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Em todo o mundo, a ITF e seus filiados, incluída a FNTTAA, enfrentam grandes batalhas para garantir melhores condições para os tripulantes da navegação interior.

Apesar da diversidade de desafios entre diferentes regiões, importantes temas unem as tripulações de navegação interior, onde quer que estejam. Entre eles estão: saúde e segurança, treinamento, tempo de trabalho, novas tecnologias, quantidade de tripulação, prevenção de acidentes e regulamentação trabalhista para trabalhadores transfronteiriços.

Em resposta, a Seção de Navegação Interior da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) tem um plano preparado para reunir os filiados para trabalharem em união na resolução dos problemas.

O plano da Seção de Navegação Interior da ITF para os próximos cinco anos garante que sejam enfrentados cada um desses desafios, usando a força coletiva para reivindicar as mudanças necessárias – e isso se reflete na moção que foi aprovada para fortalecer o trabalho e coordenação na América Latina e no Caribe.

De acordo com a moção, aprovada hoje, a Seção garantirá o aumento de suas atividades na região, onde as agressões dos governos de direita aos direitos incluem a revogação das leis nacionais de cabotagem que protegem os empregos dos trabalhadores locais – em vez disso entregando o trabalho a corporações multinacionais. Uma questão fundamental na região é a manutenção de padrões decentes no rio Paraná, que atravessa o Brasil, o Paraguai e a Argentina, e onde trabalhadores e operações de baixo custo de um país podem prejudicar os padrões mais elevados já conquistados em outros.

"O rio Paraná está no centro da economia da nossa região, mas os trabalhadores lutam para conquistar as condições e a segurança que deveriam ser suas por direito", disse o recém-eleito vice-presidente da Seção de Navegação Interior, Mariano Moreno. "Com esse compromisso renovado da ITF, nos próximos cinco anos poderemos fazer muito mais para enfrentar nossos desafios comuns, desde os impactos da mudança climática até como garantir que padrões mais altos de um país sejam desfrutados por todos os trabalhadores do rio Paraná."

O 46º Congresso da ITF realizado em Marraquexe, Marrocos, foi sem dúvida o mais expressivo e representativo das últimas décadas.

Reuniu o maior número de delegados e tirou posições muito importantes e vitais para o momento em que vivemos.

Questões como a sustentabilidade, a crise climática, a transição justa (pela revolução tecnológica), a igualdade (contra toda discriminação gênero, raça), e ainda a defesa da paz. Também destacou o direito à greve, hoje ameaçado por governos de extrema direita, como a mais importante ferramenta na defesa coletiva.

O sindicalismo é compatível com a democracia. Sem democracia e sem sindicato não existem os direitos humanos elementares.

Especificamente na navegação interior, as decisões tomadas no Congresso foram extraordinárias para nós brasileiros e latino-americanos. Foi consolidada a seção de navegação interior para América Latina e Caribe, criada em Cancún e, nesse Congresso fortalecida.

A FNTTAA apresentou um estudo do potencial hidroviário da América do Sul, destacando os aspectos integracionistas das nossas bacias hidrográficas.

A Hidrovia Paraguai-Paraná envolve 5 (cinco) países. A rede hidrográfica da Amazônia 9 (nove) países. Portanto, o trabalho que terá a ITF na região é muito grande, sobretudo pela carência de proteção sindical, social e de segurança na Bacia Amazônica.

A ITF trabalha junto à OIT uma convenção, que a exemplo da MLC para os marítimos, será o instrumento básico de proteção a todos os trabalhadores fluviários no mundo. A importância de trabalharmos e construirmos essa convenção, é fundamental para os fluviários da Amazônia e demais bacias do norte da América do Sul (Bacia do Rio Madalena e Bacia do Rio Orinoco).