IMAGEM: OTAN/REPRODUÇÃO
Uma coligação de sindicatos marítimos de estados membros da OTAN emitiu uma declaração conjunta instando a aliança a aumentar o investimento na marinha mercante, que é considerada crucial para combater adversários crescentes e proteger as nações em tempos de crise.
O apelo surge no momento em que a OTAN assinala o seu 75º aniversário, destacando o papel crítico das marinhas mercantes na resiliência, segurança e defesa nacionais num contexto de crescentes tensões geopolíticas.
Os sindicatos, que representam os marítimos mercantes de vários países da OTAN, enfatizaram o atual cenário geopolítico volátil, apontando para a guerra na Ucrânia, a escalada da violência no Médio Oriente e os esforços de outras nações para dominar o alto mar. Alertaram que o declínio alarmante no número de marítimos mercantes qualificados e de navios mercantes com bandeira nacional compromete significativamente as obrigações da OTAN para com os seus membros.
O professor Geoffrey Till, antigo Chefe de Estudos de Defesa do King’s College London, sublinhou a questão, afirmando: “Uma marinha mercante saudável e linhas marítimas de comunicação seguras são essenciais para a segurança nacional na paz e na guerra”.
Estudos recentes destacaram vulnerabilidades no setor marítimo dos Estados Unidos, que depende fortemente de navios de bandeira estrangeira e enfrenta uma diminuição da capacidade de navegação mercante e de construção naval. A questão não se limita aos EUA; o Reino Unido e outras nações marítimas tradicionais da OTAN sofreram declínios semelhantes durante décadas.
A proliferação de bandeiras de conveniência, como as do Panamá, da Libéria e das Ilhas Marshall, enfraqueceu as marinhas mercantes nacionais em toda a Europa. Muitos estados enfrentam actualmente mínimos históricos no número de marítimos e de navios mercantes de bandeira nacional.
Os sindicatos argumentaram que a diminuição da marinha mercante e a escassez de oficiais e classificações qualificados prejudicam as capacidades coletivas e individuais para apoiar a logística militar e garantir cadeias de abastecimento essenciais de energia, alimentos e fornecimentos médicos durante conflitos e emergências de saúde. Este declínio representa riscos graves com consequências potencialmente desastrosas.
A declaração apela aos governos membros da OTAN que utilizem o marco do 75º aniversário para se comprometerem com investimentos significativos em capacidades marítimas, fortalecerem as suas marinhas mercantes e investirem em profissionais marítimos.
Os sindicatos defendem uma coligação de nações marítimas com ideias semelhantes para trabalharem em conjunto para aumentar o número de marítimos mercantes qualificados e navios nacionais registados, acabar com os incentivos para bandeiras de conveniência e acabar com a exploração de tripulações estrangeiras.
A declaração conjunta foi assinada por:
Nautilus International (Reino Unido e Holanda)
ACV-Transcom (Bélgica)
CFDT: Union Fédérale Maritime (França)
Oficiais Marítimos Dinamarqueses
Associação Finlandesa de Engenheiros
Sindicato dos Oficiais de Navios Finlandeses
Organização Internacional de Mestres, Companheiros e Pilotos (EUA)
Associação Beneficente de Engenheiros Marítimos (EUA)
União Norueguesa de Engenheiros Marinhos
União dos Marítimos da Croácia
Associação de Oficiais Marítimos de Sjöbefälsföreningen (Suécia)
FONTE: GCAPTAIN