IMAGEM: PORTO DE SANTOS/DIVULGAÇÃO

 

O Tribunal de Contas da União (TCU) vai julgar nesta terça-feira, 13, em sessão marcada para às 10h, o processo de privatização do Porto de Santos.

O tema vai a plenário do Tribunal com poucas perspectivas para o futuro. Se aprovado, como é a tendência, o governo Bolsonaro não deve publicar o edital de leilão neste ano, segundo apurou o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Pelo menos, essa é a ideia no momento. Os integrantes do gabinete de transição já avisaram o Ministério da Infraestrutura de que querem tempo para avaliar o modelo.

Auxiliares do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entendem que podem buscar outras alternativas, como a concessão de serviços específicos do porto, como o de dragagem. O desenho analisado pelo TCU prevê a venda da companhia portuária com a concessão dos serviços de administração do porto, o maior da América Latina.

De acordo com executivos que acompanham as negociações, o atual governo pretende apenas fazer os ajustes que o TCU deverá recomendar e deixar os estudos da proposta prontos para a próxima gestão. O único projeto de desestatização portuária que o Ministério da Infraestrutura pode dar passos efetivos ainda neste ano é o da concessão do Porto de Itajaí (SC). Em caso de aprovação pelo Tribunal, o edital deve ser publicado se houver tempo hábil.

Um dos pontos que a equipe de Lula quer analisar na área são os efeitos da primeira privatização feita pelo governo Bolsonaro.

O Ministério da Infraestrutura licitou no início do ano a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), que era responsável pela administração dos portos de Vitória e de Barra do Riacho.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

IMAGEM: EDUCATE MAGAZINE

Como falta de diploma afeta profissionais que teriam capacidade para cargos, mas acabam barrados

Mais de 50% da força de trabalho dos Estados Unidos são de profissionais sem formação acadêmica

Imagine que você encontre uma oferta de emprego que parece ideal para suas habilidades, mas não pode se candidatar porque o cargo exige um diploma universitário que você não tem.

Nos EUA, costuma-se dizer que as pessoas que passaram por este tipo de experiência foram barradas pelo chamado "teto de papel".

É como recentemente começou a ser chamada a situação dos profissionais que não conseguem atingir um cargo para o qual eles têm capacidade, mas não o grau universitário exigido.

Essa limitação é muito difundida no mercado de trabalho e afeta mais de 70 milhões de pessoas nos Estados Unidos, segundo estimativas da ONG Opportunity at Work, que lançou em 2022 uma campanha conjunta com outras instituições para promover conscientização sobre o problema.

 

Os profissionais que sofrem com o "teto de papel" são os chamados trabalhadores "formados por meios alternativos" (STARs, na sigla em inglês).

Eles adquiriram seus conhecimentos e habilidades diretamente no trabalho, por meio de cursos ou programas de formação não acadêmicos, durante o serviço militar ou por outros caminhos que não envolvem a obtenção de um diploma universitário.

Segundo a Opportunity at Work, os STARs representam mais de 50% da força de trabalho dos Estados Unidos, incluindo 61% dos cidadãos afro-americanos e 55% das pessoas de origem hispânica. De fato, o número de profissionais sem grau universitário, de forma geral, é ainda maior entre as minorias do que a média do país.

Segundo o Escritório do Censo dos Estados Unidos, 62% dos maiores de 25 anos não têm diploma universitário, mas esse percentual sobe para 72% entre os cidadãos afro-americanos e 79% entre os de origem latina.

Mas quais são os efeitos concretos do "teto de papel" sobre a vida profissional?

SEM AUMENTOS SALARIAIS OU PROMOÇÕES

A entrada dos profissionais sem formação universitária nos Estados Unidos vem caindo progressivamente ao longo das últimas décadas.

A diferença salarial entre as pessoas que possuem ou não grau universitário duplicou nos últimos 40 anos, segundo a Opportunity at Work. A organização afirma que, ajustando-se os salários à inflação, os STARs ganham hoje menos do que em 1976.

E o "teto de papel" é uma das razões, já que, na prática, o que ocorre é que os trabalhadores que não cursaram a universidade enfrentam dificuldades tanto para atingir níveis de gerência nas empresas onde trabalham, quanto para conseguir trabalhos com melhor remuneração em outras empresas.

E esta última possibilidade ficou ainda mais reduzida depois que as empresas começaram a recorrer a programas de inteligência artificial para seus processos de recrutamento e seleção de pessoal.

Estes programas tendem a usar o diploma universitário como filtro e podem até favorecer candidatos egressos de certas universidades específicas, bem como experiências profissionais anteriores que exigiriam o diploma.

"O fato de que os algoritmos são tendenciosos não é necessariamente sua culpa. Esses algoritmos são treinados por seres humanos a partir do histórico. E, infelizmente, nosso mercado de trabalho historicamente usou a exigência de diplomas como sinônimo de capacidade", afirma Shad Ahmed, diretor de operações da Opportunity at Work, ao programa de rádio Marketplace, da emissora pública americana NPR.

A exigência cada vez maior de diplomas universitários para acesso a certos postos de trabalho faz parte de um fenômeno chamado "inflação de diplomas", segundo um estudo elaborado pela Faculdade de Negócios da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, pela empresa de consultoria Accenture e pela organização Grads of Life.

O estudo relata que "a crescente demanda de diplomas universitários de quatro anos para empregos que antes não exigiam formação é um fenômeno importante e generalizado, que está tornando o mercado de trabalho americano menos eficiente".

"Ofertas de emprego que eram tradicionalmente consideradas trabalhos de habilidade intermediária (que necessitavam que os profissionais tivessem um diploma superior ao ensino médio, mas não o grau universitário) nos Estados Unidos agora estabelecem, como exigência mínima de educação, um diploma universitário, algo que somente um terço da população adulta tem como credencial", afirma o relatório do estudo.

Esta situação se agravou porque, entre 2012 e 2019, 69% dos novos empregos criados nos Estados Unidos correspondem a ocupações que exigem grau de licenciatura ou bacharelado.

EFEITOS NEGATIVOS SOBRE A ECONOMIA

Não são só os profissionais sem diploma que sofrem com o "teto de papel". As empresas e a economia como um todo também são afetadas, especialmente neste momento em que, paradoxalmente, os Estados Unidos atravessam uma crise de falta de profissionais.

Existem no país 10,3 milhões de vagas de emprego em aberto e apenas cerca de 6 milhões de pessoas desempregadas, segundo os números mais recentes do Escritório de Estatísticas Trabalhistas.

Esta falta de trabalhadores obrigou as empresas a aumentar os salários oferecidos para recrutar e manter seu pessoal, em um momento em que a economia americana sofre os níveis de inflação mais altos em mais de três décadas.

"Enquanto as empresas se esforçam para encontrar talentos em meio à percepção de uma 'falta de capacidades' e 'escassez de mão de obra', muitas das ofertas de trabalho excluíram sem necessidade a metade dos profissionais do país que não têm diploma, mas que detêm as capacidades para conseguir um trabalho com maior remuneração", destaca Byron Auguste, diretor-executivo da Opportunity at Work, em declaração à imprensa em junho de 2022.

De qualquer forma, o problema do "teto de papel" antecede à conjuntura econômica pós-pandemia.

O estudo da Faculdade de Negócios de Harvard publicado em 2017 já advertia que a prática de exigir grau universitário quando antes não era necessário "impede que as empresas encontrem os talentos de que precisam para crescer e prosperar e dificulta que os americanos tenham acesso a trabalhos que proporcionem a base para um nível de vida digno".

Nos últimos meses, uma coalizão formada por cerca de 50 organizações —incluindo empresas como a Chevron, Accenture, Google, IBM, LinkedIn, Comcast e Walmart— idealizou uma campanha para criar consciência sobre o "teto de papel" nos Estados Unidos e incentivar os empregadores a descartar esta prática.

Algumas dessas empresas já vêm reduzindo suas exigências de nível universitário. É o caso, por exemplo, da Accenture, que exige diploma para apenas 26% dos seus postos de trabalho. E, na IBM, essa exigência atinge 29% dos cargos.

FONTE: BBC NEWS BRASIL

 Investimento em infraestrutura de transporte no Brasil vem caindo, mostra levantamento da CNT

IMAGEM: ASSOCIAÇÃO  BRASILEIRA DE OPERADORES LOGÍSTICOS

País precisaria dobrar os níveis de investimento em infraestrutura até 2030 para atingir objetivos de desenvolvimento sustentável

A agenda de industrialização brasileira começou nos anos 50, na administração do Presidente Juscelino Kubitschek, que estabeleceu a meta de "50 anos em 5" e iniciou um período de ganhos expressivos no acesso à infraestrutura básica. Nos anos 1960 e 1970, o Brasil era uma das economias que mais cresciam no mundo.

Infelizmente, o desenvolvimento relativamente estável –apesar de desigual– da infraestrutura no país apresentou uma drástica desaceleração devido à crise da dívida externa nos anos 80, quando investimentos em capacidade produtiva e, principalmente, em infraestrutura diminuíram.

A insuficiência crônica de investimentos também gerou um atraso na manutenção, resultando em uma infraestrutura de baixa qualidade e altamente vulnerável, atualmente responsável por limitar a inclusão, a produtividade e ameaçar o crescimento econômico de longo prazo do país. Acontecimentos recentes como a pandemia de Covid-19, bem como os efeitos contínuos da mudança climática, destacaram a importância da infraestrutura para a economia brasileira.

Atualmente, quase todos os brasileiros têm acesso a energia elétrica, assim como a água potável tratada em casa, e aproximadamente metade da população tem esgotamento sanitário seguro. A internet já era acessível em 90% das residências do país em 2021, e o percentual de banda larga fixa aumentou para 83%. No entanto, os brasileiros possuem a maior tarifa de energia e períodos mais longos de interrupção da América Latina. Quase um terço da água produzida no Brasil é perdida. As assinaturas de internet banda larga têm custo elevado. A maioria das rodovias (88%) ainda não está pavimentada e um quarto está em más condições. 

O Brasil hoje tem uma qualidade de infraestrutura mais baixa, e cada vez pior do que países comparáveis como Chile, México, China, África do Sul e Rússia. Isso limita o crescimento da produtividade no país, impedindo sua competitividade e contribuindo para aumentar sua dependência econômica das exportações de commodities.

Os níveis de investimento em infraestrutura no Brasil apresentaram queda constante nos últimos 40 anos, passando de 5% do PIB antes da crise da dívida externa nos anos 1980, para menos de 3% nos anos 1990, e uma baixa quase histórica de 1,6 % em 2020.

A lacuna de financiamento em infraestrutura no Brasil está se aproximando rapidamente de US$ 800 bilhões, o que exigiria gastar 3,7% do PIB por ano até 2030 para fechá-la. Quase metade (44%) das necessidades de investimento brasileiras envolve a manutenção e substituição de ativos que chegam ao fim de sua vida útil distribuídos nos seguintes setores: desenvolvimento digital, energia, transporte, água e esgotamento sanitário. Dentre os setores avaliados, a maior lacuna de financiamento (53% do total) é em transporte, da qual 43% são necessários para manutenção e substituição de ativos existentes. O restante representa a construção de novos ativos necessários para dar acesso universal a serviços básicos de infraestrutura e atingir os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) relacionados a infraestrutura do país.

Além disso, o país precisará de mais 0,8% do PIB ao ano para garantir que sua infraestrutura seja resiliente ao clima e fique alinhada com o compromisso autodeclarado do país de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e 43% até 2030. As necessidades de investimento apontam para uma mudança modal do transporte rodoviário para ferrovias e hidrovias, além de reequipar a infraestrutura para suportar os possíveis impactos como aumentos na demanda por energia durante as ondas de calor, melhor armazenamento de água e estratégias de gestão da demanda de água durante as secas.

O relatório Avaliação da Infraestrutura no Brasil, que em breve será publicado pelo Banco Mundial, resume as áreas que afetam o desempenho e a sustentabilidade do setor de infraestrutura, como os efeitos de diferentes multiplicadores de investimento público sobre o crescimento, e a economia política direcionando as decisões de investimento e a descarbonização da infraestrutura. Os resultados dessas atividades visam compreender a relação entre infraestrutura e produtividade, inclusão e mudança climática no contexto brasileiro. Combinados, os resultados desses esforços têm sido utilizados para apoiar a formulação de políticas, visando estimular o crescimento econômico de longo prazo do Brasil.

A necessidade de aumentar o investimento público em infraestrutura é primordial, mas também será insuficiente se não abordar o fator mais importante que historicamente limitou o progresso do setor de infraestrutura: a capacidade técnica. Nenhum financiamento resolverá os desafios de infraestrutura do Brasil sem um investimento substancial na construção de capacidade técnica, especialmente em nível estadual. Isso exigirá uma forte vontade política, coordenação e rigor em todos os níveis de governo, com ênfase específica em abordagens de baixo para cima (bottom-up) e uma perspectiva de longo prazo. O Brasil fez enorme progresso em infraestrutura no passado e, com foco e persistência, poderá fazê-lo novamente.

PABLO ACOSTA

Economista líder de Desenvolvimento Humano para o Brasil do Banco Mundial e doutor em Economia pela Universidade de Illinois (EUA)

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

 

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IMAGEM: MIGALHAS

Pasta deverá conduzir as discussões sobre a “reforma da reforma” trabalhista

Criado em 1930, o Ministério do Trabalho teve poucos momentos de protagonismo ao longo dos governos, em que as decisões se concentraram na pasta da Fazenda ou da Economia. E perto de completar 90 anos chegou a ser extinto pelo atual governo. Excluído de janeiro de 2019 a julho de 2021, o ministério voltou a existir por acomodação política. Agora, com a perspectiva de mudança de governo, liderada por um ex-sindicalista, a expectativa é de que o Trabalho volte a ganhar peso político na tomada de decisões. Ainda mais com a perspectiva de rediscussão de alguns tópicos da “reforma” trabalhista de 2017, em pleno “aniversário” de 80 anos da CLT, criada em 1943.

Na reunião entre o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e dirigentes sindicais, na última quinta-feira (1º), em Brasília, o tema veio à tona. Eles enfatizaram a necessidade de um Ministério do Trabalho “fortalecido”, depois do desmonte atual, com redução drástica de orçamento e de pessoal. E também para ser uma espécie de contraponto à sempre poderosa área econômica de qualquer governo.

Personagens na história

O Trabalho já teve, por exemplo, um João Goulart, ministro de Vargas, enfrentando a ira patronal por aumentar o salário mínimo. Já nos anos 1980, Almir Pazzianotto conviveu com greves gerais em um período de criação e consolidação das centrais sindicais. Com Walter Barelli, na década de 1990, houve esforço para estabelecer as bases de um contrato coletivo de trabalho. Com Lula, o bancário Ricardo Berzoini esteve à frente de negociações para tentar estabelecer uma nova legislação.

Assim, no primeiro governo Lula, nomes ligados ao sindicalismo e ao PT estiveram à frente do setor: Jaques Wagner, Berzoini e Luiz Marinho. Depois, a pasta ficou sob comando de dirigentes do PDT, como Carlos Lupi, Brizola Neto e Manoel Dias. Voltou para um petista (Miguel Rossetto) no segundo governo Dilma.

Até que veio o impeachment, em 2016, e Michel Temer apresentou seu projeto de “reforma” da legislação trabalhista, logo abraçado pelos empresários. Um deputado (Rogério Marinho, do PSDB-RN, que depois viraria ministro de Jair Bolsonaro) ampliou o escopo do projeto, abrangendo grande parte da legislação. A continuação da história é conhecida: sob o pretexto de “flexibilizar” para criar empregos, a reforma passou a toque de caixa e tornou-se a Lei 13.467.

Para o ex-ministro Luiz Marinho, deputado federal eleito e presidente do PT em São Paulo, a “revogação” da lei não é uma hipótese plausível. Próximo de Lula, ele considera mais provável a formação de um fórum, ou algo nesse formato, que reúna governo, trabalhadores e empresários. Marinho fala em “reconstrução de governança”. Por extensão, das políticas públicas e da legislação – que precisa ser negociada e não imposta.

CLT ou legislação própria?

É o caso do trabalho por aplicativos, por exemplo, que como lembra Marinho não se resumem ao Uber e ao iFood. “Esses trabalhadores desejam estar na CLT tal qual estabelecido? Ou vão querer uma legislação específica?”, questiona. “Não vai ter pacote”, diz o ex-ministro. “Acho que vai ser um processo de construção. E vai ser um fórum permanente”, avalia.

Marinho descarta – como as centrais também descartaram, na reunião com Lula – a volta da contribuição (ou imposto sindical), extinto em 2017. Mas acha necessário estabelecer um novo sistema de sustentação financeira das entidades, inclusive as patronais. Talvez com a chamada contribuição negocial, com limite anual e aprovação obrigatória em assembleias.

Trabalho, Previdência e imprensa

Sobre o Ministério do Trabalho em si, Marinho acredita que Lula poderá decidir por separar essa área da Previdência, pela complexidade dos temas envolvidos. Mas ressalta que não falou sobre o assunto com o presidente eleito. Ele também não considera a possibilidade de retornar ao Executivo. Prefere, como já declarou, ficar na resistência, nos duros embates que certamente acontecerão no Congresso.

Mas o deputado eleito lembra que o país já teve uma reforma praticamente concluída e, mais importante, negociada. Foi no início do governo Lula, com o Fórum Nacional do Trabalho. “Tinha uma reforma pronta. Estava madura.” Segundo ele, alguns setores “vacilaram” e cederam ao que ele chama de atraso.

A importância que se confere ao Trabalho depende dos nomes indicados pelos governantes. Mas a mídia tem papel importante também. Marinho lembra de quando seria anunciado o acordo entre governo e centrais sindicais para estabelecer uma política de valorização do salário mínimo – outro tema central no próximo período. Apesar de a negociação ter sido conduzida pelo Ministério do Trabalho, todos os jornalistas correram para a Economia, por duvidar que uma pasta mais “fraca” estaria à frente do tema. Tiveram que voltar correndo.

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

Bandeiras dispostas para a 54ª Cúpula do Mercosul

IMAGEM: Isac Nóbrega/PR

Para pesquisadora da Unesp, bloco vive momento de redefinição e de escolha de "prioridades"

A Argentina assumiu a presidência rotativa do Mercado Comum do Sul (Mercosul) na 61ª Cúpula do bloco, que terminou nesta terça-feira (6), em Montevidéu, capital do Uruguai. O encontro foi marcado por tensões prévias e troca de acusações durante a reunião das autoridades, depois que o Uruguai sinalizou para assinar novos tratados de livre comércio por fora do bloco, violando o estatuto do Mercosul. 

Há uma semana, Argentina, Brasil e Paraguai emitiram um comunicado conjunto prometendo ações de represália caso o Uruguai formalizasse sua entrada no Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífico (TPP-11). 

Jair Bolsonaro (PL) foi o único presidente ausente na Cúpula do Mercosul, repetindo sua atitude na última conferência, realizada em julho no Paraguai. Nesta edição, o Brasil foi representado pelo vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), e pelo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França.

Ao assumir a presidência do bloco, a Argentina terá como prioridade na agenda revisar o acordo Mercosul - União Europeia, assinado em 2019, e iniciar negociações para um tratado de livre comércio com a China. "O Mercosul deve potencializar sua unidade para ver como enfrentar os dilemas que se apresentam. O grande segredo é ver como podemos unir esforços", disse o presidente Alberto Fernández.  

 A Argentina defende a inserção dos países sul-americanos nas cadeias mundiais de valor a partir do Mercosul para conferir maior estabilidade aos acordos. "Devemos decidir qual nível da cadeia queremos ser? Queremos o que agregue valor e dê trabalho. Vemos que Brasil e Paraguai têm uma visão similar, esperamos que o Uruguai também", disse o Ministro de Relações Exteriores da Argentina, Santiago Cafiero, durante a reunião em Montevidéu.  

Todos contra um? 

O anfitrião e presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, abriu a reunião entre presidentes com um discurso que tentou amenizar as polêmicas prévias à 39ª Cúpula, mas manteve a defesa da “liberdade” de cada país para assinar acordos comerciais que o favoreçam. 

"Ninguém veio para a reunião para encontrar mais conflitos, acreditamos que todos vieram para buscar mais consensos. Nós queremos estar abertos ao mundo. Lógico que se vamos em bloco, vamos melhor. É isso que nós queremos, mas não estamos dispostos a ficar quietos, sem fazer nada. Não podemos falar de ruptura, mas de resolver tensões", disse o presidente uruguaio.   

O presidente argentino Alberto Fernández foi contundente na resposta. "Você diz que não quer ruptura, mas numa sociedade quando alguém não segue as regras, está rompendo com as normas. Se as regras precisam ser mudadas, vamos discutir, mas enquanto isso não acontece, devemos respeitá-las", sentenciou. 

A Argentina disse estar disposta a modernizar o bloco, como o Uruguai sugere, revisando as assimetrias entre as economias maiores e menores, mas sem romper consensos prévios.  

"Nesse contexto de desigualdade e assimetria, que Mercosul não resolveu e pensamos em responder, não é uma loucura pensar num banco central. Não é uma loucura nem para o Brasil e nem para a Argentina. Eu estou mais interessado em comercializar com o Brasil, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia do que comercializar com países fora da zona", afirmou Fernández.  

O presidente paraguaio seguiu o mesmo argumento, propondo mecanismos de compensação. "Nós somos o único país do Mercosul que não tem acesso competitivo aos grandes mercados pela falta de saída ao mar. Nosso bloco deve ter uma estratégia comum", defendeu Mario Abdo Benitez.  

Em nome do Brasil, o general Hamilton Mourão também disse que há disposição em discutir o regulamento interno, mas é necessário preservar a unidade do Mercosul. "Precisamos preservar a fluidez do comércio entre nós, o diálogo intrabloco e a capacidade de chegar a consensos", disse.   

Para a professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Karina Mariano, a atitude do Uruguai pode ser um blefe, mas também serve para marcar posição. "Se ele vai ou não concretizar, vai depender muito da reação dos parceiros, em que medida os parceiros irão sentar para negociar e atender as demandas do Uruguai", afirmou em entrevista ao Brasil de Fato. 

A pesquisadora do Observatório de Regionalismo comenta que o bloco passou por certa deterioração nos últimos seis anos e que o Uruguai se apoia na flexibilização adotada durante a negociação de acordos com a União Europeia, em 2019, para defender suas negociações parciais com a China e outros países. 

Tensão entre chanceleres  

Como é de praxe, antes do encontro entre os presidentes do bloco, que acontece no segundo dia de Cúpula, há uma reunião do Conselho do Mercosul composto pelos chanceleres de todas as nações integrantes.  

Na reunião da última segunda-feira (5), já houve uma troca de hostilidades entre os ministros de Relações Exteriores do Uruguai, Francisco Bustillo, e da Argentina, Santiago Cafiero. 

Bustillo defendeu a decisão do governo uruguaio de solicitar a assinatura do Tratado Transpacífico, disse que é momento de "modernizar" o bloco e ofereceu apresentar os termos do pacto para que os países membros revisassem. No entanto, ele advertiu que o Uruguai irá ingressar no TPP-11, independentemente do aval do Mercosul. 

Em resposta, os chanceleres da Argentina, Brasil e Paraguai voltaram a criticar a postura dos uruguaios como "unilateral" por violar os estatutos do bloco.  

"Uruguai deve decidir se está com o Mercosul o se vai com a China. Pensamos que o principal é defender o bloco. E quando falo nós, estou me referindo à Argentina, Brasil e Paraguai", declarou o ministro argentino Santiago Cafiero.  

O ministro paraguaio Júlio César Arriola disse que as posições unilaterais "socavam a imagem do Mercosul" e o chanceler Carlos França afirmou que os acordos devem ser realizados de forma "transparente e honesta". 

Bustillo diz que não houve ruptura e não haverá. "Precisamos de um bloco que queira projetar-se nas dinâmicas e tendências mundiais. Necessitamos um bloco capaz de estreitar laços com outros países e blocos. Não podemos ficar imóveis", disse o chanceler uruguaio. 

As tensões entre Argentina e Uruguai também marcaram a 60ª Cúpula do Mercosul com uma troca de acusações entre os presidentes Alberto Fernández e Luis Lacalle Pou pelas intenções uruguaias de assinar um acordo de livre comércio com a China sem passar pelos demais países do bloco. Na ocasião, Lacalle Pou se referiu ao Mercosul como um "peso" para o Estado uruguaio. 

A China é o principal sócio comercial do Uruguai, seguido do Brasil, que concentrou 80% das exportações uruguaias de leite, malta, arroz e plástico, no primeiro semestre de 2022. 

O Partido Socialista do Uruguai criticou a postura do atual governo, "o país não é uma prancha de surf, senhor presidente", afirmaram em comunicado após Lacalle Pou dizer que a cúpula do Mercosul seria "entretida" pela troca de farpas prévias entre representantes do seu governo e demais membros do Mercado Comum do Sul.  

"Parece que todos os esforços do governo estão centrados em romper com os acordos regionais. A política exterior do país é uma responsabilidade séria, planejada, rigorosa, não depende de humores conjunturais", criticam em nota

Perspectivas 

Em 2023, a presidência rotativa do bloco deve passar para a Argentina, nos primeiros seis meses do ano, e em seguida para o Brasil. 

A Argentina está confiante de abrir uma nova etapa de cooperação no bloco com o governo Lula (PT). "Chega ao governo do Brasil, que é a economia mais pujante da região, um governo que pensa que as desigualdades sociais devem ser atendidas pela política [...] e que também considera que a produção regional, no novo rearranjo de nações, tem que ser através de blocos: pode ser pela América do Sul ou pelo Mercosul", afirmou Santiago Cafiero. 

Professora da Unesp, Karina Mariano acredita que a principal agenda comum entre Brasil e Argentina em 2023 será a reorganização do funcionamento interno do bloco. "Precisamos de um relançamento do Mercosul: definir como deveria ser a integração, quais são as prioridades e ver como ficarão as regras", defende.

Atualmente, a Bolívia aguarda a aprovação final de todos os membros para o seu ingresso no Mercosul, enquanto a Venezuela - suspensa desde 2017 - busca pleitear seu retorno para o bloco. "Daqui uns dois anos, quando o bloco estiver mais estabilizado, a entrada da Bolívia, que tem uma economia estável, parece mais factível. Agora no caso da Venezuela vai depender muito da situação interna, tanto estabilidade econômica, como política", analisa Mariano.
Em 2021, as exportações dos países do bloco para nações de fora do Mercosul somaram US$ 598,9 milhões, sendo soja, milho, ferro, carne e petróleo as principais commodities. China, Estados Unidos e Índia são os principais destinos das exportações.  

Já na relação intrabloco, o volume comercial foi de US$ 40,6 milhões, um aumento de 42% em relação a 2020. O Brasil representou uma fatia de 44% do comércio intrarregional, seguido da Argentina com 37%, Paraguai 11% e o Uruguai 8%, segundo o Sistema de Estatísticas de Comercio Exterior do Mercosul. 

Atualmente o Mercosul possui 11 acordos vigentes, sendo quatro extrarregionais. 

FONTE: BRASIL DE FATO

 

 (Imagem: Arte Migalhas)

IMAGEM: MIGALHAS

Sistema criado em 2019 sob o governo Bolsonaro é tido como um mecanismo de cooptação dos parlamentares. Integrantes do futuro governo Lula defendem o fim do modelo para reduzir o poder do Centrão sobre o orçamento federal

O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta quarta-feira (7) o orçamento secreto, sistema que desde 2019, sob o governo Bolsonaro, “contaminou” as emendas parlamentares ao orçamento do governo federal no Congresso Nacional. Tido como um mecanismo de cooptação do Congresso, que deu vazão às “emendas de relator”, facilitação de desvio de verbas e de compra de votos de parlamentares, o sistema será avaliado pelo STF sob forte pressão política.

 De um lado, a cúpula do Legislativo tenta convencer ministros da Corte a manter as chamadas emendas de relator, prometendo a criação de novas regras para dar mais transparência e impessoalidade à distribuição dos recursos federais para obras e serviços nas bases eleitorais de parlamentares. Do outro, integrantes do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendem o fim do modelo como forma de reduzir o poder do Centrão na futura gestão.

Na prática, no julgamento que começa hoje, a Corte vai dizer se o Congresso poderá ou não manter as emendas de relator, usadas pelo governo para contemplar parlamentares alinhados ao Palácio do Planalto em troca de apoio a pautas de seu interesse.

A tendência é que a maioria dos ministros entenda que o mecanismo, usado para que deputados e senadores enviem verba a seus redutos eleitorais sem serem identificados, é inconstitucional.

Segundo informações do jornal O Globo, pelo mapa atual de votos feito nos bastidores da Corte, podem votar nesse sentido, além da presidente do Supremo, Rosa Weber, relatora do caso, os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Luiz Fux. Há, porém, a possibilidade de um pedido de vista (mais tempo para análise) por parte de algum ministro, jogando a decisão final para o ano que vem.

Desde que o julgamento foi marcado, na sexta-feira passada, parlamentares intensificaram a procura por ministros da Corte para negociar uma solução intermediária, que não represente a extinção das emendas de relator.

Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), discutem a aprovação de um projeto de resolução que possa “modular” o uso político desses recursos, que equivalem a R$ 19 bilhões no ano que vem.

Hoje, os valores são direcionados para deputados e senadores do “alto clero” — os presidentes das Casas e líderes de partidos maiores —, que distribuem entre os demais parlamentares sem critérios objetivos e de forma desigual.

Na proposta avaliada pela cúpula do Congresso, partidos com maior representação receberiam mais verba, cabendo ao líder de cada partido no Congresso a escolha de quais parlamentares teriam direito à indicação. A ideia é criar um critério matemático de distribuição, já que, hoje, o dinheiro é repartido em negociações políticas, inclusive para votações.

Diante da pressão de Lira, porém, aliados de Lula têm defendido uma saída negociada. Um dos caminhos articulados por petistas junto aos ministros é que, após o voto de Rosa Weber, ocorra um pedido de vista para que haja tempo para discussão de alterações no mecanismo com o presidente da Câmara.

Para deputados do PT, mudanças no orçamento secreto são importantes para reduzir o poder de Lira. Eles reconhecem, no entanto, que uma extinção definitiva do mecanismo poderia prejudicar a aprovação da “PEC da Transição”, considerada fundamental para Lula poder cumprir promessas de campanha a partir de janeiro, como o Bolsa Família de R$ 600.

O deputado José Guimarães (PT-CE), um dos articuladores políticos do governo de transição, disse que o Supremo deve balizar a questão desde que “não tire a autonomia do Poder Legislativo”. “Eu prefiro sempre, como sou do Parlamento e gosto do Parlamento, que as saídas para o Brasil sejam feitas via negociações políticas entre o Executivo e o Legislativo”, afirmou ele.

FONTES: REDE BRASIL ATUAL/O GLOBO

www.brasil247.com - Nísia Trindade

IMAGEM:  Tânia Rêgo/Agência Brasil

Entre as pastas a serem ocupadas por mulheres estão Saúde, Educação e Desenvolvimento Social. Juntas, têm R$ 509 bilhões previstos para 2023

Ainda que tenha anunciado na semana passada a primeira parte de seus ministérios formada apenas por homens - em maioria brancos - o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve apresentar nesta semana nomes de mulheres para ocupar pastas com orçamentos robustos, segundo o Estado de S. Paulo.

De acordo com o jornal, Lula anunciará cinco mulheres. Entre as pastas que serão ocupadas por elas estão Saúde, Educação e Desenvolvimento Social. Juntos, estes ministérios têm R$ 509 bilhões de orçamento previsto para 2023 e "estão entre os órgãos responsáveis pelo maior volume de recursos – atrás apenas do Trabalho e Previdência, que gere as aposentadorias e benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)", diz a reportagem.

O anúncio deverá ocorrer entre esta segunda-feira (12) - data da diplomação de Lula como presidente - e terça-feira (13).

A expectativa é pela indicação de Nísia Trindade para a Saúde, Simone Tebet (MDB-MS) para Desenvolvimento Social, Margareth Menezes para Cultura, Izolda Cela para Educação e Sônia Guajajara (Psol-SP) para o Ministério dos Povos Originários.

FONTE: JORNAL O ESTADO DE S.PAULO

Venezuela entre os países mais corruptos da América Latina

IMAGEM: PRIMER INFORME

 

Embaixador diz que, com a volta de Lula, o Brasil retoma protagonismo na cena internacional e contribuirá para o equilíbrio global

O embaixador Celso Amorim, que foi chanceler no governo Lula e ministro da Defesa no governo Dilma, afirmou, na noite de ontem, ao participar de debate sobre a nova política externa brasileira promovido pelo Brasil 247 e pela PUC (SP), no Teatro Tuca, em São Paulo, que o mundo de hoje é bem mais complexo do que o de vinte anos atrás, quando Lula chegou pela primeira vez ao poder. "Lá atrás havia mais diálogo entre as potências, o mundo multipolar estava se formando e as regras eram mais claras. Por isso, tivemos muito espaço para agir com a política externa ativa e altiva. Hoje, temos uma guerra no coração da Europa e podemos estar caminhando para uma clivagem entre as potências", afirmou.

Amorim disse ainda que, no contexto atual, o Brasil voltou a ser um protagonista, especialmente porque o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tem liderança e credibilidade para dialogar com todos os atores. "À exceção do que ocorreu nos últimos quatro anos, a política externa brasileira sempre foi considerada um modelo", diz ele. Amorim também afirmou que um diálogo consistente entre Mercosul e União Europeia será importante para um maior equilíbrio global e a consolidação do mundo multipolar.

No evento, ele afirmou que a conversa entre o enviado especial da Casa Branca Jake Sullivan e o presidente Lula teve como foco central o convite para uma visita aos Estados Unidos, mas também passou por outros temas, como Venezuela e a geopolítica internacional. "Prevaleceu o respeito entre os dois países", afirmou. No futuro governo, Amorim não será chanceler, mas deverá ter um cargo em Brasília, como assessor especial do presidente Lula.

FONTE: BRASIL247

 

IMAGEM: POLITIZE

De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça, há ao menos 50.346 processos suspensos que voltarão a tramitar

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cancelou na segunda-feira (5/12) a suspensão nacional de processos em instâncias inferiores que discutem se o negociado pode prevalecer em relação à legislação de direitos trabalhistas. Em junho de 2022, o STF decidiu que os acordos e convenções coletivas se sobrepõem à legislação existente desde que não afetem direitos trabalhistas previstos na Constituição, como salário, seguro-desemprego, licença-maternidade e FGTS. Mendes é o relator da ação (ARE 1121633).

Como a decisão do STF ocorreu em um agravo em recurso extraordinário, ela passou a orientar todo o Judiciário nacional. No entanto, ainda havia dúvidas entre advogados e tribunais sobre a aplicação imediata, por isso, o ministro lavrou o despacho para deixar a questão inequívoca. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há ao menos 50.346 processos suspensos. Dessa forma, com o fim da suspensão dos processos pelo ministro Gilmar Mendes, não há dúvidas que os processos devem voltar a tramitar no Judiciário.

Na época, o placar foi de 7 a 2, com abstenção de Luiz Fux, que se declarou impedido, e a ausência de Ricardo Lewandowski. Dessa forma, pelo entendimento do Supremo, direitos previstos em leis ordinárias, como os da própria Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), podem ser retirados via negociação entre empregados e empregadores, como horas-extras, intervalo intrajornada, horário de almoço, negociação dos percentuais de adicionais de insalubridade e periculosidade.

A maioria dos ministros acompanhou o voto do relator, Gilmar Mendes. Para ele, a prevalência das convenções coletivas é constitucional e a vontade das partes deve ser respeitada, uma vez que a negociação evidencia melhor a realidade dos fatos.

Mendes afastou a ideia de que os trabalhadores saem prejudicados, uma vez que as convenções e acordos seguem procedimento próprio, definido por lei e com chancela sindical obrigatória. O relator ainda ressaltou que a Constituição Federal outorga ao sindicato a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria.

Foi fixada a seguinte tese em sede de repercussão geral no tema 1046: “São constitucionais os acordos e as convenções coletivas que, ao considerarem a adequação setorial negociada pactuam limitações ou afastamentos de direitos trabalhistas independentemente da explicitação especificada de vantagens compensatórias desde que respeitados os direitos absolutamente indisponíveis.

FONTE: JOTA

(foto: Son Salvador)

IMAGEM: Son Salvador

Os meios corporativo e acadêmico preveem que várias profissões deixarão de existir nas próximas décadas. Relatórios de organizações internacionais como a ONU, o Fórum Econômico Mundial e OCDE atestam isso, como espécie de alerta para governos e segmentos profissionais.

A questão em debate agora é: como será o mundo do trabalho em que atuarão estes profissionais do futuro?

Futurólogos, historiadores, sociólogos e economistas se debruçam sobre esta pergunta para oferecer respostas que ajudem profissionais, governos e corporações a se prepararem para o que está por vir.

Nos últimos anos, uma voz se destacou no debate e se tornou referência mundial no assunto. É o historiador israelense Yuval Noah Harari, autor dos livros “Sapiens”, “Homo Deus” e “21 lições para o século 21” e professor convidado da Pós PUCPR Digital.

A seguir, você pode ler resumo das principais ideias de Harari sobre o tema, abordadas nos capítulos 1 e 2 do livro “21 lições para o século 21”. Ele prevê 5 mudanças no mundo do trabalho que devem ocorrer até 2050

Já é fato no meio corporativo e acadêmico que uma série de profissões deixarão de existir nas próximas décadas. Relatórios de organizações internacionais como a ONU, o Fórum Econômico Mundial e a OCDE atestam isso, como uma espécie de alerta para governos e classes profissionais.

A questão em debate agora é: como será o mundo do trabalho onde atuarão estes profissionais do futuro?

Futurólogos, historiadores, sociólogos e economistas se debruçam sobre esta pergunta para oferecer respostas que ajudem profissionais, governos e corporações a se prepararem para o que está por vir. Nos últimos anos, uma voz se destacou no debate e se tornou referência mundial no assunto. É o historiador israelense Yuval Noah Harari, autor dos livros “Sapiens”, “Homo Deus” e "21 lições para o século 21" e professor convidado da Pós PUCPR Digital.

A seguir, você confere um resumo das principais ideias de Harari sobre o tema, abordadas nos capítulos 1 e 2 do livro "21 lições para o século 21". Ele prevê 5 mudanças no mundo do trabalho que devem acontecer até 2050. Vamos lá?

O que é o mundo do trabalho

Antes de prosseguirmos, precisamos ter em mente o significado deste conceito. O mundo do trabalho é um conjunto de relações que nascem a partir da atividade humana de trabalho. Ele reúne fatores que se relacionam entre si, tais como:

  1. A atividade humana de trabalho;
  2. O espaço onde acontece esta atividade;
  3. As prescrições e normas que regulam as relações de trabalho;
  4. Os produtos e serviços resultantes do trabalho;
  5. Os discursos intercambiados neste processo;
  6. As técnicas e tecnologias envolvidas na atividade desenvolvida;
  7. A comunicação entre as partes envolvidas no processo.

O mundo do trabalho ocupa um lugar importante na sociedade, pois reúne a maior parte da atividade humana. O termo abrange outros conceitos relacionados ao trabalho, como mercado, relações de trabalho, vínculo empregatício, cultura organizacional, salário, legislação trabalhista, tecnologia, saúde mental, capital e por aí vai.

Por sua vez, o trabalho é um processo invisível de transformação de algo em outra coisa com o objetivo de criar algum benefício para si e para outra pessoa. Este "algo" pode ser um produto ou serviço, que depende do conhecimento instituído e da experiência pessoal de um ou vários profissionais para existir.

A diferença entre mundo do trabalho e mercado de trabalho

Os termos não são sinônimos. O mercado de trabalho é um dos conceitos que está sob o guarda-chuva do mundo do trabalho, relacionado à demanda de atividade laboral por parte das organizações. Ou seja, ele se refere à interação entre mão de obra e empregadores, que oferecem vagas a serem preenchidas. O termo pode ser usado tanto na iniciativa privada quanto no serviço público, nos mais diferentes setores da economia e áreas de atuação profissional.

Como será o mundo do trabalho em 2050

O mundo do trabalho em 2050 será totalmente transformado pelos avanços da Inteligência Artificial (IA) e da biotecnologia. Profissões que exigem uma menor qualificação deixarão de existir devido à automação, ao mesmo tempo que a demanda por profissionais humanos altamente especializados aumentará. O medo de se tornar irrelevante substituirá o da exploração entre os trabalhadores.

É preciso lembrar que a automação já era vista como uma ameaça aos empregos no século XIX, com o avanço da Revolução Industrial nos países ocidentais. No entanto, não houve um desemprego em massa pois para cada função perdida para uma máquina pelo menos uma nova era criada.

O que muda é o impacto da IA no mundo do trabalho. Yuval Noah Harari explica que o ser humano tem dois tipos de habilidades, uma física e outra cognitiva. As primeiras revoluções industriais substituíram as pessoas por máquinas no quesito trabalho manual, enquanto atividades que exigiam habilidades cognitivas continuaram restritas aos seres humanos.

Até então, as máquinas não conseguiam aprender, analisar, comunicar e interpretar emoções. A IA veio alterar este cenário, por meio do machine learning, e já começa a desempenhar estas habilidades tão bem quanto uma pessoa.

Apesar de fazer previsões, Yuval Noah Harari alerta que é impossível ter certeza absoluta de como será o mundo do trabalho em 2050. Para o historiador, a única coisa certa é que muito do que é ensinado nas escolas de hoje será irrelevante daqui algumas décadas.

Em "21 lições para o século 21", ele explica o motivo. Hoje estamos acostumados a dividir nossas vidas em duas fases principais, uma voltada ao aprendizado e outra para o trabalho. Na primeira, construímos uma identidade estável e adquirimos habilidades comportamentais e técnicas. Elas serão empregadas na fase do trabalho, quando contamos com elas para nos guiarmos no mundo, pagarmos nossas contas e ainda contribuirmos com a sociedade.

Yuval Harari prevê que, no mundo do trabalho de 2050, esta divisão estará ultrapassada. O novo modelo que as pessoas deverão usar como guia é o do lifelong learning, ou seja, elas devem continuar a aprender ao longo da vida. Para permanecer relevante no mundo do trabalho, o profissional deverá se reinventar várias vezes, mesmo depois dos 50 anos de idade.

No século 21, estabilidade é um luxo. Quem se apegar a uma identidade imutável, a um único emprego e a uma visão de mundo permanente ficará para trás.

5 mudanças no mundo do trabalho até 2050

Os pontos relacionados ao futuro do trabalho discutidos em "21 lições para o século 21" por Yuval Noah Harari não são respostas definitivas nem são consenso entre especialistas, conforme explica o próprio autor. Porém eles oferecem material para refletirmos sobre nossa carreira profissional, como enxergamos o valor do trabalho em nossas vidas e como nos posicionamos no mercado de trabalho.

Confira a seguir 5 mudanças no mundo do trabalho que podem acontecer até 2050.

1. Humanos trabalharão lado a lado com a IA

Como escrito anteriormente, a inteligência artificial fará com que profissões deixem de existir, enquanto novas irão surgir. Para continuar relevante no mundo do trabalho de 2050, o profissional deverá parar de tentar competir com a IA e se concentrar nos seus serviços e alavancagem.

O motivo está nas habilidades não humanas da IA, que tornam a diferença entre a tecnologia e o trabalhador uma questão qualitativa. As habilidades não humanas da inteligência artificial são:

  • Conectividade: é mais fácil integrar computadores em uma rede flexível do que seres humanos. Por mais sintonizados que os integrantes de uma equipe estejam, eles não conseguem competir com a sincronicidade de várias máquinas.
  • Capacidade de atualização: por estarem conectados em rede, computadores podem ser atualizados ao mesmo tempo, de uma maneira rápida. Já a atualização de uma classe profissional humana inteira leva anos, como é o caso da medicina. Quando um novo medicamento ou uma nova doença é descoberta, é quase impossível atualizar todos os médicos do mundo sobre estes avanços científicos.

Por isso, ao se falar do mundo do trabalho de 2050, é mais adequado pensar na substituição da mão de obra humana por uma rede integrada, e não por milhões de robôs individuais.

Mas então como irão surgir as profissões do futuro?

Para ilustrar esta situação, Yuval Noah Harari cita como exemplo as Forças Armadas dos Estados Unidos, que passaram a usar drones na intervenção à Síria. A operação de cada um deles demanda 30 pessoas capacitadas na tecnologia, enquanto a análise dos dados coletados pelo dispositivo necessita de mais 80.

Ou seja, o mundo do trabalho de 2050 será caracterizado pela colaboração entre humanos e IA. Contudo, este cenário colaborativo exigirá altos níveis de especialização dos profissionais. Uma mão de obra desqualificada resultará em altas taxas de desemprego, por isso uma das soluções propostas em "21 lições para o século 21" é apostar na criação de novos empregos humanos do que tentar ensinar novas habilidades para as profissões que irão surgir.

2. Novas profissões irão surgir cada vez mais rápido

A IA e a robótica não vão parar de se desenvolver, o que exigirá dos profissionais do futuro a capacidade de se adaptar rapidamente para exercer novos empregos. A criação deles será recorrente, bem como o retreinamento das pessoas que irão os exercer.

Se hoje poucos profissionais esperam exercer as mesmas funções e trabalhar na mesma empresa até se aposentarem, em 2050 a categoria profissional será mais fluida, pois trabalhadores transitarão por diferentes profissões ao longo da vida.

Esta transição demandará tempo, pois a pessoa precisará aprender novas habilidades. Uma solução apontada pelo autor de "21 lições para o século 21" é a intervenção de governos, por meio da regulação do setor de tecnologia. O Estado também deveria investir em um setor de educação vitalício – afinal, as pessoas precisarão continuar a estudar para serem relevantes no mundo do trabalho – e em uma rede de proteção para o trabalhador enquanto ele estiver no período de transição. Até ele adquirir as habilidades para exercer uma nora profissão, ele receberia apoio financeiro do governo para se sustentar.

3. Os "inúteis", uma nova classe do mundo do trabalho

A sociedade de 2050 será a do pós-trabalho, o que fará com que as pessoas não se definam mais por suas profissões nem busquem no emprego uma fonte de realização pessoal. Ainda, haverá trabalhadores que não serão qualificados o suficiente para exercer as funções decorrentes dos avanços da inteligência artificial e da automação.

Seja qual for o motivo, parte da sociedade integrará uma nova classe do mundo do trabalho chamada por Yuval Noah Harari de “inúteis”, por não exercerem uma atividade laboral nesta nova realidade.

4. Além do desemprego, a saúde mental será um desafio no novo mundo do trabalho

Mudanças sempre são estressantes e afetam o equilíbrio emocional de muita gente – o cotidiano acelerado que vivemos hoje e que já tornou os transtornos de saúde mental um problema global está aí para provar. Elas marcarão o mundo do trabalho de 2050 devido à necessidade dos profissionais de se reinventarem a todo momento.

Será que todas as pessoas serão capazes de lidar com a volatilidade do mercado de trabalho e das carreiras profissionais?

Para Yuval Noah Harari, provavelmente técnicas de redução de estresse como psicoterapia, medicação e mindfulness entrem na rotina dos profissionais do futuro para que eles consigam lidar com as mudanças no mundo do trabalho.

A falta de energia mental será um dos motivos que levará alguém a integrar a "classe dos inúteis", não apenas a falta de emprego e de educação adequada.

5. Governos terão que recorrer à renda básica universal (RBU)

O mundo do trabalho de 2050 pode sofrer ao mesmo tempo de altos níveis de desemprego e de escassez de mão de obra qualificada. Para lidar com este cenário, governos deverão interferir para garantir a sobrevivência física e bem-estar psicológico da população. Uma solução aventada pelo autor de “21 lições para o século 21” é a renda básica universal (RBU).

A proposta da RBU é a tributação de bilionários e big techs que controlam os algoritmos e robôs. O valor obtido seria usado para prover as necessidades básicas de cada indivíduo, dentro e fora do território nacional. Os Estados Unidos, por exemplo, ao automatizarem a produção das fábricas que mantêm em Bangalore, deverão arcar com o benefício oferecido aos bangalorianos que perderam seus empregos para a IA. Para Harari, apesar de este ser o cenário ideal, é praticamente impossível que ocorra, por desagradar o eleitorado americano.

Outra ideia atrelada à RBU é incluir mais atividades humanas na categoria de "emprego", como o cuidado com crianças e idosos – tarefas que dificilmente serão automatizadas para Harari. Os salários dos profissionais que exerceriam estes novos empregos, como pais, mães, filhos e filhas, seriam custeados pelo Estado.

Mais uma alternativa para proteger o cidadão apontada pelo historiador é o subsídio público de serviços básicos universais, como educação, saúde e transporte. Harari frisa que todas as soluções têm vantagens e desvantagens e não são uma resposta definitiva para as questões decorrentes das mudanças no mundo do trabalho.

Como se adaptar às mudanças do mundo do trabalho

Como já abordamos neste artigo, um dos principais motores de transformação do mundo do trabalho é a inteligência artificial. Em artigo publicado no The Guardian em 2017, Yuval Noah Harari explica que a principal questão não será a falta de emprego, pois novas funções surgem paralelamente ao desenvolvimento das novas tecnologias – como aponta o relatório da Cognizant, consultoria especializada em digitalização nas organizações, que listou as 21 carreiras do futuro que podem surgir até 2030.

O problema crucial será a adaptação de trabalhadores a empregos em que humanos performem melhor que algoritmos. Por isso, em “21 lições para o século 21”, Harari defende que chegou a hora de focar no aprendizado de outras habilidades desde já e, assim, estar pronto para lidar com as mudanças do mundo do trabalho.

Exatamente pelo fato do futuro ser incerto, o historiador aconselha que os profissionais comecem a investir no desenvolvimento de equilíbrio mental, da inteligência emocional e da resiliência. Estes são alguns exemplos de soft skills, que já são uma demanda atual do mercado de trabalho.

Para aprimorar suas soft skills desde já, você pode colocar em prática estas 7 dicas. Se quiser mais informações sobre cada uma delas, leia este artigo que preparamos sobre o assunto.

  1. Busque autoconhecimento;
  2. Alinhe as expectativas sobre seu cargo com seu gestor;
  3. Crie o hábito de pedir feedbacks para seus colegas de trabalho;
  4. Exercite a escuta ativa e reflita sobre o que os outros têm a dizer;
  5. Arrisque-se em novos projetos em que você possa exercer uma função de liderança;
  6. Não pare de estudar. Procure leituras interessantes, cursos rápidos e especializações para aprimorar suas habilidades;
  7. Tenha disciplina e paciência. Soft skills não são desenvolvidas da noite para o dia.

FONTE: DIAP

A posição geográfica de Bósforo é reveladora de sua importância estratégica

IMAGEM: BRASIL ESCOLA

Chegou a 20 na sexta-feira o número de navios-tanque esperando no Mar Negro para passar pelo Estreito de Bósforo, em Istambul, a caminho do Mediterrâneo, disse a agência marítima de Tribeca, em meio a negociações para dispersar o acúmulo.

Na quinta-feira, descartando a pressão do exterior sobre o aumento da fila, a autoridade marítima da Turquia disse que continuaria a manter fora de suas águas os petroleiros que não tivessem cartas de seguro apropriadas e que precisava de tempo para verificações.

Oito navios-tanque também aguardavam passagem pelo estreito de Dardanelos para o Mediterrâneo, ante nove no dia anterior, disse Tribeca, perfazendo um total de 28 navios-tanque aguardando passagem para o sul.

O grupo de nações do G7, a União Europeia e a Austrália concordaram em impedir que provedores de serviços de transporte marítimo, como seguradoras, ajudem a exportar petróleo russo, a menos que seja vendido a um limite de preço baixo, com o objetivo de privar Moscou das receitas de guerra.

Em um telefonema na quarta-feira, o vice-secretário do Tesouro dos EUA, Wally Adeyemo, disse ao vice-ministro das Relações Exteriores da Turquia, Sedat Onal, que o limite se aplica apenas ao petróleo russo e não exige verificações adicionais nos navios que cruzam as águas territoriais turcas, disse o Departamento do Tesouro dos EUA. 

No entanto, a Turquia tem uma medida separada em vigor desde o início do mês, o que está causando um impasse. O país exige que os navios forneçam prova de seguro que cubra a duração de seu trânsito pelo estreito de Bósforo ou quando fizerem escala em portos turcos.

A diretoria-geral de assuntos marítimos de Ancara disse que era inaceitável pressionar a Turquia sobre o que disse serem verificações de seguro “rotineiras”.

Disse ainda que poderia remover navios-tanque sem documentação adequada de suas águas ou exigir que eles forneçam novas cartas de seguro P&I (Proteção e Indenização) cobrindo suas viagens por seu território.

FONTE: REUTERS

 

Especialistas da OIT condenam reforma Trabalhista do Brasil - CUT - Central  Única dos Trabalhadores

Organização afirma que assédio no ambiente de trabalho está disseminado pelo mundo

Mais de uma a cada cinco pessoas empregadas já sofreu alguma forma de violência e assédio no local de trabalho em todo mundo, revelou uma investigação publicada nesta segunda-feira (5) pela OIT (Organização Internacional do Trabalho).
 

"A violência e o assédio no trabalho estão muito disseminados no mundo", afirma esta investigação conjunta da OIT, da Fundação Lloyd's e do instituto de pesquisas Gallup.

"Mais de uma pessoa empregada em cada cinco (22,8%, ou seja, 743 milhões de pessoas) sofreu pelo menos uma forma de violência e de assédio no trabalho durante sua vida profissional", de acordo com dados coletados no ano passado.

Segundo o relatório, 31,8% das vítimas declararam ter sofrido mais do que uma forma de violência e de assédio, e 6,3% delas se viram confrontadas com as três formas (física, psicológica e sexual) deste fenômeno no âmbito de seu trabalho. Menos de 55% das vítimas falaram de sua situação. 

Isso "pode refletir que, em muitos casos, não é apenas uma questão tabu, mas que as pessoas entrevistadas sentiam vergonha e culpa, pois podem pensar que, de uma forma, ou de outra, seu comportamento ou sua conduta pode ter levado a outra pessoa a desrespeitá-las", explicou a subdiretora-geral da seção da OIT dedicada à governança, direitos e diálogo, Manuela Tomei, em entrevista coletiva.

A pesquisa foi feita com 75 mil pessoas entrevistadas em 121 países, a maioria por telefone.

violência psicológica é a mais comum e atinge 17,9% de homens e mulheres.

Em seguida, está a violência física, que atinge menos de uma pessoa em dez (8,5%). Segundo o estudo, os homens são mais propensos do que as mulheres a denunciar esse tipo de violência.

Já a violência e o assédio de natureza sexual atingem cerca de 1 trabalhador em cada 15 (6,3%), sendo "as mulheres as mais expostas".

Mais de 8% das mulheres foram vítimas desse tipo de violência, contra 5% dos homens.

Os números do estudo mostram, ainda, que a violência psicológica tende a afetar mais as mulheres do que os homens, enquanto estes últimos são mais vítimas de violência física.

FONTES: FOLHA DE S.PAULO/AFP