 1989. Foi promovido a juiz presidente da 2ª Junta de Conciliação e Julgamento (atual Vara do Trabalho) de Dourados (MS) em 1991 e a juiz do TRT da 23ª Região (MT) em 1992. Integra a 4ª Turma do TST e é presidente da Academia Nacional de Direito Desportivo. 

 

 FONTE: ASSESSORIA TST

Codesa será o primeiro porto cedido à inciativa privada

IMAGEM: CODESA/DIVULGAÇÃO

 

O setor portuário nacional, que engloba portos públicos e privados, movimentou um bilhão de toneladas de janeiro a outubro de 2021, segundo dados divulgados hoje (13), em Brasília, pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

O número representou crescimento de 5,5% em relação a igual período de 2020.

Os portos públicos registraram 344,5 milhões de toneladas, aumento de 5,01%, e as instalações privadas 665,8 milhões de toneladas, uma alta de 5,70%

Os portos privados que tiveram maior crescimento foram o Terminal Aquaviário de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, (95,3%), o Terminal Portuário do Pecém, no Ceará, (36,2%), os portos do Itaqui (+27,0%), no Rio Grande do Sul, e Itaguaí, no estado  do Rio de Janeiro (+21,1%).

O granel sólido movimentou 589,7 milhões de toneladas, 58,4% do total das cargas nas instalações portuárias brasileiras, e cresceu 1,8% em comparação com o mesmo período de 2020.

O granel líquido somou 260,8 milhões de toneladas, 25,8% do total, aumento de 9,7% em relação ao apurado nos dez meses do ano passado.

Entre as navegações, o longo curso, que representa 70,5% de toda a movimentação portuária brasileira, apresentou expansão de 6%. A navegação interior teve queda de 5% no período.

 

dinheiro

IMAGEM: DIVULGAÇÃO

 

O Senado aprovou nesta quinta-feira projeto que prorroga até dezembro de 2023 a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores, medida encarada por parlamentares como essencial para a manutenção de empregos em meio às tentativas de retomada da atividade econômica.

O projeto aprovado nesta tarde pelos senadores, que segue à sanção presidencial, considera que há espaço fiscal suficiente para a prorrogação das desonerações, citando como argumento a promulgação parcial na véspera da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, com expectativa de abrir uma margem de pelo menos 60 bilhões de reais.

“Quanto ao mérito da proposição, entendemos que após o aumento da vacinação contra a Covid-19 e consequente redução de média de novos casos, o reaquecimento da economia impõe estímulos fiscais e a prorrogação (ou manutenção) dos já existentes. Assim, ressaltamos que a desoneração proposta neste projeto já consta historicamente em nosso ordenamento e, com a aprovação desta Casa, continuará a atender os mesmos setores”, disse o relator da proposta, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), no parecer.

“Faz-se mister lembrar que ainda vivemos altos índices de desemprego, a subocupação e desalento. Neste sentido, a não prorrogação da desoneração da folha criaria óbices para a retomada de empregos, ao aumentar os custos de contratação de mão de obra em vários setores que, atualmente, podem optar pelo recolhimento da contribuição previdenciária sobre a receita bruta, ao invés da incidência da contribuição previdenciária patronal sobre a folha de pagamento”, acrescentou o senador.

O relator rejeitou emendas de colegas que pretendiam incluir outros setores no projeto. Caso fosse alterado, o texto precisaria ser devolvido à Câmara, às vésperas do recesso parlamentar, oficialmente previsto para 22 de dezembro.

Vital do Rêgo se comprometeu a discutir um novo projeto para acolher outros segmentos econômicos.

FONTE: REUTERS

 

Crédito: Pixabay

IMAGEM: ISTOÉ

As mudanças no mundo do trabalho avançam e a organização sindical vai se distanciando dessa nova dinâmica. É urgente avançar na reestruturação do movimento sindical.

Clemente Ganz Lúcio

A esquerda somente poderá tirar partido disso
se souber remediar a pane de imaginação que vem sofrendo.
Se quisermos ultrapassar o neoliberalismo,
abrindo uma perspectiva positiva,
temos que desenvolver uma capacidade coletiva
que ponha a imaginação política para trabalhar
a partir das experimentações e das lutas do presente.

Pierre Dardot & Christian Laval, “A Nova Razão do Mundo”

Para superar a “pane de imaginação” que Dardot e Laval analisam no ótimo livro citado acima, o movimento sindical está desafiado a analisar e debater os graves problemas que vivemos para subsidiar um trabalho coletivo de criação para a superação do atual contexto. Trata-se de imaginar e desenhar a utopia que nos une, as estratégias para promovê-la, as políticas e os projetos que a materializam. Esse artigo pretende contribuir no debate para essa grande construção, procurando destacar os desafios futuros e indicar diretrizes de ação no contexto dos próximos dois anos (2022 – 2023).

 

1. O movimento estrutural

A hegemonia neoliberal é o movimento estrutural de incontáveis iniciativas mundiais que se materializou no contexto histórico de cada país e nação e que promoveu uma crescente dinâmica transformadora multidimensional nas cinco últimas décadas. Mais recentemente a crise econômica de 2008 expos contradições dessa dinâmica e colocou obstáculos para sua continuidade. As respostas predominantemente preservaram e renovaram a dinâmica neoliberal de mudanças com grandes custos econômicos e sociais para a sociedade. Nos dois últimos anos a pandemia do covid-19 travou a economia e colocou a sociedade em alerta, expondo a um só tempo as inúmeras fragilidades do modelo capitalista neoliberal. Atualmente passam a surgir iniciativas que podem abrir novos caminhos. A construção da utopia (aquilo que ainda não é ou que não existe, mas que podemos construir) abre-se para as asas da imaginação para formularmos e implementarmos novos modelos, projetos e políticas.

A ordem neoliberal na dimensão econômica promoveu a máxima prevalência do mercado e a mercantilização de todas as atividades humanas; enalteceu a prioridade para o acionista em detrimento da sociedade e aumentou a concentração de renda e riqueza; afirmou a virtude do Estado mínimo e expandiu a privatização das estatais e das políticas e serviços públicos (saúde, educação, segurança, saneamento, energia, parques, estradas, etc.); colocou a concorrência como valor dominante nas relações econômicas e ampliou as fusões e concentração em grandes empresas; viabilizou a redução do custo do trabalho e implementou novas e inúmeras formas de flexibilidade laboral e reduziu o poder dos sindicatos; ampliou muito a terceirização no setor privado e público; avançou na desindustrialização de países; trouxe a reprimarização das economias em desenvolvimento; patenteou o conhecimento e o domínio sobre riquezas naturais; colocou o tripé macroeconômico – metas de inflação, metas fiscais e câmbio flutuante – como valor universal e o impôs aos países; mobilizou uma agenda permanente de reformas para fincar suas estacas de hegemonia do mercado.

Na dimensão social a ordem neoliberal promoveu o indivíduo a ente superior e enalteceu sua sobreposição ao coletivo; exacerbou o individualismo como virtude natural; a meritocracia foi alçada a valor natural para posicionar os indivíduos na hierarquia da sociedade; acirrou-se a competição para organizar a vida em sociedade; promoveu-se a transição da seguridade social para o seguro pessoal, da proteção social universal para a assistência aos carentes, da representação coletiva para a solução individual.

Na dimensão política a ordem neoliberal identificou a necessidade colocar limites às democracias para promover seus projetos e reformas. Para isso enfraqueceu continuadamente as instituições e a participação social; aumentou o poder e o controle da Justiça para comandar a ordem econômica e política; desqualificou projetos de nações e articulou golpes de Estado. O enquadramento nos seus marcos de governos sociais-democratas ou socialistas teve sucesso em muitos casos ou contextos, o que trouxe descrédito para essas forças sociais. As alianças com projetos neoconservadores e fascistas colocou-se como uma variante dura, mas necessária aos neoliberais democratas e nela se passou a atacar ainda mais o Estado Democrático de Direito, as instituições, a participação social, e foram enaltecidios os valores e as ideais ultraconservadoras, xenófobas, racistas, homofóbicas. Na política a eliminação dos adversários, inclusive física, tornou-se prática de alguns governos controlados pela da direita radical ou fascista.

Trata-se de um movimento mundial que ganhou prevalência crescente a partir dos anos 70 (na Europa a partir da Inglaterra de Thatcher, na América Latina a partir do Chile de Pinochet), que sofreu abalo com a crise mundial de 2008 e que se recuperou às custas de toda a sociedade.

A pandemia criou uma situação inédita, diferente da crise de 2008. Agora o travamento da economia foi global, paralisando as cadeias produtivas e os fluxos de abastecimento, recolocando em evidência a importância dos Estados nacionais, das políticas públicas de saúde, educação, assistência, da base industrial e da política de industrialização para o desenvolvimento com soberania, abriu questionamentos à globalização, expos os limites do tripé macroeconômico, enunciou saídas coletivas e o papel da comunidade; expos a avidez dos acionistas. Evidências que precisam ser permanentemente denunciadas, trabalhadas no coletivo com comunicação e debate público para construir as condições para sair do modelo neoliberal.

Novamente, talvez pela primeira vez de maneira simultânea, esse grande ciclo de hegemonia neoliberal e seus fundamentos estão sendo mais amplamente questionados. Os Estados passam a retomar protagonismo inéditos nas medidas adotadas, nas escalas dos recursos aportados ou na abrangência de políticas promovidas. Políticas públicas de combate à pandemia, com distribuição de renda e garantia dos empregos e, agora, com planos vultuosos e robustos de investimento em infraestrutura econômica e socioambiental, na reindustrialização ambientalmente sustentável, no combate às desigualdades, entre tantas outras, são medidas inéditas que passaram a fazer parte desse cenário repleto de incertezas. Será preciso dar lastro para esse salto ou guinada, sustentá-lo politicamente e usar a imaginação para criar e promover transformações do sistema capitalista.

A urgência climática carrega as várias crises ambientais (poluição dos mares, do ar, da terra, destruição de biomas, mortes de milhares de espécies, etc.) para a escala de alerta máximo. Trata-se de uma crise inédita que a humanidade criou para todas as formas de vida no planeta e para a qual a inação representará a morte de milhões, o sofrimento permanente para a grande maioria das sociedades e populações. Os trabalhadores e os pobres são os que mais sofrerão. Por isso, a vida e a saúde em escala planetária podem ser dimensões para configurar uma nova abordagem para o modelo de desenvolvimento futuro que se constrói desde hoje. Isso é urgente e inadiável e, infelizmente, a economia e a política têm dado respostas muito aquém do necessário, sem considerar as alucinações e a estupidez de governos como o de Bolsonaro ou Trump no tratamento a questão.

Nesse movimento estrutural neoliberal, para o mundo do trabalho se destacam os seguintes impactos, desafios e linhas de ação:

  • Reformas laborais realizadas em mais de 140 países, desde 2008, foram promovidas para flexibilizar formas de contratação, jornada de trabalho, formas de ocupação, direitos trabalhistas e a regulação do trabalho. O desafio futuro será:
    • Recolocar a centralidade da regulação através da negociação coletiva e da legislação das várias formas de proteção – laboral, social e previdenciária -pensadas com caráter universal para todas as formas de ocupação e de contrato.
    • Introduzir nas políticas públicas do mundo do trabalho a relação de complementariedade e a regulação inovadora entre/do trabalho produtivo e trabalho reprodutivo. Nesse campo ainda será fundamental avançar no compartilhamento das tarefas e atribuições familiares e de cuidados das crianças, idosos e doentes, tarefa hoje predominantemente realizada pelas mulheres e sem reconhecimento social, econômico e protetivo.
    • Reposicionar o papel e as estratégias das negociações coletivas envolvendo as cadeias produtivas, as empresas terceiras e os fornecedores diretos e indiretos, com entidades que tragam a representação ampliada de todos os trabalhadores do setor ou da cadeia produtiva.
    • Conceber novas abordagens legislativas para gerar proteção social, laboral e previdenciária ampla, bem como inovar na gestão das políticas relacionadas ao mundo do trabalho, com especial atenção para as questões que dizem respeito à saúde e segurança no trabalho.
    • Conceber novas formas de financiamento da seguridade social enunciada como direito universal em um mundo do trabalho com diferenciadas formas de ocupação (há países na América Latina que ¾ da população trabalha na informalidade, ou seja, sem proteção laboral e previdenciária).
    • Criar e promover uma nova arquitetura sindical para se colocar como sujeito coletivo estratégico nessa disputa e construção, desenvolvendo trabalho permanente de valorização dos sindicatos perante a sociedade.
  • Reformas para a exclusão sindical (financiamento, poder de negociação, atribuições retiradas, etc.), incentivo para a desfiliação (individualismo, meritocracia, criminalização do sindicato e dirigente, atuação das empresas, etc.), formas de ocupação distanciadas do campo sindical (terceirizados, autônomos, PJs, uberizados, home office, etc.). O desafio futuro será:
    • Realizar um trabalho de valorização dos sindicatos através de campanhas e atuação junto à base combinando o uso das redes sociais, a presença nos locais de trabalho e nos locais de moradia.
    • Implementar estratégia para ampliar a base de representação para todos os trabalhadores do ramo ou setor, o que implicará em um projeto estratégico de reestruturação sindical.
    • Desenvolver iniciativas inovadoras para a sindicalização dos trabalhadores assalariados e, principalmente, criar formas de filiar os não assalariados.
    • Criar estratégias de mobilização que coloquem os trabalhadores em movimento na realização das suas lutas, ações coletivas, campanhas, etc.
    • Desenvolver formas inovadoras de comunicação através das redes sociais e da criação de fatos que repercutam na grande mídia.
    • Reestruturar o movimento sindical à luz das mudanças no mundo do trabalho para responder aos velhos e novos desafios presentes e futuros (ampliar base de representação, formular estratégias de aumento da representatividade, agregação e fusão de sindicatos, estratégias de negociação, etc.).
    • Conceber um processo autônomo dos trabalhadores e suas organizações para elaborar e promover a restruturação sindical.
  • Fragilização do Estado Democrático de Direito, das instituições, organizações e movimentos de representação coletiva. O desafio futuro será:
    • Ampliar, com qualidade, o leque de relações institucionais.
    • Promover aproximações e atuação conjunta entre o movimento sindical e os movimentos sociais e populares.
    • Criar relações permanentes com o Poder Legislativo.
    • Valorizar o papel dos partidos e da vida política e dela participar.
    • Participar, de maneira intensa e inovadora, do debate públicos sobre os projetos de desenvolvimento, tendo como eixo articulador da abordagem sindical a geração de emprego de qualidade, o crescimento dos salários, a proteção laboral, social e previdenciária universais, o combate à desigualdade, o fim da miséria e da pobreza.

É muito importante considerar que esse ciclo estrutural de hegemonia neoliberal poderá ser superado se as forças progressistas forem capazes de criar os fundamentos e os componentes de transformações em múltiplas dimensões, como a ordem econômica, social, política, cultural. Entender que esse processo leva um tempo que não se pode mensurar, que exige continuidade da ação, condições para reunir força social e aglutinar capacidade política de longo prazo. É fundamental estar atento aos fatos que antecipam possibilidades para avançar e para encurtar o tempo da transformação. Conceber que a mudança estrutural depende tanto das pequenas como das grandes ações no contexto presente, sempre respondendo aos desafios reais da conjuntura, mas com processos sociais articulados a um projeto maior, a uma visão mais ampla.

Do nosso ponto de vista sindical, é necessário conceber que a “pane de imaginação” exige uma resposta criativa que esteja assentada na solidariedade e na cooperação, com fundamentos de igualdade, liberdade e democracia, elementos que precisam ser visíveis e sensíveis no cotidiano da luta, contidos nas propostas e projetos.

2. O contexto nacional

O contexto estrutural adquire sua forma real em cada contexto nacional. No Brasil identificamos três ciclos de projetos distintos nas duas últimas décadas.

O ciclo do projeto democrático e popular, materializado pelo governo Lula e Dilma, que resistiu ao ataque neoliberal e se contrapôs com uma estratégia de desenvolvimento inovadora e com novas alianças internacionais. Nesse ciclo, o país recolou seu projeto para a constituição e fortalecimento da demanda interna pelo crescimento dos salários como a política de valorização do salário mínimo; a geração de empregos; a retomada do protagonismo sindical através das negociações; a retomada articulada do investimento púbico em infraestrutura econômica e social; o combate às desigualdades através de políticas distributivas e de proteção social, com investimento em educação, saúde e assistência; a inserção soberana na economia global, valorizando relação Sul-Sul e com novas articulações internacionais; crescimento da produtividade pelo investimento de longo prazo em educação, pesquisa, tecnologia e inovação, entre outras inúmeras inciativas. Entretanto, não foi capaz de realizar a reforma tributária, a reforma política, a reforma do Estado, a reforma do pacto federativo, a reorganização do orçamento público, a consolidação das políticas sociais como permanentes, , entre outros. Todos esses aspectos representam déficits estruturais na estratégia de transformação.

Esse ciclo foi interrompido pelas brechas abertas no início do segundo mandato da presidente Dilma, com o (des)ajuste fiscal de Levi, com o esgarçamento da relação com o Congresso, com o aprofundamento da crise econômica, eventos que deram asas às clássicas práticas golpistas da elite econômica e política do país, com apoio da mídia e da Justiça, materializada no impeachment em 2016. A “ponte para o futuro” de Temer foi o “novo” velho projeto, que deu uma guinada no projeto de desenvolvimento Lula/Dilma para alinhá-lo à ordem e à agenda neoliberal. Começou com a entrega do pré-sal e empoderamento dos acionistas privados da Petrobrás; reduziu o papel do Estado e alavancou o protagonismo do mercado; realizou uma profunda flexibilização laboral com a Reforma Trabalhista. a Reforma Sindical e a terceirização sem limites; promoveu o ajuste fiscal demando pelo mercado com teto de gasto; fez andar os projetos de privatização e de redução do tamanho do Estado, entre tantas outras medidas. Esse ciclo conservador não foi capaz de gerar sua continuidade através do processo eleitoral e com a prisão de Lula, com os ataques e golpes contra o campo democrático, abriu-se caminhos para o fascismo e a direita ultraconservadora ocuparem o espaço da política e assumirem o governo.

O ciclo da “ponte para o futuro” virou uma pinguela e Bolsonaro viabilizou o terceiro ciclo com a hegemonia neoliberal do “Posto Ipiranga” na economia, de Damares e sua goiabeira, do incendiário homem da boiada, do astronauta, dos terraplanistas, da estupidez em estado bruto na educação e nas demais áreas do governo, realizando a regressão sem precedentes das políticas públicas, tudo assentado no discurso de defesa da família, dos costumes ultraconservadores, na fé, no medo ao comunismo etc. A destruição ambiental, a queima das florestas, de áreas do cerrado, do Pantanal, a expansão do agronegócio e da grilagem viraram bases das políticas públicas. Desindustrialização, fechamento de empresas, desemprego, emprego informal, desproteção, aumento da pobreza e da miséria fazem parte do cotidiano. A lista é extensa, mas cabe destaque as iniciativas de Bolsonaro em atacar sistematicamente as instituições e continuadamente armar golpes.

A pandemia criou obstáculos ao avanço da destruição de Bolsonaro e sua turma, mas trouxe com a intencional descoordenação do (des)governo federal, o negacionismo e aversão às orientações da ciência, muito sofrimento e mais de 600 mil mortes das quais mais de 2/3 seriam evitáveis. A economia travou e caiu 4,1% em 2020. A recuperação de 2021 recolocará, na melhor das hipóteses, o país na situação anterior.

O movimento sindical atuou de maneira unitária no enfretamento da pandemia junto ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal, aos governadores e prefeitos, ao empresariados, aos partidos e líderes partidários; propondo e articulando o Auxílio Emergencial, a proteção dos empregos e dos salários, o apoio às micro, pequenas e médias empresas; demandou políticas de proteção sanitária, rapidez na compra e aplicação da vacinação, acesso aos testes de covid, a ampliação dos protocolos de proteção, de distanciamento social, entre outros. Nas negociações coletivas, na solidariedade das entidades sindicais de base, as Centrais e os sindicatos disponibilizaram sedes e equipamentos para apoiar as ações do SUS e de seus profissionais, entre tantas outras ações. Em 2021as Centrais Sindicais se integraram na campanha Fora Bolsonaro.

A situação presente e prospectiva, diante dos gravíssimos retrocessos, coloca desafios que exigem resposta, tais como:

  • Recolocar o país orientado por um projeto de desenvolvimento econômico e socioambiental que dê centralidade à geração de empregos de qualidade, ao crescimento dos rendimentos do trabalho, à proteção laboral, social e previdenciária universal, ao combate das desigualdades e ao fim da pobreza e da miséria.
  • Reposicionar o projeto de industrialização orientado para a promoção da sustentabilidade ambiental, pelo incremento da produtividade e sua difusão para toda a economia e pela geração de emprego de qualidade.
  • Observar que o país reúne as melhores condições para uma resposta urgente ao aquecimento global, de um lado eliminando as queimadas, reduzindo o desmatamento, recuperando e preservando os biomas, promovendo energias renováveis (a Petrobras deve se tornar uma empresa de energia renovável), e de outro inovando no desenvolvimento produtivo conectado com o desafio ambiental.
  • Promover a valorização das micro, pequena e médias empresas e da economia solidária e popular em termos de gestão, crédito, assistência, inovação, comércio e compras governamentais.
  • Dar centralidade às políticas voltadas à segurança alimentar, ao fortalecimento da agricultura familiar e à industrialização que agrega valor nesse setor, com pesquisa e inovação.
  • Retomar investimentos estruturais e de longo prazo:
    • Na educação, para responder às novas tecnologias de comunicação e às mudanças na sociedade e no mundo do trabalho.
    • Na saúde, investindo no SUS e em seus inúmeros programas, e em pesquisa.
    • Nas políticas de segurança pública.
    • Nas políticas distributivas, recuperando o Bolsa Família, fortalecendo e expandindo sua abrangência e proteção.
  • Promover a reforma tributária solidária, gerando a progressividade do sistema tributário.
  • Reorganizar e aparelhar o Estado para ampliar e modernizar a capacidade de atuação.
  • Rearticular a capacidade produtiva do Estado (estatais) e bancos públicos.
  • Reconstituir as bases do financiamento da proteção social e torná-la universal.
  • Recriar espaços de participação social e de debate púbico sobre o orçamento da União, as prioridades das políticas econômicas, sociais, culturais;
  • Reconstruir um sistema público de trabalho, emprego e renda, para criar e promover programas de proteção dos empregos, dos desempregados, da intermediação de mão-de-obra, de qualificação profissional, para o primeiro emprego, para o microcrédito produtivo, entre outras importantes diretrizes.

Essas diretrizes devem fazer parte de escolhas estratégicas que permitam ao país mobilizar um movimento de transformação nas bases da economia, sociais, políticas e culturais. A agenda de reconstrução do país exigirá uma ordem de prioridade pois, não se conseguirá fazer tudo e ao mesmo tempo. Para isso, será necessário construir acordos sociais mais abrangentes, com compromissos, metas e planos.

Em termos de ordem de prioridade seria fundamental estabelecer de partida, nos primeiros 100 dias do novo governo:

  • Políticas vigorosas para transferir renda aos mais vulneráveis (miseráveis e pobres) por meio de políticas sócias integradas (Bolsa Família, educação, saúde, assistência, emprego, formação profissional).
  • Mobilizar investimentos públicos para retomar as obras paradas e realizar obras emergências para gerar rapidamente milhões de empregos.
  • Anunciar um amplo projeto de investimento em infraestrutura econômica(estradas, portos, aeroportos, energia, etc.) e em infraestrutura socioambiental (saúde, educação, assistência, segurança, recuperação + combate às queimadas e ao desmatamento, preservação das florestas e biomas, cuidados com meio ambiente, etc.), medidas que têm forte impacto na geração de emprego. Cabe ainda destacar que será estratégico um projeto de modernização urbana orientado pelas melhores práticas de sociabilidade, mobilidade, energia, uso do solo, saneamento, etc.
  • Projetos que juntos têm grande impacto virtuoso na geração de emprego para responder às demandas dos mais de 30 milhões que estão desempregados, desalentados, inativos, subempregados.
  • Essas ações mobilizarão a geração de emprego e de renda do trabalho, criarão capacidade de consumo e estruturarão de maneira consistente a demanda, base para o investimento privado que amplia a capacidade produtiva e dinamizar o crescimento econômico.

Alçar o país ao patamar de nação desenvolvida requer dobrar a atual renda média, o que deve vir acompanhado de medidas para reduzir as desigualdades. Trata-se de um projeto para uma ou duas décadas, de ação continuada e coordenada, de forte capacidade política de pactuação de compromissos, resultados e participação social.

3. E o jogo de curto prazo – 2022?

O processo eleitoral dominará o cenário de 2020, em especial pelo que significa o (des)governo Bolsonaro e diante da sua pretensão de reeleição, que conta hoje com apoio de parcela da sociedade.

A única alternativa para um projeto alinhado com as diretrizes acima exige a eleição de um governo alinhado com as diretrizes acima, que tenha um projeto de desenvolvimento para o país. Essa será a disputa central que configurará nosso futuro como nação. Diretamente associada a ela está a conformação de uma bancada no Congresso Nacional disposta a sustentar no Legislativo o projeto de país que sair das urnas.

Portanto, em 2022 a disputa eleitoral deve ser a prioridade primeira da sociedade civil organizada, por tudo que representa a continuidade do (des)governo Bolsonaro em termos de regressão econômica, social e política e o que pode significar um novo governo oriundo do campo da esquerda.

Essa prioridade será construída em um contexto situacional no qual:

  • A inflação estará no início do ano na casa dos 10%, tendendo a queda ao longo do ano. Isso tem trazido, e trará, severas dificuldades paras as negociações, onde quase 2/3 delas não conseguem repor a inflação acumulada.
  • O aumento dos preços se materializa no alto custo de vida, ou seja, na carestia para grande parte da população. Mesmo que a inflação volte para o centro da meta inflacionária, o custo de vida e a carestia ficarão altos.
  • O desemprego está na casa dos 13%, com mais de 30 milhões de pessoas formando o contingente de desempregados + os desalentados + os inativos + os subocupados.
  • O governo jogara com a folga fiscal de R$ 100 bilhões decorrente da PEC 23 (Precatórios) para buscar a sua reeleição.
  • A economia terá novamente um baixo crescimento – hoje estimado na mediana de 0,7% para o ano. O Banco Central atuará elevando os juros, portanto, colocando o pé no freio do crescimento econômico.
  • O dólar deve permanecer na casa dos R$ 5,50, o que representa alto custo dos insumos importados e pressão dos preços dos combustíveis.
  • No jogo político continuará a busca da “terceira via” e sua viabilização. A grande imprensa joga peso no processo eleitoral, hoje com audiências mais distribuídas entre as grandes redes. Já as redes sociais focarão novamente com todos os riscos, nas fake news e há dificuldade de controlá-las. A Justiça Eleitoral terá papel essencial. Lutar por eleições livres e transparentes é uma ação fundamental.
  • Seria muito importante construir uma vitória nas eleições do campo democrático já no primeiro turno, o que exige um arranjo político (nacional e estados) nada trivial, complexo e com abertura para acordos que não serão simples de se materializar.
  • Teremos ainda que seguir com os cuidados para enfrentar os desdobramentos da pandemia, sejam decorrentes das novas ondas que poderão requer iniciativas oudo surgimento de novas cepas. Lutar por investimentos em pesquisa de medicamentos e liberação da produção de genéricos; pela garantia da 3ª dose da vacinação e das doses necessárias em 2022, divulgar a necessidade de uso de máscara, de manter distanciamento e higienização constante das mãos são algumas das ações necessárias.
  • O enfretamento da retomada da atividade econômica frente ao travamento das cadeias de fornecedores, as dificuldades de fornecimento e de custos, entre tantos outros desafios, exigem ações coordenadas que inexistem no país.

4. O que esperar para 2023

Um novo governo assumirá em 2023 em um contexto de grande adversidade:

  • O país terá completado quase uma década de uma economia de baixo crescimento, duas duras recessões e uma dinâmica produtiva rastejante, que levou ao empobrecimento da milhões de brasileiros. Será decisivo uma iniciativa rápida e ousada nesse campo, como indicado acima.
  • A situação fiscal não estará fácil, com o teto do gasto colocando os mais variados limites para a ação do novo governo. A receita fiscal está em patamar semelhante ao de 10 anos atrás, contudo a despesa aumentou.
  • Lula assumiu em 2003 com superávit fiscal de 2,3% do PIB. Estima-se que em 2023 o país terá um déficit fiscal que pode chegar a 2% do PIB.
  • Investimento público destruído em todas as áreas.
  • Crises ambiental (desmatamento, queimadas, Amazônia, etc.), social (pobreza, fome, miséria, desemprego), econômica (carestia, anemia da demanda, falta de investimento), relações internacionais esgarçadas.

As fraturas que recepcionarão o novo governo exigirão uma resposta rápida, ousada e inovadora. A “pane de imaginação” precisa ser superada, o tempo corre e há muito trabalho no curtíssimo prazo para eleger um novo governo em 2023, para criar e articular um projeto ousado para ser implementado já nos primeiros 100 dias de governo.

Vencida a eleição, será preciso garantir a posse, em uma transição que será intencionalmente tumultuada (a hipótese aqui é de vitória do campo democrático, situação que exigirá muito trabalho).

5. Desafios para a organização sindical

Por fim, vamos pensar os desafios para a organização sindical.

As mudanças no mundo do trabalho avançam e a organização sindical vai se distanciando dessa nova dinâmica. É urgente avançar na reestruturação do movimento sindical.

Por isso, cabe ao movimento sindical, desde já:

  • Assumir um protagonismo transformador da sua organização (reestruturação sindical).
  • Declarar que a reestruturação é e será um projeto e um processo desenvolvido nos marcos e espaços da autonomia da classe trabalhadora.
  • Definir que asas diretrizes que orientarão a reestruturação serão:
    • Ampliar a representação para abranger todos os trabalhadores.
    • Promover ampla sindicalização aumentando a representatividade sindical.
    • Favorecer a unidade e a agregação no espaço da liberdade sindical.
    • Valorizar a negociação coletiva, inclusive no setor público.
    • Criar mecanismos ágeis de solução de conflito.
    • Criar um sistema sindical e de relações de trabalho com a mínima interferência do Estado.

Por fim, cabe destacar que essas tarefas precisam ser viabilizadas desde já. Não há tempo para perder, muito menos gastar tempo em disputas interna. É tempo de olhar a floresta, sabendo que há árvores. É tempo de construir um projeto para dar vida à floresta. Se houver vida na floresta, poderemos cuidar de cada uma das árvores. Destruída a floresta, as árvores perecerão junto.

 

Clemente Ganz Lúcio é sociólogo, consultor sindical, assessor do Fórum das Centrais Sindicais e ex-diretor técnico do DIEESE.

FONTE: DIAP

IMAGEM: SIND. BANCÁRIOS DE JUNDIAÍ

 

Uma das novidades é a possibilidade de transferir o crédito acumulado em um cartão para outro de bandeira diferente 

governo federal anunciou mudanças em algumas regras trabalhistas com a publicação do decreto nº 10.854, no fim de novembro. Entre elas estão alterações no uso do vale-alimentação e do vale-refeição, que possibilitam aos trabalhadores mais opções de escolhas de locais para a refeição.

A norma estabelece que os estabelecimentos aceitem todas as opções de vale-alimentação e vale-refeição e a possibilidade de fazer a portabilidade do crédito entre os diferentes tipos de bandeiras.

Os restaurantes, no entanto, podem escolher não aceitar o vale-alimentação e o vale-refeição como forma de pagamento. Porém, caso validem a prática, devem obedecer aos novos critérios e não fazer distinções dos cartões.

“A partir da eficácia da norma, o trabalhador vai poder comer em qualquer instituição que aceite o vale e, com isso, você coloca o trabalhador pagando refeições mais baratas pela questão da concorrência e também tendo maior número de opções, conseguindo adequar melhor as suas preferências à disponibilidade de restaurantes”, disse Bruno Silva Dalcolmo, secretário executivo do Ministério do Trabalho e Previdência.

Outra novidade é a possibilidade de transferir o crédito acumulado em um cartão para outro de bandeira diferente sem valores adicionais.

Segundo o governo federal, o decreto tem por objetivo abrir o mercado das empresas de vale-alimentação, que atualmente “é dominado por quatro grandes empresas que respondem por todo o processo, desde a assinatura do acordo”.

“São essas quatro empresas que têm a capacidade de fidelizar as empresas beneficiárias do PAT, de credenciar os restaurantes, de fazer pagamento para eles e, com isso, elas ganham uma margem de manobra e um poder de mercado muito grande”, ressaltou o secretário.

De acordo com Luiz Antonio dos Santos Junior, sócio da área trabalhista do Veirano Advogados, “uma das preocupações sobre essa nova regra é o aumento na prática de venda do benefício, ação que é considerada crime”.

Além disso, Filipe Richter, sócio da área tributária do Veirano, chama a atenção para outro ponto: o valor do vale usado para outros fins, tornando um complemento do salário.

“Isso influenciaria no cálculo do imposto a ser pago pelas empresas e pelo trabalhador. A reforma trabalhista resolveu a questão, afastando a alimentação da base, exceto se o pagamento for em dinheiro”, explica Ritcher.

“As empresas precisam tomar cuidado na hora de contratar esses cartões. É importante atentar qual é o tipo de benefício, quais são as condições de contratação, se tem desconto no momento da compra, analisar a jurisprudência sobre o tema e a posição do Fisco sobre o assunto”, acrescenta.

O decreto torna obrigatório às empresas registradas no Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT) a adequação das novas regras em até 18 meses. Segundo o governo federal, o prazo viabiliza às operadoras redesenhar suas estratégias de acordo com as novas regras.

 

FONTE: CNN