Medida Cautelar

Boa notícia para o mundo do trabalho. O Supremo Tribunal Federal (STF) deferiu, nesta quinta-feira (31), medida cautelar na ADI 5766 apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR). A ADI questiona pontos da Lei 13.467/17, que trata da Reforma Trabalhista.

Conforme decisão do ministro Luís Roberto Barroso, as restrições na nova lei violam as garantias constitucionais de amplo acesso à jurisdição e a assistência judiciária integral aos necessitados.

Na cautelar, Barroso pede que a Advocacia Geral da União (AGU) bem como a Presidência da República e o Congresso Nacional sejam ouvidos num prazo de cinco dias para só depois disso decidir sobre pedido de liminar.

Na ação, o procurador geral, até setembro, Rodrigo Janot questiona os artigos 790-B, 791-A e 844 da CLT, que normatizam alguns pontos do processo trabalhista.

Medida cautelar é um procedimento para prevenir, conservar ou defender direitos. Trata-se de ato de prevenção promovido no Judiciário, quando da gravidade do fato, do comprovado risco de lesão de qualquer natureza ou da existência de motivo justo, desde que amparado por lei.

FONTE: DIAP

 

 

 

Avanços no combate ao problema estão ameaçados pelas restrições orçamentárias de Temer. "Se não houver medidas suplementares, não teremos orçamento para seguir com as operações", diz representante do MPT

Todos os avanços históricos no combate ao trabalho escravo que o Brasil alcançou nos últimos 20 anos estão em xeque por conta das restrições orçamentárias que o governo Temer está impondo ao Ministério do Trabalho e demais órgãos públicos. O país pode em breve chegar a uma situação vergonhosa de ter “risco extremo” de escravidão contemporânea.
 
A atual situação do Ministério Público do Trabalho (MPT) é um bom exemplo: sem dinheiro para manter em plena atividade seu Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), que conta hoje com apenas quatro equipes – eram 10 em meados dos anos 2000 –, o MPT precisa fazer escolhas trágicas no dia a dia: de cada 10 denúncias de trabalho escravo recebidas, a equipe só tem condições de atender uma. E a situação tende a piorar.
 
“A realidade é que as operações de setembro já estão comprometidas. Se não houver medidas suplementares, não teremos orçamento suficiente para seguir com as operações”, afirma o coordenador nacional da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete) do MPT, Tiago Muniz Cavalcanti, em entrevista ao site Investimentos e Direitos na Amazônia, do Inesc.
 
Segundo Cavalcanti, todos os órgãos que lidam com a questão do trabalho escravo estão com receio do retrocesso que haverá na política de enfrentamento a essa prática. Para tentar reverter esse quadro, o MPT entrou com uma ação civil pública contra o governo federal para garantir a manutenção do combate ao trabalho escravo do Grupo Móvel, que pode parar pela primeira vez em 22 anos.
 
“O combate ao trabalho escravo é uma política pública que teve início na década de 90, é um compromisso internacional e não do governo de plantão”, lembra.
 
Outro aspecto que tem grande impacto na fiscalização do trabalho escravo é a precarização da legislação trabalhista, que afeta todos os trabalhadores do país e impõe a terceirização irrestrita. Cavalcanti lembra que de cada 10 trabalhadores resgatados, nove são terceirizados.
 
 
Confira a íntegra da entrevista:
 
Essa é a primeira vez na história que o MPT precisa entrar com uma ação contra o governo federal para garantir as operações de fiscalização do Grupo Especial de Fiscalização Móvel. Como chegamos a isso?
 
A realidade é que as operações de setembro já estão comprometidas. Se não houver medidas suplementares, não teremos orçamento suficiente para essas operações, que são quatro por mês. Todas as tentativas de diálogo com o governo foram em vão, por isso, entramos com a ação para tentar garantir recursos para o Grupo Especial. Mas o prejuízo já é irremediável.
 
O combate ao trabalho escravo é uma política pública que teve início na década de 1990, é um compromisso internacional e não do governo de plantão. A administração atual não pode simplesmente dizer “que não é mais estratégico combater a escravidão”, esta é uma política de Estado e deverá necessariamente continuar, independentemente de governo.
 
2017 pode ser o ano com o menor número de resgates feitos nos últimos 20 anos?
 
Sim. Sem dúvida, teremos um número bastante diminuto de operações e de resgates em 2017. Os 680 resgates realizados em 2016 já representam uma queda histórica expressiva. Para dar uma noção mais precisa para a população: até julho desse ano conseguimos realizar somente 110 resgates. É drástico. A ação tenta fazer a auditoria do trabalho respirar um pouco, mas a verdade é que não há dinheiro em caixa e nem sequer promessa de termos.
 
As fiscalizações de rotina no âmbito rural também estão comprometidas. Qual o cenário atual?
 
Já estão suspensas as fiscalizações de âmbito rural em vários pontos do país. Esse tipo de operação invariavelmente consegue identificar também o trabalho escravo. É comum a auditoria deflagrar operação rural e se deparar com situações de violação de direitos humanos. São recursos alocados no Ministério do Trabalho que repassa para as superintendências regionais. Não há dinheiro nem sequer para pagar a gasolina dos veículos. A fiscalização da legislação como um todo está seriamente comprometida em todo o território nacional.
 
Como a situação geral do combate ao trabalho escravo regrediu tanto em tão pouco tempo?
 
O combate ao trabalho escravo tem essa particularidade: é concentrado em Brasília para promover uma despersonalização da atuação regional. Com isso, dá proteção aos membros integrantes da força tarefa e tira da esfera de poder regionalizado no interior de determinados estados quando há pressões locais.
 
Mesmo não existindo ideologia político-partidária no enfrentamento à escravidão contemporânea, a situação de piora foi potencializada agora com arrocho fiscal ainda mais forte nesse governo. Em meados da década de 2000, nós tínhamos o dobro de pessoal comparado com agora (10 equipes contra 4), em contrapartida, agora temos o dobro de população economicamente ativa.
 
A ONG australiana Walk Free estima em seu relatório de 2016 que há cerca de 161 mil trabalhadores escravos no Brasil. Em 20 anos, conseguimos resgatar somente um terço disso. Ou seja: há um número muito superior de escravos do que os órgãos públicos conseguem se fazer presentes dentro da sua limitação.
 
Dos dez municípios com maior número de casos de trabalho escravo do Brasil, sete estão na Amazônia, sendo cinco deles no Pará, que também é líder na prevalência nacional, com 22,6% dos casos. Além de 25% dos trabalhadores resgatados virem do Maranhão. Quais os maiores desafios da fiscalização do trabalho escravo na Amazônia Legal e o que está sendo feito para que esse quadro melhore?
 
Concentração de terra, ambiente de difícil acesso e miséria, entre outros fatores, são todos ingredientes que alimentam o trabalho escravo e estão presentes na Amazônia Legal.
 
Exemplificando na prática: uma região crítica de trabalho escravo era, e ainda é, o sul do Pará, na região de Marabá e da reserva do Bico do Papagaio. Mas tivemos uma melhora significativa lá exatamente por conta da reserva e também pela presença de organizações como a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Centro de Defesa de Direitos Humanos (CDDH). Com o grande número de denúncias que recebemos e a expansão da fronteira agrícola, outras regiões também têm se tornado críticas, como é o caso do oeste do Pará, na fronteira com o Amazonas, que tem uma ausência do Estado muito severa.
 
Em determinadas regiões que não recebemos denúncias, o Estado precisa ser pró-ativo. Mas isso fica mais difícil no cenário em que vivemos, porque já priorizávamos as denúncias. Imagine: como vamos investigar o que não temos de denúncias se já temos um passivo muito grande? Nós realizamos escolhas trágicas, a cada 10 denúncias que recebemos, atendemos somente uma, por falta de estrutura do aparato estatal.
 
No plano ideal, que está muito distante, claro que conseguiríamos fazer os dois, mas não temos estrutura necessária para isso. Na Amazônia, criamos alguns grupos interinstitucionais e temos pessoal que atua na questão dos ribeirinhos no Acre e no rio Amazonas com um projeto específico para atender aquela comunidade.
 
Antonio Carlos Mello, da OIT, disse em entrevista para o Amazônia INESC que o Brasil “corre o risco de regredir 25 anos no combate ao trabalho escravo” em função de diversos retrocessos recentes. Que avaliação você faz da posição do país hoje frente a esse problema?
 
A avaliação de todos os órgãos é de que estamos em um cenário de retrocesso na erradicação de trabalho escravo. Nosso enfrentamento, que é reconhecido internacionalmente como modelo, teve início na década de 1990 e não foi espontâneo, não foi de uma hora para outra. Foi um enfrentamento forçado por parte da comunidade internacional. O caso José Pereira que deflagrou isso. Por não termos dado uma resposta adequada a esse caso de violação de direitos humanos nós iriamos ser condenados pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. Assim, o Brasil assinou um acordo reconhecendo a escravidão nas terras brasileiras e se comprometeu a tomar medidas. A partir de 1995 de fato o estado começou a implementar políticas públicas, por exemplo o Grupo Especial de Fiscalização Móvel e a Lista Suja.
 
Hoje temos um extenso rol de políticas públicas que enfrentam a escravidão contemporânea, mas que está seriamente comprometido, porque temos uma série de retrocessos em vista.
 
No plano legislativo, vários projetos de lei objetivam alterar o conceito de trabalho escravo e no plano executivo temos muitas outras sinalizações, sendo a maior delas a reforma trabalhista, além do projeto que pretende alterar o trabalho rural. Para se ter uma ideia do que causa a terceirização irrestrita, a cada 10 trabalhadores escravos, nove são terceirizados.
 
Isso tudo tem impacto na fiscalização. Por exemplo, com o limite imposto pela PEC do teto dos gastos públicos, a própria auditoria do trabalho e os órgãos que levantam essa bandeira, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, têm hoje o seu orçamento relacionado ao enfrentamento da escravidão contemporânea seriamente comprometido.
 
Nos últimos anos, o cruzamento de dados da lista de trabalho escravo do Ministério do Trabalho com financiamentos do BNDES revela que o banco concedeu empréstimos superiores a R$ 89 milhões para empresas pegas usando trabalho escravo somente na Amazônia Legal. Falta uma análise mais rigorosa das instituições financeiras e um controle social mais firme para esses financiamentos?
 
Sem dúvida. Nós temos um grupo de trabalho específico na coordenadoria exatamente com a finalidade de estudar esse tipo de política e responsabilidade social de instituições financeiras para verificar se de fato estão ou não cumprindo suas obrigações. A atuação do grupo acontece junto, por exemplo, com a construção da Lista Suja (do Trabalho Escravo), que tem recomendações para instituições públicas e privadas, inclusive com anuência da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), para que não sejam feitos esses empréstimos. Isso tem que ser analisado com cautela e parcimônia para tomar inclusive medidas contra as instituições financeiras que concederam crédito.
 
Segundo o procurador-geral do Trabalho, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a reforma trabalhista “legaliza fraudes que eram praticadas”. Vivemos tempos de retrocessos históricos nos direitos dos trabalhadores?
 
A reforma é indubitavelmente precarizante das formas de trabalho existentes no país. Trabalho escravo é fruto do vazio da proteção jurídica. Se nós estamos desprotegendo os trabalhadores, estamos favorecendo a eclosão de relações trabalhistas que se tornem escravas e violem direitos humanos. Que é exatamente o que a reforma trabalhista faz.
 
A terceirização é um elemento forte, por ser uma forma de contratação que traz desproteção aos trabalhadores e que, se você permite a ampla e irrestrita terceirização, como faz a reforma trabalhista, isso favorece a explosão do número de trabalhadores em situação de escravidão. Todas as reformas que estão em curso nesse sentido criam condições muito favoráveis para a profunda violação de direitos humanos, repito.
 
Após ter a publicação suspensa em 2015 e 2016, a Lista Suja voltou a ser publicada este ano. É possível que essa base de dados passe a ser divulgada com a frequência e transparência anterior?
 
A lista suja é um dos mais importantes instrumentos no Brasil para combater a escravidão, porque eles temem mais a lista suja que qualquer outra punição imposta. Essa é a grande importância da lista suja, além de dar publicidade e transparência para a sociedade.
 
Ela teve início em 2003 e funcionou ininterruptamente até o final de 2014. Foram 11 anos funcionando bem. Em 2014, uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) ajuizada pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias resultou na decisão do ministro Ricardo Lewandowski de suspensão da publicação da lista suja.
 
No ano passado, em maio de 2016, o próprio Ministério do Trabalho reeditou a portaria que a regulamentava, e isso fez com que a ministra Carmem Lúcia, do STF, extinguisse a ação, afirmando que a nova portaria sanava pontos contestados na ação, como o rito para o empregador exercer sua defesa. Portanto, desde maio de 2016 não existia nenhum impedimento jurídico para a publicação da lista. O que se esperava era que o governo publicasse a lista imediatamente, e isso não ocorreu.
 
É uma omissão e uma negligência deliberada e absolutamente injustificada, porque não existe qualquer justificativa plausível para deixar de publicar, inclusive do ponto de vista dos acordos internacionais assumidos pelo Brasil.
 
Fizemos várias reuniões, protocolamos documentos e pedidos de informação, mas não fomos atendidos. O MPT ajuizou uma ação no fim de 2016, e recentemente teve uma decisão liminar da vara de trabalho de Brasília, e agora em maio de 2017 foi determinada a publicação da lista suja por força de ação judicial do MPT. Um cumprimento forçado, não espontâneo. O fato é que essa ação ainda tem decisão final pendente. Não sabemos se o governo de fato irá cumprir como deve, considerando todo o processo recente.
 
57% dos municípios onde nasceram os trabalhadores resgatados entre 2003 e 2017 possuem pelo menos um terço de seus habitantes vivendo em domicílios nos quais nenhum morador tem ensino fundamental completo, e 91% dos trabalhadores resgatados da escravidão entre 2003 e 2017 nasceram em municípios cujo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de 1991 era considerado muito baixo: de acordo com os indicadores e pesquisas, além da fiscalização, qual o arcabouço de políticas públicas que tem mais impacto para diminuir essa incidência?
 
Temos a noção de que o combate se faz através de uma vertente preventiva. A prevenção primária, que é quando o crime ainda não ocorreu, exige políticas públicas de acesso ao direito social sagrado, como educação, saúde e trabalho digno, para evitar que potenciais vítimas se tornem de fato vítimas. Sobre a prevenção estatutária, quando o crime já ocorreu, precisamos qualificar essas pessoas para evitar que se tornem novamente vítimas e possam ser inseridas no mercado de trabalho digno.
 
O nosso gargalo é a vertente preventiva. Nisso, o Brasil não é modelo: ao contrário, deixamos a desejar bastante na prevenção primária e secundária, mas o grande gargalo é o acolhimento dessa vítima.
 
Como foi o processo de organização e consolidação das informações e desenvolvimento da plataforma do Observatório Digital do Trabalho Escravo? Qual a importância dele, na sua visão, para o acesso ao conhecimento, transparência e controle social?
 
O Observatório é uma iniciativa do Comitê de Gestão de Informações do MPT, que fez uma parceria com a OIT para gestão de informações relacionadas ao trabalho escravo. Tanto o comitê, quanto a OIT, requisitaram uma série de informações constantes de banco de dados públicos e governamentais, a maioria do próprio MPT, que tem uma série de sistemas e informações que não conversavam entre si. O desafio foi organizar e sistematizar as informações.
 
Por exemplo, hoje nós não temos apenas dados relacionados aos trabalhadores, em determinados municípios e regiões, mas temos informações de evidências de que uma grande parte dos trabalhadores está sendo aliciada em todo o território nacional. Isso ficou evidente através da análise dessas informações por esse instrumento.
 
É um projeto em curso, que não está acabado. Temos outros bancos públicos para travar esse diálogo. Tivemos recentemente os bancos de dados do Bolsa Família e pretendemos fazer uma vinculação de quantos trabalhadores resgatados recebem ou não o Bolsa Família. Temos a vinculação com o banco de dados de óbito do SUS para saber se de fato eles morrem mais cedo que os que não estão submetidos ao trabalho escravo. É o pontapé inicial para algo maior que vamos desenvolver.
 
O Observatório serve tanto para o público em geral, porque qualquer pessoa pode acessar e também dá transparência a esse combate à escravidão contemporânea feito pelos órgãos públicos. Mas, sobretudo, faz com que os próprios órgãos e entidades que hasteiam a bandeira possam se utilizar dessas informações e evidências para aprimorar o combate à escravidão contemporânea.
 
Isso subsidia os nossos inquéritos, inclusive ações judiciais e projetos e direciona a implementação de políticas públicas. Por isso ele é tão importante.
 

 

Fonte: Inesc / Rede Brasil Atual

O ganho salarial que profissionais mais qualificados têm ao acumular mais experiência laboral é o triplo do aferido por aqueles com baixa escolaridade no Brasil.

Cada ano a mais de emprego no mercado formal adiciona 7,9% à remuneração do primeiro grupo ante 2,4% de aumento para o segundo.

No entanto, quando a análise é focada apenas no vínculo com uma única empresa, a situação se inverte.

Trabalhar por muito tempo para uma mesma companhia puxa para cima os salários dos trabalhadores com ensino médio incompleto em 1,3% ao ano, mas tem impacto nulo sobre os ganhos daqueles que frequentaram o ensino superior.

Já a experiência pela atuação em setores específicos da economia traz ganhos para trabalhadores com diferentes níveis de escolaridade.

 

Esses dados fazem parte de um estudo lançado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre as habilidades exigidas pelo mercado de trabalho e políticas públicas que podem ajudar a desenvolvê-las.

Um dos focos foi investigar fatores que influenciam os retornos aferidos por profissionais no mercado de trabalho da América Latina.

Nesse contexto, os economistas do BID fizeram cálculos específicos sobre o Brasil com base em estatísticas da Rais (Relação Anual de Informações Sociais). A base de dados oferece informações sobre as características dos trabalhadores e suas movimentações ao longo dos anos no mercado formal.

A análise —que acompanhou a trajetória das mesmas pessoas entre 1986 e 2009— mostra que o vínculo com uma mesma empresa não afeta a remuneração dos profissionais mais qualificados.

Segundo Julián Messina, um dos autores do estudo, isso provavelmente se explica por dois fatores interligados.

As empresas brasileiras investem pouco em treinamento porque a rotatividade da mão de obra no país —assim como em outras nações da região— é muito elevada.

Já os profissionais mais escolarizados se dedicam menos a desenvolver habilidades muito específicas requeridas pelas empresas por onde passam porque percebem que os ganhos extras por isso são baixos.

"As empresas e os trabalhadores mais qualificados parecem presos em um equilíbrio ruim", diz Messina.

HABILIDADES GERAIS

Os dados sugerem que esses trabalhadores preferem acumular habilidades mais gerais que sejam "transferíveis" de um emprego para outro. Isso parece estar ligado ao fato de que as empresas no país dão grande valor à experiência adquirida ao longo do tempo no mercado.

No caso dos trabalhadores menos qualificados, o prêmio salarial por trabalhar para uma mesma companhia tem impacto positivo no salário.

Segundo Laura Ripani, outra autora do estudo do BID,

isso provavelmente se deve ao fato de que esses profissionais têm maiores chances de progredir à medida que são conhecidos por seus chefes e empregadores.

"Eles podem crescer mais nas empresas onde trabalham por mais tempo. Somente seu histórico educacional não lhes daria as mesmas oportunidades."

Mas, mesmo no que se refere aos trabalhadores menos qualificados, a aprendizagem ocorrida nas empresas parece ser baixa no país.

Os economistas do BID citam uma análise feita com dados da Alemanha que revelam que os ganhos salariais extras pela permanência em uma mesma companhia são muito maiores no país europeu do que no Brasil.

"Os dados indicam que as empresas no Brasil —e na América Latina de forma geral— poderiam estar investindo mais em treinamento e formação da mão de obra", afirma Messina.

Esses investimentos, diz o economista, teriam impacto positivo na produtividade.

No caso do setor público, o estudo ressalta que os gastos com educação aumentaram bastante na região, mas tiveram efeito muito baixo no combate à desigualdade.

Uma evidência disso é que jovens da região cujas mães têm baixa escolaridade continuam com desempenho acadêmico muito menor do que aqueles cujas famílias possuem maior renda.

Um dos caminhos sugeridos pelo BID para aumentar a eficiência do gasto público em educação é que os governos realizem mais avaliações do impacto de seus programas e ações educacionais.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

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O Tribunal de Contas da União (TCU) vai apurar a suspeita de irregularidades no pagamento de gratificações por acúmulo de serviços a juízes e desembargadores da Justiça do Trabalho, revela reportagem de Vinicius Sassine, publicada no jornal “O Globo” da última quinta-feira (24).
Em novembro de 2016, reportagem de autoria do editor deste Blog tratou de auditoria realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho, apontando que “os 24 tribunais regionais do país descumpriram normas legais em relação a férias de juízes e desembargadores”.
Nos casos mais graves, cinco TRTs pagaram a 335 magistrados, de 2010 a 2014, o total de R$ 23,7 milhões a título de indenização, ou seja, a conversão em dinheiro de férias não usufruídas.
Os tribunais regionais afirmaram aos auditores que fizeram os pagamentos com base em uma resolução de 2011 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Nos últimos anos, informou a reportagem, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho e o CNJ emitiram posicionamentos divergentes sobre a indenização de férias não usufruídas.
A reportagem de “O Globo” trata de auditoria do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) referente a pagamentos feitos entre novembro de 2015 e abril de 2016 em 17 tribunais .
“De R$ 23 milhões pagos em gratificações a juízes e desembargadores no período, R$ 3,3 milhões –14,3%– foram irregulares e devem ser ressarcidos aos cofres públicos”, informa o jornal.
Ainda segundo a reportagem de “O Globo“, o CSJT afirmou, em nota, que o relatório de auditoria enviado ao TCU ainda será julgado administrativamente e que precisa ser votado pelo plenário do conselho para “ter validade e comprovar, de fato, as irregularidades”. “As informações enviadas são preliminares, sem caráter oficial”, diz a nota.
O ministro Bruno Dantas, do TCU, determinou um pente-fino nas gratificações pagas na Justiça do Trabalho e propôs uma varredura na concessão de benefícios semelhantes na Justiça Federal, segundo informou o jornal “Valor Econômico” da última quinta-feira.

Fonte: Folha de S. Paulo

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A taxa de desemprego no país ficou em 12,8% no trimestre encerrado em julho, divulgou nesta quinta-feira (30) o IBGE.

O resultado representa queda em relação ao verificado no trimestre encerrado em abril, quando a taxa esteve em 13,6%.

Os dados são parte da Pnad Contínua, pesquisa oficial de emprego do IBGE, cuja abrangência é nacional e engloba postos de trabalho formais e informais.

A taxa de desemprego, que bateu recordes em função da crise, vem em trajetória de queda em razão do aumento de vagas informais de trabalho. Muitos desempregados estão conseguindo empregos informais e com salários mais baixos.

O resultado de julho veio em linha com a média das estimativas de analistas consultados pela agência Bloomberg, de 13%.

O trimestre fechou com 13,3 milhões de desocupadas no país– pessoas sem emprego que estão em busca de oportunidade. Houve queda de 5,1% no volume de indivíduos na fila —721 mil pessoas deixaram a condição no período.

O contingente de ocupados —pessoas de fato em algum trabalho— atingiu 90,677 milhões, alta de 1,6% em relação ao verificado no trimestre imediatamente anterior. No período, 1,439 milhão pessoas conseguiram vagas no mercado de trabalho.

Vale destacar que a comparação é feita com o trimestre imediatamente anterior para evitar distorções nos dados.

O desemprego cai enquanto a qualidade dos postos reduz também. Houve aumento de 4,6% dos trabalhadores sem carteira assinada e de 1,6% dos trabalhadores por conta própria.

Na passagem dos trimestres encerrados em abril e junho, 468 mil pessoas passaram a ocupar postos sem carteira, enquanto 351 mil passaram a trabalhar por conta própria.

Na divulgação anterior, referente ao trimestre encerrado em junho, houve aumento do emprego informal enquanto havia queda na geração de vagas de trabalho com carteira assinada.

Desta vez, contudo, os postos com carteira pararam de cair. O indicador teve estabilidade no trimestre encerrado em julho (0,2%), com 54 mil novos postos formais no período.

"Sem duvida há uma recuperação [do emprego], mas é sobre uma plataforma informal", disse Cimar Azeredo, coordenador de Emprego e Renda do IBGE.

HÁ UM ANO

Ainda que em queda, o desemprego continua mais alto que o verificado há um ano.

No trimestre encerrado em julho de 2016, a taxa de desemprego era de 11,6%, percentual que é 1,2 ponto percentual menor que o verificado em período equivalente deste ano.Na ocasião, 11,8 milhões de pessoas estavam desocupadas —1,5 milhão pessoas a menos do que o registrado nos dados mais recentes.

FONTE:FOLHA DE S.PAULO

 

De acordo com Ministério do Planejamento, União contratou 7.089 servidores entre fevereiro e julho. Expectativa de adesão a plano de demissão é de 5 mil. Para ministério, não há incoerência.

Embora tenha anunciado a abertura de um Programa de Demissão Voluntária (PDV) com expectativa de adesão de cerca de 5 mil servidores, o governo federal contratou 7.089 servidores a mais do que desligou entre o final de janeiro e o final de julho deste ano, segundo dados do Ministério do Planejamento, que não vê incoerência em relação ao ajuste fiscal do governo (leia mais abaixo).

De acordo com o Painel Estatístico de Pessoal (PEP), do Ministério do Planejamento, ao final de janeiro o governo contava com um total de 581.098 servidores. Ao final de julho, eram 588.187 - diferença, para mais, de 7.089.

Além da meta de corte com o PDV, o número de novos contratados também supera os 4.184 cargos comissionados que o governo diz ter cortado nos últimos meses, e que teriam gerado economia de R$ 202 milhões por ano.

Planejamento não vê incoerência

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério do Planejamento informou que não vê incoerência na contratação de novos servidores e na adoção de um PDV.
"O aumento da força de trabalho acontece em função de concursos que foram realizados antes da suspensão de novos certames, não caracterizando, assim, uma medida que vai na contramão do ajuste fiscal e nem dos anúncios dos PDVs que estão sendo feitos. Cabe destacar que os concursos permanecem suspensos como medida de contenção de gastos", informou a pasta.
Segundo o Planejamento, houve contratações, por meio de processo seletivo, de profissionais para médicos residentes, residência multiprofissional, programa Mais Médicos, agentes para os censos do IBGE, professores temporários. Por meio de concursos, as contratações foram de docentes e técnicos de universidades, além de servidores de "carreiras variadas", como Seguro Social (INSS), e do IBGE.
Jornada reduzida e outras medidas
Além do PDV, o governo propôs outras medidas para reduzir o gasto com o pagamento de servidores.

Uma delas é a implementação da jornada de trabalho reduzida, que permite que os servidores optar por trabalhar menos horas e ter o salário cortado na mesma proporção. Outra é a licença não remunerada.

Para reduzir os gastos com servidores, o governo também propôs várias medidas, que ainda têm de ser aprovadas pelo Congresso Nacional para ter validade:

• Instituição de um teto salarial, limitado ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal, englobando "todas as verbas" recebidas pelos servidores;
• Alterações na carreira dos servidores públicos;
• Aumento da contribuição previdenciária dos servidores públicos, de 11% para 14%;
• Adiamento de reajustes dos servidores por 12 meses;
• Extinção de 60 mil cargos que não atendem mais a demandas do trabalho no governo, entre eles de datilógrafos.
Gastos com servidores
Os gastos da União com o pagamento de servidores aumentaram nos últimos três anos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB):
• 2014: R$ 222,37 bilhões (3,8% do PIB)
• 2015: R$ 238,49 bilhões (4% do PIB)
• 2016: R$ 257,87 bilhões (4,1% do PIB)
Segundo o Ministério do Planejamento, o aumento proporcional decorre, principalmente, da recessão na economia, que gerou queda do PIB nos últimos anos e aumentou o peso dos gastos com pessoal.
De acordo com o Ministério do Planejamento, com o programa de demissão voluntária (PDV), será possível economizar cerca de R$ 1 bilhão por ano.
Pelo texto da medida provisória, o servidor que aderir ao PDV receberá, a título de incentivo financeiro, indenização correspondente a 1,25 da remuneração mensal por ano trabalhado no Poder Executivo.
 
Fonte: G1 Brasília

 

O navio Ciências do Mar I foi inaugurado na tarde desta quarta-feira em Rio Grande, no sul do Estado. A embarcação, por enquanto atracada no porto da cidade, servirá como laboratório para atividades acadêmicas dos cursos de Ciências do Mar de universidades do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná e faz parte de projeto financiado pelo Ministério da Educação (MEC), liderado pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg), que prevê um investimento em torno de R$ 45 milhões para a construção de quatro navios.

O Ministro da Educação, Mendonça Filho, participou da cerimônia no Cais Histórico do Porto do Rio Grande. A embarcação — um Laboratório de Ensino Flutuante — custou R$ 11 milhões vindos do MEC e ficará sob responsabilidade da Furg. Os outros três navios previstos estão sendo construídos para atender a outras regiões do Brasil e ficarão sob administração da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Para um dos idealizadores do projeto, o Professor Luiz Carlos Krug, do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Mar (PPG-Mar) da Furg, o navio preenche uma lacuna de prática no aprendizado na área e será de grande valor para o ensino e a pesquisa ligados à vida marinha.

Com dois laboratórios e instrumentos científicos, o navio tem equipamentos para pesquisas em camadas submersas do oceano. Conta com cinco guinchos e um guindaste para lançar e recolher amostras e também para efetuar operações de pesca. Ele tem acomodações para 26 pessoas, entre alunos, professores e oito tripulantes.

Fonte: Zero Hora

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A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), fez uma defesa nesta terça-feira da Justiça do Trabalho, destacando suas funções como indispensáveis para igualar o acesso à Justiça entre pessoas privilegiadas e desvalidas.
As declarações foram feitas durante a sessão desta terça-feira do CNJ, que marcou o fim do mandato de dois conselheiros do grupo, ambos indicados pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Em meio à reforma trabalhista, aprovada no Congresso no mês passado, a existência e eficiência da Justiça do Trabalho foi questionada por parlamentares.
"A magistratura do trabalho tem dado um testemunho permanente há umas tantas e quantas décadas no Brasil de como que se comprometem e se responsabilizam pelas funções que são necessárias para que tenhamos um Estado Democrático de Direito verdadeiramente", afirmou Cármen.
A ministra fez também uma defesa mais ampla de todos os magistrados brasileiros, "por tudo que trabalham, que se empenham e que sofrem", sendo muitas vezes incompreendidos em suas decisões.
Para a ministra, o Brasil conta com "juízes muito competentes, muito comprometidos, muito responsáveis, que honrariam qualquer povo de qualquer lugar do mundo".
A defesa de Cármen ocorre em meio a uma controvérsia em torno dos salários dos juízes brasileiros. Recentemente, o CNJ emitiu uma portaria determinando que todos os Tribunais de Justiça estaduais informem os vencimentos dos magistrados.

 

Fonte: Valor Econômico

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Ao elevar o fornecimento de óleo para as usinas térmicas, a Petrobras teve de reduzir a oferta do chamado bunker (óleo combustível) para os navios, a ponto de gerar filas de embarcações à espera de combustível em diversos portos do país, envolvendo todas as regiões, de Norte a Sul. O problema, que começou de maneira isolada em meados de agosto, se intensificou nesta semana, ganhando abrangência nacional e gerando preocupação no setor, relatam empresas de navegação e a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac).

Segundo uma fonte, a Petrobras teve de aumentar o fornecimento de óleo para as térmicas em 160 mil toneladas ao longo de agosto. Isso ocorreu, explicou essa fonte, porque o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinou que as usinas mais caras fossem ligadas, durante todo o mês, o que levou as contas de luz à bandeira vermelha, com custo de R$ 3 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Assim, sobrou menos óleo para os navios. Nesta terça-feira, a Petrobras emitiu um alerta ao setor de navegação avisando que a oferta de bunker em setembro será menor. Os especialistas explicam que o motor das usinas térmicas é similar ao dos navios. Por isso, o óleo consumido é semelhante. Eles destacam que esse mesmo combustível abastece ainda as caldeiras da indústria.

— A Petrobras tem contrato de fornecimento firme de óleo para as usinas térmicas, pois há uma preocupação com a segurança energética do país. A empresa não pode simplesmente deixar de fornecer óleo e, com isso, faltar energia no país. Não pode ter um apagão. Por outro lado, a Petrobras não tem contrato de fornecimento firme de bunker para navios. A empresa está agindo de forma preventiva e avisando aos navios que, em setembro, haverá menos bunker no país. Esse comunicado está sendo feito nesta terça-feira (ontem) — destacou uma fonte que não quis se identificar.

Ontem, segundo relatos de empresas que atuam no transporte marítimo ouvidas pelo GLOBO, não havia bunker disponível em parte alguma. Segundo Cleber Lucas, presidente da Abac, há 14 portos no país que abastecem navios dos mais variado portes:

— A gente vem recebendo reclamações de postergação de bunker desde meados de agosto, já que a Petrobras está priorizando as usinas térmicas. Começou de forma tímida e está se intensificando neste fim de mês, com reflexos em todo o país. Há relatos dos associados de que não há bunker em Santos, em São Paulo, ou nas regiões Norte e Nordeste. Há filas de navios aguardando. A gente começa a se preocupar. Em cidades da Região Norte, a navegação tem papel predominante.

SETOR QUER ENCONTRO COM PETROBRAS

Uma das empresas de navegação ouvidas pelo GLOBO disse que não se lembra de um cenário como o atual no país para o setor de navegação. Segundo o presidente da companhia, essa falta de combustível pode gerar reflexos na economia, com a paralisia nas exportações, por exemplo, e no comércio interno do Brasil.

— Eu nunca vi ter bunker indisponível em todo o país. Ainda temos um estoque de dez dias. Normalmente, há disponibilidade no Rio e em São Paulo. Os navios são essenciais para transportar insumos como trigo para fazer pão, malte para a cerveja e insumos para a indústria. Não há previsibilidade — destacou o executivo de empresa.

Lucas lembra que as empresas de cabotagem são mais afetadas que os grandes cargueiros, pois não conseguem abastecer fora do Brasil:

— Tudo isso compromete o processo produtivo no Brasil. As empresas de cabotagem são as que mais sofrem, pois não conseguem ter um plano B como as companhias de navegação que fazem transporte marítimo entre diferentes continentes. Vamos formalizar um pedido à Petrobras para que a cabotagem seja priorizada.

O advogado Giovani Loss, sócio do escritório Mattos Filho, especialista em óleo e gás, lembra que o preço do bunker acompanha a cotação do petróleo no mercado internacional. Segundo ele, embora tenha alguns concorrentes, a Petrobras tem quase todo o mercado.

Fonte: Bruno Rosa / O Globo

 

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O projeto Empoderando Mulheres tem buscado alternativas de emprego e renda para refugiadas em São Paulo. A iniciativa da Rede Brasil do Pacto Global e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) encerrou a segunda edição hoje (29) com o lançamento de um minidocumentário com os resultados dessa etapa.

Entre as ações promovidas estão oficinas para as estrangeiras participantes, acompanhamento para inserção no mercado de trabalho e geração de renda e interação com as empresas, que firmaram uma carta compromisso e cederam mentores voluntários para o projeto. Segundo a coordenadora do projeto, Vanessa Taratini, o contato com os possíveis empregadores é justamente a parte mais sensível do trabalho. “Engajar as empresas é sempre um desafio. Tem muito desconhecimento sobre quem é o refugiado”, enfatizou.

Um dos pontos de confusão costuma ser, de acordo com Vanessa, a falta de informações sobre a situação legal do refugiado. “Tem a ignorância em relação à lei, acham que não pode trabalhar, que o refugiado está ilegal”, afirmou. Refugiados são estrangeiros que tiveram de deixar o país de origem devido a riscos ou perseguições e foram acolhidos como residentes no Brasil.

A coordenadora acrescenta que a inserção de uma pessoa pode se multiplicar em outras oportunidades. “Uma vez que a gente quebra essa barreira [do desconhecimento], o fluxo vai abrir uma porta para um refugiado, para uma refugiada, e os outros conseguem se aproveitar disso”. O programa contou, nas duas etapas, com a participação de 50 mulheres e de representantes de 10 empresas. Conseguiram colocações 21 das atendidas.

Além de fazer a intermediação com empresas, o projeto também apoia empreendedoras, como a síria Salsabil Matouk. Farmacêutica de formação, ela chegou ao país há menos de três anos e agora vive da venda de comida árabe. “Antes não sabia como atrair os meus clientes. Mas agora eu tenho uma página”, conta sobre como a iniciativa a ajudou a se estabelecer no negócio, que funciona sob encomenda.

Depois que já estiver estabelecida no mercado, Salsabil pensa em expandir o empreendimento. “Eu quero abrir o meu restaurante, mas não agora, daqui a uns cinco anos. Quero conhecer mais”, diz.

Segundo o Acnur, existem em todo o mundo mais de 20 milhões de refugiados. No Brasil, foram acolhidas 9,5 mil pessoas nessa situação, de 82 nacionalidades.

Fonte: Agência Brasil

 

O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), relator da reforma trabalhista, defendeu nesta quarta-feira, 30, que o governo não faça mudanças no projeto que foi sancionado em julho e que, se o fizer, que seja por meio de projeto de lei. "Estou trabalhando para não ter alteração, acho que a lei precisa funcionar seis, sete, dez meses antes de ser modificada", disse o deputado.
 
Marinho, que participa de um seminário sobre modernização trabalhista na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo, lembrou que eventuais mudanças adicionais à reforma ainda estão sendo negociadas. Entre as alterações em debate, estão a que regula o trabalho de grávidas e lactantes em ambiente insalubre, a quarentena para o trabalho intermitente e no esquema da jornada 12x36 horas.
Antes da votação da matéria no Senado, o presidente Michel Temer fez um acordo para evitar modificações na Casa, que fariam o projeto retornar à Câmara, e se comprometeu a enviar as modificação depois.
Adin
Sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) apresentada segunda-feira pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a juíza trabalhista Ana Luiza Fischer, de Minas Gerais, que também participou do seminário, ponderou que o questionamento tem alcance restrito e poucas chances de "vingar porque nenhum postulado constitucional foi violado". Ele destacou ainda que a análise de questões como essa são tradicionalmente lentas no STF e portanto a decisão deve demorar.
Na segunda-feira, a PGR entrou com uma Adin para derrubar alguns pontos da reforma trabalhista. Na visão de Janot, a nova lei impõe restrições ao acesso gratuito à Justiça do Trabalho para os que não comprovarem renda insuficiente para arcar com os custos das ações, violando garantias constitucionais de amplo acesso à Justiça.
 

Fonte: Estadão Conteúdo

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Segurado pode encontrar dificuldades para deferimento do benefício, caso haja incorreções em dados, como tempo de contribuição
 
Para dar entrada e garantir a aposentadoria, os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) precisam, entre outras exigências, comprovar o tempo de contribuição. 
 
Para comprovar filiação à Previdência Social, tempo e salário de contribuição são utilizadas as informações constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) do INSS. Entretanto, segundo os especialistas, nem sempre as informações do CNIS estão corretas, o que pode prejudicar o segurado no momento do deferimento do benefício.
 
O advogado previdenciário Celso Joaquim Jorgetti, da Advocacia Jorgetti, explica que em casos de dificuldades ou obstáculos na comprovação da contribuição “o segurado pode incluir, alterar ou excluir informações desse banco de dados, apresentando documentos adicionais que servem para comprovar o vínculo do trabalho e, assim, da contribuição obrigatória”.
 
De acordo com o professor da Universidade Federal do Paraná e autor de obras em Direito Previdenciário, Marco Aurélio Serau Junior, a principal dificuldade na obtenção da aposentadoria decorre do “buraco” e falhas na comprovação do tempo de contribuição e do tempo de serviço.
 
“Um tipo de problema diz respeito a empresas que, posteriormente, venham a falir ou mesmo encontram o destino da dissolução, ou seja, simplesmente desaparecem. Nesses casos, desaparecem também seus documentos, registros contábeis, trabalhistas, tributários, entre outros. Tudo isso gera um grande prejuízo ao segurado”, afirma.
 
Na visão do professor, essa dificuldade escancara também a falta de fiscalização do Ministério do Trabalho e do INSS em relação à legislação trabalhista, tributária e contábil das empresas. “O INSS adota uma postura estritamente legalista com relação a esses problemas. E se o tempo não consta no CNIS, ainda que efetivamente trabalhado, a autarquia não costuma aceitar e nem liberar a aposentadoria”, alerta Serau Junior.
 
Falência
 
Recentemente, uma segurada do INSS precisou procurar a Justiça para conseguir ter reconhecido seu direito à aposentadoria por tempo de contribuição. O imbróglio se deu num período de quase quatro anos em que a senhora trabalhou numa empresa que tempos depois faliu, tempo esse desconsiderado pelo órgão previdenciário pelo fato de o mesmo não estar anotado no CNIS.
 
No caso, a segurada deu entrada na aposentadoria em junho de 2016. Após a análise de documentos, o INSS indeferiu o pedido alegando que não poderia considerar o vínculo de emprego de 01/03/1974 a 01/12/1977 pois no CNIS não constava a data de saída da empresa e a sua Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) era extemporânea.
 
Sem a soma desse período, a segurada alcançava pouco mais de 28 anos de contribuição, o que impossibilitaria o direito ao benefício.
 
Para o advogado Thiago Luchin, sócio do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados e representante da segurada na ação, o não reconhecimento de outros documentos comprobatórios por parte do INSS representou um grande erro, não sobrando outra alternativa senão procurar os tribunais em busca da garantia do direito ao benefício.
 
“No procedimento administrativo, foi aberto exigência para apresentar documentos que comprovassem o trabalho. Porém, a empresa faliu e não foi encontrado qualquer informação. Após o indeferimento, acionamos os órgãos judiciários e, por meio de informações do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e recolhimentos ao sindicato da categoria que representava a trabalhadora constatadas em sua carteira de trabalho, conseguimos demonstrar a idoneidade e o vínculo, o que foi prontamente reconhecido”, explica Luchin.
 
Na decisão, a juíza federal Karina Lizie Holler, do Juizado Especial Federal da 3ª Região, não só determinou a concessão da aposentadoria com 32 anos e um mês de contribuição, no valor de R$ 2.391,41, como também exigiu que o INSS pagasse os benefícios atrasados, no valor acumulado e corrigido de R$ 35.431,18.
 
“O processo de pedido para concessão de aposentadoria exige muita atenção por parte do segurado. A legislação complexa e as inúmeras exigências muitas vezes provocam impedimentos contraditórios, cabendo ao contribuinte buscar na justiça seu pleno direito”, alerta Luchin.
 
Comprovação
 
A comprovação do tempo de contribuição e do tempo de serviço nem sempre é fácil. Os especialistas ressaltam que a Justiça tem sido um caminho recorrente. “Caso o INSS não reconheça, mesmo que documentadas, as provas levadas pelo segurado, ele pode e deve recorrer à Justiça”, orienta o professor Serau Júnior. 
 
O advogado Celso Jorgetti explica que, na prática, o INSS simplesmente emite uma exigência para que o segurado apresente as provas do vínculo empregatício e dos recolhimentos previdenciários no prazo de 30 dias, sob pena de indeferimento do benefício. 
 
“Geralmente o segurado tem muita dificuldade de apresentar os documentos exigidos, ou porque a empresa se nega a fornecê-los ou porque ele não os possui e, em alguns casos, porque a empresa já encerrou as suas atividades e o segurado não consegue localizar os sócios ou o contador da empresa para obter os documentos exigidos pelo INSS, o que acarreta o indeferimento do benefício”.
 
Documentos que servem para comprovar tempo de trabalho
 
- Carteira Profissional ou Carteira de Trabalho e Previdência Social.
 
- Original ou cópia autenticada da Ficha de Registro de Empregado, ou Livro de Registro de Empregados, onde conste o referido registro do trabalhador acompanhada de declaração fornecida pelo empregador, devidamente assinada e identificada por seu responsável.
 
- Original ou cópia autenticada do Contrato Individual do Trabalho.
 
- Original ou cópia autenticada de Acordo Coletivo de Trabalho, desde que caracterize o segurado como signatário e comprove o registro na respectiva Delegacia Regional do Trabalho.
 
- Original ou cópia autenticada do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho ou comprovante de recebimento do FGTS referente ao período em que o segurado trabalhou na empresa
 
- Extrato analítico da conta vinculada do FGTS, com carimbo e assinatura do funcionário da Caixa Econômica Federal, desde que constem dados do empregador, data de admissão, data de rescisão, datas dos depósitos e atualizações monetárias dos saldos, ou seja, dados que remetam ao período em que se quer comprovar.
 
- Original ou cópia autenticada de recibos de pagamento contemporâneos ao fato alegado, com a necessária identificação do empregador e do empregado;
 
Outros documentos contemporâneos que possam a vir a comprovar o vínculo de trabalho junto ao empregador, tais como holerites de pagamento; Relação Anual De Informações Sociais (Rais), onde possa constatar o vínculo alegado; Certificado de Reservista, desde que indique o tempo total da prestação de serviço militar obrigatório. 
 
Certidão emitida pelo Ministério da Defesa, desde que indique o tempo total de serviço militar; Certidão de Tempo de Contribuição emitida pela União, estados, DF e municípios, nos moldes da Portaria 154/2008 do MPS para períodos trabalhados com recolhimento a Regime Próprio de Previdência do próprio órgão.
 
Fonte: Previdencia Total / Caio Prates Portal