IMAGEM: Novo comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen/Marinha do Brasil
Novo comandante da Marinha assume sem que o anterior participe da transmissão do cargo.
A Marinha, com o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), foi muito beneficiada nos mandatos anteriores do presidente Lula. O fato deverá ser lembrado durante a posse do novo comandante da Força, almirante Marcos Sampaio Olsen, na quinta-feira. A solenidade ocorrerá sem a cerimônia de transmissão do cargo, pois o comandante anterior, Almir Garnier Santos, recusou-se a estar presente, o que é um fato inédito.
Na posse, a proximidade do presidente petista com os interesses da Marinha deve ser motivo do pronunciamento do novo ministro da Defesa, José Mucio Monteiro. O programa dos submarinos foi viabilizado por Lula em 2008, quando negociou e assinou um tratado de transferência tecnológica com o governo da França. Pelo acordo, a Marinha do Brasil deu impulso ao desenvolvimento de um submarino com propulsão nuclear, projeto acalentado por décadas, além da construção de quatro submarinos com propulsão diesel-elétrica. Agora, com a volta de Lula, reacendem-se as esperanças de que o Prosub será novamente fortalecido.
Para a realização do projeto, a Marinha firmou um contrato com a construtora Odebrecht, que dura até hoje, pelo qual foram construídos o estaleiro e a base naval em Itaguaí, no litoral sul do Rio. Também pelo contrato já foi entregue o primeiro dos quatro submarinos convencionais.
Marinha e Prosub serão tema da visita do presidente da França
O acordo de transferência tecnológica será um dos temas da visita do presidente francês, Emmanuel Macron, que fez chegar a Lula o desejo de vir ao Brasil ainda neste semestre. Pelo acordo, a Marinha já enviou centenas de militares e civis para serem treinados em estaleiros da França.
O almirante Olsen é um grande conhecedor do Prosub, pois foi diretor de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha desde dezembro de 2017. O novo comandante dirigiu o órgão que tem como missão planejar, orientar, coordenar e controlar as atividades nucleares, científicas, tecnológicas e de inovação, atuando como centro executivo do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha.
O primeiro submarino convencional realizado pelo Prosub foi entregue quase quatro anos após entrar em testes. Em setembro passado, finalmente o submarino S40 Riachuelo foi incorporado ao Setor Operativo da Marinha do Brasil.
Segundo a Marinha, o Riachuelo entrou em operação após ter cumprido um extenso e rigoroso calendário de testes, tanto no porto, como no mar. O objetivo da esquadra de submarinos é, principalmente, defender e vigiar o mar territorial brasileiro no qual é retirado 95% do petróleo, 80% do gás natural e 45% do pescado produzido no país. Também é por rotas marítimas que fluem 95% do comércio exterior do Brasil.
No mesmo caminho do Riachuelo, outro dos quatro submarinos convencionais também está passando por testes. Trata-se do S41 Humaitá. Os outros dois, S42 Tonelero e S43 Angostura, estão em diferentes estágios de construção nos estaleiros de Itaguaí. Já o Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN) “Álvaro Alberto” sofre com os constantes atrasos do Prosub, afetado pela crise econômica e política do país, principalmente após 2015.