Salário mínimo

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Para o economista Marcelo Medeiros, professor visitante na Universidade Columbia (EUA) que há décadas se dedica a pesquisar a desigualdade social brasileira, garantir que o salário mínimo não perca poder de compra em tempos de inflação alta não é apenas uma questão importante para reduzir a pobreza de um país.

Isso porque toda vez que o salário "encolhe", crescendo em ritmo mais fraco que o do aumento dos preços, espalha também um efeito recessivo sobre toda a economia.

"A redução (do salário mínimo) diminui o consumo e desacelera a economia. A inflação brasileira é uma inflação de custos - o preço das coisas, como contas e compras, vai aumentando. Então, se o salário mínimo diminui, isso pode ter efeito recessivo, que é algo que o Brasil não quer de jeito nenhum nesse momento", pondera o economista.

No governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), há três anos não há reajuste do piso salarial acima da inflação. O último foi em 2019, quando ainda prevalecia a regra de correção que considerava a inflação mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

O debate sobre o salário mínimo voltou a esquentar com a divulgação no começo de maio de relatório da corretora Tullett Prebon Brasil, que estima que o mínimo perderá 1,7% em poder de compra até o fim do atual mandato do presidente, passando de R$ 1.213,84 para R$ 1.193,37 entre dezembro de 2018 e dezembro de 2022, descontada a inflação prevista no Boletim Focus.

Tal cenário tornaria Bolsonaro o primeiro presidente da República desde o Plano Real a concluir o mandato com o mínimo com menos poder de compra do que quando assumiu o cargo.

Embora Medeiros considere que ainda é cedo para estimar qual será de fato a perda real do mínimo no governo Bolsonaro, ele destaca que, no passado, a queda no poder de compra mostrou-se prejudicial ao funcionamento da economia e impactou negativamente o dia a dia dos brasileiros.

"O ponto é que nós não temos que combater apenas a pobreza, mas também melhorar a situação de todos os brasileiros que têm renda", afirmou.

A BBC News Brasil conversou com o especialista sobre os principais impactos - históricos e atuais - do salário mínimo no Brasil. Veja a seguir.

BBC News Brasil - O aumento do salário mínimo é a melhor forma de combate à pobreza?

Marcelo Medeiros - Há estratégias que apresentam uma taxa ainda maior de sucesso, mas o ponto é que nós não temos que combater apenas a pobreza, mas também melhorar a situação de todos os brasileiros que têm renda. São pessoas que não estão na condição extrema da pobreza, mas ainda assim têm renda baixa o suficiente para merecer atenção das políticas sociais.

Parte do custo é absorvido pelo estado e parte do custo é redistribuído por todo o mercado de trabalho. Todo mundo que contrata alguém com salário mínimo absorve parte desse custo. É por isso que você dá o aumento no momento que a economia está crescendo, para acompanhar o crescimento da economia. Supondo que esse crescimento está melhorando a condição das pessoas, então você distribui esse crescimento, de alguma maneira, também para as pessoas mais pobres. Essa é a lógica por trás dos aumentos, e é bem fundamentada.

BBC News Brasil - Aumento do salário mínimo pode ter efeito reverso, gerando pobreza, como alegam os críticos?

Medeiros - Há uma discussão, já considerada obsoleta, de que ao subir o salário mínimo, as empresas não conseguiriam pagar e demitiriam - fazendo com que o aumento do valor do salário mínimo, na verdade, gerasse pobreza.

Há casos isolados onde isso acontece, mas em geral não é o que ocorre, até porque economia não se regula dessa maneira. O desemprego no Brasil é determinado por outros fatores, principalmente por problemas do desempenho geral da economia e não especificamente pelo custo isolado do trabalhador.

Além disso, não estamos falando em um aumento de 30%, mas sim em um ganho real que gira entre 1% e 3%. O mercado não reage com desemprego quando se trata de aumentos pequenos."

BBC News Brasil - A redução do salário mínimo pode ser considerada perigosa para a economia brasileira?

Medeiros - É certamente uma péssima ideia. Porque a redução, entre outras coisas, é recessiva. Ela diminui o consumo e desacelera a economia. A inflação brasileira é uma inflação de custos - o preço das coisas, como contas e compras, vai aumentando. Então se o salário mínimo diminui, isso pode ter efeito recessivo, que é algo que o Brasil não quer de jeito nenhum nesse momento.

Além disso, vai aumentar a pobreza, a não ser que seja compensado pela expansão grupal de outras políticas para compensar as perdas que você terá, cujo custo fiscal vai ser mais alto.

BBC News Brasil - Do ponto de vista de políticas públicas, programas como o Auxílio Brasil, o antigo Bolsa Família, é considerado mais útil para combater a pobreza do que ajustes do salário mínimo?

Medeiros - Não necessariamente. Essa discussão só olha para o impacto pela medida de pobreza. É necessário pensar como funciona o mercado de trabalho como um todo, em que todas as medidas que vão afetar o mercado de trabalho.

[Programas como o antigo] Bolsa Família ajuda pobres e extremamente pobres. A eficiência do programa aumentaria se o benefício dos pobres fosse retirado e passado para os extremamente pobres. Mas isso não é desejável. O custo social disso é muito alto.

BBC News Brasil - Aumento do salário mínimo só surte efeito para quem trabalha no regime CLT?

Medeiros - Ele afeta todos os trabalhadores informais que ganham um salário fixo, então, mesmo quem não tem carteira de trabalho assinada. Os empregadores não assinam a carteira para não pagar previdência, não para não pagar o salário mínimo. Sinais de que temos 13º.

BBC News Brasil - O que fazer se o salário mínimo para de funcionar para combate da pobreza?

Medeiros - Não há nem sinal de que o Brasil esteja perto desse ponto, e existe uma vantagem nesse tipo de política.

Se houver um sinal de que o salário mínimo está causando pobreza em vez de reduzir, basta interromper os aumentos, porque a inflação vai se encarregar de reduzir, rapidamente, os valores. Política facilmente reversível, então não é necessário se preocupar agora. O que é importante é ter uma boa rede de informação sobre trabalho no Brasil, algo que é desprezado no governo atual - planejamento e monitoramento do mercado de trabalho.

E, nesse tipo de política, se o limite for alcançado basta interromper novos aumentos, a inflação reverte o resultado.

FONTE: BBC NEWS BRASIL

 

 

refinaria reman petrobras petr4

IMAGEM: Geraldo Kosinski/Agência Petrobras

 

Petrobras (PETR4) informou que assinou nesta nesta quarta-feira, 25, com a Grepar o contrato para a venda da refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) e seus ativos logísticos associados, no Ceará.

O valor total da venda é de US$ 34 milhões, sendo US$ 3,4 milhões pagos na hoje (25); US$ 9,6 milhões a serem pagos no fechamento da transação; e US$ 21 milhões em pagamentos diferidos.

O montante, segundo a Petrobras, não contempla o pagamento de ajustes previstos no contrato, devidos até o fechamento da transação.

A operação está sujeita ao cumprimento de condições precedentes, tais como a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), destaca a estatal, em fato relevante.

A Lubnor é o quarto ativo a ter o contrato de compra e venda assinado no âmbito do compromisso firmado pela Petrobras com o Cade em junho de 2019 para a abertura do mercado de refino no Brasil.

Essa operação, ainda conforme a petroleira, está alinhada à estratégia de gestão de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à maximização de valor e maior retorno à sociedade.

“A Petrobras segue concentrando cada vez mais os seus recursos em ativos que demonstram grande diferencial competitivo ao longo dos anos, com menores emissões de gases de efeito estufa”, conclui a estatal.

 

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

 

 (crédito: D.A.Press/Arte)

IMAGEM: D.A.Press/Arte

Segundo Datafolha, 53% dão muita importância à economia na hora de escolher candidato; e 52% dizem que vida está pior

A situação econômica do país está sendo determinante para a maioria dos brasileiros decidir em quem votar neste ano —e, para a maior parte dos eleitores, o quadro piorou nos últimos meses.

Segundo pesquisa Datafolha, 53% dos brasileiros consideram que a situação econômica está tendo "muita influência" na sua decisão de voto.

Somados aos que acham que a economia tem "um pouco de influência" (24%) nessa escolha, a importância do tema atinge 77% —enquanto 21% não veem influência alguma.

A importância atribuída pelos eleitores à economia e a deterioração na percepção da condição pessoal ajudam a explicar o fraco desempenho eleitoral, até aqui, do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Segundo o Datafolha, se a eleição fosse hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria o pleito de 2022 no primeiro turno, com 54% dos votos válidos, ante 30% de Bolsonaro.

O percentual de votos válidos, que exclui brancos e nulos, é o considerado pela Justiça Eleitoral para declarar o resultado final —são necessários 50% dos votos válidos mais um.

Se não vencer, Bolsonaro será o primeiro presidente a não se reeleger entre todos os que puderam concorrer, desde a redemocratização, a um segundo mandato. Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff se reelegeram.

A pesquisa mostra ainda que cerca de 7 em cada 10 eleitores não alterariam seu voto se a situação econômica do país piorar —ou a de alguns indicadores econômicos.

No caso dos eleitores de Bolsonaro, no entanto, a possibilidade de mudarem o voto devido a uma piora é cerca de dez pontos percentuais maior do que entre os simpatizantes de Lula.

Se a inflação aumentar, por exemplo, 32% dos eleitores do presidente podem mudar o voto. Entre os de Lula, são 23%.

Bolsonaro concorre à reeleição com dois dos principais indicadores econômicos —inflação desemprego— na casa dos dois dígitos; e com o Banco Central subindo os juros para controlar a escalada dos preços, o que encarece financiamentos ao consumo e desestimula investimentos empresariais.

No acumulado em 12 meses até abril, o IPCA (índice oficial de inflação) ficou em 12,13%, maior nível desde outubro de 2003. Alguns bancos e consultorias consideram que a taxa possa recuar para a faixa de um dígito somente no último trimestre deste ano.

Já o desemprego encerrou o primeiro trimestre em 11,1%, mesmo nível do quarto trimestre de 2021, o equivalente a 11,9 milhões de desocupados.

Cerca de 2 em cada 3 eleitores (66%) avaliam que a situação econômica do país piorou nos últimos meses, mesmo índice captado pela pesquisa em março. 

A taxa é mais alta entre as mulheres dos que entre os homens (71% e 61%, respectivamente), entre moradores do Nordeste (72%) e entre os eleitores de Lula (84%, ante 27% entre os simpatizantes de Bolsonaro). Entre os que reprovam o governo Bolsonaro, o índice chega a 91%.

Já a influência da economia na decisão do voto alcança índices mais altos entre os homens do que entre as mulheres (80%, ante 74%), entre os mais jovens (85%) e os mais instruídos (87%).

Para o levantamento, o Datafolha ouviu 2.556 pessoas acima de 16 anos em 181 municípios do país nos dias 25 e 26 de maio. Contratada pela Folha, a pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-05166/2022.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

Porto em Xangai, China

IMAGEM: REUTERS/Aly Song

 

Xangai está saindo de um rigoroso bloqueio Covid-19 que imobilizou a cidade desde março. Embora o porto, que atende um quinto dos volumes de embarque da China, tenha funcionado o tempo todo, está operando com capacidade reduzida. Vários embarques foram redirecionados para outros portos como Ningbo-Zhousan, cancelados ou adiados.

Com a cidade devendo reabrir em 1º de junho, o porto estará em overdrive com os embarcadores tentando cumprir os atrasos, sob sérios efeitos indiretos em todo o mundo. É um exemplo de como as cadeias de suprimentos globais em 2022 foram desestabilizadas de maneiras que não eram aparentes no início do ano.

Além de Xangai, muitos outros portos chineses, como Shenzhen, foram afetados por bloqueios.

 

FONTE: PORTOSeNAVIOS

 

Palácio do Supremo Tribunal Federal na Praça dos Três poderes em Brasília

IMAGEM: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

 

5X4: STF tem placar apertado sobre acordo coletivo e lei trabalhista

Pelo adiantado da hora e complexidade da matéria, o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, suspendeu a sessão. O julgamento será retomado na próxima quarta-feira, 1.

Nesta quinta-feira, 26, o STF continuou julgamento sobre a validade de acordos e convenções coletivas firmadas entre transportadoras e motoristas profissionais. A Corte tem dois posicionamentos distintos. 

Até o momento, quatro ministros votaram pela procedência da ação para validar o acordo coletivo firmado, uma vez que a CF/88 protege a supremacia da negociação coletiva.

Em outra vertente, cinco ministros concluíram pela improcedência, pois as decisões questionadas na ação apenas concluíram que era possível efetuar o controle de jornada e, por isso, eram devidas horas extras.

Pelo adiantado da hora e complexidade da matéria, o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, suspendeu a sessão. O julgamento será retomado na próxima quarta-feira, 1.

Validade de acordos e convenções coletivas

Gilmar Mendes X  
Nunes Marques X  
André Mendonça X  
Alexandre de Moraes X  
Rosa Weber   X
Cármen Lúcia   X
Edson Fachin   X
Luís Roberto Barroso   X
Ricardo Lewandowski   X
Dias Toffoli    
Luiz Fux    


O caso

A ação foi ajuizada pela CNT - Confederação Nacional do Transporte para questionar decisões da Justiça do Trabalho que invalidaram dispositivos de acordos e convenções coletivas pactuadas entre transportadoras e motoristas e condenaram empresas ao pagamento de horas extras.

De acordo com a confederação, antes da vigência da lei que introduziu na CLT os direitos e deveres dos motoristas, aqueles que conduzissem veículo a uma distância tal do município da sede ou filial da transportadora não estariam abrangidos pela jornada de trabalho fixa.

Segundo a ação, a Justiça do Trabalho reconhecia a força normativa das disposições convencionais e afastava as condenações ao pagamento de horas extras quando ausente controle de jornada por parte do empregador.

Nesse sentido, a CNT alegou violação aos preceitos fundamentais da isonomia, segurança jurídica e livre iniciativa. 

Voto do relator

A sessão foi iniciada com a finalização do voto do ministro Gilmar Mendes, relator, o qual entendeu como válida as convenções e acordos coletivos feitos entre empregadores e os motoristas profissionais externos.

No entendimento do relator, há possibilidade de serem negociados acordos a permitir que trabalhadores permaneçam empregados e que empregadores consigam reestruturar-se em momentos de dificuldade financeira sem diminuições excessivas. Segundo o relator, essa prática tornou-se ainda mais comum no período da pandemia. 

"A redução ou limitação dos direitos trabalhistas por acordos coletivos devem, em qualquer caso, respeito aos direitos absolutamente indisponíveis, constitucionalmente assegurados."

O ministro ressaltou, ainda, a dificuldade da lei em acompanhar a realidade atual. "Esse novo mundo da revolução digital está fazendo uma revolução, também, no âmbito do direito", asseverou o relator.

Nesse sentido concluiu como válida as convenções e acordos coletivas feitas entre empregadores e os motoristas profissionais externos. Os ministros Nunes Marques, André Mendonça e Alexandre de Moraes acompanharam o voto da relatoria. 

Voto da divergência

Abrindo entendimento divergente, a ministra  Rosa Weber afirmou que diferente dos contratos civis, em que a aplicação e produção de efeitos jurídicos vincula-se ao acordo de vontades, o contrato de trabalho depende da execução da obrigação contraída (princípio da primazia da realidade). 

Segundo a ministra, as decisões do TST que condenaram as empresas ao pagamento de horas extras não afastaram as cláusulas pactuadas nos acordos. Em seu entendimento, as decisões apenas examinaram os casos concretos conforme a CLT e concluíram ser viável o controle da jornada. 

Nesse sentido, preliminarmente, a ministra votou para não conhecer da ação. No mérito, votou pela invalidade das convecções e acordos coletivos pactuados entre empregadores e motoristas profissionais.

O ministro Edson Fachin acompanhou integralmente a divergência ao sustentar que "a negociação coletiva deve assegurar o padrão protetivo mínimo garantido ao trabalhador brasileiro". O ministro Ricardo Lewandowski também acompanhou o voto da relatora. 

A ministra  Cármen Lúcia e o ministro Luís Roberto Barroso acompanharam a divergência apenas no mérito no sentido de invalidar as convecções e acordos coletivos pactuados.

https://www.migalhas.com.br/quentes/366822/5x4-stf-tem-placar-apertado-sobre-acordo-coletivo-e-lei-trabalhista

FONTE: MIGALHAS

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Armadilha mescla recursos tecnológicos sofisticados e engenharia social para atrair vítimas em meio à alta taxa de desemprego do País

Criminosos estão se aproveitando do drama dos quase 12 milhões de brasileiros desempregados para aplicar golpes de falsas vagas de trabalho. A prática mais recorrente ocorre pelo disparo massivo de mensagens de texto, com propostas fictícias de altos salários para meio expediente cumprido remotamente.

Outra caraterística do modus operandi é utilizar o nome de empresas conceituadas para demonstrar credibilidade.

Mas o exagero de benefícios já indica que a suposta oportunidade não corresponde à realidade do mercado e, na verdade, facilita a identificação da armadilha por parte das vítimas. 

Entretanto, diante do desespero para conseguir emprego em meio à crise, algumas pessoas podem clicar em links que levam a sites fraudulentos ou mesmo fazer um Pix — meio de pagamento instantâneo — para os estelionatários. 

 
Legenda: Geralmente, os estelionatários envolvem nomes de empresas conceituadas. Mas, em alguns casos, a fraudes são tão evidentes que o critério para a suposta vaga é o candidato ter Pix
Foto: Arquivo Pessoal

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,1% no 1º trimestre de 2022, atingindo 11,949 milhões de brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Números dramáticos que viram um negócio (ilegal) nas mãos dos criminosos.

Mais de 600 mil golpes

Para se ter uma ideia, a PSafe, empresa especializada em segurança digital, detectou 608 mil golpes relacionados às falsas vagas, entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022. 

O psicólogo Giovanni Perruci, de 27 anos, foi alvo dessas tentativas. Ele, que está desempregado e estuda para ingressar no mestrado, recebeu uma mensagem de texto envolvendo o nome da Magalu. 

“Foi um contato completamente aleatório, dizendo ser home office, de meio período e com salário de até R$ 4 mil. Assim que recebi, identifiquei imediatamente que era golpe”, descreve.  

“As condições eram boas demais para ser verdade. Eu também não estive em nenhum processo seletivo, então, não faz sentido eu estar recebendo nada disso”, observa, acrescentando não ter criado expectativas. 

A Magalu enfatiza não convocar candidatos por mensagens e informa que os interessados em integrar o quadro de funcionários devem acessar o site para cadastrar o currículo. Além disso, a empresa recomenda, sempre que necessário, acessar o seu Guia de Segurança

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), entidade que também tem o nome usado pelos golpistas com frequência, reforça não enviar SMS oferecendo oportunidades.

O Sebrae alerta a todos para que, caso tenham recebido o conteúdo, não cliquem em nenhum link e não adicionem o número aos seus contatos. Além dessas duas, diversas outras companhias são citadas para enganar os trabalhadores. 

Como funciona o golpe e como não cair 

Conforme a PSafe, especializada em segurança digital, a vaga de emprego falsa é divulgada através de links quase idênticos ao de empresas conhecidas no mercado, mas com modificações de alguns caracteres e detalhes no layout.

Quando a vítima clica no link, é induzida a responder uma pesquisa para concluir o suposto cadastro e a compartilhar o conteúdo. Essa é uma técnica conhecida como engenharia social, adotada para atingir a rede de contatos da vítima. 

Outra consequência é levar o usuário para um site que não pertence a uma empresa real. Geralmente, contém um questionário de perguntas aleatórias para distrair os interessados, mas também podem ser solicitadas informações pessoais, como nome completo e CPF.

Por isso, o recomendado é sempre não clicar nesses links. Os estelionatários também divulgam vagas fictícias no Facebook Messenger ou no WhatsApp. O executivo-chefe de cibersegurança da PSafe, Emilio Simoni, explica haver maneiras de reconhecer o truque.

"As falsas vagas veiculadas, normalmente são genéricas e destinadas a qualquer pessoa, muitas vezes, esses anúncios contêm erros gramaticais e mensagens confusas na descrição", alerta.

Ele acrescenta que o diferencial do ataque é ter acesso às credenciais de redes sociais do usuário, como login e senha. "O golpista pode se passar pela vítima para espalhar outros golpes entre seus contatos, além de criar lives e publicações patrocinadas para aumentar a viralização do link malicioso", esclarece.

 
"É comum que o cibercriminoso utilize dados pessoais da vítima para fraudes financeiras, como solicitar empréstimos, fazer compras e até abrir empresas falsas", lista.

Veja algumas dicas do especialista: 

  • Ao acessar uma página de candidatura, verifique se ela possui outras sessões, como uma página inicial, uma aba institucional com informações de contato ou que fale sobre a empresa;
  • Os sites de empregos falsos solicitam dados pessoais, como nome, telefone, e-mail e endereço para utilizá-los de forma ilícita. Verifique se a página disponibiliza algum campo para que você possa escrever um pouco sobre sua experiência profissional, habilidades ou até mesmo anexar um currículo. Caso contrário, desconfie;
  • Fique atento a essa frase: "Para finalizar seu cadastro, você precisa compartilhar nossas vagas com 10 amigos ou 5 grupos no WhatsApp”. Ela é utilizada para induzir a vítima a compartilhar e atingir o mair número de usuários.  
  • Como denunciar o golpe

A Polícia Civil do Ceará (PC-CE) também orienta que as vítimas de casos de estelionato, ocorridos por meio de um aplicativo de mensagem instantânea, registrem o Boletim de Ocorrência (BO) presencialmente em qualquer unidade policial ou na Delegacia Eletrônica (Deletron).

A Deletron atende todo o Estado e está disponível 24 horas.

 
"A partir do registro do caso, a PC-CE dará continuidade às apurações por meio das delegacias que cobrem a região onde o crime ocorreu, no caso, o domicílio da vítima por se tratar de um delito em ambiente virtual", diz, em nota. 

Veja como esse golpe foi sendo moldado ao longo dos últimos anos:

A PSafe, que monitora esse tipo de golpe há alguns anos, fez um levantamento das artimanhas adotadas pelos criminosos desde os primeiros relatos, em 2019. Veja a cronologia:

  • Novembro de 2016: hackers criaram anúncios falsos que oferecem vagas de trabalho no período do Natal. O objetivo era instalar um vírus para roubar dados pessoais e bancários;
  • Agosto de 2017: golpe envolvendo o nome de uma famosa marca do ramo de bebidas começa a circular entre usuários do WhatsApp para divulgar de 81 vagas falsas. Mais de dez mil pessoas foram vítimas do ataque;
  • Agosto de 2017: cibercriminosos usam o nome de duas marcas do ramo alimentício e de vestuário para divulgar falsas vagas, também pelo WhatsApp. Mais de 693 mil brasileiros foram atingidos;
  • Julho de 2017: link fraudulento enviado pelo WhatsApp informava que uma rede de supermercados estaria contratando profissionais. Ao abrir o link, a vítima era incentivada a compartilhar o golpe com 15 amigos e a assinar um serviço de SMS pago, capaz de baixar aplicativos maliciosos e infectar o smartphone;
  • Janeiro de 2018: um novo golpe, com mais de 1,1 milhão de acessos, prometia falsas vagas no ramo de envio e entrega de correspondências;
  • Março de 2018: duas marcas de chocolate tiveram o nome usado para a divulgação de vagas. O antivírus da empresa realizou mais de 145 mil bloqueios ao golpe;
  • Janeiro de 2019: entre janeiro e outubro, houve o registro de um aumento de 174% no número de golpes que ofertam vagas de emprego falsas como isca. Mais de 49 mil detecções de acessos e compartilhamentos dessas páginas foram feitas pelo antivírus;
  • Junho de 2019: nova modalidade de golpe prometia vagas falsas com o intuito de roubar credenciais de acesso do Facebook. O link do ataque, ativo desde o mês de maio, afetou mais de 300 mil pessoas;
  • Junho de 2021: levantamento da PSafe detectou mais de 346 mil acessos e compartilhamentos a golpe do falso emprego durante o ano de 2021;
  • Fevereiro de 2022: mais de 608 mil tentativas de golpes foram identificadas no final de 2021 e início de 2022.

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE

Actions Needed for Sustainability in Maritime Transport - Part 2

IMAGEM: SAFE SEAS, SAFE SHORES

 

O Comitê de Facilitação da IMO adotou emendas à Convenção de Facilitação (FAL) que tornará obrigatório um sistema de 'janela única' para troca de dados em portos de todo o mundo, um passo significativo para melhorar a digitalização no transporte marítimo.

A Convenção FAL foi adotada em 1965 e contém normas, práticas recomendadas e regras para documentação e procedimentos durante a chegada, permanência e partida dos navios. As alterações adotadas na sessão mais recente do Comitê de Facilitação (FAL 46), que se reuniu de 9 a 13 de maio, devem entrar em vigor em 1º de janeiro de 2024.

As alterações atualizam as disposições da Convenção FAL sobre troca eletrônica de dados nos portos para desembaraço de navios, tornando obrigatório que as autoridades públicas estabeleçam, mantenham e usem sistemas de Janela Única para a troca eletrônica de informações necessárias durante a chegada, estadia e saída de navios nos portos.

Além disso, as autoridades públicas terão que combinar ou coordenar a transmissão eletrônica dos dados para garantir que as informações sejam enviadas apenas uma vez e reutilizadas na medida do possível.

O Comitê também aprovou diretrizes relacionadas à autenticação, integridade e confidencialidade das informações trocadas via Maritime Single Windows e revisou suas diretrizes para a criação de tais sistemas.

Os Estados-Membros foram agora convidados a participar nos testes de um novo módulo do serviço online GISIS (Global Integrated Shipping Information System) da IMO, criado para partilhar informação sobre Maritime Single Windows implementado pelos Estados-Membros.

O módulo foi desenvolvido para facilitar o compartilhamento das melhores práticas e apoiar o Secretariado da IMO no monitoramento do progresso da implementação da Janela Única globalmente, para melhor direcionar as áreas que requerem assistência técnica.

FONTE: PORTOSeNAVIOS

Navio de contêineres da Maersk em Istambul, em imagem de 2018 — Foto: Murad Sezer/Reuters

IMAGEM: Murad Sezer/Reuters

 

No ano em que perdeu a liderança mundial em termos de capacidade, a Maersk chegou a número em volumes transportados, de acordo com a Alphaliner.

Quase dois anos volvidos, a Maersk recuperou a liderança mundial no transporte marítimo de contêineres, em termos de volumes movimentados, destronando a COSCO, concluiu a Alphaliner da análise dos números do último trimestre de 2021 de algumas das principais companhias de shipping de contêineres.

Fonte: Alphaliner

Com ambas as companhias muito próximas entre si, acabou por sair melhor a que perdeu menos volumes no final de 2021: -4% a Maersk, -13% a COSCO. A Maersk interrompeu, assim, uma série de seis semestres em que a companhia chinesa liderou. Mas a separá-las estiveram uns meros 60 mil TEU.

No último trimestre do ano passado, as oito companhias analisadas movimentaram 25,4 milhões de TEU, o que representou uma quebra homóloga de 8%.

Se os volumes baixaram, os preços subiram, 13% em média entre os oito operadores. A maioria das companhias cobrou, em média, mais de 2 500 dólares por TEU transportado, com a ZIM a destacar-se e a superar mesmo os 3 500 dólares/TEU.

 

FONTE: TRANSPORTES&NEGÓCIOS

Vista de instalações portuárias em Odessa, na Ucrânia.

IMAGEM: REUTERS

 

A Rússia está pronta para formar um corredor humanitário para navios que transportam alimentos vindos da Ucrânia, em troca da suspensão de algumas sanções, informou a agência de notícias Interfax citando o vice-chanceler russo Andrei Rudenko nesta quarta-feira.

Os portos ucranianos do Mar Negro estão bloqueados desde que a Rússia enviou milhares de soldados para a Ucrânia em 24 de fevereiro, e mais de 20 milhões de toneladas de grãos estão presos em silos no país.

A Rússia e a Ucrânia geralmente respondem por quase um terço da oferta global de trigo, e a redução nas exportações de grãos dos portos ucranianos está contribuindo para uma crescente crise alimentar global. A Ucrânia também é um grande exportador de milho e óleo de girassol.

Potências ocidentais vêm discutindo a ideia de estabelecer “corredores seguros” para as exportações de grãos dos portos da Ucrânia, embora isso precise do consentimento russo.

“Temos afirmado repetidamente neste ponto que uma solução para o problema alimentar requer uma abordagem abrangente, incluindo a suspensão das sanções impostas às exportações e transações financeiras russas”, disse Rudenko.

FONTE: REUTERS

IMAGEM: INFORMA PARAÍBA

 

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (24) a Medida Provisória 1091/21, que instituiu o valor de R$ 1.212 para o salário mínimo em 2022. A matéria segue para análise do Senado.

O novo valor considera a correção monetária pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) de janeiro a novembro de 2021 e a projeção de inflação de dezembro de 2021, estimada pela área técnica do Ministério da Economia. O valor diário do salário mínimo corresponde a R$ 40,40, e o valor horário, a R$ 5,51.

No total, o aumento será de 10,18% em relação ao valor anterior, que era R$ 1.100. Os estados também podem ter salários mínimos locais e pisos salariais por categoria maiores do que o valor fixado pelo governo federal, desde que não sejam inferiores ao valor do piso nacional.

A relatora, deputada Greyce Elias (Avante-MG), recomendou a rejeição de todas as 11 emendas propostas na Câmara e manteve integralmente o texto editado pelo Poder Executivo em janeiro deste ano.

“A estimativa é que cada real de aumento no salário mínimo gera um incremento direto, em 2022, de apenas R$ 15 milhões na arrecadação previdenciária, conforme o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO)”, afirmou a deputada.

O novo mínimo altera o valor de cálculo de benefícios previdenciários, sociais e trabalhistas. No caso das aposentadorias e pensões por morte ou auxílio-doença, os valores deverão ser atualizados com base no novo mínimo. O mesmo vale para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que corresponde a um salário mínimo e é pago a idosos a partir de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda.

FONTE: AGÊNCIA BRASIL

 

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IMAGEM: FOLHA DE S.PAULO

 

O Plenário do Supremo Tribunal Federal começou a julgar na quarta-feira (25/5) a ação que questiona decisões da Justiça do Trabalho que invalidaram convenções e acordos coletivos de trabalho. Com a anulação desses tratos entre empregados e empregadores, empresas acabam sendo condenadas ao pagamento de direitos não consolidados pela Constituição Federal de 1988.

Em 2019, o relator do caso, ministro Gilmar Mendes, determinou a suspensão de todos os processos em tramitação na Justiça do Trabalho sobre restrição de direitos trabalhistas não previstos constitucionalmente.

A ação, proposta pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), questiona decisões que condenaram empregadores ao pagamento de horas extras a motoristas mesmo que a convenção coletiva da categoria preveja a impossibilidade de controle de jornada externa de trabalho.

A CNT alega que, antes da vigência da lei que introduziu na Consolidação das Leis do Trabalho a regulamentação do ofício de motorista, aqueles que conduzissem veículo a uma determinada distância do município da sede ou filial da transportadora não estariam abrangidos pela jornada de trabalho fixa. Segundo a ação, a Justiça do Trabalho reconhecia a força normativa das disposições convencionais e afastava as condenações ao pagamento de horas extras quando ausente controle de jornada por parte do empregador.

Em sua sustentação oral, o advogado da CNT, Sergio Antônio Ferreira Victor, alegou violação aos preceitos fundamentais da isonomia, segurança jurídica e livre iniciativa. "A negociação coletiva é revestida de força normativa e vinculante e não pode ser relegada pelo interesse individual".

O advogado José Eymad Loguercio, representando a Central Única dos Trabalhadores, rebateu os argumentos do advogado da CNT. Para a CUT, a negociação regressiva não é ser sinônimo de fortalecimento dos sindicatos, mas, sim, de precarização das relações de trabalho.

"Não é possível que se diga que os sindicatos e empregadores, em negociação coletiva, podem mais que o legislador. Estabelecer limites para atuação das partes numa negociação coletiva é o que protege os próprios sindicatos. A ausência de limite faz com que um sindicato entre numa negociação coletiva em absoluta desvantagem", sustentou ele.

O procurador-geral da República se manifestou pela procedência do pedido da CNT, suscitando a autonomia privada da negociação coletiva.

Na sessão desta quarta-feira (25/5), o ministro Gilmar iniciou seu voto destacando a importância dos acordos e das convenções de trabalho. Em seu voto, ele destacou que acordos e convenções regressivos podem ser necessários em momentos de crise, como a pandemia da Covid-19, possibilitando a manutenção de postos de emprego, assim como permitem aos empregadores se reestruturarem.

"A redução ou limitação dos direitos trabalhistas por acordos coletivos deve, em qualquer caso, respeito aos direitos absolutamente indisponíveis, constitucionalmente assegurados", opinou Gilmar.

O julgamento prosseguirá nesta quinta-feira (26/5).

 

FONTE: REVISTA CONSULTOR JURÍDICO/CONJUR

Fachada do edifício sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

IMAGEM: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

 

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou na noite de terça-feira a criação da federação partidária formada por PT, PCdoB e PV, que se chamará Federação Brasil da Esperança e é a primeira agremiação do tipo aprovada pela corte eleitoral.

Com a aprovação, feita por unanimidade na corte, os três partidos atuarão como um único ente partidário pelos próximos quatro anos, não podendo, por exemplo, apresentar candidatos concorrentes para cargos majoritários. Os partidos também atuarão como um só no Congresso Nacional.

A nova federação terá como candidato à Presidência da República na eleição de outubro o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto para o pleito. Outros partidos se unirão à candidatura de Lula, caso por exemplo do PSB, que terá o vice na chapa, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin –mas neste caso estarão coligados na eleição nacional, não em federação.

Outras federações partidárias já foram anunciadas, mas ainda precisam ser formalizadas pelo TSE, como as uniões entre PSDB e Cidadania e entre PSOL e Rede Sustentabilidade.

As federações têm até o dia 31 de maio para obterem seus registros junto à Justiça Eleitoral para participarem das eleições gerais de outubro.

FONTE: REUTERS