Sem mudanças favoráveis na correlação de forças nas assembleias, no Congresso e no Senado, dificilmente as nossas expectativas, reivindicações e propostas serão atendidas.
João Guilherme Vargas Netto*
Sobre as próximas eleições, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba tomou a importante decisão de valorizar de agora em diante em todos os materiais de divulgação do sindicato os candidatos que estiveram junto com os trabalhadores e apoiaram suas reivindicações e lutas, merecendo, portanto o voto dos trabalhadores, seja para a sua reeleição, seja para uma eleição nova.
“Nós iremos analisar bem os deputados estaduais, federais e senadores que sempre estiveram ao lado do povo e principalmente dos trabalhadores para darmos preferência e ajudar na eleição, principalmente na hora do voto na urna”, disse um dirigente.
Até agora os materiais do sindicato vinham denunciando aqueles candidatos que não merecem o voto dos trabalhadores. Além de mudar o procedimento, a decisão do sindicato pretende também valorizar os candidatos a cargos proporcionais cujas campanhas têm sido subestimadas nas preocupações eleitorais.
Devido aos prazos curtos do calendário eleitoral (faltam apenas 55 dias para o 1º turno) a decisão chega em boa hora. Sem mudanças favoráveis na correlação de forças nas assembleias, no Congresso e no Senado, dificilmente as nossas expectativas, reivindicações e propostas serão atendidas.
Embora as importantes campanhas para executivos (presidente e governadores) tendam a dar o tom, uma visão esclarecida e responsável não pode se dar ao luxo (e ao erro) de subestimar as eleições proporcionais.
Com o suporte unitário da agenda prioritária dos trabalhadores, com seus 22 pontos, a decisão de Curitiba merece ser reforçada pelo apoio de toda a malha sindical do Brasil Metalúrgico, bem como de todas as outras entidades dos trabalhadores, sindicatos, federações, confederações, Fórum Nacional dos Trabalhadores e centrais sindicais. É urgente uma decisão abrangente e unitária a este respeito.
A partir desta decisão firme, que orienta as ações individuais e coletivas dos dirigentes e das entidades, os materiais de comunicação sindical devem começar a “descarregar” os votos nos candidatos aliados que nos são favoráveis, orientar os trabalhadores nas escolhas deles e no voto consciente combatendo a abstenção, o desânimo e os votos “mula manca”, “cabeça de burro” e “cavalo de Troia”.
(*) Membro do corpo técnico do Diap, é consultor de entidades sindicais de trabalhadores