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Decisão vai contra a posição de Bolsonaro, que já afirmou não concordar com a exigência da vacinação para acesso a determinados locais
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começou a elaborar os protocolos sanitários para a retomada dos cruzeiros marítimos no Brasil. A proposta prevê que os tripulantes comprovem que estão com a vacinação completa contra a covid-19 – prática conhecida como passaporte vacinal e que vem sendo constantemente criticada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Suspensos desde o início da pandemia, os cruzeiros poderão voltar a navegar na costa brasileira a partir de 1º de novembro. A temporada vai até abril de 2022. A autorização foi dada pelo governo federal em publicação no Diário Oficial da União do último dia 5, após articulação realizada por cinco ministérios.
Nesse contexto, a Anvisa é responsável pela elaboração das regras sanitárias. Já o Ministério da Saúde avaliará o cenário epidemiológico para a retomada segura dos cruzeiros e outras situações relacionadas à operação do transporte.
Na última quarta-feira (13), a Anvisa se reuniu com representantes de associações e de empresas que operam os cruzeiros no país para apresentar os detalhes das regras sanitárias que estão sendo elaboradas.
A vacinação completa dos passageiros é considerada o "aspecto central" do protocolo. Além disso, o documento deve conter a necessidade de testagem para covid-19 antes do embarque e testagens periódicas durante a viagem. Também estão sendo discutidas orientações para triagem de passageiros durante o embarque, a lotação dos cruzeiros e demais regras de saúde que serão tomadas a bordo.
A proposta completa da agência reguladora ainda será submetida à avaliação da diretoria colegiada para oficialização.
Publicamente, Bolsonaro já disse ser contra o passaporte vacinal em diversos momentos. Ele afirmou que, por parte do governo federal, não haverá uma norma nacional para exigir o comprovante de vacinação para acesso a determinados locais, como pontos turísticos, restaurantes e estádios de futebol. No domingo (10), o presidente reclamou de não poder assistir o jogo entre Santos e Grêmio em razão da ausência da imunização.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também é contra a exigência da vacinação, além de já ter se colocado de forma contrária a algumas medidas impostas durante a pandemia, como a obrigatoriedade do uso de máscara. Porém, iniciativa do passaporte vacinal está sendo tomada por governadores e prefeitos em todo o país, que consideram a medida essencial para a retomada segura de atividades em áreas públicas e que concentram um número considerável de pessoas em um mesmo espaço.
FONTE: GZH