Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa extraordinária.   Geral do Plenário.   Foto: Roque de Sá/Agência Senado

IMAGEM: ROQUE DE SÁ/AGÊNCIA SENADO

 

Mineiro e sul-mato-grossense disputam

Dos 20 presidentes, 17 foram das regiões

A disputa entre os senadores Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Simone Tebet (MDB-MS) deve quebrar uma sequência de 20 anos na presidência do Senado. Será a primeira vez depois desse período que um congressista não eleito nas regiões Norte ou Nordeste assumirá a direção da Casa.

Desde 1985, foram 20 presidentes da Casa, todos homens. Desses, 17 eram do MDB e 17 de Estados do Norte ou Nordeste.

presidentes do Senado desde 1985

dos 20 senadores que ocuparam o cargo, 17 eram do PMDB

senadormandatoEstadopartido
José Fragelli 1985-1987 MS PMDB
Humberto Lucena 1987-1989 PB PMDB
Nelson Carneiro 1989-1991 RJ PMDB
Mauro Benevides 1991-1993 CE PMDB
Humberto Lucena 1993-1995 PB PMDB
José Sarney 1995-1997 AP PMDB
Antônio Carlos Magalhães 1997-1999 BA PFL
Antônio Carlos Magalhães 1999-2001 BA PFL
Jader Barbalho 2001-2003 PA PMDB
Ramez Tebet 2001-2003* MS PMDB
José Sarney 2003-2005 AP PMDB
Renan Calheiros 2005-2007 AL PMDB
Renan Calheiros 2007-2009 AL PMDB
Garibaldi Alves Filho 2007-2009* RN PMDB
José Sarney 2009-2011 AP PMDB
José Sarney 2011-2013 AP PMDB
Renan Calheiros 2013-2015 AL PMDB
Renan Calheiros 2015-2017 AL PMDB
Eunício Oliveira 2017-2019 CE PMDB
Davi Alcolumbre 2019-2021 AP DEM
Rodrigo Pacheco 2021-2023 MG DEM
Simone Tebet 2021-2023 MS MDB

*eleito que o presidente anterior renunciou ao cargo/Fonte: Senado Federal

Esta será só a 4ª vez no período que o chefe do Senado não será dessas regiões. Antes disso, a última vez que aconteceu foi em 2001, quando o pai de Simone Tebet, Ramez Tebet (PMDB-MS), foi eleito depois que Jader Barbalho (PMDB-PA) renunciou ao cargo.

Só outros 2 presidentes foram de outras regiões: em 1985, José Fragelli (PMDB-MS) e em 1989, Nelson Carneiro (PMDB-RJ). A vitória da senadora emedebista manteria a lista de Estados ocupando a presidência inalterada, mas a de Pacheco alçaria Minas Gerais ao cargo pela 1ª vez.

A disputa parece favorecer o lado do mineiro. Virtualmente, já conseguiu 48 votos de apoios declarados até agora. Para ser eleito é necessário ao menos 41 votos. Tebet começou sua campanha depois e angariou 29 senadores apoiando sua candidatura. Seria a 1ª mulher a presidir o Senado na história.

Caso o cenário se confirme, o MDB ficará mais uma vez fora da presidência. Isso não era comum até 2019, quando o demista Davi Alcolumbre (AP) se aproveitou do racha emedebista e da diversidade de candidatos para se eleger.De todos os senadores eleitos para ocupar a presidência, desde 1985, só Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) foram os únicos sem ser da sigla.

Estados e siglas dos presidentes do Senado

de 1985 até hoje, só 2 foram de fora das regiões Norte e Nordeste

EstadoDEMPFLPMDBtotal geral
AL 0 0 4 4
AP 1 0 4 5
BA 0 2 0 2
CE 0 0 2 2
MS 0 0 2 2
PA 0 0 1 1
PB 0 0 2 2
RJ 0 0 1 1
RN 0 0 1 1
total geral 1 2 17 20

 

fonte: Senado Federal

HORÁRIO MARCADO

Na 2ª feira (25.jan), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, oficializou em sua conta no Twitter que a eleição para a presidência do Senado será na próxima 2ª feira (1º.fev) às 14h.

A CORRIDA ELEITORAL

Com a campanha na rua há mais tempo que Tebet, Pacheco já angariou apoios de membros de 12 partidos e está próximo da vitória.

O voto, entretanto, é secreto, o que permite dissidências nas bancadas que já anunciaram apoios a um ou outro candidato. O PP por exemplo, que apoiou Pacheco, tem o senador Esperidião Amin (PP-SC) que declarou voto em Tebet.

Além do próprio MDB, que ainda tem 2 votos a serem conquistados pela senadora, o Podemos também não conseguiu entregar os seus 9 votos à Tebet. Romário (Podemos-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES) devem ir com Pacheco. Já o PSDB se dividiu e a maioria ficou ao lado do mineiro. O Poder360 mostrou que nem todos da bancada do MDB devem votar na senadora.

FONTE: PODER 360