O transporte de mercadorias pela Hidrovia Tietê-Paraná está mantido até, pelo menos, o próximo domingo (26). Isto foi possível graças a um acordo entre o Departamento Hidroviário do Estado (DH) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Uma nova reunião vai discutir a questão nesta quarta-feira (22)
A navegação na Tietê-Paraná e os níveis hídricos necessários para a geração de energia nas hidrelétricas da região serão debatidos periodicamente entre os órgãos. Essas reuniões vão definir a manutenção da cota dos reservatórios de Ilha Solteira e Três Irmãos em 325,4 metros acima do nível do mar. Com essa medida, o trecho mais raso da hidrovia fica com 3,1 metros de profundidade e as barcaças precisam de ao menos três metros para trafegar totalmente carregadas e sem restrições.
Com a estiagem dos últimos meses, surgiu o risco de parte da água dos trechos navegáveis ter de ser desviada para os reservatórios hidrelétricos. Com isso, haveria uma perda de profundidade e as operações hidroviárias seriam restritas ou até suspensas, como aconteceu em 2014. Nesse cenário, as cargas tradicionalmente transportadas em barcaças (e depois, em trens) chegariam ao cais em caminhões, sobrecarregando o trânsito nos acessos ao Porto.
O DH trabalha com a possibilidade de que essa transferência hídrica e a consequente interrupção na hidrovia aconteçam após o dia 15 de dezembro, quando, com o final da safra agrícola, o volume desse tipo de carga em direção ao Porto de Santos tende a diminuir. Neste caso, os impactos no transporte de mercadorias em direção ao cais santista seriam minimizados.
A Tietê-Paraná, que liga os estados da Região Centro-Oeste até as proximidades da Grande São Paulo, é estratégica ao Porto de Santos, ao facilitar especialmente o transporte de grãos das zonas produtoras até os terminais do complexo marítimo.
Em 2014, a hidrovia foi afetada devido ao baixo nível do RioTietê, impactado pela severa estiagem e pelo desvio de sua água para a geração de energia. A legislação prioriza a utilização do recurso hídrico para a eletricidade.
Fonte: A Tribuna