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“A luta sindical deu ao Brasil o maior líder popular desse país, Lula”, afirmou Alckmin, que também discursou em evento com as centrais
Em encontro com representantes de dez centrais sindicais, o virtual pré-candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta quinta-feira (14), a Pauta da Classe Trabalhadora. O virtual vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), participou do evento. O documento unitário contém propostas do movimento sindical para a “reconstrução do Brasil”. Aprovada na Conferência da Classe Trabalhadora 2022 (Conclat-2022), no último dia 7, a plataforma já foi apresentada aos poderes Legislativo e Judiciário nesta semana.
O encontro ocorre um dia depois de a direção nacional do PT aprovar proposta de revogação da “reforma” trabalhista no programa da federação partidária que formará com PV e PCdoB. A opção pela palavra “revogação” teve apoio de todas as correntes do partido. “O PT defende uma nova proposta de reforma trabalhista que seja mais moderna, inclusiva e que resgate os direitos históricos dos trabalhadores. E por isso a revogação. Hoje, temos outros agentes no mundo do trabalho que surgiram com as novas tecnologias”, diz Jilmar Tatto, secretário de comunicação do PT em reportagem da Folha de S.Paulo. A ideia vai ao encontro das expectativas dos sindicalistas.
Aos sindicalistas, Lula lembrou do papel importante exercido pelas centrais sindicais durante os governos do PT. Ele relatou as diversas discordâncias em debates e as cobranças feitas pelas trabalhadores, em Brasília. “Nós conversamos muitas vezes, mesmo discordando muito, estabelecemos um governo que, em 12 anos, geramos 22 milhões de empregos com carteira assinada. Pela primeira vez na história, os 10% mais pobres tiveram, proporcionalmente, mais renda que os 10% mais rico”, disse o ex-presidente.
União e reconstrução
O petista afirmou ainda que, “graças as centrais sindicais”, o Brasil provou que aumentar o salário mínimo não causa inflação. Mas aquece a atividade econômica e ajuda a criar empregos. Lula prometeu estudar o documento entregue pelas entidades e reunir a sociedade para construir um projeto de país.
“Nós vamos estudar esse documento e chamar empresários para conversar. As universidades vão participar. Dizem que os trabalhadores são contra o crescimento das empresas, mas não percebem que o trabalhador quer é o crescimento do empresário, para ter mais salário e emprego. Queremos chamar as centrais, mas também o presidente da CNI, da Fiesp e da Febraban, para saber o compromisso de cada um em reconstruir esse país, em combater a pobreza, em melhorar a vida do povo brasileiro. Todos irão falar, mas os trabalhadores estarão na mesma mesa, para o povo voltar a ser feliz”, acrescentou.
Além disso, o ex-presidente disse que o governo Temer e a gestão de Bolsonaro destruíram a soberania. “A nação precisa ser soberana, cuidar do seu próprio povo. A maior fotografia da soberania é a qualidade de vida do povo. Então, como se falar em soberania quando somos o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, mas com mais de 100 milhões de brasileiros com insegurança alimentar.”
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) classificou como “dia histórico, reunindo as maiores centrais sindicais do país” a iniciativa das centrais. “Todas as vezes em que o Brasil estava em risco, o país se uniu. Hoje, temos um governo que odeia a democracia e admira a tortura. É nesse momento de fome, desemprego e 660 mil mortos que vamos nos reerguer e reconstruir o Brasil”, disse. Em seguida, Alckmin celebrou o nome do petista: “A luta sindical deu ao Brasil o maior líder popular desse país, Lula”.
Centrais com a palavra
No início do encontro das centrais sindicais com o ex-presidente Lula, representantes de sindicatos discursaram e lembraram dos direitos conquistados nos governos anteriores. O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, defendeu o trabalho do governo petista no fortalecimento das estatais, principalmente da Petrobras.
“Lula pegou uma Petrobras com lucro liquido de R$ 5 bilhões, fez um processo de capitalização gigante e bateu recorde de lucros, aumento para R$ 20 bilhões. Haviam 34 mil trabalhadores e, em seu governo, chegamos a mais de 87 mil petroleiros e funcionários da indústria naval. E acreditamos que, com Lula presidente, vamos ter de volta essa Petrobras, abrasileirando os preços dos combustíveis e reconstruindo o Brasil”, defendeu.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), Moisés Selerges, lamentou que, nos últimos anos, o cenário da indústria é de retrocesso. “Em 2011, tínhamos 107 mil trabalhadores na base. Em 2022, nossa base foi reduzida para 68 mil trabalhadores. Ou seja, 37% dos empregos deixaram de existir. Ainda durante o governo de Lula, os salários tiveram um aumento de 11%. O Brasil necessita crescer e gerar emprego, então você vai voltar ao governo carregado os braços da classe trabalhadora.”
O presidente da CUT, Sergio Nobre, também tomou a palavra e discursou em nome das centrais sindicais. Ele pediu que o próximo 1º de Maio seja uma data história para a democracia e para os trabalhadores. “Se nós queremos preparar nossa vitória em outubro, precisamos trabalhar muito a partir de agora. Na nossa agenda, iremos construir um grande 1º de maio em todas as capitais. Em São Paulo, iremos à Praça Charles Muller, com Lula e Alckmin. Vamos sair daqui para organizar os comitês de luta e dar consciência à população”, concluiu.
FONTE: REDE BRASIL ATUAL