IMAGEM: REUTERS/Ricardo Moraes

 

A Transpetro anunciou no último dia 5 o lançamento de edital de licitação pública internacional para a construção de quatro navios da classe Handy, para transporte de derivados de petróleo, com capacidade entre 15 mil e 18 mil toneladas de porte bruto. As aquisições fazem parte do TP 25, programa de renovação e ampliação da frota do Sistema Petrobras.

Nesta segunda-feira, 8, o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, detalhou a primeira fase do programa em entrevista coletiva na sede da empresa, ressaltando que a iniciativa marca o fortalecimento da companhia em um setor de grande importância para o Sistema Petrobras e para o Brasil.

“Esta é uma bandeira que eu sempre defendi, o aumento dos navios de bandeira brasileira na cabotagem, e estamos incorporando unidades consideradas estratégicas na operação logística. Já temos previstas 16 embarcações, entre gaseiros e navios de médio porte, inseridas no Plano Estratégico 2024-2028 da Petrobras, e mais navios estão em estudo para integrar o Plano Estratégico 2025-2029”, afirmou Bacci.

Ainda segundo o presidente da Transpetro, todos os estudos demonstraram a economicidade favorável à aquisição das embarcações frente ao afretamento de navios estrangeiros, que tem sido a prática prioritária da Petrobras. Os novos navios também terão a vantagem de incorporar tecnologias de eficiência energética para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, atendendo às normas da Organização Marítima Internacional (IMO).

O diretor de Transporte Marítimo da Transpetro, Jones Soares, celebrou o fato de que a nova expansão da frota trará mais empregos para marítimos nacionais na cabotagem. “Teremos navios com tripulação brasileira e bandeira brasileira. Em junho, nós admitimos novos empregados, tanto do quadro de terra quanto do quadro de mar, e com a renovação da frota essas necessidades aumentarão mais ainda. Então, é uma perspectiva muito positiva de expansão, não só dos equipamentos, mas também da força de trabalho no mar”, avaliou Soares.

O segundo-presidente do Sindmar e diretor para Assuntos de Gente do Mar da Conttmaf, José Válido, avalia que a ampliação da frota brasileira é, além de bem-vinda, extremamente necessária. “Quando foi criada, em 1953, a Petrobras contava com 22 petroleiros. Mais de 70 anos depois, são apenas 26 os navios operados pela Transpetro. Esperamos que esta frota, que já teve mais de 80 navios, possa ser ampliada com um número maior de embarcações de bandeira nacional para reduzir a dependência atual da Petrobras das bandeiras de conveniência”, disse ele.

De acordo com Sérgio Bacci, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, deu prioridade a essa contratação desde que assumiu o comando da estatal, em maio. Em depoimento gravado, apresentado durante a entrevista coletiva, ela comemorou o início das licitações.

“Com essas embarcações que nós anunciamos hoje ficaremos menos expostos a oscilações de preço e iremos reduzir os custos com afretamentos e reforçar a nossa capacidade logística para o transporte de petróleo e de derivados. (…) Eu espero sinceramente que esse seja um importante marco de sucesso e o início de uma sequência de novas contratações a contribuir para o fortalecimento da nossa indústria naval e offshore”, declarou Chambriard.

O primeiro Handy deverá ser lançado ao mar até junho de 2026. As empresas interessadas têm prazo de 90 dias para apresentação das propostas e a previsão é que a divulgação do estaleiro vencedor e a assinatura do contrato ocorram em dezembro deste ano.

Todos os estaleiros que cumprirem os requisitos técnicos e econômicos da concorrência estão aptos para construir os navios. Contudo, o edital prevê aspectos tributários e de financiamento – como a isenção de impostos de importação e o acesso ao Fundo de Marinha Mercante (FMM) – que beneficiam os estaleiros nacionais. “Essas aquisições de navios que estamos anunciando são, sem dúvida, um grande estímulo para a indústria naval brasileira e esperamos que os estaleiros nacionais aproveitem essa oportunidade”, concluiu Bacci.