IMAGEM:TRANSPORTES&NEGÓCIOS
Novo Guia do Pacto Global da ONU para a Descarbonização no Setor Marítimo e Portuário no Brasil
O Pacto Global da ONU, através de sua Rede Brasil, divulgou um guia inovador direcionado à descarbonização no setor portuário e marítimo nacional. O documento visa apoiar a transição energética, fomentando práticas sustentáveis e a redução de emissões de gases poluentes, alinhando-se aos objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pela ONU. Esse esforço demonstra um compromisso sério com a sustentabilidade e o futuro do comércio marítimo no país.
Produzido por meio de um esforço colaborativo, o guia foi elaborado pelo Grupo de Trabalho de Negócios Oceânicos, que é liderado pelo Porto do Açu. Este GT é reconhecido como o primeiro hub corporativo do Brasil com o propósito específico de acelerar a transição energética nos portos e nas operações de transporte marítimo. Essa iniciativa do Pacto Global da ONU não só representa um avanço significativo para o Brasil, mas também estabelece um padrão a ser seguido globalmente. Ao abraçar as diretrizes do Pacto Global, a indústria marítima pode contribuir de forma efetiva para a descarbonização e a preservação do meio ambiente.
Acelerando a Descarbonização Portuária e Marítima no Brasil
Com o objetivo de acelerar a descarbonização portuária e marítima no Brasil, o Pacto Global da ONU – Rede Brasil lança a primeira versão de um guia crucial para o setor, desenvolvido pelo Grupo de Trabalho de Negócios Oceânicos. Este grupo está vinculado à Plataforma de Ação Pela Água e Oceano, sendo o primeiro hub corporativo do país projetado especificamente para impulsionar a transição energética nos portos e no transporte marítimo. Além de seu lançamento presencial, o conteúdo está disponível online, oferecendo uma visão abrangente sobre as discussões globais em torno da descarbonização no setor portuário e marítimo.
Desafios e Oportunidades no Setor Portuário e Marítimo
O guia destaca não apenas os principais desafios dessa agenda, mas também explora as inúmeras oportunidades disponíveis, especialmente para o Brasil, que possui tanto potencial quanto recursos para se colocar estrategicamente na linha de frente nesse cenário. O documento foi apresentado no evento ‘SDGs in Brazil 2024’, o maior de sustentabilidade corporativa brasileira no mundo, realizado em 20 de setembro dentro do Delegates Dining Room, na sede da ONU, em Nova York. A apresentação foi conduzida por Fernanda Sossai, head de Desenvolvimento Portuário do Porto do Açu.
O transporte marítimo desempenha um papel vital no comércio global e representa uma fonte considerável de emissões de gases de efeito estufa (GEE), em torno de aproximadamente 3% das emissões globais, segundo a Organização Marítima Internacional (IMO).
Metas de Redução e Desafios Futuros
A IMO estabeleceu objetivos ambiciosos para a redução dessas emissões, com metas de reduzi-las em 30% até 2030, em 80% até 2040, visando alcançar emissões líquidas zero até 2050. Sem medidas de mitigação, as emissões associadas ao transporte marítimo podem aumentar entre 50% e 250% até 2050. No Brasil, com sua extensa costa de 7.367 km, a chamada economia do mar contribui com cerca de 19% a 21% do PIB nacional, segundo a FGV (2018). Aproximadamente 95% das exportações brasileiras são realizadas por meio do transporte marítimo, conforme dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Descarbonização: Uma Necessidade e Oportunidade
A transição para uma economia de zero emissões no setor marítimo e portuário é mais do que uma urgência ambiental; é uma oportunidade para uma transformação justa e inclusiva. Apesar dos muitos caminhos ainda a serem explorados, incluindo diversas alternativas de combustíveis em estudo globalmente, é crucial sermos proativos. Devemos buscar soluções não apenas eficientes, mas também equitativas, atendendo às necessidades de diferentes grupos, destacou Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU – Rede Brasil.
O guia é fruto de mais de um ano de dedicação do Grupo de Trabalho de Negócios Oceânicos, que iniciou suas atividades em julho de 2023 com a participação de 60 empresas. Esta iniciativa faz parte da agenda da Ocean Stewardship Coalition, conduzida pela equipe de oceanos do Pacto Global, baseada na Noruega, e será coordenada pela Rede Brasil.
Desafios e Oportunidades na Descarbonização Portuária
Em 81 páginas, o material detalha os desafios e oportunidades para o setor, incluindo ecossistemas de descarbonização para portos e combustíveis alternativos. O Brasil está explorando diversas tecnologias em busca de combustíveis alternativos para o transporte marítimo, como biodiesel, HVO (diesel verde), etanol e metanol. A escolha da melhor alternativa depende de numerosos fatores, como custos, densidade energética, tecnologias disponíveis, periculosidade, disponibilidade de infraestrutura para abastecimento, aplicação para diferentes tipos de embarcações e rotas, explicou Rubens Filho, gerente-executivo de Meio Ambiente da rede brasileira do Pacto Global.
Ferramentas para Melhorar a Sustentabilidade
Cada combustível deve ser analisado em suas vantagens e desvantagens em termos de desempenho e impacto ambiental. O setor portuário tem uma oportunidade única de ser um catalisador para a melhoria da eficiência e sustentabilidade das indústrias, em resposta aos desafios impostos pelas mudanças climáticas. Investir em tecnologias sustentáveis, práticas resilientes e soluções de energia renovável posicionará os portos como hubs competitivos para a transição energética e adaptação climática, enfatizou Eugenio Figueiredo, CEO do Porto do Açu.
Casos de Sucesso e Expansões Futuros
O guia também apresenta estudos de caso nacionais e internacionais, recomendações específicas e uma análise sobre a descarbonização na agenda governamental. O Pacto Global da ONU – Rede Brasil busca expandir o Grupo de Trabalho para construir soluções conjuntas e trocas de experiências entre os diversos atores envolvidos na indústria marítima e portuária, proporcionando um espaço para que projetos pilotos e inovações ocorram.
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS