IMAGEM: JORNAL ALÉM PARAHYBA

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou em nota nesta terça-feira que recebeu com “naturalidade” o resultado das eleições presidenciais de domingo e que está pronta para o diálogo e a cooperação com o governo eleito, “escolhido pela maioria do povo brasileiro”.

A CNA, cujo presidente João Martins chegou a refutar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha, afirmou ainda que “sempre acreditou que a liberdade e a democracia são os fatores essenciais para o desenvolvimento da produção rural”.

Conforme o comunicado da principal entidade agropecuária do Brasil, “as pautas do agro brasileiro são conhecidas de todos”, mas é preciso que o governo, “acima de tudo, proporcione segurança jurídica para o produtor, defendendo-o das invasões de terra, da taxação confiscatória ou desestabilizadora ou dos excessos da regulação estatal”.

“Contamos ainda com a ação do governo para ampliar os destinos de nossas exportações e para proteger a produção nacional das barreiras ao comércio abertas ou disfarçadas de preocupações com a saúde e o meio ambiente”, acrescentou.

A confederação disse esperar que governo adote uma gestão fiscal equilibrada “para que nossa economia possa crescer com estabilidade”.

“Na busca do crescimento da economia e da justiça social, somos um só povo e a política não pode nos separar.”

Durante a campanha, o presidente da CNA disse que não haveria mais espaço no Brasil para o retorno de um candidato à Presidência que já foi preso e processado, em referência a Lula, que acabou sendo eleito.

Lula foi processado e preso no âmbito da operação Lava Jato. Posteriormente, o petista teve as condenações anuladas pela Justiça.

Na véspera, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) se posicionou sobre as eleições, também aberta ao diálogo com o novo governo e pedindo a “pacificação do país”.

FONTE: REUTERS

Alckmin e Lula conversam em frente a faixa onde está escrito Brasil

IMAGEM: Amanda Perobelli/REUTERS

Arminio Fraga e Edmar Bacha veem com alívio vitória do petista sobre Bolsonaro

Primeiro discurso de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito presidente neste domingo (30), fortaleceu a perspectiva de um governo de coalizão, com um futuro mais estável para o Brasil. Essa foi a leitura dos economistas Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, e Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real.

Historicamente, os dois são economistas liberais associados ao PSDB, mas que abriram o voto em favor de Lula no segundo turno das eleições. Ao final da contagem dos votos, ambos utilizaram a palavra "alívio" para definir como receberam o resultado do pleito.

"Alívio, alívio, alívio; esperança, esperança, esperança Foi um belo discurso", disse Bacha. "Tudo no discurso foi muito bom, mas especialmente o início, em que ele diz que não foi uma vitória do PT, mas da aliança democrática. A menção direta a Simone [Tebet] aponta para o futuro." 

Tebet, do MDB, foi a terceira candidata mais votada no primeiro turno e contou com apoio de Bacha em sua campanha. A candidata apoiou Lula no segundo turno e existe a expectativa de que integre o novo governo.

Textualmente, Lula disse em seu discurso que "esta não é uma vitória minha, nem do PT, nem dos partidos que me apoiaram nessa campanha. É a vitória de um imenso movimento democrático que se formou, acima dos partidos políticos, dos interesses pessoais e das ideologias, para que a democracia saísse vencedora." 

Em outro momento, destacou: "Vamos juntos pelo Brasil, olhando mais para aquilo que nos une do que para as nossas diferenças." E disse ainda: "Vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existe dois brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande nação."

Bacha foi um dos integrantes informais dessa coalizão. Ao abrir o voto em Lula no segundo turno se declarando preocupado com o destino da democracia em caso de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja postura de confronto, especialmente com o STF (Supremo Tribunal Federal), é vista como um risco à democracia.

Arminio Fraga teve a mesma percepção. "A vitória [de Lula] foi um grande alívio, e o discurso foi inspirador, completo, de imenso alívio, e que espelha uma atitude construtiva de união com busca de convergência", afirmou Arminio. "Eu diria que ele se superou."

O discurso de Lula destacou em particular a importância da democracia, fator que Fraga também considerou crucial quando optou em abrir o voto em favor do petista.

"É assim que eu entendo a democracia. Não apenas como uma palavra bonita inscrita na Lei, mas como algo palpável, que sentimos na pele, e que podemos construir no dia-dia", afirmou o eleito.

"E é essa democracia que nós vamos buscar construir a cada dia do nosso governo. Com crescimento econômico repartido entre toda a população, porque é assim que a economia deve funcionar –como instrumento para melhorar a vida de todos, e não para perpetuar desigualdades."

E numa síntese de sua proposta de governo, Lula reforçou: "É preciso reconstruir esse país em todas as suas dimensões, na política, na economia, na gestão pública, na harmonia institucional, nas relações internacionais e, sobretudo, no cuidado com os mais necessitados."

FONTE: FOLHA DE S.PAULO

 

Marina Silva

IMAGEM: REPRODUÇÃO YOUTUBE

 

Ex-ministra criticou silêncio do presidente e cobrou envolvimento de governadores e Congresso para frear bloqueio a rodovias.

A ex-ministra e deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) disse na 2ª feira (31.out.2022) que o presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado em sua tentativa de reeleição no domingo (30.out), tem uma “ansiedade tóxica” por um movimento de rompimento constitucional em seu benefício. Segundo Marina, a falta de uma declaração pública do chefe do Executivo reconhecendo o resultado da eleição presidencial é parte de uma estratégia para causar instabilidade no país. “O Bolsonaro tem uma ansiedade tóxica por algum tipo de levante que o leve para o braço dos insurretos da Constituição”, disse Marina durante o programa “Roda Viva”, da TV Cultura.

Para a deputada eleita, a adesão aos bloqueios ou interdições de rodovias por todo o país em protesto à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve predominar entre os mais de 58 milhões que votaram no atual presidente, mas tem o apoio do próprio Bolsonaro. “O silêncio dele é a conivência com o que está acontecendo em relação aos caminhoneiros”, afirmou. 

Ela cobrou envolvimento direto de governadores e do Congresso para desescalar as manifestações. “Assegurar a democracia agora é um ato de alta responsabilidade não só por parte da Justiça, mas dos agentes políticos para não expor mais ainda a sociedade aos prejuízos que o Bolsonaro causa”, disse. 

GOVERNO LULA

Questionada se terá um cargo na Esplanada dos Ministérios no 3º mandato de Lula, Marina desconversou. “Tudo que o candidato da frente única não precisa é de aliados que ficam reivindicando ministério.

Essa é uma decisão do presidente com base naquilo que ele acha que é melhor para o seu governo”, disse.  Ela avaliou que o governo eleito deve dar novo escopo à visibilidade internacional do Brasil, principalmente em matéria ambiental.

Para a deputada eleita, Bolsonaro abordava a temática em reuniões multilaterais “sempre com uma postura de chantagear os países” com exigências de financiamento para fiscalizar e reduzir o desmatamento na Amazônia.  “Temos o compromisso de fazer a recuperação e reflorestamento de algo em torno de 12 milhões de hectares. Não só as florestas de cultivo, mas com espécies nativas”, disse Marina. “Isso tem potencial de gerar 200 mil empregos”, completou.

Segundo a ex-ministra, o governo eleito deve criar o posto de Autoridade Nacional para mudanças climáticas aos moldes da ANSN (Autoridade Nacional de Segurança Nuclear), mas não deu detalhes sobre quais seriam as competências da função ou se estaria cotada para assumi-la.


 

IMAGEM: Ricardo Stuckert

 

Lula faz discurso pacificador: “Não existem 2 Brasis” Petista venceu 2º turno com 50,87% dos votos válidos contra 49,13% de Bolsonaro; faz discurso em SP

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez seu 1º discurso desde sua vitória nas eleições para presidente na noite deste domingo (30.out.2022) no hotel Intercontinental, na região da av. Paulista, em São Paulo. O petista fez um discurso pacificador diante da vitória mais apertada da história desde a redemocratização. Eis a íntegra do discurso (56 KB). “A partir de 1º de janeiro de 2023, vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras e não apenas para aqueles que votaram em mim”, disse Lula. “Não existem 2 ‘Brasis’. Somos um único país. Um único povo. Uma grande nação.”.

Às 20h20, o sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) indicava o petista com 50,87% (60.015.418 votos). Os votos das urnas ainda não computadas não são suficientes para mudar o resultado. Por isso, a vitória de Lula está confirmada. O principal adversário do petista, o presidente Jair Bolsonaro (PL), 67 anos, tinha 49,13% (57.951.657 votos). Ele é o 1º presidente a perder a reeleição. Em tom pacificador, Lula afirmou que deve governar para todos e convocou governadores e congressistas durante para participar do seu governo. “Vamos juntos pelo Brasil, olhando mais para o que nos une do que pelas nossas diferenças.

Vou precisar de todos os partidos políticos, governadores. Gente de todas as religiões”, disse. Lula também sinalizou para países do exterior durante seu 1º pronunciamento. Segundo ele, o resultado das urnas demonstra a volta do Brasil ao cenário internacional.

Em uma campanha histórica, o presidente eleito declarou que a vitória marca um processo de “ressurreição” na sua vida política. “Tentaram me enterrar vivo, e agora estou aqui, para governar o país. Em uma situação muito difícil, mas tenho certeza que com a ajuda do povo vamos encontrar uma saída e restabelecer a paz”, declarou Lula.

“Sempre achei que Deus foi muito generoso comigo, para sair de onde eu sai e chegar onde eu cheguei. Sobretudo nesse momento, que não enfrentamos um candidato, enfrentamos a máquina do estado colocada a serviço do candidato da situação”, completou.

FONTE: PODER360

 

 

Ministro Roberto Barroso, durante gravação do 1º pronunciamento em rede nacional

IMAGEM: TSE

Hora de trocar ódio por fraternidade, diz Barroso em mensagem de união
Um dia após término das eleições, ministro afirmou que "governos são importantes, mas o que faz um país é sociedade civil, movimento social e livre-iniciativa".

Um dia após o fim das eleições, o ministro do STF Luís Roberto Barroso publicou mensagem no Twitter afirmando que "governos são importantes, mas o que faz um país é sociedade civil, movimento social e livre-iniciativa".

"Não existe nós e eles. Somos todos parceiros na construção de um país melhor e maior", destacou, em mensagem de união. Ele também clamou por humildade, empatia, união e civilidade. "Hora de trocar o ódio por fraternidade."

"O país precisa de consensos", disse o ministro. E citou alguns: integridade, combate à pobreza, prioridade máxima para a educação básica, desenvolvimento sustentável, investimento em ciência e tecnologia, preservação ambiental, valorização do trabalho e do empreendedorismo.

"Precisamos de uma virada histórica que nos tire do desenvolvimento limitado e da armadilha da renda média. Se cada um fizer a sua parte, o país florescerá."

 (Imagem: Reprodução/Twitter)

https://www.migalhas.com.br/quentes/376304/hora-de-trocar-odio-por-fraternidade-diz-barroso-em-mensagem-de-uniao

FONTE: MIGALHAS

A democracia venceu: Lula é eleito presidente do Brasil

IMAGEM: PT

 

O senador dos Estados Unidos Bernie Sanders (Partido Democrata) escreveu no Twitter uma mensagem de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela vitória contra Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (30). 

"O povo do Brasil votou pela democracia, pelos direitos dos trabalhadores e pela sanidade ambiental. Parabenizo @LulaOficial por sua árdua vitória e anseio por uma relação forte e próspera entre os Estados Unidos e o Brasil", afirmou.

Também manifestaram apoio ao ex-presidente lideranças como os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, da França, Emmanuel Macron, da Argentina, Alberto Fernández, da Venezuela, Nicolás Maduro, do México, Lopez Obrador, e de Cuba, Díaz-Canel.

FONTE: BRASIL247

 

www.brasil247.com - Apoiadores de Jair Bolsonaro bloqueiam estrada em protesto em Abadiânia (GO)

IMAGEM: REUTERS/Ueslei Marcelino

 

Senador eleito pelo PSB afirma que Bolsonaro mais uma vez agride o Estado democrático de direito

Em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta terça-feira (1º), o senador maranhense Flávio Dino (PSB) disse que o silêncio de Jair Bolsonaro sobre sua derrota nas eleições presidenciais de domingo "é coerente com uma pessoa que tem muita intolerância com as boas práticas democráticas" Dino destaca que "de modo oportunista, com esse silêncio, ele está estimulando essas arruaças nas rodovias".

"Mais uma vez, Bolsonaro agride o Estado democrático de Direito", enfatizou o senador eleito.

Flávio Dino relembra que durante a campanha eleitoral houve aparelhamento das instituições para fins partidários. "Se você olhar a quantidade de operações que a PRF fez ao longo de 2022 inteiro, vai identificar que ontem houve comportamento fora do padrão (a corporação fez ações voltadas à fiscalização de transporte de passageiros, que prejudicaram a chegada de eleitores em locais de votação). Em relação a esse episódio dos caminhoneiros, temos crimes sendo perpetrados em flagrante, e a PRF está, em muitos casos, apenas acompanhando".

Indagado se há temor de que esses atos se alastrem pelo país, Flávio Dino considera que até agora , são movimentos isolados, o que não retira a sua gravidade. "É um desafio concreto para o governo federal e, em última análise, para o Judiciário. Não cabe ao presidente eleito tomar qualquer providência. Cabe ao atual governo aplicar a lei. Vemos internamente e internacionalmente o reconhecimento quanto à legitimidade da eleição. Os bloqueios das rodovias são lamentáveis, mas não parecem sinalizar risco de golpe de Estado, ou seja, de nenhuma virada de mesa no Brasil nesse momento".

Dino lamenta a ideologização de instituições, como as polícias, que devem ser de Estado, apartidárias. "Uma coisa é a posição pessoal de cada cidadão ou cidadã, que deve ser sempre protegida. Agora, ele não pode usar a sua função pública, a farda e o armamento para militar a favor de uma posição ideológica. Vimos isso também no Judiciário e no Ministério Público. É preciso que a gente vá com calma conversar com essas corporações, porque a imensa maioria dos que a integram também não concorda com essa ideologização". 

FONTE: BRASIL247

 


Foto: Daniel Marenco / Agencia O Globo
Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

IMAGEM: DANIEL MARECO/AGÊNCIA O GLOBO

 

No trimestre terminado em setembro, faltou trabalho para 23,426 milhões de pessoas no País, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa composta de subutilização da força de trabalho desceu de 21,2% no trimestre até junho para 20,1% no trimestre até setembro.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar.

No trimestre até setembro de 2021, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 26,5%.

A população subutilizada caiu 5,3% ante o trimestre até junho, 1,310 milhão de pessoas a menos. Em relação ao trimestre até setembro de 2021, houve um recuo de 23,8%, menos 7,317 milhões de pessoas.

Subocupação por insuficiência de horas trabalhadas

A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 6,2% no trimestre até setembro de 2022, ante 6,7% no trimestre até junho, segundo o IBGE.

Em todo o Brasil, há 6,194 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior.

Na passagem do trimestre até junho para o trimestre até setembro, houve um recuo de 375 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 1,577 milhão de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

 

 

O agora presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu criar 13 ministérios durante sua campanha. Descontados os desmembramentos, a Esplanada sob Lula deve ter ao menos 34 ministérios. O petista proibiu seus aliados de discutir espaços no governo durante a campanha presidencial. Dizia que isso era assunto para se tratar depois de ganhar a eleição. Agora, o debate será desinterditado.

IMAGEM: PODER360

A aposta do entorno de Lula é que ele se cercará de ex-governadores de partidos aliados. As maiores especulações são sobre quem comandará a área econômica. São cotados o deputado Alexandre Padilha (PT), o senador eleito Wellington Dias (PT) e o senador Jaques Wagner (PT) –esse, porém, diz que prefere cumprir tarefas do novo governo no Senado.

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), foi por um tempo a pedida do mercado para comandar a área. Ele disse que não deve ter essa função. As especulações do PIB agora são sobre a possibilidade de Henrique Meirelles (União Brasil) assumir a área econômica.

IMAGEM: PODER360

www.brasil247.com - Ministro da Economia, Paulo Guedes, fala no Palácio do Planalto, em Brasília 06/10/2022

IMAGEM: (REUTERS /Ueslei Marcelino)

A disseminação de notícias sobre medidas potencialmente impopulares acendeu alerta no governo

Cabo eleitoral atuante do presidente Jair Bolsonaro (PL) antes do primeiro turno das eleições, o ministro da Economia, Paulo Guedes, passou a adotar postura defensiva nos últimos dias após se tornar alvo central de críticas de opositores à campanha bolsonarista na reta final do processo eleitoral.

A disseminação de notícias sobre medidas potencialmente impopulares que surgiram do Ministério da Economia, com o vazamento de estudos feitos internamente na pasta, também acendeu alerta de aliados do presidente.

Nome forte da campanha de Bolsonaro em 2018, quando recebeu a chancela de "posto Ipiranga" e uma suposta carta branca para comandar a política econômica do país, Guedes já recebeu do presidente a sinalização de que poderá continuar no cargo em um eventual segundo mandato.

Nos últimos meses, mesmo não atuando ativamente do núcleo da campanha, o ministro vinha participando de uma série de eventos para exaltar a melhora de indicadores econômicos, como a redução do desemprego, o crescimento da atividade e o recuo da inflação.

A postura mudou nos últimos dias, com Guedes usando os eventos para se defender, negar repetidamente a adoção de medidas impopulares e disparar acusações contra a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus apoiadores.

Para mitigar os efeitos negativos das notícias recentes, a campanha de Bolsonaro divulgou nesta quinta-feira sete vídeos com Guedes, nos quais ele destaca dados da economia, promete manter o Auxílio Brasil turbinado e responde a perguntas sobre as supostas medidas em estudo, afirmando se tratar de mentiras.

Segundo uma fonte da campanha de Bolsonaro, a ofensiva com a gravação dos vídeos foi planejada porque as informações que circularam no entorno de Guedes nos últimos dias desgastaram o presidente. Para ela, o ministro “entrou do lado certo da campanha agora”.

A avaliação da equipe, segundo esse integrante, que pediu anonimato, é que a economia será um dos principais temas do debate decisivo na TV Globo na noite desta sexta-feira entre Bolsonaro e Lula, podendo ajudar na tentativa de virada do candidato à reeleição.

Na semana passada, reportagem da Folha de S.Paulo afirmou que Guedes estudava desindexar o Orçamento, o que desobrigaria o governo a corrigir o salário mínimo e benefícios previdenciários pela inflação.

Já nesta semana, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo apontou que a equipe de Guedes defendeu por escrito o fim das deduções de gastos com saúde e educação do Imposto de Renda, o que impactaria a classe média com maior força.

O terceiro episódio a virar munição de opositores foi a disseminação em redes sociais de declaração feita por Guedes em 2020 na qual ele sugeriu que o governo poderia tributar transações feitas por meio do Pix.

O ministro vem negando as três informações e chegou a dizer que petistas dentro da pasta estariam produzindo estudos e vazando para a imprensa como se fossem propostas de autoria do governo.

“Estou tendo que reagir publicamente às mentiras. Mentem o tempo inteiro”, disse nesta quinta-feira em São Paulo. “Fake news, gente que roubou o Brasil, agora querendo roubar o futuro e a esperança de pessoas idosas que estão tranquilas em casa, isso é um roubo de voto.”

Guedes, que já defendeu abertamente mudanças constitucionais para desindexar o Orçamento, tem argumentado que a medida permitiria reajustes acima da inflação. No entanto, não é necessário alterar a Constituição para que o governo dê esses aumentos reais.

O ministro e sua equipe também defenderam internamente, ao longo do governo, a recriação de um imposto sobre transações financeiras para substituir encargos trabalhistas –medida que foi travada por resistência do Palácio do Planalto. O fim das deduções do IR também já foi estudado pela equipe de Guedes, mas acabou descartado.

Nesta quinta-feira, o ministro desmentiu pessoalmente à Reuters Fact Check Brasil, divisão de checagem de fatos da Reuters, o boato de que o governo pretende taxar transações feitas via Pix.

Procurado para comentar especificamente a mudança de postura de Guedes, o Ministério da Economia não respondeu de imediato.

FONTE: REUTERS

turismo amazonia

IMAGEM: Janailton Falcão/Amazonastur

 

Após vitória de Lula, ministro norueguês do Meio Ambiente afirma que pretende em breve retomar iniciativa suspensa durante governo Bolsonaro. Fundo tem cerca de R$ 2,5 bilhões parados.

Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela Presidência do Brasil, a Noruega afirmou nesta segunda-feira (31/10) que irá reativar o Fundo Amazônia, que foi suspenso pelo país em 2019, depois do aumento no desmatamento e de mudanças promovidas no governo do presidente Jair Bolsonaro.

"Tivemos uma colaboração muito boa e próxima com o governo antes de Bolsonaro, e o desmatamento no Brasil caiu muito sob a presidência de Lula. Depois tivemos a colisão frontal com Bolsonaro, cuja abordagem era diametralmente oposta em termos de desmatamento", explicou o ministro norueguês do Meio Ambiente, Espen Barth Eide.

A Noruega era a maior doadora do fundo, tendo, entre 2008 e 2018, repassado 1,2 bilhão de dólares para a iniciativa, que paga para o Brasil prevenir, monitorar e combater o desmatamento. A Alemanha era o segundo maior doador e também suspendeu os repasses.

Sob o governo de extrema direita de Bolsonaro, o desmatamento na Amazônia cresceu 70%, um nível que Eide descreveu como "escandaloso". Ele destacou ainda que a Noruega considerou a ênfase dada por Lula à proteção da floresta e dos povos indígenas.

Segundo o ministro norueguês, o fundo tem hoje cerca de R$ 2,5 bilhões não utilizados. Ele anunciou que pretende entrar em contato com a equipe de Lula o mais rapidamente possível para preparar a retomada da cooperação.

Fundo está paralisado desde agosto de 2019

A Noruega suspendeu os repasses à iniciativa em agosto de 2019, após o governo Bolsonaro extinguir unilateralmente dois comitês que eram responsáveis pela gestão do fundo, rompendo o acordo entre os países que definia as regras do projeto. A verba era administrada por uma equipe montada para cumprir essa tarefa dentro do BNDES.

O então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fez na ocasião críticas à gestão do fundo e acusações genéricas de irregularidades em organizações não-governamentais, rechaçadas pela Noruega. Salles também desejava usar parte dos recursos para indenizar proprietários que vivem em áreas incluídas em unidades de conservação da Amazônia, o que hoje não é permitido.

A interrupção dos repasses ocorreu em meio à alta do desmatamento da Amazônia, que o governo norueguês entendeu como falta de interesse de Brasília em conter o desmate ilegal da floresta.

Planos para o futuro do fundo

Se o Fundo Amazônia for retomado, as verbas poderiam ser usadas para restaurar estruturas de governança ambiental enfraquecidas durante o governo Bolsonaro, afirmou Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, que representa 65 organizações não-governamentais ambientalistas do Brasil.

Por exemplo, "o dinheiro deveria ser usado para financiar operações de campo das polícias local e federal para combater crimes ambientais", como a mineração ilegal e o corte de madeira, disse Astrini.

Em seguindo, as transferências de recursos para o fundo devem voltar a ser vinculadas aos resultados apresentados pelo Brasil no combate ao desmatamento, para funcionarem como incentivo para proteger a Amazônia, afirmou Anders Haug Larsen, chefe de políticas públicas da organização Rainforest Foundation Norway.

cn/as (AFP, DW)

FONTE: DW

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IMAGEM: REPRODUÇÃO

Em vídeo divulgado na terça (25), o chefe do governo português, António Costa, manifestou apoio a Lula e disse ter “saudade das relações de proximidade e amizade entre Portugal e Brasil”

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, declarou nesta terça-feira (25) apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais contra o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). Em um vídeo, gravado e enviado hoje, o primeiro-ministro diz ter “muita saudade das relações de proximidade e amizade entre Portugal e Brasil”. Costa ainda destaca que não só o Brasil, mas o mundo, “precisam de Lula”.

Na manifestação a favor de Lula, ele afirma falar como secretário-geral do Partido Socialista de Portugal, cargo que também ocupa desde 2014. “O primeiro-ministro de Portugal, obviamente, não se pronuncia nem interfere nas eleições dos irmãos brasileiros. Mas o secretário-geral do PS, o amigo do Brasil, tem muita saudade das relações de proximidade, de amizade entre Portugal e Brasil”, inicia Costa.

“O mundo precisa de um Brasil forte, um Brasil que participe das grandes causas da humanidade, como combater a desigualdade, a luta pela saúde, para enfrentarmos as alterações climáticas. O Brasil e o mundo precisam de Lula da Silva”, completa o primeiro-ministro.

Lula agradece apoio

No cargo desde 2015, António Costa se reelegeu em janeiro, após o Partido Socialista conquistar maioria absoluta no Parlamento Europeu. Ao todo, a sigla conquistou 117 das 230 cadeiras disponíveis.

A manifestação de apoio também foi comentada por Lula nesta terça. O candidato do PT agradeceu o primeiro-ministro, compartilhando o vídeo em suas redes sociais. “Que as relações entre nossos países se fortaleçam, em benefício dos brasileiros e portugueses”, escreveu.

FONTE: REDE BRASIL ATUAL