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Falta de planejamento e de investimentos em ferrovias e hidrovias deixou Brasil refém

A greve dos caminhoneiros expôs o nó da infraestrutura de transporte brasileira. Em poucos dias, o país enfrentou sinais de caos com desabastecimento, disparada de preços, falta de transporte público, e o governo tornou-se refém da categoria. Reflexo da elevada participação das rodovias na matriz de transporte e de um conjunto de erros — históricos e recentes — que impedem outros modais, como ferrovias e hidrovias, de avançarem. Apenas 32% das mercadorias no país circulam por trem ou embarcação. Falta de planejamento de longo prazo, baixo investimento público no setor, bem como modelos de concessão que despertam pouco interesse junto à iniciativa privada são algumas das razões que explicam por que 66% das mercadorias são transportadas por caminhões no Brasil. Em países de dimensão territorial semelhante, como China e Estados Unidos, esse percentual é de 32% e 43%, respectivamente, segundo dados do instituto Ilos.
A histórica concentração rodoviária não assegurou ganhos expressivos de produtividade ou qualidade. São apenas 211 mil quilômetros de vias pavimentadas, um terço da extensão da rede na Alemanha, que tem território muito menor que o brasileiro. A comparação com países emergentes não deixa o Brasil melhor na foto. A China é cortada por mais de 4 milhões de quilômetros de rodovias. Já na Índia, que tem menos da metade do tamanho do Brasil, as estradas asfaltadas se espalham por mais de 1,5 milhão de quilômetros. A situação se repete nos outros modais: a malha ferroviária brasileira se estende por 29 mil quilômetros, enquanto a chinesa alcança 121 mil quilômetros e a indiana, 68 mil quilômetros. Nos EUA, a diferença é maior: são 225 mil quilômetros de ferrovias.


 
— O problema da infraestrutura de transportes no Brasil é que ela é desequilibrada, os investimentos são de má qualidade e não há integração entre os modais. Temos que investir mais e melhor — afirma Claudio Frischtak, da consultoria Inter.B.
Uma das razões apontadas pelos especialistas para que a China faça vultosos aportes em infraestrutura é sua capacidade de poupança, situação bem distinta da brasileira, que convive com restrições orçamentárias. O investimento público em transporte no Brasil chegou próximo a 2% do PIB (patamar apontado como ideal) em meados da década de 1970. Desde então, seguiu ladeira abaixo até cair para 0,16% do PIB no ano passado. Paralelamente, as tentativas de mobilizar a iniciativa privada não foram suficientes para superar as deficiências.
— Não temos nem investimento público nem modelos de concessões claros e seguros para atrair o capital privado. Precisamos de planejamento de longo prazo — diz Maurício Lima, do Ilos.
FOCO NO CALENDÁRIO ELEITORAL
A disparidade entre dados oficiais e de mercado dá uma dimensão de quão frágil é o planejamento estratégico do setor. A Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), que reúne gigantes do setor como Vale, Rumo e MRS, costuma usar em suas apresentações dados do Ministério dos Transportes que apontam a parcela das ferrovias no transporte de cargas no Brasil em 25%. Já a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), órgão estatal, após recente revisão metodológica, diz que o percentual é de 15%, enquanto o Ilos trabalha com 20%.
Foi nesse vácuo de planejamento e de investimento que as rodovias foram crescendo. Elas são menos complexas e mais baratas que as ferrovias ou hidrovias e conseguem ser concluídas em menos tempo. Como os governos se pautam pelo calendário eleitoral, dizem especialistas, a descontinuidade impera num setor cujos projetos precisam de tempo para maturar. Não faltaram programas de concessões: Avançar, PACs, PIL 1 e 2, Crescer. A cada mandato, novas concessões eram previstas, mas pouco saía do papel. O resultado é que, na área de ferrovias, por exemplo, a malha em operação hoje é menor do que a que existia antes do processo de privatização da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA), estatal que operava ferrovias brasileiras até 1996.
— Naquela época, a estatal que cuidava das ferrovias estava quebrada. O governo queria se livrar de um estorvo financeiro. Os contratos tinham falhas, que reconhecemos hoje. Por exemplo, não havia obrigatoriedade de expansão da malha nem de investimento. As únicas metas eram de produção (capacidade de transporte) e de segurança (redução de acidentes) — lembra Fernando Paes, diretor executivo da ANTF.
Mais recentemente, no governo de Dilma Rousseff, houve uma tentativa de alterar o modelo de concessão. O usuário da ferrovia pagaria um pedágio ao governo pelo uso da via de acordo com o volume de carga transportado, e o governo pagaria à concessionária pela capacidade ofertada na rede. A ideia era quebrar o modelo verticalizado que vigorava no Brasil, em que o usuário da ferrovia é também o dono da concessão. Mas houve uma chiadeira do setor e a proposta não foi à frente. Assim, no balanço de quase seis anos de mandato, nenhuma linha férrea foi concedida à iniciativa privada, nas contas de Paes. O governo chegou a tentar construir dois trechos de ferrovias para posterior licitação, mas faltou dinheiro no meio do caminho e o projeto foi abortado.
Agora, o governo de Michel Temer tenta renovar antecipadamente cinco contratos de concessão, que vencerão entre 2026 e 2028, mediante novos investimentos. As discussões se arrastam desde a gestão Dilma, mas a expectativa, segundo Paes, é que ao menos quatro desses contratos sejam renovados por mais 30 anos em 2018. Eles incluem duas ferrovias da Vale, a MRS e a malha paulista da Rumo.
SETOR FERROVIÁRIO PAGARÁ MAIS IMPOSTO
O modelo verticalizado das ferrovias brasileiras, típico de países que são grandes produtores de commodities, como EUA e Austrália, pode ser um limitador para a expansão do modal, na avaliação de Maurício Lima, da Ilos. Isso porque o dono da concessão pode não ter interesse em ampliar a oferta de vagões na linha, pois isso poderia comprometer o tráfego do seu produto. Como nas rodovias não há esse empecilho e caminhões são bem mais baratos que locomotivas, o volume de carga transportado nas estradas aumenta sem garantia de que esse crescimento seja acompanhado de investimento em melhorias nas vias.
— O modelo rodoviário é muito pulverizado. São quase 700 mil autônomos e mais de 150 mil empresas de transporte. Qualquer um pode entrar. O problema é que não há investimento na infraestrutura para suportar o crescimento da demanda — avalia Lima.
Essa característica do sistema rodoviário reforça a opção política histórica do Brasil pelas rodovias, desde o governo de Juscelino Kubitschek, nos anos 1950. Isso acabou criando um ambiente para o desenvolvimento de negócios que orbitam em torno do modelo, desde fábricas de veículos e autopeças a postos de gasolina. Eles representam grupos de interesses, diz Frischtak, que fazem pressão sobre o governo para que a concorrência de outros modais não avance.
Um claro exemplo foi a manutenção da desoneração da folha de pagamento para o setor rodoviário, uma das reivindicações do caminhoneiros grevistas. O segmento de ferrovias deixará de contar com a benesse, ao lado de tantos outros setores econômicos. O tratamento diferenciado entre os modais tem vários outros capítulos recentes, que ajudam a manter o desequilíbrio da matriz dos transportes. Na época em que o governo pressionava a Petrobras para não reajustar alguns derivados do petróleo, como diesel e gasolina, não havia qualquer tentativa de controle sobre o preço do bunker, combustível dos navios. Após a crise global de 2008, o BNDES também passou a financiar a aquisição de caminhões com crédito barato, sob alegação de que isso dinamizaria a economia.
— A frota aumentou, elevando a oferta de transporte nas rodovias. Enquanto a economia estava em expansão e o preço do diesel estava sob controle, a capacidade adicional se ajustou à demanda. A recessão, aliada à liberação dos preços do diesel e ao excesso de capacidade foi uma combinação explosiva, que culminou na greve dos caminhoneiros. Foram erros de política econômica que levaram à situação atual — afirma Frischtak.

Carlos da Silva Campos Neto, especialista em infraestrutura do Ipea, pondera que, quando os caminhoneiros cruzam os braços, isso provoca transtornos em qualquer país, pois as rodovias exercem papel fundamental na rede de transportes, conectando as malhas ferroviária, dutoviária ou hidroviária. Além disso, são mais competitivas que os modais concorrentes em distâncias abaixo de 400 quilômetros. A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) também frisa que, quando se trata de qualidade, é preciso separar as rodovias concedidas das operadas pelo Estado e cita um estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) que mostra que as 19 melhores rodovias brasileiras estão sob concessão.

Fonte: O Globo

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Petroleiros pedem redução dos preços dos combustíveis e saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiu entrar em greve a partir da meia-noite da próxima quarta-feira (30). Segundo comunicado emitido na noite de sábado (26), a paralisação deve durar 72 horas.
Os petroleiros pedem a redução dos preços de gás de cozinha e combustíveis e a saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras. Também reinvindicam a retirada das tropas das Forças Armadas que, desde a última sexta, ocupam algumas refinarias da Petrobras  para liberar o transporte de combustíveis.
“Os eixos principais do movimento são a redução dos preços dos combustíveis, a manutenção dos empregos, a retomada da produção das refinarias, o fim das importações de derivados de petróleo, não às privatizações e ao desmonte da Petrobras e pela demissão de Pedro Parente da presidência da empresa”, afirma a nota. 
A decisão foi tomada no sábado durante uma reunião no Rio de Janeiro por meio de teleconferência. A federação classifica a paralisação de quarta como uma “advertência” e parte das mobilizações para construir uma “greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria”. 
A greve foi aprovada na semana retrasada e a previsão era iniciá-la no próximo dia 12. Sábado, em entrevista ao Estadão, o coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel, afirmou que o movimento dos caminhoneiros “jogou luz” sobre a política de preços da Petrobras, assunto que vem sendo tratado pela FUP “há bastante tempo”. “A questão central nos preços dos combustíveis não são os tributos, é a política do Pedro Parente”, disse Rangel, em referência ao presidente da Petrobras.
“A gestão entreguista de Pedro Parente está obrigando a Petrobras a abrir mão do mercado nacional de derivados para as importadoras, que hoje são responsáveis por um quarto de todos os combustíveis comercializados no país”, diz a nota. 
Segundo o comunicado, algumas ações começam já neste domingo com “novos atrasos e cortes de rendição nas quatro refinarias e fábricas de fertilizantes que estão em processo de venda: Rlam (BA), Abreu e Lima (PE), Repar (PR), Refap (RS), Araucária Nitrogenados (PR) e Fafen Bahia”.
No sábado, trabalhadores da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), unidade da estatal instalada em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre (RS), cruzaram os braços no turno de 8 horas a 16 horas, informou o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS). A assessoria de imprensa da Petrobras afirma que a operação na unidade não foi afetada porque os trabalhadores do turno anterior, de meia-noite às 8 horas, assumiram os trabalhos. 
Leia a nota na íntegra:
“A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados convocam a categoria petroleira para uma greve nacional de advertência de 72 horas. Os trabalhadores do Sistema Petrobrás iniciarão o movimento a partir do primeiro minuto de quarta-feira, 30 de maio, para baixar os preços do gás de cozinha e dos combustíveis, contra a privatização da empresa e pela saída imediata do presidente Pedro Parente, que, com o aval do governo Michel Temer, mergulhou o país numa crise sem precedentes.
A atual política de reajuste dos derivados de petróleo, que fez os preços dos combustíveis dispararem, é reflexo direto do maior desmonte da história da Petrobrás. Os culpados pelo caos são Pedro Parente e Michel Temer, que, intensifica a crise ao convocar as força armadas para ocupar as refinarias. A FUP repudia enfaticamente mais esse grave ataque ao Estado Democrático de Direito e exige a retirada imediata das tropas militares que estão nas instalações da Petrobrás.
A greve de advertência é mais uma etapa das mobilizações que os petroleiros vêm fazendo na construção de uma greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria. Os eixos principais do movimento são a redução dos preços dos combustíveis, a manutenção dos empregos, a retomada da produção das refinarias, o fim das importações de derivados de petróleo, não às privatizações e ao desmonte da Petrobrás e pela demissão de Pedro Parente da presidência da empresa.
Já neste domingo, 27, os petroleiros farão novos atrasos e cortes de rendição nas quatro refinarias e fábricas de fertilizantes que estão em processo de venda: Rlam (BA), Abreu e Lima (PE), Repar (PR), Refap (RS), Araucária Nitrogenados (PR) e Fafen Bahia.
Na segunda-feira, 28, a FUP e seus sindicatos realizarão um Dia Nacional de Luta, com atos públicos e mobilizações em todo o Sistema Petrobrás, denunciando os interesses que estão por trás da política de preços de combustíveis, feita sob encomenda para atender ao mercado e às importadoras de derivados. A gestão entreguista de Pedro Parente está obrigando a Petrobrás a abrir mão do mercado nacional de derivados para as importadoras, que hoje são responsáveis por um quarto de todos os combustíveis comercializados no país.

O número de importadoras de derivados quadruplicou nos últimos dois anos, desde que Parente adotou preços internacionais, onerando o consumidor brasileiro para garantir o lucro do mercado. Em 2017, o Brasil foi inundado com mais de 200 milhões de barris de combustíveis importados, enquanto as refinarias, por deliberação do governo Temer, estão operando com menos de 70% de sua capacidade. O povo brasileiro não pagará a conta desse desmonte.”

Fonte: Exame

 

 

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O candidato que conseguir dar alento aos 27,7 milhões de pessoas que estão desempregadas ou desistiram de procurar emprego terá grandes chances de vencer a eleição

Depois de 13 anos de queda, a taxa de mortalidade infantil voltou a crescer no Brasil. Em 2016, dado mais recente disponível, a morte de crianças entre um mês e quatro anos avançou 11%, segundo dados brutos do Ministério da Saúde, consolidados pelo Observatório da Criança e do Adolescente, mantido pela Fundação Abrinq. Na época, o índice chegou a 12,7 mortes em cada mil nascidos – antes era 12,4. Esse recuo pode ser explicado pelo encolhimento de programas especializados em assistência à saúde da mãe e ao aleitamento materno, bem como ao aumento de casos de desnutrição. Esse dado, no entanto, é apenas mais uma estatística entre tantas outras que mostram piora em diversas áreas, principalmente aquelas com apelo social.

O número de brasileiros vivendo com renda inferior a um quarto do salário mínimo por mês, o equivalente a R$ 220, em 2016, cresceu 53% na comparação com 2014, quando teve início a crise econômica no País. Naquela época, o levantamento do IBGE mostrou que havia 16,2 milhões em situação de extrema pobreza. Dois anos depois, o contingente de miseráveis aumentou para 24,8 milhões. Pior: cerca de 50 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população, vivem na linha de pobreza e têm renda familiar equivalente a R$ 387,07, segundo dados da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no fim do ano passado.

Não podemos esquecer, evidentemente, da taxa de desemprego, que atingiu 13,1% no trimestre encerrado em março de 2018, maior nível desde maio do ano passado. Isso significa que 13,7 milhões de pessoas estão desempregadas no País, segundo o IBGE, por meio da pesquisa Pnad Contínua. Um dado divulgado na semana passada coloca cores ainda mais vivas nessa tragédia brasileira. A taxa de subutilização da força de trabalho, que inclui os desempregados, pessoas que gostariam de trabalhar e aqueles que desistiram de buscar emprego, bateu recorde no primeiro trimestre deste ano. Ao todo, são 27,7 milhões de pessoas, o maior contingente desde o início da série histórica, em 2012, segundo o IBGE.

Todas essas estatísticas mostram um contingente gigantesco dos atingidos pela crise econômica que começou a partir de 2015, com reflexos nos indicadores sociais. É verdade que o Brasil conseguiu sair da recessão com um crescimento de 1% em 2017. É também verdade que a inflação está abaixo do centro da meta de 4,5%. Mas, infelizmente, nossa fotografia ainda é terrível. A cinco meses da eleição presidencial, segurança e ética surgem como os principais temas dos candidatos preferidos do mercado.

Na pauta, ainda, estão as reformas da previdência e tributária. É claro que esses assuntos são importantes e devem ser debatidos com toda a sociedade, na busca de soluções negociadas por todos os lados envolvidos. É evidente também que o próximo presidente terá de reforçar sua agenda social. Quem conseguir dialogar e dar alento a esses milhões de miseráveis e excluídos do sistema, seja de esquerda, de direita ou de centro, estará muito mais perto de subir a rampa do Palácio do Planalto em janeiro de 2019.

FONTE: ISTO É DINHEIRO

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Tem ao menos seis anos que colaboro com um jornal de caminhoneiros e não me arrisquei a fazer nenhuma análise sobre a recente greve da categoria. Mas muitas opiniões, sobretudo de "esquerda" proferidas nessa rede social (ninguém se importa, na verdade) me geraram um incômodo. Por isso, me arrisco agora a escrever algumas pontuações sobre a greve dos caminhoneiros, lembrando que, dessa vez, muita gente perguntou, rsrsrs.
 
1) A greve começou como um movimento puxado pela CNTA, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos. A convocação da paralisação se deu após encaminhamento de ofício ao governo federal em 15 de maio, solicitando atendimento de demandas urgentes antes da instalação de uma mesa de negociação.
 
As urgências eram: o congelamento do preço do Diesel, pelo prazo necessário para a discussão sobre benefício fiscal que reduzisse o custo do combustível para os transportadores (empresas e caminhoneiros); e fim da cobrança dos pedágios sobre eixos suspensos, que ainda está acontecendo em rodovias de caráter estadual, conforme compromisso assumido pela lei 13.103/2015, conhecida também como Lei do Motorista.
 
2) No ofício encaminhado pela CNTA se fala na deflagração de uma paralisação em 21 de maio, caso não fossem atendidos os pedidos da Confederação. Também se explicita o apoio de 120 entidades representativas, mas não se esclarece se essas organizações são sindicatos patronais ou de autônomos.
 
3) A paralisação prevista para 21 de maio aconteceu, já que o governo se recusou a negociar com a CNTA e com demais entidades. Ao que consta nos comunicados de imprensa do organismo, também estavam na pauta discussões como o marco regulatório dos transportes e a questão da "reoneração da folha de pagamento"
 
4) Abro parênteses para o tema: desde 2011, a discussão da desoneração da folha de pagamento vem acontecendo no Brasil com vistas a garantir a geração de empregos. Nos anos seguintes ela foi ampliada para outros setores, como o do transporte rodoviário de cargas (TRC).
 
Com a desoneração os patrões têm a possibilidade de escolher a forma mais "vantajosa" de pagar a contribuição previdenciária, recolhendo 20% sobre os pagamentos dos funcionários e contribuintes individuais (sócios e autônomos) ou recolhendo uma alíquota sobre a receita bruta (cujo percentual variava entre diferentes setores da economia, no caso do TRC é de 1,5 a 2%).
 
No ano passado, o governo Temer, por meio do Ministro da Fazendo, Henrique Meirelles, anunciou a reoneração da folha de pagamento, com a justificativa de que era necessário reajustar "as contas" da União. Atualmente, a ampliação da reoneração da folha de pagamento está sendo discutida no âmbito do TRC.
 
5) Com a mobilização que se potencializou em 21 de maio, uma série de pautas foram levadas para as "estradas". Dentre os mobilizados nesse primeiro momento estavam autônomos e motoristas contratados. As informações que nos chegam é a de que eles estão deixando passar as cargas perecíveis e os medicamentos e os itens considerados de primeira necessidade.
 
6) A paralisação continuou e ganhou adesão das transportadoras que prometeram não onerar os funcionários, nem realizar cortes salariais ou demissões por causa da greve. Afinal de contas, a redução do preço do diesel também é do interesse da classe patronal.
 
7) A greve conta com grande apoio nacional, porque a alta do preço dos combustíveis afeta não só a prestação de serviços, mas a vida de grande parte dos brasileiros.
 
8) Os sindicatos estão batendo cabeça. De um lado, muitas federações e entidades soltaram nota dizendo que não apoiam a greve e que ela tem características de locaute justamente porque a pauta tem sido capitaneada pelos setores empresariais em nome dos seus interesses. Do outro lado, existem sindicatos de autônomos, como a própria CNTA, o Sindicam de Santos – que puxou a paralisação na região do porto –, e agora a Abcam, que recentemente se mobilizou na negociação, apoiando o movimento.
 
Segundo nota, o presidente da Abcam esteve em Brasília na quinta-feira (24) e, depois de uma reunião frustrada disse que a greve dos caminhoneiros continua. A reunião tinha como objetivo negociar a redução da tributação em cima dos combustíveis.
 
Esse é o cenário geral da mobilização. Ela é composta por uma série de segmentos que conformam o setor de transporte rodoviário de cargas. E, obviamente, suscita algumas questões:
 
1) Existe uma clara apropriação da pauta dos caminhoneiros por parte da classe empresarial que exerce maior influência nas negociações. Isso significa que, por mais que a greve seja legítima, pode acabar resultando num "tiro pela culatra", a depender dos rumos tomados na resolução entre as partes e as lideranças.
 
2) Não existe uma pauta unificada, o movimento não é hegemônico, nem do ponto de vista social, nem do ponto de vista ideológico. Existe um grupo de caminhoneiros bolsonaristas, outros que são partidários de uma intervenção militar, outros pedem Diretas Já e Lula Livre. Ou seja, é um movimento canalizado, principalmente, pela insatisfação em relação ao preço do diesel.
 
3) Em função da grande complexidade e fragilidade das lideranças sindicais de autônomos, o movimento carece de uma representatividade que possa assegurar as demandas da classe trabalhadora. Enquanto isso, os sindicatos patronais acabam por exercer maior influência, determinando os caminhos da negociação e o teor das reivindicações.
 
6) Isso se faz notar, por exemplo, no tipo de reivindicação expressada por grande parte dos caminhoneiros, que é a redução da tributação em cima do preço do combustível. Ora, todos nós sabemos que o cerne do problema é a nova política de preços adotada pelo governo Temer e pela Petrobras, que atualmente é presidida por Pedro Parente.
 
7) Novo parênteses sobre o tema: desde o ano passado, a Petrobras adotou uma nova política de preços, determinando o preço do petróleo em relação à oscilação internacional do dólar. Na época, esse tipo de política foi aplaudida pelo mercado internacional, que viu grande vantagem na venda do combustível refinado para o Brasil. Aqui dentro, segundo relatório da Associação de Engenheiros da Petrobras, a nova política de preços revela o entreguismo da atual presidência da empresa e governo Temer, que busca sucatear as refinarias nacionais dando prioridade para a importação do combustível. Tudo isso foi justificado na época com o argumento que era necessário ajustar as contas da Petrobras e passar confiança aos investidores internacionais.
 
8) É verdade, portanto, que o movimento em si tem uma percepção um pouco equivocada da principal razão do aumento dos combustíveis, mas isso não significa que toda a classe dos caminhoneiros não faça essa relação clara entre o problema da política de preços da Petrobras e o aumento dos combustíveis.
 
10) De fato, portanto, o grande problema nesse momento é saber quem serão as pessoas a sentar nas mesas de negociação. De um lado, existe uma legítima expressão da classe trabalhadora em defesa das suas condições de trabalho e dos seus meios de produção. O aumento do diesel é um duro golpe entre os caminhoneiros autônomos e a reivindicação da sua redução, seja pela eliminação dos tributos, seja pelo questionamento da política de preços da Petrobras, é legítima e deve ser comemorada.
 
11) A questão fundamental agora é saber o que o governo vai barganhar na negociação. Retomo, então, a questão da reoneração da folha de pagamento. O governo já disse que haverá uma reoneração da folha e esse é um dos meios de captação de recursos caso haja fim do Pis/Cofins incidindo sobre os combustíveis. Na prática, porem, a reoneração pode ter um impacto sobre os empregos dos próprios caminhoneiros, resultando em demissões.
 
12) Se houver o fim da tributação no diesel, conforme inclusão do relator, Orlando Silva (PCdoB-SP), na Medida Provisória, de parágrafo que exclui a tributação, a classe trabalhadora e toda a sociedade serão impactadas. Afinal de contas, com redução de receita haverá, consequentemente, um corte no repasse da verba para a seguridade social, previdência, saúde, educação etc.
 
Considerando tudo o que foi dito, expresso meu incômodo com análises e percepções simplistas da esquerda, ou de pessoas que se dizem da esquerda, sobre o movimento. Locaute virou doce na boca dos analistas de Facebook. Porque não atende à nossa noção de "movimento" ideal, os caminhoneiros que legitimamente se mobilizaram em nome da redução do preço do diesel estão sendo taxados de vendidos e coptados, como uma massa amorfa e preparada para ser manipulada.
 
Os "puristas" não entendem a complexidade da categoria, e tampouco atentam para a dificuldade que é promover a mobilização ampla desses trabalhadores, tendo em vista não só a precarização extrema à qual estão sujeitos, mas também à realidade itinerante de seu trabalho. Soma-se a isso o duro golpe que atualmente foi proferido contra as entidades sindicais menores de autônomos, com o fim da obrigatoriedade do imposto sindical.
 
Sinto dizer aos colegas acadêmicos, portanto, que nem sempre nossos modelos de análise social se aplicam a realidade. Não se trata de uma disputa entre o bem e o mau; nem de um movimento totalmente coptável e ilegítimo; uma massa manipulável e "bobinha". Por outro lado, também não é um movimento cujos protagonistas tenham uma consciência enquanto classe, enquanto categoria. Não é unificado, as pautas são heterogêneas e também voláteis.
 
Por tudo isso, parte desses trabalhadores expressam reações conservadores e, alguns grupos, visões extremistas sobre a política e suas estratégias de luta.
 

Nada disso, ao meu ver, torna ilegítima a mobilização. Pelo contrário, é um convite para que busquemos entender mais das categorias sociais e para que aceitemos que as mobilizações sociais nem sempre atendem ao nosso critério idealizado de pauta, objetivo e organização

Fonte: Rede Brasil Atual
 


 

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Para maioria, venda de empresas públicas a grupos privados pioraram e encareceram serviços. Empregos foram perdidos e só empresários, investidores e os ricos saíram ganhando
A maioria dos brasileiros é contra privatização de empresas e serviços públicos, segundo pesquisa CUT/Vox divulgada nesta segunda-feira (28). Os entrevistados citam preços mais altos, demissões de trabalhadores e redução de salários. Consideram ainda que o negócio não traz benefícios para o Brasil.
Perguntados se concordavam com a privatização da Petrobras, 60% foram contra e 59% disseram que a venda da companhia só interessa a empresários, os investidores e os mais ricos. A mesma opinião têm os 61% contrários à venda da Caixa Econômica Federal para o sistema bancário privado e os 58% que discordam da entrega do Banco do Brasil e os 57% que se opõem à perda do controle público da Eletrobras.
Mais da metade, 55% dos entrevistados, discordam das privatizações em geral. Outros 23% são a favor e 22% não souberam ou não quiseram responder. As informações são de Marize Muniz, do Portal CUT.
Os 23% que são a favor da privatização se dividem entre quem acha que todas as empresas e serviços deveriam ser privatizados e os que acham que apenas algumas, que não forem de setores estratégicos. Entre os 55% contrários a privatização, 59% não querem que nenhuma seja vendida; 31% apenas algumas.
Bancos públicos
 
Os bancos públicos, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, são indispensáveis ao desenvolvimento nacional para 49% dos entrevistados. Outros 26% acham que os bancos privados são capazes de fazer as mesmas coisas e que a privatização do BB e da Caixa seria boa para o país.
Para 47%, se a Caixa for privatizada muitas cidades do interior vão ficar sem agências bancárias e muitos programas sociais vão diminuir ou parar de funcionar. Para 27%, isso não vai acontecer.
 
Fonte: Rede Brasil Atual

 

 

 


Acordo entre Vale e sindicato cria cota negocial enquanto Justiça analisa tema na reforma trabalhista

 

O vice-presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Renato de Lacerda Paiva, aceitou um acordo que prevê o recolhimento de contribuição sindical equivalente a meio dia de trabalho dos empregados. Até entrar em vigor a nova lei trabalhista, em novembro, o usual era o desconto de um dia inteiro.

Chamada de "cota negocial", a arrecadação está prevista no acordo coletivo negociado entre o Stefem (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias dos Estados do Maranhão, Pará e Tocantins) e a gigante mineradora Vale.

A contribuição sindical tornou-se voluntária após a reforma trabalhista, o que gerou queda drástica na arrecadação das entidades e levou muitos sindicatos a recorrem à Justiça para reestabelecer o recolhimento.

Reportagem da Folha mostrou, porém, que até o último dia 16, a Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho atendeu, em caráter provisório (liminar), a 33 pedidos de empresas para suspender efeitos de decisões em primeira instância que as obrigavam a recolher a contribuição para os sindicatos.

A cota negocial será descontada pela Vale no contracheque dos empregados no segundo mês imediatamente subsequente à data de assinatura do acordo.

Os trabalhadores não filiados ao Stefem deverão ser informados pela empresa sobre o desconto. Quem não concordar com o recolhimento deverá se manifestar junto ao sindicato pessoalmente, por escrito e com identificação de assinatura legível. Depois, o trabalhador tem 20 dias para levar à empresa o comprovante de oposição apresentado ao sindicato.

Se não seguir esse procedimento, o empregado estará concordando automaticamente com a cota.

A Vale e o sindicato se comprometerem a não realizar manifestações, atos ou campanhas para incentivar ou constranger os não filiados em seu direito de optar ou não pelo desconto.

O Stefem também se comprometeu formalmente a não pleitear a cobrança da contribuição sindical integral durante o período de vigência do aditivo, que é de um ano. 

Ao TST, Paiva afirmou que o documento é fruto de várias negociações e de um consenso entre trabalhadores e empresa, com anuência do Ministério Público do Trabalho.

O acordo também garantiu 2,5% de reajuste à categoria (tanto para associados quanto não associados), cartão alimentação de R$ 717,50 ao mês, adicional noturno de 65% e piso salarial de R$ 1.542,99, entre outros. 

Fonte: Folha de S. Paulo
 

 

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“A solução, aponta a Nota, seria recuar da política de paridade internacional adotada pela gestão da Petrobras e aumentar a produção em refinarias próprias”.
 
Nos últimos 30 dias, a Petrobras reajustou o preço da gasolina e do diesel nas refinarias 16 vezes. O preço da gasolina saiu de R$ 1,74 e chegou a R$ 2,09, alta de 20%. Já o do diesel foi de R$ 2,00 a R$ 2,37, aumento de 18%. Para o consumidor final, os preços médios nas bombas de combustíveis subiram de R$ 3,40 para R$ 5,00, no caso do litro de gasolina (crescimento de 47%), e de R$ 2,89 para R$ 4,00, para o litro do óleo diesel (alta de 38,4%).
Em atos e interdições de rodovias pelo país, o movimento que envolve caminhoneiros questiona, entre outros assuntos, a escalada nos preços dos combustíveis, principalmente no do óleo diesel.
O transporte de cargas no Brasil depende fortemente do modal rodoviário. Em poucos dias de interdições, os impactos já são sentidos em várias cidades. A população sente dificuldade para obter combustíveis e começa a perceber problemas para o acesso a outros produtos, principalmente alimentícios. A mobilidade das pessoas e a prestação de diversos serviços foram afetadas.
O cenário externo e o aumento do preço do petróleo - Nos últimos três meses, houve crescimento expressivo (cerca de 23%) da cotação do barril de petróleo no mercado internacional, principalmente em razão do retorno das sanções dos Estados Unidos (EUA) sobre o Irã, do aumento geral da tensão no Oriente Médio, envolvendo Israel, Palestina e Síria, e da queda na produção de petróleo da Venezuela. Irã e Venezuela são dois grandes países exportadores de petróleo que, ao reduzirem as exportações, provocam aumento nos preços do barril, influenciando também o dos derivados.
Além disso, desde o segundo semestre do ano passado, um acordo na Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), entre Arábia Saudita e Rússia, dois importantes produtores e representantes de polos politicamente opostos dentro da Organização, apontou para a necessidade de recomposição dos preços (leia-se, aumento da cotação internacional).
A nova política de preços da Petrobras - Na presidência da Petrobras desde junho de 2016, Pedro Parente imprimiu uma nova política para a definição dos preços de derivados de petróleo no Brasil, adotando a paridade internacional. Isso significa que a Petrobras passou a praticar nas refinarias os mesmos preços dos derivados no mercado internacional . Assim, a partir de outubro de 2016, os preços começaram a sofrer variações mais frequentes e, a partir de julho de 2017, as correções passaram a ser diárias.
A paridade internacional de preços veio acompanhada de outras duas decisões, que compõem o quadro da mudança na gestão da Petrobras: a redução da produção nas refinarias próprias da empresa e o anúncio da venda de outras quatro no Brasil. Essas medidas abrem espaço para o aumento da participação de empresas privadas no setor e a entrada de capital estrangeiro.
Mais:
1) O país se torna mais vulnerável aos efeitos externos, reduzindo a capacidade de intervenção sobre os preços. Isso acontece quando o preço do barril sobe muito (como está acontecendo agora) ou mesmo quando há uma intempérie em países fornecedores de petróleo ou derivados.
2) O país passa a comprar no mercado internacional um bem que poderia produzir internamente. A produção de petróleo no Brasil, em abril de 2018, foi de 2,6 milhões de barris/dia (sem considerar 673 mil barris de gás natural). Neste mesmo mês, as refinarias da Petrobras processaram 1,6 milhão de barris/dia e o consumo interno de derivados ficou em 2,2 milhões de barris/dia. Assim, mesmo produzindo 400 mil barris de petróleo a mais do que o necessário para atender ao consumo nacional, o país importou cerca de 600 mil barris de derivados/dia. Isso aconteceu porque a Petrobras está aumentando a exportação de petróleo cru e, ao mesmo tempo, reduzindo a utilização de suas refinarias. As refinarias da empresa possuem capacidade de refinar 2,4 milhões de barris/dia, mas estão utilizando apenas 68% dessa capacidade. Além disso, parte dessa produção de derivados está sendo direcionada para atender ao mercado externo .
3) Cresce a entrada de importadores de derivados de petróleo no país. Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), hoje existem 392 empresas autorizadas a realizar importações de derivados no país. Dessas empresas, 129 (33%) foram cadastradas depois de 2016 .
4) Na busca pelo aumento da receita fiscal, em julho de 2017, o governo federal reajustou de 9% para 14% a alíquota do PIS/Cofins (Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que incide sobre a gasolina e o diesel, com impactos ainda maiores sobre os preços finais.
5) A economia brasileira se torna mais suscetível às flutuações do mercado financeiro e aos ataques especulativos. Desde a liberalização e a desregulação financeira no começo dos anos de 1990, os fluxos de capitais de curto prazo e os ataques especulativos com o objetivo de direcionar as políticas nacionais têm se tornado elementos decisivos da economia. Quando se permite que um dos principais bens comercializáveis (e a principal fonte de energia e de transporte) possa variar conforme os fluxos financeiros, a economia nacional se torna ainda mais suscetível aos ataques especulativos. Desta forma, o governo reduz a capacidade de controle sobre a política econômica.
6) Diante de forte movimento especulativo, ainda que no curto prazo, ganham enormemente os acionistas privados, boa parte deles de capital internacional.

Por sua vez, o trabalhador brasileiro, como consumidor final, sofre um grande impacto no custo de vida, especialmente em contexto das mais variadas adversidade como a queda da massa de salários e o aumento do desemprego no país.

Fonte: AssCom Dieese

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A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a UGT (União Geral dos Trabalhadores) descartam a possibilidade de realização de uma greve geral no país nesta semana. "A ideia não é agravar com mais ingredientes de paralisação. A UGT não vai participar de greve geral. Não é caminho, não. Queremos ser protagonistas de uma solução", afirmou o presidente Ricardo Patah.
Ele espera participar de um encontro com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, nesta semana para ajudar a negociar uma solução para o movimento dos caminhoneiros.
Em boatos que circulam no WhatsApp e nas redes sociais, a greve de 72 horas que os petroleiros realizarão a partir de quarta-feira (30) foi lida como uma convocatória para uma suposta paralisação geral. A CUT, central à qual a FUP (Federação Única dos Petroleiros) é filiada, lembra, porém, que os petroleiros vêm fazendo atos de protesto desde abril, que a greve já estava planejada e não teria ligação com a paralisação dos caminhoneiros.
A FUP convocou para esta segunda-feira (28) um dia de mobilização em todas as unidades da Petrobras no país. A ideia é que os petroleiros não assumam seus postos no turno da manhã, informou o coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel. De acordo com ele, mobilizações do tipo já foram feitas neste domingo (27) em seis refinarias e duas fábricas de fertilizantes.
Segundo o líder sindical, essas mobilizações funcionam como um "esquenta" da paralisação que começará na quarta. A federação reivindica a demissão do presidente da companhia, Pedro Parente, a redução dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha, a manutenção de empregos e retomada da produção interna de combustíveis, o fim da importação de derivados de petróleo e a desmobilização do programa de venda de ativos promovido pela atual gestão da estatal.
CSB incentiva greves
A CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) adotou, porém, outra linha e orientou os sindicatos filiados a ela a decretar greves. A central está estimulando os sindicatos a aderir à paralisação em solidariedade ao movimento dos comaninhoneiros. "Várias entidades já paralisaram, e, a depender da central, haverá recrudescimento", afirmou a central por meio de nota.
A paralisação dos caminhoneiros deve entrar no oitavo dia nesta segunda-feira (28).

Na cidade de São Paulo, está prevista para esta segunda uma paralisação de motoristas de vans escolares. A previsão dos organizadores é que mil veículos participem do protesto.

Fonte: UOL

 

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Em razão de os problemas ocasionados pela paralisação dos caminhoneiros, que já dura 8 dias, a Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados adiou a realização do seminário que realizaria na terça-feira (29), no Auditório Nereu Ramos.

As razões são as mais diversas. Vai desde pedido de painelistas, que iriam proferir palestra no evento, em razão das dificuldades de locomoção por terrar ou ar, até problemas na infraestrutura da Câmara, como desabastecimento de gás de cozinha, que tem gerado restrições nos serviços de restaurantes da Câmara.

Diante desse quadro caótico, a principal pauta da mídia tem se concentrado na gravidade da conjuntura e das ações para superação dos problemas.

Informamos que devido à grave situação que passa o país, o Seminário “Impactos da aplicação da nova legislação trabalhista no Brasil foi cancelado e que, quarta-feira (30), não haverá reunião deliberativa desta comissão”, divulgou o órgão em sua página, no portal da Câmara.

FONTE:DIAP

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Os senadores aprovaram, nesta quarta-feira (23), a medida provisória que permite a venda direta de petróleo do pré-sal (MP811/17), na forma de Projeto de Lei de Conversão (PLV) 9/18. A matéria segue para sanção da Presidência da República.

A MP permite à Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA) realizar diretamente a comercialização da parte de óleo devida à União na exploração de campos da bacia do pré-sal com base no regime de partilha. Antes da MP, a lei de criação da PPSA (Lei 12.304/10) permitia apenas a contratação de agentes de comercialização para vender o petróleo da União.

Durante a tramitação na Câmara dos Deputados, houve negociação para que fossem retiradas algumas alterações promovidas pelo relator, senador Fernando Bezera Coelho (MDB-PE). Assim, foi retirada do texto a possibilidade de a União optar, nos futuros leilões de blocos de exploração do pré-sal, por receber o valor em pecúnia equivalente à quantidade em óleo que lhe cabe. Essa opção poderia ser exercida ainda nos contratos em andamento por meio de aditivo.

Leilão
Outro ponto foi suprimido do projeto de lei de conversão de forma a impedir que a PPSA venda o óleo da União por preço inferior ao de referência quando não houver interessados na compra. O preço de referência é estipulado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Entretanto, o leilão continua a ser uma modalidade de licitação apenas prioritária para a PPSA. Se a empresa optar pela comercialização dispensando o leilão, o ato deve ser justificado pela autoridade competente com a comprovação de haver vantagem econômica.

FONTE:DIAP

 

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A regulamentação da eleição indireta para presidente e vice-presidente da República, em caso de vacância de ambos os cargos nos 2 últimos anos do mandato presidencial, foi aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), na última quarta-feira (23). Se não houver recurso para análise em plenário, o projeto segue para a Câmara dos Deputados. Na Agência Senado

O projeto de lei (PLS 725/15), do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), regulamenta o parágrafo 1º do artigo 81 da Constituição, onde já está previsto que essa eleição será indireta, ou seja, ficará a cargo do Congresso Nacional, e será realizada 30 dias após a vacância dos cargos.

“O projeto vem normatizar a situação, os partidos poderão apresentar candidatos, sejam deputados e senadores ou qualquer outra pessoa, desde que seja do entendimento. Que se coloque como pré-candidato e seja eleito à votação de deputados e senadores”, explicou Caiado.

Regras
Os sucessores escolhidos nesse processo deverão exercer suas funções pelo tempo que falta para o término do mandato presidencial. Nos 15 dias seguintes à vacância, os partidos ou coligações poderão registrar seus candidatos junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os candidatos a presidente e a vice-presidente da República vão ser registrados em chapa única.

De acordo com o PLS 725/15, os deputados federais e senadores que estejam exercendo seu mandato, reunidos em sessão unicameral convocada exclusivamente para essa finalidade, serão os habilitados a votar nessa eleição indireta.

O voto será secreto e registrado em cédulas. Concluída a votação, a Mesa do Congresso Nacional vai apurar os votos e, se nenhuma chapa alcançar a maioria absoluta, um segundo turno será realizado com as duas chapas mais votadas. Depois de proclamado o resultado, o presidente e o vice-presidente da República eleitos tomarão posse e prestarão compromisso na mesma sessão em que ocorrer a eleição.

Impeachment e lacuna constitucional
Caiado apresentou o PLS 725/15 em meio à crise instaurada no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando se cogitava um processo de impeachment para afastá-la da Presidência da República. O parlamentar aproveitou o momento político do país, em que se questionava o mandato de Dilma, para encaminhar a regulamentação dos dispositivos da Constituição Federal que tratam da vacância dos cargos de presidente e vice-presidente da República.

“Torna-se imperiosa a colmatação dessa lacuna no ordenamento jurídico, mediante a edição de lei que regule o processo de eleição do Presidente da República pelo Congresso Nacional”, defendeu Caiado na justificação do projeto.

Linha de argumentação similar foi adotada pelo relator, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), ao recomendar a aprovação do PLS 725/15.

“No mérito, o PLS é absolutamente louvável, não só por buscar suprir uma inolvidável lacuna normativa, mas também por fazê-lo de forma técnica e constitucionalmente impecável, inclusive com a necessária obediência às regras de eleição por maioria absoluta; de possibilidade de segundo turno; e de realização de sessão unicameral”, destacou Anastasia no parecer.

Voto secreto e emendas
Ao analisar a eleição indireta proposta, Anastasia admitiu a possibilidade de se questionar a constitucionalidade da adoção do voto secreto. Mas, para afastar esse risco, o relator invocou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) — relativa às constituições estaduais — afirmando que a definição do tema cabe à “discricionariedade do legislador”. E reforçou a tese ao considerar que “a opção pelo voto secreto é bastante plausível, já que os parlamentares estão, no caso, atuando como eleitores, a quem se assegura o sigilo do voto”.

Anastasia corrigiu o que considerou duas omissões no texto. Estabeleceu, nesta eleição presidencial suplementar, que as candidaturas devem obedecer a todas as condições de elegibilidade e hipóteses de inelegibilidade previstas na Constituição e na legislação eleitoral.

Também deixou claro que, enquanto os cargos de presidente e vice-presidente da República estiverem vagos e os eleitos ainda não tiverem tomado posse, serão chamados a exercer a Presidência da República, sucessivamente, o presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do STF. Determinou, ainda, que a eleição indireta será descartada se a última vacância ocorrer a menos de 30 dias do fim do mandato presidencial.

FONTE:DIAP

 

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Aos poucos, o Ministério do Trabalho vai regulamentado pontos da Reforma Trabalhista. Incialmente, o fez por meio de despacho que tratou do alcance da Lei 13.467/17. Isto é, a norma passa a abarcar todos os contratos de trabalho e não apenas os que foram assinados depois da vigência do novo marco legal.

Agora, por meio da Portaria 349, publicada no Diário Oficial da União (DOU), desta quarta-feira (23), o ministério regulamenta os contratos de trabalho autônomo exclusivo e intermitente e, ainda, a comissão de representantes de empregados.

A portaria, nestes itens, repete o que estava na MP 808/17, que caiu por decurso de prazo, no dia 23 de abril.

Autônomo exclusivo
A portaria manteve a expressão “exclusivo”, que a MP havia suprimido. E também ratificou que esse tipo de contrato não caracteriza vínculo de emprego. E possibilita a “recusa de realizar atividade demandada pelo contratante”, com garantia de penalidade, caso previsto em contrato.

Quanto ao tipo de serviço, a portaria manteve o mesmo texto da MP, com ampliação do tipo contratual para qualquer atividade.

Intermitente
É o mesmo texto da MP, com detalhamentos dos requisitos para contratação por meio desta modalidade de trabalho. No caso de o contrato exceder 1 mês, as parcelas devem ser pagas até o 5º dia útil do mês seguinte trabalhado.

Quanto às férias permite-se o parcelamento, em até 3 períodos.

Aspecto positivo é a caracterização “especial” desse tipo de contrato. Assim, possibilita-se que o trabalhador receba remuneração horária ou diária superior à dos trabalhadores com contrato por prazo indeterminado.

O parágrafo 2º da portaria diz que o período de “inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador e não será remunerado, hipótese em que restará descaracterizado o contrato de trabalho intermitente caso haja remuneração por tempo à disposição no período de inatividade.”

A remuneração, por determinação da portaria, diz que o “valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário ou diário do salário mínimo, nem inferior àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função, assegurada a remuneração do trabalho noturno superior à do diurno”.

Comissão de representantes dos empregados
Neste item, a portaria traz ambiguidade intrínseca. O artigo 8º comanda que a comissão de representantes não “substituirá a função do sindicato de defender os direitos e os interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas, hipótese em que será obrigatória a participação dos sindicatos em negociações coletivas de trabalho, nos termos do incisos III e VI do caput do artigo 8º da Constituição Federal.”

De outro modo, a Lei 13.467, com base no Art. 510-C, parágrafo 1º, veda a participação do sindicato no processo eleitoral da comissão, o que, em alguma medida, torna a representação e autonomia sindicais sem sentido, já que não pode interferir no processo de escolha dos representantes dos trabalhadores.

FONTE:DIAP