'Dancinha' no TikTok anula ação vencida por trabalhadora, que agora terá de indenizar empregador

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Correção para incluir hora extra e demais verbas salariais deve ser pedida até dez anos após fim da ação

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que o prazo de dez anos para pedir a revisão do benefício ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) após conquistar verbas na Justiça do Trabalho começa a contar após o trânsito em julgado da ação trabalhista.

A decisão foi tomada na última quarta-feira (24), em julgamento do Tema 1.117. Por se tratar de recurso repetitivo, a tese definida valerá para todos os processos do tipo no país. As ações paradas, à espera do julgamento, voltarão a tramitar, mas somente após a publicação do acórdão.

A discussão na Justiça era para definir se a decadência —prazo de dez anos para ter a revisão de benefícios ao INSS— contava a partir do trânsito em julgado da ação trabalhista ou se valeria somente após a liquidação total dos valores. 

Representantes dos segurados defendiam que a validade passasse a contar após a liquidação, para que o aposentado tivesse certeza dos valores recebidos e, assim, pudesse pedir a correção do benefício, tese que não foi aceita.

A decisão final coloca fim a um impasse de alguns anos. Apesar de haver jurisprudência no STJ sobre o tema em favor de que o prazo valha a partir do trânsito em julgado da ação trabalhista, alguns juízes eram favoráveis a essa definição e outros davam decisões com contagem da decadência a partir da liquidação dos valores.

Com o julgamento, todos os processos seguirão o mesmo entendimento. Segundo Gisele Kravchychyn, advogada e diretora de atuação judicial do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário) que representou a entidade no STJ, a Corte uniformizou o posicionamento.

O INSS, no entanto, foi derrotado, pois defendeu entendimento de que a decadência, nestes casos, conta a partir da concessão da aposentadoria do beneficiário.

DECISÃO BENEFICIA APOSENTADOS E PENSIONISTAS

De acordo com Gisele, a decisão beneficia aposentados que processaram o ex-empregador e conquistaram o direito às verbas trabalhistas após dez anos de aposentadoria. Também deve beneficiar pensionistas cujo aposentado morreu antes de o processo na Justiça do Trabalho ser concluído.

No entanto, a revisão não é válida para todos os segurados. Antes de fazer o pedido, é preciso procurar um advogado especializado em Previdência que faça os cálculos para saber se a inclusão da verba trabalhista no benefício vale a pena.

"Essa decisão garante que o atraso [para pedir a revisão] à espera de um resultado não vai prejudicar o trabalhador", diz.

COMO PEDIR A REVISÃO AO INSS

O pedido de revisão deve ser feito por meio do aplicativo ou site Meu INSS, ou por telefone, na Central 135, que funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h. Quem solicita correção com base em vitória em ação trabalhista deve apresentar, além dos documentos de identificação, cópia de todo o processo.

SAIBA FAZER A SOLICITAÇÃO:

  1. Acesse o aplicativo ou site Meu INSS
  2. Informe o número do CPF e vá em "Continuar"; depois, digite a senha cadastrada e clique em "Entrar"
  3. Na página inicial, na barra de pesquisa, escreva "Revisão"
  4. Clique em "Revisão" e, na página seguinte, vá novamente sobre a palavra "Revisão"
  5. O sistema pedirá para atualizar seus dados de contato; clique em atualizar
  6. Verifique as informações e altere dados, caso seja necessário. Se estiver tudo certo, clique em "Avançar"
  7. O INSS fará alertas para explicar que, sempre que pede uma revisão, todo o cálculo será revisto e é possível que haja redução no benefício e até perda do direito
  8. Clique em "Avançar" nas próximas telas e, quando for possível preencha os dados solicitados pelo sistema e envie a documentação
  9. Ao final, clique em concluir e anote ou imprima seu número de protocolo

ENTENDA COMO A CORREÇÃO AUMENTA A APOSENTADORIA

Quem processa o ex-empregador e ganha a ação na Justiça do Trabalho tem vantagens na aposentadoria do INSS. Se conseguir um salário maior, terá direito a uma contribuição previdenciária mais alta, o que pode gerar um benefício melhor. Se a contribuição já era recolhida pelo teto do INSS, a inclusão de verbas trabalhistas não fará a aposentadoria aumentar.

Já quem conquista o direito ao vínculo trabalhista pode aumentar o tempo de contribuição. Neste caso, o segurado também pode conseguir ganhar mais. Quanto mais tempo de INSS for comprovado, melhor é o cálculo da aposentadoria, ainda mais após a reforma da Previdência.

 

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

 

Fila em busca de emprego (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

IMAGEM: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Candidatos à Presidência prometem revogar legislação trabalhista brasileira aprovada em 2017, no governo Temer

Reforma Trabalhista aprovada em 2017, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), virou alvo de críticas de candidatos à Presidência nesta eleição. Pelo menos cinco deles, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenções de voto, já prometeram revogar ao menos alguns trechos da nova legislação por a considerarem maléfica ao trabalhador.

Sancionada para reduzir obrigações trabalhistas de empresários e, com isso, gerar 6 milhões de postos de trabalho, a reforma praticamente não baixou o nível do desemprego no país, que só neste ano voltou a afetar menos de 10% da população. Ainda estagnou o nível de renda do trabalhador, que segue em cerca de R$ 2.700 mensais após cinco anos, apesar de a inflação acumular alta de 30% nesse período.

Parte dessa estagnação da renda tem a ver com a precarização das relações de trabalho resultante da reforma, que facilitou a terceirização, a contratação temporária e até intermitente de trabalhadores no Brasil. Tudo isso, justamente quando o país já vivia uma crise econômica, que se agravou com o início da pandemia do coronavírus.

Candidatos que querem rever a Reforma Trabalhista:

. Ciro Gomes (PDT)
. Léo Péricles (UP)
. Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
. Sofia Manzano (PCB)
. Vera Lúcia (PSTU)

Reformas na Espanha

Na Espanha, o cenário não era muito diferente entre 2008 e 2012, quando reformas trabalhistas entraram em vigor por lá. Em 2008, o país sofreu com crise relacionada à quebra do banco Lehman Brothers, dos Estados Unidos. Em 2011, passou a ser governado por um presidente de um partido conservador –Mariano Rajoy, do Partido Popular–, que via na flexibilização das relações de trabalho uma forma de gerar emprego.

Nesse contexto, a Espanha modificou sua legislação para facilitar a contratação temporária de trabalhadores e reduzir o peso das negociações coletivas, feitas por sindicatos, sobre salários e benefícios –medidas semelhantes àquelas adotadas no Brasil anos depois.

A criação de vagas na Espanha até cresceu nos anos pós-reforma, mas muitos postos de trabalho criados eram temporários, os quais tendem a deixar o trabalhador em instabilidade.

Rajoy deixou o governo em 2018. Em seu lugar, assumiu Pedro Sánchez, do Partido Operário Espanhol, alinhado à esquerda. Segundo o advogado José Eymard Loguercio, pesquisador e presidente do Instituto Lavoro, ele agiu para dificultar as demissões durante a pandemia. Quando ela arrefeceu, já tinha capital político para propor a revogação de boa parte das regras que passaram a valer anos antes.

A contrarreforma veio no final de 2021. Loguercio explicou que ela criou regras para restringir a contratação de trabalhadores por prazo determinado e devolveu às negociações coletivas a importância que elas tinham.

Resultados positivos

As mudanças, de acordo com o Ministério do Trabalho e Economia Social da Espanha, são positivas até aqui. O número de trabalhadores desempregados caiu de cerca de 3,1 milhões, em janeiro, para 2,9 milhões em julho deste ano –menor número para o mês já registrado nos últimos 14 anos.

Em julho de 2021, os desempregados na Espanha eram cerca de 3,4 milhões. A redução de mais de 500 mil desempregados em um ano é a maior já registrada para julho.

No primeiro semestre deste ano, o número de novos contratos de trabalho firmados na Espanha chegou a 11,2 milhões –7% mais do que no mesmo período de 2021.

Mais importante ainda é que o número de contratos indefinidos, sem tempo determinado, cresceu ainda mais. Foram 3,9 mil vagas criadas de janeiro a julho –253% mais do que no mesmo período do ano anterior.

Só em julho, foram 685 mil vagas de trabalho sem prazo definido criadas. Elas foram 41% do total daquele mês. Antes da contrarreforma, era comum que as vagas temporárias representassem cerca de 90% do total de novos empregos criados.

“Há também uma questão do ciclo econômico, da saída de uma crise causada pela pandemia”, ressaltou Loguercio, do Instituto Lavoro. “Mas o importante é a quebra esse discurso de que você é precisa rebaixar as garantias trabalhistas para gerar emprego. A Espanha faz uma reorientação da legislação e consegue com isso promover e gerar emprego."

Momento brasileiro

O sociólogo e técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Luis Ribeiro, disse que as notícias que chegam da Espanha são animadoras e destaca que elas vão além das são econômicas.

“A melhoria da renda e emprego geram desenvolvimento. Acredito nisso”, afirmou ele. “Mas há questões que não são apenas econômicas. Um país tem que definir alguns valores básicos de dignidade, de trabalho decente, de remuneração digna para o combate à desigualdade. A mudança na reforma trabalhista espanhola vai nesse sentido.”

Para Ribeiro, o Brasil está hoje num momento propício para debater esse tipo de valores básicos. Segundo ele, esta eleição tende a definir que tipo de trabalho o país pretende gerar: o menos protegido, proposto por Temer em 2017, ou o mais digno, o qual está sendo defendido por candidatos a presidente opositores do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Loguercio também crê que a Reforma Trabalhista terá de ser revista caso o país queria criar uma sociedade mais justa.

"Em algum momento ele terá que ser feito caso nós queiramos é diminuir a miséria e a desigualdade porque a reforma como ficou induz relações de trabalho precárias", afirmou ele.

 

FONTE: BRASIL DE FATO

Até 2022, as emendas de relator funcionaram, em boa medida, como um adicional de recursos "acima" do piso da saúde (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

IMAGEM:  (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

 

O dinheiro destinado a ações e serviços públicos de saúde no projeto de Orçamento de 2023 pode ser ainda menor com a captura de recurso por emendas parlamentares de relator. Chamadas de RP-9, essas emendas não respeitam critérios de divisão e transparência e sustentam o chamado orçamento secreto, revelado pelo Estadão.

O projeto de Orçamento deve prever cerca de R$ 10 bilhões de emendas de relator para compor o piso de saúde, o mínimo que o governo tem, por obrigação constitucional, que destinar à área no Orçamento. É o que os técnicos de Orçamento chamam de solução "por dentro" do piso de saúde.

Até 2022, as emendas de relator funcionaram, em boa medida, como um adicional de recursos "acima" do piso da saúde. O espaço no Orçamento para as emendas de relator era aberto pelo próprio Congresso. Ou seja, o projeto de Orçamento poderia ser enviado sem a previsão dessas emendas. Agora, para 2023, o próprio Executivo já prevê o espaço para as emendas de relator no projeto de Orçamento.

No Orçamento de 2022, o mínimo obrigatório para a saúde era de R$ 139,8 bilhões. No final, com as emendas de relator acima do piso e outros acréscimos destinados à área, totalizou R$ 150,5 bilhões. Já em 2023, a estimativa é que o Orçamento da saúde fique em R$ 149,3 bilhões, já contando com os R$  10 bilhões de emenda de relator dentro do piso.

A avaliação é de que essa captura do Orçamento da saúde pelas emendas de relator adicional tende a pressionar ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS) num cenário em que as demandas do setor são crescentes: falta de diversos insumos, como vacina da covid-19 para crianças, soro, contraste e outros itens. Outra fonte de adicional de pressões sobre o SUS para 2023 é que Estados e municípios terão que implementar o piso de enfermagem. Com a redução do Orçamento, as transferências a governadores e prefeitos também podem ser reduzidas.

"Com o quadro atual, a situação do SUS tende a se agravar em 2023: as pressões são crescentes, por exemplo, com aumento da fila para cirurgias, enquanto os recursos podem cair e ainda tendem a ser capturados pelo orçamento secreto", diz Bruno Moretti, assessor legislativo no Senado e especialista em orçamento público. Segundo ele, os dados apontam a absoluta falta de critérios técnicos nos repasses de Saúde para emendas de relator, que não atendem às crescentes necessidades da área.

O presidente Bolsonaro manteve na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 aprovada pelo Congresso artigo que determina que as emendas de relator já estarão previstas na reserva de contingência do projeto de Orçamento, no montante resultante da soma das emendas individuais e de bancada impositivas. Ao mesmo tempo, Bolsonaro vetou artigo que fixava que no máximo metade da reserva para as emendas de relator poderia ser usada para cumprir mínimos constitucionais, como o de saúde. O valor geral das emendas de relator deve ficar entre R$ 18 bilhões e R$ 19 bilhões em 2023.

Segundo técnicos ouvidos pelo Estadão, o veto abriu caminho para a equipe econômica usar o piso da Saúde para acomodar as emendas de relator no Orçamento. Eles chamam atenção que há risco de os recursos destinados à saúde em 2023 ficarem num patamar menor do que o orçamento atual de 2022, já que devem ser previstos no piso definido pelo teto de gastos.

Na prática, essa composição com as emendas de relator deve ajudar a equipe econômica a fechar o quebra-cabeça do projeto de Orçamento de 2023, que precisa ser enviado até o fim do mês, para acomodar mais gastos em outras áreas que foram criados. Esse é o desenho que está sendo considerado pelo governo até o momento.

 

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

Jair Bolsonaro votou a favor da reforma trabalhista que não gerou novos empregos e piorou as condições de trabalho

IMAGEM:  PEDRO VENTURA/AGÊNCIA BRASÍLIA

 

“A Reforma Trabalhista de 2017 e a jurisprudência vigorante não contribuíram para a liberdade sindical nem [tampouco] para a mudança de hábitos do sindicalismo brasileiro”, é a conclusão que chega o professor Francisco Gérson Marques de Lima1, por meio do estudo “Sindicatos em números: reflexões sobre a sindicalismo brasileiro após 2017”.

“Urge esclarecer que a política de prevalência do negociado sobre o legislado e da desregulação do trabalho requer sindicatos fortes e incentivos à negociação. É contraditório que o legislador anuncie a primazia da negociação, enquanto cause enfraquecimento dos sindicatos profissionais, provocando a ruptura do indispensável equilíbrio de forças entre o capital e o trabalho, entre os agentes da negociação coletiva”, aponta Gérson Marques.

É importante esclarecer e lembrar, que o MPT (Ministério Público do Trabalho), por meio de nota técnica, denunciou que a intensão do autor e da maioria do Congresso ao querer explicitar — o que estava implícito — o negociado sobre legislado, sob a proteção da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) era para retirar direitos e não os proteger ou amplia-los.

Trocando em miúdos: a legislação anterior à Reforma Trabalhista não impedia a negociação acima da lei; impedia abaixo. Agora, sob à nova lei trabalhista, as negociações se dão para não perder direitos.

As convenções coletivas anteriores à contrarreforma, em geral, ficavam acima da CLT. Os acordos coletivos, do mesmo modo, ficavam acima das convenções.

Sem regra de transição
No estudo, o professor lembra que “a Lei 13.467/17 não estabeleceu nenhuma regra de transição, levando os sindicatos a amargarem queda abrupta e profunda nas receitas, com reflexos no fechamento de entidades e na impossibilidade de desenvolverem parte de suas atividades.”

Ao pensarem a lei, no formato final que o Congresso restou oferecer ao texto original enviado ao Legislativo pelo então presidente Michel Temer (MDB), o legislador quis mesmo desmantelar as entidades sindicais, fali-las, a fim de que não pudessem interferir no desmonte de direitos que viria a seguir.

Os dados do estudo revelam que “as entidades sindicais profissionais recebem [hoje] 1% do que recebiam no ano [2016] anterior à vigência da Reforma Sindical. Este percentual é 0,27% do que o ‘Sistema S’ alimentou, em 2020, as entidades patronais, o que revela um desequilíbrio abissal entre o capital e o trabalho”, está nas considerações finais do estudo do professor.

Vale à pena debruçar-se sobre as “provocações” e “reflexões” dessa “pesquisa estatística e de observação”, como escreve o professor, para futuras alterações, necessárias, nessa contrarreforma trabalhista.
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1Doutor e pós-doutor em Direito, professor da Faculdade de Direito da UFC, subprocurador-geral do Trabalho, conselheiro do Conselho Superior do MPT, membro do Nupia (Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição na Procuradoria-Geral do Trabalho), coordenador do Projeto Grupe (Grupo de Estudos em Direito do Trabalho), membro fundador da ACDT (Academia Cearense de Direito do Trabalho) e
membro da ACLJ (Academia Cearense de Letras Jurídicas).

FONTE: DIAP

Debate entre os candidatos à Presidência Luiz Felipe D'Avila (Novo), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL),  Soraya Thronicke (União Brasil) e Ciro Gomes (PDT)

IMAGEM: FOLHAPRESS

 

O atual presidente teve 51% dos votos de pior participação em pesquisa qualitativa em tempo real que coletou a avaliação de 57 pessoas

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi avaliado como tendo a pior participação no primeiro debate entre os candidatos à presidência, realizado na noite desse domingo (28) pelo pool de comunicação entre UOL, Folha de S.Paulo, TV Band e TV Cultura. Essa avaliação resultou de pesquisa qualitativa do Datafolha, que ouviu em tempo real 57 pessoas que avaliaram qual candidato se saiu pior no debate presidencial.

Como vencedor da pior participação, Bolsonaro recebeu 51% dos votos. Lula ocupou a segunda posição, com 21%, e Soraya Thronicke (União Brasil) a terceira, com 14%.

Já a melhor avaliação de participação no debate coube à senadora Simone Tebet (MDB), em avaliação qualitativa de 60 pessoas ouvidas pelo instituto.

A atuação de Tebet recebeu a melhor avaliação nos três blocos do evento. A candidata emedebista recebeu 43% dos votos, seguida de Ciro Gomes (PDT), com 23%. O petista Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro empataram na terceira posição, com 10%.

A senadora Soraya Thronicke (União Brasil) recebeu 2% dos votos e Felipe D’Ávila (Novo) ficou com 8%.

A pesquisa não é representativa da população brasileira e visa mostrar a percepção de eleitores indecisos sobre seu voto ou que pretendem votar em branco ou nulo em outubro. Os participantes foram divididos em três salas virtuais e responderam perguntas por meio de um aplicativo.

Os participantes classificaram as respostas dos candidatos a perguntas propostas no debate, em uma escala de péssimo, ruim, regular, bom e ótimo.

Menções positivas

Monitoramento das redes sociais em tempo real realizado pelo instituto de pesquisas Quaest mostra que a terceira via teve melhor desempenho do que os candidatos da polarização durante o debate. Ciro terminou com o maior percentual de menções positivas (51%), seguido de Tebet com 41%. Lula apareceu em terceiro com 38% e Bolsonaro com 35%.

De acordo com o Quaest, Bolsonaro também teve o pior desempenho, porque atacou a jornalista Vera Magalhães e deve aumentar sua rejeição entre as mulheres.

“A cobertura vacinal está despencando nos últimos anos. Em que medida que a desinformação difundida pelo presidente pode ter agravado a pandemia de covid?”, perguntou a jornalista.

“Vera, não pude esperar outra coisa de você. Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”, declarou Bolsonaro.

Com informações do UOL e do instituto Quaest

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

IMAGEM: Porto de Paranaguá, no Paraná: Brasil exporta matérias-primas e importa bens industrializados/Secretaria de Infraestrutura e Logística/appa.pr.gov.br

REPORTAGEM: Ricardo Westin
 

Passados 200 anos do 7 de setembro em que o príncipe Dom Pedro deu o grito às margens do Riacho do Ipiranga, em São Paulo, e declarou o território brasileiro independente de Portugal, pode-se afirmar que hoje o Brasil é um país plenamente soberano?

A autonomia política é, obviamente, completa. Em termos econômicos, contudo, o Brasil não pode ser tido como soberano no plano mundial, de acordo com especialistas ouvidos pela Agência Senado.

O problema, eles dizem, é que o país continua se posicionando no comércio global como exportador de matérias-primas agropecuárias e minerais e importador de produtos industrializados.

Isso cria diversos problemas. Um deles, de acordo com o diplomata Rubens Ricupero, que foi ministro da Fazenda e secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), é tornar o barco econômico e político do Brasil refém dos ventos sempre cambiantes do mercado internacional.

— Já está provado que os ciclos da economia e da política do nosso país refletem muito os ciclos mundiais das commodities [produtos primários]. Quando a demanda e o preço estão em alta no exterior, a economia e a política brasileira vivem grandes momentos. Quando estão em baixa, vivem crises. Os países industrializados estão mais protegidos dessas flutuações porque os produtos industriais são menos dependentes dos humores do mercado mundial do que as commodities — ele explica.

Segundo Ricupero, as matérias-primas agropecuárias e minerais têm passado por bons momentos e o Brasil vem exportando bastante, mas essa bonança pode desaparecer a qualquer momento, o que deflagraria um novo momento de crise.

O país vem progressivamente se desindustrializando desde a década de 1980. A indústria respondia por 48% do produto interno bruto (PIB) em 1985. Hoje corresponde a aproximadamente 20%.

Em 2020, logo nos primeiros momentos da pandemia de covid-19, o Brasil sentiu na pele a falta que faz um parque industrial pujante. Os brasileiros precisaram recorrer a máscaras de pano porque a indústria nacional não produzia as máscaras cirúrgicas descartáveis que foram recomendadas pelos médicos.

Os hospitais não tinham respiradores em número suficiente para atender aos pacientes internados. Os Estados Unidos conseguiram desviar para o seu território um lote de respiradores chineses que haviam sido encomendados por governos estaduais do Brasil. Os governadores nada puderam fazer.

A própria vacinação contra a covid-19 começou nos países do hemisfério norte, justamente a região do globo que, dispondo de indústrias farmacêuticas mais avançadas, conseguiu desenvolver o imunizante primeiro.

Mais recentemente, a Guerra da Ucrânia acendeu outro sinal de alerta. As lavouras brasileiras dependem de fertilizantes fabricados no exterior, em especial da Rússia e de Belarus. Com o início do conflito, em fevereiro, o Brasil não pôde mais importar fertilizantes dos dois fornecedores, deixando os agricultores nacionais em apuros.

O cientista político José Alexandre Altahyde Hage, professor de relações internacionais na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que o poder público deveria transformar a industrialização em projeto nacional:

— O neoliberalismo é uma doutrina que surgiu lá fora e não serve para a nossa realidade. Não adianta fazer cursos de economia em Harvard ou Chicago e querer que as coisas funcionem aqui como funcionam lá. No Brasil, o Estado não pode lavar as mãos e deixar o mercado seguir o caminho que bem desejar, atropelando os interesses da sociedade. O Estado precisa assumir, sim, as rédeas do desenvolvimento.

Hage lembra que foi justamente isso que Getúlio Vargas fez no início dos anos 1940, quando aproveitou a 2ª Guerra Mundial para arrancar dos americanos a tecnologia e o dinheiro necessários para erguer a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Até então, a indústria brasileira se limitava à produção de artigos de consumo, como alimentos e roupas, setores incapazes de alavancar a economia como um todo.

E também foi assumindo as rédeas do desenvolvimento que Vargas criou no começo dos anos 1950 o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com a missão de fomentar o parque industrial do país.

Juscelino Kubitschek manteve essa linha, e a ditadura militar também. A indústria cresceu de forma ininterrupta até os anos 1980, quando teve início a decadência.

— O Brasil é, claro, independente. Mas, numa escala de zero a dez, qual é o nível dessa independência? Cinco? Seis? Sete? — questiona Hage. — Não sabemos ao certo. O fato é que o país precisa sempre moderar a sua vontade para não perturbar a relação de dependência com os outros e não criar problemas. O nível de independência só vai aumentar quando o Brasil finalmente voltar a encarar a industrialização como um pilar estratégico da sua soberania.

O Brasil se declarou independente em 1822. O acordo de reconhecimento da Independência só foi assinado por Portugal três anos mais tarde, intermediado pela Grã-Bretanha. Pelo acordo, os brasileiros ficaram obrigados a pagar uma indenização milionária aos portugueses.

Portugal tinha dívidas altíssimas com bancos britânicos. O risco de calote era real, já que os portugueses haviam ficado mais pobres por terem perdido na América do Sul as terras mais produtivas de seu reino. O que a Grã-Bretanha fez foi aproveitar a hegemonia no cenário internacional para salvaguardar seus interesses em duas frentes. 

Em uma frente, os britânicos garantiram que Portugal contasse com o dinheiro necessário para honrar as dívidas com os bancos de Londres. Na outra, agiram para que o Brasil tomasse emprestadas dos mesmos bancos as libras esterlinas necessárias ao pagamento da indenização.

O historiador João Paulo Pimenta, professor da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro Independência do Brasil (Editora Contexto), explica:

— As relações internacionais têm assimetrias e hierarquias. O Brasil independente não entrou nesse sistema como protagonista. Entrou, como era natural, numa posição secundária, subordinado à Grã-Bretanha, que era a grande potência política e econômica da época. 

Uma vez independente, o Brasil logo se encaixou no nascente capitalismo mundial como fornecedor de café para a Europa e os Estados Unidos e assim permaneceu até meados do século 20.

No clássico livro Dependência e Desenvolvimento na América Latina (Zahar Editores), de 1970, o sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso atribui o prolongado predomínio dos produtos primários de exportação, entre outros motivos, à sabotagem dos latifundiários latino-americanos contra a indústria, temerosos de que ela lhes diminuísse o poder político, econômico e social.

Embora os contextos históricos sejam diferentes, existem semelhanças entre ontem e hoje. Tal qual há 200 anos, o Brasil atual baseia sua economia em matérias-primas e chega fraco às mesas de negociação, dificilmente conseguindo acordos vantajosos para os interesses nacionais.

O economista Paulo Kliass, gestor federal especialista em políticas públicas, compara a situação brasileira com a de países fortes no comércio global:

— Os Estados Unidos se dizem os guardiões mundiais do liberalismo econômico, mas se tornam extremamente protecionistas sempre que é necessário. O Brasil nunca vai conseguir vender milho ou suco de laranja para os americanos porque eles protegem seus produtores. A mesma coisa vale para a Europa, que também adota medidas bastante duras de proteção da agricultura local. O Brasil perde muito por não ter força de negociação e não conseguir entrar nesses mercados.

Vários outros exemplos podem ser citados. Em 2006, a Embraer sofreu um de seus maiores reveses. O governo dos Estados Unidos proibiu a empresa brasileira de entregar aviões militares à Venezuela porque os caças encomendados tinham peças americanas. Sem força para prevalecer, o governo do Brasil teve que convencer a Embraer a desistir do negócio.

A China só importa do Brasil a soja em grão. O país asiático não aceita a soja transformada em óleo. Isso é prejudicial aos interesses econômicos brasileiros porque a soja processada tem muito mais valor agregado do que a soja in natura, isto é, custa mais no mercado e gera mais lucro para os empresários, mais trabalho e renda para a população e mais impostos para o Estado.

— O problema do Brasil é que as elites acabam incorporando com muita força aquele espírito de vira-lata. Para lucrar alguma coisa, entregam de bom grado o nosso mercado às nações desenvolvidas e atendem aos interesses delas em detrimento dos nossos interesses coletivos — avalia Kliass.

O economista lembra que países asiáticos como o Japão, a Coreia do Sul e a China só se transformaram em potências depois que investiram maciçamente na industrialização e na inovação tecnológica.

— Falta ao governo a vontade de discutir, elaborar e executar um projeto de longo prazo, um projeto de Brasil soberano. Os interesses são apenas imediatistas, eleitoreiros, mesquinhos. Estamos ficando cada vez mais para trás — afirma.

O senador Paulo Paim (PT-RS) concorda. Para descrever a atual posição do Brasil no tabuleiro do comércio internacional, ele recorre a outro episódio histórico tão importante quanto a Independência:

— Em 1888, aprovamos a abolição da escravidão. Mas foi uma abolição não conclusa, porque não demos trabalho, terra, moradia ou educação aos ex-escravizados e vemos hoje os efeitos disso. Em 1822, fizemos uma Independência não conclusa. Por falta de vontade política, continuamos submissos aos desejos de outros países e da ordem econômica internacional. Falta muita coisa para sermos uma nação grande, soberana e respeitada pelo mundo.

FONTE: AGÊNCIA SENADO

Jair Bolsonaro votou a favor da reforma trabalhista que não gerou novos empregos e piorou as condições de trabalho

IMAGEM: PEDRO VENTURA/AGÊNCIA BRASÍLIA

 

Número de acordos diminuiu. E em vez de avançar, agora se caracterizam pela tentativa de manter direitos, afirma professor

Com quase cinco anos de vigência, a Lei 13.467, da “reforma” trabalhista, continua sendo questionada. Além de os prometidos empregos não aparecerem, outra crítica está no fato – contraditório – de a nova legislação propor fortalecimento da negociação coletiva e, ao mesmo tempo, enfraquecer os atores sociais responsáveis por essa negociação. No caso, os sindicatos.

É o que sustenta, por exemplo, o professor Francisco Gérson Marques de Lima, da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), e subprocurador-geral do Trabalho. “Urge esclarecer que a política de prevalência do negociado sobre o legislado e da desregulação do trabalho requer sindicatos fortes e incentivos à negociação”, afirma, em estudo sobre o tema. “É contraditório que o legislador anuncie a primazia da negociação, enquanto cause enfraquecimento dos sindicatos profissionais, provocando a ruptura do indispensável equilíbrio de forças entre o capital e o trabalho, entre os agentes da negociação coletiva”, acrescenta.

Queda nas negociações

Um sinal de que a negociação coletiva não prevaleceu foi a queda desse instrumento, pelo menos segundo dados do próprio governo. A diminuição começou justamente em 2017, o ano da reforma. “Aliás, em 2021, o Brasil chegou ao menor número de negociações coletivas desde 2010. Pior: sem qualquer indicativo ou expectativa de retomada”, destaca o professor, que também coordena o chamado Projeto Grupe (Grupo de Estudos em Direito do Trabalho). Convenções e acordos coletivos somaram 34.871 no ano passado, segundo o Sistema Mediador, do Ministério da Economia, em dados reunidos pelo Dieese. De 2011 a 2017, o total oscilou de 46 mil a 49 mil.

Também mudou o caráter da negociação, salienta o pesquisador. Até o que ele chama de “contrarreforma”, acordos e convenções costumavam ficar acima da CLT. Ou seja, com mais direitos assegurados. “Agora, sob à nova lei trabalhista, as negociações se dão para não perder direitos.”

Sem regras de transição

Ele observa ainda que a Lei 13.467 não estabeleceu regra de transição e provocou uma abrupta queda de receita nas entidades sindicais, ao eliminar a contribuição anual obrigatória. Assim essas entidades, lembra o estudo, recebem atualmente 1% do que recebiam em 2016, ano anterior à reforma. “Caso se tratassem de empresas, certamente os sindicatos teriam pedido falência, em face da insolvência, porque nem recuperação daria mais. E se fossem órgãos públicos, teriam parado de funcionar, provavelmente teriam sido incorporados por outro órgão da Administração”, compara.

Com isso, a “reforma” trabalhista também desequilibrou a balança das negociações. “Enquanto a representação sindical de trabalhadores recebeu, em 2020, R$ 42,9 milhões, a representação patronal recebeu, apenas do sistema “S” (tirante outras receitas), valor na casa dos R$ 15,9 bilhões. Ou seja, as entidades profissionais receberam 0,27% (vinte e sete centésimos por cento) do percebido pela representação patronal. (…) “Trata-se de uma diferença abissal, que agrava o desequilíbrio de forças entre o capital e o trabalho, entre as representações de empregados e de empregadores”, alerta o professor. Isso se reflete, inclusive, na composição do parlamento, com bancada empresarial muito superior à dos trabalhadores.

Para piorar, os sindicatos perderam sócios nos últimos anos, uma tendência que se acentuou após a “reforma” trabalhista. Em 2012, segundo o IBGE, a taxa de sindicalização era de 16,2%. Em 2019, estava em 11,2%. “Enfim, pelo que se percebe, o atual pensamento do legislador, do governo e da jurisprudência consolidada não tem contribuído para o aprimoramento das relações coletivas de trabalho nem para o fortalecimento dos sindicatos. Pelo contrário, tem colaborado para o declínio das principais taxas que medem o nível dessas relações e para acentuar o desequilíbrio entre o capital e o trabalho”, diz o professor em suas conclusões.

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

Carteira assinada: há chances de emprego para todos os níveis de escolaridade

IMAGEM: ROBERTO MOREYRA/AGÊNCIA O GLOBO

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou a empresários que Geraldo Alckmin, seu vice na chapa à Presidência da República, pode liderar as discussões sobre mudanças na legislação trabalhista. Aliados do ex-presidente afirmam que a proposta tem aparecido com frequência nas conversas reservadas com o empresariado.

Se eleito, o ex-presidente quer fazer uma discussão ampla sobre as mudanças antes de propor alterações nas regras trabalhistas, num modelo testado nos seus dois mandatos na Presidência.

Diante da receptividade do empresariado à ideia, o que era uma sugestão ganhou contornos concretos, e Alckmin passou a ser um porta-voz do posicionamento de Lula a respeito da legislação trabalhista em eventos dos quais participa sozinho com empresários.

Em encontro fechado com cerca de 20 integrantes de grupo de líderes empresariais, Alckmin disse que as propostas de mudanças em um eventual governo Lula não iriam rever o princípio do “acordado sobre o legislado”, base da reforma trabalhista aprovada no governo Temer. Ele garantiu também que não haverá a volta do imposto sindical.

O próprio Lula já se posicionou contra o imposto sindical. “A gente não precisa de imposto sindical. O que a gente quer é que seja determinado, por lei, que os trabalhadores e a assembleia livre e soberana decidam qual é a contribuição dos filiados”, disse ele em abril. Mas as centrais sindicais cobram que haja alguma contribuição e cláusulas que estimulem a sindicalização e negociação coletiva.

O programa do PT fala em uma nova legislação, com atenção a autônomos, trabalhadores domésticos, teletrabalho e trabalhadores por app. Também defende respeitar “decisões de financiamento solidário e democrático da estrutura sindical”.

Apesar de o PT ter feito adaptações no discurso em relação à proposta de um “revogaço” na reforma trabalhista de Temer, o assunto continua um dos mais sensíveis para os empresários.

Como mostrou o Estadão, Alckmin recebeu a missão de ampliar a interlocução com representantes do agronegócio, da saúde, do mercado financeiro e da cultura, e passou a despachar do QG da campanha petista, com sala próxima à de Lula.

“Ultimamente, o Lula está falando em restituir os direitos que foram retirados com a reforma trabalhista. Mas não tem procedência nenhuma falar em restituir os direitos”, diz José Pastore, professor de Relações do Trabalho da FEA-USP. Ele pondera que o empresário também tem de entender que o negociado não é eterno.

 

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

O Centro de Coordenação Conjunta com sede na Turquia, que supervisiona a exportação de grãos da Ucrânia, anunciou uma revisão da rota de transporte para a Iniciativa de Grãos do Mar Negro para ajudar ainda mais o movimento de navios. À medida que o primeiro mês do programa chega ao fim, todos concordam que foi um sucesso e o esforço mais recente foi projetado para facilitar ainda mais a movimentação segura de navios dos três portos ucranianos.

“Esta rota foi ajustada após três semanas iniciais de operações. Permite um trânsito mais curto no corredor marítimo humanitário e um planejamento mais fácil para o setor de transporte”, anunciou o JCC. As mudanças entram em vigor imediatamente a partir de 26 de agosto. 

A nova rota tem 320 milhas náuticas e conecta os três portos ucranianos, Odesa, Chornomorsk e Yuzhny, com as áreas de inspeção dentro das águas territoriais turcas. O JCC explica que o corredor marítimo humanitário, que faz parte desta rota, estende-se desde a fronteira dos mares territoriais ucranianos até um ponto de passagem sul. As novas coordenadas foram divulgadas através do sistema de navegação internacional NAVTEX com todas as embarcações aconselhadas a alterar este planejamento para seguir o novo trajeto. 

Sob o acordo mediado pela ONU que está sendo implementado pela Turquia, o JCC observa que “nenhum navio militar, aeronave ou veículo aéreo não tripulado pode se aproximar em um raio de 10 milhas náuticas de qualquer embarcação envolvida na Iniciativa e transitando pelo corredor. Os procedimentos estabelecem que qualquer embarcação comercial que encontre provocações ou ameaças ao transitar pelo corredor deve relatar imediatamente ao JCC”.

Nas primeiras três semanas do programa, dados do Centro de Coordenação Conjunta da Iniciativa de Grãos do Mar Negro da ONU mostram que um total de 87 viagens foram aprovadas pelo JCC, com sete atualmente pendentes. Um total de 39 viagens foram aprovadas de saída dos três portos. A maioria dos navios (23) está operando dentro e fora de Chornomorsk, com um total de 845.496 toneladas métricas de alimentos exportados da Ucrânia. No ritmo atual das exportações, elas se aproximarão da marca de 1 milhão de toneladas até o final de agosto. 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, concluiu sua recente visita à Ucrânia com uma visita para ver em primeira mão as operações de exportação, chamando os alimentos que saem da Ucrânia de um suprimento vital para o mundo. “Uma demonstração poderosa do que pode ser alcançado, mesmo nos contextos mais devastadores, quando colocamos as pessoas em primeiro lugar”, escreveu ele em uma postagem nas redes sociais. 

Nas últimas duas semanas e meia, um total de 26 navios seguiram para a Ucrânia com outros 22 aprovados para a viagem e atualmente 14 completaram ou estão em andamento em sua viagem de ida e volta após o carregamento. Quase dois terços das exportações até agora foram de milho, mas o trigo está começando a sair com mais de 100.000 toneladas já carregadas para exportação. Outras exportações incluem soja, beterraba sacarina e sementes de girassol, óleo e farelo. 

Como mais uma demonstração da importância dos esforços, a ONU destaca que as exportações já foram para uma dezena de países diferentes. A lista inclui China, Djibuti, Egito, Grécia, Irã, Irlanda, Itália, Holanda, República da Coreia, Romênia e Turquia. 

O ritmo atual da operação mostra que seis a sete navios por dia estão sendo inspecionados e liberados pelo JCC na Turquia. Guterres considera todos os aspectos um sucesso, dizendo estar confiante de que isso fará uma diferença crítica no fornecimento de alimentos da Ucrânia para os países empobrecidos.

FONTE: SHIPPING NEWS 

Crime de desacato pode violar direitos, diz CIDH

IMAGEM: Juízes da Corte Interamericana de Direitos Humanos / Crédito: Divulgação Corte IDH

 

Os sete juízes participarão de audiências públicas, julgamento e seminário. Estado brasileiro já sofreu condenações

Criada em 1979 e com sede na Costa Rica, a Corte Interamericana de Direitos Humanos passará a próxima semana, de segunda (22) a sexta (27), no Brasil. Assim, sua 150ª sessão ordinária será realizada em Brasília. É a terceira vez que a Corte, vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA), visita o país.

Neste cinco dias, serão realizadas quatro audiências públicas envolvendo casos em julgamento (vindos de Equador, Peru, Argentina e México). Os juízes ainda vão deliberar sobre um caso que se refere à possível responsabilidade de Honduras na alegada execução de Herminio Deras Garcias, dirigente do Partido Comunista daquele país e assessor de vários sindicatos, além de supostas ameaças, detenções ilegais e tortura contra seus familiares.

O Estado brasileiro é um frequentador da Corte. Atualmente, tem oito casos tramitando, além de 16 com sentenças definidas. (Confira abaixo alguns dos processos mais conhecidos.)

Situação no continente

A permanência em Brasília inclui ainda um seminário, nesta segunda (22), Controle da convencionalidade e grupos em situação de vulnerabilidade, na sede do Superior Tribunal de Justiça. “A presença da Corte Interamericana no Brasil será um estímulo para que a sociedade reflita sobre a situação atual dos direitos humanos em todo o continente americano”, afirma o presidente do STJ, ministro Humberto Martins.

O atual governo brasileiro não costuma ser identificado com a defesa do tema. Mas, segundo o ministro das Relações Exteriores, embaixador Carlos Alberto Franco França, o convite do governo à Corte “reflete o compromisso do país com os direitos humanos e com o sistema interamericano de direitos humanos”.

Composição inclui brasileiro

A Corte é composta por sete juízes, incluindo o brasileiro Rodrigo Mudrovitsch, que chegou neste ano. Além dele, estarão presentes Ricardo Pérez Manrique (presidente, Uruguai), Humberto Antonio Sierra Porto (vice, Colômbia), Eduardo Ferrer Mac Gregor Poisot (México), Nancy Hernández López (Costa Rica), Verónica Gómez (Argentina) e Patricia Pérez Goldberg (Chile).

Sentenças da Corte Interamericana envolvendo o Brasil

  • Caso dos empregados da fábrica de fogos de Santo Antônio de Jesus (BA) e seus familiares. Sessenta pessoas morreram após explosão, em 1998. O Estado sofreu condenação em 2020
  • Caso Vladimir Herzog: condenação em 2018, por não investigar ou punir responsáveis pela morte do jornalista, assassinado sob tortura em 1975
  • Caso povo indígena Xucuru: também em 2018, o Estado foi considerado responsável por violações do direito à garantia judicial, dos direitos de proteção judicial e à propriedade coletiva
  • Caso Favela Nova Brasília: condenação em 2017, por chacinas ocorridas nos anos 1990 durante operações policiais no Rio de Janeiro
  • Caso trabalhadores da fazenda Brasil Verde: pela prática de trabalho escravo no Pará. Julgamento em 2016
  • Caso Gomes Lund e outros: o Estado brasileiro foi condenado em 2010 por não localizar desaparecidos da Guerrilha do Araguaia e não punir responsáveis pelas mortes de militantes durante a ditadura

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

Governo AUTORIZA saques RETROATIVOS pelo PIS/PASEP; consulte o SEU SALDO

IMAGEM: FDR

Beneficiários receberão mensagem sobre recursos para serem sacados

Em nova ofensiva eleitoral, a Caixa Econômica Federal informou nesta quinta (25) que há R$ 24,6 bilhões em cotas do PIS/Pasep que podem ser sacados por 10,6 milhões de pessoas.

Os trabalhadores com direito às cotas serão avisados do dinheiro esquecido ao acessar o aplicativo do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), informou o banco.

O dinheiro poderá ser retirado pelo aplicativo FGTS para celular e tablet. Segundo a Caixa, o acesso aos valores será totalmente online e na tela principal do aplicativo estará a informação do saldo disponível para saque.

Tem direito ao saque quem trabalhou com carteira assinada na iniciativa privada ou atuou como servidor público entre 1971 e 1988 e que ainda não tenha retirado o dinheiro de sua cota. Segundo o vice-presidente do agente operador da Caixa, Edilson Carrogi, pessoas com menos de 48 anos dificilmente devem receber a quantia.

"A média do valor é de R$ 2.300, mas vai depender do quanto o trabalhador atuou no mercado formal naquele período de 1971 a 1988. Se foi por um ano só, o saldo será menor, se foi por todo o período, o saldo será maior. Vai depender do salário que ele tinha na época, do tempo de trabalho e das correções", afirmou. 

De acordo com Carrogi, não há mais prazo máximo para o trabalhador ou seus herdeiros fazerem a retirada do dinheiro.

"Não tem o prazo de 2025 vigente no momento em função que a medida provisória 946 não foi convertida em lei. Então, o prazo de 2025, segundo parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, não persistiu. Não é um ato jurídico perfeito porque esse prazo ainda não tinha chegado quando a MP perdeu a eficácia", detalhou.

Em 2020, as cotas do PIS/Pasep migraram para o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

COMO SERÁ O SAQUE DA COTA DO PIS/PASEP

  • Baixe ou atualize o aplicativo FGTS
  • Informe CPF e senha de acesso, e clique nas imagens solicitadas; depois, vá em "Entrar"
  • Na tela inicial, aparecerá a mensagem "Você possui saque disponível"
  • Em seguida, vá em "Solicitar o saque do PIS/Pasep"
  • Escolha se quer crédito em conta ou fazer a retirada presencial
  • Depois, verifique seus dados; se estiver tudo certo, selecione "Confirmar saque"
  • É possível indicar conta em qualquer banco para receber os valores

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

crew abandonment and compensation

IMAGEM: ITF

O número de casos de abandono de tripulação continua aumentando, possivelmente devido às pressões sobre a indústria durante a pandemia. Embora os estados portuários, como a Austrália, tenham sido agressivos quando os casos são relatados a eles, a Federação Internacional de Trabalhadores em Transportes e a organização de caridade Stella Maris também estão relatando com o aumento do apoio de organizações e governos que estão progredindo na obtenção de compensações para tripulantes em todo o mundo.  

A ITF relatou 85 casos de abandono à Organização Internacional do Trabalho (OIT) no ano passado, um recorde histórico segundo o sindicato. Em muitos desses casos, eles relatam que a tripulação abandonada já estava esperando várias semanas ou meses por salários não pagos. 

“Não é incomum que a tripulação seja paga a uma taxa errada por um armador, ou menos do que a taxa estabelecida no contrato de trabalho que cobre o navio”, disse Steve Trowsdale, Coordenador de Inspeção da ITF. “Os marítimos podem pensar que é normal não serem pagos por alguns meses, esperando que um armador resolva o financiamento, mas precisam estar cientes de que o não pagamento também pode ser um sinal de que um armador está prestes a soltá-los e deixar os abandonaram.”

Muitas vezes, os casos terminam quando estados portuários e governos intervêm para devolver seus cidadãos depois de serem abandonados em todo o mundo. A Stella Maris, a maior rede de visitantes de navios do mundo, e a instituição de caridade marítima oficial da Igreja Católica, no entanto, também está relatando um caso em que conseguiu criar confiança com a tripulação e ajudá-los a obter mais indenização nos tribunais. 

Um grupo de 32 tripulantes tailandeses que trabalhavam em um navio de pesca recorreu às mídias sociais em junho de 2019 depois de serem abandonados pelo navio comercial Wadani 1 sem pagamento na Somália. Alguns membros da tripulação estavam a bordo há um ano trabalhando primeiro no Irã e depois na Somália sem serem devidamente pagos. Presos na Somália, seus suprimentos de comida estavam perigosamente baixos. 

Stella Maris Tailândia Seafarers Center Diretor e capelão do porto Apinya Tajit trabalhou com o Ministério das Relações Exteriores da Tailândia e a Embaixada da Tailândia que cuida da Somália. A embaixada negociou com as autoridades da Somália e os proprietários do navio para enviar os homens para casa. Eles foram devolvidos à Tailândia no final de agosto de 2019, onde normalmente essas histórias terminam. 

Em vez disso, trabalhando com advogados locais, Stella Maris conseguiu criar confiança com a tripulação e ajudou os homens a iniciar processos legais por tráfico de pessoas e recuperar os salários não pagos da tripulação. No mês passado, o Tribunal Central do Trabalho da Tailândia decidiu a favor dos 32 tripulantes, concedendo-lhes aproximadamente US $ 255.000 em compensação para cobrir os salários não pagos e o pagamento de férias. 

A ITF informa que seus 125 inspetores e coordenadores completaram 7.265 inspeções em 2021 para apoiar milhares de marítimos com reivindicações salariais e casos de repatriação. Eles são treinados para procurar exploração, excesso de trabalho e sinais de trabalho forçado. Em muitos navios, os inspetores têm o direito de examinar contas de salários e contratos de trabalho e revisar as horas registradas de trabalho e descanso.

“De forma preocupante, estamos vendo um aumento no número de marítimos que relatam falta de pagamento de salários por períodos de dois meses ou mais, o que atende à definição de abandono da OIT”, relata Trowsdale. Ele disse que a ITF, no entanto, conseguiu recuperar quase US$ 37,6 milhões em salários não pagos e direitos dos armadores em 2021. 

Como exemplo de seu trabalho, o sindicato destacou que seu inspetor baseado em Hong Kong, Jason Lam, ajudou oito marítimos birmaneses que tripulavam o MV Lidia a recuperar quase US $ 30.000 em salários não pagos depois que encalharam em outubro de 2021. Eles ficaram quase naufragou após um tufão, diz a ITF, com o armador se recusando a pagar os dois meses de salário devidos à tripulação e sem assistência para voltar para casa. 

“Estou extremamente orgulhoso do trabalho que nossos inspetores fizeram para apoiar os marítimos no ano passado, muitas vezes trabalhando em circunstâncias incrivelmente difíceis”, disse Trowsdale. “À medida que a crise de mudança de tripulação piorou no início de 2021, uma enxurrada de solicitações encheu as caixas de entrada da ITF de tripulantes desesperados para assinar e voltar para casa.” 

A ITF informa que a quebra de contrato foi a falha número um dos armadores identificados por seus inspetores em 2021. Das 7.265 inspeções realizadas, um quarto foi resultado de solicitações de tripulantes ou marítimos individuais e 1.795 casos foram classificados como violação de contrato. A ITF usa este termo para incluir extensões ilegítimas de períodos de trabalho, condições de trabalho inaceitáveis ​​ou inseguras e falha em cumprir as taxas de pagamento acordadas.

FONTE: SHIPPING NEWS