De 76,9 milhões em 2015, subiu para 79,7 milhões em 2016, aponta relatório do CNJ

O estoque de processos sem decisão na Justiça brasileira continua a crescer. Eram 76,9 milhões em 2015. Em 2016, passaram para 79,7 milhões, uma elevação de 3,6%. Os números fazem parte do Relatório "Justiça em números", divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que abarca todos os tribunais, com exceção do Supremo Tribunal Federal (STF). A chamada taxa de congestionamento — percentual de processos em tramitação sem decisão — continua alta: 73%, ou seja, apenas 27% foram solucionados.
No ano passado, o número de processos novos que chegaram à Justiça brasileira foi praticamente igual ao daqueles que foram baixados: 29,4 milhões. Mas o que poderia significar uma estabilidade na quantidade de processos em tramitação não ocorreu.
"Observe-se que podem existir situações em que autos já baixados retornam à tramitação sem figurar como caso novo. São os casos de sentenças anuladas na instância superior, de remessas e retornos de autos entre tribunais em razão de questões relativas à competência ou de devolução dos processos à instância inferior para aguardar julgamento em matéria de recursos repetitivos ou de repercussão geral. Tais fatores ajudam a entender o porquê de, apesar de se verificar um número de processos baixados quase sempre equivalente ao número de casos novos, o estoque de processos no Poder Judiciário (79,7 milhões) continua aumentando desde o ano de 2009", diz trecho do relatório.
Os juízes de primeira instância são os mais sobrecarregados: têm 94% do volume de trabalho, mas apenas 84% dos servidores. Em média, a carga de trabalho de um juiz de primeira instância em 2016 — 7.192 processos — foi quase o dobro daquela dos desembargadores, que atuam na segunda instância: 3.384 processos. Mesmo assim, eles têm produtividade maior: 1.788 processos baixados em média no ano passado, frente a 1.347 na segunda instância.
Os primeiros números da série histórica são de 2009. De lá para cá, o número de processos pendentes cresceu 31,2%. Em 2016, cada juiz brasileiro solucionou em média 1.749 processos, ou sete por dia. No total, o número de decisões e sentenças vem crescendo, mas não o suficiente para dar conta do congestionamento que atinge a Justiça brasileira.
A taxa de congestionamento é um pouco menor — 69,3% — quando desconsiderados os processos suspensos, sobrestados ou em arquivo provisório. É a chamada taxa de congestionamento líquida. É comum que vários processos sobre um assunto — como os que tratam sobre as perdas com planos econômicos — fiquem paralisados à espera de uma decisão nos tribunais superiores. Os juízes não podem dar decisões até que o caso tenha uma resolução.
PROCESSOS EM PAPEL E EXECUÇÃO DE PENAS
O relatório também mostrou que, de cada dez processos novos, sete são eletrônicos e três ainda em papel. Na Justiça do Trabalho, o avanço é maior e quase todos já são eletrônicos. A Justiça Eleitoral é quem está mais atrasada nesse ponto: apenas um de cada mil processos novas tramitam eletronicamente. De qualquer forma houve uma avanço em relação ao ano anterior. Entre 2015 e 2016, o índice de processos novos eletrônicos cresceu de 58,7% para 73,3% na primeira instância, e de 39,6% para 48,3% na segunda instância.
O documento chama de paradoxo um fenômeno comum na maior parte dos tribunais brasileiros: a execução da decisão costuma levar mais tempo que a tomada da decisão. Em média, a execução leva quatro anos e seis meses, enquanto o processo de tomada de decisão leva um ano e quatro meses. O problema é mais grave na Justiça Federal.
"Destaca-se que a fase de conhecimento, na qual o juiz tem de vencer a postulação das partes e a dilação probatória para chegar à sentença, acaba sendo mais célere que a fase de execução, que não envolve atividade de cognição, mas somente de concretização do direito reconhecido na sentença ou no título extrajudicial", diz trecho do relatório.
Os processos criminais são 10% das ações na Justiça brasileira e tiveram uma diminuição de casos novos em 2016. Mesmo assim, aumentou o estoque de processos pendentes. Havia no ano passado, por exemplo, 1,4 milhão de processos de execução penal pendentes, contra 444 mil que tiveram seu cumprimento iniciado. Deles, 63,1% envolveram restrição de liberdade.
CUSTO DA JUSTIÇA
O relatório mostra que o Poder Judiciário custou R$ 84,8 bilhões em 2016, um crescimento de 0,4% em relação a 2015. O documento, no entanto, destaca que a despesa por habitante caiu no mesmo período em 0,43%, passando de R$ 413,51 para R$ 411,73. A justiça estadual, que tem o maior volume de trabalho, responde por 56,7% do custo do Judiciário brasileiro. A maior parte do dinheiro é gasta com recursos humanos, ou seja, salários de magistrados e servidores ativos e inativos: R$ 75,9 bilhões.
Em média, cada magistrado teve custo mensal de R$ 47,7 mil por mês. Isso porque, além dos salários, que não podem ultrapassar o teto constitucional de R$ 33.763, eles têm direito a vários benefícios, como auxílio moradia, entre outros. Ao todo, há 442.365 pessoas trabalhando no Judiciário, dos quais 18.011 são magistrados.
Parte dos processos baixados foram resolvidos por meio de acordo entre as partes. De cada 100 resolvidos, 12 foram dessa maneira. Os índices são maiores na Justiça do Trabalho e nos juizados especiais, onde as audiências costumam ser mais informais.
Os dados envolvem todo o Judiciário brasileiro, com exceção do STF, que não se submete às normas do CNJ. As informações reunidas no relatório dizem respeito a quatro tribunais superiores, cinco tribunais regionais federais (TRFs), 24 tribunais regionais do trabalho (TRTs), 27 tribunais regionais eleitorais (TREs), 27 tribunais de justiça estaduais (TJs) e três tribunais de justiça militar estaduais (TJMs).
 
Fonte: O Globo

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A alta da inflação, crise do petróleo, calote da dívida externa, entre outros problemas que ocorreram nas últimas cinco décadas, reduziram tanto a renda per capita brasileira que, ainda que o país fizesse reformas e elevasse o crescimento potencial, de 1,5% para 3,5%, levaria 66 anos para atingir a renda atual dos Estados Unidos.
 
A convergência para a renda do Chile levaria menos, 16 anos. Para a da Coreia do Sul, 40 anos. O cálculo, presente em um estudo do Itaú , leva em conta um aumento de 0,7% ao ano na população brasileira e exclui efeitos do câmbio.
Autores do trabalho, os economistas Artur Manoel Passos e Alexandre Gomes da Cunha estimam que a renda brasileira caiu 25% de 1961 a 2016. "Desarranjos macroeconômicos têm efeito permanente sobre a produtividade e sobre o nível da renda per capita."
Para chegar a essa queda, o estudo calcula que os episódios de default na dívida externa reduzem a produtividade em 1% a 2% no ano em que ocorre, e no seguinte. Se o default incluir componentes da dívida doméstica (exemplo é o Plano Collor, em 1990), há um choque adicional de 2% a 3% no ano. Por fim, altas relevantes da inflação reduzem a produtividade em 2%.
"Somando o efeito de todos os choques desde 1961, estimamos queda acumulada de 25% da renda do país. Esse é o efeito direto. Se considerarmos que os efeitos citados se reforçam mutuamente, o impacto sobre a renda per capita tende a ser substancialmente maior", afirmam os economistas.
Essa queda brutal na renda ocorreu apesar de o crescimento médio ao ano do período ter sido de 3,9% e apesar das fases de bonança, como o "milagre econômico" (1967 a 1974), de estabilização e reformas (1995 a 2002), de consolidação do tripé econômico e boom das commodities (2003 a 2010), intervalos em que o crescimento médio foi de 9,4%, 2,6% e 4% ao ano, respectivamente.
O estudo afirma que um ajuste fiscal focado no corte de gastos e a realização de uma série de reformas microeconômicas elevaria o crescimento potencial do Produto Interno Bruto (PIB) a um nível sustentável de 3,5%. Sem isso, o potencial de crescimento do PIB ficaria ao redor do nível atual, em 1,5%.
"Esse crescimento baixo dificultaria a estabilização da dívida pública, aumentando a probabilidade dos desarranjos macroeconômicos e seus choques permanentes sobre a produtividade. E, claro, implicaria que o Brasil seguiria sendo um país relativamente pobre", afirmam os economistas.
Entre as reformas microeconômicas necessárias, algumas já foram realizadas, como a trabalhista, e outras estão em andamento. Reformas que envolvam mudanças na estrutura tributária e regulatória e que melhorem a educação também entram nessa conta.
O ajuste focado nos gastos elevaria a poupança doméstica e a capacidade de investimento e daria sustentabilidade à dívida pública, algo que um PIB potencial de 1,5% não seria capaz de garantir.
O Itaú calculou o PIB potencial com dois cenários de poupança doméstica, e com e sem reformas microeconômicas. O primeiro considera a poupança em 15% do PIB, similar à observada em 2015 (14,8%) e 2016 (15,1%), que seria compatível com a ausência de um ajuste fiscal relevante. O segundo considera poupança de 20%, consistente com um ajuste forte.
No primeiro caso, sem as reformas micro e uma poupança de 15% do PIB, o crescimento potencial seria de 1,5%, taxa que não inclui o potencial impacto de desarranjos macroeconômicos. Feitas as reformas micro, a poupança de 15% geraria crescimento potencial de 2%. Já a poupança de 20% do PIB implicaria expansão de 3% sem reformas, e de 3,5% com reformas.
Nesse cálculos, os economistas consideraram aumento anual de 0,8% da população economicamente ativa, alta de 1,75% do PIB per capita global, que é a média da projeção do banco para os próximos quatro anos, e preços internacionais de commodities estáveis em termos reais.

Fonte: Valor Econômico

 

"O Brasil não precisa de reforma trabalhista, mas de crescimento econômico, investimentos e reforma tributária", afirmou a ministra Delaíde Arantes, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), na tarde de sexta-feira (1), no Congresso Nacional do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), que está sendo realizado em João Pessoa (PB).
A ministra fez palestra no painel Reforma trabalhista, mediado pela 1ª vice-presidente do IAB, Rita Cortez, e do qual também participaram o ex-presidente Conselho Federal da OAB Cezar Britto e o procurador do Ministério Público do Trabalho (PE) Renato Saraiva. O evento foi encerrado no sábado (2/9) com a palestra, às 19h, do vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli.
Na abertura do painel, Rita Cortez afirmou que "a reforma provocará a destruição dos direitos dos trabalhadores". Na sua palestra, a ministra Delaíde Arantes fez duras críticas à Lei 13.467/2017, que alterou a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e entrará em vigor no próximo dia 11 de novembro. "Na contramão dos movimentos democráticos, a lei, aprovada às pressas, promoveu mudanças em 96 dispositivos da CLT, para instaurar a desregulamentação da proteção social do trabalhador e a redução dos seus direitos", afirmou.
Tramitação veloz
Para demonstrar a rapidez com que foi sancionada a nova lei, após pouco mais de quatro meses de tramitação do projeto de lei no Congresso Nacional, a ministra afirmou: "Seguindo a tradição brasileira para a promoção de uma alteração legislativa, o projeto de reforma do Código de Processo Civil consumiu cinco anos de debates até entrar em vigor, em 2015, enquanto o destinado à reformulação do Código Civil tramitou por 27 anos, antes de ser sancionado, em 2002".
A ministra apresentou dados estatísticos para reforçar a sua tese de que, com o enfraquecimento dos direitos trabalhistas, se tornará ainda mais grave situação dos assalariados. "Após 388 anos de escravidão e 130 anos de trabalho livre, hoje 71,9% dos mais de 100 milhões de trabalhadores ganham até dois salários mínimos", divulgou. Ainda conforme os números fornecidos por Delaíde Arantes, três milhões de crianças e adolescentes estão inseridas no trabalho infantil e 167 mil adultos, em trabalho análogo à escravidão.
Na sua exposição, o ex-presidente Conselho Federal da OAB Cezar Britto, que esteve à frente da entidade de 2007 a 2010, chamou a reforma de "Consolidação das Lesões Trabalhistas". Segundo ele, "a nova lei piora o sistema e agrava a exploração, seguindo o pensamento neoliberal moderno, que consiste em não conceder direitos, pagar cada vez menos e explorar cada vez mais". De acordo com Cezar Britto, "a intenção dos que impuseram essa reforma trabalhista é retornar aos tempos da Idade Média e abolir os direitos".
O procurador do Ministério Público do Trabalho (PE) Renato Saraiva alcunhou a reforma de "Deforma trabalhista", em razão de, segundo ele, a mudança suprimir diversas garantias dos assalariados. Renato Saraiva apontou os retrocessos que decorrerão dos novos dispositivos da CLT que tratam, por exemplo, do banco de horas e da não incidência dos pagamentos relacionados aos auxílios (transporte, alimentação, saúde) para efeito de cálculo de vários benefícios, como remuneração relativa às férias.

 

Fonte: Portal Vermelho

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A equipe da delegacia da área diz que está investigando o caso. Busca imagens de câmeras para identificar e prender os autores do crime

Criminosos roubaram pessoas que estavam numa fila para se inscrever em vagas de emprego em um supermercado, no Rio. O assalto aconteceu na madrugada de quinta-feira (31), em Padre Miguel, na zona oeste.

Segundo testemunhas, cerca de 70 candidatos dormiam na fila, aguardando sua vez para preencher a ficha de emprego, quando criminosos que portavam pistolas e um fuzil renderam pessoas e levaram celulares e documentos. Alguns candidatos conseguiram fugir do assalto.

"No momento em que as pessoas que não tinham sido rendidas correram, um deles, que estava com a pistola, mandou o que estava com o fuzil atirar, mas graças a Deus ele não efetuou nenhum disparo", diz uma testemunha, numa rede social.

A equipe da delegacia da área diz que está investigando o caso. Busca imagens de câmeras para identificar e prender os autores do crime. Vítimas estão sendo chamadas para prestar depoimentos.

Já a PM diz que não foi acionada. No dia anterior ao assalto em Padre Miguel, a oferta de 200 vagas de emprego gerou confusão na porta do Shopping Jardim Guadalupe, também na zona oeste.

Rio em crise

A taxa de desemprego no Rio de Janeiro foi de 15,6% no segundo trimestre do ano, um aumento em relação à do primeiro, que havia sido de 14,5%. No país como um todo, a taxa recuou de 13,7% para 13% no mesmo período.

A taxa de desemprego fluminense mais que dobrou em dois anos -era de 7,2% no segundo trimestre de 2015. Nenhum Estado perdeu mais postos formais de trabalho do que o Rio neste ano: 74,8 mil vagas foram perdidas de janeiro a julho.

Em crise, o Estado tem rombo nas contas do governo e vive descontrole da segurança pública.

O número de mortes violentas no primeiro semestre deste ano (3.457) cresceu 15% em relação ao mesmo período de 2016. Foi o pior primeiro semestre desde 2009 (3.893).

Não há recursos para contratar PMs aprovados em concurso. Servidores da segurança passaram meses com os salários atrasados; até hoje não receberam o 13º de 2016; pagamentos extras por trabalho na folga estão atrasados; o bônus por atingir metas de redução dos indicadores de criminalidade também não é pago desde 2015.

A política de Unidades de Polícia Pacificadora ruiu -estudo da PM cita 13 confrontos em lugares com UPP em 2011, contra 1.555 em 2016.

Silvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança Pública da Universidade Cândido Mendes, diz que o crime percebe o vácuo de poder e se aproveita dele. "Estamos vendo uma disputa por território desesperada. Episódios de guerra entre grupos criminosos estão se multiplicando. Há um clima de 'o pedaço que eu não pegar alguém pegará'."

Fonte: Folhapress

 

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Os aposentados e pensionistas do Grande ABC estão mais endividados neste ano. O volume de contratos de crédito consignado com desconto no benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) cresceu 24,11% em junho, na comparação com igual período de 2016, totalizando 69.821 acordos – no ano passado foram 52.981. Considerando que as sete cidades contam com 325.363 aposentados e 118.708 pensionistas, no total de 444.071 beneficiários, é possível estimar que, a cada seis deles, um possui empréstimo.
Os dados levantados pelo INSS a pedido do Diário referem-se ao total de contratos assinados, portanto, da mesma maneira que um aposentado ou pensionista pode ter mais de um crédito ativo, até comprometer 30% de sua renda, outro pode não ter nenhum.
Se comparada ao sexto mês de 2016, a quantia liberada foi 30,15% maior – saltou de R$ 171,2 milhões para R$ 245,1 milhões, o que dá uma média de R$ 3.511,68 por acordo. Segundo o educador financeiro da DSOP Educação Financeira ABC, Edward Claudio Júnior, este crescimento se deve ao fato de as pessoas estarem muito endividadas. “O volume de dívidas está muito alto, assim como o desemprego. Este valor ainda tende a aumentar até o fim do ano”, avalia.
“Em muitos casos, a pessoa que era o arrimo da família perdeu o emprego, então os aposentados recorrem ao crédito consignado para ajudar um filho ou neto”, observa o diretor de políticas públicas da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Luís Antônio Ferreira Rodrigues. “Por causa da crise, as empresas também dispensaram os aposentados que ainda estavam na ativa, acabando com parte essencial da renda e agravando a situação.”
Rodrigues afirma que outro fator cada vez mais comum e que preocupa é o número de aposentados que abrem mão do convênio médico. Para se ter ideia, o valor médio do benefício do INSS na região é de R$ 1.800, enquanto que a mensalidade de um plano de saúde oscila entre R$ 500 e R$ 1.000 para o casal. “Ou o aposentado come ou paga o convênio. Por isso muitas vezes ele recorre ao empréstimo consignado”, lamenta.
A modalidade é alternativa para trocar dívida com juros mais altos, a exemplo do cartão de crédito, que possui juros médios de 13,34% ao mês, conforme dados da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Já o custo mensal do consignado varia de 2,1% a 3%, diz o educador.
Entretanto, Claudio Júnior lembra que cada situação deve ser avaliada individualmente. “Os juros são menores, mas engessam”, pondera. Em outros casos, como o do cheque especial, em que o juros médios chegam a 12,29% ao mês, ele aponta que vale a pena ficar negativado enquanto junta dinheiro para negociar o pagamento da dívida à vista. “Com o valor à mão, o poder de barganha é maior.”
O especialista alerta que é imprescindível emprestar só o valor necessário. “Às vezes, o banco libera quantia maior do que a pessoa realmente necessita. Se precisar de R$ 1.000, não pegue R$ 3.000”. Ele também ressalta que, uma vez assinado o contrato, não é possível voltar atrás.
Vale lembrar que o consignado permite comprometer até 30% do salário, porém, é possível tomar 5% a mais para cobrir gastos no cartão de crédito. Neste caso, se a pessoa não pagar o valor mínimo da fatura, ele será descontado da aposentadoria ou pensão.
PLANEJAMENTO - Claudio Júnior afirma que, ao planejar o orçamento, os efeitos da crise serão menores. “Se a pessoa começar a ter uma renda menor, é preciso diminuir as contas. Vale a pena ajustar os gastos nem que seja provisoriamente, até o cenário melhorar. Se puder complementar a renda, melhor.”
Todavia, Rodrigues relata que há situações em que os aposentados ou pensionistas chegam a pegar um empréstimo seguido do outro. O educador financeiro não considera a prática saudável e ressalta que não é o ideal recorrer ao consignado sem repensar os hábitos financeiros, pois as dívidas podem se transformar em uma ‘bola de neve’. “É necessário fazer as contas e verificar se a parcela do empréstimo caberá no orçamento, uma vez que ela será descontada diretamente da folha de pagamento”, diz. “É preciso ter atenção, para que não fique sem condições de arcar com o mínimo necessário para viver.”
INSS inicia pente-fino em aposentadorias por invalidez
Os aposentados por invalidez do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que não fazem perícia há mais de dois anos são os alvos da nova fase do programa de revisão dos benefícios por incapacidade, mais conhecido como pente-fino. A entidade deverá utilizar o mesmo sistema na revisão da aposentadoria por invalidez que foi utilizado no auxílio-doença.
Desde o início do mês, o governo federal já enviou 22.057 cartas de convocação. Depois da notificação, os beneficiários terão cinco dias úteis para agendar a perícia pelo telefone 135 da Previdência Social.
As datas marcadas para a perícia devem ser rigorosamente respeitadas. Caso o beneficiário não possa comparecer na data e horário marcados, um representante deverá ser enviado. Ele deverá estar munido de procuração com firma reconhecida em cartório para justificar o motivo da ausência e fazer novo agendamento.
Caso a falta não seja justificada, o segurado terá o benefício suspenso até que a nova perícia seja feita e comprove que a pessoa está incapacitada para o trabalho. Os únicos isentos do pente-fino são os aposentados com idade superior a 60 anos.
Até dezembro de 2018, a meta é que 1.004.886 de aposentadorias por incapacidade sejam revisadas, sendo 227.506 apenas em São Paulo. De acordo com os últimos dados divulgados pelo governo federal, desde o ano passado foram revisados mais de 200 mil auxílios-doença em todo o País. Até o dia 14 de julho, o INSS cancelou 180 mil benefícios. Assim, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social, será possível economizar R$ 2,6 bilhões por ano.
Fonte: Diário do Grane ABC

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Resolução com a mudança foi publicada no Diário Oficial da União
 

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) poderá elevar de 6 para 9 o número máximo de contratos ativos permitidos para crédito consignado por aposentado. A resolução com a mudança foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), pelo Plenário do Conselho Nacional de Previdência, presidido pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. 

A resolução também recomenda à Ouvidoria da Previdência do Ministério do Desenvolvimento Social "a criação de mecanismos de registro próprio para atender a ocorrências relacionadas a orientações indevidas por agentes que estimulam o cancelamento das contribuições associativas, com o único propósito de liberar a margem de crédito consignado".

O texto ainda traz uma terceira recomendação, desta vez direcionada às instituições financeiras que operam o crédito consignado da Previdência Social. A sugestão é que essas instituições adotem ações de "promoção e apoio" a projetos de educação financeira.

As recomendações foram definidas em reunião do Conselho realizada no último dia 29 de junho.

Fonte: Estadão Conteúdo

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O TCP Terminal de Conteineres de Paranaguá, segundo maior terminal de conteineres da América do Sul, bateu em agosto o recorde de movimentação de conteineres cheios dentro de um único mês desde sua criação, em 1998. O Terminal movimentou no mês 74.898 TEUs (unidade de conteiner de 20 pés) e o volume de conteineres cheios exportados e importados foi 12% superior à agosto de 2013. 

Após mais de um ano de negociações, a estatal chinesa China Merchants Port Holding (CMPorts) anunciou neste domingo, 3, a compra de 90% do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) e a empresa de serviços logísticos TCP Log, por R$ 2,9 bilhões (US$ 925 milhões). A transação envolve 90% dos ativos portuários. O fundo americano Advent, que tinha 50% da TCP, vendeu toda sua fatia. Os acionistas restantes – as empresas espanholas Galigrain e TCB –, também saem do negócio. Já os três sócios fundadores: Pattac, Soifer Participações e TUC Participações Portuárias vendem parte das ações, mas ficam, juntos, com 10% restantes dos ativos. 

A transação avalia o TCP em cerca de R$ 3,2 bilhões e a conclusão da operação está prevista para até o fim de 2017, após passar por crivo regulatório e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Fundado em 1998, o terminal brasileiro é considerado um dos mais modernos no País e tem bom potencial de crescimento.

Nos últimos anos, recebeu altos investimentos na renovação de equipamentos e na infraestrutura local, o que melhorou de forma expressiva a produtividade da empresa. O terminal tem capacidade para movimentar 1,5 milhão de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).

Tamanho. Hoje, o TCP é o terceiro maior terminal de contêineres do País, atrás apenas de Santos Brasil e Brasil Terminal Portuário (BTP), ambos no Porto de Santos. O terminal também detém o maior número de tomadas refeer – infraestrutura exigida para a manutenção de contêineres de produtos refrigerados, como carnes – do País.

Nos últimos meses, o TCP estava sendo alvo de cobiça de vários investidores. Além da estatal chinesa, o grupo árabe Dubai Port World (DP World) estava no páreo. A ideia original dos acionistas era abrir o capital do TCP ou vender apenas uma fatia a investidores privados. No entanto, a boa demanda pelo negócio levou os controladores a rever essa estratégia. No ano passado, o TCP contratou os bancos BTG Pactual e Morgan Stanley para assessorá-lo nas negociações. O grupo China Merchants contratou o banco Santander.

Em comunicado ao mercado, a China Merchants informou que “a entrada na América Latina, especialmente no Brasil, é crucial para a expansão global de sua rede de terminais”. A CMPort é uma das maiores operadoras globais de terminais de contêineres, com movimentação total de mais de 95 milhões de TEUs em 2016. 

A gigante chinesa possui operações na Ásia e detém, ainda, terminais de contêineres em países como Estados Unidos, África e Europa.

O presidente da TCP, Luiz Antonio Alves, vai permanecer na empresa, de acordo com o comunicado ao mercado. Em nota, Alves disse que a entrada do novo controlador contribuirá para a nova fase de crescimento da TCP. “O Advent e os sócios-fundadores tiveram um papel fundamental, suportando a transformação operacional da empresa.” 

Diversificação. O fundo Advent, que tem feito importantes aquisições no Brasil entre o fim do ano passado e este ano, decidiu vender sua participação para investir em novos negócios dentro e fora do Brasil. A gestora comprou o controle do TCP em 2011, por R$ 650 milhões. Com essa transação, vende o negócio por R$ 1,6 bilhão. 

A gestora comprou recentemente participação relevante na Estácio para voltar a ser uma consolidadora no setor de educação, a exemplo do que fez na Kroton Educacional há alguns anos. No fim do ano passado, o Advent comprou uma faculdade no Rio Grande do Sul. O fundo também tem sido atuante em operações financeiras, com a aquisição da Easynvest. 

Fonte: Estadão

 

Carteira de trabalho; terceirização

Após mais de dois anos em queda, o emprego com carteira assinada no setor privado deu os primeiros sinais de reação no trimestre encerrado em julho. Não só o volume de vagas formais criadas cresceu como a renda desse trabalhador subiu, o que não ocorreu em outras categorias.

O aumento dos postos com carteira foi modesto, 0,2% (ou 54 mil vagas), mas interrompe uma sequência iniciada ainda em 2014 e, mais importante, é mais um sinal, segundo analistas, de que o mercado de trabalho começa a reagir à tímida recuperação da economia nacional.

"O emprego dá um respiro que não me parece apenas pontual, mas sim uma tendência", afirma o economista Everton Carneiro, da RC Consultores.

O avanço do emprego com carteira assinada é importante porque ele garante maior estabilidade ao trabalhador, além de benefícios –plano de saúde, por exemplo.

Mas a melhora do mercado de trabalho (a taxa de desemprego ficou em 12,8% no trimestre até julho, ante 13,6% nos três meses anteriores) também é explicada pelo avanço do emprego informal.

Na comparação entre o período de fevereiro a abril com o de maio a julho, 350 mil pessoas entraram no mercado de trabalho via ocupações de conta própria –como camelô ou motorista de Uber.

O total de trabalhadores no setor privado que não tem carteira também teve uma disparada: 468 mil a mais.

"Em termos quantitativos é uma recuperação, mas em termos qualitativos a melhora está ainda baseada em uma plataforma informal de trabalho", afirma o técnico do IBGE Cimar Azeredo.

A medida que crescem os postos informais há diminuição da renda do trabalhador sem carteira –houve queda de 3,5% na comparação anual e 2,3% na passagem dos trimestres.

Um trabalhador no setor privado sem carteira assinada ganha, em média, R$ 1.197, quase metade da renda dos funcionários formalizados (R$ 2.025), que cresceu 0,7% em relação ao trimestre encerrado em julho.

"A melhora [do desemprego] está assentada na informalidade como reflexo da crise. O aumento dos ocupados, porém, pode anunciar retomada, ainda que lenta, do emprego formal", disse o analista da consultoria Tendências, Thiago Xavier.

Azeredo, do IBGE, alerta para os riscos da continuidade do crescimento da informalidade, que poderá refletir em menos arrecadação de impostos federais e demora para a retomada do consumo das famílias.

"Pode ter impacto no futuro, porque essas pessoas não contribuem para Previdência, por exemplo, não são amparadas pelo seguro-desemprego. Isso pode chegar ao comércio, já que carteira assinada é uma espécie de passaporte para o consumo entre as pessoas de mais baixa renda", disse.

CATEGORIAS

A indústria, muito prejudicada pela crise, por sua vez passou a gerar vagas. Na passagem dos trimestres, o acréscimo foi de 425 mil pessoas.

O setor público também contribuiu para a estatística, com 423 mil postos gerados. Os serviços, transportes e alimentação também ajudaram, mas são segmentos em que há maior incidência de trabalho informais.

A chamada massa de rendimento real –que é a soma de todos os salários recebidos no país– teve a primeira alta significativa, de 1,3%, desde outubro de 2014.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

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A PEC 77 trata de mudança de sistema eleitoral, “distritão”, em 2018, e distrital misto, em 2020. A PEC 282, que colide com a PEC 77, trata fim das coligações para eleições proporcionais, instituição de federação de partidos e cláusula de barreira.

Não há acordo sobre as propostas
É mais provável que as propostas não sejam votadas nesta semana. Há três razões plausíveis para este entendimento. A primeira é a ausência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ocupa, interinamente, a Presidência da República em função da ausência do presidente Michel Temer, que está na China. A segunda é a ausência de acordos ou consensos para dar início ao exame das propostas. E a terceira é o fato de quinta-feira (7) ser feriado. Assim, a semana política se encerra na quarta-feira (6).

Colégio de Líderes
Às 18 horas de segunda-feira (4) vai haver reunião do Colégio de Líderes para discutir a pauta da semana. Vai ser na sala da Presidência da Câmara.

CSLL
Na terça-feira (5), a partir das 9 horas, está prevista nova sessão extraordinária para votar proposta remanescente do dia anterior e outras proposições, entre elas a MP 783/17, que permite o parcelamento de dívidas com a União, tanto de pessoas físicas quanto pessoas jurídicas, concedendo descontos e possibilitando o uso de prejuízo fiscal e de base negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para pagar os débitos.

CÂMARA DOS DEPUTADOS


COMISSÕES ESPECIAIS

Fundeb / Educação (PEC 15/15)
Colegiado reúne-se terça-feira (5), às 10h30, para realização de audiência pública para discussão da matéria; análise do texto e sugestões para o seu aprimoramento. Foram convidados o professor, sociólogo e consultor educacional João Batista dos Mares Guia; o vice-presidente do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação (FNCEE), Álvaro Moreira Domingues Junior; e a presidente da UNE, Marianna Dias. Vai ser no plenário 9.

Reforma Política
Colegiado reúne-se, terça (5), às 14 horas para dar continuidade na votação do Relatório Parcial 3, do deputado Vicente Candido (PT-SP). Trate-se da regulamentação das propostas (PEC) que estão em discussão no plenário. Vai ser no plenário 8.


SENADO FEDERAL

Eunício agenda Reforma Política, financiamento de campanha

Está na pauta do plenário do Senado, entre outras proposições, as novas regras para fundos de campanha e para propaganda eleitoral. O fundo eleitoral proposto pelo senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) deve chegar a R$ 2 bilhões. Os recursos viriam da compensação fiscal que a União concede para as emissoras comerciais veicularem a propaganda política. O fundo também receberá o dinheiro de multas e penalidades aplicadas aos partidos com base no Código Eleitoral. O valor será corrigido a cada eleição pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Pela proposta (PLS 206/17), o dinheiro será depositado no início de cada mês junho, em ano eleitoral, pelo Tesouro Nacional em uma conta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O TSE deve reservar 20% do valor para o segundo turno das eleições. O restante do dinheiro será dividido pelo número de eleitores alistados para votar. Cada eleitor poderá direcionar o valor da sua cota ao partido ou candidato que preferir, por meio de uma plataforma desenvolvida pelo TSE.

Se o eleitor não declarar para qual candidato ou partido deve ir sua cota, 1% do valor será dividido igualitariamente entre todos os partidos registrados no TSE. Outros 14% serão distribuídos igualitariamente entre os partidos com representação na Câmara. E os 85% restantes divididos entre os partidos, de acordo com a proporção de deputados na Câmara.

Em razão do feriado de 7 de Setembro (quinta-feira), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) agendou sessão extraordinária para tentar votar as proposições que constam na pauta.


CONGRESSO NACIONAL

Revisão da meta fiscal
Deputados e senadores podem se reunir novamente, em sessão do Congresso Nacional, agendada para terça-feira (5), a partir das 19 horas, para deliberar sobre emendas ao projeto de revisão da meta fiscal, que amplia a previsão de deficit do governo (PLN 17/17). Vai ser no Plenário Ulysses Guimarães, Câmara dos Deputados.

FONTE:DIAP

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A situação é tão precária que percebemos não haver mais nenhum respeito à legalidade; o emaranhado de normas tem causado tanta confusão que as mesmas têm sido ignoradas pelos usuários dos recursos. Saiba a posição do Conepe (Coletivo Nacional da Pesca e Aquicultura) sobre a pesca brasileira em artigo publicado no 3º Anuário 2017 de Produtos, Serviços e Conteúdo Seafood Brasil.

Entidade representativa das demandas da pesca industrial nacional, o Conepe vai, aos poucos, retomando seu papel de liderança e restabelecendo parcerias para o desenvolvimento da atividade pesqueira socioeconomicamente sólida e ambientalmente correta, embasada em conceitos técnico-científicos.

Desde o início da atual gestão, em julho de 2016, a Diretoria Executiva do Conepe tem buscado fortalecer o setor, retomar o rumo da entidade e estabelecer alguma segurança nesse oceano de instabilidade política.

O Conepe tem buscado o diálogo aberto com o governo e com os diversos atores da cadeia produtiva da pesca, tendo como base justificativas técnicas que perpassam as negociatas eleitoreiras e interesses de curto prazo, prática comum por muitos anos. Através dessa nova postura, temos mantido entendimentos com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) visando à consideração de espécies ameaçadas de extinção de interesse pesqueiro sob uma perspectiva do uso dos recursos com base na biologia pesqueira. Temos avançado consideravelmente nas discussões, originalmente truculentas e judicializadas, para um ambiente de respeito e transparência.

Nesse contexto de mudanças, acreditamos e temos trabalhado para uma reforma da gestão pesqueira nacional, que envolve uma profunda revisão na legislação (atualmente vagas, dúbias e, por vezes, antagônicas), definição de atribuições e responsabilidades, reconhecimento da importância social, econômica e ambiental da atividade de pesca e estabelecimento de uma política de Estado.

A situação é tão precária que percebemos não haver mais nenhum respeito à legalidade; o emaranhado de normas tem causado tanta confusão que as mesmas têm sido ignoradas pelos usuários dos recursos. Esse fato não é prejudicial somente do ponto de vista legal, mas também sob a ótica do recurso pesqueiro e da escassez de dados e informações.

 O futuro da atividade de pesca e da indústria pesqueira no Brasil é totalmente incerto. Estamos falando de produção de proteína animal de altíssima qualidade, com propriedades associadas ao aumento da expectativa de vida e na diminuição de gastos com saúde pública. É, portanto, muito mais que restringir o foco apenas à extração dos recursos pesqueiros; é preciso ter uma visão ampla da atividade e um alinhamento da sua importância para o Brasil com o contexto mundial.

A incerteza quanto ao futuro da atividade deve-se a: mudanças políticas, que têm reflexo direto no órgão gestor da atividade, causando uma paralisação nos serviços prestados e prejudicando o desenvolvimento e mesmo a manutenção do setor; à drástica diminuição de recursos voltados à capacitação, pesquisa, inovação e geração de conhecimento, subsídios

necessários e primordiais ao ordenamento pesqueiro; à falta de uma política setorial para o efetivo funcionamento do Sistema de Gestão Compartilhada do Uso Sustentável dos Recursos Pesqueiros, inclusive com a garantia de aporte de recursos; ao descumprimento das obrigações do país junto a Organismos Internacionais e Regionais de Ordenamento Pesqueiro, pondo em risco o desenvolvimento e aprimoramento da pesca oceânica por embarcações brasileiras dentro da sua Zona Econômica Exclusiva e em águas internacionais.

Temos atuado na proposta de um rearranjo do ordenamento pesqueiro através do recadastramento das embarcações pesqueiras, criação de um banco de dados integrado a outras ferramentas visando eficiência e transparência, e estabelecimento de cotas de captura dos recursos pesqueiros dentro de critérios científicos. Acreditamos e trabalhamos para uma mudança de referência; temos como entendimento que o tamanho da frota pesqueira se autoregulamentará de acordo com o resultado econômico da atividade. A responsabilidade é de todos e por isso temos como objetivo promover o diálogo entre os usuários, pesquisadores, gestores e todos aqueles afetos aos recursos pesqueiros visando a manutenção da biodiversidade e a repartição de oportunidades. O uso desses recursos deve ser pautado nos princípios da ética, respeito à diversidade, à tradicionalidade e às prerrogativas de geração de emprego e renda. É necessário que tenhamos os dados, as informações, as estimativas e as avaliações dos limites de uso dos recursos pesqueiros, os quais devem ser claros e respeitados, sob pena de perda de direitos àqueles que não os reconhecem.

FONTE:SAPERJ


 

A taxa de desemprego recuou no trimestre encerrado em julho e agora atinge 12,8% da força de trabalho do país. Essa queda foi puxada pelo aumento do número de trabalhadores que atuam no mercado privado sem carteira assinada. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de julho revelam, no entanto, que o salário médio dos trabalhadores informais é 40,9% menor, se comparado ao de quem tem carteira assinada no país, o que significa em valores nominais R$ 828.
Essa diferença salarial é 1 ponto percentual maior que o registrado no trimestre imediatamente anterior, encerrado em abril, quando a disparidade chegava a 39%, e 4,4 pontos percentuais maior, se comparada ao mesmo período do ano passado, quando a diferença entre os salários era de 36,5%.
Considerando dados da Pnad desde o trimestre encerrado em junho de 2014, a diferença salarial entre esses trabalhadores é uma tendência histórica e chega em média a 39,3% nos últimos três anos. A disparidade de rendimento hoje, porém, é a maior desde o trimestre encerrado em abril de 2016.
O rendimento médio do trabalhador formal nos últimos três meses subiu 1% em relação ao trimestre imediatamente anterior (que inclui os meses de fevereiro, março e abril) para R$ 2.205 mensais, enquanto o do trabalhador informal caiu 2%, em comparação ao mesmo período, para R$ 1.197 mensais.

Fonte: O Globo

 

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Seis petroleiras estrangeiras estão buscando oportunidades para entrar no mercado brasileiro este ano, a partir da 14ª Rodada de blocos exploratórios, em setembro. A lista inclui desde gigantes do setor, como a Petronas, da Malásia, a produtores independentes de menor porte, como indiana Capricorn e a americana Murphy Oil.

Chama a atenção também a presença das alemãs: Wintershall e DEA Deutsche Erdoel AG estão entre as 32 inscritas no leilão. A lista inclui, ainda, companhias nacionais estreantes no mercado de óleo e gás, como a Bertek e a Greenconsult, que miram, sobretudo, ativos terrestres.

Murphy Oil e Wintershall não são inteiramente estreantes. Embora não possuam ativos no país, já chegaram a participar de alguns leilões no início dos anos 2000, no Brasil. A alemã, inclusive, saiu como vencedora na 4ª Rodada, em 2002, ao arrematar três concessões, mas depois saiu do país.

A grande novidade da 14ª Rodada gira em torno da Petronas, uma das maiores petroleiras do mundo, com uma produção de óleo e gás média de 2,39 milhões de barris de óleo equivalente (BOE/dia), e que nunca participou de um leilão no Brasil. O Valor apurou que a estatal malaia vem mapeando oportunidades de negócios desde o ano passado. Esta, aliás, não é a primeira vez que a Petronas se aproxima do mercado brasileiro. Em 2013, chegou a fechar um acordo com a OGX, para comprar 40% do campo de Tubarão Martelo (Bacia de Campos), mas desistiu depois que a antiga petroleira de Eike Batista entrou em recuperação judicial.

“Vejo com bos olhos a estreia da Petronas nos leilões. Estamos falando de uma grande estatal. A 14ª Rodada, aliás, se caracteriza pelo perfil variado das petroleiras inscritas. Temos as grandes ‘players’, muitos produtores independentes…” avalia o Diretor da Accenture Strategy Energy, Matheus Nogueira.

A pouco menos de um mês para a licitação, as companhias intensificam os estudos sobre os ativos disponíveis e buscam parcerias. Controlada pela LetterOne Energy, a alemã DEA, por exemplo, fechou em julho um acordo com a australiana Karoon para avaliar conjuntamente oportunidades de negócios no Brasil. O foco da parceria está na exploração e produção de ativos offshore (marítimos). Além da 14ª Rodada, a empresa também avalia oportunidades de aquisições no país e assumiu uma opção de compra de 50% de Echidna e Kangaroo, descobertas feitas pela Karoon no pós-sal de Santos.

No ano passado, o presidente do conselho de administração da LetterOne, Lorde Browne, disse ao Valor que a meta da companhia era que o Brasil respondesse por 25% da produção da empresa, contribuindo para que a petroleira alcançasse um patamar de 300 mil barris/dia – a DEA produz, em média, 138 mil barris/dia, com foco no Mar do Norte e Alemanha.

Outra que se prepara para estrear nos leilões da ANP é a Petro Victory. Oriunda do Texas, EUA, a empresa foi criada com o foco na exploração e produção de campos terrestres no Brasil. Em julho, anunciou sua entrada no mercado brasileiro, por meio da aquisição de quatro campos no Nordeste, mas ainda aguarda o aval da ANP para assumir os ativos. Enquanto isso, mira oportunidades para fortalecer sua presença no país.

A 14ª Rodada será a primeira licitação de blocos exploratórios desde a flexibilização do conteúdo local e da extensão do Repetro (regime aduaneiro especial para o setor de óleo e gás). Segundo fontes consultadas pelo Valor, a movimentação em torno da formação de consórcios, às vésperas da licitação, está mais intensa este ano, na comparação com a 13ª Rodada, de 2015, considerada um fracasso.

O número de estreantes poderia ter sido ainda maior se o governo tivesse conseguido anunciar a prorrogação do Repetro antes do fim do prazo de inscrição na rodada.

A extensão do Repetro é uma sinalização muito positiva para o leilão, porque tem um impacto muito grande, pode representar a viabilidade ou não de um projeto de exploração. Mas investidores podem ter deixado de entrar na licitação, porque houve uma demora no anúncio.

Fonte: Valor Econômico