A Transpetro está desenvolvendo, em parceria com a ABS – sociedade classificadora com amplo reconhecimento – uma iniciativa voltada à certificação de navios com capacidades de telemedicina a bordo. Na manhã de hoje (31), a empresa apresentou os fundamentos da proposta à Conttmaf, que contribuiu com sugestões voltadas à realidade vivida pela gente do mar, enriquecendo o processo com a perspectiva dos trabalhadores marítimos.

O gerente-executivo de SMS da Transpetro, Raildo Viana, destacou que “diferentemente das normas tradicionais de classificação, que geralmente tratam da construção e da operação técnica dos navios, esta iniciativa está centrada no bem-estar e na saúde das pessoas a bordo”.

A Conttmaf avalia que a proposta representa um avanço significativo no cuidado com a saúde a bordo. De acordo com os critérios definidos, os navios que buscarem a notação em telemedicina deverão contar com capacidade para videoconferência em tempo real com profissionais de saúde, equipamentos básicos de diagnóstico, conectividade de internet com padrões mínimos de qualidade, além de garantir segurança cibernética e confidencialidade dos dados dos pacientes.

No padrão mais elevado e desejável para os trabalhadores, espera-se que os navios disponham de ambiente dedicado e privativo para consultas médicas, prontuário eletrônico certificado, capacidade de obter imagens de alta resolução para diagnóstico remoto e equipamentos médicos mais sofisticados para o atendimento à distância.

Para José Válido, diretor de Navegação Marítima da FNTTAA e de Assuntos de Gente do Mar da Conttmaf, embora a certificação seja opcional, com o navio classificado, o armador estará demonstrando preocupação concreta com a saúde dos tripulantes no dia a dia, para além da ótica tradicional das regras de construção e de operação da embarcação. “Entendemos que as empresas que adotarem essa classificação estarão se diferenciando positivamente na relação de trabalho marítimo”.

Lorena Silva, diretora de Gênero e Juventude da Conttmaf, destacou o caráter inédito da iniciativa: “pela primeira vez na história, um armador brasileiro desenvolve uma notação de classe internacional com uma sociedade classificadora para evidenciar a capacidade de seus navios realizarem um acompanhamento efetivo da saúde dos tripulantes, o que é um desejo antigo dos trabalhadores e é bem diferente de apenas garantir atendimento médico quando já estão doentes. Os navios com a notação mais elevada têm mais sustentabilidade social”.