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O Parlamento da UE votou a favor da inclusão do transporte marítimo em seu mercado de carbono, aumentando a pressão para que a indústria acelere sua descarbonização.
O Sistema de Comércio de Emissões da UE (ETS), que serve como pedra angular da política da UE para combater as mudanças climáticas, coloca um preço no carbono e reduz o limite de emissões de certos setores econômicos. Em julho de 2021, a Comissão Europeia propôs incluir pela primeira vez as emissões de transporte marítimo no EU ETS.
O Parlamento Europeu votou na quarta-feira para apoiar reformas no mercado de carbono para, entre outras coisas, cobrir as emissões de transporte para viagens dentro da UE e 50% das viagens fora do bloco até 2027. A partir de 2027, o mercado será expandido para cobrir 100 % das emissões do transporte marítimo internacional de e para a UE. O mercado também abrangerá embarcações offshore.
“Este é um dia histórico para a política climática europeia. A expansão do esquema cap and trade da UE garante que mais poluidores da Europa sejam obrigados a pagar”, disse Sofie Defour, gerente de clima da Transport & Environment.
Um elemento-chave da posição do Parlamento é a aplicação do princípio do "poluidor-pagador", garantindo o repasse obrigatório dos custos do RCLE aos operadores comerciais dos navios através de cláusulas contratuais, de acordo com a Associação de Armadores da Comunidade Europeia ( ECSA), que saudou a crescente ambição da assembleia.
“Os armadores europeus congratulam-se com o aumento da ambição climática do pacote ‘Fit for 55’. Criticámos a falta de coerência e apresentámos soluções viáveis. A votação do Parlamento é um forte sinal de que os decisores políticos europeus nos ouvem e têm em conta as propostas do nosso setor. Precisamos de todas as mãos no convés e o papel dos operadores comerciais é fundamental para reduzir as emissões”, disse Sotiris Raptis, secretário-geral da ECSA.
O Parlamento da UE também propôs a criação de um Fundo para o Clima Social dedicado ao setor e destinar 75% das receitas geradas pelas licenças de transporte para ajudar na transição energética do setor.
“A destinação das receitas ao transporte marítimo é um pré-requisito para o financiamento da adoção de combustíveis mais limpos. É um momento decisivo para a descarbonização do transporte marítimo e a competitividade do setor”, disse Raptis.
FONTE: GCAPTAIN